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Estatuto Da Advocacia & Da Oab

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  • Estatuto da Advocacia e da OAB

    e Legislao Complementar

  • Ordem dos Advogados do Brasil - Conselho Federal Gesto 2007/2010

    Diretoria Cezar Britto : Presidente Vladimir Rossi Loureno : Vice-Presidente Cla Carpi da Rocha : Secretria-Geral Alberto Zacharias Toron : Secretrio-Geral Adjunto Ophir Cavalcante Junior : Diretor-Tesoureiro

    Conselheiros Federais AC: Cesar Augusto Baptista de Carvalho, Renato Castelo de Oliveira e Tito Costa de Oliveira; AL:Marcelo Henrique Brabo Magalhes, Marilma Torres Gouveia de Oliveira e Romany Roland Cansano Mota; AP : Ccero Borges Bordalo, Guaracy da Silva Freitas e Jorge Jos Anaice da Silva; AM: Eloi Pinto de Andrade, Jos Alfredo Ferreira de Andrade e Oldeney S Valente; B A: Durval Julio Ramos Neto, Luiz Viana Queiroz e Marcelo Cintra Zarif; CE: Jorge Hlio Chaves de Oliveira, Paulo Napoleo Gonalves Quezado e Valmir Pontes Filho; DF: Esdras Dantas de Souza, Luiz Filipe Ribeiro Coelho e Marcelo Henriques Ribeiro de Oliveira ; ES : Agesandro da Costa Pereira, Gladys Jouffroy Bitran e Luiz Antonio de Souza Baslio; GO : Daylton Anchieta Silveira, Felicssimo Sena e Wanderli Fernandes de Sousa; MA: Jos Brito de Souza, Raimundo Ferreira Marques e Ulisses Csar Martins de Souza; MT: Almino Afonso Fernandes, Francisco Eduardo Torres Esgaib e Ussiel Tavares da Silva Filho; MS : Geraldo Escobar Pinheiro, Lcio Flvio Joichi Sunakozawa e Vladimir Rossi Loureno; MG: Aristoteles Atheniense, Joo Henrique Caf de Souza Novais e Paulo Roberto de Gouva Medina; PA : Frederico Coelho de Souza, Maria Avelina Imbiriba Hesketh e Ophir Cavalcante Junior; PB: Delosmar Domingos de Mendona Junior, Jos Arajo Agra e Jos Edsio Simes Souto; PR : Jacinto Nelson de Miranda Coutinho, Manoel Antonio de Oliveira Franco e Romeu Felipe Bacellar Filho; PE: Octavio de Oliveira Lobo, Ricardo do Nascimento Correia de Carvalho e Slvio Neves Baptista; PI: Marcus Vinicius Furtado Coelho, Reginaldo Santos Furtado e Willian Guimares Santos de Carvalho; RJ : Carlos Rob erto Siqueira Castro, Nelio Roberto Seidl Machado e Cludio Pereira de Souza Neto; RN: Adilson Gurgel de Castro, Wagner Soares Ribeiro de Amorim e Srgio Eduardo da Costa Freire; RS : Cla Carpi da Rocha, Luiz Carlos Levenzon e Luiz Carlos Lopes Madeira; RO: Gilberto Piselo do Nas cimento, Orestes Muniz Filho e Pedro Origa Neto; RR: Alexander Ladislau Menezes, Ednaldo Gomes Vidal e Francisco das Chagas Batista; S C: Anacleto Canan, Gisela Gondin Ramos e Jos Geraldo Ramos Virmond; S P : Alberto Zacharias Toron, Norberto Moreira da Silv a e Raimundo Hermes Barbosa; S E: Carlos Augusto Monteiro Nascimento, Jorge Aurlio Silva e Miguel Eduardo Britto Arago; TO : Dearley K hn, Jlio Solimar Rosa Cavalcanti e Manoel Bonfim Furtado Correia. Ex-Presidentes 1. Levi Carneiro (1933/1938) 2. Fernan do de Melo Viana (1938/1944) 3. Raul Fernandes (1944/1948) 4. Augusto Pinto Lima (1948) 5. Odilon de Andrade (1948/1950) 6. Haroldo Vallado (1950/1952) 7. Attlio Vivqua (1952/1954) 8. Miguel Seabra Fagundes (1954/1956) 9. Nehemias Gueiros (1956/1958) 10. Alcino de Paula Salazar (1958/1960) 11. Jos Eduardo do P. Kelly (1960/1962) 12. Carlos Povina Cavalcanti (1962/1965) 13. Themstocles M. Ferreira (1965) 14. *Alberto Barreto de Melo (1965/1967) 15. Samuel Vital Duarte (1967/1969) 16. *Laudo de Almeida Camargo (1969/1971) 17. *Jos Cavalcanti Neves (1971/1973) 18. Jos Ribeiro de Castro Filho (1973/1975) 19. Caio Mrio da Silva Pereira (1975/1977) 20. Raymundo Faoro (1977/1979) 21. *Eduardo Seabra Fagundes (1979/1981) 22. *J. Bernardo Cabral (1981/1983) 23. *Mrio Srgio Duarte Garcia (1983/1985) 24. *Hermann Assis Baeta (1985/1987) 25. *Mrcio Thomaz Bastos (1987/1989) 26. *Ophir Filgueiras Cavalcante (1989/1991) 27. *Marcello Lavenre Machado (1991/1993) 28. *Jos Roberto Batochio (1993/1995) 29. *Ernando Uchoa Lima (1995/1998) 30. *Reginaldo Oscar de Castro (1998/2001)

  • 31. *Rubens Approbato Machado (2001/2004) 32. *Roberto Antonio Busato (2004/2007). *Membros Honorrios Vitalcios

  • ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL CONSELHO FEDERAL

    Estatuto da Advocacia e da OAB

    e Legislao Complementar

    Lei n 8.906, de 4 de julho de 1994

    Dispositivos constitucionais aplicveis Regulamento Geral

    Cdigo de tica e Disciplina Provimentos (vigentes)

    Resolues Instrues normativas

    7 ed. revista, ampliada e atualizada at 02.01.2008.

    Braslia - DF, 2008

  • Ordem dos Advogados do Brasil Conselho Federal, 2008

    Editorao e distribuio: Gerncia de Relaes Externas/Biblioteca

    Setor de Autarquia Sul - Quadra 5, Lote 2, Bloco N, Sobreloja Braslia, DF

    CEP 70438-900

    Fones: (61) 2193-9663 e 2193-9605

    Fax: (61) 2193-9632 e-mail: [email protected]

    Tiragem: 3.000 exemplares.

    Capa: Susele Bezerra de Miranda

    FICHA CATALOGRFICA Brasil B823e [Estatuto da Advocacia e da OAB 1994] Estatuto da Advocacia e da OAB e legislao complementar /

    Organizado e atualizado por Paulo Fernando Torres Guimares e Suzana Dias da Silva. 7 ed., rev., ampl.e aual. Braslia: OAB, Conselho Federal, 2008.

    000 p. ISBN: 978-85-87260-92-5

    1. Advogado - Legislao - Brasil. 2. Advocacia - Legislao - Brasil. 3. Brasil. Lei n. 8.906, de 4 de julho de 1994. 4. Ordem dos Advogados do Brasil. Conselho Federal. I. Guimares, Paulo Fernando Torres. II.

    CDDDir: 341.415

    OAB-CF/GRE/BIBLIOTECA

  • SUMRIO I - Apresentao....................................................................................................................... II - Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei 8.906/1994) Ttulo I - Da Advocacia ..............................................................................................................

    Captulo I - Da atividade de advogados ............................................................................. Captulo II - Dos direitos do advogado.............................................................................. Captulo III - Da inscrio ................................................................................................. Captulo IV - Da sociedade de advogados......................................................................... Captulo V - Do advogado empregado.............................................................................. Captulo VI - Dos honorrios advocatcios......................................................................... Captulo VII - Das incompatibilidades e impedimentos....................................................... Captulo VIII - Da tica do advogado................................................................................ Captulo IX - Das infraes e sanes disciplinares............................................................

    Ttulo II - Da Ordem dos Advogados do Brasil ...........................................................................

    Captulo I - Dos fins e da organizao................................................................................ Captulo II - Do Conselho Federal..................................................................................... Captulo III - Do Conselho Seccional ................................................................................ Captulo IV - Da Subseo ............................................................................................... Captulo V - Da Caixa de Assistncia dos Advogados....................................................... Captulo VI - Das eleies e dos mandatos........................................................................

    Ttulo III - Do processo na OAB ................................................................................................

    Captulo I - Disposies gerais .......................................................................................... Captulo II - Dos processos disciplinares ........................................................................... Captulo III - Dos recursos................................................................................................

    Ttulo IV - Das Disposies Gerais e Transitrias ........................................................................ III - Constituio Federal (Dispositivos aplicveis) .................................................................. IV - Regulamento Geral Ttulo I - Da advocacia ...............................................................................................................

    Captulo I - Da atividade de advocacia .............................................................................. Seo I - Da atividade de advocacia em geral ........................................................... Seo II - Da advocacia pblica .................................................................................

  • Seo III - Do advogado empregado ......................................................................... Captulo II - Dos direitos e das prerrogativas .....................................................................

    Seo I - Da defesa judicial dos direitos e das prerrogativas........................................ Seo II - Do desagravo pblico ................................................................................

    Captulo III - Da inscrio na OAB................................................................................... Captulo IV - Do estgio profissional ................................................................................. Captulo V - Da identidade profissional.............................................................................. Captulo VI - Das sociedades de advogados......................................................................

    Ttulo II - Da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ...............................................................

    Captulo I - Dos fins e da organizao................................................................................ Captulo II - Da receita...................................................................................................... Captulo III - Do Conselho Federal .................................................................................

    Seo I - Da estrutura e do funcionamento (NR)......................................................... Seo II - Do Conselho Pleno.................................................................................... Seo III - Do rgo Especial do Conselho Pleno ..................................................... Seo IV - Das Cmaras ........................................................................................... Seo V - Das sesses............................................................................................... Seo VI - Da Diretoria do Conselho Federal............................................................

    Captulo IV - Do Conselho Seccional................................................................................ Captulo V - Das Subsees.............................................................................................. Captulo VI - Das Caixas de Assistncia dos Advogados................................................... Captulo VII - Das eleies (NR) ...................................................................................... Captulo VIII - Das notificaes e dos recursos (NR) ........................................................ Captulo IX - Das Conferncias e dos Colgios de Presidentes ..........................................

