126
FTECBrasil Porto Alegre ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS Professora Mestre Lélia Ferrari

Estratégias Empresariais

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Essa apostila contém estégias empresariais, o que fazer, quando fazer, como fazer e o controle das atitudes a serem tomadas.

Citation preview

Page 1: Estratégias Empresariais

FTECBrasilPorto Alegre

ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS

Professora Mestre Lélia Ferrari

Porto Alegre, agosto de 2008

Page 2: Estratégias Empresariais

ÍNDICE

INTRODUÇÂO......................................................................................................................3

1. A ORGANIZAÇÂO1.1. O Objetivo da Organização.......................................................................................51.2. A Organização como Sistema Social........................................................................51.3. O Ambiente da Organização.....................................................................................71.4. Os recursos Organizacionais....................................................................................71.5. As Características da Organização...........................................................................91.6. A Qualidade Total.................................................................................................. 111.7. Os Valores e Princípios Diretivos da Organização.................................................151.7.1. Filosofia....................................................................................................................161.7.2. Valores.....................................................................................................................171.7.3. Cultura.....................................................................................................................181.7.4. Visão........................................................................................................................211.7.5. Missão......................................................................................................................221.7.6. Estratégia.................................................................................................................25

2. PLANEJAMENTO EMPRESARIAL2.1. Principais Funções do Planejamento......................................................................262.2. Etapas do Planejamento.........................................................................................27

2.3. Tipos de Planejamento............................................................................................28

2.3.1 Planejamento Estratégico........................................................................................292.3.2. Planejamento Tático................................................................................................302.3.3. Planejamento Operacional.......................................................................................30

3. METODOLOGIA DE ELBABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO3.1. Fase I – Diagnóstico

Estratégico...........................................................................333.2. Fase II – Missão da

Empresa.................................................................................523.3. Fase III - Instrumentos Prescritivos e Quantitativos...............................................583.4. Fase IV – Controle e Avaliação...............................................................................61

4. FASES DO PROJETO.................................................................................................68

5. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL

5.1. Componentes da Estratégica..................................................................................705.2. Formas de Classificar as Estratégias......................................................................715.3. Alguns Tipos de Estratégias...................................................................................735.3.1. Estratégica de Sobrevivência..................................................................................735.3.2. Estratégia de Manutenção......................................................................................755.3.3. Estratégia de Crescimento......................................................................................775.3.4. Estratégia de Desenvolvimento..............................................................................785.4. Algumas Estratégias Funcionais............................................................................825.5. Formulação da Estratégia.......................................................................................85

2

Page 3: Estratégias Empresariais

6. O PLANO.......................................................................................................................87

OBRAS CONSULTADAS..................................................................................................88Introdução

Este trabalho tem por objetivo oferecer aos alunos um roteiro composto de

uma coletânea de conceitos e conteúdos sobre o assunto, apresentando

diferentes autores que lhes permitam uma compreensão clara dos aspectos

intervenientes, com vistas à estruturação de competências necessárias à

concepção, elaboração, apresentação e à operacionalização das estratégias

empresariais no planejamento estratégico.

As estratégias empresariais do planejamento estratégico são importantes

para as organizações porque permitem um redimensionamento contínuo de suas

ações presentes e futuras. Possibilita conduzir os esforços para objetivos

preestabelecidos, por meio de uma estratégia adequada e uma aplicação racional

dos recursos disponíveis.

Sem as estratégias empresariais do planejamento estratégico, as decisões

organizacionais ficariam à mercê do acaso, com resoluções aleatórias de última

hora. Portanto, o planejamento estratégico evita a improvisação. Ele é, ainda, um

excelente meio de controle, pois seu processo operacional tem condições de

indicar desvios do curso de ações e os mecanismos de correção em tempo hábil.

Sua importância está também no fato de minimizar os custos, pois quando há

planejamento se prevê com mais cuidado o quanto se vai e se pode investir.

O planejamento, além disso, substitui as atividades isoladas, individuais e

fragmentadas pelo esforço equilibrado, incentivando mais o trabalho em equipe e

evitando julgamentos improvisados por decisões mais conscientes.

Podemos sintetizar cinco vantagens da utilização do planejamento

estratégico nas organizações:

3

Page 4: Estratégias Empresariais

propicia a coordenação de esforços e a maximização de recursos

escassos;

faz com que a organização tome consciência de sua razão de ser, por meio

de uma sistematização estratégica de seu desempenho;

permite aferir se está perseguindo os resultados propostos nos objetivos;

aumenta o nível de interação entre as pessoas que compõem a

organização; e

amplia o horizonte dos dirigentes, orientando-os na prospecção do

ambiente em que a organização irá operar, bem como suscitar-lhes novas

idéias sobre oportunidades a serem exploradas.

O planejamento é realmente imprescindível, para que uma organização

possa delinear-se para o futuro a ser uma força ativa constante, já que ele permite

um revigoramento e acompanha tudo. Isto possibilita à organização uma maior

integração com o seu universo ambiental, dando mais condições de sobrevivência

e vitalidade de um sistema organizacional aberto.

Para tanto, serão trabalhados os seguintes conceitos: organização,

qualidade, valores e princípios, estratégia, planejamento, plano, projeto e

programa.

4

Page 5: Estratégias Empresariais

1. A ORGANIZAÇÂO

As organizações constituem parte integrante da vida das pessoas. O

indivíduo, desde que nasce e durante a sua existência, depara-se com um vasto

contingente de organizações: organizações hospitalares, educacionais, eclesiais,

empresariais, públicas, recreativas e filantrópicas, entre outras.

Segundo o autor Etzioni, as organizações são unidades sociais ou

agrupamentos humanos, intencionalmente construídas e reconstruídas, a fim de

atingir objetivos específicos.

No futuro, as organizações estarão ligadas mais diretamente, mesmo pelos

recursos da informática, aos seus fornecedores, clientes e ao público em geral.

Haverá mais delegação de autoridade e responsabilidade, com o necessário

compromisso de geração de resultados, por parte de cada colaborador.

1.1. O Objetivo da Organização

O objetivo da organização é a situação futura desejada, e que a

organização como uma coletividade, procura atingir.

A fixação e a manutenção de objetivos constituem processo de interação

entre a organização e seu ambiente, a ser desenvolvido através da rede de

comunicação.

1.2. A Organização como Sistema Social

Por sistema entendemos um conjunto de elementos interdependentes que

formam um todo unitário, visando à realização de objetivos comuns com as

características de importação, transformação e exportação de energias.

5

Page 6: Estratégias Empresariais

Assim, devemos considerar três níveis da hierarquia de sistemas:

sistema :é o que se está estudando ou considerando;

subsistema : são as partes do sistema; e

supersistema ou ecosisstema é o todo, e o sistema é um subsistema dele.

Os níveis considerados têm importância para o planejamento estratégico,

pois neste caso existe uma premissa: sistema, ou o que se está estudando, é

sempre a empresa como um todo.

Qualquer organização social constitui um sistema que necessita de

energias do meio ambiente, transforma estas energias recebidas do meio

ambiente externo e exporta as energias transformadas no interior para o meio

ambiente, com a finalidade de conquistar maiores condições de segurança para

sobreviver.

O fato é que não podemos considerar uma organização social somente na

sua forma interna, mas em relação com o ambiente em que ela vive, incluindo

aspectos ecológicos, sociais, econômicos e culturais, entre outros. Todos esses

fatores interferem enormemente nas estruturas internas, porque uma organização

considerada como sistema é um sistema que paz parte de outro sistema mais

amplo, a sociedade.

1.3. O Ambiente da Organização

Ambiente é o conjunto de todos os fatores que, dentro de um limite

específico, se possa conceber como tendo alguma influência sobre a operação do

sistema.

6

Page 7: Estratégias Empresariais

As organizações, para sobreviver, necessariamente precisam relacionar-se

com seu meio ambiente, não só influenciando e causando impacto sobre ele, mas,

sobretudo, sendo influenciadas e sofrendo seus impactos. Principalmente na

atualidade, com as muitas mudanças no campo político, tecnológico, econômico e

social, o ambiente é uma força gritante que ninguém pode desconhecer.

1.4. Os Recursos Organizacionais

A organização é um tipo de empreendimento social através do qual se

reúnem recursos variados para atingir determinados objetivos. Sem recursos não

há como atingir os objetivos.

Os recursos são meios que as organizações possuem para realizar suas

tarefas e atingir seus objetivos: são bens ou serviços consumidos na realização

das atividades organizacionais. Podem ser considerados como insumos para

gerar o produto final ou o serviço prestado pela organização.

Segundo Chiavenato, os recursos organizacionais podem ser classificados

em cinco grupos.

Recursos Físicos ou Materiais

São necessários para as operações básicas da organização, seja para

prestar serviços especializados, seja para produzir bens ou produtos.

Recursos Financeiros

Garantem os meios para a aquisição ou obtenção dos demais recursos

necessários à organização.

7

Page 8: Estratégias Empresariais

Recursos Humanos

São as pessoas que ingressam, permanecem e participam da organização,

qualquer que seja o sue nível hierárquico ou sua tarefa. Estas pessoas trazem

para as organizações suas habilidades, conhecimentos, atitudes,

comportamentos, percepções, etc. Assim sendo, formam o único recurso vivo e

dinâmico da organização, o recurso que decide e trabalha os demais, que são

inertes e estáticos por si.

Além disso, constituem um tipo de recurso dotado de uma vocação dirigida

para o crescimento e o desenvolvimento.

Recursos Mercadológicos

Constituem os meios através dos quais a organização localiza, entra em

contato e influência os seus clientes ou usuários. Neste sentido, os recursos

mercadológicos envolvem: todas as atividades de pesquisa e análise de mercado,

toda a organização de vendas, promoção, propaganda, distribuição dos produtos

através de canais adequados, desenvolvimento de novos produtos necessários às

demandas do mercado, definição de preços, assistência técnica, etc.

Recursos Administrativos

Constituem todos os meios através dos quais as atividades organizacionais

são: planejadas, organizadas, dirigidas e controladas. Incluem todos os processos

de tomada de decisão e distribuição da informação necessária, além dos

esquemas de coordenação e integração utilizados pela organização.

8

Page 9: Estratégias Empresariais

O quadro abaixo apresenta os cinco grupos dos recursos organizacionais

com o conteúdo principal e a denominação tradicional.

Recursos Conteúdo Principal Denominação Tradicional

Materiais ou Físicos

Edifícios e terrenosMáquinasEquipamentosInstalaçõesMatérias-primasMateriaisTecnologia de Produção

Natureza

Financeiros

CapitalFluxo de dinheiroCréditoReceitaFinanciamentosInvestimentos

Capital

Humanos

DiretoresGerentesChefesSupervisoresFuncionáriosOperáriosTécnicos

Trabalho

Mercadológico

Mercado de ClientesConsumidores/Usuários Marketing

AdministrativosPlanejamentoOrganizaçãoControle

Empresa/Management

1.5. As Características da Organização

Todas as organizações sociais possuem uma estrutura funcional própria e

de diferentes formas estruturais entre os departamentos, as divisões e unidades

de trabalho.

9

Page 10: Estratégias Empresariais

O que caracteriza as organizações é sua estrutura e a maneira como suas

atividades são coordenadas. Para um perfeito desempenho das organizações com

vistas a atingir aos objetivos propostos num planejamento estratégico, é

imprescindível que haja um centro aglutinador que comanda diretamente os

setores, em função de um sistema integrante, onde as pessoas passam a interagir

de uma forma mais grupal, perseguindo muito mais as metas supra-individuais.

Para a autora Kunsch, as características das organizações estão

classificadas da seguinte forma:

possuem estruturas de manutenção, de produção e de apoio de produção.

têm um padrão elaborado em forma de papel, no qual a divisão de trabalho

resulta em uma especificidade funcional de papéis.

existe na organização uma clara estrutura de autoridade, que reflete o modo

pelo qual são exercidos o controle e a função gerencial.

existem, como parte da estrutura gerencial, mecanismos regulatórios bem

desenvolvidos e estruturas adaptativas.

O autor Etizioni destaca as características das organizações:

pelas divisões de trabalho, poder e responsabilidade de comunicação, que

não são causais ou estabelecidas pela tradição, mas planejadas

intencionalmente a fim de intensificar a realização dos objetivos específicos e

pela presença de um ou mais centros de poder que controlam os esforços

combinados e os dirigem para seus objetivos; esses centros de poder

precisam, também reexaminar continuamente a realização da organização e,

quando necessário, reordenar sua estrutura, a fim de aumentar sua eficiência.

10

Page 11: Estratégias Empresariais

Todos esses componentes retratam como funciona internamente uma

estrutura organizacional. São componentes que, num agrupamento humano

intencionalmente criado com objetivos específicos, sempre deverão existir. O que

vai diferenciar o funcionamento é a filosofia dos centros de poder de decisão, a

aceitação por parte dos subordinados, bem como seu grau de interesse,

participação e satisfação pessoal e profissional no trabalho.

1.6. A Qualidade Total

A Qualidade Total é uma filosofia de gestão empresarial, hoje presente em

todo o mundo. Começou no Japão, na década de 20, quando se incorporou à

produção industrial , visando evitar defeitos nos produtos.

A evolução da qualidade registra as seguintes fases:

controle final do produto;

controle estatístico do processo, introduzindo segurança e zero defeito na

produção em massa, desde o projeto até o acabamento;

garantia da qualidade, com a sistematização de cada etapa do processo

produtivo, aplicada tanto a produtos quanto a serviços, através de normas,

padrões e procedimentos formais;

Qualidade Total, a partir da década de 60, voltada para a plena satisfação

do cliente e gestão empresarial moderna como exigência de

competitividade do mercado mundial.

A Qualidade Total, atualmente, resume as condições para a sobrevivência

da empresa, por ser a chave de acesso ao mercado globalizado, através da

revolução dos sistemas produtivos.

11

Page 12: Estratégias Empresariais

Segundo Teboul, a qualidade é o conjunto das propriedades e

características de um produto, processo ou serviço que lhe fornecem a

capacidade de satisfazer as necessidades explícitas ou implícitas, na visão da

ISO, International Organization for Standardization, entidade com sede na Suiça,

que é a mais reconhecida internacionalmente em termos de garantia de produção

com qualidade.

