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Universidade do MinhoInstituto de Ciências Sociais
Estefânia Cassandra Mendonça Gonçalves
outubro de 2016
Mostra Cultural – Caminha ao Encontro das Suas Raízes
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Estefânia Cassandra Mendonça Gonçalves
outubro de 2016
Mostra Cultural – Caminha ao Encontro das Suas Raízes
Trabalho efetuado sob a orientação daProfessora Doutora Teresa Ruão
Projeto de Intervenção e RelatórioMestrado em Comunicação, Arte e Cultura
Universidade do MinhoInstituto de Ciências Sociais
ii
Nome: Estefânia Cassandra Mendonça Gonçalves
Título do Relatório: Mostra Cultural – Caminha ao Encontro das Suas Raízes
Orientadora: Professora Doutora Teresa Ruão
Ano de Conclusão: 2016
Designação do Mestrado:
Mestrado em Comunicação, Arte e Cultura
É AUTORIZADA A REPRODUÇÃO INTEGRAL DESTE RELATÓRIO APENAS PARA EFEITOS DE INVESTIGAÇÃO, MEDIANTE DECLARAÇÃO ESCRITA DO INTERESSADO, QUE A TAL SE COMPROMETE;
Universidade do Minho, ____/____/_______
Assinatura: ____________________________________
iii
Agradecimentos
O último ano do Mestrado é uma fase em que nos encontramos mais por
nós mesmos, o acompanhamento não é diário e não existe nenhum plano de
trabalhos a realizar. Todo o processo de realização do projecto final tem de ser
idealizado, organizado e realizado por nós.
Mas a verdade é que nunca seria possível completarmos com sucesso
um percurso, curto em tempo, mas muito longo e trabalhoso, sem termos as
pessoas certas do nosso lado. Por isso mesmo, seguem os meus
agradecimentos sinceros àqueles que de uma forma ou de outra me
acompanharam, me apoiaram e não me deixaram desistir.
Em primeiro lugar à minha orientadora, Doutora Teresa Ruão. Foi a
primeira viagem num projecto de intervenção, para as duas e apesar de o
tempo de conhecimento não ter sido muito, tive sempre ciente que do outro
lado estava alguém pronto para me ajudar e para resolver alguns dos meus
dilemas. Por isso mesmo o meu sincero agradecimento.
Em seguida à minha mãe, à minha irmã e ao Fábio por terem sido
incansáveis em cada passo que dei neste percurso. Não chegam as palavras
que tenho para agradecer o esforço e a paciência em toda a ajuda que me
deram.
Depois aos amigos mais chegados que estiveram comigo durante a
realização do meu projecto e que fizeram questão de estar ao meu lado na
Mostra, nunca se esquecem estes gestos de apoio e amizade e, por isso
mesmo, muito obrigada.
Àqueles que fizeram questão de participar com os seus trabalhos
fantásticos na Mostra, que me ensinaram muito, porque sem o trabalho
magnífico de todos aqueles artesãos não seria de forma alguma, possível, a
concretização efectiva da Mostra. Obrigada pela paciência, pela presença, pelo
carinho e acima de tudo pela transmissão de conhecimentos. Espero realmente
que as tradições do concelho de Caminha sobrevivam durante muitas mais
gerações.
iv
Ainda à AMIR que me abriu as portas prontamente depois de tantas
outras se terem fechado, sem qualquer entrave e com todo o apoio possível. Já
conhecia a Instituição mas agora fiquei com a certeza de que há por trás
daquilo que vemos, uma equipa incansável a quem não me vou esquecer de
agradecer, nunca.
Falta ainda agradecer a todas as pessoas que já conhecia e que fizeram
questão de ver e conhecer o meu trabalho mas também àqueles que não
conhecia mas fiquei a conhecer depois de três dias de tantas aprendizagens e
partilhas.
O último agradecimento fica para todas as instituições e todas as
pessoas que de uma maneira ou de outra me “fecharam a porta”. Agradeço
apenas porque as coisas que passam pelo nosso caminho e são menos boas,
fazem-nos aprender, às vezes mais, do que as coisas boas e fáceis de
conseguir. O facto de ter de procurar mais só me fez dar mais valor a cada um
dos “sins” que recebi. E por outro lado, só assim pude encontrar pessoas
fantásticas que guardo para a vida.
v
Mostra Cultural – Caminha ao Encontro das Suas Raízes
Estefânia Gonçalves
Relatório de Descrição e Análise do Projeto de Intervenção
Mestrado em Comunicação, Arte e Cultura
Universidade do Minho
2016
Resumo
Resumo
O presente relatório apresenta o Projeto de Intervenção intitulado
“Mostra Cultural – Caminha ao Encontro das suas Raízes”, realizado no âmbito
do Mestrado em Comunicação Arte e Cultura. Este projeto teve por base a
intenção de promover a arte e cultura do Concelho de Caminha e inspirou-se
no trabalho desempenhado dos artesãos desse concelho.
O projeto dividiu-se em quatro fases: pesquisa e investigação,
preparação da Mostra e das atividades, prática e reflexão. Na primeira fase,
foram realizadas várias pesquisas, consultados livros da especialidade,
entrevistadas pessoas, visitados espaços e realizadas reuniões. Depois do
tema estar bem estruturado, foi definida a forma de pôr em prática. Para isso
realizamos brainstormings e agendas, idealizamos o programa, fizemos vários
contactos, preparamos os meios de divulgação e planeamos cada uma das
atividades. Já na fase prática, deu-se início à divulgação do evento, foi
montado e decorado o espaço e inaugurou-se a Mostra, conforme descrição
mais à frente.