    Ttulo III - Das Disposies Gerais e Transitrias ........................................................................ V - Cdigo de tica e Disciplina Prembulo .................................................................................................................................. Ttulo I - Da tica do advogado...................................................................................................

    Captulo I - Das regras deontolgicas fundamentais............................................................ Captulo II - Das relaes com o cliente............................................................................. Captulo III - Do sigilo profissional..................................................................................... Captulo IV - Da publicidade............................................................................................. Captulo V - Dos honorrios profissionais .......................................................................... Captulo VI - Do dever de urbanidade............................................................................... Captulo VII - Das disposies gerais ................................................................................

    Ttulo II - Do processo disciplinar ...............................................................................................

    Captulo I - Da competncia do Tribunal de tica e Disciplina............................................

  • Captulo II - Dos procedimentos........................................................................................ Captulo III - Das disposies gerais e transitrias..............................................................

    VI - Provimentos (vigentes) 04/64 - Exerccio da advocacia por profissionais com direitos polticos suspensos ....................... 08/64 - Vestes talares e insgnias do advogado........................................................................... 26/66 - Publicao dos Provimentos da OAB............................................................................ 37/69 - Inscrio de advogados portugueses .............................................................................. 42/78 - Transferncia de inscrio.............................................................................................. 43/78 - Criao da Seo de Mato Grosso do Sul..................................................................... 45/78 - Inscrio suplementar de provisionado........................................................................... 47/79 - Publicao dos Provimentos .......................................................................................... 48/81 - Defesa dos direitos e prerrogativas................................................................................. 49/81 - Visto do advogado em atos constitutivos de sociedades ................................................. 53/82 - Inscrio de integrante do Ministrio Pblico.................................................................. 56/85 - Comisses de Direitos Humanos.................................................................................... 61/87 - Colgio de Presidentes .................................................................................................. 62/88 - Incompatibilidade de cargo ou funes de natureza policial............................................. 66/88 - Abrangncia de atividades profissionais do advogado..................................................... 68/89 - Criao da Seo de Tocantins...................................................................................... 69/89 - Atos privativos por sociedades no registradas na OAB................................................. 70/89 - Prestao de contas de quantias recebidas por advogado............................................... 72/90 - Certido para inscrio de advogado no exterior............................................................ 83/96 - Processos ticos de representao por advogado contra advogado ................................ 84/96 - Combate ao nepotismo no mbito da OAB.................................................................... 89/98 - Normas e critrios para concesso de licena aos Conselheiros Federais ........................ 91/2000 - Exerccio da atividade de consultores e sociedades de consultores em direito

    estrangeiro no Brasil.................................................................................................. 94/2000 - Publicidade, propaganda e informao da advocacia ................................................ 95/2000 - Cadastro Geral dos Advogados............................................................................... 96/2001 - Cerimonial da Ordem dos Advogados do Brasil ............................. 97/2002 - Infra-estrutura de Chaves Pblicas da OAB............................................. 98/2002 - Cadastro Nacional das Sociedades de Advogados .......................... 99/2002 - Cadastro Nacional de Consultores e de Sociedades de Consultores em Direito

    Estrangeiro ................................................................................... 100/2003 - Prmio Evandro Lins e Silva ............................................................. 101/2003 - Processo Administrativo de Prestao de Contas do Conselho Federal e dos

    Conselhos Seccionais da OAB ...................................... 102/2004 - Indicao, em lista sxtupla, de advogados para integrar os Tribunais Judicirios e

    Administrativos ................................................................................ 103/2004 - Altera o Provimento n 95/2000.............................................................

  • 104/2004 - Altera o Provimento n 101/2003.......................................................... 107/2005 - Revoga os Provimentos n 105/2005 e 106/2005 ................................................. 108/2005 - Altera dispositivo do Provimento n 100/2003, que institui o Prmio Evandro Lins e

    Silva..................................................................................... 109/2005 - Normas e diretrizes do Exame de Ordem.......................................... 110/2006 - Revoga o Provimento n 86/97... 111/2006 - Legalidade de remisso ou iseno, pelos Conselhos Seccionais, do pagamento de

    contribuies, anuidades, multas e preos, devidos pelos inscritos Ordem dos Advogados do Brasil...................................................

    112/2006 - Sociedades de Advogados..................................................... 113/2006 - Indicao de advogados para integrar o Conselho Nacional de Justia e o Conselho

    Nacional do Ministrio Pblico............................. 114/2006 - Advocacia Pblica ................................................................ 115/2007 - Comisses Permanentes do Conselho Federal da OAB ........................................ 116/2007 - Assessoria Jurdica do Conselho Federal da OAB ................................................ 117/2007 - Altera o art. 3 do Provimento n 95/2000 ............................................................ 118/2007 - Aplicao da Lei n 11.441, de 4 de janeiro de 2007 ............................................. 119/2007 - Altera o art. 13 do Provimento 112/2006 .............................................................. 120/2007 - Acrescenta dispositivo ao Provimento n 97/2002 ................................................ 121/2007 - Altera o Provimento n 101/2003 .......................................................................... 122/2007 - Regulamenta o Fundo de Integrao e Desenvolvimento Assistencial dos

    Advogados FIDA ............................................................................................... 123/2007 - Cria a Ouvidoria-Geral do Conselho Federal da OAB ..........................................

    VII - Legislao Sobre Ensino Jurdico - Portaria n 1.886, de 1994 ..................................................................................................... - Portaria n 5, de 1995 ............................................................................................................. - Instruo Normativa n 01, de 1997 ......................................................................................... - Instruo Normativa n 02, de 1997 ......................................................................................... - Instruo Normativa n 03, de 1997 ......................................................................................... - Instruo Normativa n 05, de 2003 ....................................................................................... - Resoluo n 9, de 2004 ......................................................................................................... - Portaria n 1.874, de 2005 ...................................................................................................... - Decreto n 5.773, de 2006 ...................................................................................................... - Portaria n 147, de 2007 ......................................................................................................... - Portaria n 927, de 2007 ......................................................................................................... VIII - Anexos

    - Aviso de 7 de agosto de 1843, aprovando os Estatutos do Instituto dos Advogados Brasileiros ............................................................................................................................. - Decreto n 7.836/1880 - Organizao da Ordem dos Advogados Brasileiros ......................

  • - Decreto n 19.408/1930 - Criao da Ordem dos Advogados Brasileiros ............................ - Decreto n 20.784/1931 - Criao do Conselho Federal da Ordem dos Advogados Brasileiros ............................................................................................................................ - Resoluo n 02/1994 Estabelece as disposies transitrias relativas aplicabilidade da Lei 8.906/94 .......................................................................................................................... - Resoluo n 01/2003 Segunda Cmara do Conselho Federal da OAB............................. - Aes Diretas de Inconstitucionalidade STF

    ADI 1105......................................................................................................... ADI 1127......................................................................................................... ADI 1194......................................................................................................... ADI 1552.........................................................................................................

    IX - ndice Temtico ................................................................................................................

  • APRESENTAO

    Diz a Lei da Advocacia, sabiamente, que nenhum receio de desagradar a

    magistrado ou qualquer autoridade, nem de incorrer em impopularidade, deve deter o

    advogado no exerccio da profisso.

    No se poderia esperar nada diferente. O corao que pulsa no peito da advocacia o

    mesmo que bate no corao da cidadania. O sangue que o alimenta o do combate explorao. O

    pulsar das suas veias o da rebeldia de se postular Justia no pas da desigualdade e da

    concentrao de renda. O som que ausculta aquele que os governantes se recusam, insensveis e

    surdos, a se emocionar, como os gritos das crianas de rua que, marginalizadas hoje, no futuro

    somente podero cantar a linguagem desafinada da violncia urbana.

    A advocacia o porto seguro da cidadania. Uma profisso que, no seu livre navegar, no

    teme as tormentas sopradas pelo vento da insensibilidade humana, tampouco os arroubos daqueles

    que confundem autoridade com autoritarismo. o que, bem resumidamente, ensinou Carvalho Neto:

    o clima do advogado a luta. No o marasmo, a apatia, a inrcia.

    Eis porque a diretoria do Conselho Federal da OAB, mais uma vez, edita a legislao que

    serve de guia para a atuao do advogado brasileiro. Conhecendo, debatendo e aplicando os

    instrumentos de navegao postos sua disposio, o advogado poder melhor desempenhar a sua

    nobre misso.

    Cezar Britto

    Presidente

  • ESTATUTO DA ADVOCACIA E DA OAB

  • ESTATUTO DA ADVOCACIA E DA OAB

    Lei n 8.906, de 04 de julho de 1994*

    Dispe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil OAB

    O PRESIDENTE DA REPBLICA Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

    TTULO I DA ADVOCACIA

    CAPTULO I

    DA ATIVIDADE DE ADVOCACIA1

    Art. 1 So atividades privativas de advocacia: I a postulao a qualquer rgo do Poder Judicirio e aos juizados especiais;2 II as atividades de consultoria, assessoria e direo jurdicas. 1 No se inclui na atividade privativa de advocacia a impetrao de habeas corpus em

    qualquer instncia ou tribunal. 2 Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurdicas, sob pena de nulidade, s podem

    ser admitidos a registro, nos rgos competentes, quando visados por advogados.3 3 vedada a divulgao de advocacia em conjunto com outra atividade.4 Art. 2 O advogado indispensvel administrao da justia.5 1 No seu ministrio privado, o advogado presta servio pblico e exerce funo social. 2 No processo judicial, o advogado contribui, na postulao de deciso favorvel ao

    seu constituinte, ao convencimento do julgador, e seus atos constituem mnus pblico. 3 No exerccio da profisso, o advogado inviolvel por seus atos e manifestaes, nos

    limites desta Lei.6 Art. 3 O exerccio da atividade de advocacia no territrio brasileiro e a denominao de

    advogado so privativos dos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil OAB.7

    * Publicada no Dirio Oficial de 5 de julho de 1994, Seo 1, p. 10093/10099. 1 Ver Provimento n 66/88 e art. 5o do Regulamento Geral. 2 Ver anexo: deciso do STF proferida na ADI 1127. 3 Ver anexo: STF - ADI 1194. Ver art. 2o, pargrafo nico, do Regulamento Geral e Provimento n 49/81. 4 Ver Provimento n 94/2000. 5 Ver Provimento n 97/2002. 6 Ver anexo: deciso do STF proferida na ADI 1127. 7 Ver Provimentos n 37/69 e 91/2000.