Esta definição remete à questão da liderança empresarial, cuja postura

viabiliza a adoção das condutas necessárias à implantação de novos processos

produtivos.

A prática da qualidade requer:

clima de confiança entre os empregados, com a quebra de barreiras entre

as diversas áreas;

capacitação, participação e comprometimento dos empregados com o

futuro da empresa;

cumprir com excelência a finalidade para a qual a empresa foi criada;

fazer certo, da primeira vez, sempre;

busca permanente da perfeição;

satisfação total dos clientes.

A ferramenta básica para a prática da qualidade, que permite o

envolvimento de todos os níveis hierárquicos existentes numa empresa, foi criada

por Kaoro Ishikawa e por ele chamada de CCQ – Círculos de Controle de

Qualidade. Com a existência dos CCQs nas empresas, a qualidade é conquistada

mais facilmente, pois sua essência de ajuda e participação por parte de cada

elemento envolvido tende a tornar o trabalhador cada vez mais motivado.

12

Page 13: Estratégias Empresariais

Os três fundamentos básicos das atividades do CCQ são:

a) contribuição para a melhoria estrutural, organizacional e desenvolvimento da

empresa;

b) criação de uma área de trabalho salutar, em que haja satisfação e respeito à

natureza humana;

c) desenvolvimento das infinitas possibilidades da capacidade mental humana e

viabilidade para sua aplicação.

No Brasil, os CCQs são usualmente identificados como Times da

Qualidade, constituídos por pequenos grupos de funcionários que planejam,

propõem e executam ações voltadas para a qualidade, representando a empresa

como um todo, e não restritos a determinado setor.

Dessas ações, a de maior ênfase, hoje, consiste em surpreender o cliente

com o benefício inesperado. Baseia-se na vantagem competitiva, que significa

bom serviço, bom atendimento e o diferencial de força da criatividade.

A empresa de qualidade total distingue-se contemporaneamente, de

maneira inédita, por sua contribuição a melhores condições de vida. Isto se vincula

à idéia de que voltar-se para o cliente é valorizar o social, é contribuir para o

desabrochar da cidadania.

O cliente esclarecido e que se comporte como cidadão garante à empresa

um retorno compatível com o grau de excelência de seus serviços. Só o

consumidor consciente de sua cidadania, pode corresponder plenamente ao

esforço empresarial na melhoria de serviços e de imagem.

13

Page 14: Estratégias Empresariais

Séries ISO

Os programas de Qualidade Total registram um índice elevado de fracasso.

Provavelmente a causa principal resida na dificuldade em enxergar a inclusão da

qualidade como uma filosofia de trabalho, e não como uma ferramenta

administrativa em moda. Neste campo, não existe meio termo: a competitividade,

viabilizada pela qualidade, deve ser total, abrangente, sem limites.

Esta é a razão pela qual as séries ISO (International Organization for

Standardization) vêm agregando novos focos para conceitos mais avançados de

gestão; de forma a ampliar a abrangência de processos e públicos envolvidos, em

conformidade com a Qualidade Total.

Embora o certificado ISO – “passaporte internacional” para contratos

comerciais – não garanta sozinho a Qualidade Total, consiste em poderosa arma

para alcançá-la, à medida em que introduz e implanta novas metodologias de

trabalho, que por sua vez, requerem novas posturas e condutas. A preparação

para obter uma ISO exige que a empresa reveja todos os seus processos,

inclusive modificando sua cultura.

Tendo sido lançada a certificação em 1987, com a especificação da série

das normas ISO 9000 a 9004 inicialmente para as indústrias, só nos últimos anos

é que chegou às empresas prestadoras de serviços. Em seu conjunto,

determinava normas relativas desde os projetos, produção, instalação e

assistência técnica nos serviços pós-venda, produção de bens e prestação de

serviços, até a gestão de qualidade.

Na década de 90, outras séries ISO agregaram-se às 9000, como as da

ISO 14000, voltada ao modelo de gestão ambiental nas relações comerciais entre

os países, e as da ISO 18000, que trata da segurança e saúde no trabalho.

14

Page 15: Estratégias Empresariais

O conjunto de normas das ISO é tão abrangente em termos de gestão, que,

além de funcionar como “passaporte internacional”, certamente irá determinar às

organizações novos processos e estruturas de trabalho e novas posturas, nas

suas relações com os seus diversos públicos.

1.7. Os Valores e Princípios Diretivos da Organização

Após o embasamento de conteúdos pertinentes às organizações - como

conceituam-se e distinguem-se por meio de usas ações – verifica-se como

consolidam-se – em termos de atitudes – e como sedimentam-se – com referência

a suas filosofias e suas políticas.

É possível compreender como se dispõem as ações e as atitudes da

empresa, observando-se a figura a seguir.

FILOSOFIA,VALORES E CULTURA

VISÃO

MISSÃO

OBJETIVOS

ESTRATÉGIAS

15

Page 16: Estratégias Empresariais

É a partir de seus valores e princípios, filosofia e cultura, missão e visão,

que a empresa se orienta em termos de atitude, daí decorrendo suas ações

concebidas através das estratégias. A evolução da 3M bem o ilustra: seu foco

claro e persistente em inovação e iniciativa individual conduziu-a de uma má

situação inicial para produtora gigante de 60 mil produtos.

A integração da empresa realiza-se basicamente através da filosofia –

valores, comprometimento com verdades comuns – e estratégias – planos,

comprometimento com ações comuns. Filosofia e estratégias consistem em

dimensões da dinâmica organizacional correspondentes respectivamente à sua

perpetuidade e à sua sobrevivência. Entretanto, os conceitos de valor, filosofia e

cultura empresarial não podem ser, sem certa dificuldade, isolados e diferenciados

uns dos outros.

1.7.1. Filosofia

A filosofia contribui decisivamente para a configuração e a consolidação da

imagem institucional, possibilitando que a organização se distinga em um mercado

de grande tamanho, densidade e heterogeneidade. Portanto, a filosofia permite

que a empresa se apresente de forma diferenciada, traduzindo um

comprometimento público, que inspira credibilidade, e, por decorrência,

legitimidade. Isto pode ser demonstrado pelo compromisso da General Electric em

melhorar a qualidade de vida através da tecnologia e das inovações – “GE –

damos vida a coisas boas” – e a sua responsabilidade perante clientes,

empregados, acionistas e a sociedade, que a universalizaram, tornando-a uma

companhia com um dos maiores valores de mercado entre suas congêneres.

Sendo a filosofia, um enunciado sucinto, mas amplo, que resume a

essência de uma organização, observa-se que sua configuração incluí princípios e

valores.

16

Page 17: Estratégias Empresariais

1.7.2. Valores

Os valores são conceitos que representam as convicções claras e

fundamentais que a empresa defende, expressos sob a forma de princípios, a

serem observados coletivamente como guias essenciais em sua atuação.

Para facilitar a compreensão, podem-se estabelecer paralelos, de forma

genérica, destacando as características básicas de dois estilos distintos de

organização e seus respectivos valores.

ORGANIZAÇÕES VERTICALIZADAS ORGANIZAÇÕES HORIZONTALIZADASESTRUTURA

burocrática, hierárquica funções e departamentos isolados centrada internamente métodos de controle rígidos

informal, não hierárquica sistemas e processos integrados centrada externamente estruturas flexíveis

VALORES

conformidade, previsibilidade e estabilidade

comando e controle

produção em massa, foco no volume

inovação, criatividade, individualismo e enfrentamento de riscos

cooperação, comunicação, relacionamento e alianças

qualidade, padronização, velocidade na criação de produtos

Como pode ser observado no quadro acima, nos elementos relativos aos

valores, encontram-se aí, explícita ou implicitamente, mesclados a cultura e o

clima organizacionais.

Considerando-se que os valores correspondem a convicções, a forma como

a empresa se manifesta deve observar absoluta coerência com suas atitudes.

Hoje, a sociedade em geral tem uma forte expectativa no sentido de que as

organizações conduzam-se orientadas pelos seguintes valores:

17

Page 18: Estratégias Empresariais

1. Valorização do consumidor – respeito aos compromissos assumidos

com o nosso mercado – abertura ao diálogo.

2. Ecologia (respeito à natureza) – preocupação com a proteção e

preservação do meio ambiente.

3. A empresa como boa “cidadã” (integração na comunidade) –

participação nas grandes causas de interesse coletivo – e associação

com os grandes momentos da alegria nacional.

4. Ética nos negócios – interpretação cuidadosa do que é moral ou

imoral, não apenas legal ou ilegal.

5. A empresa como parceira – respeito e estímulo à participação dos

funcionários, revendedores e fornecedores.

1.7.3. Cultura

A cultura organizacional é o universo simbólico existente dentro da

empresa. Pode ser traduzida como um conjunto de valores que forma uma

espécie de filtro, mapa ou roteiro, singularizando a identidade organizacional da

empresa. Representa a motivação ou explicação coletiva para comportamentos e

atitudes concretas, permeando todo o mundo da empresa e todas as suas

relações de trabalho. Assim, a organização sustenta-se pela identidade cultural.

Embora haja reconhecidamente uma predominância, nem sempre as

culturas empresariais são homogêneas, podendo manifestarem-se em sub-

culturas próprias distintas entre setores e unidades de negócio, sobretudo nas

grandes organizações. As percepções, os pressupostos e as crenças podem

variar, conforme o contexto de cada ambiente. Assim, a cultura pode derivar ou

ser afetada por fatores herdados do passado ou em voga no presente, oriundos de

características regionais, de sistemas políticos, econômicos, sociais e

educacionais. Por influência das camadas hierárquicas mais altas, pode agregar

costumes de países de origem dos dirigentes (no caso de multinacionais) ou da

mentalidade familiar remanescente (no caso de empresas familiares).

18

Page 19: Estratégias Empresariais

Componentes da Cultura Organizacional

Segundo O’ Brien, a cultura organizacional é composta por um conjunto de

elementos, apresentados a seguir.

Pressupostos: interpretações e avaliações subjetivas, que não se baseiam

em dados objetivos e são coletivamente aceitos como fatos.

Normas, costumes e rotinas: formas de comportamento, interação e

trabalho diário dos membros. Associadas a pressupostos nucleares, as

normas determinam comportamentos aceitáveis e são geralmente

implícitas, numerosas e poderosas. Novos membros são recompensados

ou sancionados em função da sua aceitação destes padrões de

comportamento. As normas e costumes trazem benefícios, mas protegem

igualmente pressupostos nucleares e podem ser extremamente difíceis de

alterar.

Poder: capacidade de fazer coisas. O poder provém da dependência dos

outros, de relações com personagens-chave, ou do acesso ou controle de

recursos-chave. Bases de poder existem em toda a empresa e podem

derivar de estruturas formais ou informais, através de competências

interpessoais.

Ritos e rituais: cerimônias, acontecimentos, programas de formação, etc.,

que sublimam sucessos, marcam pontos de evolução e representam o que

é importante para a organização. Podem incluir acontecimentos negativos,

como despedimento de gestores. Ritos e rituais reforçam normas, contêm

história e podem perdurar muito depois de ter desaparecido a sua função

básica.

Papéis e responsabilidades: as posições ocupadas por indivíduos e

grupos na empresa, incluindo o que se espera deles e qual a sua

responsabilidade no desempenho de tarefas.

19

Page 20: Estratégias Empresariais

Histórias e mitos: Contos e histórias relatados por membros da empresa a

pessoas dentro e fora da organização. Sustentam a história da empresa e

realçam eventos significativos, pessoas e pontos de evolução.

Estrutura: rede formal ou informal, que retrata a forma da organização

trabalhar. As estruturas refletem e preservam bases de poder e revelam

relações importantes.

Símbolos: logotipos, linguagem, terminologia, títulos de status, como as

instalações e os automóveis, que retratam os valores e crenças da

organização.

Sistemas e regras: métodos formais usados para controlar

comportamentos, avaliar e recompensar desempenhos. Sistemas e regras

refletem valores organizacionais e atitudes. Determinam explicitamente

como a empresa motiva, controla e reforça comportamentos.

Valores: as crenças essenciais e profundas da empresa – o que mais

valoriza, independentemente do ambiente externo.

As organizações bem sucedidas têm sua base formatada pelo trinômio:

conceitos, metodologias e ambiente. Os conceitos representam o racional, as

metodologias constituem o físico e o ambiente, o emocional. Com a conjugação

bem articulada destes três fatores é que se obtém a harmonia e a otimização de

esforços.

Concluindo, como afirma Mattar, espera-se que os valores, a filosofia e a

cultura da empresa determinem não apenas sua visão, mas inclusive sua missão,

seus objetivos, estratégias, metas, etc.

Neste sentido, há que se destacar que não se encontram estes conceitos

aplicados de forma linear e consensual nas empresas, possivelmente por falta de

conhecimento e compreensão de seus significados e sua importância.

20

Page 21: Estratégias Empresariais

1.7.4. Visão

Albrecht elucida, na obra de Mattar: que “Uma visão sem ação não passa

de um sonho. Ação sem visão é só um passatempo. Visão com ação pode mudar

o mundo”.

Visão é sinônimo de direção, por estar associada à projeção, ao futuro,

configurando-se como “uma imagem viva de um estado futuro ambicioso e

desejável, relacionado com o cliente, e superior, em algum aspecto importante, ao

estado atual”.

Assim, a visão pode ser associada a um objetivo, uma meta, cuja

consecução depende do grau de compreensão, adesão e interação dos públicos

internos. Por isto, a visão deve ser estabelecida pelos líderes da empresa, em

consulta a colaboradores, na busca de contribuições.

Visão é uma percepção mental do tipo de ambiente que um indivíduo, ou

uma organização, aspira criar dentro de um horizonte de tempo, e as condições

subjacentes para a atualização desta percepção. É a descrição de algo (uma

organização, uma cultura corporativa, um negócio, uma tecnologia, uma atividade)

no futuro. Pode ser também um conceito para uma realidade futura, nova e

desejável, que pode ser comunicado por toda a organização.