Como esta atividade, foi possível desenvolver muitas capacidades novas
e consolidar aprendizagens adquiridas com a formação de mestrado, e foi um
projeto que, no seu todo, proporcionou múltiplas aprendizagens.
vi
Cultural shows – Caminha will find its origins
Estefânia Gonçalves
Report with Description and Analysis of Intervention Project Master in Communication, Arts and Culture
Minho's University 2016
Abstract
This report presents the Intervention Project entitled "Cultural Show -
Caminha will find its origins". This project was based on the art and culture of
Caminha’s region and was inspired mostly in committed work of the artisans of
this region.
Since the beginning of the development of this project that was divided
into four phases: the research and investigation, the preparation of shows and
activities, the practice and the conclusion.
In the first phase done several surveys, consulted books, looked for
people, did some informal interviews, visited spaces and had several meetings.
After the well-structured theme I start to define how the would
implement with brainstorming, established dates and deadlines for each task,
developed the program, made several contacts, prepared the advertysing and
prepared in more detail each of the planned activities.
In practice phase I introduce the advertising, I set up and decorated the
space and I started the show as I will describe in detail later.
It was a job as a whole made me learn a lot in all aspects. I developed many
new skills and have consolidated many others who had purchased with my
training. That which I am sure is that, no doubt, if i had to re-do everything, I will
do a completely different way.
vii
Índice
1. Introdução ............................................................................................................................... 1
2. Enquadramento Teórico ....................................................................................................... 3
2.1 A Cultura ........................................................................................................................... 4
2.2 O Marketing Cultural ....................................................................................................... 5
2.3 A Comunicação Cultural ................................................................................................. 6
2.4 O Marketing e a Comunicação Cultural e a relação com a Mostra – “Caminha ao
Encontro das Suas Raízes” .................................................................................................. 7
3. Contextualização do Projeto ................................................................................................ 9
3.1. Apresentação do Projeto ............................................................................................... 9
3.2 A Localização da Mostra .............................................................................................. 12
3.3 Objetivos Gerais e Específicos .................................................................................... 14
4. Descrição do Projeto de Ação ............................................................................................ 16
5. O Feedback dos Visitantes ................................................................................................. 21
7. Considerações Finais .......................................................................................................... 22
8. Bibliografia ............................................................................................................................. 24
viii
Índice de Anexos
Imagem 1 – Dólmen da Barrosa, Vila Praia de Âncora
Imagem 2 – Barcos de Madeira da autoria do Sr. Carrêlo
Imagem 3 – Peças de Cerâmica da autoria do Sr. João
Imagem 4 – Palmitos da autoria da família Sales
Imagem 5 – Bordados Regionais da autoria da D. Lurdes Sarmento
Imagem 6 – Mapa das Freguesias do Concelho de Caminha
Imagem 7 – Instalações da AMIR
Imagem 8 – Planta de Organização do Espaço da Mostra
Imagem 9 – Página do Facebook para o Evento
Imagem 10 – Cartaz do Evento
Imagem 11 – Apresentação da Autora, Mestrado e Projeto
Imagem 12 – Visita à Exposição
Imagem 13 – Visita das crianças do ATL
Imagem 14 – Exposição dos desenhos das crianças
Imagem 15 – Apresentação do Vídeo
Imagem 16 – Bagaço com Mel exposto pela D. Dília
Imagem 17 – Comentários no Facebook sobre o Evento
Imagem 18 – Livro de Visitas
ix
Lista de Abreviaturas
AMIR – Associação Moledense de Instrução e Recreio
CMC – Câmara Municipal de Caminha
CCSVPA – Centro Cultural e Social de Vila Praia de Âncora
1
1. Introdução
O projeto de intervenção descrito neste relatório surgiu no âmbito do
Mestrado em Comunicação, Arte e Cultura pela Universidade do Minho. Este
Mestrado comporta dois anos de formação: o primeiro ano é maioritariamente
teórico, com acompanhamento de docentes e onde são exploradas três áreas
de conhecimentos - a comunicação, a arte e a cultura -; e no segundo ano os
estudantes devem desenvolver um projeto de investigação ou um projeto de
intervenção relacionado de alguma forma com os conteúdos principais deste
Mestrado.
Assim nasceu a ideia para este Projeto de Intervenção. Durante a visita
casual a uma feira de artesanato, pudemos perceber que muitos dos visitantes
mostravam interesse em experimentar e aprender a fazer alguns dos trabalhos
que estavam expostos. Por isso mesmo pensamos que a melhor forma de
proporcionar às pessoas o contacto direto com estas aprendizagens seria
juntar todas as experiências num só espaço. Desta vez, não para exposição ou
venda, mas antes para que as histórias pudessem ser partilhadas e para que
as pessoas pudessem experimentar, tocar e até executar alguns daqueles
trabalhos. Na nossa opinião só através deste contacto direto com os artesãos,
e com aqueles que fazem parte da história do Concelho, é que os visitantes
poderiam aprender a dar o devido valor às obras artísticas e culturais ali
representadas. Assim seria possível estimular a preservação dos costumes e
tradições representativos de um Concelho, para que não se percam no tempo.
