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ANO LXIV FLORIANÓPOLIS, 19 DE JUNHO DE 2015 NÚMERO 6.842 COMISSÕES PERMANENTES COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA Mauro de Nadal - Presidente Silvio Dreveck - Vice-Presidente José Nei Alberton Ascari Ricardo Guidi Narcizo Parisotto João Amin Marcos Vieira Valdir Cobalchini Luciane Carminatti COMISSÃO DE TRANSPORTES E DESENVOLVIMENTO URBANO João Amin - Presidente Valdir Cobalchini- Vice-Presidente Darci de Matos Cleiton Salvaro Manoel Mota Luciane Carminatti Cesar Valduga COMISSÃO DE PESCA E AQUICULTURA Neodi Saretta - Presidente Patrício Destro - Vice-Presidente Maurício Eskudlark José Milton Scheffer Dalmo Claro Luiz Fernando Vampiro Rodrigo Minotto COMISSÃO DE TRABALHO, ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO PÚBLICO Serafim Venzon - Presidente Rodrigo Minotto - Vice-Presidente Jean Kuhlmann Natalino Lázare Manoel Mota Fernando Coruja Dirceu Dresch COMISSÃO DE DEFESA DOS DIREITOS DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA José Nei Alberton Ascari - Presidente Gean Loureiro Vice-Presidente Cleiton Salvaro Narcizo Parisotto Serafim Venzon Luiz Fernando Vampiro Luciane Carminatti COMISSÃO DE RELACIONAMENTO INSTITUCIONAL, COMUNICAÇÃO, RELAÇÕES INTERNACIONAIS E DO MERCOSUL Rodrigo Minotto - Presidente Neodi Saretta - Vice-Presidente Kennedy Nunes Ricardo Guidi Silvio Dreveck Antonio Aguiar Valdir Cobalchini COMISSÃO DE FINANÇAS E TRIBUTAÇÃO Marcos Vieira - Presidente Darci de Matos - Vice-Presidente Kennedy Nunes Patrício Destro Rodrigo Minotto José Milton Scheffer Antonio Aguiar Gean Loureiro Dirceu Dresch COMISSÃO DE AGRICULTURA E POLÍTICA RURAL Natalino Lázare - Presidente José Milton Scheffer - Vice-Presidente Gabriel Ribeiro Cesar Valduga Mauro de Nadal Manoel Mota Dirceu Dresch COMISSÃO DE ECONOMIA, CIÊNCIA, TECNOLOGIA, MINAS E ENERGIA Silvio Dreveck - Presidente Cleiton Salvaro - Vice-Presidente Darci de Matos Rodrigo Minotto Luiz Fernando Vampiro Mauro de Nadal Dirceu Dresch COMISSÃO DE TURISMO E MEIO AMBIENTE Gean Loureiro - Presidente Ricardo Guidi - Vice-Presidente Gabriel Ribeiro Cesar Valduga João Amin Maurício Eskudlark Neodi Saretta COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS Dirceu Dresch Presidente Narcizo Parisotto Vice-Presidente Ismael dos Santos Natalino Lázare Marcos Vieira Dalmo Claro Luiz Fernando Vampiro COMISSÃO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR Kennedy Nunes- Presidente Marcos Vieira - Vice-Presidente Jean Kuhlmann Ricardo Guidi João Amin Antonio Aguiar Fernando Coruja Ana Paula Lima Narcizo Parisotto COMISSÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA Romildo Titon - Presidente Maurício Eskudlark - Vice-Presidente Ricardo Guidi João Amin Antonio Aguiar Ana Paula Lima Rodrigo Minotto COMISSÃO DE EDUCAÇÃO, CULTURA E DESPORTO Valdir Cobalchini - Presidente Luciane Carminatti Vice-Presidente Gabriel Ribeiro Natalino Lázare Rodrigo Minotto Serafim Venzon Gean Loureiro COMISSÃO DE LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA Cesar Valduga - Presidente Patrício Destro Vice-Presidente José Milton Scheffer José Nei Alberton Ascari Patrício Destro José Milton Scheffer Romildo Titon Manoel Mota Neodi Saretta COMISSÃO DE SAÚDE Ana Paula Lima - Presidente Doutor Vicente - Vice-Presidente Cleiton Salvaro Cesar Valduga José Milton Scheffer Fernando Coruja Dalmo Claro COMISSÃO DE PROTEÇÃO CIVIL Patrício Destro - Presidente Ana Paula Lima Vice-Presidente Jean Kuhlmann Doutor Vicente Fernando Coruja Romildo Titon Narcizo Parisotto COMISSÃO DE DEFESA DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Doutor Vicente - Presidente Ricardo Guidi - Vice-Presidente Ismael dos Santos Mauro de Nadal Romildo Titon Neodi Saretta Cesar Valduga COMISSÃO DE PREVENÇÃO E COMBATE ÀS DROGAS Ismael dos Santos Presidente Narcizo Parisotto Vice-Presidente Natalino Lázare Doutor Vicente Dalmo Claro Fernando Coruja Ana Paula Lima 18ª Legislatura ESTADO DE SANTA CATARINA 1ª Sessão Legislativa

ESTADO DE SANTA CATARINA 1ª Sessão Legislatura Legislativa · Coordenador: Roger Luiz Siewerdt Coordenadoria de Taquigrafia do Plenário: Responsável pela composição e revisão

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ANO LXIV FLORIANÓPOLIS, 19 DE JUNHO DE 2015 NÚMERO 6.842

COMISSÕES PERMANENTES

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO

E JUSTIÇA

Mauro de Nadal - Presidente Silvio Dreveck - Vice-Presidente José Nei Alberton Ascari Ricardo Guidi Narcizo Parisotto João Amin Marcos Vieira Valdir Cobalchini Luciane Carminatti

COMISSÃO DE TRANSPORTES E

DESENVOLVIMENTO URBANO

João Amin - Presidente Valdir Cobalchini- Vice-Presidente Darci de Matos Cleiton Salvaro Manoel Mota Luciane Carminatti Cesar Valduga

COMISSÃO DE PESCA

E AQUICULTURA

Neodi Saretta - Presidente Patrício Destro - Vice-Presidente Maurício Eskudlark José Milton Scheffer Dalmo Claro Luiz Fernando Vampiro Rodrigo Minotto

COMISSÃO DE TRABALHO,

ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇO

PÚBLICO

Serafim Venzon - Presidente Rodrigo Minotto - Vice-Presidente Jean Kuhlmann Natalino Lázare Manoel Mota Fernando Coruja Dirceu Dresch

COMISSÃO DE DEFESA DOS

DIREITOS DA PESSOA COM

DEFICIÊNCIA

José Nei Alberton Ascari - Presidente Gean Loureiro – Vice-Presidente Cleiton Salvaro Narcizo Parisotto Serafim Venzon Luiz Fernando Vampiro Luciane Carminatti

COMISSÃO DE RELACIONAMENTO

INSTITUCIONAL, COMUNICAÇÃO,

RELAÇÕES INTERNACIONAIS E DO

MERCOSUL

Rodrigo Minotto - Presidente Neodi Saretta - Vice-Presidente Kennedy Nunes Ricardo Guidi Silvio Dreveck Antonio Aguiar Valdir Cobalchini

COMISSÃO DE FINANÇAS

E TRIBUTAÇÃO

Marcos Vieira - Presidente Darci de Matos - Vice-Presidente Kennedy Nunes Patrício Destro Rodrigo Minotto José Milton Scheffer Antonio Aguiar Gean Loureiro Dirceu Dresch

COMISSÃO DE AGRICULTURA

E POLÍTICA RURAL

Natalino Lázare - Presidente José Milton Scheffer - Vice-Presidente Gabriel Ribeiro Cesar Valduga Mauro de Nadal Manoel Mota

Dirceu Dresch

COMISSÃO DE ECONOMIA, CIÊNCIA,

TECNOLOGIA, MINAS E ENERGIA

Silvio Dreveck - Presidente Cleiton Salvaro - Vice-Presidente Darci de Matos Rodrigo Minotto Luiz Fernando Vampiro Mauro de Nadal Dirceu Dresch

COMISSÃO DE TURISMO

E MEIO AMBIENTE

Gean Loureiro - Presidente Ricardo Guidi - Vice-Presidente Gabriel Ribeiro Cesar Valduga João Amin Maurício Eskudlark Neodi Saretta

COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS

Dirceu Dresch – Presidente Narcizo Parisotto – Vice-Presidente Ismael dos Santos Natalino Lázare Marcos Vieira Dalmo Claro Luiz Fernando Vampiro

COMISSÃO DE ÉTICA E DECORO

PARLAMENTAR

Kennedy Nunes- Presidente

Marcos Vieira - Vice-Presidente

Jean Kuhlmann

Ricardo Guidi

João Amin

Antonio Aguiar

Fernando Coruja Ana Paula Lima

Narcizo Parisotto

COMISSÃO DE SEGURANÇA PÚBLICA Romildo Titon - Presidente Maurício Eskudlark - Vice-Presidente Ricardo Guidi João Amin Antonio Aguiar Ana Paula Lima Rodrigo Minotto

COMISSÃO DE EDUCAÇÃO, CULTURA

E DESPORTO Valdir Cobalchini - Presidente Luciane Carminatti – Vice-Presidente Gabriel Ribeiro Natalino Lázare Rodrigo Minotto Serafim Venzon Gean Loureiro

COMISSÃO DE LEGISLAÇÃO

PARTICIPATIVA Cesar Valduga - Presidente Patrício Destro – Vice-Presidente José Milton Scheffer José Nei Alberton Ascari Patrício Destro José Milton Scheffer Romildo Titon Manoel Mota Neodi Saretta

COMISSÃO DE SAÚDE Ana Paula Lima - Presidente Doutor Vicente - Vice-Presidente Cleiton Salvaro Cesar Valduga José Milton Scheffer Fernando Coruja Dalmo Claro

COMISSÃO DE PROTEÇÃO CIVIL Patrício Destro - Presidente Ana Paula Lima – Vice-Presidente Jean Kuhlmann Doutor Vicente Fernando Coruja Romildo Titon Narcizo Parisotto

COMISSÃO DE DEFESA DOS

DIREITOS DA CRIANÇA E DO

ADOLESCENTE Doutor Vicente - Presidente Ricardo Guidi - Vice-Presidente Ismael dos Santos Mauro de Nadal Romildo Titon Neodi Saretta Cesar Valduga

COMISSÃO DE PREVENÇÃO

E COMBATE ÀS DROGAS Ismael dos Santos – Presidente Narcizo Parisotto – Vice-Presidente Natalino Lázare Doutor Vicente Dalmo Claro Fernando Coruja Ana Paula Lima

18ª

Legislatura ESTADO DE SANTA CATARINA 1ª Sessão

Legislativa

2 DIÁRIO DA ASSEMBLEIA - SC - NÚMERO 6.842 19/06/2015

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Coordenadoria de Publicação:Responsável pela revisão dosdocumentos digitados, bem comoeditoração, diagramação edistribuição.Coordenador: Roger Luiz Siewerdt

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EXPEDIENTE

Assembleia Legislativa do Estado de Santa CatarinaPalácio Barriga Verde - Centro Cívico Tancredo Neves

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IMPRESSÃO PRÓPRIA - ANO XXIVNESTA EDIÇÃO: 24 PÁGINASTIRAGEM: 5 EXEMPLARES

ÍNDICE

Publicações DiversasAudiências Públicas ............... 2Ata de Comissão Permanente............................................... 21Extratos................................ 22Parecer ................................ 22

P U B L I C A Ç Õ E S D I V E R S A S

AUDIÊNCIAS PÚBLICASVereador Mário Paulini, Presidente da Câmara de Vereadores deAraquari; senhor Paulo Renato Vecchietti, Secretário de Infraestruturade Joinville; senhor Marcos Boettcher, secretário parlamentar, neste atorepresentando o Deputado Estadual Patrício Destro; senhor JuarezTirelli Gomes dos Santos, secretário de Meio Ambiente de Joinville;senhor Fabiano Spezia, secretário de Planejamento de Massaranduba;Vereador Maycon César Rocher da Rosa, de Joinville; Vereador ManoelFrancisco Bento, de Joinville; Vereador Fabiano Floriani Garcia, deAraquari; Vereador Maurício Peixer, de Joinville; Vereador JamesSchroeder, de Joinville; Vereador Claudionir Arbigaus, de Barra Velha;Tenente PM Eduardo Pires, neste ato representando o Comandante do17º Batalhão Tenente-Coronel PM Hilário Zils; senhor Onévio AntônioZabot, gerente Regional da Epagri de Joinville; senhor Bruno CarlosSilva, vice-presidente do CDL de Joinville; senhor Ademir Machado,neste ato representando o presidente do Deinfra Paulo Roberto Meller;senhor Norberto Viana, conselheiro municipal de Trabalho e Emprego deJoinville; senhor Alcidir Boaretto, presidente da Associação Comercial eIndustrial de Araquari; senhor Ari Rabaiolli, presidente do Sindicato dasEmpresas de Transportes de Cargas e de Operações Logísticas deJoinville; senhor Natal de Freitas, presidente do Partido Comunista doBrasil de Joinville; senhor Jorge Roberto Damasceno, presidente daAssociação dos Servidores Públicos de Joinville; senhor Rolf Decker,presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias daRefrigeração de Joinville; senhor Ladércio Bernardo (Zico), presidenteda Associação de Moradores do Canto do Rio; senhor José AniltonPereira (Zezinho), presidente do Conselho Comunitário do bairro Iririu,Joinville; senhor Ingo Melcherti, vice-presidente da Associação deMoradores do bairro Costa e Silva - Amauca; senhor Telmo Camargo,presidente da Associação dos Moradores de Santa Helena; senhorJaekel Souza, comandante dos Bombeiros Voluntários de Joinville;senhor Marlon Sagaz, presidente da União Joinvillense das Associaçõesde Moradores.

ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PROMOVIDA PELA COMISSÃO DETRANSPORTES E DESENVOLVIMENTO URBANO DA ASSEMBLEIALEGISLATIVA DO ESTADO DE SANTA CATARINA PARA DEBATER AIMPLANTAÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DO NORTE/NORDESTEE A MOBILIDADE URBANA DA REGIÃO DE JOINVILLE, REALIZADA NODIA 30 DE ABRIL DE 2015, ÀS 19H, NO PLENÁRIO DA ASSOCIAÇÃOCOMERCIAL E INDUSTRIAL DE JOINVILLE

A SRTA. MESTRE DE CERIMÔNIAS (Nicoli Madeira) -Senhoras e senhores, boa-noite.Nos termos do Regimento Interno do Poder Legislativo

catarinense, damos início à audiência pública convocada peloExmo. Deputado Estadual João Amin, Presidente da Comissão deTransportes e Desenvolvimento Urbano da Assembleia Legislativado Estado de Santa Catarina, por proposição do Exmo. DeputadoEstadual Darci de Matos, para debater a implantação da RegiãoMetropolitana do norte/nordeste e a mobilidade urbana da regiãode Joinville.

Convido para tomar assento à mesa dos trabalhos, asseguintes autoridades: Deputado Estadual João Amin, Presidente daComissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano da AssembleiaLegislativa de Santa Catarina; Deputado Estadual Darci de Matos,membro da Comissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano daAssembleia Legislativa de Santa Catarina e proponente desta audiênciapública; Deputado Estadual Dr. Vicente Caropreso; Deputado EstadualDalmo Claro; Prefeito Mário Fernando Reinke, de Massaranduba;Prefeito Lauro Fröhlich, de Guaramirim; Prefeito Claudemir Matias, deBarra Velha; Prefeito Dieter Janssen, de Jaraguá do Sul; PrefeitoAdemar Henrique Borges, de Barra do Sul; Prefeito José Chaves, deGaruva; Prefeito Rovâni Delmônego, de São João do Itaperiú; VereadorRodrigo João Fachini, Presidente da Câmara de Vereadores de Joinville;Senhor Cássio Taniguchi, ex-Prefeito de Curitiba e Superintendente deDesenvolvimento da Região Metropolitana da Grande Florianópolis;senhora Silvana Fioravanti, presidente da Associação de Joinville eRegião da Pequena e Microempresa (Ajorpeme); Vice-Prefeito CleniltonCarlos Pereira, de Araquari.

Neste momento concedemos a palavra ao Deputado EstadualJoão Amin, Presidente da Comissão de Transportes e DesenvolvimentoUrbano, que presidirá os trabalhos desta sessão.

Uma boa noite a todos.O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin): Boa-

noite a todos e todas. Cumprimento os componentes desta mesarecém constituída; o Deputado Estadual Darci de Matos, proponentedesta audiência pública; bem como os outros colegas Deputados quese encontram nesta audiência; e, em nome do Prefeito Dieter, todos osPrefeitos aqui presentes.

Comunicamos aos interessados em fazer uso da palavra quedeverão fazer suas inscrições junto à equipe do Cerimonial.

Neste momento registramos a presença das seguintes auto-ridades: senhor Afonso João Ramos, gerente de Tecnologia daInformação, neste ato representando a senhora Simone Schramm,Secretária da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Joinville;

Eu gostaria de quebrar o protocolo e convidar para compor amesa o Coronel Tirelli, representando a Prefeitura de Joinville, que é oSecretário Municipal de Meio Ambiente de Joinville e, ao mesmo tempo,agradecer pela sua presença.

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19/06/2015 DIÁRIO DA ASSEMBLEIA - SC - NÚMERO 6.842 3

Eu gostaria de dar ciência de que, por proposição doDeputado Darci de Matos, conforme requerimento deliberado naComissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano, convidamos paraparticipar desta audiência pública para debater a implantação daRegião Metropolitana do norte/nordeste e a mobilidade urbana daregião de Joinville.

propus a criação da região metropolitana de Joinville e Araquari, porqueteoricamente tem que se Municípios conurbados, interligados, enfim.Mas após a visita que fiz com o Bento a Curitiba, nós verificamos queas coisas não são bem assim, porque Piên está a sessentaquilômetros de Curitiba e faz parte da região metropolitana. Portanto,eu logo emendei o projeto incluindo Itapoá, Garuva, Barra do Sul, SãoFrancisco, Barra Velha, São João, Massaranduba, Jaraguá do Sul,Guaramirim, Schroeder e Corupá na região metropolitana de norte,nordeste deveríamos incluir todos esses Municípios.

Nós temos a presença entre nós do ex-Prefeito de Curitiba, oSecretário Cássio Taniguchi, Superintendente da Região Metropolitanada Grande Florianópolis, que é referência nacional e internacional emtermos de mobilidade urbana. Muito bem. Então surgiram, mas as pessoas não entendiam

muito o que era região metropolitana. Ora, nós já temos asassociações dos Municípios, nós já temos as SDRs, isso talvez sejauma estrutura a mais, que vai gerar mais custos, etc.

Eu gostaria, de imediato de passar a palavra ao proponenteda audiência pública. Como roteiro da nossa reunião, após ajustificativa por parte do proponente, os demais Deputados irão usar apalavra; o Prefeito Dieter, vai falar em nome dos Prefeitos aquipresentes; o Vereador Rodrigo João Fachini, em nome dos demaisVereadores; depois passaremos a palavra ao senhor Cássio Taniguchi;e existe a assessoria da Comissão de Transportes à disposição detodas as senhoras, todos os senhores que, se quiserem se manifestar,podem ficar a vontade.

Agora, nós temos dois fatos novos, não é Presidente, quefazem com que realmente nós tenhamos que criar, que regulamentar aregião metropolitana nossa, e já vi que o Presidente João Amin quertratar desse tema nas demais cidades pólo do Estado, Blumenau,Chapecó e assim por diante. Quais são os dois fatos novos? Primeiro,tinha uma demanda judicial no Supremo no Rio de Janeiro em que oEstado do Rio de Janeiro brigava na Justiça para dar concessão desaneamento da região metropolitana. E o Supremo decidiu que não,que deveria ser criado um conselho lá, da região metropolitana com osMunicípios e o Estado, para decidir sobre essa concessão. Então essadecisão do Supremo, depois o Cássio pode me corrigir, deu forçajurídica para que nós possamos criar a região metropolitana. Mas ooutro fato relevante, que passou despercebido pela imprensa, foi nofinal do ano a sanção do Estatuto da Metrópole, que cujo relator meparece que foi o Deputado Mauro Mariani, não é Prefeito Ademar? Eesse Estatuto da Metrópole exige que os governos estaduais eprefeitos municipais tratem das questões como transporte, saúde, lixo,saneamento, abastecimento de água, da mobilidade, etc., de formaregional, como região metropolitana, sob pena de incorrer emimprobidade administrativa. Quer dizer, o Estatuto da Metrópolerealmente é rigoroso.

Eu gostaria de agradecer a Acij pela disponibilização desteexcelente auditório para a realização desta audiência. Também dizer quevamos limitar o tempo em cinco minutos, de acordo com o propositor, para ouso da palavra das pessoas que quiserem se manifestar.

Muito obrigado.Com a palavra o Deputado Estadual Darci de Matos, membro

da Comissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano.O SR. DEPUTADO ESTADUAL DARCI DE MATOS - A minha

saudação efusiva e respeitosa a todos os senhores, senhoras e auto-ridades.

Saúdo inicialmente o jovem e dinâmico Presidente daComissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano da AssembleiaLegislativa, Deputado Estadual João Amin que foi muito atencioso nomomento em que propusemos a realização desta audiência pública,que surgiu em virtude de um evento similar que o Deputado João Aminrealizou na Grande Florianópolis. Obrigado, Deputado João Amin, eparabéns pela condução desta tão importante Comissão do Parlamentocatarinense.

Então são fatos que deram uma força, um combustível amais, Bento, à nossa tese. Concluindo as minhas palavras, quero dizerque realmente nós não temos que criar região metropolitana só emvirtude da decisão do Supremo ou do Estatuto da Metrópole; nós temosque criar porque é fundamental, não vivemos numa ilha. Nós temoscasos de pessoas que moram em Jaraguá, trabalham na BMW emAraquari e estudam em Joinville. Talvez daqui a dez ou quinze anos nósvamos precisar de Guaramirim para captar água para abastecer Joinvilleno rio Itapocu. E a revista Exame traz matéria dizendo que muitas boasprovidências no Brasil deixaram de ser tomadas por brigas políticas dosMunicípios vizinhos.

Eu quero também fazer a minha saudação ao DeputadoCaropreso também da região, Deputado Estadual Dalmo Claro deOliveira e justifico a ausência do Deputado Kennedy e do DeputadoPatrício, que não puderam estar presentes por terem compromissospreviamente agendados. [Taquígrafa-Revisora: Almerinda Lemos Thomé]

(Cumprimenta todos os membros da mesa e os demaispresentes.)

Para fazer justiça eu não posso deixar de falar do Bento,porque o Bento tem tratado muito desse tema na Câmara deVereadores, inclusive fomos à Curitiba visitar a região metropolitana e oBento é quem tem cobrado, tem falado e tem se movimentado. Então,Bento, parabéns pelo trabalho que você tem feito na nossa cidade.

Lá em Florianópolis nós estamos perdendo tempo e dinheiro,porque a região metropolitana da Grande Florianópolis, a terra do nossoPresidente, João Amin, a Capital, eles já estão elaborando um plano demobilidade urbana e o Estatuto da Metrópole exige que em três anosse elabore um plano de desenvolvimento urbano integrado. Isso tudoestá sendo feito com recursos do governo do Estado. Então estamosperdendo tempo e dinheiro. E esse plano vai tratar da questão dosmananciais, uso da ocupação do solo, enfim. Nós vamos passar aplanejar, não só Joinville, não só Araquari, mas o norte, o nordeste e oVale do Itapocu para daqui a vinte, trinta, quarenta, cinquenta anos.Quer dizer, isso é um grande avanço.

Nós temos a presença do grande ex-prefeito de Curitiba, umdos arquitetos mais renomados do Brasil e do Mundo, que está aqui,Cássio Taniguchi, que vai proferir uma palestra que com certeza vai serde grande valia em termos de conhecimentos técnicos e planejamentourbano neste evento. Obrigado por ter aceitado o convite.

Quero saudar o setor produtivo. Muitas vezes, Deputado JoãoAmin, a gente toma as atitudes e esquece quem paga a conta. O setorprodutivo aqui representado por muitas entidades empresariais, mas eume dirijo neste momento à Silvana, que preside a maior associaçãodas pequenas e microempresas do Brasil, obrigado pela sua presença;também o representante do Prefeito Udo, que não pode estar presente,mas está perfeitamente inteirado, integrado a este trabalho e apóia acriação da região metropolitana.

E as vantagens, rapidamente. Que vantagens nós temos? Porexemplo, o Hospital São José atende 30% ou 25% - vejam senhoresVereadores - de pacientes da região. Poderá pedir uma compensaçãoao Ministério da Saúde por esses atendimentos. Quer dizer, essa éuma grande vantagem. O problema do transporte de Araquari, DeputadoDalmo, que o ônibus não pode entrar em Araquari, para ali e o pessoalvai na chuva, o que sai na imprensa todos os dias, vai ser resolvido,porque nós vamos ter o transporte urbano de Joinville e o transporteintegrado intermunicipal. Pegando o exemplo de Curitiba, acho que se apassagem para São Francisco ou para Jaraguá custa R$ 12 ou R$ 13,poderá cair para R$ 6 ou R$ 7.

Dito isso, Presidente, quero dizer que há dezoito anos,Deputado Voltolini, o senhor foi Deputado Estadual, o Parlamento tratade região metropolitana em Santa Catarina. E em 2010 foi aprovada aLei 495 que criou onze regiões metropolitanas em Santa Catarina. O ex-prefeito Cássio Taniguchi acha que nós nos excedemos um pouco,porque me parece que São Paulo tem três. Mas nós queremos onzeregiões metropolitanas.

Outra vantagem fundamental: o subsídio do programa MinhaCasa Minha Vida é um subsídio maior se nós tivermos a regiãometropolitana. Outra vantagem, muitos programas do governo federalsão gestados especificamente para regiões metropolitanas. Ou dou umexemplo, me parece que o núcleo de imobiliárias foi pedir um patrocínioda Caixa Econômica para o feirão da habitação e o gerente disse:“Olha, eu não posso. Só poderia se fosse região metropolitana.”

E no ano passado, o Governador Raimundo Colombo mandoupara a Assembleia Legislativa - só quero contextualizar - um projeto delei regulamentando a região metropolitana da Grande Florianópolis, ecriando a Superintendência, que é uma autarquia com autonomiaadministrativa, financeiro-orçamentária, e cujo superintendente dessaSuperintendência, o Secretário, o grande comandante, é o ex-prefeitode Curitiba, Cássio Taniguchi.

Então nós temos inúmeras vantagens com a criação daregião metropolitana. Por exemplo, mobilidade urbana. Em São Paulo, arevista Exame traz uma informação dizendo que se São Paulo tratassea questão do transporte urbano como região metropolitana elespoderiam abrir mão da circulação de dois mil ônibus.

Muito bem. E nós rapidamente dissemos, Deputado JoãoAmin, que somos a maior cidade de Santa Catarina, então nósentendemos que a segunda região metropolitana deveria ser criadaaqui, a do norte, nordeste e do Vale do Itapocu. Eu protocolei umprojeto de lei que tramita na Assembleia, está na Comissão de Justiça,cujo relator é o Deputado Guidi, do sul. Esse projeto não andou comodeveria. Por quê? Porque nós, no meu entendimento, precisamos fazeruma mobilização, criar um clima, amadurecer o projeto para que elepossa andar, para sensibilizar o Governador e os Parlamentares. E issoas forças vivas de Joinville estão fazendo. E essa audiência tambémcumpre esse objetivo.

Sendo assim, esse assunto é da maior importância paratodos nós, fico feliz que os Prefeitos estejam todos aqui. Queroagradecer a presença de todos e quero parabenizar a presença doDalmo, do Deputado Caropreso e a condução dessa Comissão tãoimportante da Assembleia pelo jovem Deputado João Amin, quechegou à Assembleia já atuando com muita experiência e como umveterano.

Parabéns, muito obrigado e um grande abraço. (Palmas.)Então a região metropolitana de Joinville, inicialmente nós,

com critérios do IBGE, Presidente João Amin, criamos o meu projeto,O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) -

Obrigado, Deputado Darci de Matos.

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4 DIÁRIO DA ASSEMBLEIA - SC - NÚMERO 6.842 19/06/2015

Gostaria de cumprimentar o ex-Deputado Eni Voltolini.Não me lembro se o cerimonial o fez, mas se não o fez o façoduplamente.

Então, necessariamente, hoje nós vivemos um momento emque os melhores centros de diagnóstico e tratamento médico, vamoschamar de centros hospitalares, nem sempre são necessariamente deinternação, às vezes são tratamentos ambulatoriais, como é o caso daquimioterapia, da radioterapia, de cirurgias que se fazem, deintervenções em um único dia sem precisar internação, mas que têmque ser feitos em grandes centros. Tanto é que esse é um fenômenoque nós observamos hoje. Inclusive no dia de hoje tivemos uma reuniãocom a Federação e a Associação dos Hospitais de Santa Catarina naAssembleia e a grande maior parte dos Municípios que tinha pequenoshospitais percebe que esses hospitais já não conseguem maissobreviver por motivos diversos, mas principalmente porque não têm aescala e não oferecem o serviço da maneira como o cidadão precisa.

Essa reportagem da revista Exame, mencionada peloDeputado Darci de Matos, diz a que a Lei da Metrópole, a novalegislação que obriga Prefeitos e Governadores a resolverconjuntamente questões como transporte, saneamento, coleta de lixo eo planejamento urbano das regiões metropolitanas, traz um dadointeressante. [Taquígrafo-Revisor: Eduardo Delvalhas dos Santos] Doisem cada 5 brasileiros vivem nas 25 principais Regiões Metropolitanasdo País, sendo que 16 delas respondem por metade do PIB. Apesardisso, essas áreas permanecem num limbo jurídico, não havendo umalegislação para tratar de problemas comuns como transporte,planejamento, coleta de lixo, tratamento de esgoto e atendimentomédico, por exemplo, que ficam sob a responsabilidade de cadaMunicípio.

Nós vemos muitos casos de hospitais com cinquenta leitos euma taxa de ocupação de menos de 20%, porque não têm a tecnologiaque o paciente procura, e esse paciente sai da sua cidade, que temesse pequeno hospital, e procura diretamente o hospital da cidademaior mais próxima que detenha aquele recurso. Então há necessidadeque termos essa hierarquização e essa integração regional na questãoda saúde.

Então, enquanto não forem implementadas as RegiõesMetropolitanas na sua totalidade, os Municípios sozinhos estarãoperdendo essas oportunidades, pois que poderiam ganhar se asquestões estivessem sendo tratadas em conjunto.

Passo a palavra ao Deputado Estadual Dr. Vicente Caropreso,representante de Jaraguá do Sul.

