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ESTRATÉGIAS PARA ESTIMULAR UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E
MELHOR APROVEITAMENTO DOS ALIMENTOS
Autora: Soely Fátima Fornazari¹ Orientadora: Jocicléia Thums Konerat²
Resumo: O período vivenciado na rede estadual de ensino vem mostrando dentre
os alunos, variando na faixa etária, um quadro que vai desde a
desnutrição até a obesidade. Diante disso, há necessidade de se
promover uma abordagem dos conteúdos mostrando as vantagens de
mudanças nos hábitos alimentares. Assim, propõe-se uma abordagem
teórica e prática sobre a questão da educação alimentar ou nutricional no
contexto escolar. A escola pode através do conhecimento modificar estes
hábitos, ou seja, através do conhecimento nutricional estimular ao
consumo saudável de alimentos. Crianças e adolescentes saudáveis
estão mais preparados e motivados a aprender, e a escola, através da
abordagem dos conteúdos da disciplina de Ciências, torna-se um dos
lugares mais oportunos para orientar as crianças à alimentação saudável,
e conseqüentemente uma melhoria da qualidade de vida.
Palavras chaves: Educação; Hábitos; Alimentação Saudável.
1 INTRODUÇÃO
Nas escolas públicas, há algum tempo, são desenvolvidas ações que buscam
contribuir para melhorar a condição nutricional dos educandos. Desde o tradicional
Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) que, desde 1955, tem se
preocupado em oferecer a merenda escolar, até projetos e programas mais
recentes, como o Programa Saúde na Escola e o Programa Mais Educação,
instituídos na última década. Outra importante ação foi a inclusão do tema
alimentação nos Paramêtros Curriculares Nacionais (PCNs) e na prática docente.
Portanto, além da família, a escola é responsável por uma parcela importante na
transmissão de todos os saberes educativos, inclusive do ponto de vista nutricional
(SOUZA; FONSECA, 2007).
É necessário estabelecer um diálogo entre o saber popular e o saber técnico,
rompendo o modelo de intervenção que visa à transmissão de normas. Esse diálogo
deve aprofundar o entendimento dos processos que determinam os nossos hábitos
alimentares a fim de possibilitar transformações concretas.
O crescimento físico de crianças e adolescentes representa uma das
conquistas proporcionadas por uma alimentação saudável. Com uma Educação
Alimentar correta o educando compreenderá melhor o quanto a alimentação
oferecida pela sua escola é importante para que eles tenham melhor qualidade de
vida, ou seja, possam viver mais e com saúde, tenham um melhor aprendizado e
também estejam motivados para a prática de atividades física, complementando
assim os principios básicos para uma busca completa de uma maior longevidade e
pleno gozo da vida. Então, após várias atividades informativas sobre o conteúdo
visando associar o conhecimento a realiadade na alimentação; a escola, utilizando
os dados obtidos no presente estudo, buscou inserir um cardápio que contemple
todos os grupos dos alimentos, em especial as frutas e verduras. O importante é que
os alunos relacionem o conteúdo e tenham motivação para a prática de hábitos de
vida saudáveis.
Para verificar o nível de conhecimento que os educando possuíam em relação
a uma boa alimentação através de aplicação de instrumentos específicos em
escolares durante as aulas de Ciências, seria imprescindível para direcionar as
atividades conforme o objetivo que o professor busca. Neste caso a busca pela
promoção ou manutenção da saúde deve ser a principal meta a ser perseguida.
Sabemos que as aulas de Ciências são utilizadas para se realizar inúmeras
atividades, mas este objetivo deve ser priorizado.
Este trabalho buscou avaliar o nível de conhecimento relacionado à saúde e a
uma alimentação adequada em escolares do Ensino Fundamental, (5ª série), 6º ano
de um colégio público do Município de Pranchita - PR. Para obter os dados foram
aplicados determinados testes e questionários visando apurar estes conhecimentos.