O Concelho de Caminha foi escolhido essencialmente pelo
conhecimento de causa. A autora deste relatório é natural de lá e foi aí que
passou toda a sua vida. Sempre foi muito ligada às tradições e sempre deu
muito valor aos trabalhos que passaram por tantas gerações e que marcam a
identidade daquele Concelho. Mas sempre notamos também que as
demonstrações culturais eram vagas, e com o passar do tempo pareciam ter
cada vez mais um interesse comercial. Por isso mesmo, consideramos útil
2
ajudar a desenvolver uma cultura de promoção do artesanato junto dos
próprios artesãos.
Parecia-nos necessário mostrar às pessoas a origem de cada um
daqueles trabalhos, bem como a motivação e a paixão envolvidas. Julgávamos
necessário perceber a profundidade de cada uma daquelas criações, para
depois as podermos mostrar aos visitantes já que cada peça traz consigo uma
história repleta de aventuras.
Para que tudo isto fosse possível imaginou-se, então, uma exposição
com várias obras e prepararam-se atividades diferentes para um público-alvo
definido. Foram estruturados os procedimentos, diagnosticados possíveis
constrangimentos e preparadas soluções para a eventualidade.
Este projeto envolveu muito carinho, muita dedicação, muitas horas de
estudo e aprendizagens e uma nova bagagem de conhecimento e saberes que
de mais nenhuma outra forma poderiam ser adquiridos senão indo ao terreno,
conhecendo as pessoas, andando pelos locais, escutando as histórias que
tinham para contar e vivenciar - tantas experiências que só pessoas com tanta
paixão pela arte e pela cultura, poderiam proporcionar.
3
2. Enquadramento Teórico
A cultura não é necessariamente uma instituição física, mas é um bem
comum e de interesse geral, conforme nos confirma a seguinte definição do
fenómeno:
“ (…) complexo que inclui o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a
moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo ser
humano não somente em família, como também por fazer parte de uma
sociedade da qual é membro”. (Neto, 2006, p 111)
A área cultural é portanto muito abrangente, incluindo diversos aspetos
da vida humana e em sociedade. Esta tem, aliás, um papel crucial nas
escolhas dos indivíduos ao longo da vida, acabando também por defini-lo e
juntá-lo com outros que partilham os mesmos interesses culturais, consciente
ou inconscientemente.
A cultura não se aprende só na escola, mas aí podemos aprender o
conceito e qual a forma correta de a aplicarmos ou entendermos. Também não
se trata apenas de um legado hereditário, mas antes uma criação de
pensamento do próprio indivíduo que influencia e gere cada aprendizagem ao
longo da sua vida.
Sobre esta questão da forma de aprendizagem e transmissão da cultura,
interessa-nos particularmente, para este trabalho, a problemática da
comunicação da cultura. Na verdade, para a realização deste projeto de
intervenção, tivemos de aprofundar os conhecimentos sobre a comunicação e
o marketing cultural, como formar de partilha e promoção da cultura, onde se
enquadram as mostras, como eventos culturais.
De forma resumida, podemos dizer que a Comunicação Cultural
pretende trabalhar todas as formas de encaminhar corretamente a mensagem
cultural. Já o Marketing Cultural pode definir-se pela “atividade deliberada de
viabilização físico-financeira de produtos e serviços que, comercializados ou
4
franqueados, venham a atender às demandas de fruição e enriquecimento
cultural da sociedade” (Neto, 2006, p 115). Ou seja, tal como acontece em
muitas outras áreas como a tecnologia, o comércio, a política, a religião, etc., o
marketing ou a comunicação estão também presentes na cultura, visando a
transmissão da mensagem ou a divulgação de acontecimentos ou atividades
dessa natureza, conforme poderemos ver mais à frente.
Embora, numa visão menos aprofundada, os conceitos de Marketing e
Comunicação estejam associados apenas à promoção da venda de produtos,
tal é incorreto. Também nas questões culturais se colocam necessidades de
persuasão ou promoção. E os conceitos de Comunicação e o Marketing
cumprem essas necessidades, embora tenham origens e fundamentos
diferenciados, tal como poderemos perceber a seguir.
2.1 A Cultura
O conceito de cultura prende-se com a união de elementos como
“conhecimentos, crenças, valores, artes, leis, moral e maneiras de fazer e
observar as coisas, bem como outras formas de habilidades e hábitos
adquiridos por um ser humano pertencente a uma sociedade particular” como
define Idelfonso Grande (2007, p. 285). Ou seja, a cultura é adquirida desde
que o indivíduo nasce, através de todas as vivências por que vai passando, até
à sua morte. O que significa que ao longo da nossa vida, nunca deixamos de
complementar a nossa base cultural.
A cada sociedade está atribuída uma determinada simbologia cultural,
seja pela língua ou pronúncia, pelas criações artísticas, pelos legados ou até
pelo conhecimento que os define. Essas diferenças culturais que definem
determinada sociedade, definem também alguns setores de atividade. Surgindo
aqui o conceito de Marketing Cultural e o motivo da sua implementação.
5
2.2 O Marketing Cultural
O Marketing Cultural surgiu em 1966 potenciado pela afirmação de
Rockfeller no livro “Cultura e Corporações”, onde afirma que “quando uma
empresa investe em cultura, ela está a beneficiar-se a si mesma”. Em alguns
países, desde essa data, este conceito começou a ganhar força sendo
implementado de forma abrangente. Porém no nosso país, esta implementação
foi muito mais discreta, muito devido à compreensão da cultura ou à sua falta.