É importantíssimo e eu acho que essa seria uma ação e umacompetência essencial de uma superintendência, de uma organizaçãode uma Região Metropolitana.O SR. DEPUTADO ESTADUAL DR. VICENTE CAROPRESO -

Boa-noite a todos. (Cumprimenta todos os componentes da mesa e osdemais presentes.)

Parabéns, Darci, por esta iniciativa e eu acho que nós temosmuito a ganhar se avançarmos sob esses aspectos.

Na realidade estou me inteirando do assunto maisdetidamente há poucas semanas. Para os senhores terem uma ideia,as leis são bem recheadinhas e a gente espera realmente que essegrande processo de tornar as Regiões Metropolitanas mais fáceis deviver não seja tão difícil e que os Municípios não percam mais osparcos recursos que sobram em seus orçamentos. Tomara realmenteque acelere o desenvolvimento e facilite a vida das pessoas, quedeixaram há algum tempo de morar na roça, na colônia para morarpraticamente dentro de grandes conglomerados que hoje vão sejuntando uns aos outros. Aqui em Joinville e Araquari não se sabe maisonde é um lado e onde é o outro; Jaraguá do Sul com Guaramirim amesma coisa.

Obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) -

Obrigado pela contribuição, Deputado Dalmo.Passo agora a palavra ao representante dos Prefeitos

presentes a esta audiência pública, o excelentíssimo senhor PrefeitoDieter Janssen, de Jaraguá do Sul.

O SR. PREFEITO DIETER JANSSEN (Jaraguá do Sul/SC) -Boa-noite a todos. Também vou ser bastante breve para que a gentepossa escutar as palavras do ex-Prefeito Cássio Taniguchi.

Eu vou na linha do Deputado Vicente Caropreso, que faloumais em nome da região de Jaraguá. Concordo com as palavras daspessoas que me antecederam, mas acho que a questão que o Vicentecolocou é acertada, é uma noite para ouvirmos bastante, aprendermosum pouco mais, é um assunto talvez novo para a gente que vemtrabalhando, estudando essa questão, sabermos quais são os pontosfortes e os pontos que daqui a pouco possam eventualmente trazeralguma coisa negativa para alguma cidade. Enfim, acho que é hora dediscutirmos isso.

Então, realmente são várias as questões, como a dotransporte, a da água, a da segurança, a da habitação, nas quais vãose aglomerando os problemas, e se esses problemas puderem serresolvidos de uma maneira conjunta e equilibrada, acho que todomundo sai lucrando, e sai lucrando se ninguém sair ganhando mais doque o outro. Esse é o pensamento que cada um dos Prefeitos tem aoacreditar nesse grande projeto, ou seja, acreditar em uma coisa que váequilibrar em termos de transporte, de saúde, como foi colocado aquipelo amigo Darci; compensações virão em áreas cruciais como saúde eassistência social também.

Quero cumprimentar aqui o Deputado João Amin, Presidenteda Comissão, também o Deputado Darci de Matos, que é o proponentedesta audiência, o Deputado Dalmo, o Deputado Vicente, que é danossa cidade, e o ex-Deputado Eni Voltolini também, uma referência,grande professor, que com certeza vai poder nos ajudar muito com asua experiência, uma pessoa do bem. Em nome do Prefeito Rovani,cumprimento todos os Prefeitos da região, em nome do VereadorRodrigo Fachini, cumprimento todos os Vereadores, cumprimento aSilvana, nossa parceira - a Silvana é um exemplo, pois é moradora deJoinville e também já trabalhou em Jaraguá e é a prova de querealmente as cidades se comunicam muito.

A gente espera então que mais esse ensinamento doprofessor Cássio Taniguchi possa esclarecer cada vez mais as váriasautoridades que aqui se encontram presentes. Acho, Darci, que nósestamos no caminho certo. Vamos ouvir, vamos amadurecer, inclusiveexiste uma ideia, que não é um balde de água fria, mas uma questãode sapiência do meu Prefeito Dieter de pensar a formação de outraregião dentro dessa conversa, da região de Jaraguá, já que até duascidades foram colocadas de lado, como Corupá e Massarandubainicialmente.

Enfim, estava aqui passando no papel algumas coisas, comoa questão do lixo, que é uma questão que a gente já discute na região,pois não adianta somente o Município de Jaraguá resolver a questão dolixo, nós temos que resolver isso em grupo, pois assim com certezaseremos mais fortes. Se precisarmos conversar com o Governador,com a Presidente da República, com Ministro em nome de uma região,de um grupo de Prefeitos, com certeza teremos mais força para brigarpelas nossas bandeiras.

Nós acreditamos que fazendo um projeto que contempleigualmente as cidades e realmente facilite a vida do cidadão e de quemtoca os Municípios, ele terá o apoio da população, da classe política,da imprensa e, acima de tudo, do cidadão que anda meio carente derespostas a altura das várias questões que existem aí para resolver.

Um abraço e bom trabalho a todos. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Muito

obrigado, Deputado Vicente Caropreso.Saneamento também é um assunto que a gente discute na

nossa região, pois não adianta uma cidade tratar o seu esgoto se o seuvizinho não trata. Tem a questão ambiental, que hoje é tão fortementediscutida, tem a questão de segurança, e não adianta nada uma cidadese preocupar com segurança se o seu vizinho não tem os mesmosequipamentos, a mesma capacidade de defesa. [Taquígrafa-Revisora:Siomara G. Videira]

Passamos agora a palavra ao Deputado Estadual DalmoClaro.

O SR. DEPUTADO ESTADUAL DALMO CLARO - Boa-noite atodos. (Cumprimenta os componentes da mesa e os demaispresentes.)

Quero apenas realçar a importância de tratarmosdeterminados problemas e termos ações em abrangência regional,porque essa seria a característica daquilo que não cabe ser uma açãoestadual e exige algo regionalizado, mas que extrapola as fronteirasdos Municípios.

Na saúde já temos o Consórcio Cisnordeste, que é uma provade que é importante trabalharmos em conjunto. Os Prefeitos deMassaranduba, Guaramirim e São João estão aqui e podem confirmar,a gente já faz compras em conjunto também e compra-se muito bem,compramos consultas, procedimentos através do ConsórcioCisnordeste, então é mais uma prova de que, com certeza, em conjuntosomos mais fortes.

Hoje vivemos um momento no qual realmente os Municípiosestão se conurbando, estão se misturando. Como já acontece nasmaiores metrópoles do Brasil, às vezes não conseguimos maisdistinguir também aqui diferenças quando estamos numa cidade e emoutra, e os serviços muitos deles são necessários que sejam prestadosde forma conjunta e que haja integração entre eles, e no setor detransporte é muito evidente isso.

Na educação também é a mesma coisa: sozinhos não vamoschegar a lugar algum. No transporte, um grande exemplo sempre citadoé Curitiba. Eu estive visitando o IPPUC (Instituto de Pesquisa ePlanejamento Urbano de Curitiba) e a região de Curitiba é todainterligada. Você compra uma passagem de ônibus e vai de um lado aoutro da Grande Curitiba. Eu acabei de vir de Florianópolis agora e,passando, falei: “Já, já, vejo um corredor aqui de ônibus”. As pessoasse deslocando, eventualmente morando em Joinville e indo trabalharem Araquari. Vem um condomínio industrial agora, próximo ao trevo deJaraguá, ou seja, vai ser uma grande ligação, pois já estamos pratica-mente ligados a Jaraguá pela Rodovia do Arroz.

Mas eu quero realçar aqui a questão da saúde. Mais do quenunca é evidente a necessidade de que a questão da assistência àsaúde na média e na alta complexidade seja obrigatoriamente decaráter regional. Não cabe a cada Município replicar estruturas, porquehoje a tecnologia médica exige profissionais e equipamentos que, porsua vez, só se justificam em grande número de pessoas, em grandenúmero de população. Não cabe ter um alto especialista para cadapequeno grupo de população de cada cidade.

Então, com certeza a união está mostrando que é por aí. Sótemos que ver talvez o tamanho, não é, Deputado João Amin? Como

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falou aqui o Deputado Vicente, qual é o tamanho ideal para uma regiãometropolitana? Quantos Municípios? Qual seria o tamanho ideal com oqual todos ganhariam? Talvez se for muito ampla... Uma pergunta: como que será que Monte Castelo, lá na divisa, lá em cima, ganha mais?Estando ligado a uma grande região ou a uma região um pouco menor?Como o Município ficaria mais produtivo?

metropolização, e mesmo o governo federal ainda tem algumasdúvidas. Porém vamos tentar fazer uma avaliação nossa, de quemaneira nós podemos trabalhar com essas questões de regiõesmetropolitanas.

(Utiliza imagens em PowerPoint para ilustrar a suaapresentação.)

Então, eu acho que esta noite a gente vai poder tentarconhecer um pouquinho mais sobre isso aí.

As Regiões Metropolitanas, inicialmente criadas na décadade 1970, foram aquelas que apresentavam alguma característica. SãoPaulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, por exemplo, já tinham umacaracterística muito própria de conurbação, de atividade muito comumentre os Municípios. Já Curitiba não tinha. Naquela época, era basica-mente Curitiba e havia alguma conurbaçãozinha talvez com Pinhais,com Colombo, mas muito pouco. Belém, nem se fala - era Belém e umnome indígena que eu não consigo pronunciar (ri), mas eram doisMunicípios tão-somente.

Boa palestra ao doutor Cássio Taniguchi, com quem jáestivemos juntos esta semana falando de mobilidade urbana lá emFlorianópolis. Obrigado aos Prefeitos, a gente está junto para aprenderum pouco mais; e parabéns aos Deputados que estão realizando estaaudiência.

Obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) -

Obrigado, Prefeito Dieter. Quanto a outros Municípios, Porto Alegre já tinha uma escalaboa, mas não foi para frente porque tinha um viés um poucotecnocrático, veio na época da ditadura militar e, obviamente, não foipara frente. Algumas regiões metropolitanas foram, como é o casoespecífico de São Paulo, que criou a Emplasa e uma série demecanismos institucionais; a questão de Belo Horizonte também; doRio de Janeiro, com a Funden - fui diretor lá, depois fomos expulsos doRio de Janeiro, enfim, são coisas que acontecem na vida profissionalda gente.

Nós gostaríamos de comunicar aos interessados em fazeruso da palavra que deverão fazer sua inscrição com a equipe doCerimonial, que se encontra presente aqui à minha direita.

Gostaria de passar a palavra ao Vereador Rodrigo JoãoFachini, Presidente da Câmara de Vereadores de Joinville.

O SR. PRESIDENTE DA CÂMARA DE VEREADORES DEJOINVILLE (Vereador Rodrigo João Fachini) - Obrigado, Deputado.

Eu quero, de forma bem breve, cumprimentar cada uma ecada um, e dizer que me sinto no direito de desejar boas-vindas atodos. Quero cumprimentar os Deputados Estaduais, e se mepermitem, cumprimentar de forma especial o Deputado Dalmo Claro,correligionário do meu PMDB; o Presidente desta Comissão, DeputadoJoão Amin; o Deputado Caropreso, da nossa querida vizinha Jaraguá doSul; e já com sentimento de gratidão, cumprimento o Deputado Darci,que traz esse assunto de tamanha relevância para que possamosdebater na noite de hoje.

E hoje, o que nós temos? Temos 66 Regiões Metropolitanasno País, com grandes diferenças de critérios para a sua instituição.Podem observar que Santa Catarina, toda ela, é Região Metropolitana.Acho que é o único Estado que tem a maior quantidade de RegiõesMetropolitanas do Brasil. Então a gente vê que essa questão dametropolização, muitas vezes, é criada basicamente em função política.Originalmente, nas décadas de 1970, de 1980, era porque se vocêestivesse dentro de uma Região Metropolitana não pagava a tarifainterurbana, pagava como se fosse local. Então, isso também ensejoua criação dessas Regiões Metropolitanas.

Eu falava há pouco ao Prefeito Cássio que eu morava emCuritiba justamente quando ele foi Prefeito daquela cidade, e eu vivi aRegião Metropolitana. Eu morei durante um período na cidade deColombo, mas estudava e vivia ativamente na cidade de Curitiba,permitido justamente pela conurbação das cidades, exatamente pelametrópole ali formada. E sou testemunha dos serviços públicos, doatendimento público que a Região Metropolitana pode oferecer ao seucidadão.

Além disso, nós temos os aglomerados urbanos, que nãoforam muito para frente, instituídos em número de 5, com 64Municípios; as 71 Regiões Metropolitanas, das quais 1.200 Municípiosfazem parte; a Ride, que é a Região Integrada de DesenvolvimentoEconômico, como é o caso de Brasília, por exemplo. Desse total, temosuma população de 106 milhões de pessoas. Portanto, metade dapopulação brasileira se localiza nas Regiões Metropolitanas,concentrando-se em apenas 7% do território nacional. Hoje, as regiõesmetropolitanas respondem por 89% dos domicílios em favelas.[Taquígrafa-Revisora: Carla Greco Granato] [Leiturista: Siomara G.Videira]

Esse tema vem sendo amplamente discutido na Câmara deVereadores, em especial pelo Vereador Bento, e a demonstração donosso entendimento sobre a importância desse tema se faz na noite dehoje, quando aqui temos a presença do Vereador Maurício Peixer, doVereador James Schroeder, do Vereador Maycon e também do VereadorBento, que têm tratado esse assunto de forma muito intensa dentro daCâmara de Vereadores.

Então, vejam bem, região metropolitana é bom? É! (Mostraslide.) Só que as regiões metropolitanas agrupam quase 90% dasfavelas; concentram 60% do déficit habitacional; respondem por 65%do total de receitas em abastecimento de água e esgotamentosanitário; concentram 90% de pessoas com renda abaixo de trêssalários mínimos; e apresentam taxas superelevadas em termos decriminalidade. Portanto, é realmente preocupante as regiõesmetropolitanas terem esse tipo de característica. Felizmente, não é ocaso aqui de Santa Catarina, que tem qualidade de vida bem melhor.

Fico muito feliz quando vejo também aqui a presença detodos os Prefeitos da nossa região, esses que têm interesse maior nacerteza de que a Região Metropolitana vai, sim, oferecer melhorqualidade de vida ao nosso cidadão.

Eu há pouco me certificava aqui com o Prefeito Cássio: hoje,mais de 50% dos brasileiros vivem a Região Metropolitana. Então,Deputado Darci, na condição de Presidente do Legislativo Municipal,quero parabenizar a ação de V.Exa., mas na condição de morador, decidadão joinvilense, fica aqui a minha gratidão.

Os principais desafios ao desenvolvimento das regiõesmetropolitanas: a integração das políticas públicas que são deinteresse comum - de que forma isso pode ser implantando com ofortalecimento, inclusive, da governança interfederativa tanto horizontalquanto vertical. O que é isso? Governança interfederativa envolve adestinação de algumas funções municipais e estaduais para um entemetropolitano.

Obrigado e uma boa noite a todos. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) -

Obrigado, Vereador Rodrigo Fachini.Gostaria de passar agora a palavra ao nosso convidado mais

do que especial desta noite, o senhor Cássio Taniguchi, ex-Prefeito deCuritiba e Superintendente da Região Metropolitana da GrandeFlorianópolis.

Aqui um exemplo: as operações urbanas consorciadas, quesão basicamente de atividade municipal, podem ser delegadas para umente metropolitano. Por quê? Por exemplo, você tem um eixo detransporte, um eixo troncal, que é o caso de Florianópolis, no qual sãodois eixos, três eixos, e, ao longo desses eixos, você vai ter que fazerum adensamento habitacional de serviços geradores de empregos.Para isso você vai fazer uma operação urbana. Essa operação urbana,teoricamente, poderia ser de Florianópolis, poderia ser de São José, oude Biguaçu, ou de Palhoça - são os três Municípios mais desenvolvidos.A hora em que se cria essa instância superior da Região Metropolitanaessas funções podem ser delegadas a esse ente metropolitano, e eleacaba criando e cobrando, até para financiar as obras necessárias paraimplantação de um tronco, por exemplo, de BRT.

O SR. CÁSSIO TANIGUCHI - Boa-noite a todos.Eu prefiro ficar andando para desestressar um pouco, mas

gostaria de agradecer o convite feito pelo nosso Presidente daComissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano, meu queridoamigo João Amin; e também o Darci de Matos, que é o propositor destalegislação aqui para Joinville e região; ele é um grande lutador. Até mefez uma surpresa bacana: entregou-me um distintivo da nossacampanha, que é uma lampadinha com um coração dentro. A gentedizia que a minha campanha era a cabeça e o coração, ou seja,avaliava tecnicamente as coisas, mas com muita sensibilidade socialpara com a população. E fomos, realmente, bem sucedidos.

Quero agradecer também os Deputados aqui presentes pelagentileza; os senhores Prefeitos - costumo chamá-los de “meus irmãosPrefeitos por parte de cidade”; o nosso Presidente da Câmara deJoinville, Rodrigo Fachini; também à Silvana, que representa aqui toda aárea empresarial, que é muito importante; todos os membros aqui damesa - se eu esqueci alguém, por favor, perdoe-me; e também todosaqueles que vieram aqui nesta audiência pública, que é muitoimportante.

Outra questão - no caso, horizontal - é que o Deter faz aconcessão das linhas intermunicipais, e isso nem sempre é muitoobedecido. Aqui, por exemplo, em Joinville acontece: para em Araquariporque+ não pode entrar. Isso é um absurdo, isso não existe! Esseente metropolitano tem o direito de definir a concessão, ou seja, deelaborar os editais para a concessão de linhas intermunicipaisdelegadas pelo Deter. Portanto, fazendo com que as linhas funcionemcomo linhas metropolitanas integradas, inclusive tarifariamente, não hánecessidade de pagar outra tarifa.O próprio Estatuto da Metrópole exige que qualquer proposta

de criação de região metropolitana passe por uma audiência pública e,ao mesmo tempo, por uma discussão ampla, democrática, para quenós possamos ter, efetivamente, o resultado que desejamos.

Então, esse tipo de governança interfederativa é o que demais inteligente aconteceu neste Estatuto da Metrópole, porque atéentão não existia; cada Município fazia e dizia o que queria: aqui vocênão entra, e tal. Era aquela briga que muitas vezes acontece com osMunicípios. Portanto, essa governança interfederativa é muitoimportante.

Eu vou usar aqui um PowerPoint da própria lavra do Ministériodas Cidades, que foi obtido por uma técnica da Secretaria dePlanejamento que esteve lá discutindo essa questão da

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Ainda temos como principais desafios: a integração de açõese investimentos em desenvolvimento urbano - é aquilo que nós falamos-; orçamentos e investimentos territorializados. Isto é, tanto o Estado,através dessa unidade de governança interfederativa, como osMunicípios vão ter que ajustar os seus orçamentos. Aí alguém fala:“Ah, mas os Municípios já estão pobres!” Concordo plenamente, e oEstado também, mas isso vai ter que acontecer de uma forma ou deoutra. Na medida em que algumas funções passem para o enteFederativo ou o ente metropolitano, vai também junto o orçamento. Éuma coisa complicadinha. Eu sei, por exemplo, que hoje a maioria dosMunicípios não tem margem para investir; praticamente todo o custeioestá dentro do orçamento e sobra muito pouco para o investimento. Éuma questão também muito delicada.

Nós estávamos discutindo no carro, Deputado João Amin, anecessidade de desapropriar determinadas áreas, porque sem adesapropriação não se faz a obra, e aí a desapropriação sempre cai emcima do Município.

Então esse mecanismo, o Cepac, pode ser perfeitamenteutilizado para o pagamento da desapropriação de um proprietário que,eventualmente, esteja no caminho de uma obra rodoviária, oumetroviária, ou seja lá o que for. Portanto, são mecanismosinstitucionais existentes e que podem ser usados.

A Gestão Plena é só quando se tiver todos esses três itensaprovados não só na Assembleia Legislativa, mas também nosMunicípios. Então, essa tal da Gestão Plena que tem lá no Estatuto daMetrópole não é daqui a dois anos, sei lá, três anos. [Taquígrafa-Revisora: Ana Rita M. de Souza] A partir daí sim o Ministério dasCidades diz: “Vou financiar, sim, mas já tem gestão plena?” Não, nãotem pronta. “Que pena! Aqui não é gestão plena de saúde, e osPrefeitos conhecem muito bem essa questão.”

A instituição de mecanismo e suporte financeiro e técnico éoutro problema, como eu disse, porque envolve a questão orçamentáriae técnicos capacitados para desenvolver toda programação contida noEstatuto da Metrópole.

Continuando, regula o exercício das funções públicas deinteresse comum, institui o Plano de Desenvolvimento Integrado daregião. Aqui tem um detalhe: esse é um plano muito importante, temque ser amplamente discutido; é um plano que demora, não acontecerapidamente. Por exemplo, o Plano de Mobilidade da GrandeFlorianópolis levou um ano e custou R$ 10 milhões. Felizmente oBNDES pagou essa conta; foi uma grande vitória do GovernadorRaimundo Colombo, mas custou muito caro. Por quê? O BNDES queriadar um exemplo de como fazer um plano de mobilidade que abrangessenão só um Município, mas que abrangesse toda uma RegiãoMetropolitana.

Outra coisa: harmoniza e integra as estratégias deplanejamento e gestão do território metropolitano. Os governos deEstado, de maneira geral, já têm pelo menos uma diretriz em relação aesse desenvolvimento territorial dentro do Estado - obviamente nãoentra no detalhe, mas deveria ter a estratégia. Por exemplo, aqui emSanta Catarina tem pelo menos a estratégia de que a açãogovernamental se orientará para regiões de menor IDH - é um critério eassim por diante. Então, é uma coisa muito importante.

Uma vez aprovado o Plano de Desenvolvimento UrbanoIntegrado, os Municípios vão ter que aprovar nas suas respectivasCâmaras os planos setoriais. É algo muito amarrado nos âmbitosestadual e municipal; é um processo bastante amplo, totalmentediscutido com a comunidade através de audiências públicas.

Portanto, o BNDES tem o maior interesse em financiar -depois, na hora em que tivermos que implantar os eixos de BRT - oinvestimento propriamente dito. Espero que sim! Estou retratando aqui aquilo que eu sinto de dificuldades, e

em Florianópolis está acontecendo a mesma coisa.Estabelece critérios para apoio da União às RegiõesMetropolitanas nas temáticas de desenvolvimento urbano. Esse apoio éaquela história: nós vamos fazer Região Metropolitana porque vemdinheiro do governo federal. Pode tirar o cavalo da chuva, não vem!Primeiro, o Estatuto da Metrópole, no item referente à criação do Fundode Desenvolvimento da Região, foi vetado pela Presidente. Então, sefaz um negócio desse bonito, legal, e cadê o faz-me rir, cadê odinheiro? Não tem! O dinheiro vem de orçamento. Alguém diz: “Ah, masjá tem o Ministério da Cidade, o Ministério dos Transportes, oMinistério da Integração Regional, que podem dar esse dinheiro.” Ossenhores Prefeitos que já foram a Brasília sabem que não é fácil pegaresse dinheiro.

Outra coisa boa é que não afeta os investimentos em cursonos Municípios. Os Municípios que estão negociando recursos com oMinistério das Cidades, ótimo! Continuem discutindo e peguem odinheiro o quanto antes. É necessário ter isso muito claro, gente; nãoestou aqui para enganar ninguém. É uma questão importante para queos Municípios possam desenvolver as suas atividades, afinal, aautonomia municipal é sagrada, está na Constituição e tem que serrespeitada.

Ainda, busca qualificar os investimentos nos Municípiosatravés de um olhar de planejamento urbano integrado. Essa é boa.Acho que Araquari, Joinville e inserções talvez para São Francisco doSul, que tem um porto enorme e que pode ter um potencial maior emfunção de novos investimentos que estão vindo para aquela região -provavelmente, um dia devem sair a Ferrovia do Frango, a Ferrovia daIntegração, como diz o Secretário de Planejamento. Mas esseplanejamento amplo de uma região tem que ser previsto, como a regiãode Joinville abrangendo alguns Municípios é fundamental e importanteporque temos que ter um horizonte: sei lá, 2040, 2050. Não dá parapensar só hoje. Então esse planejamento tem que ser em longo prazo,prevendo que haverá mudanças - provavelmente a BR-101 vai ter umanova diretriz e assim sucessivamente. Muitas modificações irãoacontecer ao longo de todos esses anos.

Institui o mecanismo de Gestão Plena para governançametropolitana. O que é Gestão Plena? É o instrumento legal deformalização da Região Metropolitana. Como formaliza? Através de umalei complementar, que é exatamente o que o Deputado Darci de Matosestá fazendo - tem que ser uma lei complementar que diga quaisMunicípios farão parte daquela Região Metropolitana. Tem que criaruma instância governamental, uma instância, portanto, de governançainterfederativa. Alguém vai ter que fazer toda a gestão das questõesmetropolitanas que vão surgir, especialmente nas áreas de mobilidade,saneamento, preservação e meio ambiente, habitação. Vocês podemver que grande parte da habitação subnormal ou favela está nasregiões metropolitanas. Então, o desafio é muito grande, tem quetrabalhar muito para isso.

O nosso Plano de Mobilidade para a Região Metropolitanatem como horizonte 2040, e isso é importante porque, se nada forfeito, em 2040 nós vamos ter mais congestionamentos, mais tempo deviagem e menos condições de circular nas cidades. Então, o Plano deMobilidade tem medidas imediatas e medidas em médio prazo, parapodermos modificar essa tendência que nós não queremos.

Gente, por falar em mobilidade, como é duro andar aquiem Joinville - não sei se é porque amanhã é feriado, nós ficamospresos no trânsito por uma hora e meia. Isso para não dizer que láem Florianópolis, quando eu vim para Curitiba de ônibus, ocorreuum acidente na BR-101, a pista ficou bloqueada, e ficamosaproximadamente três horas parados. Não tem jeito. Sabe porquê? Porque aqui, a Região Metropolitana de Florianópolis, ou emgrande parte das cidades, todas cresceram ao longo da rodovia,sem marginais, sem transposição; a cidade passou para o outrolado [da rodovia], como foi o caso de Camboriú, onde tiveram quecriar outro Município.

Isso inclui também um subsistema de planejamento e - issonão funciona em lugar algum, nem no Brasil e nem em Brasília - atuacomo marco indutor e não punitivo. Isso é muito importante. Porexemplo, para podermos conseguir trabalhar com os Municípios, umavez instituído o órgão metropolitano, nós temos que formalizarconvênios de cooperação. Esses convênios têm que ser aprovados naAssembleia Legislativa de Santa Catarina e nas Câmaras Municipais, ese tornam leis. A partir disso, define-se contratos de gestão oucontratos de programas, que vão definir quais as atividades que oMunicípio vai repassar ao ente metropolitano e quais as atividades oEstado deverá repassar ao ente metropolitano. Vejam, a confusão ébem grande. Mas é legal, é um bom desafio.

Portanto, é uma coisa terrível essa falta de planejamento, éum problema muito sério na maioria dessas regiões metropolitanas queestamos falando.

Essa estrutura de governança com controle social,mecanismos de articulação, audiências públicas, é fundamental,inclusive com estrutura orçamentária. A Superintendência deDesenvolvimento da Região Metropolitana da Grande Florianópolis(Suderf) foi criada em setembro do ano passado, de 2014, portantoantes do Estatuto da Metrópole. Essa Superintendência foi criadaatravés de uma ampla discussão que já vem ocorrendo há longo tempoem Florianópolis, com o Florianópolis Amanhã etc., mas, na hora deformular a estrutura da Superintendência, esqueceram do recurso.Como uma Superintendência vai funcionar sem dinheiro? “Ah! Mas temautonomia financeira, administrativa.” Mas sem dinheiro você não faznada.

Estamos conversando com todos os Prefeitos para tentaracertar todo esse processo o mais rápido possível, até porque asdemandas são grandes. São José está com o Plano Diretor pratica-mente pronto, mas o Plano de Mobilidade ainda não; Florianópolis nãotem o Plano de Mobilidade. O Plano de Mobilidade e o Plano Gestorajustado têm que ser aprovados na Câmara de Vereadores. O processoestá em andamento.

O prazo do Plano de Mobilidade acabou em 17 de abril, masestamos buscando com os nossos Deputados Federais e Senadoresuma maneira de prorrogar mais esse prazo. Existe um projeto de lei naCâmara Federal prorrogando por mais seis anos. Eu estou achandomuito, e os Prefeitos acabam jogando o manto e acabam não fazendo.É melhor deixar um prazo mais elástico, mas nem tanto, para quepossamos ter o Plano de Mobilidade o mais rápido possível porqueninguém mais agüenta esse congestionamento nas cidades.

Então, nós estamos modificando um pouco a legislação daSuderf para vincular a algumas receitas. Não vamos vincular,obviamente, a impostos porque isso é inconstitucional, mas podemosvincular a alguns instrumentos, como ao Certificado de PotencialAdicional Construtivo (Cepac), que é perfeitamente legal, está previstono Estatuto da Cidade e pode ser uma fonte boa de receitas para aSuperintendência.

Continuando (mudança de imagem), limita-se às políticas dedesenvolvimento urbano. E as 66 Regiões Metropolitanas já estão

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instituídas e deverão se adequar ao Plano, às exigências do Estatutoda Metrópole, ou seja, têm que ter pelo menos uma Capital Regional. Oque é uma Capital Regional? O IBGE define bem esse tipo de CapitalRegional, e em seguida vamos ver isso. Ainda, promove articulação dealguns de seus dispositivos às peças legais em elaboração, e oSistema Nacional de Desenvolvimento Urbano não está operacional.

mecanismos institucionais, sejam concessões públicas, privadas,Parceria Público-Privada (PPP), para implantar aquilo que nos interessa.Não adianta ficar chorando sempre que não tem dinheiro. Se virem!(sic). E nós vamos nos virar. A PPP é uma das possibilidades.

Financiamentos externos. No dia em que a STN tiver a boavontade de liberar novos financiamentos externos... está umadificuldade tremenda, pois eles estão segurando tudo. Isso vai levaruns dois, três anos. Não há mal que dure, nem bem que perdure(risos). De qualquer maneira, vamos insistir muito na questão dealavancagem de recursos de outros locais.

Agora vem a parte pior: tem sansão, ou seja, improbidadeadministrativa. Quer dizer: se eu não fizer o Plano da RegiãoMetropolitana de Florianópolis, eu vou ser preso, e o Governador juntocomigo, se não cumprir os dispositivos da lei. Para as novas, aprovar oPlano de Desenvolvimento Integrado em três anos, a partir da data dasua instituição; e para aquelas que já existem tem que aprovar até 13de janeiro, no caso específico de Florianópolis. Ainda estabeleceimprobidade aos Prefeitos que não adequarem os Planos Diretores ànova condição do Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado. Écomplicado! É para valer mesmo!

