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PODEMOS DOCUMENTO ORIENTADOR ___________________________________________________________________________________________________________
Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 1
“JUNTOS PODEMOS DESENVOLVER MOÇAMBIQUE”
Sede: Rua Rio Lúrio, Q.11, N0. 43, Bairro de Albazine
Boletim da República N° 104, III Série, 30 Maio 2019
DOCUMENTO ORIENTADOR
ESTRATÉGIA DE GOVERNAÇÃO
JUNTOS
PELO PROGRAMA DE GOVERNAÇÃO DO PODEMOS
O MOÇAMBIQUE QUE QUEREMOS
PARA AS ELEIÇÕES DE 15 DE OUTUBRO DE 2019
PODEMOS DOCUMENTO ORIENTADOR ___________________________________________________________________________________________________________
Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 2
ESTRUTURA
INTRODUÇÃO
CONTEXTUALIZAÇÃO
NOSSA VISÃO
9 NOSSOS OBJECTIVOS
9 PILARES DA GOVERNAÇÃO
9 SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DO PODER AO NÍVEL DO ESTADO
9 SOBRE O PODER JUDICIAL
9 SOBRE O PODER LEGISLATIVO: A CASA DO POVO
9 SOBRE O PODER DO EXECUTIVO
9 SOBRE O GOVERNO: OS MINISTÉRIOS
9 SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DO PODER AO NÍVEL DO TERRITÓRIO
9 QUESTÕES TRANSVERSAIS
9 SOBRE O SISTEMA ELEITORAL
9 SOBRE A SEGURANÇA DO ESTADO
9 SOBRE A PAZ DURADOURA
9 SOBRE AS DÍVIDAS ILEGAIS
9 SOBRE O CONFLITO NO NORTE DE MOÇAMBIQUE: CABO DELGADO
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 3
INTRODUÇÃO
Acreditando na força, coragem, determinação e cometimento dos jovens para a
construção e consolidação dum Estado moçambicano democrático, fundado e baseado
na garantia dos direitos fundamentais do homem e na priorização e providência do bem
comum ao povo, juntámos forças e criámos o partido político PODEMOS. O Partido
PODEMOS é um movimento genuinamente moçambicano e democrático, convicto da
possibilidade de um Moçambique uno, indivisível, que promove a diversidade étnico-
linguística e cultural; um Moçambique forte, em franco desenvolvimento e onde
ninguém está acima da lei. O presente documento orientador, elaborado de forma
participativa e inclusiva, é a base do manifesto eleitoral e da estratégia de governação
do PODEMOS. Ele apresenta sete pilares de governação e as accções concretas que
conduzirão à sua materialização. Para além dos pilares, o documento apresenta a forma
como os três poderes (judicial, legislativo e executivo) serão organizados ao nível do
Estado, a composição do governo e os respectivos ministérios; a forma de distribuição
do poder ao nível do território e, por fim, as questões transversais (aquelas, cujas
soluções, atravessam todos os seis pilares da governação).
Muito mais do que identificar problemas, este documento aponta as soluções a adoptar
para resolvé-los. A materialização do que nos propomos aqui, implica a eleição do
PODEMOS e do seu candidato à Presiddente da República, o Compatriota Hélder Paulo
de Mendonça, para que, juntos, possam, através da Assembleia da República, promover
a aprovação da revisão da Constituição da República, condição para a garantia legal dos
princípios de uma separação efectiva e real de poderes em Moçambique. Para o
PODEMOS, a vitória nas eleições de 15 de Outubro de 2019 não é um fim em si, mas um
meio, através do qual,“Juntos construiremos o Moçambique que queremos”.
“JUNTOS PODEMOS DESENVOLVER MOÇAMBIQUE”
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 4
1. CONTEXTUALIZAÇÃO
Para alcançar a independência, jovens moçambicanos de então, com um nível de
consciência política, capacidade de organização, coragem, determinação e, contando
com o apoio político-militar e estratégico de países amigos, iniciaram uma luta contra o
sistema colonial português em 1964. Dentre vários, o principal objectivo era construir
um Estado livre da exploração colonial, do racismo, do nepotismo, do clientelismo e que
priorizasse os interesses do povo. O Estado sonhado pelos “libertadores” devia guiar-se
pelo interesse nacional, respeitando os direitos fundamentais do homem; devia
construir instituições fortes para permitir que os moçambicanos usufruíssem dos
benefícios da independência sem qualquer tipo de discriminação de natureza regional,
étnica, partidária, Entre outras.