A visão estratégica, necessária à eficácia empresarial, pressupõe três

condições:

Liderança Integrada – gerências orientadas por linguagens comuns e

objetivos consensuais que traduzem nitidez quanto à filosofia da empresa.

Organização Flexível – significa uma base estrutural sólida mas flexível, para

adaptar-se às condições mutantes e rapidamente promover correções de rumo

e renovações, implicando igualmente o ajustamento das estruturas formais e

informais, a compatibilização do permanente e do transitório.

21

Page 22: Estratégias Empresariais

Percepção Ambiental – corresponde a capacidade de perceber tendências e

divisar oportunidades, obtendo-se a visão estratégica através de um programa

permanente de educação empresarial.

1.7.5. Missão

Em um sentido geral, a idéia de missão está associada à idéia de encargo,

incumbência, obrigação, compromisso, dever a cumprir. Pode-se pensar, então,

em uma função especial da qual a empresa está incumbida, junto ao seu meio de

atuação.

O autor Campbell propõe uma definição de missão que engloba quatro

elementos: finalidade (a razão de existir da empresa), estratégia (a posição

competitiva e a competência distinta), valores (aquilo que a empresa acredita) e

padrões e comportamentos (que suportem a competência distinta e os valores).

Uma boa definição de missão deve contemplar, implícita ou explicitamente

clientes finais, intermediários e internos, fornecedores, a sociedade e outros

setores envolvidos com as atividades da empresa, de um valor oferecido para

suprir esta necessidade e de um diferencial na produção deste valor.

No enunciado, deve-se evitar falar em produtos, e sim, procurar tratar de

necessidades, valores e diferenciais. Seus critérios de formulação permitem que

ela seja: específica, focalizada na satisfação das necessidades do cliente, reflita

as habilidades essenciais da empresa, entendível, atingível e motivadora.

A missão que estabelece uma satisfação genérica do ambiente, sem indicar

os produtos e/ou serviços, pode chamar-se missão aberta. A missão que indica o

produto ou serviço em que a empresa atua é chamada missão fechada”. Assim,

segundo os critérios já referidos, seriam mais adequadas e efetivas as missões

abertas do que as fechadas.

22

Page 23: Estratégias Empresariais

O autor Nakagawa, na obra de Mattar define que “ A missão de uma

empresa é sua razão de ser e pode ser expressa em diversos níveis de abstração.

Por exemplo, algumas empresas afirmam que:

- Nosso negócio é serviço.

- Melhores produtos e serviços para melhor qualidade de vida através da

química.

- Desejamos ser a melhor organização de serviços do mundo.

- Satisfação pública com nosso serviço.”

Critérios para avaliação do enunciado de missão

Negócio: a missão deve definir o negócio, as necessidades do mercado em

que a empresa atua e suas competências essenciais. Não deve definir o

produto, pois isto constituiria em miopia de marketing e estreitaria os

horizontes da missão.

Simplicidade: a missão deve ser clara, simples, concisa e fácil de memorizar,

sem conter clichês nem conceitos genéricos.

Legitimidade: a missão deve ser compatível com a cultura, os valores e a

visão da empresa, sem conter objetivos e metas financeiras (lucrar x ou y) ou

mercadológicos (ser o número z do mercado, abocanhar x%), pois estes dados

são compatíveis a outros níveis de planejamento.

23

Page 24: Estratégias Empresariais

Exemplo de visão e missão

Um exemplo elucidativo e bem abrangente de filosofia, visão e missão é o

da Fundação Getúlio Vargas, exposto a seguir.

MISSÃO

Avançar nas fronteiras do conhecimento nas áreas das ciências sociais e afins,

produzindo e transmitindo idéias, dados e informações, além de conservá-las e

sistematizá-las, de modo a contribuir para o desenvolvimento sócio-econômico do país,

para a melhoria dos padrões éticos nacionais, para uma governança responsável e

compartilhada e para a inserção do país no cenário internacional.

FILOSOFIA

Permanente compromisso com a ética e os seguintes valores:

conhecimento inter e multidisciplinar;

qualidade;

inovação;

independência intelectual;

pluralismo de idéias;

administração participativa.

VISÃO

A FGV objetivará:

autonomia e integração das diferentes unidades;

estratégias ativas, como novas clientelas, produtos e serviços, estabilidade financeira

e atualização tecnológica;

atuação em rede nacional e inserção internacional;

pessoal motivado, qualificado e adequadamente remunerado.

Conforme a figura da página 15, observa-se uma ordenação, na qual

estratégias sucedem a objetivos, que, por sua vez, sucedem a missão e visão.

Isto, porque as organizações preocupadas com missão, visão e valores precisam

desenvolver sua estratégia baseada em plataformas específicas derivadas dessas

missões, visões e valores.

24

Page 25: Estratégias Empresariais

1.7.6. Estratégia

Estratégia é a mobilização de todos os recursos da empresa no âmbito

global, visando atingir objetivos a longo prazo.

Para o autor Oliveira, estratégia é definida como um caminho, ou maneira,

ou ação formulada e adequada para alcançar, preferencialmente, de maneira

diferenciada, os desafios e objetivos estabelecidos, no melhor posicionamento da

empresa perante seu ambiente.

Atendendo a um critério de estrutura do texto que facilite a compreensão, o

aprofundamento deste conteúdo encontra-se à página 70.

25

Page 26: Estratégias Empresariais

26

Page 27: Estratégias Empresariais

2. PLANEJAMENTO EMPRESARIAL

O planejamento estratégico é o processo administrativo que proporciona

sustentação metodológica para se estabelecer a melhor direção a ser seguida

pela empresa, visando o otimizado grau de interação com o ambiente e atuando

de forma inovadora e diferenciada.

O propósito do planejamento pode ser definido como o desenvolvimento de

processos, técnicas e atitudes administrativas, as quais proporcionam uma

situação viável de avaliar as implicações futuras de decisões presentes em função

dos objetivos empresariais que facilitarão a tomada de decisão no futuro, de modo

mais rápido coerente, eficiente e eficaz. Dentro deste raciocínio, pode-se afirmar

que o exercício sistemático do planejamento tende a reduzir a incerteza envolvida

no processo decisório e, conseqüentemente, provocar o aumento da probabilidade

de alcance dos objetivos, desafios e metas estabelecidas para a empresa.

2.1. Principais Funções do Planejamento

Sem a preocupação de estabelecer todas as características básicas da

função do planejamento como um processo contínuo, apresentam-se, a seguir,

algumas das principais funções:

O planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas às implicações

futuras de decisões presentes. Portanto, aparece como um processo

sistemático e constante de tomada de decisões, cujos efeitos e

conseqüências deverão ocorrer em futuros períodos de tempo.

27

Page 28: Estratégias Empresariais

O planejamento não é um ato isolado. Portando, deve ser visualizado como

um processo composto de ações inter-relacionadas e interdependentes que

visam ao alcance de objetivos previamente estabelecidos.

Deve-se, também, considerar a necessidade de os objetivos serem viáveis

com base na validade das hipóteses em que se baseiam.

O processo de planejamento é muito mais importante que seu produto final.

O produto final do processo de planejamento, normalmente, é o plano,

sendo que este deve ser desenvolvido pela empresa e não para a empresa.

Se não for respeitado esse aspecto, têm-se planos inadequados para a

empresa, bem como uma resistência e descrédito efetivos para sua

implantação.

2.2. Etapas do Planejamento

O planejamento é um processo contínuo que envolve um conjunto

complexo de decisões inter-relacionadas que podem ser separadas de formas

diferentes.

De forma geral, independentemente da metodologia utilizada, alguns

aspectos básicos devem ser considerados em qualquer planejamento, como:

Planejamento dos fins : especificação do estado futuro desejado, ou seja, a

missão, os propósitos, os objetivos gerais, os objetivos setoriais, os

desafios e as metas.

Planejamento dos meios : proposição de caminhos para a empresa chegar

ao estado futuro desejado, por exemplo, pela expansão da capacidade

produtiva de uma unidade e/ou diversificação de produtos. Aqui tem-se a

escolha de macroestratégias, macropolíticas, estratégia, políticas,

procedimentos e práticas.

28

Page 29: Estratégias Empresariais

Planejamento organizacional : esquematização dos requisitos organizacio-

nais para poder realizar os meios propostos. Aqui pode-se ter, por exemplo,

a estruturação da empresa em unidades estratégicas de negócios.

Planejamento de recursos : dimensionamento de recursos humanos e

materiais, determinação da origem e aplicação de recursos financeiros.

Aqui se tem o estabelecimento de programas, projetos e planos de ações

necessárias ao alcance do futuro desejado. Tendo em vista que a amplitude

do planejamento estratégico não permite quantificar com exatidão os

investimentos necessários, é nos programas e projetos que se irá

estabelecer orçamentos pertinentes a cada um desses planos

especificamente. Entretanto, de uma forma estimativa, é possível prever um

montante de recursos necessários ao planejamento, para que se garantam

os investimentos previamente.

Planejamento de implantação e controle : corresponde à atividade de

planejar o gerenciamento de implantação do empreendimento.

2.3. Tipos de Planejamento

Na consideração dos grandes níveis hierárquicos, podem-se distinguir três

tipos de planejamento:

planejamento estratégico;

planejamento tático; e

planejamento operacional.

O planejamento estratégico, de forma isolada, é insuficiente, uma vez que o

estabelecimento de objetivos a longo prazo, bem como seu alcance, resulta numa

situação nebulosa, pois não existem ações mais imediatas que operacionalizem o

planejamento estratégico. A falta desses aspectos é suprida através do

desenvolvimento e implantação dos planejamentos táticos e operacionais de

forma integrada.

29

Page 30: Estratégias Empresariais

Convém destacar que alguns autores alertam para a precariedade do

planejamento estratégico no que se refere ao seu decurso de tempo muito longo

em um universo de constantes mudanças. O conceito de estratégia transforma-se

sucessivamente, como uma característica reação ao aumento da turbulência do

ambiente. Partindo da dimensão do mercado de cada uma das organizações, este

passou de local para regional e hoje é indiscutivelmente mundial.

Além disso, a organização sadia está em contínua mudança, isto é, em

contínua desorganização, pois é isto que gera o crescimento. Se isto não estiver

ocorrendo, a organização estará estagnada. Para suportar a contínua mudança e

a desorganização, necessária ao crescimento e à evolução, sem perder o rumo, a

empresa precisa ter sempre à vista estes parâmetros: missão, valores, metas e a

definição estratégica do conceito empresarial. Esses parâmetros podem ser

discutidos, atualizados, porém nunca poderão deixar de ser os orientadores das

atividades empresariais.

2.3.1. Planejamento Estratégico

Planejamento estratégico é o processo administrativo que proporciona

sustentação metodológica para estabelecer a melhor direção a ser seguida pela

empresa, visando ao otimizado grau de interação com o ambiente e atuando de

forma inovadora e diferenciada.

O planejamento estratégico é, normalmente, de responsabilidade dos níveis

mais altos da empresa e diz respeito tanto à formulação de objetivos quanto à

seleção dos cursos de ação a serem seguidos para sua consecução, levando em

conta as condições externas e internas à empresa e sua evolução esperada.

Também considera as premissas básicas que a empresa, como um todo, deve

respeitar para que o processo estratégico tenha coerência e sustentação

decisória.

30

Page 31: Estratégias Empresariais

2.3.2. Planejamento Tático

O planejamento tático tem por objetivo otimizar determinada área de

resultado e não a empresa como um todo. Portanto, trabalha com decomposições

de objetivos, estratégias e políticas estabelecidas no planejamento estratégico.

O planejamento tático é desenvolvido em níveis organizacionais inferiores,

tendo como principal finalidade a utilização eficiente dos recursos disponíveis para

a consecução de objetivos previamente fixados, segundo uma estratégia

predeterminada, bem como as políticas orientativas para o processo decisório da

empresa.

2.3.3. Planejamento Operacional

O planejamento operacional pode ser considerado como a formalização,

principalmente através de documentos escritos, das metodologias de

desenvolvimento e implantação estabelecidas. Portanto, nesta situação tem-se,

basicamente, os planos de ação ou planos operacionais.

Cada um dos planejamentos operacionais deve conter com detalhes:

recursos necessários para seu desenvolvimento e implantação;

procedimentos básicos a serem adotados;

os produtos ou resultados finais esperados;

os prazos estabelecidos; e

os responsáveis por sua execução e implantação.

31

Page 32: Estratégias Empresariais

3. METODOLOGIAS DE ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO

ESTRATÉGICO

O conhecimento detalhado de uma metodologia de elaboração do

planejamento estratégico nas empresas propicia ao executivo o embasamento

necessário para otimizar sua aplicação.

Através do planejamento estratégico, a empresa espera:

Conhecer e melhor utilizar seus pontos fortes.

Ponto forte é a diferenciação conseguida pela empresa (variável

controlável) que lhe proporciona uma vantagem operacional no ambiente

empresarial.

Conhecer e eliminar ou adequar seus pontos fracos.

Ponto fraco é uma situação inadequada da empresa (variável controlável)

que lhe proporciona uma desvantagem operacional no ambiente

empresarial.

Conhecer e usufruir as oportunidades externas.

Oportunidade é a força ambiental incontrolável pela empresa, que pode

favorecer sua ação estratégica, desde que conhecida e aproveitada,

satisfatoriamente, enquanto perdura.

Conhecer e evitar as ameaças externas.

Ameaça é a força ambiental incontrolável pela empresa, que cria obstáculo

à sua ação estratégica, mas que poderá ou não ser evitada, desde que

conhecida em tempo hábil.

32

Page 33: Estratégias Empresariais

Ter um efetivo plano de trabalho, estabelecendo:

- as premissas básicas que devem ser consideradas no processo;

- as expectativas de situações almejadas pela empresa;

- os caminhos, inclusive os alternativos, a serem seguidos pela empresa;

- o quê, como, quando, por quem, para quem, por que e onde devem ser

realizados os planos de ação; e

- como e onde alocar recursos.

