Estimativa da Abundância de Onças-pintadas Através do Uso de Armadilhas Fotográficas

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    Estimativa da Abundncia de Onas-pintadasAtravs do Uso de Armadilhas Fotogrficas

    Scott Silver, PhD

    Coordenador de Levantamentos de Ona-PintadaPrograma de Conservao da Ona-Pintada(Jaguar Conservation Program)

    Traduzido por

    Silvio Marchini

    April 2005

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    Wildlife Conservation Society

    CONTEDO

    INTRODUO 3

    COMO COMEAR 4

    SELEO DAS CMERAS 7

    DESENHO AMOSTRAL

    As premissas da captura-recaptura 9

    Ajuste fino do desenho amostral 12

    INSTALAO DAS CMERAS NO CAMPO

    Antes de instalar as cmeras 14

    Seleo do local 17

    Instalando as cmeras 18

    Monitoramento das cmeras 20

    PREPARO E ANLISE DOS RESULTADOS 21

    Programa CAPTURE 21

    Estimativas de densidade 23

    REFERNCIAS 27

    APNDICE 1 28

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    INTRODUO

    A metodologia aqui descrita baseia-se no trabalho originalmente aplicado ao estudo de

    tigres na ndia em que Ullas Karanth e Jim Nichols usaram tcnicas de captura e recaptura

    (Karanth 1995; Karanth e Nichols 1998, 2002). Esta metodologia foi posteriormente usada

    para estimar a abundncia de outras espcies crpticas de felinos tais como onas-pintadas,

    jaguatiricas e leopardos. Este documento apresenta uma introduo aos levantamentos de

    abundncia de ona-pintada atravs do uso de armadilhas fotogrficas. Ele foi baseado nas

    anlises usuais de captura e recaptura para populaes fechadas, considerando, porm, o

    uso de cmeras fotogrficas no lugar de armadilhas convencionais, e as manchas na

    pelagem da ona-pintada para reconhecer recapturas nas fotografias. Com as datas

    impressas nas fotografias, os pesquisadores podem medir dias ou blocos de dias como

    eventos discretos de amostragem. A base terica para a estimativa de abundncia por

    captura e recaptura no ser discutida aqui. Para mais detalhes sobre esse tema, consulte

    Karanth e Nichols (1998, 2002).

    O objetivo de um estudo de captura e recaptura (ou, nesse caso, fotografado e

    refotografado) estimar o nmero de indivduos dentro de uma rea de amostragem. Para

    se obter tal estimativa, necessrio primeiro estimar a probabilidade de captura com base

    nas histrias de captura dos animais que so capturados pelo menos uma vez. O nmero de

    animais na rea amostral esto estimado atravs da diviso do nmero total de animais

    capturados pela probabilidade estimada de se capturar um animal pelo menos uma vez. A

    tcnica no precisa ser baseada em uma amostragem no-aleatria da rea, ou seja, as

    cmeras so montadas em um padro determinado para maximizar a probabilidade de

    captura para todos os animais dentro da rea amostral. Quanto mais onas so fotografadas

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    3) Pelo menos uma idia grosseira das caractersticas topogrficas das reas habitadas ou

    dos lugares visitados pelo animal de estudo, assim como de suas rotas de locomoo;

    4) Pessoal familiarizado com o funcionamento e a manuteno das armadilhas fotogrficas

    em nmero suficiente para que a instalao e o monitoramento das armadilhas sejam feitos

    em tempo; e

    5) Um nmero suficiente de armadilhas fotogrficas para fotografar (isto , capturar)

    suficiente indivduos da espcie-alvo para gerar uma estimativa estatstica de abundncia.

    Itens desejveis:

    1) Algum bastante familiarizado com a rea de estudo;

    2) Trilhas e estradas que facilitem o acesso rea de estudo;

    3) Armadilhas fotogrficas sobressalentes para substituies em casos de falha no

    equipamento;

    4) Uma idia grosseira das taxas de captura da espcie-alvo;

    5) Estimativas grosseiras da rea de vida e alguma informao sobre biologia da espcie-

    alvo;

    6) Unidades portteis de GPS

    Antes de instalar as cmeras, faa um estudo piloto!

    Como na maioria dos projetos de pesquisa, um estudo piloto valioso nos trabalhos com

    armadilhas fotogrficas. As vantagens incluem:

    Familiaridade com o equipamento Um estudo piloto pode reduzir a perda de dados

    valiosos que decorrem de erros na instalao e uso das armadilhas fotogrficas. A prtica

    com o equipamento na rea de estudo ajuda a minimizar erros tais como a instalao das

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    SELEO DAS CMERAS

    Armadilhas fotogrficas podem ser agrupadas em duas categorias ativa e passiva de

    acordo com seu mecanismo de disparo.

    Armadilhas fotogrficas ativas:

    Disparam quando um animal ou objeto cruza o feixe de luz infravermelha. Essas cmeras

    raramente falham, mas so mais suscetveis s capturas falsas, ou seja, aquelas disparadas

    por folhas movidas pelo vento ou gotas de gua da chuva. Dias particularmente chuvosos

    ou com muito vento podem consumir filmes inteiros com fotos desperdiadas.