Passadas mais de quatro décadas depois da independência, apesar de o país ter iniciado
o seu processo de democratização, muitos dos problemas que justificaram a luta contra
o sistema colonial português persistem. Muitos deles agravaram-se. Um país que já teve
um dos maiores índices de crescimento económico do mundo (acima de 7%) , hoje não
consegue passar dos 3%. O modelo de desenvolvimento económico ainda é colonial,
assenta na indústria extractiva e nas grandes plantações, e investe pouco na agricultura
familiar e provoca assimetrias regionais profundas. A indústria transformadora é quase
inexistente. Moçambique ainda funciona como fonte de extracção de matéria-prima e
mercado consumidor de productos manufacturados com as mesmas matérias-primas de
que é produtor-fornecedor. Depois de mais de quatro décadas, o país ainda não possui
um sistema ferro-portuário ligando as regiões norte, centro e sul. A Estrada Nacional
n°1, a única que liga o país, é precária e quase intransitável em alguns troços. Apesar de
plasmado na Constituição da República, Moçambique ainda não é um estado de direito.
A actuação do poder judicial não é transparente, independente e justo. O poder judicial
actua condicionado pelos interesses particulares do chefe do poder executivo, o
Presidente da República, em prejuízo do interesse do povo. As instituições do poder
judicial não estão dotadas de meios financeiros e materiais à altura das suas
necessidades operacionais. À semelhança do judicial, o poder legislativo também sofre
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 5
interferências e é condicionado pelo poder executivo na sua actuação. Por exemplo, o
Presidente da República pode, nos termos da alínea e) do artigo 159 da Constituição da
República, dissolver a Assembleia da República, caso o seu programa de governação não
seja aprovado. A lista dos candidatos à Assembleia da República ainda não é aberta,
dificultando, deste modo, a actuação dos deputados em defesa dos interesses do povo.
Em consequência da forma como são eleitos, por listas partidárias fechadas, os
“mandatários do povo” defendem interesses partidários, em detrimento dos interesses
do povo que os elege e que devem representar. O artigo 159 da Constuição da República
atribui competências excessivas ao chefe do poder executivo, designadamente o
Presidente da República. Cumulativamente, o Presidente da República exerce as funções
de chefe do seu partido, o que cria confusão na sua actuação e dificulta o processo de
prestação de contas sobre a sua actuação, enquanto Chefe do Estado. Esta realidade, que
remonta ao período do partido-estado (1975-1990), gera promiscuidade entre os
interesses do Estado e partidários, impedindo, assim, a actuação transparente e
independente dos órgãos de garantia da soberania e da legalidade. Passam 44 anos e
Moçambique ainda está mergulhado num conflicto com a Renamo. Adicionalmente,
Moçambique é vítima de ataques militares de grupos “desconhecidos” na província de
Cabo Delgado. Por conta duma dívida contraída ilegalmente por um governo constituído
pelo partido no poder, o país vive uma crise económica sem precedentes e que penaliza
a maioria do povo moçambicano. Consequentemente, a qualidade de vida da maioria
dos moçambicanos baixou significativamente; o seu poder de compra baixou
drasticamente; há restrições na provisão de serviços públicos básicos, tais como a
educação, a saúde, o transporte, as infra-estruturas, para além do grande descrédito do
país e dos moçambicanos ao nível internacional. A corrupção, promovida pelo topo da
hierarquia do governo, atinge índices elevados jamais vistos no país e o poder executivo
limita-se a iniciar julgamentos fitícios que nunca resultam na responsabilização dos
autores morais e materiais da “grande corrupção”. Contrariamente ao discurso da
austeridade e contenção de custos, o poder executivo onera o tesouro público em
virtude da sua composição pesada, disfuncional, excessivamente burocratizada e com
servidores públicos desmotivados, inadequados e que, 44 anos depois, ainda não sabem
priorizar o povo na sua actuação. A qualidade da educação e dos serviços de saúde, que
são cruciais para o desenvolvimento humano, degradaram-se significativamente.
