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ESTADO DA ARTE DAS PESQUISAS SOBRE EDUCAÇÃO ESCOLAR
QUILOMBOLA NOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO NO
BRASIL
Liliane de Fátima Dias Macedo
Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Educação - Universidade Federal de
Ouro Preto
(Bolsista UFOP - Programa de Bolsas Institucionais de Mestrado e Doutorado )
Erisvaldo Pereira dos Santos
Professor Dr. do Programa de Pós-Graduação em Educação - Universidade Federal de
Ouro Preto
Resumo
O presente trabalho trata-se de um estado da arte das pesquisas sobre a Educação
Escolar Quilombola em Programas de Pós-graduação em Educação do país. Em busca
no Catálogo de Teses e Dissertações da Capes, na Biblioteca Digital Brasileira de
Teses e Dissertações (BDTD) e no Banco de Teses da Associação Brasileira de
Pesquisadores Negros (ABPN) buscamos identificar Teses e Dissertações de programas
de Pós-Graduação em Educação que abordassem a Educação Escolar Quilombola em
instituições formais de ensino. Nesse caso escolas de ensino básico. Identificamos 23
trabalhos, oriundos de diferentes regiões do país. Após análise dos resumos de cada
pesquisa, identificamos que somente 5 trabalhos fizeram menção as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica,
legislação vigente desde 2012 e que regulamenta essa modalidade de ensino. Do total de
23 trabalhos, somente 4 apresentaram resultados que podemos considerar positivos. Os
demais trabalhos apontaram em geral para a não articulação por parte das escolas, dos
saberes populares das comunidades e dos alunos com os saberes escolares;
esquecimento político para como as escolas; reprodução de educação colonialista e
eurocêntrica; dissociação entre educação e realidade dos alunos; constrangimentos na
relação com crianças não quilombolas nos espaços educativos; desconhecimento da
gestão escolar sobre as legislações.
Palavras Chave: Educação Quilombola; Diretrizes Quilombolas; Quilombola;
Introdução
A designação histórica de quilombo está associada à uma legislação repressiva,
de origem colonial onde em sua origem remetia a um tipo de formação social
caracterizada pela busca da invisibilidade frente aos aparelhos repressivos do Estado
2
(ARRUTI, 2000). Dados do CEDEFES (2008, p.35) corroboram ao dizer que " o
quilombo sempre foi combatido durante todo o período da escravidão ". Inicialmente os
quilombos eram definidos pelo Conselho Ultramarino em 1740 como "toda habitação de
negros fugidos, que passem de cinco, em parte despovoada, ainda que não tenham
ranchos levantados e nem se achem pilões nele." (SCHMITT; MANZOLI TURATTI;
PEREIRA DE CARVALHO, 2002).
Na Constituição de 1988 o artigo n.º 68 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias da Constituição, essas comunidades tiveram seu reconhecimento legal
ficando definido que "Aos remanescentes das comunidades de quilombos que estejam
ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-
lhes os títulos respectivos". Sampaio (2008) afirma que nesse texto se rompe com a
ideia de que o Brasil era uma nação homogênea com uma só língua e credo se
assumindo pela primeira vez como país pluriétnico e multicultural. O autor salienta
também que ainda hoje o artigo 68 não teve sua aplicação implementada plenamente
evidenciando a situação de desigualdade de direitos que se encontram essa população.
Em 2003 a partir do decreto n. 4.887/2003, teve regulamentado o procedimento
de reconhecimento dessas comunidades ficando definido que:
Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos, para os fins
deste Decreto, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de autoatribuição,
com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas,
com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à
opressão histórica sofrida. (Brasil, 2003a)
Sampaio (2008) aponta que, embora o decreto 4887 preveja tais procedimentos.
os mesmos ainda não encontram a necessária viabilidade e vontade política do poder
público responsável por efetivar a titulação das terras. Miranda (2015) também assinala
que mesmo com esse reconhecimento legal, é perceptível a persistência da acepção
criminal e subalterna atribuída aos quilombos no Brasil.