    Armadilhas fotogrficas passivas:

    Disparam quando um objeto cuja temperatura difere da temperatura ambiente penetra na

    zona de deteco da cmera. Essas cmeras so menos propensas s capturas falsas, mas

    so mais suscetveis cegueira por calor quando a temperatura ambiente sobe para nveis

    comparveis temperatura corporal dos mamferos. A incidncia direta de luz solar agrava

    esse problema.

    Tradicionalmente, armadilhas fotogrficas tm utilizado cmeras que usam filme

    fotogrfico. Armadilhas fotogrficas com cmeras digitais foram recentemente lanadas

    como uma nova opo para os pesquisadores. A possibilidade de eliminar o uso de filmes e

    de aumentar o nmero de fotos armazenadas faz das cmeras digitais uma perspectiva

    atraente para a pesquisa. Porm, dois obstculos limitam seu uso nos levantamentos de

    ona-pintada: 1) cmeras digitais em modo pronto para disparar consomem muita bateria.

    Note que muitos fabricantes anunciam que as baterias duram de 2 a 3 meses. Porm, tal

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    durao se refere ao modo sleep, que economiza baterias mas requer de dois a trs

    segundos para despertar ao detectar o animal; e 2) o shutter lag, ou seja, o tempo entre a

    deteco do animal e o disparo da cmera, pode ser mais longo. Se for maior que 1

    segundo, o animal pode j ter se afastado no momento do disparo da cmera.

    Visto que diferentes modelos de armadilhas fotogrficas apresentam caractersticas e

    desenhos diferentes, a escolha de um modelo baseia-se geralmente em particularidades do

    estudo no qual ele ser empregado. A seguir, uma lista parcial de consideraes para a

    escolha da armadilha fotogrfic.

    Custo Atualmente, os preos de armadilhas fotogrficas vo de 50 a 500 dlares. Visto

    que os levantamentos de populaes de onas-pintadas podem requerer de 20 a 50

    armadilhas, o custo dos levantamentos com armadilhas fotogrficas bastante varivel.

    Preparo tcnico Alguns modelos de armadilha fotogrfica requerem mais preparo para

    serem devidamente operados. De um modo geral, armadilhas com sensores ativos requerem

    mais preparo. Leve em considerao, portanto, o nvel de preparo e experincia do

    responsvel pela instalao e monitoramento das cmeras no campo.

    Facilidade de monitoramento Quando o acesso s armadilhas fotogrficas limitado, as

    visitas de monitoramento das cmeras podem ser pouco freqentes e, portanto, o tempo de

    vida das baterias, o consumo de filmes e o peso das armadilha fotogrfica devem ser

    considerados. Nesses casos, recomendvel levar pelo menos uma cmera substituta em

    cada excurso de monitoramento. Em excurses que envolvem a visita a muitas estaes,

    pode ser recomendvel levar mais de uma cmera substituta. Se for necessrio carregar as

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    cmeras por longas distncias, modelos menores e mais leves podem ser mais

    recomendveis.

    Segurana localEmbora seja praticamente impossvel evitar o roubo de cmeras, alguns

    modelos de armadilhas fotogrficas possuem caractersticas anti-roubo que permitem que

    sejam trancadas. Nos modelos mais seguros as cmeras ficam trancadas dentro de estojos

    de metal que, por sua vez, so ancorados rvore com cabos de metal e cadeado. Se seu

    local de estudo no apresenta risco de furto e vandalismo, considere modelos sem

    caractersticas anti-furto, pois estes podem ser mais leves.

    Condies climticas Algumas armadilhas fotogrficas so protegidas e prova de gua.

    Alguns modelos prova de gua podem at mesmo ser submersos, enquanto outros

    modelos possuem sensores que so vulnerveis imerso.

    Acesso a suporte tcnico Pergunte a outros usurios sobre suas experincias com o

    suporte por parte do fabricante. Conhea sua poltica de garantia e informe-se sobre o preo

    de peas de reposio, se eles so acessveis por telefone e quanto tempo levam para enviar

    peas ou fazer consertos. Todas essas consideraes podem fazer uma diferena

    significativa no nmero de cmeras que permanecero funcionais sob as condies de

    campo.

    DESENHO AMOSTRAL

    As premissas da captura-recaptura

    Existem duas premissas crticas que devem ser satisfeitas no desenho de um levantamento.

    Essas premissas so discutidas em detalhe por Karanth e Nichols (1998) e esto resumidas

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    Populao fechada

    Os modelos de captura-recaptura se baseiam em uma populao fechada, ou seja, sem

    nascimentos, mortes, imigrao ou emigrao de indivduos durante o levantamento. Na

    verdade, poucas populaes de ona so realmente fechadas, portanto, na prtica a premissa

    satisfeita atravs da limitao na durao do levantamento. Quanto mais longo for o

    levantamento, maior a probabilidade de que essa premissa seja violada. Com base nas

    caractersticas da histria de vida de tigres, Karanth e Nichols consideraram que trs meses

    era um tempo razovel para se ter uma populao fechada.

