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2. SUMRIO:1- A INCLUSO DO ALUNO COM DEFICINCIA INTELECTUAL2-DIFERENA ENTRE SALA REGULAR, ATENDIMENTO CLNICO E AEE3-ESTRATGIAS DE APRENDIZAGEM3.1-PLANEJAMENTO DAS ESTRATGIAS3.2-PARA PLANEJAR PRECISO4-FATORES QUE INFLUENCIAM O DESENVOLVIMENTO5- O PROCESSO DE ALFABETIZAO DE ALUNOS COM DEFICIENCIA INTELECTUAL6-O ENSINO DA MATEMTICA DOS ALUNOS COM DEFICINCIA INTELECTUAL7-APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO DO ALUNO COM DEFICINCIA INTELECTUAL: ESTRATGIASPEDAGGICAS8-ESTRATGIAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM NAS DIFERENTES FASES DO DESENVOLVIMENTO 3. ESCOLA DOS ANIMAISEra uma vez uma escola para animais. Os professores tinham certeza que possuam um programa de ensinoinclusivo, porm, por algum motivo, todos os animais estavam indo mal. O pato era a estrela da classe de natao, pormno conseguia subir nas rvores. O macaco era excelente subindo em rvores, mas era reprovado na natao. Osfrangos se destacavam nos estudos sobre os gros, mas desorganizavam tanto a aula de subir em arvores que sempreacabavam na sala do diretor. Os coelhos eram sensacionais nas corridas, mas precisavam de aulas particulares emnatao. O mais triste de tudo era ver as tartarugas, que, depois de vrios exames e testes foram diagnosticados comotendo atraso de desenvolvimento. De fato, foram enviadas para classe de educao especial numa distante toca deesquilos. A pergunta : Quem eram os verdadeiros fracassados? 4. 1- A INCLUSO DO ALUNO COM DEFICINCIA INTELECTUALO pressuposto fundamental de qualquer trabalho educacional acreditar na possibilidade de mudana do outro.Autor DesconhecidoA Constituio Federal determina que deve ser garantido a todos os educandos o direito de acesso aos nveis maiselevados do ensino, da pesquisa e da criao artstica, de acordo com a capacidade de cada um (art. 208, V) e que oEnsino fundamental completo obrigatrio. Por isso, inegvel que as prticas de ensino devem acolher aspeculiaridades de cada aluno, independentemente de terem ou no deficincia. Mas no isso o que as escolas tem feitoe esta a grande chave para que a educao escolar das pessoas com deficincia intelectual possa acontecer comsucesso nas classes comuns de ensino regular. Para atender esta demanda a escola deve promover mudanas demodo que consiga possibilitar a todos sem exceo um ensino de qualidade que respeite as diferenas e especificidadesdo ser humano, ou seja, na perspectiva da incluso no o aluno que se adapta ao ensino e sim a escola que devepromover meios para que este aluno acesse ao conhecimento. Desta forma, baseados em uma perspectiva de escolapara todos, o professor dever encontrar meios para ensinar todos os alunos, independente de suas necessidadesfsicas, mentais, psicolgicas e sociais: afinal, a educao um direito de todos.So consideradas pessoas com deficincia intelectual aquelas que possuem funcionamento intelectualsignificativamente inferior mdia, com manifestao antes dos 18 anos e limitaes associadas a duas ou mais reasde habilidades adaptativas, tais como: comunicao, cuidado pessoal, habilidades sociais, utilizao da comunidade,sade e segurana, habilidades acadmicas, lazer e trabalho.O deficiente intelectual necessita aprender a ser e a viver como realmente : uma pessoa com direitos e deveres,que necessita ser educado de forma significativa a fim de ser capaz de valorizar a viso positiva de si mesmo e estimularseu desejo e confiana para conquistar competncia intra e interpessoal.A deficincia mental no se esgota na sua condio orgnica e/ou intelectual e nem podeser definida por um nico saber. Ela uma interrogao e objeto de investigao deinmeras reas do conhecimento. (MANTOAN; BATISTA, 2007, p.15)A deficincia intelectual constitui um impasse para o ensino na escola comum e para a definio do seuatendimento especializado, pela complexidade do seu conceito e pela grande quantidade e variedades de abordagens domesmo. Este parece ser o maior desafio da incluso, pois provoca inmeras transformaes que so necessrias para oensino escolar como um todo. A entrada do aluno com deficincia intelectual na escola regular, numa perspectivainclusiva, proporciona um momento diferenciado para a educao brasileira, na medida em que possibilitam um processode criao pedaggica, na busca de novos procedimentos de ensino, novas estratgias metodolgicas capazes deatingirem o potencial de cada um dos alunos, respeitando suas diferenas e levando-os a insero no mundo cultural ena vivncia histrica enquanto homem presente e atuante em seu tempo.A condio de deficincia intelectual no pode nunca predeterminar qual ser o limite de desenvolvimento doindivduo. A educao na rea da deficincia intelectual deve atender s suas especificidades sem se desviar dosprincpios bsicos da educao proposta s demais pessoas. Assim sendo, os princpios inclusivistas apontam que elas 5. devem freqentar desde cedo escola, a qual deve valorizar, sobretudo, os acertos da criana, trabalhando sobre suaspotencialidades para vencer as dificuldades (OLIVEIRA, 2008).De fato, as prticas escolares convencionais no do conta de atender deficincia intelectual, em todas as suasmanifestaes, assim como no so adequadas s diferentes maneiras dos alunos com qualquer deficincia, abordareme entenderem um conhecimento de acordo com suas capacidades. Essas prticas precisam ser urgentemente revistas,porque, no geral, elas so marcadas pelo conservadorismo, so excludentes e, conforme visto, inviveis para os alunosque temos hoje nas escolas, em todos os seus nveis. Assim, de acordo com a proposta de uma educao inclusiva podecaracterizar- se como uma nova possibilidade de re-organizao dos elementos constituintes do cotidiano escolar, umavez que, para tornar-se inclusiva e atender as diferenas de seus alunos, h de se pensar num novo projeto pedaggico:flexvel, aberto e dinmico. Projeto capaz de envolver toda a comunidade escolar e ousar na busca de novas relaeseducativas, repensando o papel da escola e seus objetivos educacionais. (OLIVEIRA, 2004).No se trata de negar os conhecimentos curriculares, ao contrrio, justamente favorecer ao aluno comdeficincia intelectual o acesso ao conhecimento disponvel historicamente como fator de emancipao humana, mas aomesmo tempo, respeitar sua condio prpria de aprendizagem, sem querer igual-lo ao outro, ao contrrio, cabe aescola encontrar formas de valorizar e considerar o jeito de ser e aprender de crianas e adolescentes com deficinciaintelectual. Trata-se, justamente como diz Padilha (2001, p.135) de vencer as barreiras de sua deficincia expandirpossibilidades, diminuir limites, encontrar sadas para estar no mundo, mais do que ser apenas uma pessoa do mundo.2-DIFERENA ENTRE SALA REGULAR, ATENDIMENTO CLNICO E AEE.Assim como o movimento inclusivo exige mudanas estruturais para as escolas comuns e especiais, ele tambmprope que haja uma articulao entre os diferentes profissionais envolvidos neste processo. O dilogo entre diversosprofissionais necessrio para o aprofundamento e melhor desempenho, seja do aluno, do professor ou do especialista.No entanto, o dilogo s acontece quando as partes que se respeitam mutuamente e no assumem uma posio desuperioridade de conhecimento e de dominao sobre o outro.Desta forma, para que cada espao se organize e cumpra com o que se prope, sem ocupar ou se sobrepor aotrabalho do outro, faz-se necessrio destacar: Escola (sala comum): Espao educacional responsvel pela sada da vida particular e familiar para o domniopblico tem funo social reguladora e formativa para os alunos. Por exemplo: embora a famlia possa acreditarque revidar as brigas correto, que colocar um ovo em cima no toco chama chuva, etc... A escola cabe ensinara compartilhar o saber, introduzir o aluno no mundo social, cultural e cientifico, ou seja, cabe a escola socializaro saber universal. Atendimento Educacional Especializado: Tem por objetivo ampliar o ponto de partida e de chegada do alunoem relao ao seu conhecimento. No se atm a solucionar os obstculos da deficincia, mas criar outrasformas de interao, de acessar o conhecimento particular e pessoal. de carter educacional, mas ao 6. contrrio da escola que trabalha o saber universal, o AEE trabalha com o saber particular do aluno, aquilo quetraz de casa, de suas convices visando propiciar uma