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ESTAMPAGEM Prof. M.Sc.: Anael Krelling ESTAMPAGEM 1

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ESTAMPAGEM

Prof. M.Sc.: Anael Krelling

ESTAMPAGEM

1

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ESTAMPAGEM

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INTRODUÇÃO

Estampagem consiste em todas as operações de corte e conformação

de materiais metálicos planos, a fim de lhe conferir a forma e a precisão

desejada, sem a presença de defeitos superficiais (Ex: rugosidades ou riscos)

ou estruturais (Ex: trincas).

A matéria-prima para a estampagem é sempre fornecida na forma de

bobinas do material. A primeira operação consiste na preparação deste

material para a estampagem, que envolve a segmentação da bobina em:

CHAPAS PLANAS = onde as bobinas são cortadas transversalmente, através

de guilhotinas ou tesouras planas, gerando os “fardos”;

TIRAS = onde as bobinas são cortadas longitudinalmente através de tesouras

rotativas, gerando os “sliters”.

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OPERAÇÕES DE ESTAMPAGEM

As operações de estampagem podem ser classificadas em:

ESTAMPAGEM DE CORTE OU PUNCIONAMENTO = neste caso o material é

estampado em ferramentas de corte e é necessariamente rompida por

cisalhamento (Ex: obtenção de uma arruela ou um disco plano);

ESTAMPAGEM DE CONFORMAÇÃO = onde o material é conformado

plasticamente a fim de se obter o formato da peça final e neste caso não pode

absolutamente sofrer ruptura. Utilizado para produção de peças rasas (Ex:

porta ou capô de um carro);

ESTAMPAGEM DE REPUXO = é uma conformação mais intensa, onde o

material sofre um estiramento, ou seja, tem sua espessura diminuída, a fim de

se conseguir a forma desejada da peça. Nesta operação o material deve ter

requisitos superiores, principalmente a ductilidade, para que não se rompa

durante a operação.

DOBRAMENTO = neste caso a matéria-prima, ou seja, a chapa plana, é

simplesmente dobrada para se conseguir forma final da peça (Ex: carcaça de

uma geladeira).

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Corte ou puncionamento

Conformação

Leve

Conformação

Profunda

(Repuxo)

Dobramento

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ESTAMPAGEM DE CORTE

Consiste na produção de um “blank” (disco plano) ou mesmo na

operação de corte ou furação da peça. Neste processo uma lâmina (ou tira)

metálica é intensamente deformada plasticamente até o ponto em que se

rompe nas superfícies em contacto com a ferramenta (tesoura). A separação

ocorre como resultado da propagação da fratura inicial provocada pela

ferramenta. A espessura que deve ser penetrada pelo punção da ferramenta a

fim de produzir o corte total está diretamente relacionada com a ductilidade do

material, da seguinte forma:

MATERIAL FRÁGIL = uma pequena espessura deverá ser penetrada;

MATERIAL DÚCTIL = a penetração pode ser ligeiramente superior à

espessura da chapa.

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CARACTERÍSTICAS DA FERRAMENTA DE CORTE

a) BORDAS: No caso de ferramentas de conformação, as bordas tanto do

punção como da matriz possuem os cantos arredondados, até para favorecer a

conformação, enquanto nas ferramentas de corte as bordas dos punções e

matrizes têm canto vivo e são afiados, para favorecer a ruptura do material;

b) FOLGA: A folga entre as bordas cortantes da matriz e do punção é expressa

por uma porcentagem da espessura da chapa como:

Metais moles (latão e aço recozido) = 20 %

Aço semi-duro = 16%

Aço duro = 14%

c) ANGULO DE DESPRENDIMENTO: Para evitar que a peça fique presa

dentro da matriz após o corte, todo o contorno interno da matriz deve

aumentar, através de um ângulo de saída. Este ângulo deve variar de 0,25 a

2,5 graus.

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Aplicação de

força no

punção

Deformação

elástica e

plástica

Cisalhamento

e expansão

da trinca

Separação

total

Etapas típicas no processo de conformação de corte

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ESTAMPAGEM PROFUNDA

A operação de conformação e repuxo é utilizada para modelar chapas

planas em artigos com as formas mais diversas. A estampagem é feita

geralmente a partir do “blank” obtida na estampagem de corte abordada

anteriormente. Este “blank”, de tamanho e forma adequada a peça que irá ser

estampada, é comprimida para dentro de uma matriz através de um punção,

adquirindo a sua forma.