Baseado na importância de cada componente relacionada à saúde pretende-se
buscar respostas para alguns questionamentos dando destaque aos itens mais
importantes da pesquisa:
_______________________
¹Professora PDE Soely Fátima Fornazari, Graduada em Ciências pelas Faculdades Reunidas de Administração Ciências Contábeis e Econômicas de Palmas, PR. FACEPAL, Professora da Rede Estadual de Educação do Estado do Paraná, Pranchita, Pr.
²Professora Ms. Jocicléia Thums Konerat, UNIOESTE - Campus de Cascavel-Pr.
1. Investigar o grau de aceitação dos alimentos oferecidos na merenda escolar?
2. Na escola quais alimentos você mais consome?
3. Em sua casa, quais alimentos você mais consome no café da manhã, almoço,
lanche e jantar?
4. Será que os alimentos que você não gosta estão fazendo falta na sua
alimentação?
5. Você come outros tipos de alimentos que possam substituir os que você não
gosta?
6. Analisar a quantidade de alimento consumida pelos alunos, identificando
possíveis casos de desnutrição e obesidade, através do cálculo do IMC (índice de
massa corporal), verificando o peso e altura dos mesmos.
7. Os resultados coletados poderão ser norteadores de atividades a serem
desenvolvidas durante as aulas?
2 METODOLOGIA
2.1 Grupo Estudado
A amostra para aplicação da pesquisa foi composta por alunos de 5ª série (6º
ano) do Ensino Fundamental, do colégio da rede pública do Município de Pranchita -
PR do período vespertino, totalizando 32 alunos, sendo 14 do gênero masculino e
18 do gênero feminino na faixa etária de 10 a 11 anos de idade.
A escolha do grupo com esta idade deu-se por diversos motivos: maior
aceitação para realizar os testes; maiores possibilidades de realizar um trabalho
contínuo nos próximos anos; acompanhar o seu crescimento físico e intelectual; são
alunos que ainda podem modificar seus hábitos para melhorar a qualidade de vida.
Tabela 1. Distribuição da população por sexo e faixa etária.
Faixa etária Feminino Masculino Total
10 anos 6 6 12
11 anos 12 8 20
TOTAL 18 14 32
2.2 Procedimentos de Coletas de Dados
A coleta de dados foi realizada pelo professor PDE no Colégio Estadual Júlio
Giongo de Pranchita – Pr., no segundo semestre do ano de 2011. Antes de proceder
à aplicação dos testes para a coleta de dados, professores, Equipe Pedagógica,
Direção e os alunos envolvidos foram informados de que maneira o trabalho seria
desenvolvido na escola e qual era o principal objetivo.
No momento da aplicação de cada instrumento de coleta de dados, os
mesmos foram apresentados aos alunos como forma de esclarecimento quanto aos
procedimentos a serem utilizados e para a correta forma de coletar os dados
necessários para verificar o nível de conhecimentos relacionados ao tema abordado,
deixando o mais esclarecido possível a todos da importância da fidelidade nas
informações prestadas pelos educandos.
3 DESENVOLVIMENTO
Segundo Valente (2002), uma prática de educação alimentar é adequada
quando contribui para a construção de seres humanos saudáveis, conscientes de
seus direitos e deveres e de sua responsabilidade para com o meio ambiente e com
a qualidade de vida de seus descendentes. Ainda segundo o autor, o que garante a
uma alimentação saudável são as escolhas certas de alimentos, que possam
garantir uma variedade de nutrientes para a manutenção de saúde. Para isso, é
preciso que, além da família, a escola contribua para que as crianças se
conscientizem sobre o que é uma alimentação saudável, através da orientação a
exemplos de condutas alimentares, já que as crianças têm como modelo de
comportamento alimentar os adultos, principalmente pais e professores. Portanto, a
educação alimentar é um tema que deve ser bastante abordado na família e nas
escolas.