No que desrespeito à educação, o seu acesso foi negado aos negros ao longo da
história e se apresenta como uma das principais reivindicações desse grupo desde o
século XIX (OLIVEIRA; SACRAMENTO, 2013). A partir da década de 1990, diante
3
das pressões do movimento social negro, o governo brasileiro começou a discutir mais
sobre as ações afirmativas e a necessidade de reparação para os negros inclusive na área
da educação. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1996) indicavam a necessidade de
uma educação que reconhecesse a pluralidade cultural como uma característica da nossa
nação. A partir dos anos 2000 mais iniciativas de reparação para a educação foram
tomadas pelo Governo, entre elas a Lei nº 10.639/03 que insere os conteúdos de
História e Cultura Afro-Brasileira no currículo escolar Em 2004 o CNE estabeleceu as
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o
Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira (ABREU, 2013).
A Educação Quilombola foi citada pela primeira vez como modalidade de
educação em 2010 nas Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para Educação Básica
instituída pela resolução n. 4/2010 que traz em artigo único que:
Art. 41. A Educação Escolar Quilombola é desenvolvida em unidades edu-
cacionais inscritas em suas terras e cultura, requerendo pedagogia própria em
respeito à especificidade étnico-cultural de cada comunidade e formação
específica de seu quadro docente, observados os princípios constitucionais, a
base nacional comum e os princípios que orientam a Educação Básica
brasileira.
Parágrafo único. Na estruturação e no funcionamento das escolas
quilombolas, bem com nas demais, deve ser reconhecida e valorizada a
diversidade cultural. (Brasil, 2010a)
Sobre o significado histórico desta modalidade de educação e sua relação com a
função social da escola Miranda (2012) afirma que
"a implantação1 da modalidade de educação quilombola insere-se numa
trajetória de discussões no campo educacional iniciada ainda na década de
1980 e marcada por alto grau de mobilização em torno da reconstrução da
função social da escola. " (p.371)
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na
Educação Básica que foram estabelecidas em 20 de novembro de 2012, fazem parte das
lutas pelos direitos dos quilombolas. De acordo com o texto, alguns dos objetivos das
1 A autora usa o temo implantação no lugar de implementação devido ao estágio inicial em que esse processo de
encontra no estado de Minas Gerais.
4
diretrizes incluem: orientar o sistema de ensino e as escolas na construção e avaliação
de seus projetos educativos; garantir a educação escolar quilombola em todas as etapas
da educação básica; assegurar que as escolas quilombolas considerem as práticas
socioculturais, políticas e econômicas das comunidades bem como seus processos
próprios de ensino-aprendizagem e suas formas de produção e de conhecimento
tecnológico; garantir o direito de consulta e participação da comunidade e de suas
lideranças; zelar pela garantia do direito à educação respeitando a história, o território,
a memória, a ancestralidade e os conhecimentos tradicionais e subsidiar a abordagem
da temática quilombola em todas as etapas da educação. (BRASIL, 2012)
Apesar da existência dessas diretrizes e dos decretos citados acima, o
cumprimento não se faz de forma efetiva. Em seu texto sobre a Educação Escolar
Quilombola em Minas Gerais, Miranda (2012) afirma que,
A implantação da modalidade de educação quilombola insere-se no conjunto
mais amplo de desestabilização de estigmas que definiram, ao longo de nossa
história, a inserção subalterna da população negra na sociedade e, con-
sequentemente, no sistema escolar. A educação escolar destinada à população
remanescente de quilombos encontra-se em situação adversa, marcada pela
inexistência de escolas localizadas nas comunidades ou pelo funcionamento
precário das escolas existentes. (p. 374)
A autora ainda afirma que em Minas gerais existe um total de 140 escolas em
áreas remanescentes de quilombos. A estrutura física, na maioria das vezes, é muito
precária, e várias escolas funcionam em prédios adaptados.
Miranda (2012) assinala outro problema enfrentado na implantação da educação
quilombola que é a formação de professores. De acordo com ela a formação dos(as)
professores(as) está muito aquém da realidade e da necessidade da população
quilombola, foi apontado que quando o professor(a) não pertence à comunidade,
dificilmente ele(a) consegue compreender o universo diferenciado dos(as) estudantes e
que em alguns casos houve relatos de racismo no tratamento dos estudantes e de
menosprezo. A autora assinala ainda que muitos desses problemas se dão pela falta de
ação do poder público que muitas vezes não reconhece a comunidade como uma
comunidade quilombola sendo caracterizada como comunidade rural, e finaliza
5
afirmando que " de modo geral, no que se refere à política de educação, as comunidades
remanescentes de quilombo em Minas Gerais encontram-se em grande desvantagem.