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Conhecendo os problemas do país, determinados e comprometidos com a satisfação do
bem comum, com a soberania e integridade territorial, com a paz e a segurança pública,
com o desenvolvimento económico sustentável e equilibrado, com a provisão de
serviços públicos de qualidade, de forma inclusiva, e com a racionalização da despesa
pública, o Partido PODEMOS, sob a liderança da juventude, congrega as forças de todos
os moçambicanos para resgatar e consolidar o sonho dos moçambicanos de ter um
Moçambique onde o estado de direito é um facto; onde o governo serve o povo com
competência e qualidade; um Moçambique soberano, íntegro, uno, diverso e seguro. O
nosso programa de governação assenta em sete pilares e apresenta soluções concretas
para a sua concretização.
2. NOSSA VISÃO
Um Moçambique em paz; uno e indivisível, com uma real separação de poderes; que
promove e pratica a responsabilização e a prestação de contas; que promove um
desenvolvimento sustentável; livre de exclusão, discriminação, nepotismo, clientelismo
e paternalismo; que respeita a diversidade étnico-linguística e cultural e que pratica
boas relações com outros estados e povos na base do princípio do mútuo benefício.
3. NOSSOS OBJECTIVOS
x Consolidar a paz e a unidade nacional, sem prejudicar a diversidade étnica,
linguística e cultural dos moçambicanos;
x Construir e consolidar um estado de direito e com efectiva separação de poderes
entre o judicial, o legislativo e o executivo;
x Construir e consolidar um sistema fiscal justo e abrangente;
x Rever, reduzir e eliminar taxas injustificadas, salvaguardando o princípio de “pagar
pelo benefício”;
x Consolidar e intensificar a cooperacão internacional e o investimento nacional e
estrangeiro;
x Promover e conduzir o país a um crescimento económico inclusivo e que melhore
as condições de vida e o poder de compra dos moçambicanos;
x Formar um governo na base da racionalização das despesas públicas, para investir
em mais e melhores serviços públicos, tais como, a saúde, a educação, a agricultura,
o transporte, a segurança pública e as infra-estruturas;
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 7
x Desenvolver e massificar a cultura, o desporto e o lazer;
x Investir na qualificação do sistema de formação técnico-profissional, promovendo
o desenvolvimento de competências, técnicas em função das prioridades do país;
x Incentivar e atrair quadros nacionais altamente qualificados radicados na
diáspora; e
x Desenvolver boas relações com outros estados e povos, na base do princípio do
mútuo benefício.
4. PILARES DA GOVERNAÇÃO
4.1. ÉTICA E MORAL GOVERNATIVA
x Ter um código de conduta para todos os sectores de actividade;
x Premiar e promover os melhores funcionários com base na competência
técnica;
x Promover formações regulares em matéria de ética governativa; e
x Desencorajar os funcionários de má conduta.
4.2. PAÍS EM PAZ, SOBERANO, DE UNIDADE NACIONAL E LIVRE DA
CORRUPCÃO
x Reestruturar as Forças de Defesa e Segurança para torná-las únicas,
apartidárias, eficazes e eficientes;
x Devolver ao Estado as funções fundamentais de garantia da soberania e
integridade territorial, delegadas ao sector privado;
x Estabelecer um sistema eleitoral justo e transparente;
x Criar uma governo de coligação, incluindo quadros que não sejam
necessariamente membros do PODEMOS; e
x Promover transparência na gestão da coisa pública e inclusão socio-
económica
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 8
4.3. CRIAÇÃO DE UM ESTADO COM INSTITUIÇÕES FORTES
x Propor a revisão da Constituição da República, para que os titulares do poder
Judicial sejam eleitos pela Assembleia da República, sob proposta do
Conselho da Magistratura e com base numa maioria qualificada de 2/3;
x Propor a revisão da Constituição da República, para que a demissão e/ou
exoneração dos titulares do Poder Judicial seja aprovada pela 1ª Comissão da
Assembleia da República, após proposta do Conselho da Magistratura;
x Propor a revisão da Constituição da República para que o Presidente da
República, no acto da tomada de posse, deixe de ser presidente do seu
partido, caso o seja;
x Apetrechar as instituições do Poder Judicial de meios materiais e financeiros
para a realização efectiva e eficaz das suas funções;
x Instituir a responsabilização criminal dos funcionários que promovam e
pratiquem actividades político-partidárias no exercício das suas funções;
x Desvincular do Ministério do Interior as instituições de apoio ao Poder
Judicial (p.ex.: SERNIC) e colocá-las sob tutela do Ministério Público;
x Conferir autonomia financeira aos órgãos do Poder Judicial; e
x Promover, através dos diferentes mecanismos legais, a penalização exemplar
dos “lesa-pátrias”, uma vez culpa formada.