A elaboração do plano inclui a identificação das oportunidades e ameaças

no ambiente da empresa e a adoção de estimativas de risco para alternativas

estabelecidas. Antes de escolher essas alternativas, o executivo deve identificar e

avaliar os pontos fortes e os pontos fracos da empresa e sua capacidade real e

potencial de tirar vantagem das oportunidades percebidas no ambiente, bem como

de enfrentar as ameaças. O executivo deve considerar, também, a explicitação

dos objetivos e das metas a serem alcançados pela empresa, incluindo as

maneiras de desenvolver as estratégicas e ações necessárias à concretização do

processo, respeitando determinadas políticas ou orientações de atuação.

E, como resultado deste trabalho, o planejamento estratégico deverá

apresentar os seguintes resultados finais:

direcionamento de esforços para pontos comuns;

consolidação do entendimento por todos os funcionários da missão, dos

propósitos, das macroestratégias, das macropolíticas, da postura

estratégica, dos objetivos gerais, dos objetivos funcionais, dos desafios, das

metas, das estratégias, das políticas e dos projetos da empresa, bem como

indicar a elaboração do programa de atividades das várias unidades

organizacionais que integra a estrutura organizacional; e

estabelecimento de uma grande agenda de trabalho por um período de

tempo que permita à empresa trabalhar levando em conta as prioridades

estabelecidas e as exceções justificadas.

33

Page 34: Estratégias Empresariais

A metodologia apresentada a seguir deverá ser adaptada ás condições e

realidades internas e ambientais da empresa a ser considerada.

As fases básicas para elaboração e implementação do planejamento

estratégico podem ser as seguintes:

Fase I - Diagnóstico estratégico

Fase II - Missão da empresa

Fase III - Instrumentos prescritivos e quantitativos

Fase IV - Controle e avaliação

3.1. FASE I – DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO

Nesta fase, também denominada auditoria de posição, deve-se determinar

“como se está”. Esse procedimento é realizado através de pessoas

representativas das várias informações, que analisam e verificam todos os

aspectos inerentes à realidade externa e interna da empresa. A auditoria, que

envolve a análise das informações, é precedida pelo briefing, que se concentra na

coleta das informações. Portanto a eficácia da auditoria depende totalmente da

qualidade do briefing, que irá lhe servir de subsídio.

A fase do diagnóstico estratégico pode ser dividida em quatro etapas

básicas apresentadas a seguir.

a) Identificação da visão

Nesta etapa, identificam-se quais são as expectativas e os desejos dos

acionistas, conselheiros e elementos da alta administração da empresa, tendo em

vista que esses aspectos proporcionam o grande delineamento do planejamento

estratégico a ser desenvolvido e implementado.

34

Page 35: Estratégias Empresariais

b) Análise externa

Esta etapa verifica as ameaças e oportunidade que estão no ambiente da

empresa e as melhores maneira de evitar ou usufruir dessa situação. A empresa

deve olhar para fora de si, para o ambiente onde estão as oportunidades e

ameaças. Essa análise deverá ser efetuada pela empresa como um todo,

considerando uma série de tópicos, entre os quais se podem destacar.

mercado nacional e regional;

mercado internacional;

evolução tecnológica;

fornecedores;

aspectos econômicos e financeiros;

aspectos socioeconômicos e culturais;

aspectos políticos;

entidades de classe;

órgãos governamentais;

mercado de mão-de-obra; e

concorrentes

A análise externa tem por finalidade estudar a relação existente entre a

empresa e seu ambiente em termos de oportunidades e ameaças, bem como a

sua atual posição produtos x mercado e, prospectiva, quanto a sua posição

produtos x mercados desejada no futuro.

Classificação das oportunidades e ameaças ambientais

As oportunidades e ameaças ambientais podem ser classificadas da

seguinte forma:

Oportunidades naturais : são as incorporadas à natureza da empresa.

35

Page 36: Estratégias Empresariais

Oportunidades de evolução : são proporcionadas à empresa através da

formação e consolidação gradativa de condições e circunstâncias que

tenderão a concretizar uma vantagem competitiva definida e concreta.

Oportunidades sinérgicas : proporcionam situações complementares e

adicionais para a empresa. Normalmente, provocam modificações na

estrutura organizacional e exigem novo setor de conhecimento.

Oportunidades de inovação : normalmente, modificam as características

econômicas fundamentais e a capacidade da empresa, requerem grandes

esforços, recursos de primeira classe, dispêndios em pesquisa e

desenvolvimento e/ou grande investimento de tecnologia de ponta.

Ameaças naturais : são as incorporadas à natureza da empresa.

Ameaças aceitáveis : são as que a empresa permite aceitar, sendo

importante analisar até que ponto a situação é aceitável.

Ameaças inaceitáveis : são as que a empresa não se permite aceitar devido

à sua incapacidade para explorar uma situação de êxito quando esta

ameaça existir.

Para o estabelecimento das oportunidades e ameaças da empresa, os

executivos devem analisar uma série de aspectos, entre os quais se destacam:

1 – Quanto às informações que o executivo utilizará, podem-se

analisar os seguintes aspectos:

Quanto à tecnologia, alguns aspectos que o executivo deve considerar

são:

- Quais as alterações tecnológicas possíveis?

- Quais as entidades de pesquisa, institutos e universidade que estão ou

poderão estar envolvidos?

- Quais os programas de pesquisa?

- O processo é função do equipamento ou exige muitos gerentes de operações?

36

Page 37: Estratégias Empresariais

- O usuário cria ou compra aperfeiçoamentos no equipamento?

- Quão críticas para o processo são as qualificações da mão de obra envolvida

no processo?

- Quão longa é a vida útil dos equipamentos utilizados?

- Quais são os custos de capital para a empresa entrar no mercado?

Quanto ao governo, podem-se analisar:

- a legislação pertinente;

- a identificação e análise dos órgãos que legitimam;

- os planos governamentais e seus objetivos; e

- a política econômica financeira.

Quanto ao subsistema financeiro, podem-se analisar:

- os tipos de instituições financeiras;

- a quantidade dessas instituições;

- a forma de atuação de cada tipo de instituição;

- os tipos de operações financeiras por instituição; e

- as condições das operações (prazos de carências, de amortização, taxas de

juros, garantias exigidas, reciprocidade e linhas especiais de crédito)

Quanto à comunidade, podem-se considerar:

- a população (como mercado de mão-de-obra), se está aumentando ou

diminuindo;

- os valores sociais (padrões de comportamento), culturais e espirituais; e

- a infra-estrutura existente, quando à educação, saúde etc.

2 – Quanto à identificação e análise dos principais ramos de negócios do

ambiente no qual a empresa se situa, deve-se considerar o mercado

interno, o mercado externo, seus fornecedores e consumidores, bem

como as várias peculiaridades de cada mercado.

37

Page 38: Estratégias Empresariais

Quanto aos consumidores, podem-se considerar:

- quem são (e se estão aumentando ou diminuindo);

- onde estão localizados;

- como podem ser alcançados (estrutura de distribuição);

- qual a renda pessoal;

- qual a renda disponível

- como compram;

- como se comportam;

- quais são suas tendências;

- quais seus padrões de qualidade;

- quais os compradores-chaves; e

- quais os usuários finais.

Quanto à definição do mercado, podem-se considerar:

- qual a competição que existe por outros produtos (outras indústrias);

- qual a segmentação de mercado;

- qual o nível de padronização do produto e se existe potencial para

diferenciação de produto;

- qual a importância do serviços ou manutenção ou outras funções de operação

na competição;

- quais são os nichos mais atrativos no mercado e quão bem protegidos estão

(por região geográfica, por nível de serviços, pr canal de distribuição etc.); e

- qual a velocidade de mudança no produto e de onde se origina.

38

Page 39: Estratégias Empresariais

Quanto aos aspectos básicos do ramo industrial no qual a empresa

está situada, podem-se considerar:

- tamanho;

- tendências e perspectivas;

- tipos de produtos;

- causas de crescimento e possíveis conseqüências;

- necessidades básicas identificadas; e

- oportunidades de que a empresa poderá usufruir.

Quanto aos concorrentes, podem-se analisar:

- quantos e quais são;

- qual a tecnologia básica que cada concorrente utiliza;

- qual a participação de cada concorrente no mercado;

- qual seu faturamento, volume de vendas, lucros e tendências;

- qual o tipo e nível de promoção dos concorrentes, verificando o orçamento

global, o orçamento de publicidade e o orçamento de pesquisa de mercado;

- qual o tipo e nível de força de vendas dos concorrentes, verificando o processo

e os critérios de seleção, treinamento, supervisão, salários e prêmios,

capacitação , desempenho, e o nível de motivação e reputação de seus

vendedores, promotores e distribuidores; e

- qual sua linha de produtos, analisando seus tipos, vendas e participação no

mercado, preços, qualidades e as respectivas tendências.

Quanto aos fornecedores, alguns aspectos a serem analisados são:

- quem são;

- quantos são;

- onde estão localizados;

- qual a oferta total;

- seus preços de venda;

- seus prazos de venda e de entrega; e

- a qualidade de seus produtos.

39

Page 40: Estratégias Empresariais

d) Análise interna

Esta etapa verifica os pontos fortes, fracos e neutros da empresa. O ponto

neutro é uma variável identificada pela empresa; todavia no memento, não

existem critérios e parâmetros de avaliação para sua classificação como ponto

forte ou fraco.

No estabelecimento das etapas do processo de definição de pontos fortes,

fracos e neutros da empresa, a estrutura organizacional aparece como um dos

principais atributos a serem analisados, pois somente em empresa com a

estrutura organizacional bem definida pode alcançar seus objetivos de maneira

adequada.

Alguns fatores a serem considerados na análise interna são:

produtos e serviços atuais

novos produtos e serviços;

promoção;

imagem institucional;

comercialização;

sistema de informações;

estrutura organizacional;

tecnologia;

suprimentos

parque industrial

recursos humanos;

estilo de administração;

resultados empresariais;

recursos financeiros/finanças; e

controle e avaliação.

40

Page 41: Estratégias Empresariais

A análise interna tem por finalidade colocar em evidência as deficiências e

qualidades da empresa que está sendo analisada, ou seja, os pontos fortes, fracos

e neutros da empresa que esta sendo analisada, ou seja, os pontos fortes e fracos

da empresa deverão ser determinados diante de sua atual posição produto x

mercado. Essa análise deve tomar como perspectiva para comparação as outras

empresas de seu setor de atuação, sejam elas concorrentes diretas ou apenas

concorrentes potenciais.

Para o estabelecimento dos pontos fortes, fracos e neutros da empresa, o

executivo deverá analisar uma série de aspectos, entre os quais podem ser

citados:

funções a serem analisadas;

aspectos organizacionais;

abrangência dos processos;

níveis de controle e avaliação;

critérios de avaliação; e

obtenção de informações.

A seguir, são apresentadas considerações gerais a respeito desses seis

aspectos:

1 – Quanto às funções a serem analisadas

Nesse caso, consideram-se, para facilitar a análise interna, as grandes

funções de uma empresa, seja, marketing, finanças, produção e recursos

humanos.

41

Page 42: Estratégias Empresariais

Função Marketing

O executivo poderá considerar, para efeito de análise, os seguintes

aspectos, entre outros:

Quanto ao sistema de distribuição:

- a forma de atuação dos vendedores da empresa;

- seus distribuidores e representantes;

- sua quantidade e correspondente capacidade de escoamento dos canais de

distribuição;

- o processo de estabelecimento de preços e suas conseqüências; e

- suas políticas com as vantagens, desvantagens e peculiaridades.

Quanto aos produtos:

- sua marca;

- a descrição básica dos produtos;

- os aspectos de embalagem e despachos, com especificações;

- o sistema de transporte e responsabilidades inerentes;

- a participação de mercado, separado por produto, por período, por área,

considerando os dados por unidades, em valores monetários e em

percentagens;

- suas vantagens básicas, analisando qualidade, preço, promoção e outros

aspectos necessários; e

- suas desvantagens, considerando qualidade, preço, promoção e outros

aspectos necessários.

Quanto à pesquisa de mercado, que representa um dos aspectos mais

relevantes para o processo decisório:

- os dados gerais de mercado, verificando a organização da pesquisa e seus

resultados, em função de fatos, sua análise, interpretação e recomendações;

42

Page 43: Estratégias Empresariais

- a opinião dos clientes e dos canais de distribuição sobre a empresa, seus

produtos, pessoal, políticas e concorrência;

- a análise das tendências de mercado, considerando o mercado global, os

produtos de sucesso, as diferenças na qualidade e preço dos produtos;

- as fontes de sugestões sobre o produto e o mercado, consolidados através de

pesquisas, distribuidores, vendedores e consumidores. A pesquisa de mercado

deverá consolidar as razões para o novo produto existir, sendo que essas e

razões podem ser para aproveitar tendências do mercado, para completar uma

linha de produtos. Para usar disponibilidades na linha de produção ou para

aumentar o lucro.

- Aspectos de sazonalidade e modismo do produto; e

- Os potenciais da área do mercado, bem como as vendas previstas por produto,

região, zona, período e o correspondente potencial de compra.

Quanto à força de venda:

- seu número e localização;

- especificação de suas tarefas;

- quais as fontes de recrutamento e os processos de seleção e treinamento;

- como são estabelecidas as quotas de vendas;

- como são desenvolvidos e controlados seus plano de trabalho;

- quais os auxílios e ajudas de custo que recebem;

- quais as informações que recebem e fornecem; e

- quais os critérios de avaliação.

Quanto aos novos produtos:

- como são idealizados;

- como são selecionados;

- como são lançados; e

- como são avaliados.

43

Page 44: Estratégias Empresariais

Quanto à promoção e propaganda:

- o orçamento por produto, período e veículo (mídia);

- o processo de pesquisa;

- as alternativas de veículos (mídia):revistas, catálogos, mala direta, rádio, jornal,

televisão, shows etc.;

- os critérios para escolha da veiculação (custo , freqüência, alcance,

periodicidade, audiência etc.);

- os critérios de escolha e forma de atuação das agências de promoção e de

propaganda; e

- a maneira de coordenar todo o processo.

Quanto às políticas mercadológicas:

- estabelecimento de preços;

- descontos por quantidade;

- devolução de mercadorias;

- escolha de revendedores; e

- pagamentos de comissões.