Desconhecimento e precariedade ainda caracterizam os indicadores do atendimento
escolar". (p.377)
As pesquisas sobre a Educação Quilombola nos Programas de Pós-Graduação em
Educação
Diante da realidade encontrada sobre a atual da Educação Escolar Quilombola.
Buscamos identificar Teses e Dissertações que abordassem a Educação Escolar
Quilombola no nosso país. Sendo assim, foi feita uma busca nas seguintes bibliotecas
virtuais: Catálogo de Teses e Dissertações da Capes2, Biblioteca Digital Brasileira de
Teses e Dissertações (BDTD) 3 e Banco de Teses da Associação Brasileira de
Pesquisadores Negros (ABPN)4.
Os termos de busca utilizados foram Educação Quilombola, Quilombo(s) e
Quilombola(s). O recorte temporal foi entre 2013 a 2017. Este intervalo de tempo foi
definido em razão do nosso interesse direcionado para se encontrar pesquisas que
abordassem a educação quilombola com foco na Implementação das Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na Educação Básica
(DCNEEQEB), período este desde a implementação das diretrizes até hoje.
A investigação foi realizada somente a partir de pesquisas desenvolvidas no
âmbito de programas de pós-graduação em Educação no intuito de mapear como essa
discussão tem se desenvolvido nesse campo de conhecimento. Os critérios de seleção
foram: textos que abordassem a educação escolar quilombola em instituições formais de
ensino, nesse caso escolas de ensino básico e que possuíam texto completo disponível
para leitura em formato digital.
2 Disponível em <http://catalogodeteses.capes.gov.br/catalogo-teses/#!/>. Acesso em 27 fev. 2018. 3 Disponível em <http://bdtd.ibict.br/vufind/>. Acesso em 27 fev. 2018. 4 Disponível em <https://www.abpn.org.br/banco-de-teses >. Acesso em 27 fev. 2018.
6
Como resultados dessa busca foram encontrados 23 teses e dissertações.
Importante resaltar que 18 desses trabalhos foram encontrados no Catálogo de Teses e
Dissertações da Capes e 5 desses na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e
Dissertações (BDTD) no Banco de Teses da Associação Brasileira de Pesquisadores
Negros (ABPN) não foi encontrado nenhum trabalho que atendesse os requisitos
necessários ao cumprimento do dispositivo legal sobre essa modalidade de educação.
Analisamos o ano em que foi desenvolvido cada um dos trabalhos. De 2013 a
2017 todos os anos obtiveram pesquisas publicadas como mostra o quadro abaixo.
Quadro 1- Quantidade de trabalhos produzidos entre 2013 e 2017
Ano Número de Pesquisas
2013 5
2014 4
2015 5
2016 4
2017 5
Fonte: Biblioteca de Teses e Dissertações do IBICT; Banco de Teses e Dissertações da CAPES.
Nota: Dados trabalhados pela autora.
Pode-se observar a partir do quadro acima que a distribuição da produção de
pesquisas sobre Educação Escolar Quilombola entre os anos pesquisados se mantêm em
uma frequência de 4 a 5 trabalhos por ano. Esses 23 trabalhos são oriundos de diferentes
programas, universidades e estados brasileiros. Em relação ao estados encontramos
trabalhos em 11 estados brasileiros. Sendo esses: Mato Grosso com 6 trabalhos; Minas
Gerais, Distrito Federal, Pará, Sergipe e rio Grande do Sul com 2 trabalhos cada e Rio
de Janeiro, São Paulo, Piauí, Santa Catarina, Rio Grande do Norte e Paraná com
trabalho 1 cada.
Já nas Universidades, o maior número de trabalhos encontrados foi na
Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) onde identificamos 6 trabalhos. Seguida
pelas Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade Tiradentes (UNIT) com 2
trabalhos. As demais instituições, Universidade de Brasília (UNB), Universidade
7
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal do Piauí (UFPI),
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade
do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Universidade Estadual do Centro Oeste
(UNICENTRO), a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) , a
Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), a Universidade Federal de Juiz de
Fora (UFJF), a Universidade Católica de Brasília (UCB) e Universidade do Estado de
São Paulo (USP), somaram 1 trabalho cada.