4.4. SISTEMA FISCAL JUSTO, ABRANGENTE E QUE DINAMIZA O
INVESTIMENTO EMPRESARIAL NACIONAL E ESTRANGEIRO
x Garantir que o cidadão pague apenas os impostos de cujos serviços beneficia;
x Rever e/ou eliminar, sem comprometer as receitas públicas, as taxas que
desincentivam o investimento empresarial nacional e estrageiro;
x Estabelecer a obrigatoriedade da publicação periódica e sistemática do
exercício fiscal e orçamental do Estado no Portal do Governo e outros meios
de comunicação social usados para o fornecimento de informaçã pública;
x Tornar o sistema tributário mais abrangente, para garantir que maior
número da população pague imposto;
x Definir um critério de portagens que não penaliza o cidadão;
x Promover e implementar efectivamente a Lei do Mecenato;
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4.5. RACIONALIZAÇÃO DAS DESPESAS PÚBLICAS PRIORIZANDO
SERVIÇOS PÚBLICOS
x Eliminar a função de Vice-ministro e redistribuir as suas competências entre
o ministro e o Secretário Permanente. Para os ministérios que assim o
justificarem, haverá dois ou mais secretários permanentes;
x Reduzir o número de ministérios ao limite do estritamente necessário para a
resolução dos problemas do povo;
x Diminuir as regalias dos altos funcionários públicos (ministros, deputados,
directores nacionais e outros) ao estritamente necessário para o
cumprimento das suas obrigações;
x Estabelecer, por lei, a proibição de alienação dos bens do Estado por altos-
funcionários;
x Estabelecer, por lei, a obrigatoriedade de devolução dos bens do Estado
fornecidos ao funcionário para o exercício da sua função, findo o mandato ou
havendo exoneração e/ou demissão;
x Estabelecer um padrão económico de meios circulantes do estado, incluindo
viagens, hospedagem e outras despesas, e
x Acabar com o recenseamento eleitoral. O cidadão moçambicano que atinge 18
anos de idade adquire automaticamente o direito de votar. O voto será feito
mediante apresentação do documento comprovativo da idade, reconhecido
pelo governo moçambicano, tanto em Moçambique como no estrangeiro.
4.6. CRESCIMENTO ECONÓMICO INCLUSIVO SUSTENTÁVEL E
EQUILIBRADO
x Condicionar o investimento estrageiro à criação de oportunidades de
emprego especializados para os moçambicanos;
x Orientar o estabelecimento das ONGs, de acordo com as prioridades do
governo;
x Garantir a alocação correcta do orçamento ao investimento público;
x Construir uma linha férrea que liga as três regiões do país;
x Construir uma estrada nacional de referência, com padrões internacionais,
que liga as três regiões do país;
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 10
x Investir no transporte marítimo;
x Promover a indústria transformadora nacional;
x Investir na agricultura familiar, através de uma produção direcionada; e
x Criar a alta autoridade para a prospecção, gestão e fiscalização dos recursos
naturais.
4.7. POLÍTICA EXTERNA QUE PRIORIZA A COLABORAÇÃO COM OUTROS
ESTADOS PARA MÚTUO BENEFÍCIO
x Desenhar uma política externa que estabeleça as prioridades de
Moçambique no plano internacional; e
x Estabelecer relações de cooperação e/ou diplomáticas com outros
Estados,tendo em conta as prioridades de Moçambique.
5. SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DO PODER PELOS ÓRGÃOS CENTRAIS
5.1. O PODER JUDICIAL
5.1.1. Fundamentação
A independência e a transparência na actuação do Poder Judicial dependem da sua
natureza administrativa, financeira e a forma de identificação dos seus titulares. O
governo do PODEMOS delega o poder de escolha dos titulares das instituições do Poder
Judicial ao povo, através dos seus representantes na Assembleia da República. O Poder
Judicial é fundamental para assegurar que o estado opere com base em princípios
constitucionais, para a fortalecimento das instituições que garantirão a segurança do
povo moçambicano e promoverão o bem comum. Ao contrário do actual figurino
constitucional, em que o Poder Executivo (com ênfase para o Presidente da República)
tem poderes excessivos e interfere na actuação do poder judicial através da nomeação,
demissão e exoneração dos seus titulares, o PODEMOS pretende fazer mudanças para
que este excesso de poder seja reduzido e para que o Presidente da República se
concentre na condução do Poder Executivo.