Basicamente era isso que eu queria explicar a vocês parauma reflexão profunda. Somos extremamente favoráveis a umplanejamento integrado - isso é essencial. Se não tiver isso, cada umvai fazer do seu jeito e vai dar confusão. Se nós tivermos uma unidadede planejamento, será muito bom e mais barato também para apopulação porque vai ter serviços melhores, serviços melhor operadose disponibilizados para utilização plena. (Palmas.)Estas aqui (aponta para imagem) são as diretrizes do próprio

Ministério das Cidades, e eles também têm uma série de dúvidas emrelação a algumas regiões Metropolitanas criadas.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Com apalavra o Coronel Juarez Tirelli Gomes dos Santos, Secretário Municipalde Meio Ambiente de JoinvilleVamos dar sequência às Regiões Metropolitanas de Santa

Catarina. São onze Regiões Metropolitanas já instituídas por leicomplementar, mas precisam ser adequadas às condiçõesestabelecidas pelo Estatuto da Metrópole. Uma coisa que temos aquiem Santa Catarina é que as Regiões Metropolitanas se sobrepõem àsSDRs e às Associações dos Municípios. Então, vemos que já são trêsníveis, os layers sobrepostos.

O SR. SECRETÁRIO MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTEJUAREZ TIRELLI GOMES DOS SANTOS - Eu gostaria de registrar queJoinville é um dos 6,7% dos Municípios que tem o seu plano de mobi-lidade aprovado e está apto, hoje, a receber recursos do governofederal. Em que pese todas as obrigações elencadas no Estatuto daMetrópole e a atual falta de fundo previsto vetado pela Presidente, issopode mudar. E os Municípios que estiverem enquadrados nas regiõesmetropolitanas, que já estiverem prontos, que já tiverem debatido eamadurecido o assunto, poderão estar saindo na frente para receberesses recursos, da mesma forma que apenas 6,7% dos Municípioshoje estão na frente para receber os recursos de mobilidade.

O IBGE estabelece alguns critérios - espero que já tenha sidoatualizado, pois isto (mostra imagem) é em 2008, 2007 - e estabeleceo que vêm a ser as Capitais Regionais. Florianópolis, indiscutivelmente,é Capital Regional dado o entrelaçamento de relações, sejam políticas,bancárias, de saúde, de educação, de mobilidade - tudo aquilo quecompreende as atividades da Região Metropolitana; Joinville talvez nãoprecise incluir tantos Municípios; Chapecó é a Capital do oeste - vocêvê que tem uma inter-relação muito forte; Blumenau também tem umaconurbação, tem uma série de fatores.

Então, seria esse o exemplo que eu gostaria de deixarregistrado.

Muito obrigado.O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Com a

palavra o senhor Carlos Henrique Nobrega, presidente do Partido SocialDemocrático (PSD), de Itapoá.

Então, somos extremamente conscientes disso e favoráveisàs Regiões Metropolitanas criadas dentro desse conceito. E às vezestem que avaliar, com essas questões, se vale a pena ampliar mais oumenos. Infelizmente a Região Metropolitana de Curitiba não é um bomexemplo porque tem Piên a 60 quilômetros e tem Doutor Ulysses a 70quilômetros, que praticamente não têm relação nenhuma com aCapital. Isso foi mais ou menos uma exigência política no momento emque começamos a fazer a integração tarifária do sistema de transporte.Os Municípios mais próximos, eu acho que hoje estão desintegrados -estavam integrados tarifariamente. E as pessoas disseram: Opa, legal!Se está na Região Metropolitana [Taquígrafa-Revisora: Jacqueline de O.V. Bitencourt] [Revisão final: Denise Videira Silva] então, paga umaúnica tarifa e vamos andar (risos). A situação já mudou um pouco.Estão sendo criados degraus tarifários, tempos de viagem, enfim, umasérie de mecanismos que vão fazer com que as distâncias maiorestambém paguem um pouco mais, pouca coisa, e não duas passagens.

O SR. CARLOS HENRIQUE NOBREGA - Boa-noite a todos.(Cumprimenta os componentes da mesa e as demais auto-

ridades.)Eu sou de formação arquiteta e urbanística e quando eu me

formei em 1999, o meu primeiro desafio foi assumir a recém-criadaSecretaria de Planejamento e Urbanismo de Itapoá. Na época, a nossaprimeira missão foi mapear toda cidade. A gente não tinha recurso, nãotinha funcionário, não tinha ninguém; a gente fez as coisas na trena elevamos dois anos para fazê-las. Depois de um certo tempo detrabalho, Itapoá foi a primeira cidade do Brasil a ter o seu PlanoMunicipal de Gerenciamento Costeiro aprovado. E com a vinda do Porto,para os senhores terem uma ideia de como é importante umplanejamento, Itajaí e Navegantes hoje juntas movimentam em torno deum milhão de contêineres. Itapoá está movimentando 500 mil e com aampliação a sua capacidade vai para 2 milhões. É mais ou menos oque o Porto de Santos movimenta em contêineres. E o que estáacontecendo em Itapoá está acontecendo em Araquari, estáacontecendo em Joinville, está acontecendo em Jaraguá, estáacontecendo em toda região. Eu fiquei na parte de planejamento porseis anos lá e, nesse período, eu fiz uma especialização emGeoprocessamento na Federal do Paraná. Um dos meus professoreschama Ary Talamini - talvez o Cássio conheça - que era o chefe daCopel. E a gente tentou levar um projeto-piloto de Curitiba para Itapoá,que se chamava Projeto Integração Itapoá, uma coisa simples que erapegar a base cartográfica do Município e fazer uma cooperação entre aCelesc e a Casan para que todos trabalhassem na mesma base.Parece ser uma coisa óbvia, não é mesmo? A gente fez a primeirareunião, tinha um funcionário da Casan, e ele falou para mim:“Esquece”. Mas por quê? Um negócio tão óbvio! Por que cada um temque usar a tua base? Se a gente for ver hoje em todas as cidades aPrefeitura tem a base dela, a Celesc tem a base dela, a Casan tem adela. Até hoje não é integrado. Ele falou assim: “Não tem vontadepolítica”. Isso há muito tempo.

Então, são coisas com que estamos muito preocupados,porque, de repente, você coloca um deslocamento da Lapa atéColombo de 120 quilômetros. Não há sistema no mundo que dêcondições de uma única tarifa pagando, sei lá, R$ 3,00 para fazer umdeslocamento de 120 quilômetros. É absolutamente inviável.

O Estatuto da Metrópole estabelece então essa governançainterfederativa, ou seja, integrar todos os Municípios da região, fazendocom que o Plano Diretor Integrado contemple aquelas atividadescomuns que são variáveis em função dos Municípios. O caso dotransporte é praticamente integral, a questão da água, da habitação, dolixo e resíduos sólidos, do uso do solo, que é fundamental, a questãodo meio ambiente, de locais que não podem ser ocupados, de áreas deriscos, de acidentes, da saúde, da educação... Vejam que na saúde játem uns consórcios, tem uma questão bem boa para compras emconjunto, bem mais baratas, em melhores condições. Somente precisater aquela distribuição hierárquica de hospitais regionais, centros desaúde, unidades 24 horas, enfim, precisa ter certa hierarquia nisso.

Finalmente, quais são os instrumentos? Instrumentosfundamentais: plano de desenvolvimento integrado até 2018; os fundospúblicos que poderão ou não ser criados, dependendo da região - nonosso caso, infelizmente, foi vetado - as operações urbanasconsorciadas; as zonas compartilhadas (áreas em comum); osconsórcios públicos (às vezes você não precisa criar um enteinterfederativo, você pode criar um consórcio que tem personalidadejurídica, pode ser público ou privado, e tem essa finalidade de fazer àsvezes do ente metropolitado); os convênios de cooperação dos quaiseu falei antes; os contratos de gestão que são variáveis em função dosMunicípios, pois cada um terá um contrato de gestão; compensaçãopor serviços ambientais (tem que pagar o Município que fornece água,por exemplo, pois a captação é feita lá e o Município não pode receberindústria nenhuma porque é uma área de captação e mananciais, sejalá o que for, tem que ter uma compensação, um ICMS, sei lá, umacoisa desse tipo); e, finalmente, PPPs (a Lei de PPPs aqui em SantaCatarina não vingou, pois não tem nenhuma PPP feita). Nós temos noParaná um exemplo. Eu fui autor da Lei das PPPs do Estado do Paraná,levei dois anos para aprovar na Assembleia; criamos um fundogarantidor muito robusto. Isso dá para fazer perfeitamente aqui. Se nãovem dinheiro do governo federal, vamos ter que usar outros

Então, eu parabenizo vocês, porque o primeiro passo é essemesmo, tem que ter vontade política, senão a coisa não sai do papel.

Iniciativas como, por exemplo, o lixo de Itapoá hoje vai paraMafra e deve ter outros Municípios que enfrentam essa situação.Dentro dos desafios que foram colocados, a questão orçamentária éuma delas, a escassez de recursos que os Municípios passam. Então,a partir do momento que a região metropolitana começa focar emações que vão gerar economia para o Prefeito: “Oba, legal!”. Isso éuma coisa que tem que ficar muito evidente. Só Joinville tem aterrosanitário aqui nessa região! Dos outros Municípios vai para Mafra, paranão sei onde! Então, uma ação específica que pode gerar economiapara o Prefeito e isso que vai dar força para a região metropolitana.

Outro desafio que senti foi porque já havia participado defóruns da região metropolitana, quando começou na região na épocaem que eu era Secretário e, às vezes o mesmo assunto que já eradiscutido na região metropolitana, já era discutido na Amunesc e naSDS. Isso causa uma confusão tremenda para o gestor público, ele nãosabe em que reunião ele deve ir. Chega uma hora em que ele não vaiem mais nenhuma porque discute na SDR, discute na Amunesc, eu não

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sei mais com quem eu vou discutir. [Taquígrafa-Revisora: SibelliD’Agostini]

muitas questões. Não são mais os dez anos, nem os vinte anos que àsvezes a gente tem que esperar.

Então, eu acho que é fundamental - não estou falando aquiem fundir as três em uma só - no mínimo as políticas estaremintegradas, a SDR, a Amunesc, a Região Metropolitana. Elas nãopodem acontecer de forma dissociada.

Saúdo o Deputado Darci, propositor desta audiência, e oPresidente por estar dando oportunidade de começarmos a tratarefetivamente disso. E lhes peço que não esmoreçam isso, quecontinuem e peço muito aos senhores Prefeitos e aos senhoresVereadores que nos ajudem a envolver a sociedade organizada paraque a gente possa ter mecanismos de gestões públicas melhores emais eficientes.

E por que não? Tem tantas iniciativas. Por exemplo, aAmunesc tem um convênio, o CIS/Amunesc que é uma referência.Puxa, vamos aproveitar isso na Região Metropolitana. Não seicomo fazer isso. E o Cássio já teve ter sentido isso pelo que elecitou aqui na palestra dele, como uma das dificuldades da RegiãoMetropolitana.

Muito obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Muito

obrigado ao meu amigo Eni Voltolini, muito obrigado ao Carlos HenriqueNobrega. Quero parabenizar e agradecer a proposição e a presença doDeputado Darci de Matos.

Mas o que eu quero colocar para vocês é o seguinte: éimportante a vontade política e nós não podemos mais fazer as coisassem planejamento, gente. Que demore um ano, dois anos, três anos,cinco anos, mas quando for fazer que faça de forma planejada. Vocêanda nas cidades hoje é uma bagunça. O Prefeito vai usar o asfalto,chega a companhia de água e quebra. Daqui há pouco você vai numposte e vê aquele monte de fios que você não sabe o que é aquilo lá,sabe? Tem que ter planejamento.

Com a palavra a senhora Silvana Fioravanti, presidente daAjorpeme,

A SRA. SILVANA FIORAVANTI - Bem rapidamente, eugostaria de parabenizar a iniciativa, já que me incumbiram de repre-sentar a classe empresarial.

E como classe empresarial eu digo que o que a gente quer étrabalhar, cada um nas suas empresas, fazer as coisas rodarem, e quenós e os colaboradores possamos chegar ao trabalho tranquilos. Ouseja, não se teve que trocar de ônibus, não se precisou pagar duas outrês passagens, porque eles têm tido bom tratamento nos hospitais etudo mais que esta união de forças pode gerar.

Eu dou parabéns ao Darci, ao Amin, a todos vocês que estãobatalhando por isso. É necessário, é prioritário, e parabéns a todos.

Obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Muito

obrigado Carlos Henrique Nobrega pela contribuição.Eu gostaria de passar a palavra ao meu amigo, ex-Deputado

Estadual e ex-Secretário de Desenvolvimento Econômico de Joinville,bom Secretário, Eni Voltolini.

Então, eu só queria realmente parabenizar e dizer, como oDieter falou, que juntos somos mais fortes. A união de forças... que poracaso é o lema da Ajorpeme. Ou seja, não é tão fácil porque sãopessoas diferentes, são cidades diferentes discutindo uma coisa só.Como na nossa associação que são associados diferentes discutindouma coisa só, mas os ganhos são muito grandes. Eu tenho certeza quea população também ganha com isso.

O SR. ENI VOLTOLINI - Boa-noite a todos. (Cumprimenta oscomponentes da mesa e as demais autoridades.)

Primeiramente gostaria de saudar as manifestações havidas.Algumas delas um pouco mais cautelosas, outras um pouco maisotimistas, mas eu diria que nós precisamos fazer alguma coisadiferente do que aí está. Isto ninguém discute. Nós não podemos maisassistir Municípios discutindo se vão à Brasília na semana que vem ouno mês que vem. Não posso mais ficar discutindo um novo modelo defederação, um novo modelo de gestão. Eu preciso transformar isso emprática. E nós precisamos também atentar para um detalhe chamadotempo. O Carlos Henrique falou em vontade política, eu diria que issoestá muito associado, intimamente, a uma questão temporal.

Parabéns. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) -

Obrigado. Agradeço a presença de todos (cita nominalmente as auto-ridades e os demais presentes) e uma boa noite. (Palmas.)

Nada mais havendo a tratar, encerramos esta audiênciapública. (Ata sem revisão dos oradores.) [Taquígrafa-Revisora: SabrinaSchmitz] [ Leiturista: Dulce M da Costa Faria]

DEPUTADO ESTADUAL JOÃO AMINVou dar dois exemplos: em 1996 - e o Deputado Darci de

Matos falava isso - esta Assembleia discutia regiões metropolitanas.Estávamos lá em 1996 a falar de regiões metropolitanas; em 2001, oVicente Caropreso e eu fizemos a primeira janela orçamentária para oprimeiro projeto de duplicação da BR-280 no trecho São Francisco doSul/ Jaraguá do Sul.

PRESIDENTE DA AUDIÊNCIA PÚBLICA*** X X X ***

ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA PROMOVIDA PELA COMISSÃO DETRANSPORTES E DESENVOLVIMENTO URBANO DA ASSEMBLEIALEGISLATIVA DO ESTADO DE SANTA CATARINA PARA DEBATER ADEMARCAÇÃO DOS TERRENOS DE MARINHA EM SANTA CATARINA,REALIZADA NO DIA 5 DE MAIO DE 2015, ÀS 19H30MIN, NOAUDITÓRIO ANTONIETA DE BARROS, NA ALESC

Então, nós temos que saber que os tempos para as soluçõesnão são, lamentavelmente, os mesmos tempos que a populaçãodeseja, e nós precisamos, então, mudar alguma coisa que permita quea ansiedade da população seja mais atendida e atendida num prazomenor. E isso, a meu ver, passa por medidas diferentes.

A SRA MESTRE DE CERIMÔNIAS (Nicole Madeira) -Autoridades presentes, uma boa noite a todos.

Nos termos do Regimento Interno do Poder Legislativo catari-nense, damos início à audiência pública convocada pelo excelentíssimosenhor Deputado Estadual João Amin, Presidente da Comissão deTransportes e Desenvolvimento Urbano da Assembleia Legislativa do Estadode Santa Catarina, por proposição do próprio Deputado, para tratar acerca dademarcação dos terrenos de marinha em Santa Catarina.

E há um momento diferente. Nós não tínhamos algunselementos de planejamento que hoje existem. Se vocês voltarem umpouquinho no tempo, os Municípios, até há pouco tempo, discutiamárea urbana e sequer discutiam sua área rural. Tanto é que osinstitutos eram chamados de Instituto de Planejamento Urbano, comose a área rural dos seus Municípios não fosse parte deles. Agoraextrapolem isso e comecem a pensar que os Municípios terão quepensar em conjunto.

Convido para tomar assento junto à mesa de trabalhos asseguintes autoridades: senhor Deputado Estadual João Amin,Presidente da Comissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano daAssembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina; senhora ÂngelaAmin, Deputada Federal nos períodos de 1991 a 1995 e de 2007 a2011; e Prefeita de Florianópolis no período de 1996 a 2004; senhorCarlos Adauto Virmond Vieira, Secretário Executivo de AssuntosInternacionais (SAI), representando o Governador do Estado de SantaCatarina João Raimundo Colombo; senhor Nelson Schaefer Martins,Presidente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, representando osenhor Desembargador Cesar Abreu; senhor Fábio de Souza Trajano,Subprocurador-Geral de Justiça para Assuntos Administrativos, repre-sentando o Procurador-Geral de Justiça do Estado de Santa Catarina,senhor Sandro José Neis; senhor Cesar Souza Junior, Prefeito deFlorianópolis; senhor Deputado Estadual Manoel Mota, membro daComissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano da Alesc; senhorDeputado Estadual Darci de Matos, membro da Comissão deTransportes e Desenvolvimento Urbano da Alesc; senhor DeputadoEstadual Cleiton Salvaro, membro da Comissão de Transportes eDesenvolvimento Urbano da Alesc; senhor Vereador Edson Lemos,presidente da Comissão Parlamentar Especial de Acompanhamento daLinha Preamar da Câmara de Vereadores de Florianópolis junto àSuperintendência do Patrimônio da União, representando todos osVereadores presentes; senhora Tereza Cristina Godinho Alves,Superintendente substituta da Superintendência do Patrimônio da Uniãode Santa Catarina; senhor Obéde Pereira de Lima, engenheirocartógrafo, doutor em Engenharia Civil com tese em LocalizaçãoGeodésia da LPM - Linha Preamar Média/1831; senhor Vereador JoséBraz da Silveira, de Biguaçu; e senhor Carlos Alberto Kita Xavier,presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de SantaCatarina (Crea).

E aí nós vamos ter a primeira grande dificuldade que é a faltado hábito de fazer planejamento público. Esse conceito deplanejamento público é muito recente e a falta dele tem sido a causade muitas dificuldades adicionais. Elas foram citadas aqui. Porque oMunicípio passa a falsa impressão de que o limite geográfico dele é olimite da sua ação e que nada intervém nem de fora para dentro, nemde dentro para fora. Ele constroi ilhas geográficas artificiais e, de vezem quando, surge uma ou outra questão que mostra a precariedadedisso. Temos aqui o transporte de Joinville a Araquari e assim pordiante.

Quero encerrar a minha fala, dizendo que fico feliz de estarparticipando da discussão. Este é um assunto que, de fato, tem queser bem discutido, e os senhores Prefeitos têm que se envolverem porsi só, não por seus representantes. A população deu poder e elegeu osPrefeitos e eles têm que estar participando, efetivamente, porque issosignifica uma mudança de rumo para as regiões. Os senhoresVereadores, a quem cabe todo o ordenamento legal, tem que estarefetivamente participando. Se eles não podem participar no todo,existem as comissões específicas que tratam do tema e que tem queser parte do processo para que eles possam, passado algum tempo,tomar decisões.

Com toda a certeza, quando se discute região metropolitana,sempre se fala que é a capacidade de interagir em prestações deserviços que são comuns. Como fazer isso? Como fazer com que apopulação ganhe com isso? Para mim quem tem que ganhar é apopulação, somos nós que temos que ganhar com isso. Não é oPrefeito “a”, ou o Prefeito “b” ou o Prefeito “c”. Somos nós que temosque sentir utilidade daquilo que está sendo tratado, e para isso nóstemos que deixar isso muito claro, porque do momento - e foi ditotambém - em que criarmos nós só temos três anos para resolver

Comunicamos aos interessados em fazer uso da palavra quedeverão fazer suas inscrições junto à equipe da Comissão, aqui à

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frente, do meu lado esquerdo, e o Deputado João Amin abrirá a fala àspessoas que forem devidamente inscritas, pelo tempo de cincominutos.

Estadual Mário Marcondes, 4º Secretário da Assembleia Legislativa doEstado de Santa Catarina; Deputado Estadual Gean Loureiro; VereadorDouglas Borba, de Biguaçu, representando o senhor Deputado FederalJorge Boeira; André Oliveira, chefe de gabinete do Vereador JerônimoAlves Ferreira; Vereadora Salete Cardoso, Presidente da Câmara deVereadores de Biguaçu; André Gaidzinski, 1º vice-presidente daFederação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc);Rafael de Bona, Secretário de Segurança do Município de Florianópolis;Ezinar Tadeu Pereira Rodrigues, presidente da Associação dosMoradores e Amigos da Praia do Matadeiro (Amapram); Amauri OscarÂngelo, presidente da Associação de Futebol Amador do Norte da Ilha(Cesani); Antônio de Arruda Lima, presidente da Comissão deTransportes e Mobilidade Urbana da OAB/SC, representando o senhorTullo Cavallazzi Filho, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil,subseção Santa Catarina; Vereador Marcelo da Intendência, deFlorianópolis; Edson Caporal, Secretário da Fazenda do Município deFlorianópolis; Luiz Carlos Neves, assessor parlamentar, representandoo Deputado Estadual Rodrigo Minotto; Samuel Koch, presidente daAssociação Brasileira da Indústria de Hotéis de Santa Catarina (ABIH-SC); Márcio Luiz Teixeira, Procurador-Geral do Município de SãoFrancisco do Sul, representando o Prefeito Municipal; Juliano DuarteCampos, Prefeito de Governador Celso Ramos; João Fernandes Motter,Secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação Tecnológica doMunicípio de Biguaçu; Vereador Célio João, de Florianópolis; TarcísioSchmitt, vice-presidente da Federação de Hotéis, Restaurantes, Bares eSimilares do Estado de Santa Catarina; Alfredo Marin Junior,Procurador-Geral do Município de Itapema; Vereador Nirdo Artur Luz(Pitanta), de Palhoça; Fábio Queiroz, presidente da AssociaçãoBrasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e presidente do Fórum deTurismo (Fortur); Vereador Vanderlei Farias, de Florianópolis; Luiz CesarFerreira, Procurador Municipal de Governador Celso Ramos; VereadorCelso Sandrini, de Florianópolis; Andréia Cristina da Silva Ramos,Procuradora do Estado, representando o senhor João dos PassosMartins Neto, Procurador-Geral do Estado; Andrea Druck, diretora deturismo da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif);Juliano Luiz Pinzetta, engenheiro civil, analista de infraestrutura ecoordenador de Caracterização de Patrimônio da Superintendência doPatrimônio da União; Paulo Douglas Teles Pereira, presidente doInstituto Mangue Vivo; Adanir Gonçalves, presidente do ConselhoComunitário da Barra da Lagoa e diretor administrativo da Câmara deVereadores de Florianópolis; Leandro Ferrari, presidente do Grupo deTrabalho de Turismo Náutico de Santa Catarina; Jane Silveira, vice-presidente da Associação de Moradores da Costeira do Pirajubaé;Graciela Fernandez, presidente da Associação dos Moradores RecreioSantos Dumont (Amosad); Sérgio Rodrigues da Costa, diretor desegurança da Associação de Proprietários e Moradores de JurerêInternacional (Ajin); Édio Fernandes (Jajá), presidente da AssociaçãoAmigos do Estreito; André Lodygensky, vice-presidente do ConselhoComunitário Pontal do Jurerê/Daniela; Angela Maria Liuti, presidente daUnião Florianopolitana de Entidades Comunitárias (Ufeco); BernadeteCiriaca Karklin, presidente da Associação dos Moradores da Bacia doMaciambu, na Palhoça; Domingos Zancanaro, Secretário Municipal deHabitação e Saneamento Ambiental do Município de Florianópolis;Vereador Vilson Norberto Alves, de Biguaçu; Acácio Garibaldi,superintendente do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis(Ipuf); Rafael Hahne, engenheiro, Secretário Municipal de Obras doMunicípio de Florianópolis; Vereador Coronel Paixão, de Florianópolis;Celso Ternes Leal, engenheiro, presidente da Associação Catarinensede Engenheiros (ACE) e presidente do Conselho Metropolitano para oDesenvolvimento da Grande Florianópolis (Comdes); Aldo SebastiãoLopes Martins, Secretário Municipal de Urbanismo e Serviços Públicosde Florianópolis (Susp); Sandra Maria Raimundo, presidente daAssociação de Moradores da Costeira do Pirajubaé (Amocop);Alessandro Balbi Abreu, Procurador-Geral do Município de Florianópolis;Vereador Dalmo Meneses, de Florianópolis; Hélio Bairros, presidente doSindicato da Indústria da Construção Civil da Grande Florianópolis(Sinduscon); Vereador Otávio Marcelino Martins Filho (Tavinho),Presidente da Câmara de Vereadores da Palhoça; Vereadora MariaRosângela Prates (Zana), da Palhoça; Daniel Vinicius Netto, coorde-nador de Desenvolvimento Ambiental da Grande Florianópolis daFundação do Meio Ambiente (Fatma); Vereador Renato Geske, deFlorianópolis; Vereador Afrânio Boppré, de Florianópolis; Emir Benedetti,presidente do Conselho Comunitário Pontal do Jurerê/Daniela; ElisaJorge, chefe de gabinete do Vereador Lino Peres; Aracídio de FreitasBarbosa Neto (Cid Neto), presidente da Associação Coletivo UC da Ilha;Décio Gomes Góes, Prefeito de BaIneário Rincão; Daniel César da Luz,Procurador-Geral do Município de Biguaçu, representando o senhorRamon Wollinger, Prefeito de Biguaçu; Andrea Felipe, presidente daFundação Municipal de Meio Ambiente de Biguaçu (Famabi); VereadorEdinon Manoel da Rosa (Dinho), de Florianópolis; Vereador AldéricoFurlan, de Florianópolis; Vereador Roberto Katumi Oda, de Florianópolis;e Vereador Pedro de Assis Silvestre (Pedrão), de Florianópolis.

Com a palavra o excelentíssimo senhor Presidente daComissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano da Alesc, oDeputado Estadual João Amin, para a condução dos trabalhos.

Boa-noite.O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Boa-

noite a todos e a todas.(Cumprimenta nominalmente todos os membros da mesa.)Cumprimento, especialmente, a senhora Superintendente do

Patrimônio da União do Estado de Santa Catarina, senhora TerezaCristina, a quem eu queria agradecer pela disponibilidade. Não é aprimeira vez que ela vem a esta Casa, uma funcionária de carreiradessa Secretaria que está aqui de boa vontade para tentar esclarecer,juntamente com o doutor Juliano, todas as dúvidas para a populaçãoque veio aqui hoje. Muito obrigado, dona Tereza.

Cumprimento também o engenheiro cartógrafo que a genteteve a felicidade de trazer aqui a esta audiência, que se colocou desdeo primeiro momento à disposição de Florianópolis, de Santa Catarina,da Assembleia Legislativa, o professor doutor Obéde Pereira de Lima.

Finalmente, cumprimento especialmente o presidente doConselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina, oCrea, senhor Carlos Alberto Kita Xavier, e em nome dele eu queriaagradecer a todas as entidades que estão sendo parceiras destaComissão que discute diversos assuntos de interesse da sociedade,não só em Florianópolis, mas em todo o Estado de Santa Catarina.

A Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina,visando à manutenção dos direitos de seus cidadãos e salvaguardar ointeresse público, está engajada na análise e discussão do processode demarcação dos terrenos de marinha. Tal iniciativa leva emconsideração a faixa de 33 metros a partir da linha preamar de 1831, oque, por si só, constitui uma aberração, tendo em vista a dificuldade dereprodução de tais delimitações. Hoje, a Superintendência dePatrimônio da União se baseia em medição presumida de uma linhaimaginária, seguindo critérios questionados por diversos especialistas -e, em nome deles, eu saúdo mais uma vez o professor Obéde Pereirade Lima.

Em todo o Brasil, mais de dez milhões de famílias sãovítimas da cobrança do foro, das taxas de ocupação e do laudêmio, quenos últimos doze anos à União renderam mais de R$ 10 bilhões. EmSanta Catarina, só em 2014 foram arrecadados mais de R$ 44milhões, sendo que na Capital aproximadamente trinta mil imóveisencontram-se em áreas de terreno de marinha. Vale lembrar que,apesar dessa arrecadação, nenhum centavo - nenhum centavo - foidestinado às áreas e regiões que contribuíram com tamanho volume derecursos.

Dito isso, a Comissão de Transportes e DesenvolvimentoUrbano do Poder Legislativo da Assembleia Legislativa realiza hoje umaampla audiência pública, com a presença de autoridades, peritos noassunto, e maciça participação da sociedade civil organizada.

Entre os diversos questionamentos sobre a demarcação, doissão considerados fundamentais. Em primeiro lugar, a publicidade emrelação à metodologia utilizada para a demarcação. Centenas depessoas que solicitaram o processo administrativo para podercontraditar o procedimento não tiveram o seu pedido atendido. Euqueria frisar aqui que as comunidades do Carianos e da Daniela repre-sentam muito bem essas pessoas que teriam o direito, pela lei detransparência, a ter esse material disponível pela Internet, mas nemindo à SPU tiveram acesso a essas informações. (Palmas.)

O segundo ponto a ser salientado é o prazo de defesa: dezdias, o que torna a advocacia impraticável - e falo aqui em nome dediversas autoridades do meio jurídico que se fazem presentes hoje -,tendo em vista a quantidade de estudos necessários para umaavaliação correta. Cabe aqui frisar a intenção primeira da iniciativa daAssembleia Legislativa, que é a ampliação do debate de maneirademocrática, trazendo informação à população e buscando defender osinteresses da coletividade. É óbvio que, por fim, a gente espera queesse tributo, essa taxa, esse absurdo acabe, seja extinto. E, até lá, nãoserá por preguiça, não será por falta de discussão, não será por faltade ouvir as autoridades que a gente vai se cansar de buscar essaextinção. (Palmas.)

Este auditório lotado hoje, indiferente de partido político,indiferente de quem a pessoa votou ou irá votar, está aqui de maneirarepublicana, democrática, querendo discutir uma situação que écobrada do cidadão há muito tempo, e esse cidadão não vê, denenhuma maneira, a contrapartida para a área de marinha, seja para acidade, seja para o Estado. Aberrações acontecem. Se a gente for verItapema, o posto da Polícia Rodoviária Federal está em terreno demarinha! Então, é muito importante que, com todas as autoridades quese fazem presentes, com a população aqui muito bem representada,não só em número, mas em quantidade e diversidade de locais, agente possa discutir. Neste momento passo a palavra para a senhora Tereza

Cristina Godinho Alves, Superintendente substituta da Superintendênciado Patrimônio da União de Santa Catarina.