Quanto à organização do departamento de marketing:

- tipo de departamentalização;

- a distribuição das tarefas e responsabilidades;

- a capacitação do fator humano; e

- a interação entre os departamentos (unidades organizacionais).

Função Finanças

Nesse caso podem-se ter dois grandes tipos de análise, que poderão

facilitar o processo decisório do executivo:

44

Page 45: Estratégias Empresariais

Análise dos índices financeiros:

Os dados e informação necessários são tirados dos balancetes e balanços

e comparados na própria empresa, verificando alguns exercícios antecedentes,

bem como outras empresas que apresentam alguma similaridade (tamanho, ramo

de atuação etc.).

Os índices podem ser classificados de acordo com os tipos de medidas aos

quais se propõem.

- lucro líquido/patrimônio líquido;

- lucro líquido/vendas líquidas;

- lucro líquido/capital de giro líquido;

- retorno sobre os ativos empregados;

- realizável a curto prazo (ativo corrente)/exigível a curto prazo;

- ativo imobilizado (fixo)/patrimônio líquido;

- estoque de giro líquido

- exigível a longo prazo/capital de giro líquido;

- exigível a curto prazo/estoques;

- exigível total/patrimônio líquido;

- exigível a curto prazo/patrimônio líquido;

- vendas líquidas/patrimônio líquido;

- vendas líquidas/capital de giro líquido;

- vendas líquidas/estoques; e

- período de cobrança.

Análise do sistema de planejamento e controle financeiro e do sistema

de registro e de análise contábil:

Para concretizar esta análise, é necessário estar atendo para os seguintes

aspectos, entre outros:

45

Page 46: Estratégias Empresariais

- as funções, decisões e ações financeiras;

- a empresa como um todo (considerada como um sistema);

- a estrutura da área financeira;

- os orçamentos;

- os relatórios e demonstrativos contábeis e financeiros;

- os controles;

- as projeções de lucro;

- as políticas financeiras; e

- os fluxos de caixa.

Função Produção

Para efetuar a análise interna da empresa, referente a essa função, é

necessário considerar alguns aspectos:

Quanto à instalação industrial:

- Qual a localização e suas vantagens?

- Qual o tamanho?

- Qual o grau de proteção contra greves, sabotagens, incêndios etc?

- Corresponde a um local agradável de se trabalhar?

- Qual o nível de conservação dos prédios e maquinários?

Quanto aos equipamentos e instalações:

- Qual o nível de utilização?

- São utilizados de forma adequada?

- São modernos e atualizados, bem como estão em boas condições?

- Como está sendo aplicado o programa de manutenção preventiva?

- Como está a manutenção corretiva?

- Qual o nível de gasto de manutenção?

- Como estão as medidas de segurança no trabalho?

46

Page 47: Estratégias Empresariais

Quanto ao processo produtivo:

- Qual o índice de produtividade?

- Qual o nível de utilização da capacidade instalada?

- Qual a situação do arranjo físico?

- Quais os incentivos de produção utilizados?

Quanto à programação e controle da produção:

- Qual a eficácia do sistema PCP (Programação e Controle de Produção)

aplicado?

- Qual a média no cumprimento de prazos de entrega dos produtos aos

compradores?

- Qual o nível de interação entre as áreas de marketing e produção?

Quanto à qualidade:

- Qual o nível de qualidade apresentado?

- Qual o nível de devolução de produtos?

- Qual o nível de atendimento aos clientes quando da devolução ou reclamação

dos produtos e serviços?

Quanto ao sistema de custos industriais:

- Quais os critérios de apropriação?

- Quais os critérios de divulgação e de analise?

- Quais as tendências apresentadas?

- Qual o nível de controle e avaliação de resultados?

Quanto à pesquisa e ao desenvolvimento (P&D):

- Qual a importância que a alta administração proporciona para P&D?

- Qual o percentual do faturamento alocado em P&D?

- Quais os critérios utilizados para a área de P&D?

47

Page 48: Estratégias Empresariais

Quanto aos suprimentos:

- Qual a percentagem dos custos dos materiais comprados em relação ao

produto fabricado?

- Qual o valor das compras por período?

- Quais os critérios de seleção dos fornecedores?

- A compra é centralizada ou descentralizada?

- Quais os critérios para controle de inventários?

- Quais is níveis de rotação de estoques?

- Quais os tipos e critérios de controle? São eficazes?

Quanto à organização da fábrica:

- Qual a situação da estrutura organizacional e seus componentes?

- Qual a situação das normas e procedimentos?

- Qual a situação de tempos e métodos?

Função Recursos Humanos

Alguns dos aspectos que o executivo poderá considerar para sua análise

interna na empresa são:

Quais as atitudes e o grau de importância da alta administração quanto ao

assunto fator humano na empresa?

Qual a eficácia dos programas de recrutamento, seleção e admissão de

funcionários? E dos programas de treinamento e promoção?

A empresa é sindicalizada?

Qual o índice de rotação dos empregados?

Qual o moral e a produtividade dos empregados?

Qual o índice de absenteísmo?

Qual o nível e tipo de reivindicações dos empregados?

Como está o quadro de carreira e o plano de cargos e salários?

Como está o plano de benefícios?

Existem substitutos adequados para todos os cargos-chaves?

48

Page 49: Estratégias Empresariais

Qual o clima organizacional?

2– Quanto aos aspectos organizacionais da empresa a serem

analisados

Neste segundo grande aspecto a ser considerado para o estabelecimento

da análise interna da empresa, pode-se analisar:

estrutura organizacional;

principais políticas;

capacitação e habilidades da alta administração; sistemas de informações

operacionais e gerenciais;

normas e procedimentos operacionais;

sistemas de planejamentos (estratégico, tático e opearcional);

conhecimentos, atitudes e comportamento das chefias;

acordos com sindicatos;

instalações industriais;

capacitação e habilidades dos empregados;

idéias de novos produtos e serviços;

rede de distribuição;

capacitação e habilidades da força de vendas;

portfólio de produtos e serviços;

controle de qualidade;

conhecimento das necessidades do consumidor; e

domínio do mercado consumidor.

3 – Quanto à abrangência dos processos

Para este terceiro item a ser considerado no estabelecimento da análise

interna, podem-se examinar:

49

Page 50: Estratégias Empresariais

a empresa como um todo, considerada como um sistema;

as áreas funcionais da empresa;

as unidades organizacionais;

os grupos de indivíduos; e

os indivíduos.

4 – Quanto aos níveis de controle e avaliação do sistema pelo

executivo da empresa

Neste caso é necessário verificar se o controle efetuado está em um dos

seguintes níveis:

Controla a eficiência?

Controla a eficácia? e/ou

Controla a efetividade?

5 – Quanto aos critérios que o executivo utiliza para avaliar se um

ponto é forte, fraco ou neutro

Neste caso podem-se considerar, entre outros aspectos:

base histórica da empresa;

opiniões pessoais;

opiniões de consultores e de executivos da empresa;

análise em literatura; e

análise orçamentária.

50

Page 51: Estratégias Empresariais

6 – Quanto à maneira de o executivo obter as informações necessárias

para a análise interna

Neste sexto grande aspecto a ser considerado para o estabelecimento da

análise interna da empresa, o executivo poderá utilizar, entre outros aspectos:

observação pessoal;

conversas pessoais;

questionários;

experiência e prática;

documentação do sistema;

reuniões;

funcionários;

documentos publicados, periódicos, livros e revistas;

membros do Conselho de Administração e Conselho Fiscal;

consultores; e

indicadores econômicos e financeiros.

e) Integração dos Vários Fatores Considerados na Análise Interna e

Externa da Empresa

Os vários recursos considerados e analisados no diagnóstico estratégico

devem estar integrados dentro dos princípios do enfoque sistêmico, como, por

exemplo, para o lançamento de um novo modelo de microcomputador, a empresa

deverá estar preparada para responder algumas perguntas:

51

Page 52: Estratégias Empresariais

Do departamento de marketing:

- Existe mercado para esse novo produto?

- Qual o tamanho do mercado para esse produto?

- Quais são as características básicas que esse produto deve ter?

- Qual o nível da concorrência?

- Que faixa de mercado pretende e pode atingir?

- Qual deverá ser o preço básico de venda?

- De quais canais pode dispor para efetuar a distribuição?

- Qual o custo do processo de distribuição?

- Como será lançado o produto?

- Qual será o custo da promoção do produto?

Do departamento de produção:

- Existe capacidade para produzir o produto? Na quantidade solicitada?

- Qual o custo da produção?

- Pode-se produzir na qualidade solicitada?

Dos departamentos de produção e recursos humanos:

- Existe mão de obra capacitada para essa produção?

Dos departamentos de marketing e recursos humanos:

- Existe mão-de-obra capacitada para a venda do novo modelo de

microcomputador?

Dos departamentos de marketing e finanças:

- Qual o volume de vendas que recompõe o investimento inicial nesse produto?

Dos departamentos de produção e finanças e pela alta administração:

- O resultado esperado do produto justifica o investimento necessário?

52

Page 53: Estratégias Empresariais

f) Análise dos Concorrentes

Esta etapa compõe um aspecto da etapa da análise externa. Entretanto,

seu tratamento deve ser detalhado, pois seu produto final irá proporcionar a

identificação das vantagens competitivas da própria empresa e a dos

concorrentes. Nesta etapa, evidencia-se a necessidade de uma avaliação da

qualidade da informação para uma avaliação preliminar do nível de risco que a

empresa está adotando.

3.2. FASE II – MISSÃO DA EMPRESA

Neste ponto seve ser estabelecida a razão de ser da empresa, bem como

seu posicionamento estratégico.

Esta fase pode ser decomposta, de forma conceitual genérica, nas etapas

apresentadas a seguir.

Estabelecimento da Missão da Empresa

A missão é a determinação do motivo central do planejamento estratégico,

ou seja, a determinação de como a empresa se concebe. Corresponde a um

horizonte dentro do qual a empresa atua ou poderá atuar. Portanto, a missão

representa a razão de ser da empresa (conforme conteúdos apresentados nas

páginas 15 a 25).

Estabelecimento dos Propósitos Atuais e Potenciais

Dentro da missão, o executivo deve estabelecer os propósitos da empresa.

Os propósitos correspondem à explicitação dos setores de atuação dentro da

missão que a empresa já atua ou está analisando a possibilidade e entrada no

setor, ainda que esteja numa situação de possibilidade reduzida.

53

Page 54: Estratégias Empresariais

Portanto, a empresa deve armazenar todos os dados e informações

referentes a seus propósitos atuais e futuros.

Estruturação e Debate de Cenários

Os cenários representam critérios e medidas para a preparação futura da

empresa. Esses cenários devem ser montados com base nos dados e

informações fornecidos pelo sistema de informações estratégicas.

O executivo pode desenvolver cenários que retratem determinado momento

no futuro ou que detalhem a evolução e a seqüência de eventos, desde o

momento atual até determinado momento futuro.

A elaboração dos cenários pode ter como fundamentação:

o pensamento estratégico com a idealização de situações futuras possíveis

que não necessariamente tenham alguma interligação com o presente e o

passado;

o estabelecimento de base de dados socioeconômicos e de infra-estrutura;

debates com o setor empresarial e estrita interação com a comunidade

técnico-científica;

uma abordagem sistemática e multidisciplinar; e

uma metodologia estruturada e especialmente desenvolvida para o debate

e estabelecimento de cenários.

Com referência às formas básicas de desenvolvimento de cenários, o

executivo pode considerar suas situações principais:

54

Page 55: Estratégias Empresariais

Abordagem projetiva de cenários

A abordagem prospectiva caracteriza-se por levar em consideração outros

aspectos, tais como:

- visão global;

- variações qualitativas, quantificáveis ou não, subjetivas ou não, conhecidas ou

não;

- concorrência de futuro múltiplo e incerto;

- o futuro atuando como determinante da ação presente; e

- uma análise intencional, em que o executivo pode utilizar variáveis de opinião

(julgamento, pareceres, probabilidades subjetivas etc.) analisadas por métodos

do tipo da análise estrutural, impactos cruzados etc.

Abordagem prospectiva de cenários

No desenvolvimento dos cenários, os executivos das empresas podem

considerar alguns módulos de ação interatuantes, a saber:

- Módulo tecnológico : Aborda as principais tendências tecnológicas, os

potenciais de desenvolvimento de novas aplicações e as respectivas

capacitações necessárias.

- Módulo político-econômico : Estuda as projeções dos objetivos e da realidade

da macro e microeconomia, traduzidas nas pressões externas e internas, direta

e/ou indiretamente agindo sobre o setor de atuação da empresa.

- Módulo produto e prestação de serviços : Analisa as tendências do conjunto de

produtos e serviços oferecidos no que se refere aos seus múltiplos aspectos de

capacitação em infra-estrutura e de operação.

- Módulo propósitos atuais e potenciais : Estuda a situação futura dos vários

segmentos em que a empresa atua e/ou existe a possibilidade de algum dia vir

a atuar.

55

Page 56: Estratégias Empresariais

- Módulo sociocultural : Estuda as evoluções do quadro social e cultural,

principalmente, quanto aos valores que apresentam maior interação com os

outros módulos.

Estabelecimento da Postura Estratégica

A postura proporciona um quadro-diagnóstico geral da empresa, resultante

do confronto entre seus pontos fortes e fracos e que a qualifica quanto a sua

capacidade de aproveitar as oportunidades e de enfrentar ameaças externas ou

não controláveis pela empresa.

A postura estratégica corresponde à maneira ou a postura mais adequada

para a empresa alcançar seus propósitos dentro da missão, respeitando sua

situação interna e externa atual, estabelecida no diagnóstico estratégico.

A postura estratégica da empresa é estabelecida por uma escolha

consciente de uma das alternativas de caminho e ação para cumprir sua missão.

Objetiva orientar o estabelecimento de todas as estratégicas e políticas,

principalmente as de médio e longo prazo necessárias para a empresa, a partir do

momento em que se decidiu por determinada missão.