5.1.2. Problemas
x Um Poder Judicial não transparente e injusto nas suas actuações;
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x Um Judiciário não dotado de meios para actuar sobre os diferentes
processos-crime;
x Um Poder Judicial dominado pelo chefe do poder executivo (Presidente da
República);
x Um poder ao serviço da elite política e em detrimento do povo e dos
interesses do Estado;
5.1.3. Soluções
x Instituir a eleição dos titulares dos órgãos do judiciário, designadamente,
o Tribunal Supremo, o Tribunal Administrativo, o Ministério Público e o
Conselho Constitucional, por maioria qualificada de 2/3, pela AR, sob
proposta do Conselho da Magistratura. O primeiro mais votado será o
titular máximo e o segundo o adjunto;
x Fixar a demissão e exoneração dos titulares dos órgãos do judiciário por
aprovação da 1ª Comissão da AR, sob proposta do Conselho da
Magistratura;
x Dotar as instituições do Poder Judicial de meios materiais e financeiros
para a realização das suas funções;
x Conferir autonomia financeira às instituições do Poder Judicial.
5.1.4. Impacto
O modelo que o PODEMOS pretende implementar torna a separação de poderes real e
efectiva, tendo em consideração que o Judicial é um poder fundamental para este fim.
Ademais, o modelo permite reduzir o poder do chefe do Executivo (o Presidente da
República) e cria condições para que os órgãos do Executivo actuem de forma imparcial
e independente na defesa dos interesses do Estado. O modelo permitirá, igualmente,
que os órgãos do executivo combatam a cultura e a prática da impunidade, que
caracterizam o actual governo, consolidando, assim, o estado de direito e democrático.
Possibilitará, também, a fortalecimento das instituições do Estado, através da efectiva
responsabilização dos que violam as leis, decretos, regulamentos e normas;
comprometem a segurança dos moçambicanos e prejudicam o bem comum. Através
deste modelo, perspectiva-se devolver o poder ao povo, através dos seus representantes
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 12
na Assembleia da República, que constitui o princípio fundamental dum estado
democrático.
5.1.5. Sobre as instituições de apoio ao Poder Judiciário
O PODEMOS criará o Gabinete de Produção de Matéria Criminal (GAPROMACRI), a
Força de Busca e Captura (FOBUCA) e a Força para a Recuperação e gestão dos
Bens do Estado (FOREBE), com vista a apoiar os órgãos do judiciário.
O GAPROMACRI terá a função de investigar, com recurso a métodos técnicos e
científicos, casos de suspeita criminal. A FOBUCA terá a função de identificar e conduzir
os suspeitos de crime para consequentes procedimentos judiciais nos diferentes
tribunais, dependendo da natureza do crime suspeito. A FOREBE terá a função de
recuperar os bens do Estado e/ou a seu favor, conforme decisão do judiciário. Estes
órgãos ficarão sob tutela do Ministério Público e, na sua actuação, orientar-se-ão por
princípios constitucionais e demais leis vocacionadas à garantia e observância dos
direitos humanos. Os seus titulares serão seleccionados e nomeados por um júri
independente, por via de concurso público.
6. PODER LEGISLATIVO
6.1. Fundamentação
Este poder tem dupla função, a saber:
1) Produzir as leis que regem as relações políticas, económicas, sociais e culturais entre
os moçambicanos, entre estes e o Estado e entre estes e outros povos, e
2) Fiscalizar a actuação dos poderes executivo e judicial.
Em virtude das suas funções, à semelhança do poder judicial, o legislativo é também um
pilar para a materialização dum estado democrático e de direito. No actual governo, o
Poder Legislativo também sofre interferência e a sua actuação é condicionada pelo
Poder Executivo, sobretudo pelo seu chefe, o Presidente da República. Nos termos da
alínea e) do Artigo 159 da Constituição da República, o Presidente da República pode
dissolver a Assembleia da República. Os deputados são eleitos por via de listas fechadas
e a sua selecção depende da decisão da liderança do partido que, no caso, é também o
chefe do poder executivo.
6.2. Problemas
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 13
x Um Poder Legislativo dominado pelo Poder Executivo;
x Um Poder Legislativo, cujos membros (deputados) não são eleitos
directamente pelo povo; e
x Um Poder Legislativo que defende interesses partidários em detrimento do
interesse nacional.