relao com o saber diferente do que possui ampliarsua autonomia pessoal, garantir outras formas de acesso ao conhecimento (como por exemplo, atravs doBRAILLE, LIBRAS, uso de tecnologia, uso de diferentes estratgias de pensamento, etc.) Atendimento Clnico: Preocupam-se com os sintomas especficos, as patologias apresentadas em cada rea,que so trabalhados de maneira a superar ou reabilitar o indivduo nas manifestaes que ocorrem. Exemplo: ofonoaudilogo trabalhar com a dificuldade de linguagem expressiva ou receptiva, melhorando a condio dapessoa neste aspecto, o fisioterapeuta buscar, por exemplo, melhorar os movimentos perdidos, etc.Sabemos que a pessoa um ser indivisvel, em que cada uma de suas partes interage com a outra, influenciandoe determinando a condio do seu funcionamento e crescimento como pessoa. Como exemplo, podemos citar oatendimento educacional especializado, que na construo do conhecimento toca em questes subjetivas para o aluno, oque fatalmente acarretar conseqncias no seu desenvolvimento global e conseqentemente na resposta aoatendimento clnico. Se uma instituio especializada mantm o atendimento educacional e clnico, esses especialistasdevem interagir, embora cada um mantenha os limites de suas especificidades. E mesmo naquelas escolas especiais ecomuns que no tm o propsito de desenvolver o atendimento clnico, o dilogo com os especialistas fundamental. Eque esta interao no se estabelea para encerrar as possibilidades do aluno em um diagnstico que contempla apenasas deficincias, mas para descobrir sadas conjuntas de atuao em cada caso.Em suma, o atendimento clnico essencial para o sucesso da evoluo dos casos de pessoas com deficinciaintelectual. Mas esse atendimento no deve nunca se sobrepor educao escolar e ao atendimento educacionalespecializado. Todos esses trs saberes: o clnico, o escolar e o especializado devem fazer suas diferentes aesconvergir para um mesmo objetivo, o desenvolvimento das pessoas com deficincia.3-ESTRATGIAS DE APRENDIZAGEMNos ltimos anos as estratgias de aprendizagem tm adquirido uma importncia cada vez maior tanto nainvestigao psicolgica como na prtica educativa.No princpio, as teorias psicolgicas seguiam os modelos pelos quais se acreditava que os sujeitos eram merosreceptores passivos da informao e seu conhecimento era a mera repetio das informaes que recebiam doprofessor. Ultimamente as teorias se aproximam de posies nas quais o aprendiz tende envolver-se ativamente nagesto de seu conhecimento, construindo-o mediante a relao da nova informao com as j adquiridas. Da mesmamaneira entende-se que o aluno com deficincia intelectual aprende significativamente quando estabelece conexes donovo contedo com conceitos j conhecidos. Nesse processo de construo, no ocorre uma simples associao, masuma interao entre os conceitos pr-existentes e a nova informao, os quais servem de ancoradouro para que o novopossa adquirir significado para o sujeito. Assim sendo, as novas informaes so incorporadas e assimiladas, pormessa relao acaba por modificar esses esquemas prvios, ocasionando uma transformao do conhecimento. 7. Para tanto, necessrio que sejam desenvolvidas diferentes estratgias de ensino aprendizagem de forma aproporcionar ao aluno melhor interao, participao e desenvolvimento deste nas atividades propostas, possibilitando-lheo acesso ao conhecimento.Atravs da utilizao das estratgias estabelecido o que necessrio para desenvolver e resolver asatividades apresentadas e determinam quais as tcnicas mais adequadas para se utilizar na execuo das mesmas noprocesso de aprendizagem.3.1-Planejamento das EstratgiasNo que se refere ao planejamento das estratgias este pode metaforicamente ser comparado a uma forma, naqual todos os alunos devem se enquadrar e, portanto, na prtica, todos devem construir o conhecimento pelos caminhostraados pelos procedimentos pedaggicos, previamente estipulados. Desta forma, o professor precisa planejar variadasestratgias de ensino, pois nem todos os alunos constroem o conhecimento pelos mesmos caminhos, ou seja, os alunostm diferentes estilos de aprendizagem.Neste sentido, vale ressaltar que apesar de haver vrios estudos acerca da deficincia intelectual, como os deInhelder, nos quais mostrem as oscilaes e ritmos diferenciados no processo de construo da inteligncia dessesalunos, cada sujeito pode apresentar uma experincia de aprendizagem diferenciada, dependendo das suas experinciase do contexto educativo no qual esteja inserido. Conseqentemente, no se justificam prticas centradas no nivelamentocognitivo, centradas nas limitaes decorrentes da deficincia intelectual. Devem sim, serem aproveitadas aspotencialidades que esses alunos dispem em suas vivncias, pois para que ocorra a aprendizagem significativa, asestratgias de ensino precisam estar articuladas ao interesse do aluno e ao que ele j sabe.Cabe ressaltar, que no existe um mtodo ideal para o direcionamento das atividades para os alunos comdeficincia intelectual, de forma alguma se prope que deva ser utilizada uma gama de mtodos indiscriminadamente.Mas sim, refletir constantemente sobre o processo de ensino e aprendizagem, ou seja, sobre a prpria prtica e sobre asoportunidades de interao do aluno com o objetivo de conhecimento, a fim de avaliar a eficcia das estratgias, bemcomo propor adaptaes e/ou alterao de procedimentos. Enfim, quanto mais diversificados e adequados s diferenasde ritmo e estilos de aprendizagem dos alunos forem os mtodos de ensino, menores sero as barreiras deaprendizagem.O planejamento o fio condutor do processo ensino-aprendizagem. nele que os objetivos so articulados sestratgias, ou seja, por meio dele que as prticas educacionais tornam-se adequadas s reais necessidades dosalunos. Isso no significa dizer que o planejamento algo estanque, fechado e completo, pelo contrrio, conforme aexposio de Fusari (2004) o importante manter o planejamento como uma prtica permanente de crtica e reflexo.Portanto, o planejamento entendido como um processo, ou seja, ele deve ser flexvel e passvel de alteraes sempreque necessrio. O professor dever examinar sua prtica em sala de aula constantemente, verificando as modificaesnecessrias no planejamento, buscando reajust-lo de forma a atender s necessidades educacionais dos alunos, paraessa tomada de conscincia necessrio questionar-se: Por que ser que o aluno no construiu o conhecimento quando eu utilizei este mtodo especfico? Quais foram os processos mentais que ele utilizou para chegar a determinada resposta? 8. O que ele j sabe a respeito desse conhecimento? O que ele ainda no sabe, mas est em vias de aprender? Que outras estratgias educacionais eu posso utilizar para mediar construo desse conhecimento.Assim sendo, o professor dever explorar todos os canais de conhecimento da criana, sua experincia com omundo, suas formas de interao e suas maneiras particulares de aprender, sendo um observador, apoiado pela equipepedaggica da escola que deve possibilitar recursos para melhor organizao das condies em que se ensina.As Diretrizes Nacionais para a Educao Especial na Educao Bsica, consubstanciada na Resoluo CNE/CPn. 02/2001 enfatiza a importncia da avaliao do processo de ensino e aprendizagem para a identificao dasnecessidades educacionais especiais. Assim, na rea da deficincia intelectual este processo deve nos permitirconhecer as possibilidades e limitaes da pessoa com deficincia mental para, com ela, captar os indcios, os sinaisque nos d sobre seu processo evolutivo e pelo qual ela se aproxima da resoluo de suas dificuldades (PADILHA,2001, p.177).Nesta perspectiva, o processo de avaliao da aprendizagem dever ser um processo dinmico que envolve arelao interpessoal que se estabelece entre professor e aluno; valoriza o processo de ensino e de aprendizagem, buscaconhecer as estratgias de aprendizagem dos alunos e oferecer sugestes potencialmente teis para o ensino.3.2-Para planejar preciso...De acordo com Atendimento Educacional Especializado para alunos com Deficincia Intelectual, segundoprofessores pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria, para o trabalho com aluno com DeficinciaIntelectual se faz necessrio: Conhecer o alunoComo destacamos anteriormente ao elaborar o planejamento devemos romper com a concepo de educaoacrtica que contempla uma viso de alunos iguais. Esse planejar, implicaria em revisitar o, j mencionado, momentodos mtodos e tcnicas e das especificidades da Educao Especial, no qual se previam metodologias de ensinoespecficas para alunos especficos, dentre eles os alunos com deficincia intelectual. Contrapondo esse pensamento,Mrech (2001, p.06), enfatiza que o mesmo tipo de deficincia pode gerar processos inteiramente diferentes dedesenvolvimento do aluno, a partir de contextos sociais distintos. (...) Cada caso um caso e tem que ser considerado deuma maneira especfica.Nesse sentido, ao planejar as atividades para os alunos com deficincia intelectual, voc deve-se atentar que preciso conhecer o aluno nos seguintes aspectos:- realidade familiar e social;- caractersticas pessoais;- interesses e peculiaridades;- processo de aprender;- necessidades de aprendizagem;- o que ele j sabe e o que est em vias de aprender. 