A partir dos dados apresentados pudemos perceber que a região Centroeste do
país tem um maior número, total de 10 pesquisas, sobre Educação Escolar Quilombola
que as demais, seguida pelas regiões Sudeste e Nordeste com 4 trabalhos cada. As
Regiões Sul e Norte tem menor prevalência de trabalhos nessa área, com 3 e 2
respectivamente. Interessante ressaltar que a maior parte dos trabalhos da região
Centroeste (6 em 10) são advindos de uma mesma instituição de ensino que é a UFMT,
que produziu sozinha mais pesquisas que cada uma das outras regiões.
Outro fator importante é que a Professora Doutora Suely Dulce de Castilho
orientou 4 dos 6 da UFMT. Esse dado é relevante pois o mesmo é uma exceção porque
no geral, as pesquisas são produções isoladas, onde os demais professores encontrados
só orientaram uma única pesquisa.
Foi possível observar também que as instituições públicas de Ensino Superior
são responsáveis pela maior parte dos estudos sobre Educação Quilombola no Brasil. As
instituições particulares de ensino somam uma pequena parte das pesquisas sendo 19
oriundas de instituições públicas e somente 4 de instituições privadas.
A partir da leitura das pesquisas pudemos identificar dados interessantes sobre
essas. É importante observar que das 23 selecionadas 21 tratam-se de pesquisas de
campo, 9 dessas vinculadas com análise de documentos e 2 vinculavam ainda pesquisa
bibliográfica. Uma das pesquisas não apresentou em seu resumo se a mesma se trata de
pesquisa de campo ou não. Mas ao analisarmos o texto completo, pudemos observar que
8
esta também se trata de uma pesquisa de campo envolvendo revisão bibliográfica,
análise de questionários, projeto e relatórios. A única pesquisa que difere das demais
nesse quesito se trata de uma pesquisa quantitativa onde foi analisado dados do Censo
Escolar. Dessa maneira, podemos afirmar que existe uma quantidade significativa de
dados que foram coletados em campo.
Os trabalhos abordam diferentes níveis de ensino, que vão desde a educação
infantil até a educação de jovens. Todos eles se tratam da Educação Escolar Quilombola
em instituições de ensino básico. Contudo, eles também abordam diferentes objetos de
pesquisa vinculados à essa temática, conteúdos como: práticas corporais, letramentos,
identidade quilombola, questões territoriais e de conflito, questões acerca dos PPP das
escolas, das diretrizes curriculares, da gestão escolar, do cotidiano escolar, das políticas
educacionais assim como, sobre jogos africanos e afro-brasileiros, narrativas míticas,
rodas de conversa, gênero, entre outros.
Apresentação das pesquisas levantadas
Abaixo, faremos uma breve apresentação das pesquisas sobre Educação Escolar
Quilombola em cada região brasileira. Na região Sul encontramos um total de 3
pesquisas. Foram elas: A tese de doutorado intitulada "Rodas de Conversa” e Educação
Escolar Quilombola: Arte do falar saber fazer – o Programa Brasil Quilombola em
Restinga Reca/RS" de autoria de Dilmar Luiz Lopes e orientação da Profa. Dra.
Carmem Lucia Bezerra Machado da UFRGS e teve como objetivo conhecer os
elementos que sustentam a política do território e da educação do Programa Brasil
Quilombola; A tese "“VEM BRINCAR NA RUA!” Entre o Quilombo e a Educação
Infantil: capturando expressões, experiências e conflitos de crianças quilombolas no
entremeio desses contextos", de autoria de Elaine de Paula e orientação do Prof. Dr.
João Josué da Silva Filho da UFSC que objetivou compreender as relações educativas
desenvolvidas em dois quilombos e em duas salas de Educação Infantil; A tese "A
9
Escola e o desenvolvimento social do Quilombo de Saracura – Baixo Amazonas em
Santarém Pará" de autoria de Wanildo Figueiredo de Sousa e orientação da Profa. Dra.
Edla Eggert da UNISINOS, teve como objetivo compreender como a escola se constitui
e dialoga com a comunidade e que mudanças ocorreram depois da sua implantação.
Na região Centroeste encontramos um total de 10 trabalhos, sendo estes: A
dissertação "O jogo em jogo: educação das relações étnico- raciais e a compreensão das
regras por crianças quilombolas" de autoria de Verônica Volski e orientação da Profa.