  • 1 Exercem atividade de advocacia, sujeitando-se ao regime desta Lei, alm do regime prprio a que se subordinem, os integrantes da Advocacia-Geral da Unio, da Procuradoria da Fazenda Nacional, da Defensoria Pblica e das Procuradorias e Consultorias Jurdicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municpios e das respectivas entidades de administrao indireta e fundacional.8

    2 O estagirio de advocacia, regularmente inscrito, pode praticar os atos previstos no art. 1, na forma do Regulamento Geral, em conjunto com advogado e sob responsabilidade deste.9

    Art. 4 So nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa no inscrita na

    OAB, sem prejuzo das sanes civis, penais e administrativas. Pargrafo nico. So tambm nulos os atos praticados por advogado impedido no mbito

    do impedimento suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade incompatvel com a advocacia.

    Art. 5 O advogado postula, em juzo ou fora dele, fazendo prova do mandato. 1 O advogado, afirmando urgncia, pode atuar sem procurao, obrigando-se a

    apresent-la no prazo de quinze dias, prorrogvel por igual perodo. 2 A procurao para o foro em geral habilita o advogado a praticar todos os atos

    judiciais, em qualquer juzo ou instncia, salvo os que exijam poderes especiais.10 3 O advogado que renunciar ao mandato continuar, durante os dez dias seguintes

    notificao da renncia, a representar o mandante, salvo se for substitudo antes do trmino desse prazo.

    CAPTULO II

    DOS DIREITOS DO ADVOGADO11

    Art. 6 No h hierarquia nem subordinao entre advogados, magistrados e membros do Ministrio Pblico, devendo todos tratar-se com considerao e respeito recprocos.

    Pargrafo nico. As autoridades, os servidores pblicos e os serventurios da justia devem dispensar ao advogado, no exerccio da profisso, tratamento compatvel com a dignidade da advocacia e condies adequadas a seu desempenho.

    Art. 7 So direitos do advogado: I exercer, com liberdade, a profisso em todo o territrio nacional; II ter respeitada, em nome da liberdade de defesa e do sigilo profissional, a inviolabilidade

    de seu escritrio ou local de trabalho, de seus arquivos e dados, de sua correspondncia e de

    8 Ver Lei n 9.527/1997. Ver Ttulo I, Captulo V, do Estatuto. Ver anexo: deciso do STF proferida na ADI 1552. 9 Ver arts. 37 e seguintes do Regulamento Geral. 10 Ver art. 6o do Regulamento Geral. 11 Ver arts. 15 e seguintes do Regulamento Geral e Provimento n 48/81.

  • suas comunicaes, inclusive telefnicas ou afins, salvo caso de busca ou apreenso determinada por magistrado e acompanhada de representante da OAB;12

    III comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procurao, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicveis;

    IV ter a presena de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exerccio da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicao expressa seccional da OAB;13

    V no ser recolhido preso, antes de sentena transitada em julgado, seno em sala de Estado-Maior, com instalaes e comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua falta, em priso domiciliar;14

    VI ingressar livremente: a) nas salas de sesses dos tribunais, mesmo alm dos cancelos que separam a parte

    reservada aos magistrados; b) nas salas e dependncias de audincias, secretarias, cartrios, ofcios de justia, servios

    notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prises, mesmo fora da hora de expediente e independentemente da presena de seus titulares;

    c) em qualquer edifcio ou recinto em que funcione repartio judicial ou outro servio pblico onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informao til ao exerccio da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente qualquer servidor ou empregado;

    d) em qualquer assemblia ou reunio de que participe ou possa participar o seu cliente, ou perante a qual este deve comparecer, desde que munido de poderes especiais;

    VII permanecer sentado ou em p e retirar-se de quaisquer locais indicados no inciso anterior, independentemente de licena;

    VIII dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente de horrio previamente marcado ou outra condio, observando-se a ordem de chegada;

    IX sustentar oralmente as razes de qualquer recurso ou processo, nas sesses de julgamento, aps o voto do relator, em instncia judicial ou administrativa, pelo prazo de quinze minutos, salvo se prazo maior for concedido.15

    X usar da palavra, pela ordem, em qualquer juzo ou tribunal, mediante interveno sumria, para esclarecer equvoco ou dvida surgida em relao a fatos, documentos ou afirmaes que influam no julgamento, bem como para replicar acusao ou censura que lhe forem feitas;

    XI reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juzo, tribunal ou autoridade, contra a inobservncia de preceito de lei, regulamento ou regimento;

    XII falar, sentado ou em p, em juzo, tribunal ou rgo de deliberao coletiva da Administrao Pblica ou do Poder Legislativo;

    12 Ver anexo: deciso do STF proferida na ADI 1127. 13 Ver anexo: deciso do STF proferida na ADI 1127. 14 Ver anexo: deciso do STF proferida na ADI 1127. 15 Ver anexo: deciso do STF proferida na ADI 1127.

  • XIII examinar, em qualquer rgo dos Poderes Judicirio e Legislativo, ou da Administrao Pblica em geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem procurao, quando no estejam sujeitos a sigilo, assegurada a obteno de cpias, podendo tomar apontamentos;

    XIV examinar em qualquer repartio policial, mesmo sem procurao, autos de flagrante e de inqurito, findos ou em andamento, ainda que conclusos autoridade, podendo copiar peas e tomar apontamentos;

    XV ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza, em cartrio ou na repartio competente, ou retir-los pelos prazos legais;

    XVI retirar autos de processos findos, mesmo sem procurao, pelo prazo de dez dias; XVII ser publicamente desagravado, quando ofendido no exerccio da profisso ou em

    razo dela;16 XVIII usar os smbolos privativos da profisso de advogado;17 XIX recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva

    funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou foi advogado, mesmo quando autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo profissional;

    XX retirar-se do recinto onde se encontre aguardando prego para ato judicial, aps trinta minutos do horrio designado e ao qual ainda no tenha comparecido a autoridade que deva presidir a ele, mediante comunicao protocolizada em juzo.

    1 No se aplica o disposto nos incisos XV e XVI: 1) aos processos sob regime de segredo de justia; 2) quando existirem nos autos documentos originais de difcil restaurao ou ocorrer

    circunstncia relevante que justifique a permanncia dos autos no cartrio, secretaria ou repartio, reconhecida pela autoridade em despacho motivado, proferido de ofcio, mediante representao ou a requerimento da parte interessada;

    3) at o encerramento do processo, ao advogado que houver deixado de devolver os respectivos autos no prazo legal, e s o fizer depois de intimado.

    2 O advogado tem imunidade profissional, no constituindo injria, difamao ou desacato punveis qualquer manifestao de sua parte, no exerccio de sua atividade, em juzo ou fora dele, sem prejuzo das sanes disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer.18

    3 O advogado somente poder ser preso em flagrante, por motivo de exerccio da profisso, em caso de crime inafianvel, observado o disposto no inciso IV deste artigo.19

    4 O Poder Judicirio e o Poder Executivo devem instalar, em todos os juizados, fruns, tribunais, delegacias de polcia e presdios, salas especiais permanentes para os advogados, com uso e controle assegurados OAB.20

    5 No caso de ofensa a inscrito na OAB, no exerccio da profisso ou de cargo ou funo de rgo da OAB, o conselho competente deve promover o desagravo pblico do ofendido, sem prejuzo da responsabilidade criminal em que incorrer o infrator.

    16 Ver arts. 18 e 19 do Regulamento Geral. 17 Ver Provimento n 8/64. 18 Ver anexo: deciso do STF proferida na ADI 1127. 19 Ver anexo: deciso do STF proferida na ADI 1127. 20 Ver anexo: deciso do STF proferida na ADI 1127.

  • CAPTULO III

    DA INSCRIO21

    Art. 8 Para inscrio como advogado necessrio: I capacidade civil; II diploma ou certido de graduao em direito, obtido em instituio de ensino

    oficialmente autorizada e credenciada; III ttulo de eleitor e quitao do servio militar, se brasileiro; IV aprovao em Exame de Ordem; V no exercer atividade incompatvel com a advocacia; VI idoneidade moral; VII prestar compromisso perante o Conselho. 1 O Exame de Ordem regulamentado em provimento do Conselho Federal da OAB.22 2 O estrangeiro ou brasileiro, quando no graduado em direito no Brasil, deve fazer

    prova do ttulo de graduao, obtido em instituio estrangeira, devidamente revalidado, alm de atender aos demais requisitos previstos neste artigo.23

    3 A inidoneidade moral, suscitada por qualquer pessoa, deve ser declarada mediante deciso que obtenha no mnimo dois teros dos votos de todos os membros do conselho competente, em procedimento que observe os termos do processo disciplinar.

    4 No atende ao requisito de idoneidade moral aquele que tiver sido condenado por crime infamante, salvo reabilitao judicial.

    Art. 9 Para inscrio como estagirio necessrio:24 I preencher os requisitos mencionados nos incisos I, III, V, VI e VII do art. 8; II ter sido admitido em estgio profissional de advocacia. 1 O estgio profissional de advocacia, com durao de dois anos, realizado nos ltimos

    anos do curso jurdico, pode ser mantido pelas respectivas instituies de ensino superior, pelos Conselhos da OAB, ou por setores, rgos jurdicos e escritrios de advocacia credenciados pela OAB, sendo obrigatrio o estudo deste Estatuto e do Cdigo de tica e Disciplina.

    2 A inscrio do estagirio feita no Conselho Seccional em cujo territrio se localize seu curso jurdico.

    3 O aluno de curso jurdico que exera atividade incompatvel com a advocacia pode freqentar o estgio ministrado pela respectiva instituio de ensino superior, para fins de aprendizagem, vedada a inscrio na OAB.

    4 O estgio profissional poder ser cumprido por bacharel em Direito que queira se inscrever na Ordem.

    21 Ver arts. 20 e seguintes do Regulamento Geral. 22 Ver Provimento n 109/2005, art. 58, VI, do Estatuto e arts. 88, II, e 112 do Regulamento Geral. 23 Ver Provimentos n 37/69 e n 91/2000. 24 Ver arts. 27 e seguintes do Regulamento Geral.