Esperamos que o levantar deste tema paute outrasdiscussões sobre essa malfadada herança colonial. Muito obrigado.(Palmas.) A SRA. TEREZA CRISTINA GODINHO ALVES - Boa-noite a

todos e todas. Quero cumprimentar a mesa, todas as autoridades, ecolocar o seguinte: a SPU não tem o foco de arrecadar. A nossa funçãotambém é social. (Manifestações e risos da plenária.)

Eu não poderia deixar de fazer os seguintes registros depresença: Deputado Estadual Leonel Pavan, 2º Vice-Presidente daAssembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina; Deputado

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A lei dispõe que, realmente, os imóveis são da União e há astaxas para serem recolhidas, mas a gente também trabalha com afunção social. Trabalhamos com o instituto da regularização fundiária,com a situação dos carentes para baixa renda... Então, aquelaspessoas das famílias de baixa renda têm direito à isenção.

Em 2005 começou essa discussão. Foram nomeadas trêscomissões de demarcação, sendo uma comissão de demarcação queabrange a área do Rio do Sertão, na Trindade, até o Rio Pau do Barco,no Saco Grande, que é conhecida como “entre shoppings”, que seoriginou daquela questão judicial envolvendo os shoppings no ano de2005, 2006. Essa é uma das comissões.A demarcação e homologação da LPM dão uma segurança

jurídica tanto para a União quanto para o particular. Aí vocêsperguntam: por que estão demarcando só agora? Vamos lembrar que aIlha era toda da União, até 2005. Com a Emenda Constitucional 46, de2005, o nosso interior deixou de ser da União. Dessa forma, hoje aUnião precisa delimitar a sua propriedade, até para dar segurançajurídica a todos - lembrando também que nos processos de usucapiãona Ilha de Santa Catarina faz-se necessária essa homologação da LPMpara ter toda essa segurança jurídica, para que o particular detenha asua propriedade no terreno alodial de que tenha posse.

A outra comissão começa na Ponta do Siqueira, contorna orestante da Ilha até chegar ao Armazém Vieira, fechando com a linhahomologada - essa abrange a maioria da Ilha de Santa Catarina. Essacomissão foi instituída em 2007 pela Portaria 54, sendo que o relatóriofinal foi aprovado e agora começa a fase da contestação, e a Portaria55 faz a ligação entre a “entre shoppings” e a Portaria 54, que é umtrecho pequeno que vai da Agronômica até o Rio do Sertão e do Rio Paudo Barco até a Ponta do Siqueira.

As três comissões estão no mesmo pé. O rito que a SPUobedece é o rito do Decreto-Lei 9.760, de 1946, que é disciplinadoatravés da ON-Geade 02, de 2001.

Com relação aos critérios, depois o Juliano vai dar umanivelada com relação a esses procedimentos. O nosso procedimento dedemarcação segue todo o rito da lei. Então, tem uma comissão dedemarcação que faz todo esse estudo; os nossos processosadministrativos são públicos, eles estão à disposição de toda asociedade. Em momento nenhum deixou de ser disponibilizado esseprocesso. Realmente, essa informação para mim não procede. Todosos processos estão lá...

Basicamente, para cumprir a questão da publicidade, édeterminado que a SPU convide os interessados a prestarem subsídiopara demarcação. Esse é o artigo 11 do Decreto-Lei 9.760. Em 2007 aSPU publicou um edital convidando os interessados a prestar subsídio.Nesse intervalo estava em julgamento no Supremo Tribunal Federaluma Ação de Inconstitucionalidade quanto a esse artigo 11, que foialterado em 2007. Foi julgada essa ação em 2012, o que obrigou aSPU a notificar pessoalmente todos os conhecidos da SPU paraprestarem subsídios - e quero ressaltar o termo “subsídios parademarcação”.

(Manifestação da plenária com vaias, apitos e estouro debalões.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Dápara entender muito bem a questão de manifestação, mas como setrata de uma audiência pública e a gente contou com a boa vontadetanto da dona Tereza quanto do doutor Juliano, se pudermos ouvir aexplanação da SPU para, logo após, no roteiro da audiência, oprofessor Obéde poder fazer uso da palavra e a gente ter a sequência...A gente respeita as manifestações, mas até para o andamento daaudiência poder correr com naturalidade, a gente pede um pouquinhode consideração.

Então no começo de 2013 a SPU providenciou a notificaçãode todos os ocupantes conhecidos da SPU, que são os cadastrados naSPU, em que pese não haver linha homologada... A propriedade dessesterrenos não advém da homologação da linha, mas da Constituição epor força de lei. Não passa a ser da União após a demarcação. A gentetem mais de nove mil imóveis já cadastrados, uma grande maioria emárea não homologada. Então esses ocupantes de área não homologadaforam notificados a prestar subsídio para a demarcação em 2013, noprazo de sessenta dias prorrogáveis. Além dessa notificação, foilançado um edital em jornal de grande circulação com as notificaçõesque não foram recebidas por esses ocupantes.

Obrigado. (Palmas.)A SRA. TEREZA CRISTINA GODINHO ALVES - Eu volto a frisar

que todos os nossos processos administrativos são públicos, não sãosigilosos. O processo da demarcação da LPM está à disposição dequalquer cidadão. Ele é público e transparente. Se em algum momentoalguém teve dificuldade de ter acesso, provavelmente foi para tirarcópias, porque nós disponibilizamos o processo para serem retiradascópias fora da SPU, e um funcionário vai junto com o cidadão retirarcópia. Neste momento, a gente está providenciando toda a digitalizaçãodo processo para disponibilizá-la ao cidadão.

De posse desses subsídios - lembrando que a comissão já éencarregada de ir atrás desses elementos, mapas, estudos queremetam à conformação da Linha do Preamar Médio (LPM) no ano de1831 ou o que o mais dele se aproxima -, a comissão determinou otraçado da linha, elaborou um relatório final, que foi submetido àunidade central da SPU em Brasília para aprovação. Esse relatório foiaprovado no final de 2014, retornou para a SPU, para agora, sim,cumprir com a publicidade quanto à ampla defesa e o contraditório dosatingidos pela demarcação. Então é nesse estágio que está ademarcação agora da Ilha de Santa Catarina.

Convido o Juliano para dar algumas informações com relaçãoaos procedimentos de demarcação.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Com apalavra o senhor Juliano Luiz Pinzetta, engenheiro civil, analista deinfraestrutura e coordenador de Caracterização de Patrimônio daSuperintendência do Patrimônio da União.

A gente está em tratativas com a Prefeitura Municipal paraidentificar todos os cadastros imobiliários que foram atingidos pelademarcação para promover a notificação individual a fim de quecontestem o traçado da linha. A única maneira que a gente tem deidentificar todos os atingidos é via cadastro imobiliário da Prefeitura. Ocartório não tem as matrículas espacializadas, então se a gente passaro mapa para o cartório, ele não tem como disponibilizar quaismatrículas estão abrangidas pela linha. Além disso, a gente sabetambém que temos uma grande maioria de imóveis não registrados.Então pretendemos notificar via cadastro imobiliário da Prefeitura.

O SR. JULIANO LUIZ PINZETTA - Boa-noite a todos e a todas.Queria agradecer a oportunidade de estarmos aqui debatendo maisuma vez esse tema. Eu só queria pontuar que fomos informados de quea SPU participaria do debate como ouvinte, então não providenciamosnenhuma apresentação para a explanação.

Só para elucidar esses dois pontos que foram levantados: emprimeiro lugar, a questão de a publicidade do processo não estardisponível ainda. Como a Superintendente colocou, nossos processossão públicos. A dificuldade é que é um processo de oito volumes commais de duas mil páginas, e para se tirar cópia é meio complexoporque tem algumas plantas grandes, alguns mapas grandes. Estamosterminando a digitalização desse processo, muito provavelmente até ofinal desta semana estará concluído, então vai ficar muito mais fácildisponibilizá-lo para todo mundo, mediante solicitação na sede daSuperintendência do Patrimônio da União, na Praça XV de Novembro.Então, alguma dificuldade maior que tenha tido nesse sentido se deveao volume de um dos processos.

O prazo para contestação é de dez dias, segundo o artigo 13do Decreto-Lei 9.760, de 1946, mas pelo bom senso e pela precauçãovamos estar abertos. Assim que chegar a notificação, qualquer cidadãoque necessitar de mais prazo poderá solicitar, um prazo razoável... Nãotem razão para a administração negar esse prazo.

Lembramos que a homologação da LPM se dá quando sãoesgotadas todas as contestações. A primeira instância de contestaçãoé a Superintendência do Patrimônio da União. Quem não concordar como traçado, apresenta uma impugnação na Superintendência doPatrimônio da União. Se a Superintendência do Patrimônio da Uniãoacatar essa impugnação, altera-se o traçado da linha e dá-se novapublicidade ao ato. Caso não seja acatado, ele sobe automaticamentepara a segunda instância, que é a Secretaria do Patrimônio da União,em Brasília. Se a Secretaria do Patrimônio da União, em Brasília,indeferir essa impugnação, ainda cabe mais uma esfera administrativa,que é um recurso ao Ministro do Planejamento. Só depois de julgadastodas as impugnações nessas três instâncias administrativas é que alinha é considerada homologada.

O segundo ponto que foi levantado é a questão do prazo dedez dias para contestação. Esse é um prazo legal, está estabelecido nalei, no Decreto-Lei 9.760, de 1946, mas nada impede que quemprecisar de mais prazo para contestar ingresse com uma solicitaçãoadministrativa de dilação de prazo. A gente vai analisar todas asimpugnações.

Só para situar em que pé está a demarcação da Ilha deSanta Catarina: a gente já tem um trecho que está homologado desdea década de 1970, que é justamente o trecho que confronta com ameia légua e um quadro, que foi doado para a criação do Município,que vai do Armazém Vieira, no Saco dos Limões, sentido norte, atémais ou menos a altura da Casa do Governador, um pouco antes. Essalinha está homologada desde a década de 1970. Então, todo mundoque mora na Beira-Mar paga laudêmio, paga foro, paga taxa deocupação há, pelo menos, uns 30 anos.

Então, repetindo para frisar. A fase atual das demarcações naIlha de Santa Catarina é essa, de levantar todos os ocupantesatingidos para notificá-los pessoalmente, lembrando que o artigo 13, nasua redação, fala que pode ser feito por edital. Mas por segurançajurídica e por garantia da publicidade do ato, a SPU resolveu fazerpessoalmente para garantir que todo cidadão afetado tenha direito àampla defesa do contraditório.Como a Tereza Cristina levantou, com a Emenda

Constitucional nº 46 o interior da Ilha deixou de ser propriedade daUnião. Aí surgiu a necessidade de se demarcar as marinhas, lembrandoque a Emenda atingiu apenas a questão das ilhas, não alterou em nadao artigo da Constituição que fala de terreno de marinha. Então, surgiu anecessidade de se demarcar esse terreno de marinha. [Taquígrafa-Revisora: Carla Greco Granato]

Então, assim que chegar a notificação é hora de abrir para ocontraditório. Lembrando que o artigo 11 era para subsídio e a genterecebeu muito pouco subsídio, justamente pela complexidade e por nãoter muito histórico disso. A gente recebeu, dessas sete milnotificações, cerca de quarenta subsídios, e a grande maioria deles acomissão já tinha buscado. O que a gente tem de mais antigo e que

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denota a conformação da linha de costa, dos mangues e dos rios é umvoo de reconhecimento da Marinha americana de 1938, que é levadoem consideração também para verificar essas ocorrências de erosõesacrescidas e assim por diante.

marés e marés de águas vivas, ou seja, marés de águas vivas ocorremduas vezes por mês, nos dias de lua cheia e lua nova e hoje,casualmente, dias 5 de maio, é dia de lua cheia. Temos um dia em quea maré atinge o seu ponto máximo chamado também maré de sizígia.

Assim, seguindo o rito, depois das demais manifestações agente pode esclarecer mais alguma dúvida que porventura sejalevantada.

Casualmente, nessas épocas, a maré assume tais alturasque, por exemplo, ontem, quando desci no aeroporto, visitei o bairroCarianos para me certificar até onde as águas da maré estavamatingindo aquele bairro. E fui informado: “Às vezes, está lá no asfalto.”Então, o que acontece? Nesses momentos, se fosse medida a partir doponto onde a água atingiu a sua altura máxima, fosse feita a mediçãode 33 metros para o lado de terra, ali nós teríamos os terrenos demarinha - isso entre 1818 e 1831. Por isso, nós podíamos afirmar quedurante esse período que terrenos de marinha eram terrenos enxutos -vejam esse conceito - terrenos de marinha são terrenos enxutos.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Muitoobrigado, Juliano, e com certeza no final de todos os questionamentosa gente abre a palavra mais uma vez para a SPU.

Gostaria de registrar a presença de senhor Maikon Costa,presidente da Associação de Moradores e Amigos do Carianos(Amocar), que ajudou muito para que esta audiência pública serealizasse; e do Vereador Edmilson Carlos Pereira Junior, o Ed, deFlorianópolis. (Palmas.) Em que pese isso ter ocorrido somente naquele período de

1818 a 1831, nos dias atuais a SPU continua insistindo com esseconceito, dizendo que terrenos de marinha são terrenos enxutos e paraeles isso é lei. Por quê? Porque está estabelecido em uma orientaçãonormativa ON-Geade-002/2001. Então o que está escrito na OrientaçãoNormativa nenhum servidor desse escalão de governo pode deixar decumprir o que ali está escrito. Então, dentro do escalão da SPU, domais alto escalão até o mais baixo, todos têm de cumprir o que estáescrito naquele documento, naquela orientação normativa. Se nãocumprir o que vai acontecer? Vai ser punido, pode até perder oemprego. Estou fazendo uma elucubração que pode até não acontecer,é claro, mas é isso que acontece. Todo servidor público é obrigado acumprir tudo aquilo que está nas normas que regem as suasatividades.

Informamos que os interessados em fazer uso da palavradeverão se inscrever com a assessoria da Comissão.

De imediato, passamos a palavra ao professor Obéde Pereirade Lima, engenheiro cartógrafo, doutor em Engenharia Civil com teseem Localização Geodésia da LPM - Linha Preamar Média/1831, queterá um tempo maior em relação aos demais pelo fato de que vai fazeruma explanação e um histórico da situação.

O SR. OBÉDE PEREIRA DE LIMA - Excelentíssimo senhorDeputado Estadual João Amin, ao cumprimentar V.Exa., cumprimentoas demais autoridades à mesa, autoridades aqui presentes do PoderLegislativo, do Poder Judiciário e do Poder Executivo, associações debairros aqui presentes, senhoras e senhores. [Taquígrafa-Revisora:Siomara G. Videira]

Inicialmente eu quero agradecer ao Deputado João Amin ohonroso convite para participar desta audiência pública com afinalidade esclarecer a todos os presentes sobre os critérios praticadosnas demarcações de terrenos de marinha e seus acrescidos.

Em 1946 foi estabelecido o Decreto-Lei nº 9.760 queconsagrou o conceito de terrenos de marinha que prevalece até os diasde hoje. Está lá no art. 1º item a: (passa a ler) “Incluem-se entre osbens imóveis da União: a) os terrenos de marinha e seus acrescidos.”Vejam o que está dito no item b: (passa a ler) “Os terrenos marginaisdos rios navegáveis, em territórios federais, se, por qualquer títulolegítimo, não pertencerem a particular.” Reflitam sobre isso que está aígrifado. Consultem a constituição brasileira, as constituições dos es-tados brasileiros e reflitam sobre o que está escrito aí. No item c:(passa a ler) “Os terrenos marginais de rios e as ilhas nestes situadas,na faixa da fronteira do território nacional e nas zonas onde se façasentir a influência das marés; item d, as ilhas situadas nos maresterritoriais ou não, se por qualquer título legítimo não pertencerem aosEstados, Municípios ou particulares.” Reflitam também sobre isso queaí está.

Eu sou engenheiro cartógrafo, mas antes de ser engenheirocartógrafo eu sou oficial superior da Marinha com especialização dehidrografia e navegação. Eu trabalho com construção de cartasnáuticas. Cartas náuticas são cartas destinadas à navegação marítimae, para se construir cartas náuticas, precisa ter conhecimento emprofundidade de marés. Depois, como oficial hidrógrafo, eu fui fazer ocurso de Engenharia Cartográfica, como engenheiro cartógrafo, depoisque deixei a Marinha, transferido para a reserva remunerada, entreipara a carreira docente no Ministério da Educação como professoruniversitário na Universidade Federal de Rio Grande, na cidade de RioGrande, como professor de Cartografia.

Naquela ocasião tive a oportunidade de vir a Florianópolisfazer curso de pós-graduação e fiz mestrado e doutorado na UFSC, fuiorientado nessa tese de doutorado que versa especificamente sobre alocalização geodésica da Linha da Preamar Média do ano de 1831,tendo em vista a demarcação dos terrenos de marinha. Essa tese foidifundida a partir de 2002. Ela foi apresentada publicamente edefendida perante uma banca examinadora qualificada, que a aprovou.Portanto, essa tese é um documento técnico e científico válido e aquiestarei falando sobre o conteúdo dela e sobre todo o conhecimento quejá venho adquirindo, desde a defesa dessa tese até os dias de hoje,procurando exatamente cada vez mais aprofundar os conhecimentosem face dessa polêmica que existe entre as pessoas proprietárias deterrenos nas margens marítimas e que se veem, em determinadomomento, compelidas a pagarem taxas de ocupação ou de afloramentoe mais laudêmios ao governo federal, porque a propriedade territorialsobre a qual está edificada a casa dessas pessoas, dessesproprietários, segundo a Secretaria do Patrimônio da União, passou aintegrar a faixa territorial de bens da União.

Ali no rodapé está que a Constituição Federal de 1988recepcionou esse conceito de que terrenos de marinha são bens daUnião, e hoje está previsto no inciso VII do artigo 20, da Constituição,sacramentado que terrenos de marinha são bens da União.

Então não estamos aqui querendo negar que terrenos demarinha não existem. Eles existem sim! Está previsto na Constituição etemos que respeitar a Constituição. Não podemos negar de formaalguma nem contestar isso que aí está. Se isso não estiversatisfazendo a grupo, a pessoas, que procurem mudar a lei, masenquanto viger tem que ser cumprida.

O que são terrenos de marinha? O artigo 2º, desse mesmoDecreto-Lei de 1946, estabelece ali o que é conceito de terreno demarinha. (Passa a ler.) “Art. 2º - São terrenos de marinha, em umaprofundidade de trinta e três metros, medidos horizontalmente para aparte da terra, da posição da Linha do Preamar Média, LPM, de1831: a) os situados no continente, na costa marítima e nas margensdos rios e lagoas, até onde se faça sentir a influência das marés; b) osque contornam as ilhas situadas em zonas onde se faça sentir ainfluência das marés. Parágrafo Único: Para esse efeito, a influênciadas marés é caracterizada pela oscilação periódica de 5 cm, pelomenos, do nível das águas, que ocorra em qualquer época do ano”.Reflitam também, por favor, a respeito dessa expressão grifada “emqualquer época do ano”.

Eu vou passar diretamente ao tema que é o problema aquiem Santa Catarina da demarcação dos terrenos de marinha que vemafetando toda a população que tem propriedade nas margensmarítimas e que foram afetados por essa demarcação de terrenos demarinha.

(Utiliza imagens em PowerPoint para ilustrar a suaapresentação.)

Ontem e hoje, aqui, nos Carianos, as águas da preamarestão chegando, invadindo a faixa de trânsito dos automóveis eentrando em algumas áreas na localidade. Isso acontece todos osdias? Não. Isso acontece eventualmente. Segundo informações, ontemfoi um dia excepcional e hoje também, raramente acontece umapreamar tão grande que chega a esse ponto.

Vejamos esse primeiro slide para iniciarmos o nosso conheci-mento sobre quando surgiram os terrenos de marinha. Na literatura dalegislação brasileira, o instituto jurídico dos terrenos de marinha foicriado a partir de 18 de novembro de 1818, quando por essa OrdemRégia que aí está citada (mostra o slide) foi criada a “faixa territorial de15 braças craveiras - 15 braças craveiras convertidas para o sistemamétrico decimal, cada braça tem dois metros e vinte centímetros, 15braças dá 33 metros, então 15 braças craveiras ou 33 metros - con-tadas para o lado de terra a partir da borda do mar. Prestem atenção aesse conceito aí estabelecido legalmente: “Contadas a partir da bordado mar nas marés de águas vivas”. Está entre aspas porque é atranscrição ipsis litteris do que está lá na Ordem Régia. E que tudo quetoca a água do mar e acresce sobre ela é da Coroa, na forma daordenação do Reino. Aí o estabelecimento dos terrenos acrescidos demarinha.

Vejam (aponta para imagem) que eu coloquei um par dechaves no artigo 2º e faço aqui uma pergunta a todos os senhores:Para se demarcar terrenos de marinha é preciso medir? Está falando deuma medida linear, trinta e três metros horizontalmente para a parte deterra e está falando em outra medição que é uma retrovisão da alturada cota da altura dessa preamar para o ano de 1831 - duas medidastêm que ser feitas. Em que pese isso que está nesse artigo, temosencontrado na jurisprudência, e também por técnicos, aquilo que estáabaixo daquela linha vermelha pontilhada: (aponta para imagem) “Ademarcação dos terrenos de marinha tem natureza meramentedeclaratória, porque eles existem desde o tempo do Brasil Colônia”.

Em 14 de novembro de 1832, o artigo 4º das instruções doMinistério da Fazenda Imperial mudou aquele conceito de borda do mardizendo que a demarcação dos terrenos de marinha são “contadasdesde o ponto a que chega o preamar médio de 1831”.

Essa afirmação, esse recurso que foi impetrado pela Uniãoem 21/03/2012, foi julgado pelo Ministro Dias Toffoli, que negouprovimento a esse agravo instrumental, porque aquele Ministroentendeu que terrenos de marinha precisam, sim, ser medidos.Portanto, dois equívocos tem nessa sentença que aí está. Terrenos demarinha existem desde o tempo do Brasil Colonial. Isso é verdade?

Então vejam que houve uma mudança aqui radical em relaçãoa essa linha demarcatória. Antes, até onde chegava as águas das

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Acho que não. O Brasil Colônia terminou com a vinda da CoroaPortuguesa para o Brasil, entrou o Brasil Reinado. O Brasil Reinadoterminou quando foi declarada a Independência do Brasil em 1822, daíentrou o Brasil Império. Portanto, em 1818 quando surgiu pela primeiravez na legislação a denominação de terrenos de marinha era BrasilReinado, já no finalzinho, 1818. Em 1822 declarada a Independência jáera Brasil Império. Portanto, não é desde o tempo do Brasil Colônia queexistem os terrenos de marinha, é desde o tempo do Brasil Reinado.Vamos falar a verdade!

cientificamente, pelo método estatístico. Qualquer pessoa que fizer ocálculo de todos esses dados que estão nesse maregrama não vaiencontrar outro valor. É isso aí que vai encontrar.

Segundo conceito, 4.8.2 - a cota da preamar média é a médiaaritmética das máximas marés mensais ocorridas no ano de 1831 ouno ano que mais se aproxima de 1831. Também já falei sobre isso. Sea lei diz que o cálculo deve ser pela linha da preamar média não sepode admitir como legal uma linha em substituição a linha da preamarmédia que é calculada pela média das máximas. Isso é um equívoco ouuma ilegalidade.Aqui (mostra slide) temos a demarcação dos terrenos de

marinha e seus acrescidos no Estado De Santa Catarina pela SPU/SC.Em 2013 eu estive aqui em Florianópolis, estava voltando para a minhacidade, e vi o passageiro com um jornal com uma notícia de que a SPUtinha feito uma nova demarcação dos terrenos de marinha no Estadode Santa Catarina e que isso ia, naturalmente, abranger grande númerode pessoas que ainda não estavam inscritas no Patrimônio da União. Eesse (mostra slide) é o mapa que a SPU divulgou no jornal Diário Catari-nense do dia 10 de outubro de 2013. Vejam aquele círculo amarelo(aponta para imagem) que ali está. É o bairro de Carianos onde fica oaeroporto, onde tive a curiosidade de descer ontem e fazer uma visitapara ver como estava a situação.

Repetindo o nosso maregrama. (Mostra a imagem.) Nósvemos ali aquela linha vermelha mais grossa como é que a SPUcalcula, não é? Vejam que aqueles picos mais altos ali correspondem a24 medidas correspondentes aos 12 meses do ano, duas luas, umanova e uma cheia, em cada mês durante 12 meses são 24 pontosmáximos. Ali estão os 24 pontos máximos utilizados pela SPU e a linhacorrespondente a média das máximas. Vejam que ela é totalmentediferente da linha da preamar média. Qual das duas aceitar comoverdadeira? Pelo que já sabemos até aqui é a linha que está abaixo.

Prosseguindo, subitem 4.8.9 - Em locais onde, por ação dadinâmica das ondas, as águas atingirem nível superior ao da cotabásica adotar-se-á esse nível como quantificador da cota básica efetiva.Então, a todo o momento a SPU está procurando substituir uma cotabásica para estabelecer a LPM que vai servir de base para ademarcação dos terrenos de marinha. Esta nadando, nadando e vaimorrer na praia, não é? (Palmas.) [Taquígrafa-Revisora: AlmerindaLemos Thomé]

Então a SPU resolveu fazer uma nova demarcação deterrenos de marinha. Mas vejam uma coisa, conforme relatou o grupoda SPU aqui presente, a demarcação dos terrenos de marinha, naverdade, aqui em Florianópolis foi feita em 1971, a primeirademarcação de terrenos de marinha aqui na área. Essa cota básica daLinha da Preamar Média de 1831, que foi calculada pela média dasmáximas marés ocorridas naquela ocasião, é a linha que foiestabelecida e que a SPU está utilizando nos dias atuais, de 1971 para2015. E, mais ainda, de acordo com a orientação normativa, essa cotabásica foi acrescida de mais o valor de um metro, segundo a SPU.

Segundo os critérios da SPU, deve ser acrescentado 0,5metros ou 1,0 metro acima da média das máximas calculadas.

Nas demarcações dos terrenos de marinha são observadasmais as seguintes irregularidades nos subitens dessa mesma ON-Geade-002, de 12 de março de 2001: (aponta para a imagem)“Subitem 4.8.10 - A ação da dinâmica das ondas deve ser determinadapor observações de preamares, cuja amplitude mais se aproxime dovalor da máxima maré mensal, excluindo-se a influência de outrosfatores que não sejam os gravitacionais.

Conforme vamos ver aqui, o subitem do ON-Geade, comouma compensação da dinâmica das ondas. Então a cota básica, paraSPU, é a média das máximas acrescida ainda de um metrocorrespondente a dinâmica das ondas. Vimos isso, por acaso, lá noartigo 2º do Decreto-Lei 9.760? Portanto, não é possível admitir umacréscimo dessa natureza. É uma interpretação equivocada. E que, seinsistida, torna-se ilegal. (Palmas.)

Subitem 4.8.11 - Na constatação da existência de acrescidosnaturais ou artificiais (aterros) ocorridos após 1831, toma-se comolinha básica para a demarcação da LPM a linha de coincidir com oalcance das ondas na maior maré mensal atual, feita a abstração dosreferidos acrescidos.” Então, mais uma vez rasgamos a lei.

Portanto, vou mostrar para todos os senhores aqui umaimagem de satélite do Google Earth, que eu obtive ali, da área doaeroporto, bairro Carianos, uma parte do bairro Carianos. (Mostraimagem.) Ali mostra o Rio Tavares, à esquerda nós temos um par delinhas azuis, e à direita outro par de linhas azuis, na verdade, essalinha é uma só. Ela é contínua como a imagem está reproduzida parareproduzir com detalhe o que eu queria, mas tive de cortar a outraparte. Nós vimos ali o rio Tavares desaguando no Saco dos Limões.Então temos ali aquele círculo mostrando a foz do rio Tavares. A SPUfez demarcações de terrenos de marinha nessa localidade.

Quero deixar também bem claro aqui que não se trata de umconfronto entre a metodologia que eu desenvolvi e a SPU, que estádignamente fazendo seu trabalho, é obrigada a fazer o seu trabalho.Portanto, não é que a SPU, representada por essas pessoas, devapagar pelos erros que vêm lá de cima da administração superior, doórgão central que está lá em Brasília, que aprovou, através de umaportaria publicada em Diário Oficial da União, essa orientaçãonormativa para que todos cumpram. Quem não cumprir isso que aí estávai ter que ser alcançado por alguma medida punitiva.

Nós vemos ali, aquela seta cor vermelha com o comprimentode 1.157 metros, a partir da margem do rio Tavares, e os 33 metros,que está dito lá no artigo 2º do Decreto-Lei? Não são 33 metros? Aliestão 1.157 metros para um lado, e o lado direito com 945 metros. Ecomo é que fica todo esse miolo que está ali entre essas duas setasvermelhas? São os chamados terrenos acrescidos de marinha. E comoé que a SPU chegou a essas linhas de preamar média cujasextremidades das setas estão indicando ali 1.157 metros para aesquerda e 945 metros para a direita? Bom, isso é um assunto quedepois nós verificaremos porque se entrarmos na análise agora essapalestra não vai terminar.

Então, esses seis subitens são inaceitáveis porcaracterizarem interpretações ilegais. As demarcações dos terrenos demarinha aqui em Florianópolis foram feitas baseadas naquele processoque ali está demonstrado de 1972.

Vejam que aqui no entorno de Florianópolis a SPU utilizoucomo cota básica para linha da preamar um valor de 5 metros dealtitude, estabelecido para os costões da Ilha de Santa Catarina. E nósvemos por imagem do Google Earth (mostra foto) que em alguns pontosencontramos 10 metros a altitude da linha da preamar média, emoutros encontramos treze metros, conforme naquele que ali está(aponta para a imagem). Mas a linha não é uma cota da preamar médiado ano de 1831? Subiu para 13 metros. Agora, utilizou-se o topo deuma falésia, o topo de um costão.

Vamos agora analisar a orientação normativa ON-Geade-002de 2001, publicada por uma portaria do Ministério do Planejamento,que é o que a SPU considera como lei para exercitar as atividades dedemarcação dos terrenos de marinha. Vamos ver se ali existe algumequívoco, alguma coisa inaceitável, alguma coisa ilegal. Se tiver, vamosanalisar, todos nós aqui, em conjunto. A verdade, não sou eu que estoudizendo, que vamos discutir aqui é a verdade científica, dois mais doisé igual a quatro, se alguém dizer que não é quatro vai ter que provarque não é quatro.