Dra. Carla Luciane Blum Vestena da UNICENTRO que objetivou averiguar se os jogos
de regras contemplam, ao mesmo tempo, o conhecimento da cultura e o
desenvolvimento da consciência e prática de regras sociais; A dissertação "Educação
Escolar Quilombola comunidades quilombolas do território quilombola de Vão
Grande, Barra do Bugres-MT: percepções e significados sobre a E.E José Mariano
Bento" de autoria de Maristela Mendes da Silva e orientação da Profa. Dra. Cecília de
Campos França da UNEMAT, a pesquisa buscou analisar como as Comunidades
Quilombolas percebem a atuação da escola para fortalecer e preservação da Identidade
Cultural Quilombola, e quais as mudanças ocorridas na comunidade a partir da criação
de uma escola diferenciada; A dissertação "Território, Luta e Educação: dimensões
pulsantes nos enfrentamentos dos conflitos socioambientais mapeados no Quilombo de
Mata Cavalo" de autoria de Déborah Luíza Moreira e orientação da Profa. Dra. Michelle
Jaber da UFMT, essa pesquisa se propôs a mapear com os/as quilombolas conflitos
socioambientais vivenciados pela população e compreender de que maneira a escola
local tem contribuído para o fortalecimento da luta e da resistência; A dissertação
"Labirinto de gênero e ambiente: diálogos com alguns jovens quilombolas da
comunidade de Mata Cavalo" de autoria de Elizete Gonçalves dos Santos e orientação
da Profa. Dra. Regina Aparecida da Silva da UFMT que teve como objetivo
compreender a percepção de gênero e ambiente de estudantes do ensino médio da E. E.
Professora Tereza Conceição de Arruda, na Comunidade do Quilombo de Mata Cavalo;
A Dissertação "As narrativas míticas da Comunidade Quilombola de Orrinhos /
10
Poconé / MT e os fazeres escolares" de autoria de Jocimar Jesus de Campos e
orientação da Profa. Dra. Suely Dulce de Castilho da UFMT que teve como objetivo
compreender as relações entre as narrativas e memórias partilhadas na comunidade com
os saberes e fazeres da escola; A dissertação "EDUCAÇÃO ESCOLAR QUILOMBOLA
NA COMUNIDADE BAIXIO - Barra do Bugres/MT: avanços e desafios", de autoria de
Francisca Edilza Barbosa de Andrade Carvalho e orientação da Profa. Dra. Suely Dulce
de Castilho da UFMT, resultou de uma pesquisa etnográfica onde o objetivo foi
analisar em que medida, e como, a Escola realiza um PPP alinhado com a história das
comunidades do território quilombola; A dissertação "Educação Escolar Quilombola:
uma perspectiva identitária a partir da Escola Estadual Maria de Arruda Muller", de
autoria de Augusta Eulália Ferreira e orientação da Profa. Dra. Suely Dulce de Castilho
da UFMT, trata-se de uma pesquisa etnográfica onde o objetivo foi descrever o sentido
da educação Escolar Quilombola como específica e diferenciada neste território e as
relações estabelecidas entre os saberes locais e tradicionais desenvolvidas na escola; A
dissertação "Práticas Corporais e os Fazeres Pedagógicos: perspectivas da Educação
Escolar Quilombola", autoria de Bruna Maria de Oliveira e orientação da Profa. Dra.
Suely Dulce de Castilho da UFMT que objetivou compreender como a escola lida com
as práticas corporais dos alunos (na dança, jogos, esporte e brincadeiras) no PPP e em
suas práticas pedagógicas cotidianas; A dissertação "Práticas e Eventos de Letramento
em uma Comunidade Remanescente de Quilombolas: Mesquita", de autoria de Ednei
Carvalho dos Santos e orientação da Profa. Dra. Vera Aparecida de Lucas Freitas da
UNB onde o objetivo foi realizar um estudo sobre o processo de inserção de alunos de
uma escola rural, situada em uma comunidade remanescente de quilombolas em práticas
e eventos de letramento para analisar a inter-relação entre o letramento escolar e as
práticas sociais de uso da leitura e da escrita relacionadas aos múltiplos letramentos que
circulam socialmente; A dissertação "Educação Quilombola em Mesquita : estudo da
gestão da escola a partir do processo histórico, emancipatório e das relações de
conflito", de autoria de Manoel Barbosa Neres e orientação do Prof. Dr. Wellington
11
Ferreira de Jesus da UCB na qual se analisou o processo histórico local, os múltiplos
conflitos relacionados à dimensão quilombola e à gestão escolar no tocante ao
atendimento às DCNEEQEB.