O estabelecimento da postura estratégica da empresa é limitado por três

aspectos:

a missão da empresa;

a relação (positiva ou negativa) entre as oportunidades e ameaças que a

empresa enfrenta no momento específico da escolha; e

a relação (positiva ou negativa) entre os pontos fortes e os fracos que ela

possui para fazer frente às oportunidades e ameaças do ambiente. Nessa

situação devem-se, também, especificar os recursos de que a empresa

dispõe para tirar proveito das oportunidades ambientais.

56

Page 57: Estratégias Empresariais

Entretanto, existe outro aspecto que pode influenciar a postura da empresa:

o elemento psicológico, que envolve valores, atitudes, motivações e anseios dos

proprietários, bem como dos executivos que têm o poder de decisão na empresa.

Para fazer frente à situação apresentada, a empresa pode escolher uma

das posturas estratégicas que serão detalhadas no capítulo seguinte:

a sobrevivência;

a manutenção;

o crescimento; e

o desenvolvimento.

Os propósitos empresariais representam compromissos ou setores da

atuação, atuais ou potenciais, que a empresa se impõe no sentido de atender a

sua missão.

Esses propósitos devem ser especificados a partir de cinco componentes:

O binômio produto x mercado , que via restringir a empresa ao ramo e aos

mercado em que ela atua; esse binômio reduz a amplitude da análise

ambiental a mercados e, conseqüentemente, a produtos bem delimitados.

O vetor de crescimento , que permite identificar se a empresa está

movendo-se dentro da indústria (expansão) ou através das fronteiras da

indústria onde está localizada (diversificação). Portanto indica a direção

para a qual a empresa está movendo-se com relação a sua atual postura

estratégica, no contexto da relação produto x mercado.

57

Page 58: Estratégias Empresariais

A vantagem competitiva , que possibilita identificar os produtos e os

mercados para os quais a empresa está, realmente, capacitada para atuar.

O processo de determinação da vantagem competitiva pode ser feito de

dentro para fora (quais as vantagens que a empresa apresenta para operar

numa relação produto x mercado), ou de fora para dentro (quais são os

produtos e mercados para os quais a empresa tem condições únicas de

competição). A vantagem competitiva procura isolar as características de

oportunidades únicas dentro do campo definido pelo âmbito produto x

mercado e pelo vetor de crescimento. Ela procura identificar propriedades

particulares de relação produtos x mercados individuais que darão à

empresa forte posição competitiva.

A sinergia , que possibilita estabelecer a habilidade e a capacidade de a

empresa fazer adequado investimento num produto de mercado.

Naturalmente, deve ser considerada a sinergia positiva, a qual ocorrerá em

determinadas ações de crescimento através da expansão e/ou da

diversificação. A sinergia pode ser considerada como uma medida de

capacidade da empresa de se lançar, com sucesso, num novo produto ou

serviço.

O risco envolvido ocorre quando são conhecidos os estados futuros que

possam surgir e suas respectivas probabilidades de ocorrência. O risco

estabelece o nível da problemática em que o executivo está atuando em

determinado momento e situação.

Estabelecimento das Macroestratégias e Macropolíticas

É na fase do delineamento da missão que o executivo deve estabelecer as

macorestratégias e as macropolíticas da empresa.

As macroestratégias correspondem às grandes ações ou caminhos que a

empresa deverá adotar para melhor interagir, usufruir e gerar vantagens

competitivas no ambiente.

58

Page 59: Estratégias Empresariais

As macropolíticas correspondem às grandes orientações que servirão como

base de sustentação para as decisões, de caráter geral, que a empresa deverá

tomar para melhor interagir com o ambiente.

O conjunto das macroestratégias e das macropolíticas corresponde às

grandes orientações estratégicas da empresa.

3.3. FASE III – INSTRUMENTOS PRESCRITIVOS E QUANTITATIVOS

Nesta fase, a análise básica é a de “como chegar na situação que se

deseja”. Para tanto, pode-se dividir esta fase em dois instrumentos perfeitamente

interligados.

Instrumentos Prescritivos

Os instrumentos prescritivos do processo de planejamento estratégico

proporcionam a explicitação do que deve ser feito pela empresa para que se

direcione ao alcance dos propósitos estabelecidos dentro de sua missão, de

acordo com sua postura estratégica, respeitando as macropolíticas, bem com as

ações estabelecidas pelas macroestratrégias.

Estabelecimento de objetivos, desafios e metas

Nesta etapa, o executivo deve saber estabelecer, através de diferentes

técnicas (cruzamento dos fatores externos internos, interação com cenários,

administração por objetivos etc.), os seguintes aspectos.

- Objetivo: é o alvo ou situação que se pretende atingir. Aqui se determina para

onde a empresa deve dirigir seus esforços.

59

Page 60: Estratégias Empresariais

- Objetivo funcional: é o objetivo intermediário, relacionado às áreas

funcionais, que deve ser atingido com a finalidade de alcançar os objetivos da

empresa.

- Desafio: é uma realização que deve ser, continuamente, perseguida,

perfeitamente quantificável e com prazo estabelecido, que exige esforço extra

e representa a modificação de uma situação, bem como contribui para ser

alcançada uma situação desejável identificada pelos objetivos.

- Meta: corresponde aos passos ou etapas, perfeitamente quantificados e com

prazos para alcançar os desafios e objetivos.

Estabelecimento das estratégias e políticas funcionais

Nesta etapa, os aspectos a serem definidos, utilizando-se diferentes

técnicas de análise, são:

- Estratégia: é a ação ou caminho mais adequado a ser executado para

alcançar o objetivo, o desfio e a meta. É importante procurar substabelecer

estratégias alternativas para facilitar as alterações dos caminhos ou ações de

acordo com as necessidades. As estratégicas podem ser estabelecidas por

área funcional da empresa. A partir das estratégias, devem ser desenvolvidos

os planos de ação, os quais são consolidados através de um conjunto de

projetos.

- Política: é a definição dos níveis de delegação, faixas de valores e/ou

quantidades limites e de abrangência das estratégias e ações para consecução

dos objetivos. A políticas fornece parâmetros ou orientações para a tomada de

decisões. Corresponde a toda base de sustentação para o planejamento

estratégico. Normalmente, são estabelecidas por área funcional da empresa,

embora se ressalte que a políticas é um parâmetro ou orientação para a

tomada de decisões pela empresa como um todo.

60

Page 61: Estratégias Empresariais

Neste momento, o executivo está em condições de estabelecer outro

importante item do planejamento estratégico nas empresas, as diretrizes que é o

conjunto estruturado e interativo dos objetivos, estratégicos e políticas da

empresa.

Estabelecimento dos projetos e planos de ação

Nesta etapa, devem ser estabelecidos, a partir das estratégias e

respeitando as políticas, os seguintes aspectos:

- Projetos: são trabalhados a serem feitos com responsabilidades de execução,

resultados esperados com quantificação de benefícios e prazos para execução

preestabelecidos, considerando os recursos humanos, financeiros, materiais e

de equipamentos, bem como as áreas envolvidas necessárias a seu

desenvolvimento.

- Programas: são os conjuntos de projetos homogêneos quanto ao seu objetivo

maior.

- Planos de ação: são conjuntos das partes comuns dos diversos projetos

quanto ao assunto que está seno tratado.

Quando se consideram os instrumentos prescritivos, mais precisamente o

estabelecimento de objetivos e estratégias, ocorre o momento mais adequado

para a definição da estrutura organizacional da empresa, pois somente dessa

maneira se pode criar uma estrutura privada de lacunas e de conflitos e

contradições entre seus elementos, pois todos estão com seus esforços

direcionados para os objetivos estabelecidos.

Instrumentos Quantitativos

Consistem nas projeções econômico-financeiras do planejamento

orçamentário, devidamente associadas à estrutura organizacional da empresa,

61

Page 62: Estratégias Empresariais

necessárias ao desenvolvimento dos planos de ação, projetos e atividades

previstas.

Nessa etapa, deve-se analisar quais são os recursos necessários e quais

as expectativas de retorno para atingir os objetivos, desafios e metas da empresa.

A consideração dos instrumentos quantitativos, representados basicamente

pelo planejamento orçamentário, na metodologia de elaboração e implementação

do planejamento estratégico, torna-se extremamente importante, pois o executivo

deve sempre fazer, de forma estruturada, a interligação do planejamento

estratégico com os planejamentos operacionais. No operacional, o planejamento

básico a ser considerado no assunto em questão é o planejamento orçamentário,

pois ele:

consolida os aspectos de realizações da empresa, quanto a receitas,

despesas e investimentos;

normalmente, é uma realidade estabelecida em qualquer empresa; e

está inserido no processo decisório do dia-a-dia da empresa.

3.4. FASE IV – CONTROLE E AVALIAÇÂO

Nesta fase, verifica-se “como a empresa está indo” para a situação

desejada. O controle pode ser definido, em termos simples, como a ação

necessária para assegurar a realização dos objetivos, desafios, metas, estratégias

e projetos estabelecidos. Essa função, em sentido amplo, envolve os processo de:

avaliação de desempenho;

comparação do desempenho real com os objetivos, desafios, metas e

projetos estabelecidos;

análise dos desvios dos objetivos, desafios, metas e projetos estabelecidos;

tomada de ação corretiva provocada pelas análise efetuadas;

62

Page 63: Estratégias Empresariais

acompanhamento para avaliar a eficiência de ação de natureza corretiva; e

adição de informações ao processo de planejamento, para desenvolver os

ciclos futuros das atividade administrativa.

Nesta fase, devem-se considerar, entre outros aspectos, os critérios e

parâmetros de controle e avaliação, dentro de uma situação adequada de custo x

benefício.

É aconselhável que o controle e a avaliação sejam realizados passo a

passo no desenvolvimento do planejamento estratégico.

Fases do Processo de Controle a Avaliação

Para que o executivo possa efetuar, de maneira adequada, o controle e a

avaliação do planejamento estratégico, é necessário que siga algumas fases:

Estabelecimento de padrões de medida e avaliação

Estes padrões são decorrentes dos objetivos, desafios, metas, estratégias,

políticas e projetos, bem como das normas e procedimentos. Portanto, os padrões

são a base para a comparação dos resultados desejados. Podem ser tangíveis ou

intangíveis, vagos ou específicos, explícitos ou implícitos, bem como referirem-se

a quantidade, qualidade e tempo.

Medidas dos desempenhos apresentados

O processo de medir e avaliar desempenho significa estabelecer o que

medir e selecionar, bem como medir, mediante critérios de quantidade, qualidade

e tempo.

63

Page 64: Estratégias Empresariais

Esses critérios podem variar entre os executivos, mas uma empresa deve

procurar ter homogeneidade integração entre sue critérios de medição de

desempenho, caso contrário o controle do planejamento estratégico (que

considera a empresa como um todo) fica prejudicado.

Comparação do realizado com o esperado

O resultado dessa comparação pode servir a vários usuários, tais como a

alta administração, os chefes das áreas, os funcionários etc. Portanto, devem-se

identificar, dentro de um critério de coerência, os vários usuários das comparações

estabelecidas.

As comparações podem apresentar algumas situações:

- se o desvio apresentado estiver dentro das “fronteiras do que for esperado”, o

executivo não deve preocupar-se;

- se o desvio exceder um pouco as “fronteiras do que era esperado”, o executivo

deverá continuar sua ação, mas com alguns ajustes que possibilitem retornar à

situação adequada, ou seja, estar dentro da fronteira que delineava o que era

esperado ou possível de ser esperado acontecer; e

- se o desvio exceder em muito as “fronteiras do que era esperado”, o executivo

deverá interromper as ações até que as causas sejam identificadas, analisadas

e eliminadas.

Ação corretiva

Essa ação corresponde às medidas ou providências que são adotadas para

eliminar os desvios significativos que o executivo detectou, ou mesmo para

reforçar os aspectos positivos que a situação apresenta.

64

Page 65: Estratégias Empresariais

Entretanto, qualquer que seja a metodologia de execução do controle e

avaliação no processo de planejamento estratégico na empresa, o executivo

deverá ter em mente que o sistema de controle e avaliação deve:

- estar focalizado em pontos críticos, para evitar perda de tempo e aumento de

custo;

- estar bem explicitado, para facilitar seu entendimento e aceitação pelos vários

elementos da empresa;

- ser rígido e preciso, mas ao mesmo tempo apresentar alguma flexibilidade,

tendo em vista que a empresa está no ambiente que normalmente, é incerto,

dinâmico e flexível;

- ser realista e operacionalizável, pois deve produzir informações rápidas e

corretas para o processo decisório e posterior ação por parte dos executivos,

tendo em vista reconduzir o processo ao estado desejável, sempre que os

desvios forem identificados;

- apresentar um custo de realização menor do que os benefícios que consegue

proporcionar para a empresa; para tanto, pode basear-se no princípio da

exceção;

- ser ágil e proporcionar medidas de correção de maneira rápida; para tanto,

deve basear-se em padrões de controle claros, definidos e precisos; e

- ter objetividade, de forma que, sempre, desencadeie uma ação corretiva ou de

reforço dão processo.

Estágio de controle e avaliação

O controle e a avaliação podem ser exercidos em três estágios ou

momentos:

65

Page 66: Estratégias Empresariais

- Controle preliminar ou prévio: refere-se às atividades de controle e avaliação

efetuadas antes da ocorrência do evento ou fato que se pretende controlar.

Portanto, procura evitar que ocorram variações no plano, bem como

minimização do surgimento de problemas.

- Controle corrente ou em tempo real: refere-se às atividades de controle e

avaliação efetuadas ao mesmo tempo da ocorrência do evento ou fato que se

pretende controlar. Portanto, procura corrigir o desempenho durante sua

execução.

- Pós-controle: refere-se ás atividades de controle e avaliação efetuadas após

a ocorrência do evento ou fato que se pretende controlar. Portanto, avalia os

desvios ocorridos, determina as causas dos mesmos, bem como corrige o

desempenho programado.

Normalmente, esses diferentes estágios de controle e avaliação são

independentes entre si e os critérios e padrões estabelecidos podem ser

divergentes entre si. Entretanto,, isso não invalida o processo, pois os executivos

devem possuir vários instrumentos eficazes de controle e avaliação d processo de

planejamento estratégico nas empresas.