A mudança de hábitos também deve ser promovida no ambiente escolar. A
cultura do mundo moderno impõe às pessoas, desde a infância e a adolescência,
costumes inadequados que deterioram a qualidade vida, enfraquecendo o
organismo. Reavaliar essa cultura, através da educação, especialmente das
crianças, certamente ajudará no controle de muitas doenças provenientes da má
alimentação. Além disso, problemas de saúde, antes visto apenas em adultos, como
colesterol alto e hipertensão, agora atingem também o publico infantil (CINTRA et al.
2004) sem contar com a desnutrição e as anemias que ainda são grandes
problemas de saúde pública. Por isso é fundamental sempre abordar esse tema
para que as crianças possam ter uma qualidade de vida, pois a saúde é o bem mais
precioso que temos.
A sociedade em geral, movida por práticas consumistas, tem levado crianças
e jovens a alimentarem-se de forma inadequada, priorizando alimentos prontos (fast
food), refrigerantes, energéticos, salgadinhos, biscoitos e outros alimentos não
saudáveis e que não nutrem adequadamente, prejudicando o desenvolvimento físico
e cognitivo.
A obesidade infanto-juvenil cresceu nas últimas décadas e junto com ela
diversas patologias. Por influência da mídia, os adolescentes correm risco de
desenvolverem bulimia e anorexia, induzidos à busca de um corpo perfeito.
Esta unidade tem a finalidade de saber como os alunos estão se alimentando
na escola e em casa. Sabe-se que alimentação saudável é responsável pelo
crescimento físico, orgânico e cognitivo do ser humano. A saúde compreende
qualidade de vida e alimentação equilibrada de acordo com as necessidades
individuais.
A qualidade da alimentação é fundamental e esta unidade pretende estimular
a mudança de hábitos e demonstrar algumas estratégias relacionadas à alimentação
saudável, favorecendo o conhecimento das características dos alimentos e suas
propriedades. Evitar o desperdício dos mesmos, aproveitando suas “partes não
convencionais”, e estimular o consumo da merenda escolar.
As atividades foram desenvolvidas visando relacionar os conteúdos teóricos a
realidade alimentar dos educandos. Ao investigar os tipos de alimentos que os
mesmos estão consumindo, para que os mesmos comparassem os benefícios e
necessidades de determinados tipos de alimentos. Para posteriormente
conscientizá-los e eliminar excessos e acrescentando na alimentação outros
alimentos.
3.1 Instrumentos para Coleta de Dados
3.3.1 Atividade 01
Escala Hedônica Sensorial
É um instrumento de medição de características agradáveis ou desagradáveis
dos alimentos. O termo hedônico é de origem grega e significa prazer. Segundo
dados do Plano Nacional de Alimentação Escolar (PNAE, 2006), o teste de
aceitabilidade é o conjunto de procedimentos metodológicos, cientificamente
reconhecidos, destinados a medir o grau de aceitabilidade da alimentação oferecida
aos escolares atendidos pelo PNAE.
Cardápio oferecido na merenda escolar
Ótimo (5)
Bom (4)
Regular (3)
Ruim (2)
Horrível (1)
Macarronada, carne de franco, salada de repolho.
Maionese de macarrão com
sardinha, milho, ervilha e salada de repolho.
Feijão e arroz, carne suína, salada de repolho.
Polenta com molho de carne bovina.
Alface, tomate, beterraba.
Chá mate gelado e biscoito sortido
Frutas
Fonte: FNDE – Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) – Anexo VII – (Modificada)
3.3.2 Atividade 02
Após a realização deste teste da escala hedônica, os alunos responderão de forma
ilustrada as perguntas abaixo:
Responda:
1) Na escola quais alimentos você mais consome?
2) Em sua casa, quais alimentos você mais consome no café da manhã, almoço,
lanche e jantar?
3) Quais alimentos que você menos consome?
4) Será que os alimentos que você não gosta estão fazendo falta na sua
alimentação?
5) Você come outros tipos de alimentos que possam substituir os que você não
gosta?
3.3.3 Atividade 03
Cálculo individual do IMC (índice de massa corporal), verificando o peso e altura dos
mesmos.