    Levantamentos parecidos com leopardos foram realizados em perodos de dois a trs meses

    (Henschel & Ray 2003). Embora no existam muitos dados disponveis sobre histria de

    vida de onas-pintadas, razovel supor que levantamentos com a mesma durao sejam

    satisfatrios. Diversos levantamentos de ona-pintada tm sido feitos em trs meses ou

    menos (Wallace et al. 2003; Silver et al. 2004; Maffei et al. 2004).

    Todos os animais tm probabilidade de captura diferente de zero

    A segunda premissa importante a de que todo animal que habita a rea de estudo tem pelo

    menos alguma probabilidade de ser fotografado (ou seja, existe pelo menos uma armadilha

    fotogrfica dentro de sua rea de uso durante o levantamento). importante entender que

    nem toda ona na rea de estudo precisa ser fotografada, mas toda ona deve ter alguma

    chance de ser fotografada.

    Esta premissa determina a distncia entre as armadilhas fotogrficas e o tamanho mximo

    permitido de uma rea contnua dentro da rea de estudo que no contenha pelo menos uma

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    armadilha fotogrfica. As armadilhas podem estar to prximas entre si quanto o

    pesquisador desejar, mas no deve haver entre as armadilhas reas iguais ou maiores que a

    rea de uso de uma ona-pintada. Uma abordagem conservadora para satisfazer essa

    premissa adotar a menor estimativa de rea de uso documentada para a espcie no habitat

    e/ou regio de estudo como a rea mnima dentro da qual deve haver pelo menos uma

    armadilha fotogrfica. Uma vez conhecida esta rea mnima, calcule o dimetro de um

    crculo com tal rea. Esse dimetro a distancia mxima permitida entre as armadilhas

    fotogrficas. Um exemplo de arranjo de armadilhas fotogrficas mostrado na Figura 1.

    Neste caso, uma pesquisa bibliogrfica estabeleceu que 10 km2 era a menor rea de uso da

    ona-pintada no local de estudo. Portanto, 10 km2 a maior rea permitida entre as

    armadilhas fotogrficas e 3.6 km (o dimetro de um crculo com uma rea de 10 km2) a

    mxima distncia em linha reta entre as armadilhas. Note que 10 km2 a rea mxima; as

    armadilhas podem ser colocadas mais prximas entre si do que isso. Porm, embora no

    exista uma distncia mnima permitida entre as armadilhas, um levantamento ter pouco

    significado se todas as cmeras estiverem concentradas em uma rea muito pequena, onde

    somente poucas onas so capturadas. Um desenho amostral que seja pequeno demais

    implica no risco de no amostrar o suficiente da populao para gerar uma estimativa

    confivel de densidade. O desenho deve cobrir uma rea grande o suficiente para fotografar

    diferentes indivduos. Antes de selecionar o local para as armadilhas fotogrficas, decida

    por quanto tempo as cmeras ficaro instaladas e quo densamente as armadilhas podem

    ser espaadas. Em ambos casos, as estimativas podem ser conservadoras sem violarem

    qualquer das premissas do modelo de populao fechada. No existem tempo ou densidade

    de cmeras mnimos necessrios para um estudo de captura e recaptura, desde que sejam

    coletados dados suficientes para gerar uma estimativa.

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    Ajuste Fino do Desenho Amostral

    Uma vez estabelecido o desenho bsico que satisfaa s premissas, voc deve fazer o ajuste

    fino do local onde as armadilhas sero instaladas. Lembre-se que a colocao das cmeras

    no necessariamente aleatria. A localizao das armadilhas dever ser escolhida de

    modo a maximizar as probabilidades de captura de onas-pintadas na rea de estudo

    e, ao mesmo tempo, cobrir uma rea to grande quanto possvel para maximizar o

    nmero de indivduos fotografados.

    Trata-se de um balano entre a colocao das cmeras prximas o suficiente para satisfazer

    a premissa de que todos os animais tm uma probabilidade de captura diferente de zero

    (como descrito acima) e longe o bastante para fotografar o maior nmero possvel de onas

    diferentes. tambm desejvel que os animais na rea de estudo tenham, na medida do

    possvel, probabilidades de captura similares. Embora existam maneiras de lidar com a

    variao na probabilidade de captura, as estimativas so mais simples e mais precisas

    quando as probabilidades de captura so similares entre os animais. Por isso, tente manter

    uma densidade de armadilhas comparvel ao longo de toda a rea de amostragem. A

    colocao de muitas cmeras dentro da rea de uso de um animal e de apenas uma cmera

    dentro da rea de uso de outro animal deve ser evitada.

    Para planejar seu desenho amostral, comece com um mapa topogrfico da rea de estudo.

    Marque os locais com alta probabilidade de se fotografar onas, tais como trilhas, estradas

    de terra, etc. Selecione os locais to distantes uns dos outros quanto possvel, sem deixar de

    incluir os locais de alta probabilidade de captura e sem violar a premissa do fechamento

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    geogrfico. Lembre-se que as cmeras devero ser monitoradas, portanto mantenha em

    mente as limitaes logsticas de seu desenho amostral.