Níveis de controle e avaliação

Os níveis de controle e avaliação são conseqüências dos níveis de

planejamento de uma empresa, ou seja, o executivo pode efetuar o controle em

relação ao desempenho da empresa como um todo, em relação ao desempenho

de cada uma das áreas funcionais e em aplicações bem mais específicas dentro

de cada área funcional.

A seguir são apresentadas as considerações básicas sobre cada um dos

níveis de controle numa empresa:

66

Page 67: Estratégias Empresariais

Controle estratégico

Esse tipo de controle decorre do processo de planejamento estratégico e

envolve, primordialmente, as relações da empresa com o ambiente; ele controla o

desempenho empresarial como um todo.

Normalmente, esse controle envolve decisões do tipo:

- alteração dos objetivos estabelecidos em função de alterações ambientais,

como reflexos em oportunidade ou ameaças para a empresa;

- alteração das estratégias e políticas estabelecidas, porque as ações estão

sendo mal conduzidas; e

- revisão do diagnóstico estratégico, para melhor adequação da empresa a

seu ambiente.

Controle tático

Nesse caso, os padrões de controle e avaliação são estabelecidos a partir

de objetivos setoriais departamentais para avaliar os resultados de cada área e

dos sistemas administrativos. Portanto, o foco do controle é o resultado global da

área, mediante visão integrada de todas as operações.

Esse controle pode envolver decisões do tipo:

- alteração da alocação de recursos numa área funcional da empresa, por

exemplo, marketing, para melhor alcançar os objetivos da empresa; e

- revisão dos sistemas de informações entre as grandes áreas para melhorar a

eficácia da empresa.

67

Page 68: Estratégias Empresariais

Controle operacional

Nesse caso, o controle e a avaliação são realizados pela execução das

operações, ou seja, sobre a própria execução das tarefas.

Algumas decisões podem ser:

- revisão do quadro de pessoal

- alteração do sistema de controle de vendedores;

- alteração dos relatórios de análise de custos; e

- determinação do processo de controle de qualidade de produção.

68

Page 69: Estratégias Empresariais

4. FASES DO PROJETO

O projeto é o instrumento de interligação do plano prescritivo com o plano

quantitativo na Fase III do planejamento estratégico; e isto porque é por meio dos

projetos que se alocam recursos ao longo do tempo, compatibilizando-os com o

planejamento orçamentário, que é desenvolvido pelo plano quantitativo.

O estabelecimento dos projetos proporciona ao executivo condições de

identificar e opercionalizar os planos de ação que a empresa irá desenvolver com

o objetivo de alcançar os resultados esperados e enfocados pelo planejamento

estratégico.

Um projeto qualquer pode ter duas grandes fases:

FASE 1: Caracterização

FASE 2: Execução

Na fase da caracterização, os aspectos básicos a serem analisados são:

identificação do problema-alvo;

análise do ambiente do projeto;

definição dos objetivos, desafios e metas a serem alcançados;

definição dos critérios e parâmetros de avaliação do projeto;

elaboração dos estudos de viabilidade necessários;

negociação e definição dos recursos necessários;

identificação da equipe de trabalho;

programação e elaboração dos recursos; e

elaboração do manual do projeto.

69

Page 70: Estratégias Empresariais

Ao final dessa fase tem-se a proposta do plano de execução do projeto.

Quanto à fase de execução, os aspectos básicos a serem considerados são:

utilização dos recursos disponíveis de acordo com o programado;

supervisão da equipe de trabalho;

acompanhamento e controle das atividades; e

avaliação final dos trabalhos executados.

70

Page 71: Estratégias Empresariais

5. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL

Estratégia empresarial é o conjunto dos objetivos, finalidades, metas,

diretrizes fundamentais e os planos para atingir esses objetivos, postulados de

forma a definir em que atividades se encontra a empresa (negócio) que tipo de

empresa ela é ou deseja ser (missão).

A conjunção produto/mercado, isto é, a especificação dos produtos (ou

serviços) com os quais a empresa pretende atingir seus objetivos e dos mercados

onde ela pretende operar para coloca-los ou vende-los.

Os vetores de crescimento que indicam qual direção a empresa seguirá,

tendo por base sua conjugação produto/mercado escolhido.

A vantagem competitiva, ou seja, o perfil de competência da empresa em

relação aos seus concorrentes.

5.1. Componentes da Estratégia

Ambiente: isto é, as oportunidades no ambiente mais especificamente

no mercado, bem como as restrições, limitações, contingências,

coações e ameaças nele existentes.

Empresa: isto é, os recursos de que a empresa dispõe, sua capacidade

e habilidades, bem como seus pontos fortes e fracos, compromissos e

objetivos.

Adequação entre Ambos: isto é, qual postura a empresa deverá adotar

para compartilhar seus objetivos, recursos, potencialidades e limitações

com as condições ambientais, no sentido de extrair o máximo das

oportunidades externas e expor-se o mínimo às ameaças, coações e

contingências ambientais.

71

Page 72: Estratégias Empresariais

5.2. Formas de Classificar as Estratégias

Para Oliveira, as estratégias podem ser classificadas das mais diferentes

formas, as quais podem ajudar o executivo a se enquadrar em uma ou mais

situações:

a) Quanto à amplitude

Macroestratégias , que correspondem à ação que a empresa vai tomar

perante o ambiente, tendo em vista sua missão e seus propósitos, bem

como o resultado do diagnóstico estratégico.

Estratégia funcional , que corresponde à forma de atuação de uma área

funcional da empresa, normalmente relacionada ao nível tático da empresa.

Microestratégia ou subestratégica , que corresponde à forma de atuação

operacional, normalmente relacionada a um desafio ou a uma meta da

empresa.

b) Quanto à concentração

Estratégia pura , na qual se tem o desenvolvimento específico de uma ação

numa área de atividade.

Exemplo: oferecer mais serviços aos consumidores, com o objetivo de neutralizar

a alteração de preço de microcomputador por parte de um concorrente importante.

Estratégia conjunta , que corresponde a uma combinação de estratégias.

Exemplo: uma empresa fabricante de microcomputadores poderá, de forma

conjunta, adotar as seguintes estratégias:

- aumentar as despesas com propaganda, se o aumento dos serviços aos

consumidores não atingir os resultados esperados;

- aprimorar a qualidade do microcomputador, com maiores despesas em pesquisa e

desenvolvimento; e

- manter o preço do microcomputador, mas concedendo descontos por quantidade

comprada.

72

Page 73: Estratégias Empresariais

c) Quanto à qualidade dos resultados

Estratégias fortes , que provocam grandes mudanças ou alterações de

impacto para a empresa.

Estratégias fracas , cujos resultados são mais amenos para a empresa.

d) Quanto à fronteira

Estratégias internas à empresa, tal como a reorganização para alterar a

forma como a alta administração lidará com os funcionários da empresa.

Esse tipo de estratégia pode sofrer restrição dos executivos, pois uma

estratégia deve fazer a interligação entre aspectos internos e externos da

empresa.

Estratégias externas à empresa, que correspondem, por exemplo, à

descoberta de nova oportunidade como resultado da ação de um

concorrente etc.

Estratégias internas e externas à empresa, que correspondem à situação

adequada de estratégias, ou seja, proporciona a interligação entre aspectos

internos e externos da empresa.

e) Quanto aos recursos aplicados

Estratégias de recursos humanos , em que o grande volume de recursos

considerados refere-se ao fator humano.

Estratégias de recursos não humanos , em que existe predominância de

aplicação de recursos materiais e/ou financeiros.

Estratégias de recursos humanos e não humanos , em que decorre

determinado equilíbrio entre os dois tipos de recursos aplicados.

Obs.: Naturalmente, este tipo de classificação de estratégia pode ser enfocado para

outros tipos de recursos básico, tais como financeiros, materiais, equipamentos e

tecnológicos.

f) Quanto ao enfoque

73

Page 74: Estratégias Empresariais

Estratégias pessoais , que representam os valores, motivações, proteções

contra o ambiente hostil, métodos de mudar o ambiente, técnicas para lidar

com o pessoal e execução de tarefas pelo executivo.

Estratégias empresariais , que representam a ação da empresa perante seu

ambiente. Essa classificação se confunde com macroestratégia, conforme

apresentado anteriormente.

5.3. Alguns Tipos de Estratégias

As estratégias podem ser estabelecidas de acordo com a situação da

empresa; estar voltada à sobrevivência, manutenção, crescimento ou

desenvolvimento, conforme a postura da empresa (valores missão, visão, filosofia,

cultura).

A combinação de estratégias deve ser feita de forma que aproveite todas as

oportunidades possíveis, e utilizando a estratégia certa no momento certo.

5.3.1. Estratégia de Sobrevivência

Este tipo de estratégia deve ser adotado pela empresa quando não existe

outra alternativa, ou seja, apenas quando o ambiente e a empresa estão em

situação inadequada ou apresentam perspectivas caóticas (alto índice de pontos

fracos internos e ameaças externas). Em qualquer outra situação, quando a

empresa adota esta estratégia por medo, as conseqüências podem ser

desastrosas.

Numa postura estratégica de sobrevivência, a primeira decisão do executivo

é parar os investimentos e reduzir, ao máximo possível, as despesas.

Naturalmente, uma empresa tem dificuldades de utilizar esta estratégia por um

período de tempo muito longo, pois poderá ser engolida pelo ambiente.

74

Page 75: Estratégias Empresariais

A sobrevivência pode ser uma situação adequada como condição mínima

para atingir outros objetivos mais tangíveis no futuro, como lucros maiores, vendas

incrementadas, maior participação no mercado etc.; mas não como um objetivo

único da empresa, ou seja, estar numa situação de “sobrevivência por sobreviver”.

Os tipos que se enquadram na situação de estratégia de sobrevivência são:

Redução de custos : é a estratégia mais utilizada em período de recessão.

Consiste na redução de todos os custos possíveis para que a empresa

possa subsistir. Alguns aspectos importantes que o executivo pode

implementar são: reduzir pessoal e níveis de estoque, diminuir compras,

efetuar leasing de equipamentos, melhorar a produtividade, diminuir os

custos de promoção e outros.

Desinvestimento : é como as empresa se encontrarem em conflito de linhas

de produtos que deixam de ser interessantes.

Exemplo: uma indústria de microcomputadores, que pode passar a fabricar

equipamentos de telecomunicações e chegar o momento em que a segunda linha

não corresponde às expectativas de lucro, passando a comprometer a empresa

toda, e, neste momento, a melhor saída é desinvestir para não sacrificar o todo e

manter, apensas, o negócio original.

Se nenhuma estratégia básica de sobrevivência der certo, o executivo

penderá para a adoção da estratégia de:

Liquidação de negócio: é uma estratégia usada em último caso, quando

não existe outra saída, a não ser fechar o negócio. Pode ocorrer quando a

empresa se dedica a um único negócio ou produto, e este, depois do

estágio de declínio, não foi substituído ou reativado. Naturalmente, esta

estratégia só deverá ser adotada em última instância.

5.3.2. Estratégia de Manutenção

75

Page 76: Estratégias Empresariais

Neste caso, a empresa identifica um ambiente com predominância de

ameaças; entretanto, ela possui uma série de pontos fortes (disponibilidade

financeira, recursos humanos, tecnologia, etc.) acumulados ao longo do tempo,

que possibilitam ao executivo, além de querer continuar sobrevivendo, também

manter sua posição conquistada até o momento. Para tanto, deverá sedimentar e

usufruir, ao máximo, seus pontos fortes, tendo em vista, inclusive, minimizar seus

pontos fracos, bem como maximizar os pontos fracos da concorrência e evitar ou

minimizar a ação de seus pontos fortes. Diante desse panorama, a empresa pode

continuar investindo, embora de maneira moderada.

Portanto, a estratégia de manutenção é uma postura preferível quando a

empresa está enfrentando ou espera encontrar dificuldades, e a partir dessa

situação prefere tomar uma atitude defensiva diante das ameaças.

A estratégia de manutenção pode ser apresentar-se de três formas:

Estratégia de estabilidade : esta estratégia procura, principalmente, a

manutenção de um estado de equilíbrio ameaçado ou, ainda, seu retorno

em caso de perda. Geralmente, desequilíbrio que está incomodando é o

financeiro, provocado, por exemplo, pela relação entre a capacitação

produtiva e seu poder de colocar os produtos no mercado.

Estratégia de nicho : neste caso, a empresa procura dominar um segmento

de mercado em que atua, concentrando seus esforços e recursos em

76

Page 77: Estratégias Empresariais

preservar algumas vantagens competitivas. Pode ficar entendido que este

tipo de empresa tem um ambiente bem restrito, não procura expandir-se

geograficamente e segue a estratégia do menor risco, executando aquela

que é inerente a quem se encontra num só segmento.

Portanto, aqui a empresa dedica-se a um único produto, ou único mercado,

ou única tecnologia, ou único negócio, e não há interesse em desviar seus

recursos para outras atenções.

A necessidade de escolher nichos propícios relaciona-se com a definição

pela empresa das necessidades do cliente, através do uso hábil e

adequado de seus recursos específicos e diferenciados, tornando seus

produtos ou serviços distintos, de modo que lhes propicie uma faceta

competitiva para satisfazer a essas necessidades.

A necessidade de identificação do nicho refere-se à situação de que a

estratégia da empresa deve ser escolhida após a escolha do nicho.

Estratégia de especialização : neste caso, a empresa procura conquistar ou

manter liderança no mercado através da concentração dos esforços de

expansão numa única ou em poucas atividades da relação produto x

mercado. A principal vantagem da especialização é a redução dos custos

unitário pelo processamento em massa. A principal desvantagem é a

vulnerabilidade pela alta dependência de poucas modalidades de

fornecimento de produção e vendas. A validade da aplicação da

especialização condiciona-se ao fato de a empresa possuir grandes

vantagens sobre seus concorrentes, como, por exemplo uma tecnologia

aprimorada.

5.3.3. Estratégia de Crescimento

77

Page 78: Estratégias Empresariais

Nesta situação, embora a empresa tenha predominância de pontos fracos,

o ambiente está proporcionando situações favoráveis que podem transformar-se

em oportunidades, quando, efetivamente, é usufruída a situação favorável pela

empresa. Normalmente, o executivo procura, neta situação, lançar novos

produtos, aumentar o volume de vendas etc.