Agora vou apresentar um ligeiro resumo da metodologiatécnico-científica para demarcação dos terrenos de marinha: (apontapara a imagem) “a obtenção de dados amostrados de maré;determinação de coordenadas geodésicas precisas de pontos de apoiona linha de costa; processamento dos dados amostrados de maré;localização geodésica da LPM de 1831 e da respectiva LTM,considerando a taxa de elevação secular no nível médio local deestudo; na cartografia com a representação gráfica, em mapas oucartas cadastrais, da localização da LPM/1831, e da LLM.”

(Mostra a imagem.) Então, aí está uma parte da página daON-Geade-002 de 2001.

Está dito, por exemplo, nessa ON-Geade, cujos conceitos aliestabelecidos podem ser considerados equivocados, inadequados,impróprios e inaceitáveis, porque podem ser qualificados como ilegais.Não sou da área do Direito, mas eu tenho conhecimento suficiente parasaber que quando alguma coisa está prevista na lei e eu deixo decumpri-la, eu estou cometendo uma ilegalidade. Qualquer um de nóstem competência para isso.

Eu faço questão aqui também de mostrar essa forma, queparece ser uma coisa impossível de realizar, apenas com umafinalidade. Hoje, entrando na Internet, no site do Notícias do Dia, eu vilá um comentário de uma pessoa que leu a reportagem e postoudizendo que a metodologia desenvolvida pelo professor Obéde só seaplica na área de São Francisco do Sul, onde ele fez o teste dametodologia. Naturalmente ele deve desconhecer o procedimento quefoi utilizado.

Então, temos no primeiro subitem 4.6.1.1 dessa ON-Geadeque - que eu considero equivocado e que já mencionei aqui - terrenosde marinha são terrenos enxutos. Por que isso está equivocado? Aqui,eu tenho um maregrama do entorno de Florianópolis, eu separei asbaixa-mares que ficam abaixo daquela linha azul horizontal, separeiporque não me interessa falar de baixa-mar, me interessa falar aqui depreamar. Então eu separei, filtrei todas essas preamares e obtive amédia de todas aquelas preamares. (Mostra a imagem.)

Nessa fórmula aí nós vamos encontrar algumas letras gregas(mostra fórmula). Mas eu quero destacar: esta letra aqui é denominadade phi, ela representa, como todos nós sabemos, a latitude de umlugar. Na Geografia, phi é latitude de um lugar; lambda é longitude deum lugar. Então, essa fórmula matemática exprime a altura da maré emqualquer ponto do globo, em qualquer momento, em qualquer instante.Nós temos ali um total de 974 preamares ocorridas no ano

em que foi feito esse estudo. Calculei a preamar média desse ano doestudo, que foi 2011, e encontrei para valor a preamar média 943milímetros. Essa é uma preamar média calculada verdadeiramente,

Então, a metodologia que foi desenvolvida está calculandocom base na latitude do lugar. A latitude de Belém é uma, a latitude deFlorianópolis é outra, e assim vai. Cada latitude vai encontrar aqui um

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valor para a altura da maré. A partir dessa fórmula que mostra a alturada maré num instante qualquer, decomposta através de cálculosavançados de Séries de Fourier, é feita a decomposição e encontradasas constantes harmônicas da maré, ou seja, aqueles elementosdefinidores do movimento de maré. E é a partir das componentesharmônicas, que definem uma maré, que nós podemos fazer previsõespara o futuro - e no nosso caso eu estava interessado em ir para trás.Então eu fui para 1831. Eu quero a maré no Porto de São Francisco doano de 1831, e o programa de computador me deu isso aí. Então, nãosou eu que faz isso manualmente, é tudo científico.

Está aqui o nosso Prefeito lá de BaIneário Rincão, DécioGoes, e calculem se fossem chamados todos os baIneários, como iriaestar hoje aqui! A minha vida, Presidente, sempre teve início, meio efim e é com esse espírito que nós, da Comissão, vamos nos dedicar decorpo e alma para buscar o resultado que a população de SantaCatarina tanto aguarda.

Um abraço e obrigado! (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) -

Obrigado, Deputado Manoel Mota.Com a saída da ex-Prefeita Angela Amin, convido o senhor

Décio Góes, Prefeito de BaIneário Rincão, para compor a mesa.Essa primeira expressão aqui (aponta para imagem), trêsvezes L vezes a elevado na três, tudo divido por duas vezes T vezes Delevado na três. Isso aqui não é nada mais nada menos do que aaplicação da Lei da Gravitação Universal, que diz que a matéria atrai amatéria na razão direta das massas e na razão inversa do quadradodas distâncias. Aqui nós temos L representando a Lua, T repre-sentando a Terra, o D é a distância, o a é massa, massa da Lua emassa da Terra. Então, essa fórmula resolvida vai nos dar esseselementos. Isso aqui é válido para toda costa marítima brasileira.Equivocou-se o companheiro que escreveu no site dizendo que isso nãoera válido para a costa do Brasil inteiro.

Com a palavra o senhor Carlos Alberto Kita Xavier, presidentedo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina(Crea).

O SR. CARLOS ALBERTO KITA XAVIER - Boa-noite, senhorase senhores. Gostaria de cumprimentar o nosso Deputado João Aminpelo brilhante trabalho e pela solicitação desta audiência pública. Não éa primeira da qual participo com um tema polêmico, com a Casa cheia,e o Deputado tem na sua veia a origem. [Taquígrafa-Revisora:Jacqueline de O. V. Bitencourt]

Por isso eu queria parabenizar a doutora Angela, que já seausentou, pelo trabalho e pelo comprometimento que a família temcom o povo e com a sociedade catarinense. Queria cumprimentar onosso palestrante, o engenheiro Obéde, do qual nós, do ConselhoRegional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina, nosorgulhamos de ter um profissional especialista no assunto. Tambémgostaria de cumprimentar o nosso Prefeito Cesar Souza Junior eestender os votos a esta mesa de autoridades. De tantas autoridadesaqui presentes a gente vê a importância do tema proposto peloDeputado João Amin.

Hoje em dia se constata que o nível médio do mar não éestático, ele vem variando, e com uma subida constante, contínua ediscreta. No Brasil, na costa do Atlântico Sul, pesquisadores doInstituto Oceanográfico de São Paulo encontraram para valor noAtlântico Sul uma taxa de crescimento secular de 38 centímetros, istoé, a cada século o nível médio do mar sobe 38 centímetros. E a linhada preamar sobe junto com o nível médio do mar? Não, porque a lei, oartigo 2º congelou a Linha da Preamar Média ao ano de 1831. Do anode 1831 até os dias de hoje o nível médio do mar vem subindo. E nosdias de hoje aqui em Florianópolis o nível médio do mar oficial brasileiroestá coincidindo, praticamente, com uma diferença de 2 milímetrosapenas com a Linha da Preamar Média de 1831. [Taquígrafa-Revisora:Ana Rita M. de Souza]

Nós queremos aqui, em nome das entidades que repre-sentamos, falar que estamos dando total apoio à PEC 53. Entendemosque, pelo menos, deve ter a redução dos valores cobrados pela SPU(palmas e vaias da plenária), mas entendemos que toda a lei, está nanossa Constituição, deve ter um objetivo e uma finalística, e nós nãoentendemos quais são até hoje.

Que conclusão podemos tirar disso? Se a linha da preamarestá coincidindo com o nível médio do mar, medindo 33 metros para olado de terra a partir daí, vai cair onde? Sobre praia. Praia é bem deuso comum do povo. Portanto, terreno de marinha não deixa de existir,ele continua existindo, está na Constituição. O que acontece é que eleperde a sua eficácia como um bem dominial ou bem dominical daUnião. Não pode ser concedido, porque ali nada pode ser construído.

Por isso eu queria falar, realmente, que queremos, semsombra de dúvida, a isenção das taxas. Mas, sem sombra de dúvida -uma das coisas que o professor Obéde colocou muito bem -, nós temosas leis, está na nossa Constituição e por isso a SPU deve cumprir como seu papel. Nós aqui somos porta-voz de vocês e nós vamos lutar paraque essa redução aconteça.Esse gráfico anterior (aponta para a imagem) mostra os

cálculos feitos pelo Instituto Oceanográfico de São Paulo. Durante 19anos, em Santos, encontrou-se uma taxa de subida de 37 cm porséculo; em Cananéia, um pouco mais ao sul, durante 38 anos deobservações contínuas e ininterruptas, 38 cm por século. Mas issoacontece no Atlântico Sul, e no Atlântico Norte, como fica? Também ospesquisadores fizeram uma análise semelhante para um porto noAtlântico Norte e encontraram lá uma taxa de subida de 37 cm porséculo. Nada de coincidência, é matemática, é científico.

Por fim, quero parabenizar a doutora Tereza Cristina, oJuliano, os colaboradores da SPU que estão aqui esclarecendo asituação (vaias da plenária) que não foi criada por Santa Catarina. Nósqueremos...

O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Eupeço... Nós temos diversas pessoas que vão se manifestar, então pedirpara... Mais trinta segundos, por favor.

O SR. CARLOS ALBERTO KITA XAVIER - Só concluindo,gostaria de falar que somos porta-voz de vocês e comungamos daopinião de isenção das taxas.

Então, podemos concluir que a elevação do nível médio doOceano Atlântico que banha a costa marítima brasileira é um fato real,concreto e incontestável. Por isso a LPM de 1831 encontra-seatualmente no entorno do nível médio do mar. Mesmo assim, a SPUcontinua as suas demarcações pela utilização de uma LPM fictícia,presumida, imprópria, inadequada e, consequentemente, ilegal.

Muito obrigado, boa noite, bom trabalho. (Vaias da plenária.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) -

Cumprimento o Vereador Jaime Tonello, que eu vejo que se fazpresente nesta audiência pública. Obrigado pela presença, VereadorJaime.A alternativa que resta é ingressar com uma ação contra a

União na Justiça Federal, devidamente instrumentalizada com um laudopericial extrajudicial, comprovando as ilegalidades cometidas, enaturalmente com as provas técnicas de como deve ser feita ademarcação dos terrenos de marinha.

Passo a palavra ao Prefeito de Florianópolis, senhor CesarSouza Junior.

O SR. PREFEITO CESAR SOUZA JUNIOR(Florianópolis/SC) - Boa-noite a todos, eu vou ser muito objetivo eacho que a gente... Posso trazer alguns fatos novos que vãointeressar todos que estão aqui. Eu não vou fazer discurso políticoe nem vou voltar a falar da questão jurídica. Eu acho que oprofessor Obéde deu uma verdadeira aula aqui e mostrou o quantoé odioso, absurdo e incabível não só a taxa, mas a assistênciadessa ficção absurda que é a terra de marinha.

A solução dos problemas relacionados com os terrenos demarinha é uma questão que depende de vontade política. Por isso épreciso que o povo brasileiro se una através de suas associações debairros e pressione o Congresso Nacional para a aprovação da PEC 53,que tem como Relator o Senador Ricardo Ferraço - a PEC se encontrano Senado e o Senador já pediu ao Presidente daquela Casa paraapressar a sua votação - e propõe a extinção dos terrenos de marinha. (Palmas.)

Muito obrigado! (O senhor Obéde é aplaudido de pé pelaplenária.)

E me chamou a atenção o seguinte: isso foi instituído em1818; são setenta anos antes da Abolição da Escravatura. Olha oabsurdo que a gente está lidando! Olha como isso não se justifica anão ser para encher o bolso da União, um dinheiro que não volta umcentavo para a gente aqui. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Eugostaria de agradecer a exposição do professor Obéde Pereira de Lima.A importância do tema fez com que a gente o acompanhasse por trintaminutos, sem problema nenhum. E vou ser bem objetivo e rápido. Além da questão da taxa -

que eu volto a dizer: é a menor; a taxa é ruim, mas é a menor - nóstemos hoje, gente, dezenas de ações do Ministério Público Federal quea Prefeitura é ré, determinando cassação de alvará de comércio porestar em área de marinha; determinando proibição de construção;determinando não expedir alvará de novas construções; até paraautorizar um racho de pesca nós tivemos que consultar a SPU.

Agora, devido o grande número de pessoas inscritas, vamosestabelecer o critério de três minutos para cada um, com exceção tantodo professor Obéde como da SPU, que se manifestarão em relação aosquestionamentos ao final.

Com a palavra o senhor Deputado Estadual Manoel Mota,membro da Comissão de Transporte e Desenvolvimento Urbano.

O SR. DEPUTADO ESTADUAL MANOEL MOTA - (Saúda oscomponentes da mesa e os demais presentes.)

Eu quero separar aqui o problema das pessoas, respeitar ecumprimentar os dois servidores da SPU que tiveram coragem de viraqui (palmas) e enfrentar, por que os reais responsáveis por isso nãoestão aqui. Estão muito longe daqui.

Esta noite é ímpar, porque existe um trabalho de muito tempoe foi feita uma exposição extraordinária por quem conhece a matéria.Muitas pessoas investiram tudo o que tinham naqueles 33 metros damaré mais alta. E hoje algumas pessoas se suicidam, como aconteceuno Sul, quando um Promotor determinou que a casa fosse derrubada(palmas). Então essa bandeira a qual hoje se está discutindo já vem demuito tempo.

Nós temos objetivamente dois caminhos para resolver essasituação. O melhor, que é o legislativo, são as duas PECs que tramitame que nós precisamos nos mobilizar e em conjunto ir a Brasília e fazerisso acontecer. (Palmas.) Não adianta pedir para o governo federal porque o negócio dele é arrecadar. Está vindo aí ajuste fiscal e um monte

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de coisa, ele não vai ser bonzinho conosco. Nós vamos ter que fazerpela via legislativa.

repassadas e estranhamente a SPU diz que qualquer cidadão pode irlá! Só se isso aconteceu esta semana.

Mas enquanto essas PECs não são julgadas, nós temosoutro fato novo que eu quero trazer para vocês aqui nesta noite. Nósestamos junto com os três Municípios que vão ser afetados por estadecisão, que é uma ação impetrada pelo Ministério Público Federal doEspírito Santo, para beneficiar Vitória. Nós entramos nessa açãopedindo que Florianópolis...

Resumindo, o que nós pedimos? Transparência, porque nãohouve acesso à documentação utilizada pela SPU para demarcação,especialmente de natureza técnica; houve sonegação de informações.O que a gente pretende? A realização de audiências públicas regionaisonde a SPU possa demonstrar os métodos por ela utilizados, ou seja,que explique à população esses métodos - é como chegar ao resultadofinal, mas não mostrar a forma como chegou àquele resultado. Oaumento do prazo de impugnação de dez para sessenta dias. Se a SPUlevou quase dez anos para elaborar esses estudos, é humanamenteimpossível em dez dias (palmas) alguém apresentar uma defesatécnica fundamentada para que possa fazer o contraponto! Nenhumprofissional da área vai conseguir isso. É humanamente impossível! E aabertura do diálogo social, que é abrir para a sociedade civil um canalde comunicação na própria sede da SPU para que possa haver umamediação de conflito - e não judicializar o problema - e tentar resolveralguns casos de forma administrativa. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Maistrinta segundos, Prefeito.

O SR. PREFEITO CESAR SOUZA JUNIOR (Florianópolis/SC) -Eu tenho um fato novo, rapidinho, João. Se você puder me dar mais umminuto, eu te agradeço.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Maisum minuto ao Prefeito. (Palmas.)

O SR. PREFEITO CESAR SOUZA JUNIOR (Florianópolis/SC) -Nós estamos ingressando com essa ação em conjunto, vamos lutarjunto com o Município de Vitória para ter essa ação.

Mais um fato novo que eu quero trazer aqui - por isso pedimais um minuto, que o nosso Presidente gentilmente me cedeu, teveessa bela iniciativa - é a questão do Município de Florianópolis quetambém ingressará com uma ação pedindo a suspensão dessademarcação, enquanto não houver decisão definitiva do STF e avaliaçãodas PECs. (Palmas.)

Infelizmente, o que nós recebemos da SPU como resposta, eisso está nesse (mostra o documento) relatório, foi: “estamoscumprindo a Normativa”. Realmente não é uma resposta adequadapara uma comissão preocupada. E isso está aqui (mostra o documento)nesse trabalho que nós fizemos.

Inclusive vou fazer coro às palavras do Prefeito: nósconvidamos todos os parlamentares da bancada federal de SantaCatarina para justamente participar dessa reunião ampliada e fazerfrente para pedir a aprovação da PEC 53. Infelizmente poucoscompareceram, mas a Câmara continua atuante, estamos vigilantes esomos parceiros de vocês. O trabalho continua e nós queremos somaresforços a esta audiência pública, a esse trabalho junto à AssembleiaLegislativa, junto ao Deputado João Amin.

E quero desde já pedir o apoio da Assembleia, na pessoa doDeputado João Amin. Deputado sinto que hoje aqui, talvez, a gentecomece a fazer história, que a cidade de Florianópolis saia do jugodessa lei absurda que engessa o crescimento da cidade.

Também teremos uma audiência com a Ministra Rosa Weberem Brasília, peço a presença de quem quiser nos acompanhar lá,pedindo deferimento da ação no STF e o ingresso dessa nova ação aquitambém. Obrigado. (Palmas.)

Mas volto a dizer: a solução definitiva é a aprovação dasduas PECs.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) -Obrigado, Vereador Edson Lemos.

Então nós vamos ingressar... Eu quero depois ter o contatodo professor Obéde para que ele possa, de maneira profissional, juntocom a procuradoria, ajudar o Município tecnicamente a embasar ojulgamento de ambas as ações. (Palmas.)

De imediato, chamo o Desembargador César Abreu, doTribunal de Justiça de Santa Catarina, para fazer uso da palavra.

O SR. DESEMBARGADOR CÉSAR ABREU - Senhor DeputadoJoão Amin, em nome de V.Exa., eu quero cumprimentar toda a mesa,todos os senhores e senhoras que aqui comparecem.Parabéns a todos que vieram aqui.

Muito obrigado. (Palmas.) O Tribunal de Justiça, que eu aqui represento, traz a preocu-pação pelo momento histórico que estamos passando. O PoderJudiciário é sensível a essa situação que assola Santa Catarina comoum todo e o País e demonstra uma preocupação muito grande,evidentemente, com essa falta de transparência que tem sido aquiabordada.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) -Obrigado, Prefeito.

Anuncio a presença do Vereador Lino Peres e passo a palavraao Vereador Edson Lemos, presidente da Comissão ParlamentarEspecial de Acompanhamento da Linha Preamar da Câmara deVereadores de Florianópolis junto à Superintendência do Patrimônio daUnião, representando todos os Vereadores presentes.

O professor, penso que colocou com muita propriedade todosos vícios. Ele não precisa nem ver o trabalho de levantamento feitoporque os vícios já estão na própria regulamentação de como seproceder para chegar até o resultado.

O SR. VEREADOR EDSON LEMOS (Florianópolis/SC) - Boa-noite a todos, cumprimento a mesa e gostaria de solicitar já, deantemão, antes de iniciar a minha fala - porque já existe, DeputadoJoão Amin, proponente desta audiência pública, um estudo iniciado naCâmara de Vereadores com relação à questão da linha de preamar eque a gente soma a sua audiência pública de hoje. Então, talvez euprecise desse mais um minuto cedido ao Prefeito, para poder passaraqui para todos os presentes, porque nós estamos diante de umaquestão pontual.

Mas nós temos a latere do estudo que V.Exa. coloca, nosentido de que terreno de marinha hoje está submerso ou não passada areia da praia. Nós temos a questão de que está no SupremoTribunal Federal uma discussão que vale para o País inteiro, que a ilhaque é sede de Município não é mais bem da União (palmas), e se não émais bem da União não pode restar sobre ela terra de marinha. Seriaum duplo documento que a União teria, além de ser dona da ilha aindateria terra de marinha sobrepostamente. Então, isso é uma falácia epenso que o Supremo Tribunal deve encaminhar nesse sentido.

Já está no relatório final a demarcação e está sendodigitalizado isso que foi colocado pela SPU no início da sua fala. Umapena que a SPU diz que está disponível ao cidadão. Além disso, essa lei é de 1946, ela tem setenta anos, e

só agora, ou há sete anos, que a SPU se preocupou em demarcar.Essa lei foi feita e tinha um objetivo: defesa e segurança nacional.Hoje esse objetivo não existe mais. (Palmas.) Então, iniciar umprocesso de demarcação de área e terra de marinha a esta altura -me perdoem as pessoas, e aqui não se trata das pessoas e simda grande instituição que está lá em Brasília - é amoral, contraria aética pública! (Palmas.)

Eu vou fazer um breve relato da tramitação do trabalho que aCâmara de Vereadores vem desenvolvendo desde o ano de 2014. Foicriada uma comissão no dia 20 de maio de 2014, uma comissão parla-mentar para acompanhar os estudos da SPU. No dia 23 de junho de2014, foi enviado um ofício à SPU - eu acho que, na época, asuperintendente era a Silvia, se não me engano - solicitando uma sériede informações a respeito dos trabalhos realizados. No dia 27 dejunho... Isso sem contar que no dia 3 de abril de 2014 foi realizadauma audiência pública também na Câmara de Vereadores, compresença maciça lotando aquele auditório para tratar sobre o tema.Pena que isso ocorreu há um ano, e agora, no trabalho final da SPU, apopulação se atentou. Mas, na realidade, já estávamos preocupadoscom essa questão desde aquela época.

Passados setenta anos e bater na porta das pessoas quecompraram de boa-fé os seus terrenos, que negociaram as suaspropriedades, que tinham nas suas escrituras, às vezes, comoconfrontante a própria Marinha, e agora com uma nova preamarlevantada vão ter reduzido o seu próprio espaço territorial.

Além do mais, a terceira questão, que é o processo, oprocedimento aberto é iniciado na origem porque não houve intimaçãopessoal de quem quer que seja. A intimação foi feita por edital e foidito aqui (palmas), e o Supremo Tribunal Federal disse com todas asletras que a intimação por edital é nula de pleno direito. A intimaçãotem que ser pessoal. Para quê? Para que as pessoas possam trazer osseus documentos, para que as pessoas possam trazer os seusestudos, e o estudo do professor seria um deles. Outros estudosjurídicos publicados pelo País afora teriam que ser levados emconsideração.

Fizemos então... No dia 3 de abril teve essa audiênciapública. No dia 27 de junho, nós fizemos uma reunião ampliada junto àSPU. No dia 03 de julho, nós encaminhamos um ofício novamente àSPU solicitando que recebesse a comissão parlamentar, composta pormim, na condição de Presidente, pelo Vereador Lino Peres, comorelator, pelo Vereador Pedrão, pelo Vereador Celso Sandrini, peloVereador Edmilson Pereira, pelo Vereador Guilherme Botelho e peloVereador Coronel Paixão, membros da comissão. Fomos bemrecebidos, inclusive pela Tereza Cristina, juntamente com asuperintendente na época, a Silvia, que nos colocaram as questões,porém nós queríamos informações de como a SPU chegou àdemarcação dessa linha de preamar baseada no ano de 1831.

E outra coisa, a SPU tem um site, ela deve colocar e publicarno site esse estudo e dar um tempo, pelo menos os sete anos que elademorou para fazer, para que a sociedade possa responder. (Palmas.)Isso aí é no mínimo isonomia!No dia 29 de julho, nós reiteramos o ofício. O primeiro foi

encaminhado no dia 23 de julho. No dia 29 de julho encaminhamos.Nós estamos aqui questionando, contestando a forma como a SPUatrasou e sonegou informações à comissão parlamentar instituída pelaCâmara de Vereadores. (Palmas.) Essas informações não foram

Peço desculpas por ter utilizado o tempo, senhor Deputado.Muito obrigado.O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Muito

obrigado, desembargador Cesar Abreu.

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19/06/2015 DIÁRIO DA ASSEMBLEIA - SC - NÚMERO 6.842 1 5

Convido o senhor Alessandro Balbi Abreu, Procurador-Geral doMunicípio de Florianópolis, para compor a mesa, e, de imediato, passoa palavra ao senhor Fábio de Souza Trajano, Subprocurador-Geral deJustiça para Assuntos Administrativos, representando o Procurador-Geral de Justiça do Estado de Santa Catarina, senhor Sandro JoséNeis.

beira da praia, edifícios e tal. Os donos desses imóveis compraram oterreno aprovado pela Prefeitura e não tinha uma averbação dizendoque ali era terra de marinha. Construíram seus prédios, suas casas. OMinistério Público, em 2007, resolveu, com base em toda essalegislação, entrar com uma ação judicial, reivindicando que era área demarinha. Então, tem nuances diferentes em todo o território, fruto dalegislação brasileira que dá direito para tudo mundo e não dá paraninguém.

O SR. SUBPROCURADOR-GERAL FÁBIO DE SOUZA TRAJANO- Boa-noite a todos. Eu gostaria, inicialmente, de cumprimentar oDeputado João Amin, em nome de quem eu cumprimento todas asautoridades que compõem a mesa, todas as autoridades presentes.

Então, eu penso... Nós tivemos que fazer um acordo,contratamos uma empresa, o Município com dois anos de idade teveque assumir um problema desse, contratar uma empresa para fazer umplano de regularização fundiária. Nós vamos fazer uma lei deregularização fundiária municipal e estamos, em contrapartida, com umplano de manejo de dunas, porque confunde com a questão ambientaltambém. Então, um conjunto de obrigações que a gente não tinhacondições técnicas, nem financeiras para assumir, mas tem queassumir, senão serão mil e quinhentos imóveis derrubados.

Minhas senhoras e meus senhores, eu, na verdade, aqui namesa represento o Ministério Público Estadual. Estamos bastantepreocupados com os reflexos ambientais, econômicos, sociais dessamudança que está por vir.

Parece-nos que o encaminhamento mais adequado seriatentar resolver essa questão na esfera administrativa antes dajudicialização. E já foi falado aqui, e nós concordamos inteiramente,que essa questão não vai ser resolvida aqui no âmbito de Florianópolis,deve ser resolvida em Brasília. A resolução total do problema se dáefetivamente com a mudança legislativa.

Então, eu penso como sugestão, João - a comissão começoubem o assunto -, que a gente podia, com o Fórum Parlamentar Catari-nense, com a procuradoria da Assembleia Legislativa - que é muitocompetente -, com a Procuradoria-Geral do Estado, com os movimentosorganizados, entrar, primeiro, com uma ação administrativa na SPU emBrasília, tentando revisar a Normativa de 2001, levando, inclusive, atese do professor. Esse é um caminho. O outro caminho eu penso quetem que continuar insistindo com o Congresso Nacional pararegulamentar direito essa questão.

Mas, foram colocadas hoje, aqui, pelo professor questõesque nos preocupam e com certeza irá preocupar o Judiciário se nós nãoresolvermos essa questão na esfera administrativa.

Então, não seriam as pessoas que serão atingidas quedevem tomar providências. Parece-nos que essas providências devemser tomadas pelos órgãos públicos (palmas). Nós estamos vendo aquia preocupação dos órgãos públicos, dos Municípios, da AssembleiaLegislativa, e como é uma questão que envolve a União, o MinistérioPúblico Estadual não tem legitimidade para ingressar com uma açãojudicial ou para questionar isoladamente atos da SPU. O que nósvamos fazer é buscar o apoio do Ministério Público Federal para seengajar nessa empreitada com o Ministério Público Estadual e com osdemais órgãos que estão cuidando dessa questão.

Enquanto isso, teria que deixar em prazo recursal, enfim, nãotomar medidas definitivas, enquanto que o Congresso não termina defazer... e a SPU não termina de revisar a Normativa de 2001 (falha nagravação) também não poderia tomar nenhuma atitude mais drástica,digamos.

Eu penso que é um caminho para seguir para a gente poderdar continuidade [Taquígrafa-Revisora: Sabrina Schmitz] efetiva a esseproblema. Nós ficamos no debate, nos conscientizamos do problema,mas essas ações nos dariam um caminho de ação.

Então, a partir dessa semana ainda, nós vamos procurar oProcurador da República aqui em Florianópolis para levar a nossapreocupação, verificar o que o Ministério Público Federal... quais asprovidências já adotadas e oferecer a parceria do Ministério PúblicoEstadual para que nós, juntos, possamos encontrar a melhor soluçãopara esse grande problema que aflige a população de Santa Catarina.

Obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin)- Nós

temos inúmeros inscritos. Vamos manter o padrão de três minutos paraquem quiser se pronunciar.

Muito obrigado. (Palmas). Com a palavra o Deputado Estadual Gean Loureiro.O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Passo,

de imediato, a palavra ao senhor Carlos Adauto Virmond Vieira,Secretário Executivo de Assuntos Internacionais (SAI), representando oGovernador do Estado de Santa Catarina João Raimundo Colombo.

O SR. DEPUTADO ESTADUAL GEAN LOUREIRO - Boa-noite,presidente da Comissão. Deputado João Amin, quero em seu nomecumprimentar todas as autoridades da mesa.

Vou tentar ser objetivo nesses três minutos.O SR. CARLOS ADAUTO VIRMOND VIEIRA - Obrigado

Deputado João Amin.Inicialmente, quero parabenizar a comunidade, seja dos

moradores do Carianos, do loteamento Santos Dumont, de Daniela, deJurerê, de todos os recantos que se dispuseram a vir aqui para mostrara verdadeira movimentação popular para mudar esse quadro caóticoque está sendo enfrentado.

Eu, na verdade, sou de Joinville e minha profissão éadvogado. Em Joinville nós temos aproximadamente mil processosjudiciais discutindo lá também o problema de terras de marinha. Játivemos uma audiência pública há seis, sete anos, muito movimentada,encabeçada pelo Deputado Darci de Matos, para tratar desse tema.

Em segundo, quero trazer aqui rapidamente cinco pontos queprecisam ser avaliados diante do processo de demarcação. Primeiro, oDesembargador Cesar Abreu já colocou que já tivemos Ação Direta deConstitucionalidade referente à notificação pessoal que não pode serfeita por edital. A própria Assembleia Legislativa de Pernambuco foiquem ingressou com a Ação que teve essa decisão que deixa muitoclaro que tem que ser pessoal e todo o processo está indevidamenterealizado diante desse entendimento jurisprudencial. Segundo, é umvício formal que existe da foto. Existe uma avaliação desse mosaico defotos que foi levantado em 1938, e o que me estranha é a necessidadede explicação nesse mosaico, pois a própria base aérea não aparecenesse levantamento. Será que em 1938 não existia nada da baseaérea ali? Ou existe uma falha técnica levantada naquilo que embasatodo o processo de demarcação? (Palmas.) Terceiro, em alguns casos,a própria União foi proprietária do imóvel, como é o caso que aconteceucom terrenos que eram do BNH, que passaram para a Caixa Econômicae que daí foram transferidos para uma fundação que, salvo melhorjuízo, era uma fundação do próprio Ministério do Planejamento onde aSPU faz parte, e que depois foram vendidos para particular. Já foi daUnião, já venderam e agora a União quer pegar de volta para serdiscutido. (Palmas.) Quarto, onde estão os estudos geológicos daUniversidade Federal de Santa Catarina que foram levados em contanos quais indicam que muitos locais não são caracterizados comomangue? Está sendo levado em conta que é mangue para a cobrançade taxa de marinha. (Palmas.) E, por último, a questão da vistoria. Nãoforam realizadas as vistorias in loco para realizar nenhum tipo deestudo de sondagem. Aqui houve uma inversão do ônus da prova: eunotifico e cabe a vocês decidirem o que vão fazer e fazerem osestudos. (Palmas.)