    Uma vez que a localizao ideal das cmeras tenha sido selecionada no mapa, verifique se

    existem espaos entre as cmeras que sejam maiores do que o espao mximo permitido.

    Se houver, adicione armadilhas para completar aqueles espaos ou aproxime as armadilhas

    que estejam distantes demais. Algumas armadilhas podem ter que ser colocadas em reas

    com pouco ou nenhum sinal de ona, mas evite locais onde voc sabe que onas no vo

    (por exemplo, declives muito acentuados). Novas trilhas talvez tenham que ser abertas para

    a colocao de algumas armadilhas. Registre as coordenadas exatas dessas localizaes

    predeterminadas das armadilhas. Para os fins desse documento, estas localizaes so

    chamadas suas coordenadas predeterminadas. Elas serviro como um guia geral para a

    colocao das cmeras, mas a posio definitiva pode diferir um pouco quando voc for

    para o campo (veja a prxima seo)

    Se o nmero de cmeras for limitado, o tamanho da rea amostral pode ser ampliado da

    seguinte maneira. Defina duas reas de amostragem, ou seja, grides, adjacentes uma a outra

    e instale-as em dois perodos consecutivos de coleta de dados. Usando todas as cmeras,

    colete os dados no primeiro gride como uma sub-amostra da durao completa do

    levantamento (por exemplo, 4 semanas), ento desloque as cmeras para o segundo gride,

    pelo mesmo perodo de tempo (neste caso, 4 semanas para uma durao total do

    levantamento de 8 semanas). Na anlise dos dados, trate os resultados como se ambos

    grides tivessem sido amostrados simultaneamente, mesmo que no tenham sido. Todas as

    onas fotografadas no primeiro dia em cada gride so tratadas como fotografadas no Dia 1;

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    aquelas fotografadas no segundo dia de cada gride so tratadas como fotografadas no Dia 2,

    etc. Animais fotografados em dias diferentes so considerados recapturas. Esta tcnica pode

    ser repetida mais vezes se necessrio (ou seja, grides adicionais podem ser incorporados) e

    os dados podem ser analisados da mesma maneira, mas certifique-se de que a durao total

    do levantamento no seja maior que o tempo mximo necessrio para satisfazer a premissa

    de uma populao fechada.

    INSTALAO DAS CMERAS NO CAMPO

    Antes de instalar as cmeras

    Filme

    extremamente importante que todos os rolos de filme estejam rotulados com a data da

    instalao e nmero da cmera (correspondente localizao da cmera) antes que as

    cmeras sejam colocadas no campo. Quando os filmes forem coletados e revelados, voc

    poder ter dzias de rolos de 20-30 localizaes diferentes. vital que voc conhea a

    localizao de todas as fotografias para poder estimar sua rea efetiva de amostragem (veja

    abaixo)

    Ajuste de hora e dia

    As fotografias so inteis se no estiverem associadas s informaes precisas de data e

    hora. A data na fotografia essencial para determinar o evento de captura individual. Cada

    perodo de 24 horas considerado um evento diferente de modo que todas as fotos de um

    indivduo tiradas em um mesmo dia so consideradas como uma nica captura. Ainda que

    diferentes modelos de cmera possam diferir um pouco no modo como registram hora e

    dia, o importante que o ajuste seja consistente para todas as cmeras usadas no

    levantamento.

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    Intervalo de tempo entre fotos sucessivas

    Todas as armadilhas fotogrficas podem ser programadas com um determinado intervalo de

    tempo entre fotos sucessivas. Isto importante quando grupos de turistas, bandos de

    queixadas ou de outros animais que no sejam o alvo do estudo possam resultar em fotos

    desperdiadas e, o que mais importante, acabar com o filme antes do final do

    levantamento. Uma cmera que fica sem filme cria uma lacuna de dados no desenho do

    levantamento que pode resultar na perda de todos os dados daquele perodo. O ajuste do

    intervalo de tempo entre fotos sucessivas deve ser baseado na probabilidade de captura de

    grupos grandes de animais que no sejam de interesse para o levantamento. A experincia

    adquirida durante o estudo piloto deve auxiliar na determinao do intervalo entre fotos

    sucessivas para seu local de estudo. O intervalo deve ter a mnima durao possvel, apenas

    o necessrio para evitar o desperdcio com fotos indesejadas, visto que intervalos maiores

    aumentam as chances de se perder uma captura de ona-pintada ou de outras espcies-alvo

    do levantamento. Cada armadilha fotogrfica deve ser composta por duas cmeras, uma de

    cada lado da trilha, riacho ou estrada, e apontadas em ngulo perpendicular suposta rota

    de deslocamento da ona-pintada. recomendvel o uso de duas cmeras por armadilha

    para que se possa fotografar os dois lados do corpo do animal (e assim aumentar as chances

    de identificao do animal atravs de um nico evento de captura) e garantir a captura no

    caso de falha de uma das cmeras.