O conceito de Marketing Cultural pode ser definido apenas como uma
“estratégia utilizada pelas empresas para que, através de patrocínios a projetos
culturais, agreguem valor às suas marcas” (Portella, 2007) ou pelo contrário,
pode ter uma relação com a identidade e os valores culturais que a certa marca
estão associados. É assim criada uma relação direta entre o Marketing (que
sugere promoção e venda) e a cultura empresarial.
Existe um papel associado a este conceito que é também de salientar.
Uma empresa ou instituição é composta por um conjunto de pessoas que são
normalmente diferentes (falamos aqui do nível cultural) e por isso trazem
consigo uma bagagem preenchida de pontos de vista díspares. E esta é uma
das mais-valias do Marketing Cultural. Quando um conjunto de indivíduos, de
diferentes culturas, se junta por um determinado fim, neste caso salientar uma
empresa no mercado, o sucesso da mesma cresce potencialmente, na medida
em que muitos mais públicos vão ser tidos em conta e vão ser abrangidos na
comunicação da mesma.
O retorno do investimento em Marketing Cultural numa empresa é
potencialmente maior quando esta se encontra aberta à implementação de
projetos deste cariz pela estrita relação que estará a criar com o seu público-
alvo. É portanto uma oportunidade para as empresas solidificarem a imagem
institucional da mesma, aumentando proporcionalmente a visibilidade da
marca.
Em meados de 1982, McCarthy criou uma forma de tornar mais simples
o processo de criação e planeamento de uma ação de Marketing, que é hoje
bastante conhecida como os 4 P’s. Este conceito significa “Product, Price,
6
Placement, Promotion”, ou seja, o produto (o que o cliente procura naquele
produto, qual a utilidade que tem, qual a aparência, etc), o preço (qual o valor
do produtos, existe concorrência e que preços pratica, está ao alcance de que
tipo de públicos, etc), localização (onde é que o cliente o vai procurar, em que
mercado se enquadra, onde é que está a concorrência, etc) e promoção (de
que forma podemos promover o produto, onde o vamos publicitar, qual o
momento ideal para o fazer, etc). Mas de que forma existe uma ligação entre o
Marketing Cultural e este conceito de estudo de uma campanha de Marketing?
Depois de uma primeira abordagem, ainda que simples, é fácil responder a
esta questão. O Marketing Cultural enquadra-se na promoção.
Como temos vindo a referir, o Marketing Cultural não é mais do que uma
forma forma de publicitar uma empresa, instituição ou produto, aproximando e
relacionando os mesmos, com o seu público através da cultura. E não há uma
forma certa ou errada de promoção através da cultura, de acordo com o autor
Neto (2009), existem determinadas variáveis que devem ser estudadas e tidas
me conta na realização da ação e se estas variáveis forem envolvidas e
combinadas, o sucesso da ação pode estar garantido, o que não a incorreta
perceção das mesmas garanta à partida o insucesso da ação.
Neste processo, existem grupos envolvidos de formas diferentes. De um
lado o Estado que é o órgão máximo para estipular as políticas culturais;
depois as instituições como centros de exposição, galerias, museus, entre
outros; depois os intermediários como as Câmaras Municipais e Juntas de
Freguesia numa dimensão mais local, ou os Consolados etc, a um nível mais
abrangente; e ainda os produtores culturais, que são todos aqueles que de
forma mais “anónima” criam ou continuam as manifestações artísticas e
culturais (Reis, 2003).
2.3 A Comunicação Cultural
Dentro do mesmo contexto surge um outro conceito conhecido por
Comunicação Cultural. A comunicação define-se pelo método de transmissão
da mensagem e passou, ao longo dos tempos por processos evolutivos que
acompanharam o desenvolvimento. Durante muito tempo, a transmissão
7
cultural comunicativa fez-se através da via Oral, depois Escrita, mais tarde
através da imprensa e dos média e numa época mais recente através de meios
digitais. Mas apesar desta constante evolução, o legado cultural continua a ser
transmitido também pelos meios antigos: primeiro porque a melhor forma de
promoção continua a ser a via oral, e depois porque em qualquer dos outros
meios referidos, a escrita é crucial e determinante na permanência e na
passagem do mesmo ao longo dos tempos.
Aqui encontramos também a relação dos dois conceitos. O Marketing –
em geral mas em concreto neste caso, o cultural – não teriam o mesmo efeito e
a mesma produtividade sem a correta utilização da comunicação. Esta última é
composta pelos seguintes elementos (integrantes no processo
comunicacional): emissor, codificação, mensagem, descodificação e recetor.
Entre cada um destes elementos encontra-se aquilo que Schramm considerou
de ruído e aquando da interferência deste elemento, a mensagem vai sendo
alterada provocando a sua diferente receção. Isto para explicarmos que é
necessário a preparação de uma campanha de Marketing muito bem elaborada
para conseguir que a mensagem chegue ao recetor sem distorção do seu
conteúdo.