Na região sudeste os trabalhos tratam-se de: A dissertação "A Educação
Quilombola na Comunidade Colônia do Paiol – Bias Fortes (MG)", de autoria de
Guilherme Goretti Rodrigues e orientação do Prof, Dr. Dileno Dustan Lucas de Souza
da UFJF onde o objetivo da pesquisa foi compreender como se estabelece a Educação
Quilombola na Escola Municipal Prefeito Joaquim Ribeiro de Paula, as práticas
escolares e não escolares desenvolvidas pelos sujeitos da escola e a forma pela qual o
município executa suas políticas educacionais. A tese "Política Educacional e conquista
de direitos: escolas públicas em comunidades quilombolas", de autoria de Mauro Soares
Cordeiro e orientação do Prof. Dr. Elie Ghanem da USP que procurou identificar como
os quilombolas situam a educação escolar pública frente à conquista de seus direitos; A
dissertação "O direito à Educação Infantil e a oferta pública em Minas Gerais para
Crianças de 0 a 6 anos dos Povos Quilombolas", de autoria de Regina Lúcia Couto de
Melo e orientação da Profa. Dra. Lívia Maria Fraga Vieira da UFMG que objetivou
compreender como o direito à diferença na Educação Infantil (EI) se expressa nas
DCNEEQEB e mapear as condições do atendimento educacional público para as
referidas crianças de MG, após o Fundeb; A dissertação "Educação e escolarização
quilombola: construções político-pedagógicas em Brejo dos Crioulos – MG", de autoria
de Cynthia Adriádne Santos e orientação de Profa. Dra. Monique Mendes Franco da
UERJ a pesquisa buscou mapear e a analisar os processos educativos de Brejo dos
Crioulos apontando suas propostas curriculares, seus avanços, assim como os limites
relacionados à formulação e implementação de políticas direcionadas para o
desenvolvimento educacional local;
No nordeste as pesquisas encontradas foram as seguintes: A dissertação "O
cotidiano escolar da EMMGR – Serra da Guia, Poço Redondo Sergipe (Comunidade
Quilombola)", de autoria de Mildon Carlos Calixto dos Santos e orientação da Profa.
12
Dra. Ada Augusta Celestino Bezerra da UNIT que teve como objetivo identificar e
analisar o cotidiano de uma escola com ênfase nas identidades étnico-raciais,
diversidade cultural e estética da solidariedade, identificando e ressignificando
obstáculos e impulsionadores, avanços e contradições; A dissertação “DA ESCOLA NO
QUILOMBO À ESCOLA DO QUILOMBO”: a identidade quilombola na Escola
Municipal Etelvina Amália de Siqueira Alves (Amparo de São Francisco-SE, 2011-
2012)" ,de autoria de Ana Cristina do Nascimento e orientação da Profa. Dra. Dinamara
Garcia Feldens da UNIT que verificou o sentido de identidade étnico-cultural utilizado
na formação continuada oferecida pela Secretaria de Estado da Educação a partir do
projeto denominado “Quem Sou Eu”, que foi elaborado em parceria da comunidade
com a escola, a SEED e a SEMED apresentado aos alunos da escola Quilombola; A
dissertação "As educações Escolar e Social na formação da Identidade Racial de jovens
nos quilombos de São João do Piauí", de autoria de Raimunda Ferreira Gomes Coelho e
orientação de Pós-Ph.D. Dr. Francis Musa Boakari da UFPI que objetivou compreender
as contribuições da educação escolar e dos saberes locais na construção da identidade
racial dos jovens; A tese "No chão quilombola os rebentos narram suas percepções
acerca da escola de infância da comunidade Cajueiro I em Alcântara/MA", de autoria
de Herli de Souza Carvalho e orientação da Profa. Dra. Maria da Conceição Ferrer
Botelho Sgadari Passeggi da UFRN, é uma tese sobre o Maranhão que foi desenvolvida
no Rio Grande do Norte, onde o objetivo foi compreender as percepções sobre a escola
atribuídas por crianças quilombolas;
E finalmente na região Norte encontramos os seguintes trabalhos: A dissertação
"EDUCAÇÃO ESCOLAR E IDENTIDADE QUILOMBOLA: um enfoque na
comunidade Nossa Senhora do Perpetuo Socorro, município de Abaetetuba, estado do
Pará", de autoria de Luciane Teixeira da Silva e orientação do Prof. Dr. José Bittencourt
da Silva da UFPA que teve como objetivo analisar e compreender as interfaces que se
estabelecem entre a educação escolar e os processos organizativos e identitários no
interior de uma comunidade; A dissertação “NEM PARECE QUE TEM QUILOMBOLA
13
AQUI”: (In) visibilidade da identidade quilombola no processo formativo da CFR do
Território Quilombola de Jambuaçu Pe. Sérgio Tonetto", de autoria de Joana Carmem
do Nascimento Machado da e orientação do Dr. Salomão Antônio Muffarrej Hage da
UFPA onde o objetivo da pesquisa foi analisar como a Identidade Quilombola,
efetivada por meio de lutas para preservação de suas terras é incorporada ao processo
formativo da CFR.