9. Considerando esses aspectos poderemos organizar um planejamento voltado para a diversidade de forma acontemplar suas reais necessidades e potencialidades de aprendizagem, para que assim, todos possam aprender econseqentemente se desenvolver. ColetividadeConforme consta no Art. 8 da Resoluo CNE/CEB n 02/01, no inciso V, em sala de recursos ser realizada acomplementao ou suplementao curricular, bem como, no inciso IV, alnea a, as classes comuns devem contar coma atuao colaborativa de professor especializado em educao especial. A partir do exposto compreende-se que aorganizao do planejamento deve superar a prtica fragmentada e desarticulada, onde o professor de sala de recursose o professor de sala de aula realizam individualmente os seus trabalhos, pois, mesmo que ambos estejam capacitados,individualmente faro menos que o necessrio na construo de uma escola para todos.Com o entretecimento dessa parceria na elaborao do planejamento, ambos professores deixam de serresponsveis solitrios frente s aes de enfrentamento das desigualdades existentes, dos mecanismos de exclusoherdados de uma educao homogeneizadora. Sendo que, ao estabelecerem trocas de experincia, ao trabalharem emequipe, em cooperao podero ter uma percepo mais coesa e compreensiva das barreiras de aprendizagem e dosdiferentes estilos de aprendizagem dos seus alunos.Enfim, o planejamento alicerado na coletividade contribuir para a definio de objetivos e da escolha deprocedimentos e recursos que atendam as reais necessidades dos alunos, favorecendo o processo de construo deaprendizagem e o desmantelamento de prticas educacionais socialmente cristalizadas, em busca de mudanasconceituais e atitudinais, sobretudo de novos caminhos para que o processo educacional seja, de fato, significativo paratodos. Valorizando as diferenasA utilizao de um nico mtodo de ensino pode at contribuir para a construo da aprendizagem de algunsalunos, no entanto, esse mesmo mtodo especfico pode se constituir como barreira de aprendizagem para outros. Destaforma, o professor precisa planejar estratgias diversificadas de ensino, pois nem todos alunos constroem oconhecimento pelos mesmos caminhos, ou seja, os alunos tm diferentes estilos e ritmos de aprendizagem.Considerando as dificuldades que os alunos com deficincia intelectual apresentam e a necessidade dodesenvolvimento de estratgias de aprendizagem elaborada, que visam atender e facilitar o desenvolvimento de todosos alunos, necessrio que o professor ao planejar suas aulas tenha o conhecimento de qual prtica est utilizando paraatender as diferenas sem excluir a participao do aluno no contedo trabalhado em sala.Por muito tempo, preconizou a idia que para atender a diferena na sala de aula eram necessrias atividadesdiferenciadas aos alunos com deficincia, realizando adaptaes curriculares, no considerando o contedo trabalhado.Segundo Mirallha... tais adaptaes seriam atividades de facilitadas, simplificadas, ou mesmo em atividades geralmentede ordem prtica (atividades manuais, de percepo, memorizao, etc) que definiam, a priori, o que o aluno seria capazde fazer, limitando ainda sua possibilidade de lidar com atividades de carter conceitual. 10. importante ressaltar que a construo de uma autonomia moral e intelectual s ocorre em ambientes nosquais as crianas tem oportunidades de fazer opes e vivenciar as conseqncias de suas escolhas. Tal prticafavorece a criana opes de escolha sobre o que quer aprender, possibilita maior envolvimento, bem como a vivencia depoder atuar intelectualmente diante de uma tarefa, tornando as atividades mais significativas.Assim, ao disponibilizar ao aluno a possibilidade de escolher as atividades que deseja realizar, permite aomesmo sair de uma posio passiva diante da aprendizagem, sendo construtor de o prprio saber. Desta forma, oprofessor deve disponibilizar diversas atividades dentro do mesmo contexto trabalhado, a fim de que o aluno possa optarqual deseja realizar. Quanto mais diversificados e adequados s diferenas de ritmo e estilos de aprendizagem dosalunos forem os mtodos de ensino, menores sero as barreiras para sua a aprendizagem. Aprendizagem Significativa: Entende-se que nesta forma de aprendizagem, o aluno com deficinciaintelectual aprende significativamente quando estabelece conexes do novo contedo com conceitos j conhecidos.Nesse processo de construo, no ocorre uma simples associao, mas uma interao entre os conceitos pr-existentese a nova informao, os quais servem de ancoradouro para que o novo possa adquirir significado para osujeito. Assim sendo, as novas informaes so incorporadas e assimiladas, porm essa relao acaba por modificaresses esquemas prvios, ocasionando uma transformao do conhecimento, sendo assim as aprendizagenssignificativas consideram, ento, as experincias anteriores e conhecimentos previamente elaborados pelo aluno.Conforme MEC (1999),(...) nem todos os alunos e alunas se apresentam com a mesma bagagem, da mesma forma,no que se refere s aprendizagens j por eles efetivadas. Todos os alunos e alunas tmcapacidades, interesses, ritmos, motivaes e experincias diferentes, que mediatizam seuprocesso de aprendizagem, fazendo que seja nico e diferente, em cada caso.Nesse sentido, por mais que estudos acerca da deficincia intelectual, como os de Inhelder, mostrem asoscilaes e ritmos diferenciados no processo de construo da inteligncia desses alunos, cada sujeito pode apresentaruma experincia de aprendizagem diferenciada, dependendo das suas experincias e do contexto educativo no qualesteja inserido. Conseqentemente, no se justificam prticas centradas no nivelamento cognitivo, centradas naslimitaes decorrentes da deficincia intelectual, devendo ser aproveitadas as potencialidades que esses alunosdispem, suas vivncias, pois para que ocorra a aprendizagem significativa, as estratgias de ensino precisam estararticuladas ao interesse do aluno e ao que ele j sabe. Aprendizagem Mecnica: Ocorre quando os novos conhecimentos so armazenados sem relao com osj existentes na estrutura cognitiva. Para constituir aprendizagem alguma associao deve ocorrer, porm no nosentido de interao e, portanto, pouco ou nada contribui para a construo ou transformao do conhecimento. 