6.3. Soluções
x Promover a revisão do Regimento da Assembleia da República, para que o
Presidente e o Vice-presidente da Assembleia da República (“a Casa do
Povo”) sejam eleitos pelos deputados, dentre cidadãos idóneos da sociedade
civil;
x Promover a revisão da Lei eleitoral, para que os deputados sejam eleitos de
forma directa;
x Estabelecer uma quota mínima de 20% de mulheres para a lista dos
candidatos a Deputado da Assembleia da República; e
x Estabelecer, igualmente, que 40% dos candidatos tenham idade não
superior a 40 anos.
6.4. Impacto
A presidência apartidária da Assembleia da República garantirá que as sessões da “Casa
do Povo” decorram de forma justa e transparente, conforme o Regimento da Assembleia
da República. Esta solução também reforça o poder do povo e a sua participação na
busca de soluções para os variados problemas que o afectam. A eleição directa dos
deputados permitirá que 1) os candidatos a deputado apresentem ao seu eleitorado os
projectos que defenderão na Assembleia da República, 2) os deputados prestem contas
ao seu eleitorado, para além de somente fiscalizarem o desempenho do governo, e que
3) os deputados defendam os interesses do povo que os elegeu e não os partidos
políticos aos quais pertencem.
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7. SOBRE O PODER EXECUTIVO DO GOVERNO
7.1. Fundamentação
O governo do PODEMOS será composto por 19 ministérios formados para a
materialização dos seis pilares. Será um governo comprimido, mas funcional e flexível,
orientado para as prioridades nacionais. Os ministérios providenciarão serviços de
ordem e segurança pública, económicos, saúde e acção social, promoção do emprego e
empreendedorismo e desenvolvimento de relações diplomáticas com outros Estados. O
órgão máximo do governo do PODEMOS será o Conselho de Ministros. O governo do
PODEMOS orientar-se-á por princípios de realismo, exequibilidade, eficiência e eficácia
no seu funcionamento.
7.2. Problemas
x Um executivo pesado, dispendioso e disfuncional;
x Um Poder Executivo corrupto;
x Um Poder Executivo excessivamente burocratizado;
x Servidores públicos desmotivados e inadequados;
x Servidores públicos que não priorizam o povo na sua actuação; e
x Um Poder Executivo ao serviço de interesses partidários, em detrimento do
interesse nacional.
7.3. Soluções
x Eliminar a função de vice-ministro. As suas competências serão distribuídas
entre o Ministro e o Secretário Permanente. Nos casos em que se justificar,
haverá dois ou mais secretários permanente;
x Atribuir ao Primeiro Ministro o poder de substituir o Presidente da
República, em caso de incapacidade ou impossibilidade legal;
x Eliminar os Presidentes dos Conselhos de Administração (PCAs) não
executivos das empresas públicas;
x Estabelecer uma tabela salarial para os gestores de empresas públicas, em
função dos resultados;
x Constituir ministérios, tendo em conta as prioridades do povo;
x Reduzir as regalias dos altos-funcionários públicos (ministros, deputados,
directores nacionais, etc.);
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x Proibir, por lei, a alienação dos bens do Estado por parte de altos
funcionários;
x Estabelecer a obrigatoriedade de devolução, findo o mandato, dos bens
fornecidos aos altos funcionários para o exercício da sua função;
x Estabelecer um padrão económico de meios circulantes do estado, incluindo
viagens, hospedagem e outros.
7.4. Impacto
x Redução das despesas públicas e racionalização de fundos que podem ser
canalizados para a provisão de serviços públicos essenciais.
x Existência de um Primeiro Ministro com funções que justificam os fundos
públicos que lhe são alocados.
7.5. GOVERNO: OS MINISTÉRIOS
7.5.1. MINISTÉRIO DA DEFESA
7.5.1.1. Problemas
x Forças de Defesa e Segurança inadequadas, desmotivadas e sem meios para
exercer a sua função com eficácia e eficiência;
x Forças de Defesa e Segurança partidarizadas;
x Forças de Desefa e Segurança não produtivas em tempos de paz;
7.5.1.2. Soluções
x Garantir que as Forças de Garantia da Sobernaia e Integridade Territorial
(FOGASOIT) se tornem mais robustas, equipadas, capacitadas e se configurem
como força produtiva em tempos de paz, com maior incidência para os sectores
agrário, voluntariado, entre outros;
x Tornar as FDS uma força produtiva em tempos de PAZ, com especial enfoque no
sector agrário, no voluntariado e em situações de emergência; e
x Colocar a Força da Guarda Fronteira sob tutela do Ministério da Defesa e investir
na sua capacitação e equipamento;
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x Despartidarizar as FDS, através da interdição e criminalização, por lei, das
instalação de órgãos partidários no seio das FDS.