Materiais:
Escala: peso x altura
Balança;
Fita métrica;
Como calcular seu IMC (índice de massa corporal), usando a seguinte fórmula:
IMC = Peso (kg) ÷ Altura (m)²
Para fazer o cálculo do IMC basta dividir seu peso em quilogramas pela altura ao
quadrado (em metros). O número que será gerado deve ser comparado aos valores
da tabela de IMC para se saber se você está abaixo, em seu peso ideal ou acima do
peso.
Para saber se o peso está adequado para a altura, observe a tabela abaixo:
VALOR DO IMC CLASSIFICAÇÃO
MENINOS
IDADE NORMAL SOBREPESO OBESIDADE
10 anos 16.7 Mais de 19.6 Mais de 22.5
11 anos 17.2 Mais de 20.3 Mais de 23.7
MENINAS
IDADE NORMAL SOBREPESO OBESIDADE
10 anos 17 Mais de 20.1 Mais de 23.2
11 anos 17.6 Mais de 21.1 Mais de 24.5 Fonte: http://www.calculoimc.com.br/
3.3.4 Atividade 04
Procure o significado destas palavras retiradas do texto e, após isso, elaborar uma
cruzadinha com as mesmas palavras e seus respectivos significados: Desnutrição –
Estético – Excesso – Distúrbio – Genética - Sedentário – Nutrientes – Metabolismo.
Sugestões de Pesquisa - Solicitar aos alunos:
1) Trabalho de pesquisa sobre “Alimentação Saudável”.
2) Recorte figuras de alimentos saudáveis.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados coletados através dos testes serão apresentados neste capítulo bem
como sua discussão.
4.1 Resultados Atividade 01
Escala Hedônica Sensorial
Fonte: FNDE – Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) – Anexo VII – (Modificada)
O que podemos observar com os resultados aqui apurados foi que os alunos
que consomem a merenda escolar preferem os cardápios mais tradicionais e
condizentes com a realidade regional. Ainda por entenderem que é uma:
Alimentação é mais saudável e adequada;
Respeito à cultura, às tradições e aos hábitos alimentares saudáveis;
Controle social;
Segurança alimentar e nutricional;
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Macarronada, carne de frango,salada de repolho.
Maionese de macarrão comsardinha, milho, ervilha e salada…
Feijão e arroz, carne suína, saladade repolho.
Polenta com molho de carne bovina.
Alface, tomate, beterraba.
Chá mate gelado e biscoito sortido.
Frutas
Horrível (1)
Ruim (2)
Regular (3)
Bom (4)
Ótimo (5)
Cardápio Escolar
Avaliação
dos Alunos
Desenvolvimento sustentável, que significa adquirir gêneros alimentícios
diversificados, produzidos localmente.
Além de proporcionar ainda as seguintes alternativas do ponto de vista da
produção como:
Combate à pobreza rural;
Na garantia da segurança alimentar;
Na geração de renda e agregação de valor;
Na sustentabilidade do modelo de desenvolvimento.
Face ao exposto, é recomendável que os planejadores de programas de
alimentação, visando um melhor atendimento do grupo alvo do Programa Nacional
de Alimentação Escolar (PNAE), levem em consideração que as preferências
alimentares são influenciadas especialmente pelo gênero e preferências regionais.
4.2 Resultados Atividade 02
Após a realização deste teste da escala hedônica, os alunos responderam de forma
ilustrada as perguntas abaixo:
Obs.: Informaremos aqui os resultados mais citados. Aqui as perguntas foram
abertas a todos os alunos, ou seja, os que consomem a merenda escolar e os que
não optam por esta oferta.
Responda:
1) Na escola quais alimentos você mais consome?
R. Bala, chiclete, salgadinho de pacote, amendoim, pipoca doce, salgado
assado, salgado frito, bolacha, biscoito, chocolate, refrigerante, suco
industrializado, iogurte, achocolatado.
2) Em sua casa, quais alimentos você mais consome no café da manhã, almoço,
lanche e jantar?
Café da manhã: Quando não levanto muito tarde geralmente o lanche é: Café
com leite, leite com achocolatado, raramente frutas.