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    Figura 1. Posio de armadilhas fotogrficas no Santurio de Vida Silvestre da Bacia de Cockscomb, Belize. Com

    de uma ona era de 10 km2, nenhuma cmera est mais distante que o dimetro de um crculo de 10 km2 (ou sej

    prxima. Note que a maioria das armadilhas est localizada ao longo de estradas, trilhas

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    Seleo do local de instalao

    altamente recomendvel que seu local de estudo seja cortado trilhas ou estradas. Sem

    trilhas ou estradas no estar claro onde as cmeras devero ser instaladas. Trilhas de

    animais so geralmente numerosas demais para gerarem probabilidades de capturas

    suficientemente altas, praias e barrancos podem ser inundados, mas trilhas e estradas so

    utilizadas por onas o ano inteiro. Voce talvez deva tornar as trilhas mais atraentes para as

    onas de modo que elas caminhem mais pelas trilhas e do que fora delas. Isso pode implicar

    na remoo de espinhos e outros objetos pontiagudos das trilhas.

    No campo, o pesquisador deve encontrar o melhor local prximo das coordenadas

    predeterminadas. O local exato escolhido de modo a proporcionar a maior probabilidade

    de se obter uma boa foto da ona-pintada. O objetivo fotografar os dois flancos do animal,

    pois nessa rea que as marcas individuais so mais fcil de se distinguir.

    Escolha um local bom para onas Uma vez nas proximidades das coordenadas

    predeterminadas, procure pelo local mais prximo que tenha uma boa chance de ser

    visitado por onas. Locais como trilhas, estradas de terra, barrancos de rio, praias e

    caminhos que certos animais usam para chegar at a gua so regularmente freqentados

    por onas-pintadas. Procure por sinais de onas (rastros, arranhes e fezes) ou informe-se

    sobre registros de presena. Geralmente, se existe qualquer sinal de ona na trilha, mesmo

    que a quilmetros de distncia, provvel que toda a trilha seja usada por onas.

    Tente determinar o caminho percorrido pela ona Escolha um local onde o caminho

    percorrido pela ona seja restrito rea que pode ser fotografada pelas cmeras. Por

    exemplo, um local com vrios sinais de ona, mas com muitas trilhas diferentes passando

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    por perto no um bom local para se colocar armadilhas fotogrficas. Se existem mais de

    uma trilha por perto, menos provvel que voc possa prever em qual trilha a ona ir

    passar e ser, portanto, mais difcil apontar as cmeras para o lugar certo. Do mesmo modo,

    um local aberto no uma boa escolha por que as onas podem atravessar por qualquer

    ponto e em qualquer direo. Uma trilha estreita e isolada que seja evidentemente utilizada

    por onas o local perfeito para a colocao das cmeras.

    Considere o campo da cmera Em um trilha larga a ona pode cruzar o sensor em

    diferentes pontos, e uma rea maior dever ser coberta pelo campo da cmera. Lembre-se

    que o objetivo obter boas fotos dos dois lados do corpo do animal. A distncia mxima de

    separao das cmeras no pode ser maior que a distncia coberta pelo flash.

    Considere o terreno O cho debaixo do feixe sensor deve ser relativamente plano. Em

    trilhas muito cavadas ou cercadas por montes de terra, o cho pode obstruir o sensor e

    permitir que uma ona passe sem ser fotografada. Trilhas com declive lateral tambm

    devem ser evitadas, pois uma das cmeras pode no capturar o animal, dependendo se este

    caminha pelo lado de baixo ou de cima da trilha. Leve em considerao todas as

    possibilidade de deslocamento do animal em frente s cmeras.

    Instalando as cmeras

    Uma vez que todos esses fatores tenham sido considerados, as cmeras devem ser

    instaladas. Encontre um lugar onde existam duas rvores ou postes adequados

    diametralmente opostos trilha. rvores adequadas so aquelas que possuem troncos

    relativamente retos e finos o suficiente para amarrar uma corrente ou fio ao seu redor, mas

    no to fino que o vento, pessoas ou animais possam agit-lo excessivamente. No caso de

    armadilhas passivas, tente minimizar a incidncia direta de sol sobre as cmeras, pois o

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    calor excessivo pode reduzir a sensibilidade dos sensores a animais de sangue quente. As

    cmeras devem ser instaladas a pelo menos dois metros do ponto mais prximo onde a ona

    deve cruzar o sensor. Isso permite que as fotos saiam claras e focadas e que o zona de

    deteco do sensor seja razoavelmente grande. Quanto mais tempo a ona permanecer na

    zona de deteco, menor a chance de se perder uma foto.