7.5.2. MINISTÉRIO DA SEGURANÇA PÚBLICA
7.5.2.1. Problemas
x Agentes da lei e ordem corruptos, violentos, desmotivados e inadequados;
x Agentes da lei e orderm que não inspiram confiança ao povo;
x Falta de meios adequados para o trabalho de garantia da segurança pública;
x Excesso de horas de trabalho sem compensação.
7.5.2.2. Soluções
x Providenciar meios aos agentes da lei e ordem para que exerçam a sua função
com eficácia e eficiência;
x Compensar as horas de trabalho dos agentes da lei e ordem com bonificações;
x Premiar com títulos os agentes da lei e ordem que façam o seu trabalho com zelo
e dedicação;
x Introdzir fichas de conduta que devem permitir a avaliação do desempenho dos
agentes da lei e ordem pelos cidadãos;
x Garantir que as Forças de Segurança Pública sejam orientadas sob o princípio de
que deverão estar devidamente equipadas com meios materiais e recursos
humanos para intervir com eficiência e eficácia, em caso de ameaça à segurança
do cidadão nacional ou estrangeiro e dos seus bens.
7.5.3. MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
7.5.3.1. Problemas
x Um sistema de justiça incapaz de garantir igualdade de tratamento no acesso à
justiça;
x Rácio juíz/população ainda baixo;
x Juízes não formados em matéria de direitos das pessoas com deficiência;
x Tribunais ineficientes e lentos na tramitação dos processos-crime para
julgamentos;
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 17
x Desarticulação entre a actuação dos tribunais e as instituições de apoio ao
sistema judiciário;
x Vários casos de prisão preventiva fora dos prazos estabelecidos por lei;
x Vários casos de prisão sem culpa formada;
x Vários casos de violação de direitos humanos nas prisões;
7.5.3.2. Soluções
x Criar uma instituição para a inspecção do funcionamento das prisões e do
tratamento dos prisioneiros;
x Investir na formação de juízes para reduzir o défice ao nível nacional;
x Criar, a curto prazo, tribunais móveis para julgar casos que assim o justifiquem,
sobretudo nos locais onde não há tribunais e juízes;
x Tornar as prisões nacionais centros de produção, reduzindo o ócio na população
prisional;
x Estabelecer metas de julgamento por juízes num período específico (mês,
semestre e ano). As metas definidas devem ter em conta a qualidade do
julgamento e as competências dos juízes; e
x Estabelecer mecanismos eficazes e eficientes para articulação entre as
instituições de apoio ao judiciário e aos tribunais que julgam.
7.5.4. MINISTÉRIO DA ACTIVIDADE AGRO-PECUÁRIA
7.5.4.1. Fundamentação
Para além de o actual governo da FRELIMO e os anteriores terem definido a agricultura como prioridade, a Constituição da República obriga a que os governos definam este sector como prioridade na governação. Esta obrigatoriedade tem em vista alimentar o povo, reduzir as importações, produzir o suficiente para abastecer as indústrias de agro-processamento e contribuir para a balança de pagamentos.
7.5.4.2. Problemas
x A agricultura é um dos sub-sectores mais marginalizados, tanto em termos de financiamento, assim como de incentivos.
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 18
x Apesar de haver recursos financeiros, as condições de acesso não são flexíveis. O crédito concedido é de apenas 4% do total de crédito disponível.
x Os juros para o pagamento do crédito são altos (acima de 10 porcento) e não consideram a natureza da actividade e das culturas a que o financiamento se destina (em certas culturas, a colheita é feita num período de 4 anos);
x As linhas de financiamento disponíveis em condições favoráveis para a agricultura são bastante limitadas e, em muitos casos, por interesses dos doadores e/ou do Governo, são bastante localizadas (o PROSUL, por exemplo, servia apenas para a zona sul. Há linhas que só servem para Manica ou para a zona do Vale do Zambeze. O Sustenta é para Nampula);
x Falta de seguros contra riscos na agricultura, razão por que a banca cobra taxas de juros muito altas;
x As importações e a ausência de mecanismo de estabilização de preços tornam o preço do agricultor extremamente baixo e não compensatório, dificultando, por consequência, a cobertura dos custos de produção e o ganho de lucros;
x Inexistência de uma classe empresarial formada no sector da agricultura;
x Falta de protecção do mercado;
x Poucas fábricas de processaento;
x Sujeição do sector a flutuações cambiais devido à importação;
x Alta dependência de importações e produção insuficiente para alimentar as indústrias;
x Políticas agrícolas inadequadas ao contexto moçambicano.