E o que eu queria fazer é um apelo ao Deputado João Amin,pois nós temos que somar esforços. E essa é a mensagem que eutrago do Governador Raimundo Colombo, porque esse problema não éum problema exclusivo de Florianópolis. Ele é um problema que atingetoda a costa do Estado de Santa Catarina. E nós temos que levar essaaudiência pública para as demais cidades do Estado de Santa Catarina,porque, como bem alertado pelo Prefeito de Florianópolis, o problemanão é a taxa que se paga, esse é o problema menor. A terra de marinhasignifica que vocês não têm a propriedade sobre esse imóvel (palmas)e que vocês podem ser despejados a qualquer momento.

É muito importante também destacar - o desembargadorCésar Abreu muito bem destacou - que a ideia da terra de Marinha erauma ideia de defesa nacional, era se criar uma faixa litorânea paraproteger o País. Ela perdeu essa noção e se tornou uma atitudemeramente arrecadatória, o que não é possível! Violou direito depropriedade, violou o devido processo legal, violou tantas coisas. Elatem que ser discutida!

Então, aqui vai um alerta: os que forem notificados parapagar essa taxa de marinha não podem guardar esse boleto na gaveta;vocês tem que tomar uma atitude senão vocês serão prejudicados; elestêm a lei ainda ao lado deles.

Por isso, ou via ação judicial ou via uma movimentaçãopolítica como muito bem encabeçada pelo Deputado João Amin, saibamque o governo do Estado de Santa Catarina está apoiando essainiciativa e queremos levar isso para todo o Estado de Santa Catarina,que eu acho que esse é um problema muito grave que nós temos queresolver.

Muito obrigado. (Palmas.) Para finalizar, queria fazer um pedido aqui. Nós solicitamosna última reunião da Comissão que a SPU pudesse prorrogar o prazo.Então, que a Assembleia solicite essa prorrogação para suspender portempo indeterminado o prazo recursal de contestação até esclarecertodos esses pontos aqui levantados. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) -Gostaria de passar a palavra ao Prefeito de BaIneário Rincão, ex-Deputado Estadual, senhor Décio Gomes Góes.

O SR. PREFEITO DÉCIO GOMES GÓES (BaIneárioRincão/SC) - Boa-noite a todos e a todas. Agradeço a fala do doutor Fábio Trajano que representa o

Ministério Público estadual. É muito importante termos o envolvimentodo Ministério Público - como tivemos em outros Estados - ao lado dapopulação, defendendo e modificando esse quadro.

Eu penso que nós somos vítimas da confusão legislativa quetem esse país, porque esse problema se apresenta de forma desigualem todo o território catarinense. No nosso caso, BaIneário Rincão, nósfomos acionados pelo Ministério Público e está na eminência, fizemosum acordo agora, de mil e quinhentos imóveis serem derrubados na

Parabéns à Comissão de Trabalho, ao Deputado João Amin, atodos os integrantes. Contem com nosso apoio. A Alesc vem cumprindo

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16 DIÁRIO DA ASSEMBLEIA - SC - NÚMERO 6.842 19/06/201 5

o seu papel junto com a comunidade. Não vamos desistir, vamos estarjuntos em todas as batalhas. (Palmas.)

Na Daniela, eu vou chamar a atenção de um caso emespecial. Mais de 50% do BaIneário Daniela vai ser considerado comoterreno de marinha e acrescidos, apesar de ser um loteamento apro-vado em 1974 onde as áreas da União que lá foram formadas, em1974, não foram ocupadas.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) -Obrigado, Gean Loureiro.

Com a palavra o senhor Rafael Bonanata, oceanógrafo deFlorianópolis. Essa é a imagem (aponta para a imagem) de como vai ficar a

Praia da Daniela - essa parte que não está pintada era o que existia em1831.

O SR. RAFAEL BONANATA - Eu sou formado emOceanografia, tenho mestrado em Engenharia de Portos e Costas pelaUniversidad de Santander, na Espanha, e trabalho há quinze anos comdimensionamento de obras costeiras e portuárias. Eu utilizo parâmetrosfísicos, estudos de correntes, marés, ventos e ondas para dimensionarestruturas da costa: engordamento de praia, obras de proteção contrainundação.

É dito que a SPU considera todos os documentos históricos etécnicos. Bem, a gente já chamou a atenção que em 1819 a regiãoabrigou uma pequena fortificação e ali está a localização, é um mapade 1830, logo antes de 1831 (mostra o mapa). Ele tinha toda aestrutura, inclusive isso tudo está no Arquivo Nacional de Lisboa, emPortugal, então não iria ser construído um forte onde é mar (palmas).Esse é o local provável (aponta para a imagem) em que eles afirmamque era mar. (Palmas.)

Uma coisa que eu gostaria de colocar é a questão daprecisão. A gente não pode errar, não arredondar casas decimais nessetipo de estudo. Por quê? No dimensionamento de estruturas, porexemplo, se você erra para cima, você gera um custo adicional nessaobra, o volume de material, e se você erra para baixo, você pode causarum desastre natural, você está subdimensionando essas estruturas.Então, como Obéde mencionou, existem arredondamentos, utilizaçãode algumas casas decimais para cima. Isso não é de um nível deprecisão aceitável em ciências, em Oceanografia e em Engenharia. Sóuma analogia com terreno de marinha: para terrenos de marinha, naverdade, deve-se considerar dois temas, a oscilação do nível d’água emrelação àquele terreno. E se você erra em 0,076 metros, 7,6centímetros em nível d’água, significa um deslocamento de 1,52metros em um local com gradiente de 5%. Em uma área que tem baixadeclividade, se você errar 20 centímetros, são 5 metros, quer dizer, émuito. Se você tiver a declividade mais baixa, você pode errar em 20,30, 40, quer dizer, se você comete um erro de casa decimal ouarredondamento, você insere a casa de uma pessoa, de um terreno ounão. Do ponto de vista técnico, em termos de oceanografia, degeodésia, de cartografia, os erros que estão nessa demarcação sãoinaceitáveis. Você vê linhas retas e curvas com 90º nas linhas demarinha. Então, isso é subjetivo. Não existe uma ação da linha d´águafazendo curva de 90º porque o terreno natural não tem 90º. (Palmas.).

Isso é só um elemento que mostra que tem que seaprofundar nesse estudo.

É bem interessante esse aspecto, porque a Daniela nasceudepois das três fortificações terem sido construídas e por isso que foiconstruída uma bateria de canhões bem ali no meio, porque na linha detiro entre São José de Ponta Grossa e Forte Santo Antônio de Ratones,surgiu a Daniela. Por isso foi construída em 1819 uma fortaleza ali.

Como já foi colocado, a Daniela tem restinga preservada,porque foi informado para os proprietários dos terrenos que lá é queera terreno da União. Essa foi a informação, tanto que nós, moradores,preservamos tanto a restinga quanto a parte do mangue.

Esse é o novo Plano Diretor (aponta para a imagem), que foibasicamente mantido sem modificações, o que também estimulou aocupação urbana naquela região.

Essa foi uma imagem de 1938 (aponta para a foto). Vejamcomo a Daniela era muito parecida em 1938. Quer dizer, ela era tãomenor cem anos antes, eu acho que de 1938 até 2014 ela pratica-mente ficou igual... Por que ela seria tão menor? São 450 imóveis e seos cidadãos não se defenderem individualmente ou em grupos, a linhavai ser homologada. Essa é a verdade. Eu sei que tem outras iniciativasque são extremamente bem-vindas, mas as pessoas têm que sedefender. Automaticamente, com a homologação vão ser anuladostodos os títulos privados, ainda que legitimamente adquiridos; todas aspessoas vão passar a ser meros ocupantes e vão ter que pagar, alémdas taxas anuais, laudêmio também e vão deixar de ser proprietários,de ser donos do seu próprio imóvel.

Tem uma coisa muito interessante da ciência que a gentefala que é um dos princípios básicos, talvez o mais básico de todos:um estudo científico só é considerado válido se os seus resultadospuderem ser reproduzidos, caso contrário, alguma coisa está errada.Talvez a receita não tenha sido anotada corretamente ou você estejaescondendo algum ingrediente. (Palmas.) Se você tentar reproduzir oestudo e as linhas da SPU, você não vai conseguir. Isso, então, invalidade qualquer maneira esse estudo.

Então, sem transparência, sem as demonstrações da SPU,sem um prazo razoável e proporcional, sem diálogo social, que naverdade é bom senso, vontade política e mediação de conflitos, naverdade estamos diante de um confisco. Essa é a verdade. (Palmas.)

Bom, a SPU está precisando de suporte seja do IBGE, seja daMarinha. É interessante ver que terreno de marinha, a Marinha nãoparticipa (risos); a definição é terreno de marinha, mas a Marinha nãoparticipa. (Palmas.) [Taquígra-Revisora: Sibelli D’Agostini]

Agora eu vou passar para os pedidos efetivos do que a gentesolicita, e eu estou falando em nome de várias entidades e não apenasdo Conselho Comunitário do Pontal do Daniela, como a Ufeco e oCodene. O primeiro pedido é acesso a todos os documentos técnicos eàs conclusões a todos os cidadãos interessados - e já foi colocado queisso nem para a Câmara foi dado, apesar de ter sido solicitado emmaio. O segundo pedido é a realização de audiências públicas regionaise que a SPU explique como foi feita a demarcação e não simplesmentefale que seguiram as normativas, antes das intimações. O terceiro éque o prazo seja de sessenta dias e o quarto pedido é o diálogo social.

De qualquer maneira, precisa de um suporte técnico, depessoal técnico capacitado neste país; métodos comprovados existemaqui e no mundo afora e isso precisa ser aplicado aqui. Então o que euvejo é que essa linha tem que caducar, ela não tem sustentabilidade doponto de vista técnico.

Era isso. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) -

Obrigado, Rafael.Passo a palavra ao senhor João Manoel do Nascimento,

diretor do Conselho Comunitário do Pontal do Jurerê/Daniela e tambémrepresentante da Ufeco e do Codene.

É preciso colocar que o Estado e o Município participaram demuitos atos que estão sendo anulados. Então a gente tem que chamara responsabilidade desses outros órgãos também, porque não é justoque as pessoas de boa-fé paguem o pato dessa situação toda.

(Palmas.)O SR. JOÃO MANOEL DO NASCIMENTO - Vou tentar ser o

mais breve possível, o mais didático e preciso possível. Na verdadeeu vou colocar o drama dos cidadãos. Agradeço e coloco esses encaminhamentos para que esta

audiência pública seja propositiva.(Utiliza imagens em PowerPoint para ilustrar a suaapresentação.) Como já foi colocado para muita gente, a Secretariado Patrimônio da União (SPU) está conduzindo uma nova demarcaçãoque é de quase toda a Ilha de Santa Catarina, com exceção de umpequeno trecho. O marco, como todo mundo já pôde perceber, sechama Linha Preamar Média do ano de 1831. Então se trata de umatarefa extremamente complexa definir onde estavam as médias dasmarés altas de 184 anos atrás. Não existe nem consenso científicocom relação a isso, apesar de existirem normativas que precisam serrealmente discutidas da SPU.

Muito obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) -

Obrigado, João.Passo a palavra ao senhor Maikon Costa, presidente da

Associação de Moradores e Amigos do Carianos (Amocar), um dosorganizadores desta audiência pública.

O SR. MAIKON COSTA - Boa-noite a todos, atingidos e nãoatingidos. Vou ser bem breve, até porque já estamos com um tempoextenso. Também vou aproveitar para comunicar que associamos otempo da Amosad e da Amocar, então a Michele na sequência vaiexplanar as questões mais técnicas.

Hoje a demarcação provisória já está pronta, então nospróximos dias... Bem, aí depende também de como vai acontecer, maspelo menos já está pronta, os ocupantes serão intimadosindividualmente para apresentar impugnações em apenas dez dias. Euestou chamando a atenção exatamente para o foco desta audiênciapública. É claro, é evidente que qualquer discussão que venha atendertodas as outras cidades litorâneas é importante, mas o que a gente,cidadão comum, precisa ter é acesso a todos os documentos ecompreender como o trabalho foi feito pela SPU para poder exercer odireito a ampla defesa. Ademais, é preciso ter o diálogo social, porquea gente está percebendo que do jeito que a coisa está sendoconduzida, vai levar a uma judicialização excessiva.

Eu não poderia deixar de agradecer o Deputado João Amin etoda a sua equipe, que foram providenciais para que esta audiênciaacontecesse. Nós acompanhamos de perto toda a mobilização e hojeeu estou aqui me sentindo em casa, porque vejo muita gente doCarianos, das comunidades do sul da Ilha. Então me sinto muitohonrado em ter esse pessoal aqui. [Taquígrafa-Revisora: Siomara G.Videira]

Como eu disse, vou ser bem breve, e independente dassituações serem resolvidas no STF, na leitura sistemática da EmendaConstitucional nº 46, ou na PEC 53, ou no projeto de lei do Executivo, oque eu gostaria de colocar aqui para vocês, na verdade, é um pedido.Infelizmente o Prefeito Cesar Souza saiu da mesa, mas não pode ficarsó no discurso essa posição do Prefeito Cesar. Há alguns dias euestive com ele, falei sobre o terreno de marinha e ele não se mostroumuito receptivo ao assunto.

O foco do cidadão comum talvez tenha que ser lá em Brasília,mas também na sua situação particular. Quer dizer, tem a PEC 53, temo Projeto de Lei 5.627, tem o recurso extraordinário lá no STF, que sãotodos assuntos absolutamente importantes, mas não se sabe quandoeles realmente vão ter desdobramentos.

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19/06/2015 DIÁRIO DA ASSEMBLEIA - SC - NÚMERO 6.842 1 7

Será que é preciso que todos vocês saiam de casa para viraqui (palmas) para que o Executivo municipal tome uma posição emdefesa dos mais de trinta mil moradores atingidos em Florianópolis?São trinta mil famílias, gente! Então, precisamos fazer essa reflexão.

irrecusável. Isso é reproduzido na ON-Geade no item 4.7.1, e mecorrijam, por favor, Juliano e Tereza, se eu estiver falando besteira. Oitem 4.7.1 é reproduzido tanto na lei quanto na orientação normativa, ediz que a SPU deve se utilizar de todos os elementos que remontem àdata de 1831 ou dos que mais dela se aproximem.Aqui eu faço um convite ao Prefeito Cesar Souza Junior, repre-

sentado pelo Procurador-Geral Alessandro Abreu, e peço também que oProcurador Walmor, do Ministério Público, tome a sua posição idênticaao Ministério Público do Espírito Santo, que está em defesa dacomunidade (palmas), porque muita gente aqui nem sabe que éatingido ainda. Então, precisamos refletir sobre isso.

Pela SPU existem duas fotos, dois mosaicos que constam noVolume 8, que é o mosaico de 1938 e outro de 1957. Pois bem, nós jáanalisamos esse mosaico e ele tem enormes distorções. Então, são defato de autenticidade irrecusável? É isso que a gente se pergunta, seráque a SPU foi na fonte verificar se de fato esses documentos são deautenticidade irrecusável? Porque se eles não forem, senhores, nãoexiste esse processo, não existe! (Palmas.)

Muito obrigado. (Palmas.)Passo a palavra para a senhora Michele Copetti, moradora do

bairro Carianos e servidora pública estadual. E eu trago aqui um comentário feito pelo próprio Juliano naprimeira reunião no âmbito da Comissão de Transportes, em que eledisse que a foto, o mosaico de 1938 não é o horto retificado e mesmoassim ela foi usada na sobreposição das cartas topográficas. Como agente pode ver aqui, trouxe aos senhores trechos do relatório final, emtodos os trechos a SPU menciona a sobreposição das fotos de 1938 ede 1957, e depois ao do voo de 2001. Quer dizer, eles se utilizaramdos dois mosaicos que contêm sérias distorções.

A SRA. MICHELE COPETTI - Boa-noite, pessoal. Eu gostariade agradecer ao Deputado João Amin por esta oportunidade, porque senão fosse isso nós não teríamos como estar aqui hoje abordando essetema que é extremamente polêmico.

(Utiliza imagens em PowerPoint para ilustrar a suaapresentação.)

Eu falo em nome da Amosad e da Amocar, que são asassociações do bairro Carianos, e por conta delas eu gostaria só deapresentar para vocês o que ocorre em relação ao bairro. Hoje as duasassociações congregam mais de cinco mil famílias. O nosso bairrotentou, desde 2013... ele só tomou conhecimento do processo dedemarcação por conta do novo acesso ao aeroporto, se não fosse issoaté hoje nós desconheceríamos o processo de demarcação.

Um exemplo disso é a questão da foto do Centro de AviaçãoNaval, de 1937. Vejam, gente, isso aí é a Base Aérea, que era o antigoCentro de Aviação Naval, é uma ampla estrutura que existia muitoantes do voo de 1938. [Taquígrafa-Revisora: Ana Rita M. de Souza]

Gente, eu não sei se vocês conseguem perceber, mas nóslocalizamos o original da foto, porque o mosaico é constituído por umasequência de fotos aéreas, e nesse mosaico original, do ladoesquerdo, conseguimos ver nitidamente a Base Aérea. E aí eu lhespergunto: comparando o mosaico de 1938, onde foi parar a BaseAérea? A gente não consegue localizar! Além disso, esse mosaico de1938 tem várias distorções, e distorções que eu me pergunto se a SPUcorrigiu na hora de simplesmente montar a sobreposição e demarcar alinha.

Por conta disso, desde então, a gente tentou ter acesso aesse processo de demarcação. E, gente, ao contrário do que asuperintendente nos falou, eu mesma protocolei na SPU um pedido deacesso [ao processo] e cópia e estou até agora esperando ter acesso aele. (Palmas.) A Associação só conseguiu ter acesso ao processo nofinal do ano passado, porque fizemos um requerimento diretamentedirigido a Brasília. Precisamos de Brasília e gastamos uma fortuna paraconseguir fotocópia por lá, pois se esperássemos pela SPU de SantaCatarina estaríamos até agora aguardando.

Então a questão da autenticidade de documentos é um forteindício - esses dois mosaicos contêm sérios problemas - de que elesforam manipulados, podendo gerar equívocos e induzir o examinador aerro. O que dizer então da área do Loteamento Santos Dumont diantedessa incerteza visual? Como afirmar que aquela vegetação possuicaracterísticas de área que sofria influências de maré, se eu nãoconsigo sequer visualizar a Base Aérea naquela foto? (Palmas.)

Pois bem! Desde então estamos analisando esse processodesde o final do ano de 2014, e toda a comunidade está fortementeengajada. Nesse contexto nós já levantamos toda a origem do bairroCarianos - claro que a gente ainda tem muito mais o que pesquisar.Então é importante registrar que isso corrobora com muito do que foidito aqui. Além disso, dentro do estudo da SPU, do relatório final, uma

das coisas que a ON-Geade diz - e é obrigação da SPU fazer isto,coletar todo o material impresso que existe - é que devem serpesquisadas publicações que abranjam estudos geográficos ougeológicos que descrevam a paisagem e expliquem a formação. Sabemquantas referências bibliográficas constam no âmbito do relatório final?Doze. É essa a cientificidade que a SPU quer imprimir a um estudo deum grande volume desses? Para vocês terem uma ideia, existe ummapa geológico da Ilha que a Universidade Federal demorou quatorzeanos para fazer. Pergunto: ele consta no processo? Não! Existem dozereferências, dentre as quais quatro ou cinco são pelo menos doutrina,só. Estudos científicos ali não constam.

O bairro Carianos é totalmente legalizado, nós temosdocumentos que comprovam escrituras de compra e venda de 1898.Quer dizer, se existe uma omissão por parte da União, é uma cadeia deomissão da União, da Prefeitura e de todos os órgãos envolvidos,porque o nosso loteamento é aprovado. O bairro Carianos seguiu todauma normativa vigente e não é justo que agora nós, cidadãos,tenhamos que enfrentar essa demarcação. Detalhe, gente, umademarcação que é cheia de vícios.

Essa questão da documentação está toda regularizada, agente está fazendo esse levantamento. É importante destacar que oloteamento Santos Dumont, que integra o bairro Carianos, é aprovadodesde 1959. E é engraçado que, assim como o Deputado Geandestacou, dentro do loteamento existe... Detalhe: grande parte doloteamento foi formado porque o Estado vendeu o território paraparticular. E, além disso, uma parte do loteamento também a Uniãovendeu ao particular por meio da Caixa Econômica Federal, quer dizer,ela cedeu esse domínio pleno e agora está batendo na nossa portadizendo que ela quer tomar o que já vendeu? Não nos parece justo.

(Palmas.)

A ON-Geade também fala sobre vistorias do terreno, que osolo e a topografia do local devem ser vistoriados. Aí eu pergunto: porque nenhum documento dessa ordem relativo ao bairro Carianos constano processo? Eles foram lá, tiraram uma foto e disseram: isso aqui émangue aterrado. Essa é a vistoria, não constando absolutamente nadarelativo à questão da vegetação, da análise de solo. Absolutamentenada.

Então, senhores, o que eu posso dizer? Nós todos estamosaqui hoje perdendo parte da nossa noite, e eu agradeço também oDeputado João pela paciência em me ouvir, porque sei que extrapolei,mas conclamamos todos os órgãos que estão aqui presentes para queassumam as suas responsabilidades e intervenham nesse processo degrande impacto social. Esse processo está eivado de vícios, sejam elesformais ou materiais - eu só apontei três dentre os que já detectamosno âmbito desse processo -, então é imperioso realmente, antes quetoda a população seja atingida, que a gente suspenda esse processo.

Aí o que a gente se pergunta é o seguinte: dentro doprocesso da SPU - esse que tem mais de 1.700 páginas e 8 volumes -existe esse tipo de pesquisa histórica da Ilha de Santa Catarina? Não,não existe! Simplesmente isso tudo foi desconsiderado, e a gente nãopode esquecer que aqui tem a participação do Estado por meio daDiretoria de Terras e Colonização, ela nos vendeu aquele território. Aíagora vem o Estado e vai nos retomar? Então, gente, esse tipo depesquisa a SPU não fez.

Portanto, diante de todo esse cenário - para tentar agilizarantes que me cortem aqui -, a pergunta cotidiana que se faz nasreuniões que temos semanalmente dentro do Carianos no âmbito daAssociação é: primeiramente, a SPU de fato tem condições de aplicar,é possível aplicar essa lei, a LPM, quase dois séculos depois? Aindaque fosse possível, será que de fato ela está fazendo no âmbito desseprocesso administrativo que demarca mais de 250 quilômetros da Ilhade Florianópolis? E aí o que não é justo é que a gente tenha quedesembolsar valores vultosos em perícias técnicas que nós já orçamos,os valores são absurdos, gente, é muito caro para a gente suportaresse custo. Quando na realidade a cadeia de responsabilidadeperpassa por todos os órgãos. Então aí é a questão da legislaçãovigente, se de fato ela está sendo cumprida.

Muito obrigada! (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) -

Pessoal, temos muitos inscritos ainda e para ser democrático, omáximo que eu posso fazer é pedir para que o tempo seja respeitado.

Com a palavra o senhor Hélio Cesar Bairros, presidente doSindicato da Indústria da Construção Civil da Grande Florianópolis(Sinduscon).

O SR. HÉLIO CESAR BAIRROS - Senhor Presidente, querocumprimentar V.Exa. pela iniciativa e cumprimentar os demaisintegrantes da mesa. Uma boa-noite a todos.

Senhores, a questão aqui é que o Poder Público é useiro evezeiro em desrespeitar a lei. Se ele observasse o artigo 20 daConstituição não estaríamos aqui perdendo tempo, porque a Emenda46 diz claramente - e eu vou pedir permissão aos senhores para ler: “AUnião não tem mais terreno aqui na Ilha”. E diante deste fato, diz oartigo 20 da Constituição, em seu inciso IV, que “as ilhas fluviais elacustres nas zonas limítrofes com outros países, as praias marítimas,as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas destas, as que contenhama sede de Municípios”, não são mais da União.

Eu gostaria de destacar três pontos da própria ON-Geade.Essa ON-Geade, como bem o doutor Obéde salientou, estende oslimites da lei, a lei não disciplina da forma como a ON-Geade vemdisciplinando, ela amplia e muito o texto da lei. Mas supondo que elaseja válida, a pergunta é: será que de fato a SPU está cumprindo [alei]? Pois eu lhes digo, senhores, não está! Porque, por exemplo, umdos principais tópicos que aparece no artigo 11 do Decreto 9.760 falaque a SPU deve se utilizar de documentos que sejam de autenticidade

E aqui eu sinto a falta do Deputado Edison Andrino, que foi oautor da Emenda 46, que determinou...

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18 DIÁRIO DA ASSEMBLEIA - SC - NÚMERO 6.842 19/06/201 5

O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Pararegistrar, o Deputado Edison Andrino foi convidado, mas ele tinha umaviagem internacional marcada e justificou sua ausência.

indignado com essa cobrança exorbitante que está acontecendoatravés da SPU.

Eu não poderia também de deixar de mencionar, senhorPresidente, sobre o cálculo que está sendo feito pelo Prefeito CesarSouza. Até o Procurador presente pode estender a minha solicitaçãopara ele: entrar na Justiça juntamente com Vitória no Espírito Santo,também com São Luís do Maranhão e Florianópolis para livrar a Ilhadessa taxa da SPU. Mas e o Continente, como que fica? Somos 130mil habitantes; dos 436 km², 12,1 são do Continente. Nós temos umaorla continental enorme, então, que essa ação também se estenda aoContinente. Nós temos que esperar, realmente, o gerenciamentocosteiro, mas somos Florianópolis; ninguém é Biguaçu, Palhoça, SãoJosé. Ou essa ação abrange a área continental ou a Prefeitura tem quefazer algo similar para nos proteger. Eu estive esta semana visitandoquase todos os moradores do BaIneário Estreito e eles estãoindignados! A especulação imobiliária está lá em cima, eles não sabemo que fazer, pois a maioria é ocupante.

O SR. HÉLIO CESAR BAIRROS - Obrigado, Deputado.Então, diante desse fato, nós, do Sinduscon, somos contrário

a qualquer aumento de imposto, de taxa, e assim fizemos em relaçãoao IPTU, que a Justiça reconheceu e trouxe a patamares razoáveis.

(Palmas.)Nós também entramos com ação no Supremo Tribunal

Federal, e eu concito todas as entidades a fazer parceria conosco.Coloco à disposição a ação que está no Supremo, só preciso deadvogado, que os senhores terão com certeza sem nenhum custo,para pressionarmos o Poder Judiciário a dar uma liminar parasuspender essa ação de aumento dessa taxa absurda, que nãotem o menor sentido diante dos argumentos técnicos explanadosaqui a todos nós.

Além da questão formal, da questão técnica, tem a questãolegal. É inconstitucional essa exigência baseada numa lei infracons-titucional. Já há uma suspensão do Supremo Tribunal com repercussãogeral, por isso nós temos que entrar, todas as entidades, inclusive a doCarianos, a da praia da Daniela, enfim, a OAB, o Ministério Público, aprópria Prefeitura...

Essa é a minha questão.Obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Com a

palavra o senhor Rogério Penna, representando a Associação deMoradores Amigos do Village Club, do Saco Grande (Amavi).

Pedi ao nosso consultor jurídico que fizesse um estudo paraentrarmos com uma medida cautelar ou mandado de segurança, nãosei qual será, para dar esse efeito suspensivo, para que não hajahomologação sem o julgamento da ação do recurso extraordinário queestá no Supremo Tribunal Federal. Está à disposição a minuta da ação.

O SR. ROGÉRIO PENNA - Boa-noite, senhoras e senhores.Eu represento a Amavi, um loteamento no Saco Grande. Nós

estamos tão distantes do mar que faz poucos dias que nósdescobrimos que éramos acrescidos de marinha. (Palmas)

Nós ainda não tivemos tempo de montar uma apresentação,mas já vimos em fotos que, assim como em Carianos, em Daniela, eem todos os outros, há, claramente, erros de medição. A nossa área,na foto de 1938, era terra já, não havia aterro. Havia uma olarianaquela região, segundo depoimento de pessoas antigas. Então, porque estamos nessa? Também não sabemos. Temos a mesmaindignação, estamos nos mobilizando, ontem fizemos uma reuniãointerna com mais ou menos cinquenta moradores - nós somos setentacasas - e a indignação geral era: “Caramba, nós tivemos o cuidado deprocurar um imóvel que tivesse registro, tivemos o cuidado de ter tudo100%, viabilidade da Prefeitura, pra quê? Para rasgarem o registro e aspessoas perderem as economias de 20, 30, 40 anos?” Para a maioriaé o único bem.

Muito obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) -

Obrigado, Hélio Bairros.Com a palavra o senhor André Lodygensky, vice-presidente do

Conselho Comunitário Pontal do Jurerê/Daniela.O SR. ANDRÉ LODYGENSKY - Boa-noite a todos e a todas. O

resultado desta audiência é a consequência de uma agressão, umaagressão simples, contínua e imoral contra a população. Não é nadamais do que isso, e nós não podemos aceitar essa agressão! Não énormal que pessoas da minha idade tenham que gastar dinheironovamente para proteger o que compraram há quarenta anos. Éinaceitável!

Eu tenho uma pergunta muito simples para fazer ao pessoalda SPU: eu proponho irmos a Brasília com mil representantes, a custade vocês, para finalmente sabermos onde está a verdade, porque aquinão temos nada. Se a solução está em Brasília, lá iremos. Vocês vãonos receber? (Palmas.)

Agora, toda lei tem que ter uma razão, uma motivação. Qual amotivação dessa lei de 70 anos? A razão básica de segurança nãoexiste mais. A razão de arrecadação, a própria representante da SPUdisse que não existe. Alguns acham que, sim, mas não há razãonenhuma. A arrecadação de 2014 da SPU no Brasil corresponde a 0,03das receitas da União. Por mais que ela cresça com toda essademarcação absurda, não vai passar de 0,1, e isso corresponde a1/500 do que o Sindicato dos Procuradores da Fazenda Nacionalestima que o Brasil perde em sonegação. Não deveríamos estar nospreocupando que a Justiça Federal julgasse casos de sonegaçãopesados? Que os advogados da União cuidassem de casos maissérios? Os procuradores da Fazenda terão que nos executar, porqueboa parte de nós não vai conseguir pagar esse confisco! A Procuradoriada Fazenda deve nos executar ou deve executar sonegadores quedevem R$ 10 milhões, R$ 20 milhões, R$ 30 milhões? Não conseguemfazer todas as cautelares fiscais necessárias por falta de pessoal! Seráque esse é o foco? Será que é nesse caminho que devemos seguir? Éuma questão muito mais política; dá para sentar na mesa do bomsenso e, com sensibilidade, podemos reverter.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - DoutorAndré, a SPU vai se manifestar ao final, após a fala de todos os nossosconvidados inscritos.