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A distinção entre estampagem rasa (shallow) e profunda é arbitrária. A

estampagem rasa geralmente se refere à conformação de um copo com

profundidade menor do que a metade do seu diâmetro com pequena redução

de parede. Na estampagem profunda o copo é mais profundo do que a metade

do seu diâmetro.

Às vezes, o diâmetro do "blank" é muito superior ao diâmetro da peça

a estampar, sendo que esta deve atingir uma profundidade de copo muito

elevada. A fabricação poderá exigir uma sequência de operações de

estampagem, utilizando uma série de ferramentas, com diâmetros

decrescentes (da matriz e do punção). O número de operações depende do

material da chapa e das relações entre o disco inicial e os diâmetros das peças

estampadas.

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MATERIAL DAS FERRAMENTAS

Os punções e as matrizes devem ser fabricados a partir de aços para

trabalho a frio, tipo SAE D-2, D-6, O-1, S-1 ou outros, que possuem elevado

teor de carbono e elementos de liga para garantir a resistência mecânica e a

resistência ao desgaste. O principal efeito do carbono é gerar uma grande

quantidade de carbonetos complexos muito duros, bem como aumentar a

dureza da própria matriz martensítica, após tratamento térmico.

O efeito dos elementos de liga é, além de possibilitar a formação de

carbonetos juntamente com o carbono, melhorar a temperabilidade do material,

de forma que possam ser tratados, adquirindo elevada dureza, sem grandes

deformações. Depois de fabricadas as ferramentas devem ser

necessariamente temperadas e revenidas, atingindo elevadas durezas,

normalmente entre 55 e 60 Hrc. Por terem excelente temperabilidade,

associada à presença de elementos de liga, quando da tempera os aços para

trabalho a frio podem ser resfriados através de meios menos bruscos (óleo ou

mesmo ao ar), o que geram menos tensões internas e menores deformações.

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ESTAMPAGEM DE DOBRAMENTO

Dobramento é um processo de conformação que transforma

segmentos retos em segmentos curvos. É uma operação onde ocorre uma

deformação por flexão. Quando um material é dobrado a superfície externa fica

tracionada e a interna comprimida. Junto a linha interna neutra as tensões são

nulas, mas crescem a partir deste ponto chegando a valores máximos nas

camadas mais externas e internas.

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Verifica-se que as tensões na peça variam de um máximo negativo

para um máximo positivo, passando por zero. Desta forma, uma parte das

tensões atuantes nas seções de dobra estará abaixo do limite elástico (LE) e

outra acima, conferindo à peça uma deformação plástica permanente.

Uma vez cessado os esforços de dobramento a parte da seção que

ficou submetida ao regime elástico tende a retornar a posição anterior ao

dobramento. Como resultado o corpo dobrado apresenta um pequeno “retorno

elástico” definido por “springback”, o qual deverá ser compensado durante a

operação de dobramento no sentido de se atingir a precisão dimensional

desejada na peça.

O retorno elástico, também conhecido como ”efeito mola”, é uma

função da resistência do material, do raio de dobra e da espessura do material

de dobra. A princípio quanto maior a possibilidade de encruamento de um

determinado material maior será o seu retorno elástico.

Como orientação prática o retorno elástico pode ser calculado a partir

da seguinte equação:

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RE = ½ (0,2 LE + LR)

Onde:

RE= Retorno Elástico (graus);

LE = Limite de Escoamento (MPa);

LR = Limite de Resistencia (MPa).

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ESTIRAMENTO

Consiste na aplicação de forças de tração, de modo a esticar o

material sobre uma ferramenta ou bloco (matriz). Neste processo, o gradiente

de tensões é pequeno, o que garante a quase total eliminação do efeito mola.

Como predominam tensões trativas, grandes deformações de estiramento

podem ser aplicadas apenas para materiais muito dúcteis. Para estes

materiais, almeja-se altos valores de coeficiente de encruamento.

O estiramento é uma das etapas de operações complexas de

estampagem de chapas finas. Na conformação de peças como partes de

automóveis ou de eletrodomésticos, é comum haver componentes de

estiramento.

No estiramento deve ser evitada estricção localizada, comumente

conhecida por empescoçamento.