  • Art. 10. A inscrio principal do advogado deve ser feita no Conselho Seccional em cujo territrio pretende estabelecer o seu domiclio profissional, na forma do Regulamento Geral.25

    1 Considera-se domiclio profissional a sede principal da atividade de advocacia, prevalecendo, na dvida, o domiclio da pessoa fsica do advogado.

    2 Alm da principal, o advogado deve promover a inscrio suplementar nos Conselhos Seccionais em cujos territrios passar a exercer habitualmente a profisso, considerando-se habitualidade a interveno judicial que exceder de cinco causas por ano.26

    3 No caso de mudana efetiva de domiclio profissional para outra unidade federativa, deve o advogado requerer a transferncia de sua inscrio para o Conselho Seccional correspondente.27

    4 O Conselho Seccional deve suspender o pedido de transferncia ou inscrio suplementar, ao verificar a existncia de vcio ou ilegalidade na inscrio principal, contra ela representando ao Conselho Federal.

    Art. 11. Cancela-se a inscrio do profissional que: I assim o requerer; II sofrer penalidade de excluso; III falecer; IV passar a exercer, em carter definitivo, atividade incompatvel com a advocacia; V perder qualquer um dos requisitos necessrios para inscrio. 1 Ocorrendo uma das hipteses dos incisos II, III e IV, o cancelamento deve ser

    promovido, de ofcio, pelo Conselho competente ou em virtude de comunicao por qualquer pessoa.

    2 Na hiptese de novo pedido de inscrio que no restaura o nmero de inscrio anterior deve o interessado fazer prova dos requisitos dos incisos I, V, VI e VII do art. 8.

    3 Na hiptese do inciso II deste artigo, o novo pedido de inscrio tambm deve ser acompanhado de provas de reabilitao.

    Art. 12. Licencia-se o profissional que: I assim o requerer, por motivo justificado; II passar a exercer, em carter temporrio, atividade incompatvel com o exerccio da

    advocacia; III sofrer doena mental considerada curvel. Art. 13. O documento de identidade profissional, na forma prevista no Regulamento Geral,

    de uso obrigatrio no exerccio da atividade de advogado ou de estagirio e constitui prova de identidade civil para todos os fins legais.28

    25 Ver arts. 20 e seguintes do Regulamento Geral. 26 Ver art. 5 e pargrafo nico do Regulamento Geral. Ver Provimento n 45/78. 27 Ver Provimento n 42/78. 28 Ver art. 54, X, do Estatuto e arts. 32 a 36 do Regulamento Geral.

  • Art. 14. obrigatria a indicao do nome e do nmero de inscrio em todos os documentos assinados pelo advogado, no exerccio de sua atividade.

    Pargrafo nico. vedado anunciar ou divulgar qualquer atividade relacionada com o exerccio da advocacia ou o uso da expresso escritrio de advocacia, sem indicao expressa do nome e do nmero de inscrio dos advogados que o integrem ou o nmero de registro da sociedade de advogados na OAB.29

    CAPTULO IV

    DA SOCIEDADE DE ADVOGADOS30 Art. 15. Os advogados podem reunir-se em sociedade civil de prestao de servio de

    advocacia, na forma disciplinada nesta Lei e no Regulamento Geral. 1 A sociedade de advogados adquire personalidade jurdica com o registro aprovado

    dos seus atos constitutivos no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede. 2 Aplica-se sociedade de advogados o Cdigo de tica e Disciplina, no que couber. 3 As procuraes devem ser outorgadas individualmente aos advogados e indicar a

    sociedade de que faam parte. 4 Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados, com sede ou

    filial na mesma rea territorial do respectivo Conselho Seccional. 5 O ato de constituio de filial deve ser averbado no registro da sociedade e arquivado

    junto ao Conselho Seccional onde se instalar, ficando os scios obrigados a inscrio suplementar.

    6 Os advogados scios de uma mesma sociedade profissional no podem representar em juzo clientes de interesses opostos.

    Art. 16. No so admitidas a registro, nem podem funcionar, as sociedades de advogados

    que apresentem forma ou caractersticas mercantis, que adotem denominao de fantasia, que realizem atividades estranhas advocacia, que incluam scio no inscrito como advogado ou totalmente proibido de advogar.

    1 A razo social deve ter, obrigatoriamente, o nome de, pelo menos, um advogado responsvel pela sociedade, podendo permanecer o de scio falecido, desde que prevista tal possibilidade no ato constitutivo.

    2 O licenciamento do scio para exercer atividade incompatvel com a advocacia em carter temporrio deve ser averbado no registro da sociedade, no alterando sua constituio.

    3 proibido o registro, nos cartrios de registro civil de pessoas jurdicas e nas juntas comerciais, de sociedade que inclua, entre outras finalidades, a atividade de advocacia.

    Art. 17. Alm da sociedade, o scio responde subsidiria e ilimitadamente pelos danos

    causados aos clientes por ao ou omisso no exerccio da advocacia, sem prejuzo da responsabilidade disciplinar em que possa incorrer.

    29 Ver Provimento n 94/2000. 30 Ver arts. 37 e seguintes do Regulamento Geral e Provimentos n 69/89, n 91/2000, n 94/2000, n 98/2002 e n 112/2006.

  • CAPTULO V31 DO ADVOGADO EMPREGADO

    Art. 18. A relao de emprego, na qualidade de advogado, no retira a iseno tcnica nem

    reduz a independncia profissional inerentes advocacia. Pargrafo nico. O advogado empregado no est obrigado prestao de servios

    profissionais de interesse pessoal dos empregadores, fora da relao de emprego. Art. 19. O salrio mnimo profissional do advogado ser fixado em sentena normativa, salvo

    se ajustado em acordo ou conveno coletiva de trabalho. Art. 20. A jornada de trabalho do advogado empregado, no exerccio da profisso, no

    poder exceder a durao diria de quatro horas contnuas e a de vinte horas semanais, salvo acordo ou conveno coletiva ou em caso de dedicao exclusiva.32

    1 Para efeitos deste artigo, considera-se como perodo de trabalho o tempo em que o advogado estiver disposio do empregador, aguardando ou executando ordens, no seu escritrio ou em atividades externas, sendo-lhe reembolsadas as despesas feitas com transporte, hospedagem e alimentao.

    2 As horas trabalhadas que excederem a jornada normal so remuneradas por um adicional no inferior a cem por cento sobre o valor da hora normal, mesmo havendo contrato escrito.

    3 As horas trabalhadas no perodo das vinte horas de um dia at as cinco horas do dia seguinte so remuneradas como noturnas, acrescidas do adicional de vinte e cinco por cento.

    Art. 21. Nas causas em que for parte o empregador, ou pessoa por este representada, os

    honorrios de sucumbncia so devidos aos advogados empregados.33 Pargrafo nico. Os honorrios de sucumbncia, percebidos por advogado empregado de

    sociedade de advogados so partilhados entre ele e a empregadora, na forma estabelecida em acordo.34

    CAPTULO VI

    DOS HONORRIOS ADVOCATCIOS35 Art. 22. A prestao de servio profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos

    honorrios convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbncia. 1 O advogado, quando indicado para patrocinar causa de juridicamente necessitado, no

    caso de impossibilidade da Defensoria Pblica no local da prestao de servio, tem direito aos

    31 Ver anexo: deciso do STF proferida na ADI 1552. 32 Ver art. 12 do Regulamento Geral. 33 Ver anexo: STF - ADI n 1194. 34 Ver anexo: STF - ADI n 1194. 35 Ver art. 58, V, do Estatuto e art. 111 do Regulamento Geral.

  • honorrios fixados pelo juiz, segundo tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB, e pagos pelo Estado.

    2 Na falta de estipulao ou de acordo, os honorrios so fixados por arbitramento judicial, em remunerao compatvel com o trabalho e o valor econmico da questo, no podendo ser inferiores aos estabelecidos na tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB.

    3 Salvo estipulao em contrrio, um tero dos honorrios devido no incio do servio, outro tero at a deciso de primeira instncia e o restante no final.

    4 Se o advogado fizer juntar aos autos o seu contrato de honorrios antes de expedir-se o mandado de levantamento ou precatrio, o juiz deve determinar que lhe sejam pagos diretamente, por deduo da quantia a ser recebida pelo constituinte, salvo se este provar que j os pagou.

    5 O disposto neste artigo no se aplica quando se tratar de mandato outorgado por advogado para defesa em processo oriundo de ato ou omisso praticada no exerccio da profisso.

    Art. 23. Os honorrios includos na condenao, por arbitramento ou sucumbncia,

    pertencem ao advogado, tendo este direito autnomo para executar a sentena nesta parte, podendo requerer que o precatrio, quando necessrio, seja expedido em seu favor.

    Art. 24. A deciso judicial que fixar ou arbitrar honorrios e o contrato escrito que o

    estipular so ttulos executivos e constituem crdito privilegiado na falncia, concordata, concurso de credores, insolvncia civil e liquidao extrajudicial.

    1 A execuo dos honorrios pode ser promovida nos mesmos autos da ao em que tenha atuado o advogado, se assim lhe convier.

    2 Na hiptese de falecimento ou incapacidade civil do advogado, os honorrios de sucumbncia, proporcionais ao trabalho realizado, so recebidos por seus sucessores ou representantes legais.

    3 nula qualquer disposio, clusula, regulamento ou conveno individual ou coletiva que retire do advogado o direito ao recebimento dos honorrios de sucumbncia.36

    4 O acordo feito pelo cliente do advogado e a parte contrria, salvo aquiescncia do profissional, no lhe prejudica os honorrios, quer os convencionados, quer os concedidos por sentena.

    Art. 25. Prescreve em cinco anos a ao de cobrana de honorrios de advogado, contado

    o prazo: I do vencimento do contrato, se houver; II do trnsito em julgado da deciso que os fixar; III da ultimao do servio extrajudicial; IV da desistncia ou transao; V da renncia ou revogao do mandato.

    36 Ver anexo: STF - ADI n 1194.

  • Art. 26. O advogado substabelecido, com reserva de poderes, no pode cobrar honorrios sem a interveno daquele que lhe conferiu o substabelecimento.