11. Aprendizagem por descoberta ou por recepo?: O mtodo mais difundido em educao est orientadopara uma aprendizagem por recepo, sendo que o que deve ser aprendido apresentado ao aprendiz em sua formafinal. O senso comum que o mtodo instrucional corrobora para uma aprendizagem mecnica, enquanto o mtodo dadescoberta contribui para uma aprendizagem significativa! Conforme Morais (1999, p.15), a de que por recepo oupor descoberta, a aprendizagem s ser significativa (...) se o novo contedo incorporar-se, de forma no arbitrria eno-literal, estrutura cognitiva. Dito em outras palavras tanto uma como a outra podem ser significativa ou mecnica,dependendo da maneira como a nova informao armazenada na estrutura cognitiva (op. cit, p.15). Assim sendo,dependendo da forma como for empregado, tanto o mtodo instrucional, quanto o mtodo da descoberta podem serineficientes, porm o contrrio tambm verdadeiro. Portanto, se tais mtodos considerarem as vivncias dos alunos, osseus conhecimentos j consolidados, ambos podero contribuir para uma aprendizagem receptiva ou por descobertaverdadeiramente significativa.O aluno no constri significados a partir dos contedos de aprendizagem sozinhos,mas, em uma situao interativa, na qual os docentes tm um papel essencial, j quequalquer coisa que faam ou deixem de fazer determinante para que o alunoaprenda ou no de forma significativa. (MEC, 2003, p.161)OS ALUNOSNA APRENDIZAGEM COMPETITIVA: NA APRENDIZAGEM INDIVIDUALIZADA: NA APRENDIZAGEM COOPERATIVA:Trabalham juntos contra outros, paraalcanar um objetivo que somente um oualguns poucos podem alcanar;Buscam sucesso e contemplam tarefas queno se relacionam com as dos outros;Trabalham juntos para cumprir objetivos etarefas compartilhadas;So qualificados por sua habilidade detrabalhar mais rpido e mais corretamenteque seus colegas;So classificados de acordo com umconjunto de normas padronizadas;Percebem que s conseguiro atingir seusobjetivos se os membros do grupoconseguirem os seus;Ao afirmar que o/a aluno/a constri seu prprio conhecimento a partir de um processointerativo, no qual o papel do/a professor/a mediar o/a aluno/a e os contedos, oconstrutivismo sugere a possibilidade de que, em determinadas circunstncias, os alunospossam ser protagonistas desse papel mediador.Conforme MonereoGisbert (2005, p.11)4-FATORES QUE INFLUENCIAM O DESENVOLVIMENTO:Na busca da compreenso dos problemas de conduta e dificuldades apresentado pelas crianas em seu processode desenvolvimento, necessrio ter o conhecimento do desenvolvimento normal, em seus aspectos cognitivos,afetivos e sociais. Neste sentido, a teoria Piagetiana serve de base, considerando os estgios de desenvolvimentocognitivo propostos por PIAGET. Este em sua teoria explica o desenvolvimento intelectual do ser humano no campo dopensamento, da linguagem e da afetividade, bem como identifica quatro estgios de evoluo mental de uma criana, no 12. qual cada estgio um perodo onde o pensamento e comportamento infantil caracterizado por uma forma especficade conhecimento e raciocnio. 1 Sensrio-motor (nascimento ao 18 ms de vida) o perodo da vida do ser humano compreendido entreo nascimento e os dois anos de idade. Entre as principais aquisies do perodo sensrio-motor, destaca-se aconstruo da noo do eu, atravs da qual a criana diferencia o mundo externo do seu prprio corpo. O beb oexplora, percebe suas diversas partes experimenta emoes diferentes, formando a base do seu autoconceito. Ao longodesta etapa, a criana ir elaborar a sua organizao psicolgica bsica, seja no aspecto motor, no perceptivo, no afetivo,no social e no intelectual.A inteligncia trabalha atravs das percepes (simblico) e das aes (motor) atravs dos deslocamentos doprprio corpo. uma inteligncia iminentemente prtica. Sua linguagem vai da ecolalia (repetio de slabas) palavra-frase(gua para dizer que quer beber gua) j que no representa mentalmente o objeto e as aes. Sua condutasocial, neste perodo, de isolamento e indiferenciao (o mundo ele). nesta fase que se faz necessrio o trabalho com estimulao precoce, pois desta faz uso de experinciassignificativas nas quais intervm os sentidos, a pecepo e o prazer da explorao, o descobrimento, o auto controle, ojogo e a expresso artstica. Sua finalidade desenvolver a inteligncia, porm sem deixar de reconhecer a importnciados vnculos afetivos slidos e uma personalidade segura.Um aspecto a destacar que, ao menos na maioria das propostas de estimulao precoce, a criana que gera,modifica, demanda, e constri suas experincias de acordo com seus interesses e necessidades.A estimulao precoce no procura expor a criana a uma srie de atividades, mas sim, ao contrrio, fazer comque esta as crie e construa. Este princpio modifica substancialmente o papel do adulto, que passa a ser um facilitador deexperincias. Portanto, j no so vlidas as diretrizes do tipo agora faa isto ou isto se faz assim. importante que oprofessor seja um bom facilitador no uso de recursos existentes, na formulao de perguntas geradoras de atividadesmentais e no enriquecimento de ambientes. 2 Pr-operatrio (18 ms aos 8 anos): Nesse perodo, as caractersticas observveis mais importantes so:inteligncia simblica; os pensamentos egocntricos, intuitivos e mgicos; a centralizao (apenas um aspecto dedeterminada situao considerado); a confuso entre aparncia e realidade; ausncia da noo de reversibilidade; oraciocnio transdutivo (aplicao de uma mesma explicao a situaes parecidas); a caracterstica do animismo (vida aseres inanimados).Os cinco aspectos mais importantes do pensamento neste estgio so: Egocentrismo: so incapazes de compreender as coisas de outro ponto de vista que no seja o seu. Tema tendncia de tomar o seu ponto de vista como o nico, sem compreender o dos demais por estarcentrados em suas aes. Dificuldades de transformao: so incapazes de comprender os processos que implicam em mudana.Seu pensamento esttico, esto sempre no momento presente, no considerando os anteriores, nemantecipando o futuro. 13. Reversibilidade: so incapazes de compreender um processo inverso ao observado. Seu pensamento irreversvel. Centralizao: incapacidade para se centrar em mais de um aspecto da situao. So incapazes deglobalizar. No conservao: no so capazes de compreender que a quantidade pode permanecer embora mudeseu aspecto ou aparncia. Um exemplo disto, refere-se a manipulao de massa de modelar, noentenderiam que a quantidade seria a mesma com qualquer formato que assumisse. 3Operatrio concreto (8 aos 12 anos): Neste perodo o egocentrismo intelectual e social (incapacidade dese colocar no ponto de vista de outros) que caracteriza a fase anterior d lugar emergncia da capacidade da crianade estabelecer relaes e coordenar pontos de vista diferentes, (prprios e de outrem ) e de integr-los de modo lgico ecoerente (Rappaport, op.cit.). Outro aspecto importante neste estgio refere-se ao aparecimento da capacidade dacriana de interiorizar as aes, ou seja, ela comea a realizar operaes mentalmente e no mais apenas atravs deaes fsicas tpicas da inteligncia sensrio-motora (se lhe perguntarem, por exemplo, qual a vareta maior, entrevrias, ela ser capaz de responder acertadamente comparando-as mediante a ao mental, ou seja, sem precisar medi-lasusando a ao fsica). A criana comea a lidar com conceitos abstratos como os nmeros e relacionamentos. Esseestgio caracterizado por uma lgica interna consistente e pela habilidade de solucionar problemas concretos. Contudo,embora a criana consiga raciocinar de forma coerente, tanto os esquemas conceituais como as aes executadasmentalmente se referem, nesta fase, a objetos ou situaes passveis de serem manipuladas ou imaginadas de formaconcreta. 4 Operatrio formal (12 e 15 anos): a criana comea a raciocinar lgica e sistematicamente. Esse estgio definido pela habilidade de engajar-se no raciocnio abstrato. As dedues lgicas podem ser feitas sem o apoio deobjetos concretos. Inicia sua transio para o modo adulto de pensar, sendo capaz de pensar sobre idias abstratas. Acriana adquire capacidade de criticar os sistemas sociais e propor novos cdigos de conduta: discute valores morais deseus pais e constri os seus prprios (adquirindo, portanto, autonomia).Ao atingir esta fase, o indivduo adquire a sua forma final de equilbrio, ou seja, ele consegue alcanar o padrointelectual que persistir durante a idade adulta. Isso no quer dizer que ocorra uma estagnao das funes cognitivas,a partir do pice adquirido na adolescncia como enfatiza Rappaport (op.cit. 63), esta ser a forma predominante deraciocnio utilizada pelo adulto. Seu desenvolvimento posterior consistir numa ampliao de conhecimentos tanto emextenso como em profundidade, mas no na aquisio de novos modos de funcionamento mental.Alm destes aspectos, as contribuies da Psicologia e Epistemologia gentica de Jean Piaget, possibilitaramnosuma nova leitura da deficincia intelectual e quebraram inmeras barreiras discriminatrias que nos impediam decompreender as reais condies de educabilidade do deficiente mental. 14. Segundo Piaget, no existe uma diferena estrutural entre o desenvolvimento cognitivo de pessoas normais edeficientes.. Os deficientes intelectuais configuram uma condio intelectual anloga a uma construo inacabada 1,mas, at o nvel em que conseguem evoluir intelectualmente, essa evoluo se apresenta como sendo similar a daspessoas normais mais novas, passando pelas mesmas etapas de evoluo mental (fases do desenvolvimento). Portanto,a nica diferena das pessoas com deficincia intelectual para com as normais se observa atravs do ritmo daconstruo das estruturas mentais2, ou seja, o deficiente desenvolve-se mais lentamente e no consegue concluir oprocesso de construo das estruturas da inteligncia.1Expresso usada por Piaget para definir a Deficincia Mental2 As estruturas Mentais ou esquemas so padres que possibilitam ao sujeito formasorganizadas de elaborao do pensamento. Para Wallon as estruturas mentais no so dadasdesde o incio, elas tem que ser construdas. 