Breve análise e considerações finais.
Dos 23 trabalhos analisados somente 5 fizeram menção, em seus resumos, às
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola Educação
Básica (DCNEEQEB). Sendo esses uma tese e 4 dissertações. A tese, " Rodas de
Conversa” E Educação Escolar Quilombola: Arte do falar saber fazer – o Programa
Brasil Quilombola em Restinga Reca/RS" e as dissertações, "O direito à Educação
Infantil e a oferta pública em Minas Gerais para Crianças de 0 a 6 anos dos Povos
Quilombolas"; "Educação e escolarização quilombola: construções político-
pedagógicas em Brejo dos Crioulos – MG"; "A Educação Quilombola na Comunidade
Colônia do Paiol – Bias Fortes (MG) e Educação Quilombola em Mesquita : estudo da
gestão da escola a partir do processo histórico, emancipatório e das relações de
conflito". Interessante resaltar que a ausência das DCNEEQEB nos resumos dos demais
trabalhos, não significa que as mesmas não possam ter sido abordadas em outras partes
dentro dessas pesquisas. Contudo, fica evidentes que essa legislação não foi foco
principal do trabalho.
Apesar de não citarem as DCNEEQEB diretamente muitos trabalhos apontam
questões diretamente relacionadas às especificações das Diretrizes. Por exemplo, a
questão acerca da necessidade da articulação entre saberes populares das comunidades
quilombolas com os saberes escolares se mostrou presente em grande parte das
pesquisas analisadas, 15 das 23 teses e dissertações abordavam esse assunto. Questões à
respeito do Currículo e dos Projetos Políticos Pedagógicos (PPP) das escolas também
14
foram temas recorrentes em algumas das pesquisas, assim como questões sobre políticas
públicas,identidade quilombola e étnico-racial, cultura quilombola, território, direitos
dos quilombolas e formação de professores, foram citados com certa frequência em
alguns dos trabalhos. Todas essas questões se apresentam como demandas nas
DCNEEQEB.
Sobre as metodologias utilizadas nas pesquisas, somente uma pesquisa
apresentou caráter quantitativo, que foi a dissertação, "O direito à Educação Infantil e a
oferta pública em Minas Gerais para Crianças de 0 a 6 anos dos Povos Quilombolas".
Uma pesquisa utilizou o método clínico de Piaget como estratégia metodológica que foi
a dissertação "O jogo em jogo: educação das relações étnico- raciais e a compreensão
das regras por crianças quilombolas". Todas as demais pesquisas foram de caráter
qualitativo.
A maioria das pesquisas, 11 dessas, além do caráter qualitativo afirmaram terem
feito uso da etnografia. Uma quantidade relevante dessas pesquisas (18), utilizaram de
instrumentos de coletas de dados que envolviam entrevistas (em sua maioria
semiestruturadas), observações participantes e análise documental. Algumas fizeram
ainda, o uso adicional de registros fotográficos, áudios, vídeos, oficinas, questionários,
produção textual, observação participante pesquisa bibliográfica para alcançar os
objetivos propostos.