A Comunicação eficaz pressupõe ainda um plano, que trace de forma
concreta o caminho da mensagem com os objetivos, os pressupostos, a
estratégia, o alvo e até os meios. Aqui os dois conceitos abordados unem-se e
enquanto um - a Comunicação - gere a forma de transmitir a mensagem, o
outro - o Marketing - faz com que essa mensagem cumpra o seu dever e
promova determinado “produto”.
2.4 O Marketing e a Comunicação Cultural e a relação com a Mostra –
“Caminha ao Encontro das Suas Raízes”
Para a realização e fundamentação deste projeto, foi necessário
aprofundarmos estes conceitos, na medida em que a sua realização
pressupunha a utilização correta destes conceitos e ainda porque o objetivo do
mesmo se prendia com a promoção de um conjunto de conceitos culturais e
8
artísticos, divulgando junto do público-alvo, um pouco do espólio cultural do
concelho de Caminha.
Nesta medida era necessário perceber qual a forma certa de fazer
chegar a cultura e a arte daquela região a todos aqueles cujo interesse já
existisse aos potenciais interessados. Como em tantos outros acontecimentos
ao longo dos tempos, nada melhor do que trabalhar aliando o Marketing e a
Comunicação Culturais.
Em suma, encontra-se aqui o motivo pelo qual este foi o pilar principal
na realização deste projeto. Numa região que não está muito desenvolvida em
termos políticos, culturais ou artísticos, podíamos criar um acontecimento que
alimentasse o gosto pelas obras e legados de forma a mostrar também que
existem formas de mudar a ideia das pessoas.
9
3. Contextualização do Projeto
Durante a pesquisa e investigação para este projeto encontramos
diversos documentos (descritos em bibliografia) que nos levaram a encontrar
os fundamentos de cada uma das obras de arte ou culturais com
representação, de alguma forma, na mostra. Esses documentos e livros
levaram-nos também ao encontro de algumas pessoas que foram peças
cruciais para a realização de certas atividades e para a consolidação de
algumas aprendizagens. Toda esta aprendizagem será descrita de seguida.
3.1. Apresentação do Projeto
Caminha é uma vila antiga, repleta de costumes tradições, lugares
maravilhosos e uma gastronomia única. Grande parte do artesanato é bastante
conhecido como é o caso dos trajes, que são de fabrico inteiramente manual.
Para a execução destas peças as pessoas fazem a criação e tratamento fibras
da forma mais pura possível tornando cada peça, numa peça única. Mas nem
só os trajes das lavradeiras identificam a região. Muito para além de paisagens
lindíssimas com vista para o mar, há o campo ou até as margens dos rios que
por ali passam e fazem as delícias daqueles que procuram lugares calmos e
cheios de boa energia. E também a gastronomia, representada pelos pratos
mais conhecidos e arrojados de peixes frescos e mariscos da costa que banha
o concelho, é um ponto forte da região. Há a famosa lampreia do Rio Minho, os
sarrabulhos, os enchidos mais variados, o cabrito preparado pelas gentes da
Serra d’Arga e tantas outras iguarias que em parte algumas se encontram
iguais.
Imagem 1 – Dólmen da Barrosa
10
Para além de todas estas maravilhas, Caminha tem uma história muito
rica em cada uma das pedras da Torre do Relógio ou das Muralhas, do forte do
Cão ou da Lagarteira, das casas antigas na Serra d’Arga ou no Mosteira de S.
João, no Dólmen da Barrosa ou na Cividade, e em tantos outros monumentos
cuidados para que pudessem chegar aos nossos dias. Parte desta história foi
imortalizada em extensos livros e documentos guardados a sete chaves na
Torre do Relógio e em tantos outros disponíveis nas Bibliotecas do Concelho. A
restante ainda se pode conhecer em conversas longas com aqueles que fazem
questão de recordar.
No artesanato, por exemplo, encontramos trabalhos nos mais diversos
materiais. Começando por falar por exemplo na madeira, trabalhada hoje
(apenas) pelo Sr. Carrêlo, que transforma manualmente bocadinhos finos de
madeira em réplicas de barcos incríveis.
Imagem 2 – Barcos de Madeira, da autoria do Sr. Carrêlo
Os barcos feitos por este artesão são réplicas autênticas contendo
inclusive os baldes, os grelhadores, as pás os remos, os mastros e as velas,
em tamanhos tão pequenos que parece incrível que possam ter sido feitos
manualmente.
11
Imagem 3 – Peças de Cerâmica, da autoria do Sr. João
Podemos falar também nas obras em cerâmica do Sr. João, algumas
delas pequenas e minuciosas, réplicas perfeitas de monumentos ou pessoas, e
outras mais abstratas ou artísticas. Neste caso apesar de ter mudado a
mentalidade do artista e criador, não mudou a forma como são trabalhadas as
peças e os materiais.
Imagem 4 – Palmitos, da autoria da família Sales
Depois temos os palmitos, por exemplo, sendo que não existe em mais
nenhum lugar um conceito semelhante. São géneros de flores artificiais, feitas
em papel colorido brilhante com desenhos únicos. Foram desde sempre
utilizados em conjunto com o traje regional da noiva (um traje todo preto,
bordado com missangas e apenas o véu em renda branca assim como o
guarda-chuva feito todo bordado em branco que servia como peça de adorno
opcional; ao peito a maior quantidade de ouro possível). Neste caso era
utilizada o palmito chamado de pinha com uma vela no topo, como ainda
podemos ver em desfiles e paradas. Para além de todas estas manifestações
artesanais temos ainda os bordados, que são talvez os mais populares por
terem tanta gente a manter a tradição. Como é lógico existem trabalhos que
12
são regionais e que vão passando de geração em geração, mas também se
vão vendo trabalhos novos, embora com a utilização dos mesmos métodos.