Almoço: Feijão, Arroz, Massas (macarrão, lasanha), Carnes (bovina, suína e
aves), raramente saladas e legumes.
Lanche: Bolachas e sucos artificiais. Raramente frutas.
Jantar: Café com leite, sucos artificiais, pães com geleias, presunto, queijo.
Raramente frutas ou comidas elaboradas em panelas.
3) Quais alimentos que você menos consome?
R. Frutas, verduras, legumes, peixe.
4) Será que os alimentos que você não gosta estão fazendo falta na sua
alimentação?
R. Após as aulas e trabalhos feitos em sala de aula com a Professora de
Ciências tenho agora o conhecimento de que preciso me alimentar de forma
diferente. Mesmo que não goste tenho que optar por alguns alimentos para o
bem da minha saúde.
5) Você come outros tipos de alimentos que possam substituir os que você não
gosta?
R. Não
Estes resultados coincidem com pesquisa realizada por Radaelli (2001),
segundo a qual as crianças muitas vezes “deixam de fazer o café da manhã,
pulam algumas refeições e as substituem por lanches, consomem alimentos
industrializados e refrescos em grande quantidade”. Assim, o cardápio dessas
crianças deve ser observado frequentemente, para verificar se satisfaz as
necessidades do crescimento acelerado no inicio da puberdade, além de
manter um desenvolvimento adequado. Também é preciso fazer um
acompanhamento sistemático para diagnosticar possíveis deficiências, como
a de cálcio, pela redução do consumo de leite e seus derivados, e do ferro,
que pode provocar anemia, e os riscos das doenças crônicas.
Lembramos que os alunos pesquisados estudam no período vespertino.
4.3 Resultados da Atividade 03
Cálculo individual do IMC (índice de massa corporal), verificando o peso e
altura dos mesmos.
Tabela 2.
MENINOS
IDADE Nº ALUNOS NORMAL SOBREPESO OBESIDADE
10 11 16,1 ↔ 16,7 0 0
11 7 16,8 ↔ 17,2 0 0
Tabela 3
MENINAS
IDADE Nº ALUNOS NORMAL SOBREPESO OBESIDADE
10 12 16,9 ↔ 17,5 0 0
11 6 17,6 ↔ 18,1 0 0
Como podemos observar pela tabela do IMC (índice de massa corporal) os
alunos entrevistados na pesquisa aqui apresentada estão dentro da normalidade em
relação ao peso. As respostas em relação aos seus hábitos alimentares não
correspondem com os dados desejados e apresentados neste trabalho. Portanto nos
cabe a partir deste momento monitorar os indivíduos para poder apreciar sob uma
ótica mais precisa o futuro do desenvolvimento físico e intelectual e o
comprometimento destes com as mudanças em seus hábitos alimentares.
4.4 Resultados da Atividade 04
Procure o significado destas palavras retiradas do texto e, após isso, elaborar uma
cruzadinha com as mesmas palavras e seus respectivos significados: Desnutrição –
Estético – Excesso – Distúrbio – Genética - Sedentário – Nutrientes – Metabolismo.
D S E D E N T A R I O
G I E
E S S
N U T R I E N T E S
E U U X E
T R T C S
I B R E T
C I I S E
A O Ç S T
M E T A B O L I S M O
O C
Sugestões de Pesquisa - Solicitar aos alunos:
1) Trabalho de pesquisa sobre “Alimentação Saudável”.
2) Recorte figuras de alimentos saudáveis.
Nesta tarefa os alunos pesquisaram assuntos referentes à solicitação dos
exercícios propostos, confeccionando cartazes com figuras e frases referentes à boa
alimentação e hábitos saudáveis, onde os mesmos foram fixados em murais pré-
definidos pelo professor e equipe pedagógica da escola. Além de organizarem uma
amostra de alimentos diversificados, opções de produtos produzidos na região com
a suas devidas nomenclaturas e sugestões de cardápios de refeições saudáveis e
de fácil elaboração.