O SR. ANDRÉ LODYGENSKY - Muito obrigado. [Taquígrafa-Revisora: Jacqueline de O. V. Bitencourt] [Leitura final: Siomara G.Videira]

O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Com apalavra o senhor Vicente Naspolini, professor do IFSC de Florianópolis.

O SR. VICENTE NASPOLINI - Eu sou morador do Carianos,arquiteto e professor do IFSC.

Eu ouvi aqui várias questões. Falaram em conjunção deforças, em agilizar, em tomar uma ação rápida. Eu não sei quando asleis e as PECs serão aprovadas, quando as leis serão modificadas.Isso pode demorar muito. Então, eu pensei em fazer uma ação maisimediata, é uma sugestão que eu tenho para os nobres Deputados -acho que estou na Casa certa para fazer esse pedido - de fazer umaforça-tarefa, fazer um estudo multidisciplinar de grande alcance, degrande escala para contrapor os estudos técnicos da SPU; fazer todo olitoral catarinense com as metodologias científicas corretas, e não commetodologias pseudocientíficas determinadas em lei, dentro degabinete, sem levantamentos objetivos. Certo? Então, é isso que euproponho para que os nobres Deputados: em conjunto com as câmarasmunicipais dos Municípios do litoral, fazer o levantamento correto dalinha, com a metodologia correta e científica para, de uma vez portodas, a gente mostrar onde está essa linha que, assim como mostroubrilhantemente o doutor Obéde, está praticamente afogada. E aomostrar essa linha afogada, também afogaríamos a SPU junto com ela.

Obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Com a

palavra o senhor Eduardo Bastos Lima, diretor de meio ambiente doConselho Comunitário Pontal do Jurerê/Daniela.

O SR. EDUARDO BASTOS LIMA - Boa-noite, Deputado, eparabéns pelo evento. Boa-noite, senhoras e senhores.

O que estamos discutindo aqui, na verdade, é metodologia, éato administrativo antes de tudo. Existe uma questão de discussãojudicial, mas antes nós temos um ato administrativo, e nesse ponto oquestionamento que eu faço à Secretaria do Patrimônio da União (SPU)é muito simples: estão usando fotos aéreas de 1938, e se essa foto éaplicada para demarcar uma área na Daniela, é aplicada para demarcaruma área no Carianos, deveria ser também aplicada para demarcarárea em Jurerê Internacional. E explico por quê.Obrigado. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Com apalavra o senhor Édio Fernandes (Jajá), presidente da AssociaçãoAmigos do Estreito.

Na foto aérea de 1938 existem três cursos hídricos e a linhademarcatória de Jurerê está tangenciando a parte da restinga ou entãoa parte do nar.Então não é possível que nós aceitemos que um estudotécnico ou não, feito por um órgão federal, desconsidere em suaanálise, usando a mesma base de dados, informações contraditórias.Isso enseja um crime de prevaricação e improbidade do gestor e dequem elaborou os estudos, com todo o respeito. Acho que o MinistérioPúblico Federal deveria estar aqui para representar criminalmente quemelaborou os estudos. Infelizmente a verdade é essa, porque nósestamos aqui até essa hora, 23h, com a possibilidade de perda dopatrimônio. A questão de taxa ou não é um mero detalhe nisso tudo,porque nós estamos discutindo aqui é propriedade. Se isso for levadoem consideração, nós teríamos que ter uma resposta clara da SPU doporquê na praia de Jurerê Internacional essas questões não foramlevantadas e em áreas como o Pântano do Sul já há até um estudo doIbama questionando a linha demarcatória da SPU e que não apareceuem lugar nenhum.

O SR. ÉDIO FERNANDES (JAJÁ) - Boa-noite a todos.Cumprimentando o Deputado Estadual João Amin,

cumprimento a mesa e demais autoridades.Senhor Presidente, gostaria de parabenizar, em primeiro

lugar, o senhor Obéde, pois tudo que o senhor falou está aqui conosco(palmas); estou estudando a semana toda sobre tudo que o senhorfalou. Essa palestra que o senhor deu aqui hoje é ter um marco antesdesta audiência pública e depois dela. Com essa aula magna que osenhor deu aqui hoje, creio que os representantes da SPU vão pensardiferente. E atento como eu sou - vou ser até um pouco pornográfico -,o doutor Obéde falou de um cálculo matemático que tinha a letra phi. Éisso? Então, com essa explanação que o senhor deu aqui hoje, eu voudizer duas sílabas para o senhor, para o pessoal da Daniela, doCarianos, do Estreito que represento: si-fu! O pessoal está aqui

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19/06/2015 DIÁRIO DA ASSEMBLEIA - SC - NÚMERO 6.842 1 9

Então eu perguntaria à SPU se essa minha informação éfalha ou não, e se não, quais foram as razões que levaram a SPU a nãoanalisar a mesma imagem e detectar em Jurerê um tipo de linha e naDaniela e no Carianos outra.

Objetivamente, a minha pergunta se relaciona mais à partetécnica: como a SPU concluiu pela delimitação das áreas de influência demaré no Carianos, no Itacorubi, na Daniela e em Ratones? Qual ametodologia e o material utilizados para tanto? No Carianos, além dosmosaicos de 1938 e de 1957, quais materiais, métodos ou estudos foramutilizados pela SPU para se concluir quais eram os terrenos acrescidos demarinha? Acrescento a essa pergunta o questionamento acerca dos dadosprimários e/ou secundários na demarcação do bairro Carianos.

Muito obrigado e uma boa noite. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) -

Obrigado, Eduardo.De imediato passamos à próxima inscrição, senhora Nair de

Bona, moradora do Carianos. Eu pergunto à SPU: foi efetivamente feito trabalho de campo,coleta de dados em campo para delimitação dessa linha no nossobairro ou ela foi feita basicamente em cima de dados secundários,como mapas e aerofotocartas?

A SRA. NAIR DE BONA - Eu sou representante dosmoradores do Carianos e faço uma pergunta ao Ministério PúblicoFederal, à Prefeitura Municipal e à Secretaria do Patrimônio da União:por que a lei serve para alguns e não para outros, neste caso nós? Porque a lei e o Estado garantem direito de propriedade privada para uns enão para outros? E por que então não abolimos de vez a instituição depropriedade privada no País? Por que só alguns têm de pagar pelainoperância do Estado, pelo seu sono de quase duzentos anos? Porque temos que pagar essa conta sozinhos?

Era só isso. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Muito

obrigado, Anelise.O próximo a falar é o senhor Carlos Umberto Pereira, membro

da diretoria do Conseg 109 - Carianos (Amocar). [Taquígrafa-Revisora:Siomara G. Videira]

Obrigada. (Palmas.) O SR. CARLOS UMBERTO PEREIRA - Boa-noite. Sou um dos1.500 afetados do Carianos dentre os 30 mil de Florianópolis.O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Com a

palavra o próximo inscrito, senhor Emir Benedetti. Podemos considerar a hipossuficiência dos particularesdiante do Estado e a existência desde 2002, a partir dos estudos dadefesa de tese de doutorado do doutor Obéde, desse critério científicopara a determinação da LPM de 1831. Fora desse critério científico oque há é mera conjectura, portanto critérios absolutamente ilegais. Seagora, à luz da informação que foi dada inclusive pelo próprio doutorObéde, é sabido existir um critério científico, pergunto para a SPU: háalguma proposta da SPU de Santa Catarina informando aos seussuperiores sobre a necessidade de mudança da lei e das INs, que sãoas Instruções Normativas, e ONs, Orientações Normativas, incluindo aON-Geade 0021, e que não são elencadas inclusive no rol das espécieslegislativas do artigo 59 da Constituição? Há, então, um pedido deadequação dessas normas que regem essa demarcação por parte devocês aqui de Santa Catarina aos órgãos superiores?

O SR. EMIR BENEDETTI - Uma boa-noite a todos. Sou opresidente do Conselho Comunitário da Daniela e gostaria de dizer queesta é uma grande iniciativa.

Duas colocações. Provavelmente muito antes de uma PEC,mudança de lei, muito antes de termos aprovada a solicitação deprazos dilatados, a ação da SPU vai ocorrer. Nós, com o nossopatrimônio atingido, seremos notificados e teremos que tomar umaprovidência. A primeira providência é a nossa união contra esse roubodo nosso patrimônio.

Eu gostaria de dizer à superintendente Tereza Cristina quequando ela fala na visibilidade e na transparência, eu discordo. Oprimeiro grupo que tomou conhecimento da LPM foi a Daniela. Emdezembro de 2013 nós enviamos quatro documentos à SPU e nãoobtivemos nenhuma resposta; em dezembro de 2013 eu estivepessoalmente na SPU, conversei com o engenheiro Bauer, ele meentregou um CD e disse que ele não teria acesso a nenhum documentoque demarcou a linha preamar. Para nós nos defendermos, precisamossaber por que a linha passa naquela área. É um ponto básico. Passano meu terreno e eu não sei como vou me defender.

Já adequando ao princípio da legalidade a que está sujeitatoda a administração pública, não caberia à própria SPU buscar aadequação à legalidade e, portanto, se enquadrar à lei e não à margemda lei como está hoje?

E, por último, um pedido ao Subprocurador-Geral FábioTrajano: que ele encampe a luta em relação ao Ministério PúblicoFederal, que se coloca aqui como inimigo do povo, porque parece que oMinistério Público encampa uma luta do Estado contra os 30 milhipossuficientes, dentre os quais estão os 1.500 do Carianos. Entãoeu pediria ao Subprocurador Fábio Trajano que procure o MinistérioPúblico Federal e sensibilize-o sobre a necessidade talvez até de umaação civil pública, se for adequado.

Nós solicitamos, sexta-feira próxima passada, através doOfício 035 do Conselho Comunitário - e peço a gentileza que adoutora Tereza Cristina nos atenda, que por favor responda àDaniela -, algumas informações: por que a linha está passando poronde passa hoje; por que o nosso patrimônio está sendosimplesmente subtraído de nossa posse, e que nós tenhamos apossibilidade de informar à comunidade, cumprindo o dever deConselho Comunitário, por que aquela linha passa ali e quaisforam as razões que a SPU traçou a linha na Daniela.

Muito obrigado e boa-noite. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Eu

gostaria de colocar em votação [a redução do tempo]. Raphael, se tume permites, porque devido ao horário eu tenho medo que acomunidade do Carianos não possa ouvir novamente o Obéde, a SPU eo Procurador-Geral do Município, pois eles vão ter que se ausentar às23 horas.

Obrigado. (Palmas.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Com a

palavra o senhor Luciano José Lima Silva, da Associação dosMoradores Recreio Santos Dumont (Amosad/Carianos).

O SR. LUCIANO JOSÉ LIMA SILVA - Boa-noite a todos. Nós temos mais seis inscritos, então consulto se a gentepode reduzir ainda mais os três minutos para nós podermos ouvir outrapessoas e dar direito à comunidade do Carianos de ouvir novamentetanto a SPU como o professor Obéde e a Procuradoria-Geral doMunicípio. (Palmas.)

Eu tinha alguns pedidos a serem feitos aqui. Queria perguntaralguma coisa para o Prefeito, para o próprio Ministério Público Federal epara a SPU, mas acredito que agora só esteja aqui a SPU para meresponder.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - OProcurador-Geral do Município aqui se encontra.

Eu pediria essa consideração, não é ser intransigente, masapós a fala do Raphael, se algum dos outros inscritos pudesse falarmais rápido para dar oportunidade ao Carianos...O SR. LUCIANO JOSÉ LIMA SILVA - O.k.

Eu queria saber se foram feitos alguns estudossocioeconômicos em relação à incidência de taxas, perda depropriedade sobre as famílias atingidas na região; e se foi mensurada,analisada alguma coisa em relação a isso.

Concedo a palavra ao senhor Raphael de Vasconcellos Vilela,morador de Carianos.

O SR. RAPHAEL DE VASCONCELLOS VILELA - Boa-noite atodos. Eu também sou morador do Carianos. Eu queria apenas frisaralgumas coisas.É uma coisa que preocupa muito os moradores, ainda mais

os moradores que há muito tempo escolheram um local seguro paracomprar. Muitos de nós que moramos no Carianos, por exemplo, ou emoutro local, escolhemos porque era um local que podia ser financiadopela Caixa Econômica, era um local do qual tínhamos uma escriturapública, e uma escritura de bastante tempo. Foi feita uma análise emrelação a isso, em relação aos bairros afetados ou apenas foi traçado edeixe que o povo se vire?

Em primeiro lugar em tempos de crise, eu vejo esse nossoprocesso como uma crise séria, existem pouquíssimas vantagens, masexistem! E uma delas é que os heróis apareceram, e para mim osenhor Obéde entra nessa categoria.

Gostaria também de frisar que além de herói, a meu ver, eleé, até que se prove o contrário, a maior autoridade no que diz respeitoa esse tema específico. E no próprio texto que reza sobre todo ohistórico das leis, além da questão de precisarmos apresentar osdocumentos irrefutáveis, existe também a necessidade de se criar umacomissão técnica com as pessoas mais competentes da área. E apessoa mais competente do Brasil para fazer isso é o senhor Obéde, eele não foi convidado pela SPU. (Palmas.) Essa é a primeira coisa queeu queria colocar.

Outra coisa que eu também gostaria de perguntar, no caso àSPU: se nós conseguirmos comprovar aqui ou administrativamente queexiste alguma falha no processo, que existem vícios - eu não souninguém, mas temos muita gente aqui que é entendida e explicou isso -, a SPU voltará atrás, poderá rever seus atos ou ela apenas ignorará emandará a gente ir para a Justiça?

Era só isso. (Palmas.) A segunda, não mais me dirigindo à SPU e, sim, à população:a gente tem que internalizar algumas coisas. E uma coisa que foi poucocomentada, mas foi comentada pelo Desembargador, e depoisrecuperada por outras pessoas, é que o objetivo dessa lei não procede,ela não serve para a gente melhorar a segurança nacional nem para oque não foi mencionado que faz parte desse texto da lei, de garantir oacesso da população às praias - isso não acontece.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Com apalavra a senhora Anelise Macari.

A SRA. ANELISE MACARI - Boa-noite a todo mundo. Eu soumoradora do Carianos e complementando a apresentação da Michele, acasa na qual eu moro hoje e que estou adquirindo é financiada pelaCaixa Econômica Federal, então o governo me emprestou dinheiro paracomprar uma coisa que eu estou pagando ainda e não vai ser minha. Então eu desafio, não só a SPU como qualquer pessoa a

encontrar outra lei na Constituição, cujo objetivo não sirva mais, porqueessa, até onde eu procurei, é a única.

Para mim, isso é uma incoerência dentro de todo esseprocesso, uma das muitas incoerências.

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20 DIÁRIO DA ASSEMBLEIA - SC - NÚMERO 6.842 19/06/201 5

E, por último, gostaria de colocar para a população: aconteçao que acontecer ao final da discussão técnica e política dessa questão,mesmo que esse absurdo continue, vamos lembrar que nós não vamosaceitar. Se a gente não ganhar na esfera administrativa, na esferapública, nós não vamos aceitar isso, não vai acontecer! Pelo menos naminha casa não vai!

houve algum equívoco nesses procedimentos, se não foi levado algumelemento em consideração, a qualquer momento todos os nossos atospodem ser revistos administrativamente.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Com apalavra o senhor Juliano Luiz Pinzetta, engenheiro civil, analista deinfraestrutura e coordenador de Caracterização de Patrimônio daSuperintendência do Patrimônio da União.Obrigado. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Euconsulto mais uma vez se os seis inscritos permitem que a SPU, osenhor Obéde e o Procurador-Geral do Município se manifestem. (Aplateia aquiesce.) Havendo concordância, agradeço de coração aconsideração.

O SR. JULIANO LUIZ PINZETTA - Eu anotei todos osquestionamentos aqui, mas como foram muitos vou tentar fazer portópicos.

Primeiro, como a superintendente disse a todos, temos umalegislação que está vigente e preconiza que quem disciplina ademarcação de terrenos de marinha é a SPU, e a SPU disciplinou pormeio da ON-Geade 002. O professor Obéde fez um estudo com umanova proposta de metodologia, mas a SPU ainda continua com a ON-Geade 002. A SPU é... o órgão central conhece a metodologia doprofessor Obéde; com certeza já teve algumas audiências públicas coma participação dele e do órgão central. Então não é uma tese nova paraa SPU, também não; a SPU conhece a tese. Mas nós, como servidorespúblicos, somos obrigados a cumprir a lei; não me faculta escolher ametodologia que mais me pareça adequada, eu tenho que seguir ametodologia disposta na lei.

Passo a palavra para a senhora Tereza Cristina GodinhoAlves.

A SRA. TEREZA CRISTINA GODINHO ALVES - Queria colocarque todas as reivindicações são legítimas. Eu entendo a ansiedade detodos, mas nós, como servidores, realmente temos que seguir a leiporque ela existe.

Agora é importante a mudança da lei. Existe a PEC 53, emcontrapartida também tem o PL 5.627/2013, que é uma proposta daprópria SPU que já está em trâmite para a redução da alíquota,inclusive para os laudêmios não incidirem sobre as benfeitorias, entreoutras medidas também que nós chamamos de Proposta da Alíquotamais Justa.

Quanto à questão das impugnações que foram levantadas, sea SPU pode rever o traçado. Não só pode como deve! Este é omomento... a comissão terminou o trabalho, o relatório foi aprovado, asimpugnações serão julgadas por uma nova comissão; não são osmesmos membros da comissão que irão julgar as impugnações.

Realmente esse trabalho da mudança da legislação tem queser feito pelos Parlamentares. Agora, com relação às questõesadministrativas, como foi apontado aqui, nós vamos levar para osnossos superiores eventuais vícios na ON, porque a gente vai ter quediscutir com o órgão central, pois as regras vêm do órgão central e nóstemos que cumpri-las.

Itapema é exemplo de um local onde a LPM foi demarcada.Foi aberto o prazo para impugnação, foi impugnada, a impugnação foijulgada procedente e está em processo de revisão da demarcação.Então, Itapema é um local em que a LPM está em processo de revisãojustamente porque na verificação da ampla defesa, do contraditório aimpugnação foi acatada! Chegou um elemento que não tinha sidolevado em consideração pela comissão.

Com relação ao que foi perguntado pelo cidadão, acho que daDaniela, se uma comitiva for ao órgão central vai ser recebida, querodizer que vão ser recebidos, sim, porque nós trabalhamos com toda acomunidade. Como eu já falei, a gente trabalha com a regularizaçãofundiária, atendemos todos os movimentos sociais para assenta-mentos da população de baixa renda. É claro que quem procurar a SPUvai ser recebido tanto no órgão regional quanto no órgão central.

Como o estudo do Carianos contesta vários elementosalegando que a comissão não levou isso em consideração, essaimpugnação vai levar em consideração na análise - por outra comissão,que não a comissão da demarcação -, e se for procedente vai procederà retificação administrativa do traçado da LMP. Isso para todas asimpugnações que forem apresentadas.

Outro questionamento feito foi se será feito um estudosocioeconômico na região, principalmente Carianos. Esse estudo aindanão foi feito porque nós estamos fazendo trabalho de demarcação e,agora, um trabalho de homologação da LPM para definir qual é apropriedade da União. Após isso será feito um cadastramento dessesocupantes. Aí, sim, que será feito um trabalho de estudosocioeconômico para verificar quais as pessoas são de baixa renda,isso para a gente poder trabalhar com provisão habitacional, assenta-mento em famílias de baixa renda.

Ressaltando, o que eu disse a todos no início, se aimpugnação não for acatada em primeira instância automaticamenteserá encaminhada para a unidade central de Brasília. Então tem umduplo grau administrativo. Pode ser que a SPU daqui rejeite aimpugnação e Brasília acate. E se a SPU daqui e de Brasília rejeitarem,ainda cabe um recurso administrativo ao Ministro do Planejamento, ese o Ministro mantiver cabe uma manifestação judicial.E volto a dizer que a União não vai retirar a ocupação de

ninguém, simplesmente a gente está cumprindo um rito da lei, isso é ocadastramento, futuramente o cadastramento, e o reconhecimentodessas posses. [Taquígrafa-Revisora: Ana Rita M. de Souza]Realmente, enquanto não mudar a lei nós vamos ter de trabalhar dessaforma. Eu volto a dizer: toda a reivindicação é legítima! Eu entendo todaesta ansiedade, e temos que trabalhar, é verdade, e o fórum paradiscussão é este!

(Manifestação ininteligível fora do microfone.)É, como eu falei, uma atribuição específica da SPU. A SPU

tem os técnicos do quadro dela...(Manifestação ininteligível fora do microfone.)Temos! Até a participação da tese do professor Obéde teve a

participação da SPU de Santa Catarina.O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Não

adianta se manifestar sem microfone porque está sendo televisionadoe gravado não só pela televisão da Assembleia Legislativa comotambém pela rádio. Então, se fizer questão de se manifestar, vamoscontinuar com as inscrições.

Em relação à homologação, é claro que essas audiênciaspúblicas propostas pela SPU vão ter que acontecer; nós vamos ter quefazer, realmente, um trabalho para mostrar a toda a comunidade essesprocedimentos.

(Orador não identificado manifesta-se fora do microfone: “E ametodologia?”) A metodologia vou deixar para depois o técnicoJuliano falar.

O meu pedido de excepcionalidade foi pela comunidade deCarianos porque vai ter que se retirar em quinze minutos da AssembleiaLegislativa. É o único motivo que me faz ter aberto essaexcepcionalidade para a manifestação da SPU, da Procuradoria-Geral doMunicípio e, finalizando a audiência, do senhor Obéde. Se puderem teressa consideração, eu agradeço.

(Orador não identificado manifesta-se fora do microfone:“Ininteligível ...vai ser suspenso o prazo?”)

Eu vou chegar a esse ponto.Com relação ao edital do artigo 13, como eu e o Juliano já

dissemos, vai ser feita notificação pessoal. E, realmente, nessanotificação nós temos que identificar os ocupantes para fazer aidentificação...

O SR. JULIANO LUIZ PINZETTA - Então, para concluir, omomento do contraditório é esse.

Não temos como precisar quanto tempo vai se levar paraconseguir com a Prefeitura os dados dos ocupantes, a fim de se poderpromover a notificação. O processo está correndo administrativamentee o prazo começa a contar a partir da notificação.

(Manifestação ininteligível fora do microfone.)O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Eu

peço tanto à Superintendente quanto ao Juliano que se manifestem, ese tiver algum outro questionamento daremos outra desenvoltura aesta audiência.

Mais uma vez, como a superintendente disse a vocês, quemprecisar de mais prazo após receber a notificação faça umrequerimento administrativo solicitando mais prazo. Vamos apreciartodos os requerimentos. Não podemos inovar, não podemos criarartifícios que a lei não preveja. Os nossos atos têm que ser motivados.Vocês solicitando a dilação de prazo, nós vamos analisar essa dilaçãode prazo, e vai ser passado para a área jurídica analisar. E peloprincípio da razoabilidade, não vejo óbice nenhum em se conceder essadilação de prazo.

A SRA. TEREZA CRISTINA GODINHO ALVES - Então, euestava dizendo a vocês da notificação pessoal: aí vai ter o momento,realmente, da ampla defesa, que é o artigo 13 - para eventuaisimpugnações. A lei prevê o prazo de dez dias. Isso é prazo legal! Agora,podemos discutir até juridicamente com a nossa consultoria jurídica apossibilidade de esticar esse prazo. Mas realmente precisamos estarrespaldados legalmente. Então, assim que conseguirmos os dados todos serão

notificados e os recursos serão analisados. É isso o que temos paracolocar neste momento.

Tem que ser provocado! Vocês provoquem isso no momentooportuno; no momento da notificação provoquem isso, peticionem! Aí,realmente, vamos verificar com o nosso corpo jurídico, porque temosque estar respaldados juridicamente em todas as nossas ações. Issoeu acredito que possa ser possível.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Comrelação às referências, o pessoal da Daniela e do Carianos estãoquestionando sobre a foto de 38.

Também quero frisar que, independentemente da notificaçãodo artigo 13, vocês já podem se manifestar! Eu entendo, administrativa-mente, vocês já poderem se manifestar e apresentar eventuaiselementos para os nossos técnicos irem analisando. Realmente, se

O SR. JULIANO LUIZ PINZETTA - Certo. A foto de 38, comofoi dito pelo Carianos, não é um levantamento aerofotogramétrico, elenão tem correção; ele é um voo de reconhecimento da Marinhaamericana. Ele foi levado em consideração justamente, como estava lá

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19/06/2015 DIÁRIO DA ASSEMBLEIA - SC - NÚMERO 6.842 2 1

na cópia do relatório, para verificar erosões, acrescidos, intervençõeshumanas ou naturais que possam ser causados ou acrescidos demarinha ou erosões. Isso é mais basicamente para verificar aconformação do litoral naquela época. E não é o único elemento quedefiniu a LPM no local, vários elementos são levados em consideração,como entrevista, pesquisa. Isso tudo vai estar no relatório final que vaiser submetido a vocês para as impugnações.

justamente indo contra os critérios administrativos, a pró-forma do quefoi realizado e também toda a avaliação técnica. Sobre isso eu atéquero fazer uma solicitação, pois nós estamos preparando uma açãobem subsidiada, bem embasada e vamos até solicitar formalmente oparecer do professor para que possa embasá-la. Então, pedimos paraquem tem interesse de ingressar - se falou aqui de entidades - com omesmo propósito, entrem em contato conosco. Por quê? Porque se seingressar uma ação antes que não tenha um preparo ou que não tenhatoda essa fundamentação que se tem buscado, inclusive técnica, pode-se já criar um precedente que venha prejudicar as ações que entraremposteriormente. Então, é plenamente possível que outros possamingressar conosco com a ação, inclusive como o Ministério PúblicoEstadual falou, vai fazer contato com o Ministério Público Federal, etemos várias ações que ingressamos em conjunto. A própriaProcuradoria do Município, o Ministério Público Federal ou entidadesinteressadas também podem agir dessa forma.

Outra questão levantada foi a não disponibilização em 2013 ecomeço de 2014 dos documentos técnicos. É porque toda documentaçãotécnica se concentra no relatório final. Então não havia o que ser impugnadoaté dezembro de 2014. Não havia compilação dos elementos técnicos, poristo não tinha como disponibilizar nada. O relatório foi elaborado em meadosde 2014 e aprovado, e somente após a aprovação ele é disponibilizado.Então não havia o que impugnar.

(Manifestação ininteligível fora do microfone.)Ele ficou no órgão central no período entre a elaboração do

relatório e a aprovação. Então, o Município está tratando não apenas da parte insular,mas também de toda a parte continental.(Manifestação ininteligível fora do microfone.)

Sim, todos usaram a mesma... o mosaico foi feito da Ilhatoda. Todos foram levados em consideração. A questão do curso daágua por si só, se ele vai ser levado em consideração ou não, temosque verificar se ele tem influência de maré ou não. Isso foi levado emconsideração pela comissão. Então não é qualquer curso de água quevai ter terreno de marinha. Para o curso de água ter terreno de marinhatem de ter influência de maré; alguns rios têm influência de maré eoutros não têm. [Taquígrafa-Revisora: Jacqueline de O. V. Bitencourt][Revisão final: Denise Videira Silva]

O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) -Gostaria de, mais uma vez, agradecer em nome do Etori Amorim, queabdicou do uso da palavra para esclarecimentos em homenagem àcomunidade do Carianos, à Brígida, à Jane Cordeiro, ao João Manoel doNascimento e ao Luciano Oliveira.

Nenhuma resposta vai faltar por parte deste Deputado,cidadão de Florianópolis, com relação a medidas legislativas e jurídicas.Como Presidente da Comissão de Transporte e DesenvolvimentoUrbano, não me furtarei de nenhuma ação, seja ela jurídica oulegislativa, copiando Vitória, copiando Pernambuco para que apopulação de Florianópolis não seja lesada por mais esse tributoabsurdo que só tira dinheiro do cidadão e não dá nada em troca.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Eugostaria de fazer um registro. São quase 23 horas. Tanto a dona Terezacomo o Juliano ficaram aqui. O tema é espinhoso, mas eles sãoservidores públicos federais que se disponibilizaram a vir aqui estanoite como todos os cidadãos que vieram para estarem aquirespondendo.

Eu gostaria de agradecer à Assembleia Legislativa, aos seusservidores, à TVAL, ao meu gabinete, ao gabinete do Deputado GeanLoureiro que participaram exaustivamente da organização destaaudiência aqui, aos gabinetes dos outros Deputados, à imprensa, emespecial ao Notícias do Dia que deu repercussão enorme para essetema tão importante, não apenas para Florianópolis, mas para Itapoá,Passos de Torres; é de Florianópolis à Dionísio Cerqueira que o cidadãovai pagar ou já está pagando esse tributo absurdo.

Então, eu gostaria de passar a palavra, de imediato, aosenhor Obéde.

O SR. OBÉDE PEREIRA DE LIMA - Tenho apenas duasconsiderações a acrescentar a respeito do que vimos aqui.

Vimos que a SPU considera manguezal como terrenoacrescido de marinha, consequentemente bem da União. Não existe naliteratura brasileira documento de ordem legal que diga que manguezalou mangue é terreno de marinha ou terreno acrescido de marinha. Issoé interpretação da SPU em função dos seus critérios. Então, meditemsobre isso: manguezal não é terreno de marinha.

Um beijo no coração de todos e muito obrigado.Nada mais havendo a tratar, dou por encerrada esta

audiência pública.(Palmas.)

DEPUTADO ESTADUAL JOÃO AMINSegunda consideração: eu agradeci muito à SPU por todo o

apoio que eu recebi durante o meu programa de pós-doutoramento. Nosdois anos que eu passei pesquisando esse assunto aqui emFlorianópolis vivi cotidianamente no âmbito da SPU. Eu tive aconcessão de acesso diuturnamente na SPU. Então, eu conheçoprofundamente todos os critérios adotados por ela, porque me foramabertos todos os arquivos; para mim não havia arquivo secreto, arquivoconfidencial; me foi dada autorização para acesso a toda adocumentação. Por isso tenho os conhecimentos que trouxe para ossenhores. Então, eu fui um privilegiado e sou muito agradecido à SPUpela oportunidade que me deu. Sem essa oportunidade, eu tenhocerteza que eu não estaria aqui falando para os senhores.