    CAPTULO VII

    DAS INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS37 Art. 27. A incompatibilidade determina a proibio total, e o impedimento, a proibio

    parcial do exerccio da advocacia. Art. 28. A advocacia incompatvel, mesmo em causa prpria, com as seguintes atividades: I chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus substitutos

    legais; II membros de rgos do Poder Judicirio, do Ministrio Pblico, dos tribunais e

    conselhos de contas, dos juizados especiais, da justia de paz, juzes classistas, bem como de todos os que exeram funo de julgamento em rgos de deliberao coletiva da administrao pblica direta ou indireta;38

    III ocupantes de cargos ou funes de direo em rgos da Administrao Pblica direta ou indireta, em suas fundaes e em suas empresas controladas ou concessionrias de servio pblico;

    IV ocupantes de cargos ou funes vinculados direta ou indiretamente a qualquer rgo do Poder Judicirio e os que exercem servios notariais e de registro;

    V ocupantes de cargos ou funes vinculados direta ou indiretamente a atividade policial de qualquer natureza;39

    VI militares de qualquer natureza, na ativa; VII ocupantes de cargos ou funes que tenham competncia de lanamento, arrecadao

    ou fiscalizao de tributos e contribuies parafiscais; VIII ocupantes de funes de direo e gerncia em instituies financeiras, inclusive

    privadas. 1 A incompatibilidade permanece mesmo que o ocupante do cargo ou funo deixe de

    exerc-lo temporariamente. 2 No se incluem nas hipteses do inciso III os que no detenham poder de deciso

    relevante sobre interesses de terceiro, a juzo do Conselho competente da OAB, bem como a administrao acadmica diretamente relacionada ao magistrio jurdico.

    Art. 29. Os Procuradores Gerais, Advogados Gerais, Defensores Gerais e dirigentes

    de rgos jurdicos da Administrao Pblica direta, indireta e fundacional so exclusivamente legitimados para o exerccio da advocacia vinculada funo que exeram, durante o perodo da investidura.

    37 Ver art. 28, V, do Estatuto e Provimento n 62/88. 38 Ver anexo: deciso do STF proferida na ADI 1127. Ver art. 8 do Regulamento Geral. Ver Lei n 11.415/206 - art. 21. 39 Ver Provimento n 62/88.

  • Art. 30. So impedidos de exercer a advocacia:40 I os servidores da administrao direta, indireta ou fundacional, contra a Fazenda Pblica

    que os remunere ou qual seja vinculada a entidade empregadora; II os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes nveis, contra ou a favor das

    pessoas jurdicas de direito pblico, empresas pblicas, sociedades de economia mista, fundaes pblicas, entidades paraestatais ou empresas concessionrias ou permissionrias de servio pblico.

    Pargrafo nico. No se incluem nas hipteses do inciso I os docentes dos cursos jurdicos.

    CAPTULO VIII DA TICA DO ADVOGADO41

    Art. 31. O advogado deve proceder de forma que o torne merecedor de respeito e que

    contribua para o prestgio da classe e da advocacia. 1 O advogado, no exerccio da profisso, deve manter independncia em qualquer

    circunstncia. 2 Nenhum receio de desagradar a magistrado ou a qualquer autoridade, nem de incorrer

    em impopularidade, deve deter o advogado no exerccio da profisso. Art. 32. O advogado responsvel pelos atos que, no exerccio profissional, praticar com

    dolo ou culpa. Pargrafo nico. Em caso de lide temerria, o advogado ser solidariamente responsvel

    com seu cliente, desde que coligado com este para lesar a parte contrria, o que ser apurado em ao prpria.

    Art. 33. O advogado obriga-se a cumprir rigorosamente os deveres consignados no Cdigo

    de tica e Disciplina. Pargrafo nico. O Cdigo de tica e Disciplina regula os deveres do advogado para com a

    comunidade, o cliente, o outro profissional e, ainda, a publicidade, a recusa do patrocnio, o dever de assistncia jurdica, o dever geral de urbanidade e os respectivos procedimentos disciplinares.

    CAPTULO IX

    DAS INFRAES E SANES DISCIPLINARES42 Art. 34. Constitui infrao disciplinar: I exercer a profisso, quando impedido de faz-lo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu

    exerccio aos no inscritos, proibidos ou impedidos; II manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos nesta Lei;43

    40 Ver pargrafo nico do art. 2 do Regulamento Geral. 41 Ver Cdigo de tica e Disciplina e Provimentos n 83/96 e n 94/2000. 42 Ver Cdigo de tica e Disciplina e Provimento n 83/96. 43 Ver Provimentos n 69/89, n 91/2000, n 94/2000, n 98/2002 e n 112/2006.

  • III valer-se de agenciador de causas, mediante participao nos honorrios a receber; IV angariar ou captar causas, com ou sem a interveno de terceiros; V assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim extrajudicial que no

    tenha feito, ou em que no tenha colaborado; VI advogar contra literal disposio de lei, presumindo-se a boa-f quando fundamentado

    na inconstitucionalidade, na injustia da lei ou em pronunciamento judicial anterior; VII violar, sem justa causa, sigilo profissional; VIII estabelecer entendimento com a parte adversa sem autorizao do cliente ou cincia

    do advogado contrrio; IX prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocnio; X acarretar, conscientemente, por ato prprio, a anulao ou a nulidade do processo em

    que funcione; XI abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias da comunicao

    da renncia; XII recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistncia jurdica, quando nomeado em

    virtude de impossibilidade da Defensoria Pblica; XIII fazer publicar na imprensa, desnecessria e habitualmente, alegaes forenses ou

    relativas a causas pendentes; XIV deturpar o teor de dispositivo de lei, de citao doutrinria e de julgado, bem como

    de depoimentos, documentos e alegaes da parte contrria, para confundir o adversrio ou iludir o juiz da causa;

    XV fazer, em nome do constituinte, sem autorizao escrita deste, imputao a terceiro de fato definido como crime;

    XVI deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinao emanada do rgo ou autoridade da Ordem, em matria da competncia desta, depois de regularmente notificado;

    XVII prestar concurso a clientes ou a terceiros para realizao de ato contrrio lei ou destinado a fraud-la;

    XVIII solicitar ou receber de constituinte qualquer importncia para aplicao ilcita ou desonesta;

    XIX receber valores, da parte contrria ou de terceiro, relacionados com o objeto do mandato, sem expressa autorizao do constituinte;

    XX locupletar-se, por qualquer forma, custa do cliente ou da parte adversa, por si ou interposta pessoa;

    XXI recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele ou de terceiros por conta dele;44

    XXII reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou em confiana; XXIII deixar de pagar as contribuies, multas e preos de servios devidos OAB,

    depois de regularmente notificado a faz-lo; XXIV incidir em erros reiterados que evidenciem inpcia profissional; XXV manter conduta incompatvel com a advocacia; XXVI fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrio na OAB;

    44 Ver Provimento n 70/89.

  • XXVII tornar-se moralmente inidneo para o exerccio da advocacia; XXVIII praticar crime infamante; XXIX praticar, o estagirio, ato excedente de sua habilitao. Pargrafo nico. Inclui-se na conduta incompatvel: a) prtica reiterada de jogo de azar, no autorizado por lei; b) incontinncia pblica e escandalosa; c) embriaguez ou toxicomania habituais. Art. 35. As sanes disciplinares consistem em: I censura; II suspenso; III excluso; IV multa. Pargrafo nico. As sanes devem constar dos assentamentos do inscrito, aps o trnsito

    em julgado da deciso, no podendo ser objeto da publicidade a de censura. Art. 36. A censura aplicvel nos casos de: I infraes definidas nos incisos I a XVI e XXIX do art. 34; II violao a preceito do Cdigo de tica e Disciplina; III violao a preceito desta Lei, quando para a infrao no se tenha estabelecido sano

    mais grave. Pargrafo nico. A censura pode ser convertida em advertncia, em ofcio reservado, sem

    registro nos assentamentos do inscrito, quando presente circunstncia atenuante. Art. 37. A suspenso aplicvel nos casos de: I infraes definidas nos incisos XVII a XXV do art. 34; II reincidncia em infrao disciplinar. 1 A suspenso acarreta ao infrator a interdio do exerccio profissional, em todo o

    territrio nacional, pelo prazo de trinta dias a doze meses, de acordo com os critrios de individualizao previstos neste captulo.

    2 Nas hipteses dos incisos XXI e XXIII do art. 34, a suspenso perdura at que satisfaa integralmente a dvida, inclusive com a correo monetria.

    3 Na hiptese do inciso XXIV do art. 34, a suspenso perdura at que preste novas provas de habilitao.

    Art. 38. A excluso aplicvel nos casos de: I aplicao, por trs vezes, de suspenso; II infraes definidas nos incisos XXVI a XXVIII do art. 34. Pargrafo nico. Para a aplicao da sano disciplinar de excluso necessria a

    manifestao favorvel de dois teros dos membros do Conselho Seccional competente.

  • Art. 39. A multa, varivel entre o mnimo correspondente ao valor de uma anuidade e o mximo de seu dcuplo, aplicvel cumulativamente com a censura ou suspenso, em havendo circunstncias agravantes.

    Art. 40. Na aplicao das sanes disciplinares so consideradas, para fins de atenuao,

    as seguintes circunstncias, entre outras: I falta cometida na defesa de prerrogativa profissional; II ausncia de punio disciplinar anterior; III exerccio assduo e proficiente de mandato ou cargo em qualquer rgo da OAB; IV prestao de relevantes servios advocacia ou causa pblica. Pargrafo nico. Os antecedentes profissionais do inscrito, as atenuantes, o grau de culpa

    por ele revelada, as circunstncias e as conseqncias da infrao so considerados para o fim de decidir:

    a) sobre a convenincia da aplicao cumulativa da multa e de outra sano disciplinar; b) sobre o tempo de suspenso e o valor da multa aplicveis. Art. 41. permitido ao que tenha sofrido qualquer sano disciplinar requerer, um ano

    aps seu cumprimento, a reabilitao, em face de provas efetivas de bom comportamento. Pargrafo nico. Quando a sano disciplinar resultar da prtica de crime, o pedido de

    reabilitao depende tambm da correspondente reabilitao criminal. Art. 42. Fica impedido de exercer o mandato o profissional a quem forem aplicadas as

    sanes disciplinares de suspenso ou excluso. Art. 43. A pretenso punibilidade das infraes disciplinares prescreve em cinco anos,

    contados da data da constatao oficial do fato. 1 Aplica-se a prescrio a todo processo disciplinar paralisado por mais de trs anos,

    pendente de despacho ou julgamento, devendo ser arquivado de ofcio, ou a requerimento da parte interessada, sem prejuzo de serem apuradas as responsabilidades pela paralisao.