4.5 Construção da Pirâmide Alimentar
A construção da Pirâmide Alimentar foi um meio para possibilitar aos alunos
reconhecerem a importância dos alimentos como fonte de energia e para o
crescimento e a manutenção do corpo saudável. Também de estimular a reflexão do
aluno a respeito do conceito de alimentação saudável além é claro de conscientizar
os alunos da importância de comer de tudo um pouco. Ainda se objetivou com esta
proposta que os educandos reconheçam o significado e como funciona a Pirâmide
Alimentar.
Durante a construção da Pirâmide Alimentar o professor acompanhou e
orientou a leitura das principais informações contidas em sites, revistas, livros,
prevenindo um possível desvio referente ao assunto. Corrigindo possíveis erros de
grafia e orientando-os a preservar os créditos das informações.
O importante foi à forma de explicar aos alunos o significado da P. A.,
salientando que ela funciona da seguinte maneira: A base larga indica os alimentos
mais necessários e que devem ser mais consumidos, à medida que vai encurtando,
vai diminuindo a necessidade de consumir esses tipos de alimentos, chegando até a
ponta da pirâmide que indica alimentos que devem ser ingeridos em poucas
quantidades. Foi ressaltado que todos os alimentos contidos em todos os grupos
são importantes, o que muda é a quantidade a ser ingerida.
4.6 Pirâmide Alimentar Interativa (Anexo A)
No início da década de 90, mais precisamente 1992 o Departamento de
Agricultura dos Estados Unidos, após várias pesquisas, desenvolveu e publicou a
Pirâmide dos Alimentos. Chegou-se a conclusão de que uma pirâmide representaria
adequadamente a forma correta de se alimentar.
A principal característica da Pirâmide Alimentar é a flexibilidade. O uso da
Pirâmide está baseado em três palavras: equilíbrio, variedade e moderação. Ela é
apenas um esboço do que você consome todos os dias, não é uma prescrição
rígida, mas um guia geral que o faz escolher uma dieta saudável. Ter bom senso
alimentar faz parte da educação e respeito próprios.
Segundo a FAO/OMS (Departamento de Agricultura dos EUA / Organização
Mundial da Saúde), um cardápio balanceado deve conter, diariamente, cerca de 50
a 60% de carboidratos, 20 a 30% de lipídeos e 10 a 15% de proteína, além das
vitaminas, sais minerais e fibras. Para garantirmos que todos esses nutrientes
estejam presentes na dieta diária, a FDA (Food and Drug Administration - órgão do
governo dos EUA que controla a produção e comercialização de remédios e
alimentos), preconiza o consumo de porções diárias de alimentos que compõe a
Pirâmide Alimentar. A pirâmide alimentar separa os alimentos em energéticos,
reguladores, construtores e energéticos extras. Esses alimentos devem ser
consumidos em ordem decrescente, ou seja, devemos consumir em maior
quantidade os energéticos, seguidos dos reguladores, dos construtores e por último
os energéticos extras, de consumo limitado.
4.6.1 A Pirâmide Alimentar Brasileira
No entanto, os hábitos alimentares americanos são diferentes dos nossos.
Por essa razão, PHILLIPPI (1996) adaptou a pirâmide americana de 1992, aos
hábitos brasileiros. Com a nova Pirâmide Americana (2005) talvez a pirâmide
brasileira também precise de uma releitura.
A “Pirâmide Alimentar Brasileira”, de acordo com as Resoluções RDC 359 e
360, de 26 de dezembro de 2003, da ANVISA - Agência Nacional de Vigilância
Sanitária, é em quatro níveis, subdivididos em 8 grupos. Cada um desses níveis
corresponde a um grupo de alimentos (energéticos, reguladores, construtores e
energéticos extras). Esses grupos são divididos de acordo com as características
dos alimentos que os formam e as quantidades que eles devem ser ingeridos
durante o dia. Quanto maior for à porção da pirâmide que o grupo ocupa, maior é a
quantidade que devemos ingerir de determinados alimentos. Veja as porções a
serem ingeridas:
Primeiro nível (base): é composto por cereais (arroz, trigo), raízes e
tubérculos (batata, mandioca, mandioquinha, inhame) e massas (pães,
bolos). São alimentos ricos em carboidratos, responsáveis pelo fornecimento
de energia para o organismo. Deve-se consumir de 5 a 9 porções por dia.