15. 5- O PROCESSO DE ALFABETIZAO DE ALUNOS COM DEFICINCIA INTELECTUALOs alunos vivenciam processos cognitivos semelhantes aos das crianas ditas normais, no que se refere aoaprendizado da leitura e da escrita.O ritmo de aprendizagem dos alunos com deficincia se diferencia, por requerer um perodo mais longo para aaquisio da lngua escrita, porm as estratgias de ensino para esses alunos podem ser as mesmas utilizadas com osalunos ditos normais. No decorrer do processo de construo da escrita, as crianas descobrem as propriedades dosistema alfabtico e, a partir da compreenso de como funciona o cdigo lingustico, elas aprendem a ler e escrever.Desta forma, as crianas com deficincia intelectual passam por etapas semelhantes quelas descritas porFerreiro e Teberosky (1986). Apresentam hipteses pr-silbica, silbica, silbico-alfabtica e alfabtica. Para avaliar aevoluo escrita de alunos com deficincia intelectual, o professor pode utilizar as mais variadas proposies tais como:escrita livre de palavras e frases, reescrita de atividades vivenciadas, reescrita de histrias lidas, produo com base emimagens e escrita de bilhetes, dentre muitas outras. Os registros das crianas expressam o nvel de evoluo em queelas se encontram, desde a escrita sem valor representativo at a escrita alfabtica. A escrita sem valor representativoGeralmente as produes que caracterizam esta etapa indicam que o aluno ainda no percebe a escrita comouma forma e representao. Os registros das crianas se caracterizavam por formas circulares sem a utilizao de sinaisgrficos convencionais e sem inteno de representao.Os alunos que se encontram nesse nvel de representao no conseguem interpretar as suas produes, mesmoquando esto em um contexto preciso. A dificuldade de atribuir significado escrita pode se manifestar em diferentesatividades nas quais as crianas so solicitadas a interagir com o universo grfico. Em algumas situaes as crianasno se implicam com a tarefa e do respostas aleatrias sugerindo no estar interessado pela atividade ou simplesmenteno compreender a solicitao do professor. importante considerar as dificuldades psicomotoras apresentadas por algumas crianas nesta fase,evidenciadas especialmente na motricidade fina, o que torna para elas quase impossvel desenhar ou realizar o traadodas letras. As atividades que envolvem modelagem e recorte e colagem so igualmente dificultosas para esses alunosque em sua maioria se distanciam desse tipo de tarefa, manifestando inclusive rejeio pela leitura e a escrita. Um dosrecursos a ser considerados no s com alunos com deficincia mas com todos que encontram-se nesta fase o uso deletras mveis, fichas com palavras e frases escritas, jogos pedaggicos e livros de literatura infantil, so instrumentos quepodem auxiliar o professor no seu trabalho com esses alunos, na busca de superar as dificuldades de organizaoespacial e na coordenao motora fina. Alm destes o professor pode fazer uso de recursos variados que permita emalguns momentos a criana exercitar livremente sua expresso grfica, como o uso do desenho livre, e em outrosescrever em espaos delimitados.Um aspecto importante que a anlise do desempenho desses alunos deve contemplar no somente os avanos naescrita, mas tambm os ganhos na aquisio de atitudes tais como: cooperao, participao e interao no grupo,interessem por atividades relacionadas leitura e a escrita tais como: leitura de textos variados e histrias infantis,registros orais e escritos, desenho, modelagem e escrita do nome prprio. Assim, medida que as crianas avanam nas 16. atitudes que favorecem a aquisio da escrita, elas comeam a produzir registros utilizando- se de algumas letras,especialmente daquelas referentes pauta do prprio nome. Destaca-se aqui que o avano importante na aprendizagemda criana quando ela demonstra gosto por jogos pedaggicos, especialmente aqueles de cartes com palavras osquais mobilizam o aluno para a interao no grupo, bem como para a ateno escrita das palavras. O professor queexplora esse tipo de atividade est favorecendo a passagem do aluno para um nvel mais avanado. Escrita com valor representativoOutro aspecto a ser destacado que a conscincia de que para ler coisas diferentes deve haver uma diferenaobjetiva nas escritas, conforme Ferreiro e Teberosky (1986) identificaram em sujeitos normais, tambm aparece nosalunos com deficincia intelectual.Tomamos como exemplo o texto a seguir, este retrata a produo de uma criana com deficincia intelectual nonvel pr-silbico da escrita. Este texto se originou aps a leitura da histria Aladim e a lmpada maravilhosa, onde umaatividade de rescrita foi solicitada ao aluno:Texto produzido: Texto lido:AOUUARDO Era uma vez um AladimAOAARDOAOO estava no mar com um pano na bocaA MARDOMA e ele estava presoAVAVAD a ele pegou a lmpada e fugiuPara representar a produo escrita da histria de Aladim, o aluno usa limitado repertrio de letras tendo comoreferncia a pauta das letras que compem o seu nome (Eduardo), demonstrando a preocupao com a variedade doscaracteres, especialmente em relao ordem e seqncia das letras. Observa-se que apesar desse registro ainda secaracterizar como uma escrita do nvel pr-silbico, a representao que o aluno tem da escrita, evidenciada pela leituraque ele faz de seu registro, indica uma progresso de idias e uma estrutura textual caracterstica da escrita alfabtica.Registros semelhantes a estes so produzidos por crianas sem deficincia.O avano conceitual da criana na escrita se d de forma gradual. comum a criana produzir registros de umnvel precedente aquele no qual j capaz de representar escrita. No incio do processo de aquisio da escrita, algunsalunos que j so capazes de produzir escritas com orientaes silbicas, podem apresentar tambm produes comcaractersticas da escrita pr-silbica. Por exemplo, em uma classe de alfabetizao, uma aluna com deficinciaintelectual foi solicitada a reproduzir a parte que mais gostou de uma histria lida pela professora.Essa aluna escreveu a seguinte Pauta: SANRGATE. Quando a professora solicitou que ela interpretasse a suaproduo ela leu fazendo correspondncia entre as unidades das palavras e a sequncia das letras escritas: Ela (SA)comeu(NRG) bastante (ATE). Na pauta escrita pela criana no h evidncia da relao fonema-grafema, assim comono h segmentao das palavras. Entretanto sua interpretao de escrita indica uma orientao silbica.No nvel silbico, o aluno demonstra ter adquirido a compreenso de que a escrita constitui um meio derepresentao da fala e de registro de eventos, embora ainda no compreenda o funcionamento deste sistema de 17. representao - em nosso caso, a escrita alfabtica. O inicio da representao da escrita com base silbica pode seridentificado nos registros dos alunos, quando eles comeam a utilizar as letras do prprio nome nas suas produes.A escrita de Eduardo (um aluno com deficincia intelectual) ilustra esse tipo de comportamento. Ele escreveu aspalavras cachorro (CUURDO); vaca (AUARDO); e borboleta (AVDURDO) e em seguida leu fazendo a correspondnciade uma slaba para cada letra escrita apontando a seqncia RDO como sendo um final mudo. Seu comportamentoevidencia a escrita silbica, com a utilizao do RDO como elemento curinga da escrita. Esse elemento curinga geralmente utilizado quando a criana entra no conflito entre a hiptese silbica e o critrio de quantidade mnima decaracteres. Para resolver esse conflito, a criana introduz uma ou mais letras. No caso da palavra VACA, Eduardo utilizadois elementos curingas: a letra A e a terminao RDO, compondo: AUARDO. Na medida em que a criana avanaconceitualmente o elemento curinga desaparece dos seus registros. Os alunos com deficincia intelectual so capazesde produzirem textos prprios do nvel alfabtico, apesar de seus registros evidenciarem fragilidades em selecionar,controlar e organizar com coerncia suas idias. Nessas produes a qualidade dos