    2 A prescrio interrompe-se: I pela instaurao de processo disciplinar ou pela notificao vlida feita diretamente ao

    representado; II pela deciso condenatria recorrvel de qualquer rgo julgador da OAB.

    TTULO II DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL

    CAPTULO I

    DOS FINS E DA ORGANIZAO45

    45 Ver arts. 44 e seguintes do Regulamento Geral.

  • Art. 44. A Ordem dos Advogados do Brasil OAB, servio pblico, dotada de personalidade jurdica e forma federativa, tem por finalidade:

    I defender a Constituio, a ordem jurdica do Estado democrtico de direito, os direitos humanos, a justia social, e pugnar pela boa aplicao das leis, pela rpida administrao da justia e pelo aperfeioamento da cultura e das instituies jurdicas;

    II promover, com exclusividade, a representao, a defesa, a seleo e a disciplina dos advogados em toda a Repblica Federativa do Brasil.46

    1 A OAB no mantm com rgo da Administrao Pblica qualquer vnculo funcional ou hierrquico.

    2 O uso da sigla OAB privativo da Ordem dos Advogados do Brasil.

    Art. 45. So rgos da OAB: I o Conselho Federal; II os Conselhos Seccionais;47 III as Subsees;48 IV as Caixas de Assistncia dos Advogados.49 1 O Conselho Federal, dotado de personalidade jurdica prpria, com sede na capital

    da Repblica, o rgo supremo da OAB. 2 Os Conselhos Seccionais, dotados de personalidade jurdica prpria, tm jurisdio

    sobre os respectivos territrios dos Estados-membros, do Distrito Federal e dos Territrios. 3 As Subsees so partes autnomas do Conselho Seccional, na forma desta Lei e de

    seu ato constitutivo. 4 As Caixas de Assistncia dos Advogados, dotadas de personalidade jurdica prpria,

    so criadas pelos Conselhos Seccionais, quando estes contarem com mais de mil e quinhentos inscritos.

    5 A OAB, por constituir servio pblico, goza de imunidade tributria total em relao a seus bens, rendas e servios.

    6 Os atos conclusivos dos rgos da OAB, salvo quando reservados ou de administrao interna, devem ser publicados na imprensa oficial ou afixados no frum, na ntegra ou em resumo.

    Art. 46. Compete OAB fixar e cobrar, de seus inscritos, contribuies, preos de

    servios e multas.50 Pargrafo nico. Constitui ttulo executivo extrajudicial a certido passada pela diretoria do

    Conselho competente, relativa a crdito previsto neste artigo. Art. 47. O pagamento da contribuio anual OAB isenta os inscritos nos seus quadros do

    pagamento obrigatrio da contribuio sindical.

    46 Ver art. 45 do Regulamento Geral. 47 Ver arts. 56 e seguintes do Estatuto e arts. 46 e 105 e seguintes do Regulamento Geral. 48 Ver art. 60 e seguintes do Estatuto e arts. 115 e seguintes do Regulamento Geral. 49 Ver art. 62 do Estatuto e arts. 121 e seguintes do Regulamento Geral 50 Ver arts. 55 e seguintes do Regulamento Geral e Provimento n 101/2003.

  • Art. 48. O cargo de conselheiro ou de membro de diretoria de rgo da OAB de

    exerccio gratuito e obrigatrio, considerado servio pblico relevante, inclusive para fins de disponibilidade e aposentadoria.51

    Art. 49. Os Presidentes dos Conselhos e das Subsees da OAB tm legitimidade para

    agir, judicial e extrajudicialmente, contra qualquer pessoa que infringir as disposies ou os fins desta Lei.

    Pargrafo nico. As autoridades mencionadas no caput deste artigo tm, ainda, legitimidade para intervir, inclusive como assistentes, nos inquritos e processos em que sejam indiciados, acusados ou ofendidos os inscritos na OAB.

    Art. 50. Para os fins desta Lei, os Presidentes dos Conselhos da OAB e das Subsees podem requisitar cpias de peas de autos e documentos a qualquer tribunal, magistrado, cartrio e rgo da Administrao Pblica direta, indireta e fundacional.52

    CAPTULO II

    DO CONSELHO FEDERAL53 Art. 51. O Conselho Federal compe-se: I dos conselheiros federais, integrantes das delegaes de cada unidade federativa; II dos seus ex-presidentes, na qualidade de membros honorrios vitalcios. 1 Cada delegao formada por trs conselheiros federais. 2 Os ex-presidentes tm direito apenas a voz nas sesses. Art. 52. Os presidentes dos Conselhos Seccionais, nas sesses do Conselho Federal, tm

    lugar reservado junto delegao respectiva e direito somente a voz. Art. 53. O Conselho Federal tem sua estrutura e funcionamento definidos no Regulamento

    Geral da OAB. 1 O Presidente, nas deliberaes do Conselho, tem apenas o voto de qualidade. 2 O voto tomado por delegao, e no pode ser exercido nas matrias de interesse da

    unidade que represente. 3o Na eleio para a escolha da Diretoria do Conselho Federal, cada membro da

    delegao ter direito a 1 (um) voto, vedado aos membros honorrios vitalcios. (NR dada pela Lei 11.179, de 22 de setembro de 2005, publicada no DOU de 23.09.2005, p. 1, S 1)

    Art. 54. Compete ao Conselho Federal: I dar cumprimento efetivo s finalidades da OAB; II representar, em juzo ou fora dele, os interesses coletivos ou individuais dos advogados; III velar pela dignidade, independncia, prerrogativas e valorizao da advocacia;

    51 Ver arts. 50 e 53 do Regulamento Geral. 52 Ver anexo: deciso do STF proferida na ADI 1127. 53 Ver arts. 62 e seguintes do Regulamento Geral e Provimento n 115/2007.

  • IV representar, com exclusividade, os advogados brasileiros nos rgos e eventos internacionais da advocacia;54

    V editar e alterar o Regulamento Geral, o Cdigo de tica e Disciplina, e os Provimentos que julgar necessrios;55

    VI adotar medidas para assegurar o regular funcionamento dos Conselhos Seccionais; VII intervir nos Conselhos Seccionais, onde e quando constatar grave violao desta Lei

    ou do Regulamento Geral;56 VIII cassar ou modificar, de ofcio ou mediante representao, qualquer ato, de rgo ou

    autoridade da OAB, contrrio a esta Lei, ao Regulamento Geral, ao Cdigo de tica e Disciplina, e aos Provimentos, ouvida a autoridade ou o rgo em causa;

    IX julgar, em grau de recurso, as questes decididas pelos Conselhos Seccionais, nos casos previstos neste Estatuto e no Regulamento Geral;57

    X dispor sobre a identificao dos inscritos na OAB e sobre os respectivos smbolos privativos;58

    XI apreciar o relatrio anual e deliberar sobre o balano e as contas de sua diretoria;59 XII homologar ou mandar suprir relatrio anual, o balano e as contas dos Conselhos

    Seccionais;60 XIII elaborar as listas constitucionalmente previstas, para o preenchimento dos cargos nos

    tribunais judicirios de mbito nacional ou interestadual, com advogados que estejam em pleno exerccio da profisso, vedada a incluso de nome de membro do prprio Conselho ou de outro rgo da OAB;61

    XIV ajuizar ao direta de inconstitucionalidade de normas legais e atos normativos, ao civil pblica, mandado de segurana coletivo, mandado de injuno e demais aes cuja legitimao lhe seja outorgada por lei;62

    XV colaborar com o aperfeioamento dos cursos jurdicos, e opinar, previamente, nos pedidos apresentados aos rgos competentes para criao, reconhecimento ou credenciamento desses cursos;63

    XVI autorizar, pela maioria absoluta das delegaes, a onerao ou alienao de seus bens imveis;

    XVII participar de concursos pblicos, nos casos previstos na Constituio e na lei, em todas as suas fases, quando tiverem abrangncia nacional ou interestadual; 64

    XVIII resolver os casos omissos neste Estatuto.

    54 Ver art. 80 do Regulamento Geral. 55 Ver Provimentos n 26/66. 56 Ver art. 81 do Regulamento Geral. 57 Ver arts. 88, 89 e 90 do Regulamento Geral. 58 Ver art. 13 do Estatuto e arts. 32 a 36 do Regulamento Geral. Ver Provimento n 8/64. 59 Ver art. 104, IV, do Regulamento Geral. 60 Ver Provimento n 101/2003. 61 Ver Provimento n 102/2004. 62 Ver art. 82 do Regulamento Geral. 63 Ver art. 83 do Regulamento Geral. 64 Ver art. 52 do Regulamento Geral.

  • Pargrafo nico. A interveno referida no inciso VII deste artigo depende de prvia aprovao por dois teros das delegaes, garantido o amplo direito de defesa do Conselho Seccional respectivo, nomeando-se diretoria provisria para o prazo que se fixar.

    Art. 55. A diretoria do Conselho Federal composta de um Presidente, de um Vice-

    Presidente, de um Secretrio-Geral, de um Secretrio -Geral Adjunto e de um Tesoureiro. 1 O Presidente exerce a representao nacional e internacional da OAB, competindo-

    lhe convocar o Conselho Federal, presidi-lo, represent-lo ativa e passivamente, em juzo ou fora dele, promover-lhe a administrao patrimonial e dar execuo s suas decises.

    2 O Regulamento Geral define as atribuies dos membros da Diretoria e a ordem de substituio em caso de vacncia, licena, falta ou impedimento.65

    3 Nas deliberaes do Conselho Federal, os membros da diretoria votam como membros de suas delegaes, cabendo ao Presidente, apenas o voto de qualidade e o direito de embargar a deciso, se esta no for unnime.66

    CAPTULO III

    DO CONSELHO SECCIONAL67 Art. 56. O Conselho Seccional compe-se de conselheiros em nmero proporcional ao de

    seus inscritos, segundo critrios estabelecidos no Regulamento Geral. 1 So membros honorrios vitalcios os seus ex-presidentes, somente com direito a voz

    em suas sesses. 2 O Presidente do Instituto dos Advogados local membro honorrio, somente com

    direito a voz nas sesses do Conselho. 3 Quando presentes s sesses do Conselho Seccional, o Presidente do Conselho

    Federal, os Conselheiros Federais integrantes da respectiva delegao, o Presidente da Caixa de Assistncia dos Advogados e os Presidentes das Subsees, tm direito a voz.