Segundo nível: é composto por hortaliças (verduras e legumes) e frutas. São
alimentos ricos em vitaminas e minerais, responsáveis pela regulagem das
funções do nosso organismo. Deve-se consumir de 4 a 6 porções de
hortaliças e de 2 a 4 porções de frutas por dia.
Terceiro nível: é composto por leite e derivados, carnes e ovos e
leguminosas. São alimentos ricos em proteínas, responsáveis pela formação
e manutenção dos tecidos do organismo. Deve-se consumir 3 porções de
leite e derivados por dia; 1 a 2 porções de carnes e ovos e 1 porção de
leguminosas.
Quarto nível: são compostos por óleos, gorduras, açúcares e doces. Pode-se
consumir de 2 a 3 porções de cada por dia.
Cada um desses grupos de alimentos fornece um pouco, mas não todos, os
nutrientes que você precisa. Os alimentos em um grupo não podem substituir os de
outros. Nem um grupo alimentar é mais importante que outro. Devemos enfatizar
que para ter uma boa saúde cada indivíduo precisa de todos os grupos.
Fazendo a comparação entre as duas pirâmides apresentadas, os alunos
perceberam que na base da pirâmide alimentar brasileira aparece à atividade física
na forma de exercícios, lazer, esportes e uma vida ativa. Alimentos ricos em
gorduras Trans: margarinas, bolachas, bombons, pães, sorvetes. Alimentos ricos em
gorduras saturadas: carnes vermelhas, manteiga, o leite e seus derivados e os ricos
em carboidratos refinados: açúcar, massas e pães feitos com farinha branca devem
ser moderados.
Portanto baseados nestes dados chegamos à conclusão de que os alunos
construindo uma pirâmide alimentar com produtos trazidos por eles poderia mostrar
os alimentos que eles consomem no dia a dia. Ainda, serviria de modelo real para os
demais alunos, valorizando ainda mais os alunos que construíram e mostrando a
importância do projeto. Atividades como estas estimulam os alunos a serem criativos
e, estudarem para demonstrar aos demais educandos da escola.
4.7 Razões para a Elaboração da Cartilha de Receitas (Anexo B)
A alimentação consciente tem relação direta com a forma de produção, com
hábitos alimentares saudáveis e consumo responsável. Afinal, todo ato de consumir
tem consequências, inclusive sobre o meio ambiente. Mudar hábitos alimentares
mudam a vida das pessoas. Ato de comer é um ato de vida, de saber e sabor.
Aprendendo a cultivar e consumir produtos saudáveis estamos contribuindo para
uma grande mudança de vida.
A partir do exercício da elaboração de uma cartilha com cardápios saudáveis,
saborosos e criativos e com aproveitamento integral dos alimentos, valorização dos
produtos da agricultura familiar local e de cultivo orgânico, podemos citar o que diz o
Diretor de Coordenação da Itaipu Binacional Nelto Miguel Friedrich “o maior
restaurante que existe em cada município é a escola, onde acontece o fornecimento
diário da merenda escolar”.
Além de cumprir seus objetivos específicos, a cartilha também é um convite
às merendeiras, para iniciar um novo estágio na história da merenda em nossas
escolas, a partir do exercício da elaboração de cardápios saudáveis, saborosos e
criativos, com aproveitamento integral dos alimentos, valorização dos produtos da
agricultura familiar local e de cultivo orgânico.
4.8 Nutricionista
A nutricionista foi convidada para abordar temas importantes como: grupos
alimentares, consequências de uma má alimentação, pirâmide alimentar. Esta
profissional aproveitou para passar algumas dicas práticas de como compor um
prato colorido e saudável, contendo os nutrientes necessários para repor as
energias gastas pelo organismo.