Imagem 5 – Bordados Regionais, da autoria da S. Lurdes Sarmento
Existem muitos outros tipos de artesanato como é o caso do latão e do
cobre que são trabalhados em oficinas e cujas peças não podem ser
transportadas para exposições pelas suas dimensões. São peças muito
trabalhosas também e no caso do latão já só existe um latoeiro a trabalhar
manualmente, por ser uma arte que foi há já algum tempo substituída pelas
máquinas (e hoje em dia é mais barato comprar em loja do que o fabrico
artesanal). O latoeiro de Vila Praia de Âncora faz peças diferentes que são
também autênticas obras de arte, mas ao mesmo tempo exerce trabalhos mais
banais como chaminés, tubos, pás, etc.
3.2 A Localização da Mostra
Com tantos locais apelativos, nas 20 freguesias do concelho de
Caminha, o mais difícil foi mesmo escolher o local onde a Mostra iria decorrer.
Por exclusão de partes, eliminamos aquelas que não tinham nenhum centro
cultural, sala de exposições, ou salão que pudesse resultar. Colocamos de
parte também as freguesias com menos habitantes ou com acessos mais
difíceis para a maioria. E assim restou-nos Caminha, Moledo ou Vila Praia de
Âncora. Depois de nos dirigirmos à Câmara Municipal de Caminha, com
finalidade de perceber até que ponto teríamos disponível qualquer espaço,
restaram três hipóteses: o Centro Cultural e Social de Vila Praia de Âncora
13
(CCSVPA), o Teatro Valadares em Caminha, ou qualquer espaço ao ar livre,
sendo que para este último caso, a Câmara cederia os materiais necessários.
Imagem 6 – Mapa das Freguesias do Concelho de
Caminha
Por conhecimento de causa, o espaço ao ar livre ficaria para plano C,
uma vez que, o tempo naquela região é muito inserto e seria um risco muito
grande marcar com um ano de antecedência algo com tantas incertezas. O
Teatro Valadares não seria uma boa opção para uma exposição pelo simples
facto de que o seu salão tem um palco e está completamente ocupado por
cadeiras na plateia, o que não se revelava nada adequado. Restava então
começar pelo CCSVPA. E tendo conseguido um contacto com a direção do
centro, através da CMC, agendamos de imediato uma reunião. Nessa reunião
foi-nos dito que tinham várias salas disponíveis, mas que para se obter uma
autorização de utilização de qualquer um dos espaços seria necessário um
período de espera de cerca de três meses. Implicava, pois, enviar um pedido
formal por escrito à direção, que possivelmente só um mês depois teria
condições para dar a resposta. Isto significava, obter uma resposta em relação
às datas e ao local, apenas dois meses antes do evento, o que era impensável
em termos de promoção do mesmo, não esquecendo que existiria a
possibilidade de nessa data a resposta ao pedido ser negativa e de, a dois
meses do evento, não ter um local para a sua realização.
Não eliminando totalmente essa hipótese, por não sabermos se teríamos
outras soluções viáveis, voltamos a contactar a CMC para explicar a situação e
encontrar alternativas. E só depois de muitos contactos e da avaliação de
muitas opções postas na mesa (algumas das quais não sendo viáveis), é que
14
surgiu a ideia de realizar a Mostra na AMIR - Associação Moledense de
Instrução e Recreio.
Imagem 7 - AMIR
Tendo alguns conhecimentos que nos levaram a falar com a direção
prontamente, de forma a marcar uma reunião, a resolução do problema acabou
por se revelar fácil. Nessa mesma reunião, a direção da AMIR aceitou abrir as
portas ao projeto, disponibilizando os recursos que tinham, sem qualquer
entrave. E depois do local definido, conversamos sobre as datas disponíveis.
No final dessa mesma reunião tínhamos, pois, um local e uma data para a
Mostra.
3.3 Objetivos Gerais e Específicos
Como já foi referido anteriormente, uma série de objetivos estavam
subjacentes à realização desta Mostra. O propósito principal prendia-se com a
intenção de dar aos cidadãos, que têm interesse pelo tema, a possibilidade de
conhecer e experimentar o trabalho dos artesãos. Ou seja, criar a possibilidade
de atividades hands-on, que se constituiriam como experiências de vida
individualmente enriquecedoras e coletivamente promotoras de uma memória
conjunta.
A ideia subjacente ao projeto era a de criar um espaço onde as pessoas
pudessem, para além de ver a exposição, partilhar histórias, ouvir o que os
artesãos têm para dizer, experimentar as artes (como por exemplo bordar),
provar as iguarias (como por exemplo o bagaço com mel), e criar memórias
diferentes relacionadas com a arte e a cultura.
Para além disto, o evento pretendia desenvolver o gosto pela arte e pela
cultura da região junto dos cidadãos mais novos, trazendo-os à exposição e
pensando em algumas atividades particulares para esse público. Este era, de
15
resto, para nós um objetivo particularmente importante, na medida em que
consideramos que as crianças e jovens são o futuro e, logo, serão eles a
perpetuar os legados das gerações passadas, nomeadamente, os legados
culturais e artísticos.