    Art. 57. O Conselho Seccional exerce e observa, no respectivo territrio, as competncias,

    vedaes e funes atribudas ao Conselho Federal, no que couber e no mbito de sua competncia material e territorial, e as normas gerais estabelecidas nesta Lei, no Regulamento Geral, no Cdigo de tica e Disciplina, e nos Provimentos.

    Art. 58. Compete privativamente ao Conselho Seccional: I editar seu Regimento Interno e Resolues; II criar as Subsees e a Caixa de Assistncia dos Advogados; III julgar, em grau de recurso, as questes decididas por seu Presidente, por sua diretoria,

    pelo Tribunal de tica e Disciplina, pelas diretorias das Subsees e da Caixa de Assistncia dos Advogados;

    65 Ver arts. 98 a 104 do Regulamento Geral. 66 Ver arts. 68 a 73 do Regulamento Geral. 67 Ver arts. 105 a 114 do Regulamento Geral.

  • IV fiscalizar a aplicao da receita, apreciar o relatrio anual e deliberar sobre o balano e as contas de sua diretoria, das diretorias das Subsees e da Caixa de Assistncia dos Advogados;68

    V fixar a tabela de honorrios, vlida para todo o territrio estadual;69 VI realizar o Exame de Ordem;70 VII decidir os pedidos de inscrio nos quadros de advogados e estagirios;71 VIII manter cadastro de seus inscritos;72 IX fixar, alterar e receber contribuies obrigatrias, preos de servios e multas;73 X participar da elaborao dos concursos pblicos, em todas as suas fases, nos casos

    previstos na Constituio e nas leis, no mbito do seu territrio;74 XI determinar, com exclusividade, critrios para o traje dos advogados, no exerccio

    profissional; XII aprovar e modificar seu oramento anual; XIII definir a composio e o funcionamento do Tribunal de tica e Disciplina, e escolher

    seus membros;75 XIV eleger as listas, constitucionalmente previstas, para preenchimento dos cargos nos

    tribunais judicirios, no mbito de sua competncia e na forma do Provimento do Conselho Federal, vedada a incluso de membros do prprio Conselho e de qualquer rgo da OAB;76

    XV intervir nas Subsees e na Caixa de Assistncia dos Advogados;77 XVI desempenhar outras atribuies previstas no Regulamento Geral. Art. 59. A diretoria do Conselho Seccional tem composio idntica e atribuies

    equivalentes s do Conselho Federal, na forma do Regimento Interno daquele.78

    CAPTULO IV DA SUBSEO79

    Art. 60. A Subseo pode ser criada pelo Conselho Seccional, que fixa sua rea territorial

    e seus limites de competncia e autonomia.

    68 Ver arts. 55 e seguintes do Regulamento Geral e Provimento n 101/2003. 69 Ver art. 111 do Regulamento Geral. 70 Ver Provimento n 109/2005, art. 8, 1, do Estatuto e arts. 88, II, e 112 do Regulamento Geral. 71 Ver arts. 20 a 31 do Regulamento Geral. 72 Ver arts. 24, 103, II, e 137-D do Regulamento Geral. Ver Provimentos n 95/2000, n 98/2002 e n 99/2002 e Resoluo n 01/2003, da Segunda Cmara. 73 Ver arts. 55 e seguintes do Regulamento Geral e Provimento n 101/2003. 74 Ver art. 52 do Regulamento Geral. 75 Ver art. 114 do Regulamento Geral e Cdigo de tica e Disciplina. 76 Ver Provimento n 102/2004. 77 Ver art. 113 do Regulamento Geral 78 Ver art. 55 do Estatuto. 79 Ver arts. 115 e seguin tes do Regulamento Geral.

  • 1 A rea territorial da Subseo pode abranger um ou mais municpios, ou parte de municpio, inclusive da capital do Estado, contando com um mnimo de quinze advogados, nela profissionalmente domiciliados.

    2 A Subseo administrada por uma diretoria, com atribuies e composio equivalentes s da diretoria do Conselho Seccional.

    3 Havendo mais de cem advogados, a Subseo pode ser integrada, tambm, por um Conselho em nmero de membros fixado pelo Conselho Seccional.

    4 Os quantitativos referidos nos pargrafos primeiro e terceiro deste artigo podem ser ampliados, na forma do Regimento Interno do Conselho Seccional.

    5 Cabe ao Conselho Seccional fixar, em seu oramento, dotaes especficas destinadas manuteno das Subsees.

    6 O Conselho Seccional, mediante o voto de dois teros de seus membros, pode intervir nas Subsees, onde constatar grave violao desta Lei ou do Regimento Interno daquele.

    Art. 61. Compete Subseo, no mbito de seu territrio: I dar cumprimento efetivo s finalidades da OAB; II velar pela dignidade, independncia e valorizao da advocacia, e fazer valer as

    prerrogativas do advogado; III representar a OAB perante os poderes constitudos; IV desempenhar as atribuies previstas no Regulamento Geral ou por delegao de

    competncia do Conselho Seccional. Pargrafo nico. Ao Conselho da Subseo, quando houver, compete exercer as funes e

    atribuies do Conselho Seccional, na forma do Regimento Interno deste, e ainda: a) editar seu Regimento Interno, a ser referendado pelo Conselho Seccional; b) editar resolues, no mbito de sua competncia; c) instaurar e instruir processos disciplinares, para julgamento pelo Tribunal de tica e

    Disciplina; d) receber pedido de inscrio nos quadros de advogado e estagirio, instruindo e emitindo

    parecer prvio, para deciso do Conselho Seccional.

    CAPTULO V DA CAIXA DE ASSISTNCIA DOS ADVOGADOS80

    Art. 62. A Caixa de Assistncia dos Advogados, com personalidade jurdica prpria,

    destina-se a prestar assistncia aos inscritos no Conselho Seccional a que se vincule. 1 A Caixa criada e adquire personalidade jurdica com a aprovao e registro de seu

    Estatuto pelo respectivo Conselho Seccional da OAB, na forma do Regulamento Geral. 2 A Caixa pode, em benefcio dos advogados, promover a seguridade complementar.

    80 Ver arts. 121 a 127 do Regulamento Geral.

  • 3 Compete ao Conselho Seccional fixar contribuio obrigatria devida por seus inscritos, destinada manuteno do disposto no pargrafo anterior, incidente sobre atos decorrentes do efetivo exerccio da advocacia.

    4 A diretoria da Caixa composta de cinco membros, com atribuies definidas no seu Regimento Interno.

    5 Cabe Caixa a metade da receita das anuidades recebidas pelo Conselho Seccional, considerado o valor resultante aps as dedues regulamentares obrigatrias.81

    6 Em caso de extino ou desativao da Caixa, seu patrimnio se incorpora ao do Conselho Seccional respectivo.

    7 O Conselho Seccional, mediante voto de dois teros de seus membros, pode intervir na Caixa de Assistncia dos Advogados, no caso de descumprimento de suas finalidades, designando diretoria provisria, enquanto durar a interveno.

    CAPTULO VI

    DAS ELEIES E DOS MANDATOS82 Art. 63. A eleio dos membros de todos os rgos da OAB ser realizada na segunda

    quinzena do ms de novembro, do ltimo ano do mandato, mediante cdula nica e votao direta dos advogados regularmente inscritos.

    1 A eleio, na forma e segundo os critrios e procedimentos estabelecidos no Regulamento Geral, de comparecimento obrigatrio para todos os advogados inscritos na OAB.

    2 O candidato deve comprovar situao regular junto OAB, no ocupar cargo exonervel ad nutum, no ter sido condenado por infrao disciplinar, salvo reabilitao, e exercer efetivamente a profisso h mais de cinco anos.

    Art. 64. Consideram-se eleitos os candidatos integrantes da chapa que obtiver a maioria

    dos votos vlidos. 1 A chapa para o Conselho Seccional deve ser composta dos candidatos ao Conselho e

    sua Diretoria e, ainda, delegao ao Conselho Federal e Diretoria da Caixa de Assistncia dos Advogados para eleio conjunta.

    2 A chapa para a Subseo deve ser composta com os candidatos diretoria, e de seu Conselho quando houver.

    Art. 65. O mandato em qualquer rgo da OAB de trs anos, iniciando-se em primeiro

    de janeiro do ano seguinte ao da eleio, salvo o Conselho Federal. Pargrafo nico. Os conselheiros federais eleitos iniciam seus mandatos em primeiro de

    fevereiro do ano seguinte ao da eleio.83

    81 Ver arts. 56 e 57 do Regulamento Geral. 82 Ver arts. 55, 2, 128 e seguintes do Regulamento Geral e Resolues n 16/2003 e n 16/2006, da Diretoria do Conselho Federal (Anexo). 83 Ver art. 137-B do Regulamento Geral.

  • Art. 66. Extingue-se o mandato automaticamente, antes do seu trmino, quando:84 I ocorrer qualquer hiptese de cancelamento de inscrio ou de licenciamento do

    profissional; II o titular sofrer condenao disciplinar; III o titular faltar, sem motivo justificado, a trs reunies ordinrias consecutivas de cada

    rgo deliberativo do Conselho ou da diretoria da Subseo ou da Caixa de Assistncia dos Advogados, no podendo ser reconduzido no mesmo perodo de mandato.

    Pargrafo nico. Extinto qualquer mandato, nas hipteses deste artigo, cabe ao Conselho Seccional escolher o substituto, caso no haja suplente.

    Art. 67. A eleio da Diretoria do Conselho Federal, que tomar posse no dia 1 de

    fevereiro, obedecer s seguintes regras:85 I ser admitido registro, junto ao Conselho Federal, de candidatura presidncia, desde

    seis meses at um ms antes da eleio; II o requerimento de registro dever vir acompanhado do apoiamento de, no mnimo, seis

    Conselhos Seccionais; III at um ms antes das eleies, dever ser requerido o registro da chapa completa, sob

    pena de cancelamento da candidatura respectiva; IV no dia 31 de janeiro do ano seguinte ao da eleio, o Conselho Federal eleger, em

    reunio presidida pelo conselheiro mais antigo, por voto secreto e para mandato de 3 (trs) anos, sua diretoria, que tomar posse no dia seguinte; (NR dada pela Lei 11.179, de 22 de setembro de 2005, publicada no DOU de 23.09.2005, p. 1, S 1)

    V ser considerada eleita a chapa que obtiver maioria simples dos votos dos Conselheiros Federais, presente a metade mais 1 (um) de seus membros. (NR dada pela Lei 11.179, de 22 de setembro de 2005, publicada no DOU de 23.09.2005, p. 1, S 1)

    Pargrafo nico. Com exceo do candidato a Presidente, os demais integrantes da chapa devero ser conselheiros federais eleitos.