    O feixe do sensor deve estar na altura aproximada do ombro da ona, portanto, as cmeras

    devem ser instaladas a 50-70 centmetros de altura em relao ao solo e paralelas a ele. As

    cmeras devem apontar levemente para baixo para evitar interferncia mtua, embora

    devam apontar aproximadamente para o mesmo ponto. Use fios de cobre flexveis para

    fixar as cmeras aos troncos das rvores. Use alicates para apertar o fio quando a posio

    da cmera na rvore estiver satisfatria. Se cadeados e correntes (ou cadeado de bicicleta)

    so necessrios para evitar roubo, coloque-os depois que as cmeras tenham sido

    devidamente fixadas com fios. No use cadeados e corrente para fixar a cmera rvore,

    pois assim voc no ter flexibilidade suficiente.

    Use gravetos e ramos para ajudar a fixar a cmera ao tronco. Um toco de madeira bem

    colocado entre o estojo da cmera e o tronco pode ajudar a ajustar o ngulo no qual o

    sensor deve ser apontado.

    Uma vez que a cmera esteja instalada, remova qualquer vegetao existente entre a cmera

    e a trilha por onde a ona dever passar. Qualquer coisa que obstrua o feixe do sensor

    reduzir a capacidade de deteco da cmera ou poder resultar em fotos ruins. Folhas

    grandes podem disparar a cmera quando aquecidas pelo sol e agitadas pelo vento. Evite

    19

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    tambm apontar os sensores para objetos expostos ao sol que possam absorver calor e

    disparar as cmeras, tais como pedras grandes ou mesmo riachos.

    Verifique o enquadramento das duas cmeras passando em frente delas. Faa isso pelas

    duas laterais e pelo centro da trilha. A maioria dos modelos de armadilha fotogrfica vem

    equipada com uma luz de indicao que se acende quando o sensor detecta o alvo. Imite a

    aproximao de uma ona engatinhando em frente s cmeras. Certifique-se de que todos

    os ngulos nos quais uma ona possa passar em frente s cmeras seja testado e de que em

    todos os casos a cmera seja disparada.

    Eventualmente, limitaes no terreno ou na disponibilidade de rvores adequadas impedem

    que a trilha seja completamente coberta pelo sensor. Nesse caso, coloque galhos ou outros

    obstculos para influenciar o caminho percorrido pela ona. Essa tcnica pode ser usada

    tambm para impedir que a ona passe perto demais da cmera gerando fotos mal

    focalizadas.

    Monitoramento das cmeras

    A intensidade de trfego (tanto de espcies-alvo quando de outras espcies) e a

    sensibilidade da armadilha definem a freqncia com que os filmes devem ser trocados.

    muito importante que as cmeras no fiquem sem filme durante o levantamento. O mesmo

    se aplica s baterias. Um estudo piloto apropriado determinar o intervalo seguro para a

    substituio das baterias e dos filmes.

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    Todas as armadilhas devem estar funcionando continuamente para que todas as premissas

    da amostragem sejam satisfeitas. A capacidade de monitorar as cmeras pode ser um fator

    limitante do nmero de armadilhas a ser usado. Lembre-se de ser conservador quando

    estimar a freqncia com que filmes e baterias devem ser substitudos.

    PREPARO E ANLISE DOS RESULTADOS

    medida que os filmes so removidos das cmeras, certifique-se de que eles esto

    devidamente rotulados com o nmero da cmera correspondente e a data em que foi

    instalado. Ao revelar os filmes, certifique-se de que as informaes sobre localizao e data

    sejam transferidas para as fotos reveladas.

    Uma vez que todas as fotos estejam prontas, identifique onas individuais atravs da

    comparao do padro de manchas nos flancos do animal. Compare seus resultados com os

    de alguma outra pessoa olhando para as mesmas fotos. Anote a data em que cada indivduo

    foi fotografado. Rotule cada foto de ona-pintada com o nmero da cmera, localizao e o

    cdigo de identificao do indivduo. Boas anotaes so muito importantes nesse estgio.

    Programa CAPTURE

    Existem vrios programas de computador que podem analisar dados populacionais obtidos

    atravs de captura e recaptura assim como de outros desenhos amostrais. Um arquivo de

    tais programas mantido pelo website da Patuxent Wildlife Research Center

    (http://www.mbr-pwrc.usgs.gov/software.html). Ali voc encontra uma lista de programas

    de anlise de populaes animais e uma breve descrio de cada um.

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    http://www.mbr-pwrc.usgs.gov/software.htmlhttp://www.mbr-pwrc.usgs.gov/software.html
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    O programa mais comumente usado para analisar estimativas de abundncia de ona-

    pintada atravs de cmeras fotogrficas o CAPTURE (Otis et al. 1978; White et al. 1982;

    Rexstad & Burnham, 1991). Este programa usa diferentes modelos para gerar estimativas

    de abundncia baseados no nmero de animais capturados e na proporo de recapturas.

    Os diferentes modelos pressupem diferentes fontes de variao na probabilidade de

    captura, incluindo variao entre indivduos (por exemplo, baseadas em gnero, idade,

    padres de distribuio, dominncia, atividade), variao no tempo, respostas

    comportamentais captura, e vrias combinaes desses fatores. O CAPTURE tem uma

    funo de seleo de modelo que analisa os dados para determinar qual modelo e qual

    estimador melhor se aplica aos dados em questo.