PRESIDENTE DA AUDIÊNCIA PÚBLICA*** X X X ***

ATA DE COMISSÃO PERMANENTE

ATA DA SÉTIMA REUNIÃO ORDINÁRIA DA COMISSÃO DETRANSPORTES E DESENVOLVIMENTO URBANO, REFERENTE À 1ªSESSÃO DA 18ª LEGISLATURA, DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DOESTADO DE SANTA CATARINAÀs dezessete horas do dia dezesseis de junho de dois mil e quinze,amparado no § 1º do art.123 do Regimento Interno, sob a Presidênciado Deputado João Amin, reuniram-se os Deputados membros daComissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano: João Amin, Darcide Matos, Cleiton Salvaro, Luciane Carminatti, Manoel Mota e CesarValduga. Após a verificação de quorum regimental o Presidente abriu ostrabalhos, agradecendo a presença de todos. Em seguida submeteupara discussão e aprovação a ata da sexta reunião ordinária, datada devinte e seis de maio do corrente, a qual foi aprovada por unanimidade.Dando continuidade apresentou expediente de requerimento subscritopela Deputada Luciane Carminatti, solicitando que fosse encaminhadoconvite ao Senhor Pedro José de Oliveira Lopes, Presidente daFetrancesc - Federação das Empresas de Transporte de Cargas eLogística no Estado de Santa Catarina, com objetivo de que o mesmopossa comparecer na próxima reunião ordinária da comissão, e prestaresclarecimentos e informações, sobre os aspectos referente a LeiFederal nº 13.103 (Lei do Motorista Profissional). Ato continuo, oPresidente passou a palavra para a Deputada Luciane Carminatti, aqual fez as justificativas sobre o requerimento por ela subscrito. Orequerimento apresentado foi aprovado por unanimidade pelos depu-tados membros presentes. Usando novamente da palavra, o Presidenteagendou a próxima reunião ordinária, para dia 30 de Junho de 2015, às17:00 horas, na sala de reuniões das Comissões 01, nestaAssembleia Legislativa. Nada mais havendo a tratar, declarouencerrada a presente reunião, da qual para constar, eu, Claudio LuizSebben, Chefe de Secretaria, lavrei a presente ata, que após ser lida eaprovada, será assinada pelo Presidente e posteriormente publicada noDiário Oficial desta Assembléia.

Por último, quanto à questão de recurso administrativo: nãoaconselho, muito pelo contrário, desaconselho. Por quê? Já vi algumaspessoas que entraram com recurso administrativo aqui de SantaCatarina, mas quem decide não é a SPU de Santa Catarina; manda-separa Brasília de onde vem a decisão. E quando vem - eu tenho provadocumental disso - vem a resposta indeferindo o recurso de quemrecorreu com as seguintes palavras, ipsis litteris: “A SPU, ao fazer ademarcação dos terrenos de marinha, cumpriu a legislação, e ademarcação é um fato administrativo perfeito e acabado.” Ora, de queadianta então fazer um recurso se sabemos de antemão que ele nãovai ser atendido? É perda de tempo! (Palmas). É isto que eu digo: diretona Justiça Federal. Esse é o caminho. Não há outro caminho. Lamentoprofundamente. E os responsáveis não são os que estão aqui da SPU,a responsabilidade é de Brasília; a decisão vem lá de cima, pois daquiapenas se encaminha. Essa é que é a verdade.

O SR. PRESIDENTE (Deputado Estadual João Amin) - Passoa palavra ao senhor Alessandro Balbi Abreu, Procurador-Geral doMunicípio de Florianópolis.

O SR. PROCURADOR-GERAL ALESSANDRO BALBI ABREU -Eu vou ser muito breve apenas respondendo o que foi indagado e quecompete ao Município, principalmente pelos representantes da regiãocontinental.

Primeiro, é fato: hoje, fazemos parte do polo ativo, somosrequerentes de uma ação do STF em que discutimos e queremos aaplicação da Emenda Constitucional n. 46 segundo a qual a União nãotem mais domínio sobre toda a área insular, ou seja, a área que aqui éuma ilha, sede de um Município, não pertence mais ao domínio daUnião. Isso faria com que a discussão da parte toda insular não seavançasse até em relação à demarcação. Isso é um fato que jádiscutimos, está com a Ministra Rosa Weber e estamos agindo paraacabar de vez com essa discussão. Sala das Comissões, dezesseis de junho de dois mil e quinze.

Deputado João AminEm relação ao que atinge também a região continental,estamos ingressando com uma Ação Civil Pública. Já estamostrabalhando nela que atinge toda a parte insular continental,

Presidente*** X X X ***

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22 DIÁRIO DA ASSEMBLEIA - SC - NÚMERO 6.842 19/06/201 5

EXTRATOSAnalisando comparativamente com as Leis de Diretrizes Orçamentárias- LDOS editadas após a Constituição de 1989, propositora destepreceito préorçamentário, constatamos mais uma vez que o Projeto deLei em análise apresenta poucas alterações com relação aosanteriores, porque segue disposição constitucional que definiu a formade sua elaboração.

EXTRATO Nº 075/2015REFERENTE: 02º Termo Aditivo de 15/06/2015, referente ao ContratoCL nº 103/2013-00, celebrado em 17/10/2013.

De conformidade com as disposições do artigo 165, § 2º daConstituição Federal:

CONTRATANTE: Assembleia Legislativa do Estado de Santa CatarinaCONTRATADA: Primer Produção e Locação Ltda.

“Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivoestabelecerão:

OBJETO: O presente termo aditivo tem por finalidade:1) Reajustar o valor do contrato em 2,946, que corresponde à variaçãodo IGPM/FGV apurado no período de novembro/2013 a outubro/2014,com eficácia a partir da competência novembro/2014.

. .........................................................................................§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metase prioridades da administração pública federal, incluindo asdespesas de capital para o exercício financeiro subseqüente,orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporásobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá apolítica de aplicação das agências financeiras oficiais defomento”.

2) Efetuar o pagamento retroativo ao período de novembro de 2014 a maiode 2015, inclusive, a razão de R$ 407,73 mês, cujo montante soma o totalde R$ 2.854,11 que deve ser pago de uma só vez, em parcela única.VALOR MENSAL: R$ 13.840,00 para R$ 14.247,73, com eficácia finan-ceira a partir de 01/11/2014, e o valor total ano passa para R$170.972,76

De acordo com o § 3º do artigo 120 da Constituição Estadual, a Lei deDiretrizes Orçamentárias:

FUNDAMENTO LEGAL: Art. 65, II, "d", combinado com o§ 8º da Lei nº8.666/93; Cláusula Terceira, item 3.4 do Contrato original, Item 17.3do Edital de Pregão 029/2013; Ato da Mesa 128, de 27/02/2014;Autorização Administrativa.

“I - arrolará as metas e as prioridades da administraçãopública, incluindo as despesas de capital para o exercíciofinanceiro subseqüente;Florianópolis/SC, 18 de junho de 2015II - orientará a elaboração da lei orçamentária anual;Carlos Alberto de Lima Souza- Diretor-GeralIII - disporá sobre as alterações, na legislação tributária;Thamy Soligo- Diretora de Comunicação SocialIV - e estabelecerá a política de aplicação das agências finan-ceiras oficiais de fomento”.

Ilson Antônio Bettin- Sócio*** X X X *** Disciplina também, sobre os critérios e o pagamento dos precatórios

judiciais e estabelece os limites percentuais de participação dosPoderes Legislativo e Judiciário, o Ministério Público e da FundaçãoUniversidade do Estado de Santa Catarina - UDESC, na Receita LíquidaDisponível, parâmetro para a elaboração de suas respectivas propostasorçamentárias.

EXTRATO Nº 076/2015REFERENTE: 01º Termo Aditivo de 09/06/2015, referente ao ContratoCL nº 040/2014-00, celebrado em 18/12/2014.CONTRATANTE: Assembleia Legislativa do Estado de Santa CatarinaCONTRATADA: Fundação de Estudos e Pesquisas Sócio- Ecônomicos-FEPESE O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentária - PLDO, versa ainda em

conformidade com o art. 4º da Lei de Responsabilidade Fiscal (LeiComplementar nº 101, de 04/05/2000):

OBJETO: O presente termo aditivo tem por finalidade:1) Corrigir monetariamente os valores correspondentes às bolsas dosestagiários matriculados em cursos superiores, que passa de R$500,00 para R$ 950,00; às bolsas dos alunos matriculados nosdemais cursos citados no item 3.1 do Contrato Original que passa deR$ 450,00 para R$ 650,00.

“Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o dispostono § 2º do art.165 da Constituição e:I - disporá também sobre:a) equilíbrio entre receitas e despesas;

2) Corrigir monetariamente o valor do auxílio transporte dos estagiários,que a partir de 1º/05/2015 passa de R$ 87,12 para R$ 150,00.

b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivadanas hipóteses previstas na alínea b do inciso II deste artigo,no art. 9º e no inciso II do § 1º do art. 31;3) Referidos reajustes representam um aumento mensal de R$

316.428,81 e R$ 1.542.556,96 ano. c) (VETADO)4) O pagamento do Auxílio-Transporte deve ser efetuado até o últimodia útil de cada mês.

d) (VETADO)e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dosresultados dos programas financiados com recursos dosorçamentos;

VALOR ANUAL: R$ 2.254.540,80 para R$ 3.797.097,76.FUNDAMENTO LEGAL: Artigo 65, § 8º, da Lei nº 8.666/93; Ato deMesa nº 328, de 06/05;2015; Ato da Mesa 128, de 27/02/2015;Cláusula Terceira do Contrato 040/2014-00 e; AutorizaçãoAdministrativa.

f) demais condições e exigências para as transferências derecursos a entidade públicas e privadas;II - (VETADO);

Florianópolis/SC, 18 de junho de 2015 III - (VETADO)Carlos Alberto de Lima Souza- Diretor-Geral § 1º Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias

Anexo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metasanuais, em valores correntes e constantes, relativas areceitas, despesas, resultados nominal e primário emontante da dívida pública, para o exercício a que sereferirem e para os dois seguintes.

Fabrício Jose Satiro de Oliveira- Diretor AdminsitrativoCatiane Helga Tribess- Gerente da Agência de Integração

*** X X X ***

PARECER

§ 2º O Anexo conterá, ainda:I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao anoanterior;

PARECER PRELIMINARReferência: Projeto de Lei nºPL/0110.6/2015. II - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e

metodologia de cálculo que justifiquem os resultadospretendidos, comparando-as com as fixadas nos trêsexercícios anteriores, e evidenciando a consistência delascom as premissas e os objetivos da política econômicanacional;

Procedência: Governamental.Assunto:“Dispõe sobre, as diretrizesOrçamentárias para o exercício financeiro de2016 e estabelece outras providências”.Relator: Deputado Marcos Vieira.

III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos trêsexercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursosobtidos com a alienação de ativos;

Senhora Deputada eSenhores Deputados,1- INTRODUÇÃO

IV - avaliação da situação financeira e atuarial:Usando das prerrogativas regimentais que nos concede o art. 128,inciso VI, do Regimento desta Assembléia Legislativa, AVOCAMOS oProjeto de Lei em referência, que “dispõe sobre as diretrizesorçamentárias para o exercício financeiro de 2016 e estabeleceoutras providências”, encaminhado a este Poder pelo ExcelentíssimoSenhor Governador do Estado, cuja Mensagem nº 098 se faz acompa-nhada da Exposição de Motivos - EM nº 109/2015 da Secretaria deEstado da Fazanda, a qual destaca o desdobramento do Projeto de Leiem sua disposição preliminar, seus capítulos, seções e disposiçõesfinais.

a) dos regimes geral de previdência social e próprio dosservidores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador;b) dos demais fundos públicos e programas estatais denatureza atuarial;V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúnciade receita e da margem de expansão das despesasobrigatórias de caráter continuado.§ 3º A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo deRiscos Fiscais, onde serão avaliados os passivoscontingentes e outros riscos capazes de afetar as contas

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públicas, informando as providências a serem tomadas, casose concretizem.

04.05.2000, o presente Anexo conceitua e classifica os riscos fiscais,avalia os passivos contingentes, e procura identificar e contextualizarcondicionantes que possam afetar as contas públicas.§ 4º A mensagem que encaminhar o projeto da União

apresentará, em anexo específico, os objetivos das políticasmonetária, creditícia e cambial, bem como os parâmetros eas projeções para seus principais agregados e variáveis, eainda as metas de inflação, para o exercício subseqüente”.

O anexo de Riscos Fiscais, fl.56 do PLDO, compreendem a frustraçãoda receita corrente em relação às metas fixadas, além da expansão dadívida e da despesa acima das previstas. Ao contrário das despesasprogramadas, a efetivação de passivos contingentes pode vir a repre-sentar risco para a gestão orçamentária estadual. Entre os riscos comestas características encontram-se os passivos contingentes relativosàs ações movidas contra a Administração Pública Estadual. Aidentificação destes riscos se faz a partir do levantamento pelaAdvocacia Geral do Estado das ações que tramitam na justiça e quepoderão impactar o Tesouro Estadual.

2 - DO CUMPRIMENTO DO PRAZO PARA ENCAMINHAMENTO DOPLDOEncaminhado ao expediente da Mesa, em 15 de abril do ano em curso,e lido no dia 15 de abril, 29ª Sessão Ordinária após o dia 15 de abril,tem-se como cumprido o disposto no inciso II do artigo 35 da ADCT:

“Art. 35 - Até a entrada em vigor da legislação prevista no art.121 da Constituição Federal/88: A partir de um comparativo dos Riscos Fiscais da Lei nº 16.445 de 05

de agosto de 2014, - LDO, com o referido Projeto em análise, podemosconstatar um aumento de R$ 1.140.490.330,01 (hum bilhão, cento equarenta milhões, quatrocentos e noventa mil e trezentos e trintareais), representando 14,24% superior.

I - ......................................................................................II - O projeto de lei de diretrizes orçamentárias seráencaminhado até oito meses e meio antes do encerramentodo exercício financeiro e devolvido para sanção até oencerramento do primeiro período da sessão legislativa”. 3.3 Do Anexo de Metas Fiscais Anuais (Art. 4º, § 1º, II e § 2º da Lei

Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000)Passaremos a análise preliminar dos itens para verificar o cumprimentodas exigências constitucionais e legais citadas anteriormente. Em cumprimento ao disposto na Lei Complementar nº 101 - LRF, o

Anexo de Metas Anuais do PLDO 2015, fl. 23, LDO-2016, estabelece ameta de resultado primário do setor público consolidado para oexercício de 2016. A cada exercício, havendo mudanças no cenáriomacroeconômico interno e externo, as metas são revistas no sentidode manter uma política fiscal responsável.

3 - ANÁLISEPassamos a analisar a proposta formulada pelo Chefe do PoderExecutivo, traçando diretrizes da política a ser executada, submetida àaprovação deste Poder, no exercício de 2016:A apreciação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias - PLDO, poreste Poder, envolve a discussão e o aperfeiçoamento de instrumentosque moldam a peça orçamentária aos objetivos e programas que serãodelineados no Plano Plurianual - PPA - 2016-2019, orientando aelaboração da proposta orçamentária para o exercício de 2016,definindo controles para a execução do orçamento, necessários paragarantir a eficácia das diretrizes e metas definidas.

O objetivo primordial da política fiscal do governo é promover a gestãoequilibrada dos recursos públicos, de forma a assegurar a manutençãoda estabilidade econômica e o crescimento sustentado. Para isto,atuando em linha com as políticas monetárias e creditícias do GovernoFederal, o Governo Estadual, procura criar as condições necessáriaspara reduzir de forma gradual o endividamento público líquido emrelação ao PIB e melhorar o perfil da dívida. Nesse sentido anualmente,são estabelecidas metas de resultado primário no intento de garantir asolvência intertemporal da dívida pública. Por sua vez, o resultadonominal e o estoque da dívida do setor público previstos são apenasindicativos, por sofrerem influência de variáveis econômicas fora docontrole direto da política fiscal.

Mais uma vez ressaltamos, que após 26 anos da experiência brasileirana edição de leis de diretrizes orçamentárias, verificamos que a LDO,lei de caráter transitório e válida apenas para o exercício a que serefere, dispõe sobre um conjunto de regras que tratam da execuçãoorçamentária e financeira e da respectiva fiscalização, em situaçõesnão previstas pela Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964. Essasituação, que deve perdurar enquanto não aprovada a LeiComplementar prevista no § 9º do art. 165 da Constituição Federal,acarreta diversas dificuldades, pois regras que disciplinam situaçõesrecorrentes, seja da elaboração orçamentária, seja da execução efiscalização, têm vigência apenas no exercício de eficácia da LDO.

Podemos destacar ainda, que é compromisso da política fiscalpromover a melhoria dos resultados da gestão fiscal, com vistas aimplementar políticas sociais redistributivas e a financiar investimentosem infraestrutura que ampliem a capacidade interna de produção pelosetor privado, por meio da eliminação de gargalos logísticos.Medido pela diferença entre receitas e despesas não financeiras, oResultado Primário indica a capacidade dos governos em gerar receitasem volume suficiente para pagar suas contas suais, sem que sejacomprometida sua capacidade de administrar a dívida existente. Paratanto e com base nas projeções de receitas e despesas orçamentáriaspara os anos de 2016, 2017 e 2018, calculou-se os valores dasreceitas e despesas primárias, apresentadas no Demonstrativo - Anexode Metas Fiscais. (pg 23)

3.1 Das Metas e Prioridades da Administração Pública EstadualO Poder Executivo decidiu não enviar a este Poder, o Anexo de Metas ePrioridades da Administração Pública Estadual para o exercício finan-ceiro de 2016, documento que contempla o conjunto de prioridades emetas que deveriam ser utilizadas para a elaboração do projeto de leiorçamentária, justificando que serão apresentadas na lei que aprovaráo Plano Plurianual - PPA para o quadriênio 2016-2019 e programadasna Lei Orçamentária para o exercício financeiro de 2016 (LOA 2016),previstas no § 3º do art. 120 da Constituição do Estado. É importante ressaltar que em função da própria trajetória do

endividamento do setor público como um todo e do comportamento dosprincipais indicadores utilizados na obtenção dos resultados fiscais asmetas fiscais propostas poderão ser revistas, de modo a permitir amanutenção do equilíbrio das finanças públicas.

A expressão “metas e prioridades”, dentro do contexto constitucional,já consagrada nas LDOs anteriores, refere-se às metas físicas,definidas como a quantidades de produto a ser ofertado para o alcancede objetivos, denominando-se ainda como prioritárias o atributo deprogramações que têm precedência na alocação de recursos. As metas fiscais a serem perseguidas no triênio 2016 a 2018 foram

estabelecidas com base em parâmetros de projeção extraídos docenário econômico atual e em consonância com os compromissosassumidos pelo Estado de Santa Catarina junto ao Governo Federal noâmbito do Programa de Ajuste Fiscal.

O objetivo do Anexo de Metas e Prioridades é identificar, dentre osprogramas, ações e subações do Plano Plurianual 2016/2019, asmetas e prioridades da administração pública estadual para o exercíciofinanceiro de 2016, consideradas estratégicas por contemplarem oscontratos de obras e serviços, em execução, importantes para aconsecução dos objetivos do PPA, no intuito de orientar a elaboração eexecução da lei orçamentária anual.

Ressaltamos ainda, que o Governo Estadual vem atuando na melhoriada qualidade e na simplificação da tributação, no combate asonegação, evasão e elisão fiscal, na redução da informalidade, noaprimoramento dos mecanismos de arrecadação e fiscalização, comobjetivo de aumentar o universo de contribuintes e permitir a reduçãoda carga tributária sobre os diversos segmentos da sociedade catari-nense. Tem também procurado aprimorar a eficiência da alocação dosrecursos, com medidas de racionalização dos gastos públicos, commelhora nas técnicas de gestão e controle e com maior transparência,de forma a ampliar a prestação de serviços públicos de qualidade.

Além das Prioridades da Administração Pública Estadual, constarãoobrigatóriamente da Lei Orçamentária para o exercício financeiro de2016, as despesas com as obrigações contitucionais e legais e asdespesas de funcionamento dos Órgãos e das entidades que integramos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social.Neste ínterim, reafirmamos a importãncia da medida tomada por estaComissão em protelar para o segundo semestre em sua maioria, arealização das Audiências Públicas Regionais, porque nem mesmo oPoder Executivo tem o seu Planejamento de longo prazo concluído,possibilitanto e ampliando também, por outro lado, a participação dasociedade catarinense na priorização de suas demendas que devemfazer parte tanto do Plano Plurianul - PPA 2016-2019 e LOA 2016, asprioridades elencadas através das referidas Audiências, realizadas pelaAssembléia Legislativa em todas as regiões do Estado.

3.4 Das Diretrizes Para a Elaboração e Execução dos Orçamentos eSuas AlteraçõesOs artigos 11 a 23 do PLDO que tratam das diretrizes para aelaboração e execução orçamentária para 2016, e têm em suaplataforma mestra, o Plano Plurianual - 2016-2019 e considerando asdiretrizes gerais estabelecidas no referido projeto em análise.Destaca-se nesse contexto, a ação planejada, descentralizada etransparente, mediante o incentivo à participação da sociedade catari-nense por meio dos Conselhos de Desenvolvimento Regional, dasAudiências Públicas do Orçamento Estadual Regionalizado, com as

3.2 Do Anexo dos Riscos Fiscais - Passivos Contingentes (Art. 4º, §3º da Lei Complementar Federal nº 101, de 4 de maio de 2000)Em cumprimento ao art. 4º, § 3º, da Lei Complementar nº 101, de

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Secretarias de Estado Setoriais e suas entidades vinculadas,planejando e normatizando as políticas públicas na sua área deatuação e as Secretarias de Estado de Desenvolvimento Regionalatuando como agência de desenvolvimento, executando as políticas doEstado em suas respectivas regiões.

estimada no montante de R$ 5.455.806.567 (cinco bilhões,quatrocentos e cinquenta e cinco milhões, oitocentos e seis mil equinhentos e sessenta e sete reais), enquanto que a Lei de DiretrizesOrçamentárias ora em vigor possui um montante de R$ 5.179.878.440(cinco bilhões, cento se setenta e nove milhões, oitocentos e setenta eoito mil e quatrocentos e quarenta reais), representando um acréscimona renúncia de receita de R$ 275. 928.127 (duzentos e sessenta ecinco milhões, novecentos e vinte oitenta mil e cento e vinte setereais), correspondendo a 5,33% superior.

As metas de governo foram definidas a partir de programas concebidosde acordo com as orientações estratégicas do Plano Plurianual,fundamentadas no trinômio descentralização administrativa, partici-pação comunitária e desenvolvimento regional.O Projeto em epigrafe dá continuidade à concretização dos objetivos doprograma do Governo do Estado que tem como premissas básicas àmelhoria da qualidade de vida dos catarinenses, a modernização dagestão pública, o desenvolvimento ambiental, a inclusão social, odesenvolvimento econômico e a regionalização do desenvolvimento.

Segundo a Secretaria de Estado da Fazenda, os valores referentes aosbenefícios concedidos para o PRÓ-EMPREGO, representam aproximada-mente 30% (trinta por cento) do total de crédito presumido. Os 70%(setenta por cento) restantes não são considerados renúncia fiscal,pois são um atrativo de operações para o Estado, trazendo, na verdade,mais receitas. Os regimes atraem operações que não existiriam sem osreferidos benefícios fiscais, pois tais operações estariam sendorealizadas por meio de portos e aeroportos localizados em outrasunidades da Federação, como os Estados do Paraná e Espírito Santo.

Por fim, enfatizamos que a proposta de diretrizes orçamentárias,orienta-se para a manutenção de um desenvolvimento econômico esocial sustentado, embasado na solidez das finanças públicas e numperfil de crescimento que busca a melhoria do bem estar de todasociedade catarinense. O valor da receita prevista para o FUNDOSOCIAL é de R$

471.405.450,40, entretanto não é computada como receita tributária.Assim, é considerado renúncia de receita, o equivalente a 10% sobre ovalor doado ao fundo, se este valor atingir 6% do imposto devido

3.5 Das Diretrizes Para o Limite Percentual de Despesas dos PoderesLegislativo e Judiciário, do Ministério Público e da FundaçãoUniversidade do Estado de Santa CatarinaNo art. 26 do referido projeto são demonstrados os limites percentuaisde cada Poder, Órgão ou Entidade, no compartilhamento dos recursosda Receita Líquida Disponível:

Os valores do PRODEC são equivalentes ao ICMS gerado ou de seuincremento no caso de expansão ou ampliação de empresa instalada eem operação no Estado de Santa Catarina, até atingir o montante doincentivo. Portanto, constitui-se em fomentador da atividade econômica.- Assembléia Legislativa do Estado - 4,51%;

- Tribunal de Contas do Estado - 1,66%; Por fim, quanto ao atendimento da Emenda Constitucional nº 70, apro-vada por esta Casa Legislativa, em 18 de dezembro de 2014,determinando que a Lei de Diretrizes Orçamentárias fixe o valor a serdestinado às prioridades que serão eleitas nas Audiências PúblicasRegionais promividas pela Assembleia Legislativa do Estado, e quetorna impositiva a sua execução, ressaltamos que a mesma ensejoupor parte do Poder Executivo, pedido de Ação Direta de Incons-titucionalidade com a proposta de Medida cautelar, através daProcuradoria Geral do Estado, junto ao Supremo Tribunal Federal, razãopela qual este PLDO não contempla dispositivo para tal finalidade.

- Tribunal de Justiça do Estado - 9,31%;- Ministério Público do Estado - 3,91%;- Fundação Universidade do Estado - UDESC - 2,49%.

“Para fins de atendimento ao disposto no art. 26 desta Lei,considera-se RLD, observado o disposto no inciso V do art.123 da Constituição do Estado, o total das ReceitasCorrentes do Tesouro do Estado, deduzidos os recursosvinculados provenientes de taxas que, por legislaçãoespecífica, devem ser alocadas a determinados órgãos ouentidades, de receitas patrimoniais, indenizações erestituições do Tesouro do Estado, de transferênciasvoluntárias ou doações recebidas, da compensaçãoprevidenciária entre o regime geral e o regime próprio dosservidores, dacota-parte do Salário-Educação, da cota-parteda Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico(CIDE), da cota-parte da Compensação Financeira pelaUtilização dos Recursos Hídricos e dos recursos recebidosdo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da EducaçãoBásica e de Valorização dos Profissionais da Educação(FUNDEB), criado pela Lei federal nº 11.494, de 20 de junhode 2007”.

3.7 Do Cronograma de Tramitação do Projeto de Lei PL Nº110.6/2015Com base nos artigos 286 a 293 do Regimento Interno da AssembléiaLegislativa, sugerimos o seguinte cronograma de tramitação do ProjetoPL/110.6/2015 - LDO 2016:

Data Trâmite18/06/2015 Apresentação do Parecer Preliminar

18 e 19/06/2015 Publicação do Parecer Preliminar22/06 a 26/06/2015 Prazo para apresentação de emendas

Parlamentares01/07/2015 Relator apresenta o Parecer Conclusivo

02 e 03/2015 Publicação do Parecer ConclusivoRessaltamos que os percentuais mencionados no referido artigopermanecem os mesmos da Lei nº 16.445 de 05 de agosto de 2014 -Lei de Diretrizes Orçamentárias em vigor.

14/07/2015 Votação do Projeto em Plenário15/07/2015 O Projeto retorna a Comissão de Finanças e

Tributação para elaboração da redação Final3.6 Da Estimativa e Compensação da Renúncia de Receita 16/07/2015 Publicação da Redação FinalDecorrente de benefícios fiscais relacionados ao ICMS, IPVA e ITCMD,para efeito de cumprimento ao disposto no art. 121 § 1º daConstituição Estadual; art. 4, inciso VI, da Lei nº 11.510, de 24 dejulho de 2000, e art. 14 da Lei Complementar Federal nº 101, de 2000.

16/07/2015 Votação em Plenário da Redação Final17/07/2015 Mesa encaminha autógrafo ao Governador

para sanção.3.8 Da Apresentação de Emendas ao PL 110.6/2015A expressão renúncia de receita, equivalente a gasto tributário, entrou

na linguagem orçamentária nas últimas décadas. Os gastos tributáriosou renúncias de receitas são mecanismos financeiros empregados navertente da receita pública que produzem os mesmos resultadoseconômicos da despesa pública.

Esta relatoria lembra mais uma vez às Senhoras Deputadas e aosSenhores Deputados, que o Poder Executivo não encaminhou o Anexode Metas e Prioridades da Administração Pública para o exercício finan-ceiro de 2016, no PLDO, ficando prejudicadas as emendas ao referidoAnexo, onde serão eleboradas nos projetos do PlanoPlurianual - PPA -2016-2019 e projeto de lei Orçamntária - LOA para 2016. Assim, asemendas só poderaõ ser eleboradas para modificar o texto do projetoora em análise.

O gasto tributário, então, consiste na abdicação do Fisco de recolher oproduto de tributos com o interesse de incentivar ou favorecerdeterminados setores, atividades, regiões ou agentes da economia.Também pode-se considerar essa prática como "renúncia de receita",na qual, o Fisco desiste, total ou parcialmente, de aplicar o regimeimpositivo geral, atendendo a reclamos superiores da políticaeconômica ou social.

Para Emendas ao PL 110.6/2015, serão elaboradas através do site daAssembléia Legislativa=>Orçamento Estadual=> Sistema do OrçamentoEstadual - SOE, que deverão ser impressas em três vias e protocoladasna Comissão de Finanças e Tributação.A renúncia de receita contempla a anistia, remissão, crédito presumido,

concessão de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota dealgum tributo ou modificação da base de cálculo que implique reduçãodiscriminada de tributos ou contribuições e outros benefícios quecorrespondam a tratamento diferenciado.

4 - CONCLUSÃOConcluímos, obedecendo os requisitos legais para a tramitação doPL/110.6/2015, que Dispõe sobre as diretrizes orçamentárias para oexercício financeiro de 2016 e adota outras providências, deixando parao Parecer Final a análise de outros itens que compõem o corpo doProjeto de Lei, assim como o conteúdo das emendas apresentadas.

Em geral, o gasto tributário é todo tipo de tratamento preferencial ediferenciado que representa um desvio do sistema tributário base.

É o Parecer.A renúncia consiste, portanto, no montante de ingressos que o Fiscodeixa de receber ao outorgar um tratamento diferenciado que se afastado estabelecido como caráter geral na legislação tributária.

SALA DAS COMISSÕES, em 18 de junho de 2015.Deputado Marcos VieiraRelatorDe acordo com o Projeto ora em apreciação, a estimativa e

compensação da renúncia de receita para 2016 do Estado está *** X X X ***

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