    TTULO III

    DO PROCESSO NA OAB86

    CAPTULO I DISPOSIES GERAIS

    Art. 68. Salvo disposio em contrrio, aplicam-se subsidiariamente ao processo disciplinar

    as regras da legislao processual penal comum e, aos demais processos, as regras gerais do procedimento administrativo comum e da legislao processual civil, nessa ordem.

    Art. 69. Todos os prazos necessrios manifestao de advogados, estagirios e terceiros,

    nos processos em geral da OAB, so de quinze dias, inclusive para interposio de recursos.

    84 Ver art. 54 do Regulamento Geral. 85 Ver art.137 e 137-A do Regulamento Geral. 86 Ver arts. 137-D a 144-A do Regulamento Geral.

  • 1 Nos casos de comunicao por ofcio reservado, ou de notificao pessoal, o prazo se conta a partir do dia til imediato ao da notificao do recebimento.

    2 Nos casos de publicao na imprensa oficial do ato ou da deciso, o prazo inicia-se no primeiro dia til seguinte.

    CAPTULO II

    DO PROCESSO DISCIPLINAR 87 Art. 70. O poder de punir disciplinarmente os inscritos na OAB compete exclusivamente ao

    Conselho Seccional em cuja base territorial tenha ocorrido a infrao, salvo se a falta for cometida perante o Conselho Federal.

    1 Cabe ao Tribunal de tica e Disciplina, do Conselho Seccional competente, julgar os processos disciplinares, instrudos pelas Subsees ou por relatores do prprio Conselho.

    2 A deciso condenatria irrecorrvel deve ser imediatamente comunicada ao Conselho Seccional onde o representado tenha inscrio principal, para constar dos respectivos assentamentos.

    3 O Tribunal de tica e Disciplina do Conselho onde o acusado tenha inscrio principal pode suspend-lo preventivamente, em caso de repercusso prejudicial dignidade da advocacia, depois de ouvi-lo em sesso especial para a qual deve ser notificado a comparecer, salvo se no atender notificao. Neste caso, o processo disciplinar deve ser concludo no prazo mximo de noventa dias.

    Art. 71. A jurisdio disciplinar no exclui a comum e, quando o fato constituir crime ou

    contraveno, deve ser comunicado s autoridades competentes. Art. 72. O processo disciplinar instaura-se de ofcio ou mediante representao de qualquer

    autoridade ou pessoa interessada. 1 O Cdigo de tica e Disciplina estabelece os critrios de admissibilidade da

    representao e os procedimentos disciplinares. 2 O processo disciplinar tramita em sigilo, at o seu trmino, s tendo acesso s suas

    informaes as partes, seus defensores e a autoridade judiciria competente. Art. 73. Recebida a representao, o Presidente deve designar relator, a quem compete

    instruo do processo e o oferecimento de parecer preliminar a ser submetido ao Tribunal de tica e Disciplina.

    1 Ao representado deve ser assegurado amplo direito de defesa, podendo acompanhar o processo em todos os termos, pessoalmente ou por intermdio de procurador, oferecendo defesa prvia aps ser notificado, razes finais aps a instruo e defesa oral perante o Tribunal de tica e Disciplina, por ocasio do julgamento.

    87 Ver art. 154, pargrafo nico, do Regulamento Geral, Cdigo de tica e Disciplina e Provimento n 83/96.

  • 2 Se, aps a defesa prvia, o relator se manifestar pelo indeferimento liminar da representao, este deve ser decidido pelo Presidente do Conselho Seccional, para determinar seu arquivamento.

    3 O prazo para defesa prvia pode ser prorrogado por motivo relevante, a juzo do relator.

    4 Se o representado no for encontrado, ou for revel, o Presidente do Conselho ou da Subseo deve designar-lhe defensor dativo;

    5 tambm permitida a reviso do processo disciplinar, por erro de julgamento ou por condenao baseada em falsa prova.

    Art. 74. O Conselho Seccional pode adotar as medidas administrativas e judiciais

    pertinentes, objetivando a que o profissional suspenso ou excludo devolva os documentos de identificao.

    CAPTULO III

    DOS RECURSOS88 Art. 75. Cabe recurso ao Conselho Federal de todas as decises definitivas proferidas pelo

    Conselho Seccional, quando no tenham sido unnimes ou, sendo unnimes, contrariem esta Lei, deciso do Conselho Federal ou de outro Conselho Seccional e, ainda, o Regulamento Geral, o Cdigo de tica e Disciplina e os Provimentos.

    Pargrafo nico. Alm dos interessados, o Presidente do Conselho Seccional legitimado a interpor o recurso referido neste artigo.

    Art. 76. Cabe recurso ao Conselho Seccional de todas as decises proferidas por seu

    Presidente, pelo Tribunal de tica e Disciplina, ou pela diretoria da Subseo ou da Caixa de Assistncia dos Advogados.

    Art. 77. Todos os recursos tm efeito suspensivo, exceto quando tratarem de eleies (arts.

    63 e seguintes), de suspenso preventiva decidida pelo Tribunal de tica e Disciplina, e de cancelamento da inscrio obtida com falsa prova.

    Pargrafo nico. O Regulamento Geral disciplina o cabimento de recursos especficos, no mbito de cada rgo julgador.

    TTULO IV

    DAS DISPOSIES GERAIS E TRANSITRIAS Art. 78. Cabe ao Conselho Federal da OAB, por deliberao de dois teros, pelo menos,

    das delegaes, editar o Regulamento Geral deste Estatuto, no prazo de seis meses, contados da publicao desta Lei. 89 88 Ver arts. 137-D a 144-A do Regulamento Geral. 89 O Regulamento Geral aprovado nas sesses do Conselho Pleno de 16 de outubro e 06 de novembro de 1994, publicado no Dirio da Justia, Seo I, de 16.11.94, p.31210/31220.

  • Art. 79. Aos servidores da OAB, aplica-se o regime trabalhista.90 1 Aos servidores da OAB, sujeitos ao regime da Lei n 8.112, de 11 de dezembro de

    1990, concedido o direito de opo pelo regime trabalhista, no prazo de noventa dias a partir da vigncia desta Lei, sendo assegurado aos optantes o pagamento de indenizao, quando da aposentadoria, correspondente a cinco vezes o valor da ltima remunerao.

    2 Os servidores que no optarem pelo regime trabalhista sero posicionados no quadro em extino, assegurado o direito adquirido ao regime legal anterior.

    Art. 80. Os Conselhos Federal e Seccionais devem promover trienalmente as respectivas

    Conferncias, em data no coincidente com o ano eleitoral, e, periodicamente, reunio do colgio de presidentes a eles vinculados, com finalidade consultiva.91

    Art. 81. No se aplicam aos que tenham assumido originariamente o cargo de Presidente

    do Conselho Federal ou dos Conselhos Seccionais, at a data da publicao desta Lei, as normas contidas no Ttulo II, acerca da composio desses Conselhos, ficando assegurado o pleno direito de voz e voto em suas sesses.

    Art. 82. Aplicam-se as alteraes previstas nesta Lei, quanto a mandatos, eleies,

    composies e atribuies dos rgos da OAB, a partir do trmino do mandato dos atuais membros, devendo os Conselhos Federal e Seccionais disciplinarem os respectivos procedimentos de adaptao.

    Pargrafo nico. Os mandatos dos membros dos rgos da OAB, eleitos na primeira eleio sob a vigncia desta Lei, e na forma do Captulo VI do Ttulo II, tero incio no dia seguinte ao trmino dos atuais mandatos, encerrando-se em 31 de dezembro do terceiro ano do mandato e em 31 de janeiro do terceiro ano do mandato, neste caso com relao ao Conselho Federal.

    Art. 83. No se aplica o disposto no art. 28, inciso II, desta Lei, aos membros do

    Ministrio Pblico que, na data de promulgao da Constituio, se incluam na previso do art. 29, 3, do seu Ato das Disposies Constitucionais Transitrias.

    Art. 84. O estagirio, inscrito no respectivo quadro, fica dispensado do Exame da Ordem,

    desde que comprove, em at dois anos da promulgao desta Lei, o exerccio e resultado do estgio profissional ou a concluso, com aproveitamento, do estgio de Prtica Forense e Organizao Judiciria, realizado junto respectiva faculdade, na forma da legislao em vigor.

    Art. 85. O Instituto dos Advogados Brasileiros e as instituies a ele filiadas tm qualidade

    para promover perante a OAB o que julgarem do interesse dos advogados em geral ou de qualquer dos seus membros.

    90 Ver Provimento n 84/1996. 91 Ver arts. 145 a 150 do Regulamento Geral.

  • Art. 86. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao. Art. 87. Revogam-se as disposies em contrrio, especialmente a Lei n 4.215, de 27 de

    abril de 1963, a Lei n 5.390, de 23 de fevereiro de 1968, o Decreto-lei n 505, de 18 de maro de 1969, a Lei n 5.681, de 20 de julho de 1971, a Lei n 5.842, de 6 de dezembro de 1972, a Lei n 5.960, de 10 de dezembro de 1973, a Lei n 6.743, de 5 de dezembro de 1979, a Lei n 6.884, de 9 de dezembro de 1980, a Lei n 6.994, de 26 de maio de 1982, mantidos os efeitos da Lei n 7.346, de 22 de julho de 1985.

    Braslia, 4 de julho de 1994; 173 da Independncia e 106 da Repblica.

    ITAMAR FRANCO Alexandre de Paula Dupeyrat Martins

    CONSTITUIO FEDERAL

  • (Dispositivos aplicveis)

  • CONSTITUIO FEDERAL Art. 5 Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se

    aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes:

    (...) XIII - livre o exerccio de qualquer trabalho, ofcio ou profisso, atendidas