16
4. Descrição do Projeto de Ação
A Mostra decorreu, assim, nos dias 2, 3 e 4 de Setembro de 2016, na
AMIR em Moledo. No dia anterior foi montada a exposição, de forma a abrir no
dia seguinte à hora marcada com tudo pronto para receber os visitantes. As
mesas foram colocadas na disposição correta (cedidas para aqueles dias pela
CMC). O espaço integrou então: uma mesa para o bagaço com mel (onde era
servido), uma mesa com os diferentes palmitos, outra com os barcos de
madeira, depois a da cerâmica e a dos bordados. No centro ficou uma mesa
maior, com uma toalha de 7 metros, onde as pessoas aprendiam e bordavam
lenços dos namorados. Todas as mesas estavam viradas para o palco, onde
estava um ecrã e em frente algumas cadeiras (para assistirem à exibição do
vídeo promocional e do vídeo da Mostra). Na entrada e saída do recinto, estava
uma mesa com o livro de visitas e, por cima, uma pequena apresentação (da
autora e do projeto).
Imagem 8 – Planta de Organização do Espaço da Mostra
Para a divulgação do evento foi criada, duas semanas antes, uma
página no facebook, que foi sendo alimentada com informação sobre as datas
e localização, através da publicação do cartaz, de imagens, de vídeos e de
convites.
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Imagem 9 – Página de Facebook do Evento
Imagem 10 – Cartaz do
Evento
Uns dias antes foram impressos alguns cartazes e foram colocados em
locais estratégicos como por exemplo: os turismos, os cafés melhor situados e
mais conhecidos, as Juntas de Freguesia, entre outros locais de bastante
exposição pública, um pouco por todo o Concelho. Para além dos cartazes que
fomos
Imagem 11 – Apresentação da
Autora, da Mostra e do Mestrado
O primeiro dia da Mostra começou com uma cerimónia simbólica de
abertura, que incluiu uma apresentação da autora, do curso de mestrado e do
projeto. Fizemos ainda a receção dos visitantes, conversamos com as pessoas
de modo livre, esclarecemos as dúvidas que surgiam e guiamos um a um pelo
espaço para que se sentissem bem recebidos.
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Imagem 12 – Visita à
exposição
Mais ao final da tarde, veio um grupo de crianças das Atividades de
Tempos Livres (ATL), a nosso convite para participarem em algumas
atividades. Começamos por guiá-los em pequenos grupos pela exposição,
fazendo perguntas para ver o quê que eles já conheciam e para tirar as suas
dúvidas.
Imagem 13 – Visita das crianças do ATL à exposição
De seguida as crianças puderam ir ter com os artesãos que quisessem
para experimentarem as suas artes. Na sua maioria quiseram experimentar
bordar o lenço dos namorados. Depois disso, foram organizados num grupo e a
autora conversou com eles, explicando o que é um Mestrado, o processo de
realização de um projeto, em que consistia o mesmo, etc. No final demos-lhes
a escolher entre duas lendas que ficaram a conhecer depois de uma leitura de
história que lhe estava subjacente. No final de todas estas atividades foi dada
uma folha e marcadores a cada um, tendo sido pedido que fizessem um
desenho daquilo que mais os tinha marcado naquela tarde.
Depois de terem ido embora os desenhos foram expostos nos espelhos
por trás das mesas dos artesãos para que, nos restantes dias, toda a gente os
pudesse ver.
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Imagem 14 – Exposição dos desenhos das crianças
No segundo dia da mostra a grande atividade foi a exibição de um vídeo por
nós produzido e que pretendia aumentar a vontade de conhecer melhor o
Concelho de Caminha.
Imagem 15 – Apresentação do Vídeo
O dia decorreu com várias visitas à exposição e, na hora da exibição do
vídeo, um grupo de pessoas juntou-se para assistir. O feedback recebido foi,
de resto, muito positivo, tendo os visitantes apontando apenas o facto de ‘ter
sabido a pouco’. Este foi o dia em que a Mostra esteve aberta até mais tarde.
Só às 22.30h é que a porta foi encerrada e até essa hora chegaram sempre
visitantes.
O terceiro dia da Mostra foi um dia calmo, mas sempre com visitas (só
que mais espaçadas). Á tarde foi apresentada uma prova de bagaço com mel,
que foi oferecido a provar a todas as pessoas que iam chegando.
Imagem 16 – Bagaço com mel,
exposto pela D. Dília
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A Mostra terminou, nesse dia, pelas 17h. E depois de tudo desmontado,
tivemos ainda visitantes que ficaram a conversar com a organização, fazendo
perguntas e partilhando ideias.
Foram, assim, três dias repletos, que, embora descritos rapidamente e
em poucas linhas, foram muito trabalhosos.
Como em todos os eventos, tivemos de lidar com vários problemas, que
tivemos de resolver de forma rápida. Por exemplo, no primeiro dia da Mostra,
percebemos que o Grupo Etnográfico de Vila Praia de Âncora e o Orfeão de
Vila Praia de Âncora não iam comparecer, apesar de tudo estar combinado e
acordado para que participassem. O grupo de bombos também não pode
comparecer no segundo dia, por imprevistos. E logo no primeiro dia,
percebemos que o projetor não estava onde a CMC tinha combinado deixá-lo e
depois de ter entrado em contacto concluímos que teria sido uma questão de
esquecimento, daí o vídeo ter sido passado num pequeno ecrã. Para além de
tudo isto, houve pequenas coisas que se foram resolvendo com facilidade e
que no final não provocaram nenhum insucesso na Mostra.