textos est relacionada com ognero textual.Assim, finalizando para que os alunos estruturem de forma adequada suas produes textuais e possam seapropriar das caractersticas especficas dos diferentes gneros textuais se faz necessrio vivenciar experinciasescolares e sociais que possibilitem o acesso a diferentes tipos de textos, logo o professor deve proporcionar o trabalhocom variados gneros. A mediao do adulto e a interao que os alunos com deficincia intelectual estabelecem com ouniverso da escrita, influenciam significativamente na evoluo conceitual dos mesmos na lngua escrita. Normalmente,os alunos que interagem positivamente com seus professores, com seus pares, e tambm com o objeto deconhecimento, apresentam melhores resultados se comparados queles que tem dificuldades nas suas formas deinterao.6-O ENSINO DA MATEMTICA DOS ALUNOS COM DEFICINCIA INTELECTUALO ensino da Matemtica para os alunos com deficincia intelectual, tem sido uma das nossas maioresdificuldades, pois estes no conseguiam adquirir as noes bsicas para a aprendizagem desta disciplina devido slimitaes prprias da deficincia e de poucas experincias vivenciadas, tendo conseqentemente dificuldades paraefetuar as necessrias construes lgicas.Muito se tem ouvido falar sobre a incluso de crianas com necessidades educacionais especiais ao ensinoregular, mas sabe-se que existem muitas dificuldades em relao a esta incluso educacional. Deve-se levar em contaque cada ser individual com suas necessidades e dificuldades de aprendizagem, por isto, deve-se respeitar o ritmo eas formas de aprendizagem de cada um. Espera-se que a escola, ao abrir as portas para tais alunos, informe-se eoriente-se para proporcionar instrumentos adequados para que o aluno encontre um ambiente adequado, semdiscriminaes e que lhe proporcione o maior e melhor aprendizado possvel.Para Stainback(1998) um aspecto extremamente importante na incluso de alunos com deficincia intelectual trilhar novos caminhos educacionais, pensando no somente na alfabetizao destes, mas sim na modificao curricularda escola de ensino comum para atender as outras habilidades que o alunos apresente e com outro olhar sobre o papeldo educador. 18. Para Mantoan (1984), o aluno com deficincia intelectual capaz de realizar um processo educacional atravsde um currculo baseado em contedos construtivistas. A garantia de se outorgar ao aluno com deficincia intelectual odireito de exercer sua liberdade e autodeterminao, poder de deciso e crtica, facultando-lhe a iniciativa prpria naresoluo de conflitos de natureza intelectual e moral condio importante para seu desenvolvimento. Deve-se tambmcontar com a colaborao da famlia e da sociedade para que se estenda a outros ambientes o mesmo clima deconfiana.A Matemtica faz parte da vida de todas as pessoas e desempenha um papel decisivo pelo fato de nospermitir resolver problemas do nosso cotidiano, alm de ser um instrumento de comunicao e desempenhar um papelfundamental na formao do pensamento lgico matemtico a partir do desenvolvimento de habilidades de raciocnioespecficas.Segundo os PCNs A Matemtica componente importante na construo da cidadania (BRASIL, 1997) epoder contribuir a partir do momento em que for apresentada atravs de uma metodologia que favorea a criatividade, otrabalho coletivo, a iniciativa, a autonomia, a autoconfiana na prpria capacidade de conhecer, enfrentar e vencerdesafios.A matemtica ensinada para ao aluno deficiente intelectual a mesma ensinada para qualquer aluno, oque se difere no entanto, so os recursos de acessibilidade que esta clientela necessitar para ter acesso a esta reado conhecimento, haja vista sua limitao cognitiva. Assim, na tentativa de tirar o aluno com deficincia intelectual deuma condio passiva diante do conhecimento, buscamos introduzir a calculadora durante o Atendimento EducacionalEspecializado realizado na sala de Recursos de Deficincia Intelectual, tendo este instrumento como recurso facilitadorda aprendizagem.Consideramos a calculadora um recurso que possibilita o acesso do aluno com Deficincia intelectual aaprendizagem bsica de alguns conceitos importantes para o dia a dia. Ex: sistema monetrio, operaes fundamentais.O objetivo propiciar a criana o conhecimento da matemtica prtica, til sua vida diria, ao seu trabalho e viver comautonomia plena.Assim, o ensino da matemtica para os alunos que apresentam um dficit intelectual deve ser realizadotambm com material concreto ou adaptado para sua realidade, onde os educadores devem levar seus alunos a sentir acada momento, dentro e fora da escola a necessidade e a importncia dos conhecimentos matemticos no dia a dia,deve-se tornar o ensino atraente, iniciando concretamente, oportunizando a criana manipular e sentir objetos que a faater raciocnios matemticos; ou seja; cabe ao professor, propor desafios e utilizar sim o material concreto nas situaesde ensino aprendizagem, porm, necessrio propor atividades que desencadeiem numa progresso sistemtica donvel concreto ao abstrato em direo a representao mental.Exemplo: trabalho atravs da rotina em sala de aula: calendrio dias da semana e meses (podendo serdesenvolvidos com os a alunos atravs de cores, smbolos, numerais, quantidades e acontecimentos do dia a dia).Outro aspecto importante, no qual no podemos nos esquecer a importncia do Ldico/jogo no ensino daMatemtica. Este deve ser valorizado, pois o aluno ao jogar depara-se com uma situao-problema gerada pelo jogo etenta resolv-la, a fim de alcanar o seu objetivo. Para tanto, cria procedimentos, organiza-se em formas de estratgiase avalia-os em funo dos resultados obtidos que podem ser bons e maus. As regras presentes nos jogos matemticos 19. possibilitam desencadear os mecanismos de equilbrio cognitivos, logo, constitui um poderoso meio para favorecer odesenvolvimento e a aprendizagem dos alunos com deficincia intelectual, essas regras supem organizao ecoordenao que inserem dentro do quadro de natureza lgica. Portanto favorecer situaes dentro do ensino damatemtica que permitam os jogos fundamental, porque por meio deles o educando assimila as realidadesintelectuais, impedindo que estas permaneam exteriores sua prpria inteligncia.7-APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO DO ALUNO COM DEFICINCIA INTELECTUAL: ESTRATGIASPEDAGGICAS.As limitaes do aluno com dficit intelectual, sejam elas de ordem conceitual, prtica ou social, interferem demaneira substancial na aprendizagem e na execuo de determinadas habilidades da vida diria, no contexto familiar,escolar e social, e quanto mais precoce for detectado o quadro de deficincia intelectual, maiores sero as possibilidadesda pessoa receber as ajudas e apoio necessrios para a sua emancipao social.Promover a aprendizagem e desenvolvimento do aluno com deficincia intelectual, requer um trabalhosistemtico acima de diferentes estratgias e adequaes de materiais.Glat, (2004) afirma que:No h duvida que a necessidade de cuidado maior imposta por sua condio restringe etransforma, em maior ou menor grau, a vida de todos os que lhes so prximos . No entanto, importante que ateno que lhe dada seja no sentido de estimular e incentivar ao mximosua autonomia e crescimento, para que ele possa aprender a melhor lidar com suasdificuldades.Assim sendo, h varias estratgias que o professor poder considerar em sala de aula para o desenvolvimento dotrabalho com aluno deficiente intelectual. O jogo como estratgia de ensino:Vygotsky estabelece uma relao estreita entre o jogo e aprendizagem, atribuindo-lhe uma grande importnciapara o desenvolvimento cognitivo resultante da interao entre a criana e as pessoas com quem mantm contatos. Ojogo e o brincar fazem parte do ser humano em toda e qualquer idade, so fundamentais para o desenvolvimento, poisestimula construo de conhecimento atravs de aprendizagem significativas. Desta forma, no processo dealfabetizao o professor pode contar com o uso de diferentes jogos pedaggicos, como estratgias de trabalhoauxiliando o aluno neste processo. Estes permitem ao aluno criar e construir sua forma de aprender, desenvolvendo acapacidade de observao, comparao e ateno. Alm destes aspectos o jogo permite a elaborao de estruturascomo classificao, ordenao, estruturao, resoluo de problemas e estratgias de leitura e escrita.Segundo os PCNs ([200-], p. 56) o jogo