    Para preparar os dados para a anlise em CAPTURE, crie uma matriz com a histria de

    captura de cada animal fotografado (veja Apndice 1). Cada linha na planilha corresponde

    histria de captura de cada indivduo durante o levantamento. Cada dia (ou grupo de dias)

    do perodo de amostragem considerado como uma ocasio de amostragem e

    representado como uma coluna separada na matriz. Para cada ona, 0 representa uma

    ocasio em que o animal no foi capturado e 1 representa que o animal foi fotografado. O

    nmero de linhas igual ao nmero de indivduos fotografados e o nmero de colunas

    reflete o nmero de ocasies de amostragem.

    Uma vez que a matriz esteja preparada, salve-a como texto sem formatao. Com o

    formato correto, a matriz pode ser colada diretamente no programa CAPTURE para

    anlises no seguinte website: http://www.mbr-pwrc.usgs.gov/software/capture.html. Os

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    dados podem ser analisados diretamente no website ou o programa CAPTURE pode ser

    baixado para um computador. Tanto no website quanto no Apndice 1 voc encontrar

    exemplos do formato adequado para a anlise por CAPTURE, assim como informao

    sobre as tarefas particulares que o programa pode realizar.

    Estimativas de densidade

    O programa CAPTURE gera uma estimativa de abundncia, no de densidade. Uma

    estimativa de densidade calculada dividindo-se a estimativa de abundncia gerada pelo

    CAPTURE pela rea amostral efetiva. A rea amostral efetiva envolve as armadilhas

    fotogrficas e mais uma rea tampo que inclui aqueles indivduos cujas reas esto apenas

    parcialmente contidas no gride de amostragem.

    Existem vrios mtodos para estimar essa rea tampo (veja Karanth e Nichols 2002).

    Karanth e Nichols usaram uma rea tampo cuja largura correspondia metade da mdia da

    distncia mxima percorrida (half themean maximum distance movedou HMMDM) entre

    captura e recapturas de diferentes indivduos durante o levantamento. Em Belize, ns

    determinamos o HMMDM e usamos SIG para criar uma rea-tampo circular ao redor de

    cada armadilha fotogrfica cujo raio era igual a HMMDM. A fuso de todos as reas-

    tampo circulares representa a rea amostral (Figura 2). Outros estudos consideraram o

    polgono convexo mnimo definido pelas armadilhas externas e adicionaram ao polgono

    uma faixa-tampo cuja largura era a HMMDM (Karanth e Nichols 1998). Grandes lacunas

    que certamente no abrigam onas (como corpos dgua, vilarejos, etc) podem ser

    subtrados da estimativa de rea amostral efetiva.

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    O uso da fuso de reas-tampo circulares ao redor de cada armadilha fotogrfica para

    medir a rea amostral representa um modo de testar seu desenho amostral inicial. A mdia

    da distncia mxima percorrida (MMDM) considerada como uma medida do dimetro da

    rea de uso. A MMDM tambm pode ser usada para testar a rea de uso mnima suposta em

    seu levantamento e, conseqentemente, testar a adequao da localizao das armadilhas

    fotogrficas. Se a adio das reas-tampo ao redor das cmeras mostrar lacunas no

    desenho amostral, isto indicar que havia espaos entres as cmeras que eram maiores que

    uma nica rea de uso e que, portanto, a premissa de que cada ona tinha alguma

    probabilidade de ser capturada no foi satisfeita (Nichols com pessoal) A mdia da

    distncia mxima percorrida (MMDM) pode variar bastante entre levantamentos (at

    mesmo entre levantamentos no mesmo local), portanto, onde existem dados disponveis de

    diferentes levantamentos para o mesmo local, ns optamos, quando possvel, pelo uso da

    metade do MMDM cumulativo. O MMDM cumulativo a media da distncia mxima

    percorrida por todos os indivduos de diferentes levantamentos realizados em diferentes

    anos naquele mesmo local. Com isso aumentamos o tamanho amostral e reduzimos a

    variao associada ao MMDM, obtendo uma estimativa mais precisa da rea amostral

    efetiva.

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    Figura 2. rea amostral efetiva (em vermelho) para o Levantamento de Onas de Cockscomb, representada pela comtampo ao redor de cada cmera.

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    Alm de fornecer um nmero estimado de abundncia, o programa CAPTURE gera

    tambm uma probabilidade de captura, um desvio padro da estimativa de abundncia e um

    intervalo de confiana de 95%. Este mtodo no foi elaborado para gerar um nmero

    absoluto, mas para fornecer uma estimativa estatisticamente robusta do espectro de

    abundncia. O desvio padro e o intervalo de confiana fornecem medidas da incerteza

    associada estimativa de abundncia e so, portanto, importantes na interpretao da

    estimativa.

    Do mesmo modo, os resultados da estimativa de densidade podem no servir

    necessariamente para estimar densidades alm da rea de estudo. A menos que uma regio

    seja particularmente homognea em termos de habitat, levantamentos de abundncia

    fornecem estimativas apenas para a rea do levantamento. No realista supor que

    estimativas obtidas de um levantamento possam ser amplamente aplicadas rea maiores,

    que podem ter gradientes topogrficos e meteorolgicos bem diferentes daqueles da rea do

    levantamento.