Os alunos tiveram um momento para esclarecer suas dúvidas e até pedir
orientações sobre como é possível melhorar a alimentação em casa e na escola. A
Nutricionista alertou para que antes do jovem falar que não gostam de verdura,
legumes ou frutas, tem que experimentar pelo menos até sete vezes o alimento.
Muitas vezes não estamos acostumados com o sabor ou textura e logo
descartamos. Essa não é a maneira correta de cuidar da alimentação. Espera-se
que após a palestra os alunos passem a serem mais seletivos na escolha dos
alimentos e mais exigentes quanto à qualidade do que consomem. É essa
preocupação que eles passem a ter daqui pra frente. Afinal, o objetivo do projeto é
despertar o interesse em crianças e jovens para que se alimentem adequadamente
para ter uma vida mais saudável no futuro. No entanto, para que isso aconteça de
maneira efetiva é importante que os pais também reforcem em casa as orientações
que passamos na escola.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É necessário trabalhar os conteúdos da disciplina de Ciências de forma
aplicada visando que o conhecimento sobre o tema contribua para promover uma
reeducação alimentar a nível escolar desde os primeiros anos do ensino
fundamental, fazendo desta maneira o possível para reverter os hábitos alimentares
incorretos. Isto será possível através de disciplinas que abordem a saúde alimentar
e, sobretudo com o exemplo da Escola aplicando estes conhecimentos oferecendo
um cardápio equilibrado e saudável.
A participação das famílias é de vital importância para que se possa
desenvolver uma nova geração de pessoas saudáveis e dispostas para continuar a
construir a cada dia uma sociedade melhor. Mas, para isso, não basta apenas o
oferecimento de informações. É preciso, entre outras coisas, que haja um maior
investimento nas abordagens educativas, tornando a alimentação um tema
realmente inserido no dia-a-dia dos alunos e que sejam construídas, junto com as
famílias, alternativas que se adequem a sua realidade socioeconômica, utilizando-se
de uma culinária saborosa e nutritiva utilizando alimentos mais baratos e acessíveis
à população de baixa renda. Como por exemplo, receitas com a soja, que é um
alimento muito nutritivo, rico em proteínas, podendo substituir a carne, que é mais
cara.
Portanto o importante é continuar conscientizando e incluindo mais escolas e
comunidades nessa busca por uma vida saudável, sem doenças causadas por uma
má alimentação. A divulgação ainda é bem pequena perto do número de escolas
existentes no país. Todos devemos divulgar e aderir, para fazer do Brasil um país
mais feliz, mais saudável.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/profunc/alimet_saud.pdf
http://www.rebrae.com.br/banco_arquivos/arquivos/cecanes/carti lha_docente_pr.pdf http://www.calculoimc.com.br/
ANEXO A – PIRÂMIDE INTERATIVA
Figura 1 – Pirâmide Interativa.
Figura 02 – Alunos Interagindo com a Pirâmide
Figura 03 - Projeto exposto no Colégio Estadual Julio Giongo – Pranchita – Pr.
Figura 04 - Projeto exposto no Colégio Estadual Julio Giongo – Pranchita – Pr.
Figura 05 – Outdoor de promoção do Projeto exposto no pátio do Colégio Estadual Julio
Giongo – Pranchita – Pr.
Figura 06 – Outdoor do Projeto PDE exposto no pátio do Colégio Estadual Julio Giongo –
Pranchita – Pr.
ANEXO B – CARTILHA DE RECEITAS
Figura 01 - Caderno de Receitas Fonte: Elaborado por uma Aluna do Projeto (escolhido aleatoriamente).
Figura 02 – Algumas receitas adaptadas pelos Alunos
do Projeto.
Figura 03 - Algumas receitas adaptadas pelos Alunos do Projeto.
Figura 04 – Receita adaptada por alunos do Projeto.
Figura 05 – Receita adaptada por alunos do Projeto.
Figura 06 – Receita adaptada por Alunos do Projeto.