oferece o estmulo e o ambiente propcio que favorecem o desenvolvimentoespontneo e criativo dos alunos e permite ao professor ampliar seu conhecimento de tcnicas ativas de ensino, 20. desenvolver capacidades pessoais e profissionais para estimular nos alunos a capacidade de comunicao e expresso,mostrando-lhes uma nova maneira, ldica e prazerosa e participativa, de relacionar se com o contedo escolar, levandoa uma maior apropriao dos conhecimentos envolvidos.O papel do educador fundamental, desde o processo de confeco do jogo, na elaborao das regras at oencorajamento quanto troca de idias entre os participantes. fundamental proporcionar-lhe experincias positivasconvenientes ao seu nvel de desenvolvimento e sugerir jogos e atividades compatveis. A utilizao do computador como ferramenta de aprendizagem do aluno com deficincia intelectual.O uso do computador pode ser um importante aliado no seu fazer pedaggico durante o desenvolvimento deatividades com os alunos que possuem deficincia intelectual. Assim como em toda prtica pedaggica, independente dorecurso que estejamos utilizando, o que vai determinar a qualidade no trabalho realizado ser a abordagem tericaimplcita ao mesmo. Logo, a utilizao do computador na educao pode apresentar funes bastante diferenciadas,definidas de acordo com a concepo educacional que embasa a atuao pedaggica do professor.Podemos utilizar o computador atravs de um vis mais mecnico, no qual o computador ir transmitir asinformaes para o aluno. Os softwares nessa perspectiva so sistemas nos quais o aluno interage diretamente com ocomputador. Nessa concepo, o computador ensina ao aluno como ocorre nos mtodos tradicionais de ensino(SCHLNZEN, 2000).Esses softwares no deixam explcito o caminho percorrido pelo aluno para alcanar suas respostas, por isso oprofessor precisa estar atento aos passos da explorao do aluno para que possa descobrir o que ele est pensando,sendo, ento, capaz de question-lo e lev-lo a reflexes sobre o seu fazer. Encontramos no mercado uma gama variadade programas de computador destinados ao uso educacional, considerados softwares fechados. So construdos tendocomo alicerce um conceito acabado de conhecimento, e por isso apresentam o contedo que deve ser ensinadoconforme o pensamento de quem o criou e tm como objetivo instruir o aluno sobre determinado assunto. Valente (1991)cita como alguns exemplos os jogos de exerccio e prtica que tm como objetivo o desenvolvimento da memorizao eda repetio de contedos, por isso so usados basicamente para a reviso da matria trabalhada em sala de aula e osjogos educacionais, que se constituem como uma maneira divertida de aprender, no entanto apresentam o risco de osaspectos competitivos que os mesmos envolvem se sobressarem aos aspectos pedaggicos da utilizao de taisprogramas.Existe tambm, uma outra forma de pensarmos no uso do computador na Educao, na qual seu uso possibilita acriao de ambientes de aprendizagem que priorizam a construo do conhecimento. Nessa concepo, o aluno exerceo papel de quem usa o computador, tambm por meio de um software, para explicitar suas idias, ao invs de serensinado por ele, produzindo algo palpvel (SCHLNZEN, 2000, p. 76).Sob esse vis o computador no considerado o detentor do conhecimento capaz de ensinar os contedos para oaluno, mas, ao contrrio, concebido como uma ferramenta educacional utilizada pelo aluno para a resoluo deproblemas. Essa abordagem consiste em criar situaes que permitem ao aluno resolver problemas reais e aprender 21. com o uso e com a experincia, com os conceitos envolvidos no problema que est sendo resolvido (SCHLNZEN,2000, p. 76).Nessa perspectiva, o desenvolvimento de atividades que primem pela resoluo de problemas constitui-se comouma das possibilidades de desenvolvimento da autonomia dos alunos que possuem deficincia intelectual, bem como dacrena em suas capacidades. O processo controlado pelo aluno, ele quem comanda o computador, ensina o quedeve ser feito, usa o seu conhecimento, coloca-o no computador para indicar as operaes que ele acredita seremnecessrias para o alcance das respostas que deseja, e assim sua aprendizagem est sendo construda.Por isso, com a utilizao desses softwares o professor tem maiores possibilidades de compreender o caminhomental percorrido pelo aluno, ajudando-o a interpretar as respostas dadas pelo computador, questionando-o sobre asmesmas e propondo-lhe desafios que o levaro construo do conhecimento. (MENEZES, 2006).Inserido nessa situao, voc professor poder observar como os alunos esto pensando e procedendo no processo deconstruo de seu saber, e assim, como j vimos, por meio de questionamentos, desafios e reflexes sobre o que estsendo produzido voc poder intervir na zona de desenvolvimento proximal do aluno.Para tanto, Almeida (apud MENEZES, 2006, p. 59) ressalta que precisamos ter em mente que deveremos sercapazes de incitar o aluno a: aprender a aprender; ter autonomia para selecionar as informaes pertinentes sua ao; refletir sobre uma situao-problema e escolher a alternativa adequada de atuao para resolv-la; refletir sobre os resultados obtidos e depurar seus procedimentos, reformulando suas aes; buscar compreender os conceitos envolvidos ou levantar e testar hipteses.Veja que, em se tratando da aprendizagem de alunos com deficincia intelectual, estar esse professor atuandoexatamente nas funes psicolgica superiores de seus alunos.Nessa abordagem, dentre os softwares existentes podemos indicar como exemplo o software HagaQu, que um software livre, disponvel para download no endereo eletrnico http://www.nied.unicamp.br/~hagaque/. Desenvolvidopor uma equipe de pesquisadores da Unicamp a partir da estrutura das histrias em quadrinhos HQs. Conhecendo ocarter ldico das mesmas, tais pesquisadores acreditaram na capacidade implcita de auxlio que as HQs podem trazerao processo de ensino e aprendizagem na sala de aula. Apresentado como um editor de histrias em quadrinhos comfins pedaggicos, o HagQu foi desenvolvido de modo a facilitar o processo de criao de uma histria em quadrinhospor uma criana ainda inexperiente no uso do computador, mas com recursos suficientes para no limitar suaimaginao (http://www.nied.unicamp.br/~hagaque/, 2006). 22. Fig. 7: Ilustrao de algumas possibilidades de construo de histria apresentadas pelo software.Fonte: http://www.nied.unicamp.br/~hagaque/.Segundo informaes disponveis no site indicado, a procura crescente do software por pessoas que possuemnecessidades especiais, fez com que o software fosse submetido a um processo de redesign, momento em que seencontra atualmente.Na utilizao do computador como ferramenta no processo de aprendizagem de alunos com deficincia intelectualsob a perspectiva da construo do conhecimento alm da utilizao de softwares pelo aluno ainda podemos trabalharcom editores de texto, editores de imagem, e a Internet como fonte de pesquisa, acesso informao e comunicaopara os alunos. Em se tratando da Internet, voc poder encontrar ainda inmeros sites com jogos e programasdisponveis gratuitamente para download, no entanto, caber a voc identificar dentre esses quais levaro seus alunos aconstrurem conhecimentos.Vimos que o desenvolvimento de prticas pedaggicas no atual contexto educacional deve primar pela realizao deatividades desafiadoras, que instiguem nos alunos a capacidade de criao, de descoberta e de construo deconhecimentos. Nessa perspectiva, acreditamos no computador como uma ferramenta potencializadora de sua prtica nodesenvolvimento de atividades que possibilitem que os alunos com deficincia desenvolvam tais habilidades. Computador e InternetTrata-se de um recurso atrativo, que pode ser utilizado em diferentes situaes: de escrita, de desenho, depesquisas e ldico. Atravs deste, o aluno entra em contato com o mundo virtual, descobrindo inmeras possibilidades 23. para novos conhecimentos, fazendo buscas em sites, trocando informaes e ampliando suas redes de amizadesatravs das trocas de e-mail. Objetos de aprendizagens/softwares:De acordo com o RIVED (Rede Interativa Virtual de Educao), um programa da Secretaria de Educao aDistncia SEED do Ministrio da Educao, um objeto de aprendizagem qualquer recurso digital com contedopedaggico que possa ser reutilizado para dar suporte ao aprendizado. Os objetos de aprendizagem produzidos