    Agradecimentos

    Eu agradeo a assistncia de Linde Ostro e Luke Hunter na elaborao desse protocolo. Ambos

    deram sugestes e fizeram comentrios que elevaram a qualidade do manuscrito. James

    Nichols, Kathleen Conforti e Alan Rabinowitz tambm leram o manuscrito e ofereceram

    sugestes e comentrios importantes. Por fim, gostaria de agradecer a Rob Wallace, Andy

    Noss, Marcella Kelly, Bart Harmsen e muitos outros pelas horas de conversa sobre o assunto,

    que contriburam para meu melhor entendimento da metodologia dos levantamentos com

    armadilhas fotogrficas.

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    REFERNCIAS

    Henschel, P. e Ray, J. 2003. Leopards in African Rainforests: Survey and MonitoringTechniques. WCS Global Carnivore Program website.

    Karanth, K.U. e Nichols, J.D. (1998) Estimation of tiger densities in India usingphotographic captures and recaptures. Ecology 79(8), 28522862.

    Karanth, K.U. e Nichols, J.D. (2000) Ecological status and conservation of tigers in India.Final Technical Report to the Division of International Conservation, U.S. Fish andWildlife Service, Washington D.C. and Wildlife Conservation Society, New York.Centre for Wildlife Studies, Bangalore, India.

    Karanth, K.U. e Nichols, J.D. (2002) Monitoring tigers and their prey: A manual forresearchers, managers and conservationists in Tropical Asia. Centre for WildlifeStudies BANGALORE India.

    Karanth, K.U. (1995) Estimating tiger (Panthera tigris) populations from camera-trap datausing capturerecapture models. Biological Conservation 71, 333338.

    Maffei, L, Cuellar, E, e Noss, A (2004) One thousand jaguars (Panthera onca) in Bolivia'sChaco? Camera trapping in the Kaa-Iya National Park. Journal of Zoology 262 (3):295-304

    Otis, D.L., Burnham, K.P., White, G.C., e Anderson, D.R. (1978) Statistical inference fromcapture data on closed populations. Wildlife Monographs 62, 1135.

    Rexstad, E. e Burnham, K.P. (1991) Users guide for interactive program CAPTURE.Abundance estimation of closed populations. Colorado State University, FortCollins, Colorado, USA.

    Silver, S.C., Ostro, L.E., Marsh, L.K., Maffei, L., Noss, A.J., Kelly, M.J., Wallace, R.B.,Gomez, H., e Ayala, G. 2004. The use of camera traps for estimating jaguar(Panthera onca) abundance and density using capture/recapture analysis. Oryx 38(2): 148-154

    Wallace, R.B., Gomez, H., Ayala, G., e Espinoza, F. (2003). Camera trapping capturefrequencies for jaguar (Panthera onca) in the Tuichi Valley, Bolivia. MastozoologiaNeotropical10(1): 133-139

    White, G.C., Anderson, D.R., Burnham, K.P., e Otis, D.L. (1982) Capture-recapture andremoval methods for sampling closed populations. Los Alamos NationalLaboratory, Los Alamos, New Mexico, USA.

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    APNDICE 1

    Exemplo de planilha de dados pronta para ser analisada pelo CAPTURE. Estes dadosrepresentam as histrias de captura de 8 onas (rotuladas de A a H), em 35 dias deamostragem. Neste exemplo, a ona A foi fotografada em duas ocasies separadas (dia 4 e

    dia 11). Quatro animais (B, D, F e H) foram fotografados apenas uma vez. O arquivo deentrada de capturas deve ser algo como o seguinte:

    title='Exemplo de Levantamento de Onas'task read captures occasions=35 x matrixformat='(2x,a1,5x,35f1.0)'read input dataA 00010000001000000000000000000000000B 00000000000000000000000000000001000C 10000000000000000100000001000000000D 01000000000000000000000000000000000E 00000000000000100000000000100000000F 00000000010000000000000000000000000G 00000001000000000000100000000000100H 00000000000000000000010000000000000task closure testtask model selectiontask population estimate ALLtask population estimate APPROPRIATE

    Em detalhes:

    title='Exemplo de Levantamento de Onas' Este o ttulo que voc d ao levantamento

    task read captures occasions=35 x matrix Matriz x se refere ao formato dos dados.

    format='(2x, a1, 5x, 35 f1.0)' - 1.0 refere-se ao formato dos dados# de dias do

    levantamento

    # de espaos

    antes da ID doanimal

    # de caracteres na

    ID

    # de espaos entre

    ID e dados

    # de dias do

    levantamento

    SEUS DADOS

    task closure testtask model selection

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    task population estimate ALLtask population estimate APPROPRIATE

    Estas so as tarefas que voc est pedindo que o CAPTURE realize.

    Para mais detalhes, visite o website:http://www.mbr-pwrc.usgs.gov/software/capture.html