Algumas estratégias inerentes à postura de crescimento são:

Estratégia de inovação: neste caso, a empresa está, sempre, procurando

antecipar-se a seus concorrentes através de freqüentes desenvolvimentos

e lançamentos de novos produtos e serviços; portanto, a empresa deve ter

acesso rápido e direto a todas as informações necessárias num mercado

de rápida evolução tecnológica.

Essa estratégia consiste no desenvolvimento de nova tecnologia, ou na

procura do desenvolvimento de um produto inédito.

Estratégia de internacionalidade : a empresa estende suas atividades para

fora do país de origem. Embora o processo seja lento e, geralmente,

arriscado, é uma estratégia que pode ser bastante interessante para as

empresas de maior porte, pela atual situação evoluída dos sistemas

logísticos e de comunicações nos âmbitos nacional e internacional.

Estratégia de joint venture : trata-se de uma estratégia usada para entrar em

novo mercado, na qual duas empresas associam-se para produzir um

produto. Normalmente, uma entra com a tecnologia e a outra como o

capital. Isto é muito comum em países nos quais as empresa multinacionais

sofrem restrições.

78

Page 79: Estratégias Empresariais

Estratégia de expansão : o processo expansão de empresas deve ser

planejado; caso contrário, podem ser absorvidas pelo Governo ou por

outras empresas nacionais ou multinacionais.

Muitas vezes, a não-expansão na hora certa pode provocar tal perda de

mercado que a única solução acaba sendo, também, a venda ou

associação com empresas de maior porte. Estes fatos indicam a

necessidade de que a empresa mantenha um acompanhamento constante

de seu vetor de crescimento e de que seja executado um planejamento

correto de cada fase do processo de expansão. Deve, também, fazer suas

expansões de forma que não coincida com a expansão de outras empresa

do setor . Normalmente, a decisão em investir na expansão é mais comum

que na diversificação, pois esta última envolve mudança mais radical dos

produtos e de seus usos atuais, enquanto a expansão aproveita uma

situação de sinergia potencial muito forte.

5.3.4. Estratégia de Desenvolvimento

Neste caso, a predominância é de pontos fortes e de oportunidade. Diante

disso, o executivo deve procurar desenvolver sua empresa.

Portanto, o desenvolvimento da empresa se faz em duas direções

principais. Pode-se procurar novos mercados e clientes, diferentes dos conhecidos

atualmente, ou novas tecnologias, diferentes daquelas que a empresa domina. A

combinação desses dois eixos (mercadológico e tecnológico) permite ao executivo

construir novos negócios no mercado. A empresa aparece como multidivisionada

em empreendimentos diversos e assume, freqüentemente, a forma de

conglomerado dirigido a partir de uma empresa holding. O desenvolvimento pode

assumir uma ou mais das seguintes conotações:

79

Page 80: Estratégias Empresariais

Desenvolvimento de mercado : ocorre quando uma empresa procura

maiores vendas, levando seus produtos a novos mercados. Portanto, pode-

se ter a abertura de novos mercados geográficos ou a atuação em outros

segmentos do mercado.

Desenvolvimento de produtos ou serviços : ocorre quando a empresa

procura maiores vendas mediante o desenvolvimento de melhores produtos

e/ou serviços para seus mercados atuais. Este desenvolvimento pode

ocorrer através de novas características dos produtos ou serviços, tais

como variações de qualidade ou diferentes modelos e tamanhos

(proliferação de produtos).

Desenvolvimento financeiro : corresponde à situação de duas empresas de

um mesmo grupo empresarial, ou mesmo autônomas e/ou concorrentes, na

qual uma apresenta poucos recursos financeiros (ponto fraco em recursos

financeiros) e grandes oportunidades no ambiente; e a outra, o inverso

(ponto forte em recursos financeiro e poucas oportunidades ambientais).

Essas empresas juntam-se, associam-se ou fundem-se em nova empresa,

que passa a ter tanto ponto forte em recursos financeiros quanto

oportunidades no ambiente.

Desenvolvimento de capacidades : ocorre quando a associação é realizada

entre uma empresa com ponto fraco em tecnologia e alto índice de

oportunidades usufruídas e/ou potenciais, e outra empresa com ponto forte

em tecnologia, mas com baixo nível de oportunidades no ambiente.

Desenvolvimento de estabilidade : corresponde a uma associação ou fusão

de empresas que procuram tornar suas evoluções uniformes,

principalmente, quanto ao aspecto mercadológico.

Entretanto, a estratégia mais forte do desenvolvimento de uma empresa

corresponde à diversificação. Normalmente, uma empresa procura oportunidades

no ambiente para iniciar um processo de diversificação quando:

80

Page 81: Estratégias Empresariais

Começa a ter dificuldades em atingir seus objetivos pelas alterações no

contexto interno e na conjuntura externa à empresa, geralmente

provocados por:

- falta de oportunidade para investir nos segmentos atuais;

- saturação de mercados; e

- queda da taxa de retorno dos projetos de expansão;

visualiza uma situação de retorno para os projetos de diversificação

maiores do que para outras estratégias;

tem disponibilidade de recursos, depois de já ter investido o suficiente para

manter-se numa posição adequada de mercado; e

as informações disponíveis não forem suficientes confiáveis para permitir

uma comparação concludente entre expansão e diversificação; e isto

porque uma empresa, normalmente, possui muito mais informações sobre

as possibilidades de expansão do que sobre o amplo campo externo para a

diversificação.

Salienta-se que a expansão, ao contrário da diversificação, corresponde ao

desenvolvimento da empresa com seus atuais produtos, bem como com os atuais

usos dos mesmos.

Na análise da diversificação, deve-se considerar que a estratégia pode

assumir algumas características:

81

Page 82: Estratégias Empresariais

Diversificação horizontal : através desta estratégia, a empresa concentra

seu capital pela compra ou associação com empresas similares. A empresa

atua em ambiente econômico que lhe é familiar, porque os consumidores

são do mesmo tipo. O potencial de ganhos de sinergia nesse tipo de

diversificação é baixo com exceção da sinergia comercial, uma vez que os

mesmos canais de distribuição são usados. Na diversificação horizontal

ocorre a divisão da empresa em subsistemas ou departamentos, uma vez

que cada um desempenha uma tarefa especializada em contexto

ambiental, também, diferenciado ou especializada. Portanto, cada

subsistema ou departamento da empresa de diferencia ou se diversifica dos

demais e tende a seguir, única e exclusivamente, a parte do ambiente que

é relevante para sua própria tarefa, ação ou estratégia diferenciada.

Diversificação vertical : ocorre quando a empresa passa a produzir novo

produto ou serviço, que se acha entre seu mercado de matérias-primas e o

consumidor final dos produtos que já fabrica. Nesse caso, a empresa

investe para frente e/ou para trás de modo que tenha domínio de seqüência

de seu processo de produção e comercialização. Entretanto, apresenta a

desvantagem de tornar a empresa inflexível às oscilações econômicas, pois

as empresas muito integradas verticalmente acabam dependentes de um

segmento específico da demanda global. Normalmente, na diversificação

vertical, as forças ambientais provocam uma situação em que é mais

interessante para a empresa manter uma unidade de esforços, bem como

uma coordenação mais efetiva entre as várias unidades organizacionais da

empresa.

82

Page 83: Estratégias Empresariais

Diversificação concêntrica : trata-se da diversificação da linha de produtos,

com aproveitamento da mesma tecnologia ou força de vendas, oferecendo-

se uma quantidade maior de produtos no mesmo mercado. Com a

diversificação concêntrica, a empresa pode ter ganhos substanciais em

termos de flexibilidade. O sucesso deste tipo de diversificação, entretanto,

dependerá do grau de efeitos sinérgicos positivos associados aos

conhecimentos de tecnologia e/ou comercialização que a empresa consiga,

efetivamente, opercionalizar.

Diversificação conglomerada : consiste na diversificação de negócios em

que a empresa não aproveitará a mesma tecnologia ou força de vendas.

Neste caso, o grupo de empresas apresenta como um todo um risco menor,

pois está envolvido em diversos ramos diferentes. A diversificação

conglomerada poderá ser efetivamente, bem-sucedia se a empresa possuir

sinergia administrativa (centralização decisória, sobretudo das financeiras,

com descentralização operacional), e se a empresa investir em setores com

características econômicas mais favoráveis que aqueles em que ela opera

atualmente.

Diversificação interna : corresponde a uma situação em que a diversificação

da empresa é, basicamente, gerada pelos fatores internos, e sofre menos

influências dos fatores externos.

Diversificação mista : trata-se de uma situação em que a empresa apresenta

mais que um tipo de diversificação ao mesmo tempo.

5.4. Algumas Estratégias funcionais

A seguir são apresentadas algumas considerações sobre estratégias

funcionais:

a) Estratégia de Marketing

Alguns pontos que podem ser considerados nesta situação são:

83

Page 84: Estratégias Empresariais

Quanto às estratégias de produtos, podem ser considerados os

seguintes aspectos para o melhor estabelecimento das estratégias:

- natureza da linha de produtos;

- desenvolvimento de novos produtos;

- qualidade, desempenho e obsoletismo dos produtos;

- eliminação de antigos produtos; e

- distribuição dos produtos.

Quanto às estratégias de mercado , podem ser considerados os seguintes

aspectos:

- canais de distribuição;

- serviços aos clientes;

- pesquisas de mercado;

- determinação de preços dos produtos;

- vendas;

- propaganda;

- embalagem;

- marca; e

- seleção de mercados.

b) Estratégias Financeiras

O executivo pode considera que uma estratégia é bem s-sucedida

dependendo de sua influência na posição financeira da empresa. Alguns dos

aspectos considerados nessas estratégias são:

84

Page 85: Estratégias Empresariais

desenvolvimento;

obtenção de fundos;

extensão do crédito ao consumidor; e

financiamento.

c) Estratégias de Produção

O executivo pode considerar, entre outros, os seguintes aspectos:

logística industrial;

custos industriais;

engenharia do produto;

engenharia do processo;

arranjo físico;

manutenção;

controle de qualidade;

estoque intermediários e finais; e

expedição do produto.

c) Estratégias de Recursos Humanos

As estratégias funcionais de recursos humanos são de grande importância

por sua abrangência na empresa. Alguns dos aspectos que o executivo deve

considerar, neste momento, são:

quadro de pessoal e capacitação interna;

transferências e promoções;

desenvolvimento e treinamento; e

remuneração e benefícios.

85

Page 86: Estratégias Empresariais

5.5. Formulação da Estratégia

A formulação da estratégia é um dos aspectos mais importantes que o

executivo enfrenta no processo de elaboração do planejamento estratégico.

Para a formulação de estratégias, devem–se considerar, inicialmente, três

aspectos:

a empresa, com seus recursos, seus pontos fortes, fracos ou neutros, bem

como sua missão, seus propósitos, objetivos, desafios e políticas;

o ambiente, em sua constante mutação, com suas oportunidades e

ameaças; e

a integração entre a empresa e seu ambiente visando à melhor adequação

possível, estando inserido, neste aspecto, a amplitude de visão dos

proprietários da empresa.

A complexidade das estratégias está relacionada aos seguintes pontos

principais:

existência de múltiplos objetivos hierarquizados e diferenciados na

empresa;

existência de objetivos intangíveis;

horizonte de tempo correlacionado às decisões estratégicas muito longo;

influência de diferentes grupos da empresa, com atitudes e valores

diferenciados;

incidência de risco e incerteza;

aspecto interdisciplinar, que envolve grande variedade de assuntos;

existência de vários tomadores de decisão; e

existência de julgamento de valor.

86

Page 87: Estratégias Empresariais

As estratégias são formuladas com base nos objetivos e desafios

estabelecidos, na realidade identificada no diagnóstico estratégico e respeitando a

missão, os propósitos e a cultura da empresa.

87

Page 88: Estratégias Empresariais

6. O PLANO

Coletadas, prospectadas e analisadas todas as categorias de informações e

dados, de forma a compor o cenário em que a empresa atua e suas

potencialidades de desempenho, é chegada a oportunidade de passar-se do

planejamento ao plano.

Enquanto o planejamento corresponde a um grande trabalho intelectual de

composição de elementos no sistema em que a empresa se insere, o plano

consiste no documento escrito, onde serão apresentados resumidamente os

elementos trabalhados, e submetidos à apreciação e aprovação da direção da

empresa.

88

Page 89: Estratégias Empresariais

OBRAS CONSULTADAS

ANSOFF, Igor H, DECLERK, Roger P. e HAYES, Robert L. Do Planejamento Estratégico à Administração Estratégica. São Paulo. Editora Atlas. 1991.

CAMPBELL, Andrew et. At. Sentido de Missão. Trad. Jacqueline Medeiros. Lisboa: Edições Cetop, s/d.

CARVALHO, Anelise Marcelli e FERRARI, Lélia. Caderno Universitário de Filosofia e Políticas de Relações Públicas. Canoas: Editora Ulbra. 2003.

CHIAVENATO, Idalberto. Administração de Empresas: uma abordagem contingencial. São Paulo: McGraw-Hill, 1997.

ETZIONI, Amitai. Organizações Modernas. 4a edição. São Paulo: Livraria PioneiraEditora, 1982.

KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Planejamento de Relações Públicas na Comunicação Integrada. São Paulo: Summus, 1996

MATOS, Francisco Gomes de. Empresa Feliz. 5a edição. São Paulo: Makron Books, 1998.

MATTAR, NETO, João Augusto. Filosofia e Administração. São Paulo: MakronBooks, 1997.

MINTZBERG, Henri e QUINN, James Brian. O Processo da Estratégia. 3a edição. São Paulo: Bookman Cia. Editora. 2001.

OLIVEIRA, Dijalma Pinho Rebouças de. Planejamento Estratégico – conceitos, metodologia e práticas. 17a edição. São Paulo: Editora Atlas, 2000.

O’BRIEN, Virgínia, MBA Intensivo em Gestão, Lisboa, Portugal: Abril/ControljornalEditora, 1998.

89