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5. O Feedback dos Visitantes
Ao longo da Mostra recebemos imensas mensagens de apoio e de
agrado pelo nosso trabalho. No livro de visitas exposto no local todas as
pessoas puderam deixar a mensagem que queriam e as surpresas foram todas
positivas. Também recebemos muitas mensagens de agrado e de motivação
via Facebook, inclusive incentivos a repetir o projeto. E aquelas pessoas que
faziam parte da nossa rede de relações mais pessoal enviaram mensagens
privadas, ligaram e contactaram-nos pelos meios possíveis de modo a dar os
parabéns pelo trabalho. Na grande maioria, as mensagens transmitiam a
satisfação dos visitantes por aquilo que tinham visto.
Imagem 18 – Livro de Visitas
Imagem 17 – Comentários na página
de facebook sobre o evento
Recebemos, também, mensagens sobre aspetos menos positivos
como foi o caso da localização. Muitos visitantes acharam que a mostra se
encontrava um pouco desviado do centro urbano e que, sendo que estávamos
no Verão, consideraram que teria maior sucesso e mais visitas caso tivesse
sido escolhido um lugar perto da praia. Depois disso tivemos a oportunidade de
conversar com algumas pessoas e explicar que nem sempre aquilo que
desejamos e idealizamos é possível, mas que o sentido de dever cumprido era,
contudo, muito bom.
Em suma, de um modo geral o feedback foi muito positivo e
mesmo as coisas apontadas como menos boas só nos fizeram crescer e
aprender mais.
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7. Considerações Finais
Depois de um ano, e agora com tudo terminado, parece que o tempo
passou a voar. Foi um ano um pouco complicado, porque as ideias existem e a
vontade de realizar o projeto era muita. Mas foi uma fase em que tivemos de
aprender a organizarmo-nos ao máximo, uma vez que, se não
demonstrássemos empenho, se não estabelecêssemos datas e prazos para
cada uma das tarefas, não estaria lá ninguém para repreender ou relembrar.
Nesta fase estamos pela própria conta, muito embora saibamos que estamos a
ser orientados por alguém, que prontamente respondia. Também tive outras
ajudas de familiares que conheciam as pessoas certas com quem falar, de
alguém que tinha os materiais certos para as filmagens, as fotos e ainda mais a
disponibilidade de poder estar presente para que não tivesse de deixar
ninguém à espera enquanto ia tirar uma fotografia a algo ou pôr a câmara a
gravar. São ajudas essenciais e que nos fazem sentir menos perdidos.
Mas de um modo geral o trabalho é todo nosso, desde a investigação,
às conversas com as pessoas, à criação de um cartaz, vídeo promocional, às
filmagens e roteiros para melhor conhecer as histórias dos locais. Esse
trabalho é todo nosso e durante aqueles dias está tudo dentro da nossa
cabeça, não há ninguém que possa fazer a apresentação por nós, nem guiar
as pessoas pela exposição esclarecendo as dúvidas que forem surgindo aos
visitantes.
Foi um projeto trabalhoso e que exigiu muita dedicação e muito tempo,
mas hoje olhamos para trás e sentimo-nos realizados por ter conseguido.
Existiram coisas menos boas, que não correram como gostaríamos, porque
este era um projeto que dependia muito da participação de várias pessoas e
esse foi sem dúvida o maior risco. Mas com tudo organizado, até nas horas de
maior sufoco, quando achamos que todo vai correr mal, porque isto ou aquilo
falhou, paramos para pensar e depois de juntarmos toda a informação que
adquirimos durante aquele ano de pesquisa, percebemos os seus frutos e
lembramo-nos de ideias interessantes que resultam na perfeição e que no fim
ninguém deu verdadeiramente conta da falha que, na nossa maneira de ver, foi
tremenda.
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A aprendizagem com esta experiência foi, por isso, enorme. E no fundo
o que é um Mestrado senão mais um ciclo de aprendizagens onde temos um
ano para errar e recuperar sozinhos, por conta e risco. É um investimento
grande (não me refiro em termos monetários), sem dúvida mas vale cada
segundo, quando paramos para pensar e percebemos que já está, cumprimos
aquilo que queríamos e foi o nosso esforço que nos levou até aí.
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convida-conhecer-os-sabores-da-lampreia/
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vinho-unico/
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simposio-iberico-sobre-bacia-hidrografica-rio-minho/
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argaco-uma-cultura-com-seculos-historia/
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mar-arranque-da-festa-da-bonanca/
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ancora-um-local-de-excelencia-para-comer-bom-peixe/
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da-serra-darga/
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jovem-freguesia-de-caminha/
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Junta de Freguesia de Riba de Âncora. Acedido em
Setembro.http://www.jf-ribadeancora.com/?m=galeria_de_fotos
http://digitarq.advct.arquivos.pt/details?id=1070065
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http://digitarq.advct.arquivos.pt/details?id=1070061
Junta de Freguesia de Dem. Acedido em Setembro.http://www.jf-
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ts=vVn5q2Ig0d&sig=hFAEbQmPslC3ID97EuIMim4P6cs&redir_esc=y#v=
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