peloRIVED so atividades multimdia, interativas, na forma de animaes e simulaes. A idia principal que o aluno,atravs de atividades onde ele pode escolher as alternativas, possa, ludicamente e em pequenas doses, explorarfenmenos da natureza. Esses fenmenos que podem lhe parecer inusitados, abstratos e difceis, acabam sendo, muitasvezes, do seu prprio cotidiano. O objetivo ento dos OAs despertar a curiosidade do aluno e ajud-lo a compreender erelacionar conceitos, experimentar e interpretar situaes, enfim, construir o conhecimento, atravs de um programaamigvel e visual atraente. Utilizar um Objeto de Aprendizagem quase um aprender brincando, onde no se tem medode errar, porque o usurio pode testar e tentar as alternativas tantas vezes que quiser.Assim, os OAs Objetos de aprendizagens, podem ser utilizados como estratgia de ensino, para construoda autonomia e emancipao dos alunos. Exemplos: FAZENDA RIVED; FESTA DE ANIVERSRIO, VIAGEMESPACIAL. CartazesO trabalho com cartazes se faz necessrio para criana com deficincia intelectual, pois ele possibilita avisualizao de um conhecimento aprendido tornando uma referncia visuais, ou seja, atravs do cartaz o alunoconsegue visualizar os contedos trabalhos facilitando a compreenso e memorizao. O Trabalho com o aluno em Sala de aula fundamental para o desenvolvimento do trabalho em sala do trabalho em sala de aula, que o aluno sinta-seaceito, fazendo parte do contexto, participando de todos os momentos oferecidos nas aulas. Ex: Quanto aos materiaisdidticos oferecidos em sala de aula, como os livros didticos, por exemplo, necessrio que o aluno tambm que oaluno com deficincia tambm receba e tenha os seus, mesmo que este no saiba ou consiga realizar leitura e ou escritade forma convencional. O aluno pode estar acompanhando as leituras e explicaes junto de outro aluno ou at mesmocom a professora. Estando com o livro, seu interesse, ateno e participao podem ser melhores. Antes de iniciar aatividade de leitura, o professor deve estar orientando para que o aluno esteja atento, preste ateno durante estaatividade, e procurar dar auxilio e atendimento para que o mesmo tambm participe dos questionamentos e explicaesquanto interpretao. indispensvel que haja um trabalho em conjunto com a sala e demais alunos, estimulando o bom relacionamento ecooperao entre todos. Proporcionando desta forma companheirismo, aceitao e amizade entre todos na sala de aula,favorecendo o desenvolvimento da auto-estima e o potencial de cada aluno, no respeito as suas diferenas. 24. Exemplos de estratgias possveis de serem desenvolvidas: Dar nfase em projetos e atividades relacionadas vida real dos alunos, trabalhando as competncias ehabilidades que o aluno possui; Manter uma rotina diria de trabalhos; As atividades devem ser explicadas de forma lenta e tranquila, repetindo quantas vezes forem necessrias,(a repetio e rotina de aplicao das atividades, possui grande importncia no desenvolvimento,compreenso e aprendizagem de alunos com deficincia intelectual; importante utilizar o interesse que o aluno apresenta por determinados assuntos, temas e formas derealizar as atividades, (assim possvel estar organizando e planejando adequadamente os desafiospropostos aos alunos; Observar como o aluno reage e age em cada situao e atividades aplicadas, como as realiza. Estar atentoauxili-lo, para que desenvolva uma melhor forma de Trabalho em duplas ou grupos em sala de aula; Atelis, cantinhos, oficinas, (onde o aluno poder estar realizando atividades diversificadas em sua prpriasala de aula regular, como leitura, escrita, jogos, pesquisa, recorte, pintura, desenho, etc); Propor trabalhos e atividades que possam auxiliar o desenvolvimento de habilidades adaptativas: sociais, decomunicao, cuidados pessoais, autonomia; Utilizar diferentes recursos para produo de escrita e leitura: letras mveis, computador, lpis adaptados,jogos, etc; Em atividades de matemtica podero ser utilizados os seguintes recursos: blocos lgicos, cussinerie,bacos, calculadoras, dados, jogos, etc; Dramatizaes com msicas, teatros e leituras; Adotar procedimentos pedaggicos visando descoberta do aluno nas situaes problemas; A criana deve saber quando respondeu corretamente. Se a resposta estiver incorreta deve-se dizer acriana, mas faa com que esteja prxima a resposta correta; Trabalhar juntamente com o aluno a auto-correo de suas atividades; Proporcionar maior espao de tempo entre as repeties de temas, a acumular experincias num curtoespao de tempo; Utilizar cartazes de referencias e orientaes:, calendrio, presena, rotina, aniversrio, alfabeto, nmeros,etc; Trabalho de campo, pesquisas, atividades com prticas e vivncias estimulando o conhecimento e novasaes. 25. 8-ESTRATGIAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM NAS DIFERENTES FASES DO DESENVOLVIMENTO.DificuldadesEstratgias e AtividadesScioafetiva Criar vnculos Afetivos: Afetividade (Abrao,toque, demonstrar carinho), procurar conhecer bem a criana, seus gostos,interesses, medo, conquistar sua confiana. Trabalhar sua imagem, seu EU.Linguagem e Comunicao (emitir sons) Produzir sons para que a criana possa seguir,imitar, identificar; Cantar msicas infantis com gestos; Trabalhar historias infantis com imagens eimitaes dos sons dos personagens; Brinquedos e instrumentos sonoros;Cognitivo: Memria Procurar objetos ou pessoasescondidas, identificar familiares, pessoasprximas, brinquedos favoritos (fotos, fichas comgravuras e o prprio objeto); Ateno e Concentrao: caixa de estimulao,brinquedos sonoros, trabalho com histrias elivros infantis, atividades com fantoches, Noes de tamanho e permanncia:Atividades com objetos de tamanhos e formasvariadas, expor ao aluno mostrando suasdiferenas. Ex: Mostrar dois carrinhos dediferentes tamanhos, nomeando seus tamanhos; Esconder objetos para que o aluno possaencontr-lo.Motricidade Fina: Manusear objetos de formas e tamanhosvariados, transferindo de uma mo a outra; Pegar objetos com ambas as mos; Sustentar simultaneamente um objeto em cadamo; Pegar e guardar objetos em recipientes devrios tamanhos; Manusear potes e ou objetos que tenhamtampa, como rosca, abrir, fechar, apertar, zper,velcro, alinhavo, por e tirar. Atividades com potes de encaixe, aramados,bacos de encaixe com diferentes tamanhos e 26. espessaras.Motricidade Ampla: Atividades fsicas e de coordenao comosentar com e sem apoio das mos, rolar,agachar, engatinhar, passar por baixo, dentro epor cima de obstculos, ficar em p e agacharsem auxlio, subir e descer de cadeiras,assentos e escadas sem auxlio.9-METODOLOGIA DE TRABALHOLevando-se em conta que o Atendimento educacional Especializado uma modalidade de ensino quenecessariamente no tem por obrigao seguir uma grade curricular, mas sim o desenvolvimento de atividades econtedos que venham de encontro ao interesse e necessidade dos alunos, acreditamos que o trabalho realizado dentrode uma perspectiva de projetos possa contribuir para a aprendizagem e formao dos alunos, na medida em quepossibilita uma maior autonomia diante das situaes propostas, pois permite que o mesmo viva desde o seuplanejamento at a sua execuo, levantando hipteses, investigando e registrando suas descobertas.As atividades so realizadas a partir do levantamento de temas de interesse dos grupos de trabalho. Dentro daperspectiva de desenvolvimento de projetos a metodologia seguir algumas etapas: Levantamento dos interesses individualmente (painel dos gostos, fichas, recortes, desenhos, visita de campo); Escolha do tema em comum (coletivo); Planejamento das aes; (pesquisas, cartazes, roteiros, ilustraes, dramatizaes, construo de textosindividuais e coletivos; passeios e visitas; entrevistas; Registros: o que queremos saber? o que j sabemos? Onde buscar essas informaes? Produto final: Os projetos devem ser finalizados com atividades concretas, realizadas pelos alunos), por meiodeles que se concretiza a aprendizagem e que se socializam os conhecimentos adquiridos.Considerando estes aspectos poderemos organizar um planejamento voltado para a diversidade do aluno e quecontemple suas reais necessidades e potencialidades de aprendizagem, para que assim todos possam aprender econsequentemente se desenvolver. 27. 2Referncias:AMARAL, Lgia. A. Pensar a diferena/ deficincia. 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