Sobre os resultados, das 23 pesquisas, somente 4 apresentaram resultados que
podemos considerar positivos. Esses resultados podem ser sintetizados na importância
da escola dentro das comunidades. Identificamos que a escola quilombola se mostrou
como elemento importante na articulação e fortalecimento das suas lutas e resistência
assim como da sua identidade. A escola também se mostrou como fator essencial para
desenvolvimento social da comunidade. Já em relação aos alunos uma das pesquisas
mostrou que as crianças, alunos e alunas, têm saberes característicos do grupo de
pertença, necessário para efetivação da educação quilombola.
15
Contudo, 16 pesquisas apresentaram resultados que, em geral, demonstram que a
efetivação da Educação Escolar Quilombola ainda não acontece de fato. Muitas
pesquisas apontaram que as escolas não articulam, ou possuem dificuldades em
articular, os saberes populares das comunidades e dos alunos com os saberes escolares.
Essas pesquisas reafirmam a necessidade da escola fazer essa articulação.
Outro problema encontrado nas pesquisas foi o esquecimento político para como
as escolas quilombolas, descaso, precariedade e marginalização ainda são realidades em
grande parte dessas instituições. Também ficou evidente que as escolas quilombolas
ainda reproduzem uma educação colonialista e eurocêntrica onde os saberes
quilombolas não são valorizados. pois não são reconhecidos como legítimos. Foi
apontado também que existe uma dissociação entre a educação e a realidade vivenciada
pelos alunos, as questões raciais são negligenciadas e a identidade quilombola é
invisibilizada dentro das escolas.
Também foi assinalado que as crianças quilombolas sofrem constrangimentos na
relação com as outras crianças nos espaços educativos. Foi possível perceber também
que existe um distanciamento da realidade encontrada nessas escolas com as demandas
das Políticas Públicas que surgiram no Brasil desde 2003 a partir da lei 10693/03. Uma
das pesquisas afirmou que as crianças possuem conhecimento restrito e superficial sobre
os conteúdos que envolvem a cultura quilombola e afro-brasileira. Uma pesquisa
mostrou que os jovens de uma referida comunidade possuem pouco envolvimento com
as lutas históricas de sua comunidade e ainda que estes relataram papéis diferenciados e
fixos para homens e mulheres mostrando um pertencimento das mulheres ao espaço
doméstico. Uma das pesquisas que abordou as DCNEEQEB mostrou em seus resultados
que a gestão escolar demonstrou desconhecimento e descrédito para com a referida ação
afirmativa demandada pelo artigo 26A, da LDB.
As comunidades demonstram acreditar ma importância do papel social da escola
e lutam por acesso, qualidade e melhorias das suas escolas. Entretanto, uma das
pesquisas afirmou que, mesmo que Educação Quilombola esteja ganhando espaço ela
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ainda encontra inúmeras dificuldades para sua implementação no chão da escola. Uma
pesquisa afirmou que mesmo a escola sendo vista como necessária para realização dos
direitos desses sujeitos, esta continua alheia ao movimento quilombola. Na pesquisa
quantitativa a partir da análise do Censo Demográfico (IBGE) e do Censo Escolar
(INEP) foram identificados sinais de racismo institucionalizado.
Somente umas das dissertações avaliadas não apresentou a metodologia utilizada
enquanto 3 pesquisas não apontaram os resultados.
Apesar desse número de 23 teses e dissertações sobre a educação escolar
quilombola, consideramos baixa a quantidade de estudos que abordam diretamente a
implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar
Quilombola na Educação Básica, no caso dessa pesquisa 5 trabalhos. Tendo em vista
que essa é uma legislação vigente desde 2012, e que oferece os subsídios necessários
para implementação dessa modalidade de ensino, consideramos importante que essa
legislação esteja presente nas pesquisas que envolvam a Educação Escolar Quilombola.
Contudo, pela análise feita acima, as DCNEEQEB parecerem estarem sendo ignoradas
nessa discussão.
Contudo, gostaríamos de esclarecer que o estado da arte coloca em evidencia o
que encontramos já escrito sobre esse tema, mas precisamos levar em consideração que
as pesquisas científicas passam por constante renovação e esse levantamento não é
definitivo, retrata a realidade de um determinado momento.
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