x Ambiente de negócios inadequado para o desenvolvimento da agricultura em Moçambique;
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 19
x As micro, pequenas e médias empresas não conseguem acumular capital suficiente para investimento;
x Dificuldade de acesso à terra para trabalhar, tanto para investidores nacionais assim como para os estrangeiros;
x Impossibilidade de utilização do Direito de Uso e Aproveitamento de Terra (DUAT) para servir de colaterais na contração de empréstimos;
x Precariedade das vias de acesso e falta de energia eléctrica.
x Altos custos de logística dentro do país provocados pelo mau estado da rede rodoviária que, muitas vezes, não chega aos locais de produção;
x A rede eléctrica não chega aos locais de produção. Muitas vezes, são os próprios produtores que constroem as linhas de electricidade, colocam os postes incluindo PTs, o que acarreta custos aos agricultores e reduz a sua capacidade de competitividade;
x Grande vulnerabilidade do país em relação às cheias e à seca. As margens dos principais rios do país, locais de grande produção, não estão devidamente protegidas contra as cheias e, quando chove, as machambas são constantemente alagadas e perdem-se muitas culturas;
x Em relação à seca, também não há reservatórios espalhados pelas zonas de produção para a captação da água de chuva, ou mesmo nos períodos de inundação, que podiam captar a água que depois seria reutilizada pelos agricultores em períodos de seca; e
x Em muitas zonas de produção, não existem serviços agrários e os agricultores, quando necessitam de sementes ou de adubos, têm que se deslocar às capitais provinciais porque, às vezes, nem nas sedes distritais existem serviços agrários;
7.5.4.3. Soluções
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 20
x Definir políticas claras que favoreçam o desenvolvimento do sector, quer através de subsídios, quer através de créditos dirigidos ao sector, ou através de subsídios ao preço e de preços mínimos garantidos;
x Possibilitar que a terra sirva como colateral para empréstimos: o DUAT de 50 anos pode ser usado como garantia para financiamento.
x Reduzir as taxas de juro para o sector agrícola;
x Minimizar os riscos no sector agrário, através da introdução de seguros específicos para o sector;
x Construir um sistema ferroviário que liga as três regiões do país e acondicionar a Estrada Nacional n°1;
x Investir em mais indústrias de agro-processamento;
x Estimular a produção agrícola direccionada para as indústrias de agro-processamento;
7.5.5. MINISTÉRIO DA ECONOMIA E FINANÇAS PÚBLICAS
7.5.5.1. Problemas
x Sistema fiscal injusto;
x Crescimento económico não inclusivo e que não melhora a vida da maioria da
população;
x Economia não diversificada, que depende essencialmente da indústria extractiva,
da exploração de recursos minerais, energéticos e hidrocarbonetos;
x Lento crescimento das receitas fiscais, o que obriga o governo a recorer à dívida
pública para financiar serviços e empresas públicas;
x Seguimento acrítico das reformas do Fundo Monetário Internacional (FMI), que
consistem em cortes nas despesas públicas, tais como educação, saúde,
contratação de médicos e professores, e que aumentam a pobreza;
x Falta de incentivo aos “mukheristas” para transformá-los em produtores de tudo
quanto importam de outros países para alimentar o mercado informal;
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 21
x Fraco impacto das empresas multinacionais na criação de emprego;
x Estrutura económica de Mocambique dependente de importações;
x Investimento na agricultura não direccionado à produção de alimentos para o
consumo interno, mas para exportação: algodão, tabaco, cajú, macadamia, etc;
x Contribuição da agricultura para o Produto Interno Bruto (PIB) e não para o
consumo interno;
7.5.5.2. Soluções
x Garantir que o cidadão pague apenas os impostos de cujos serviços beneficia;
x Tornar o sistema tributário mais abrangente garantindo que maior número da
população pague imposto;
x Diversificar a economia;
x Rever e/ou eliminar, sem comprometer as receitas públicas, as taxas que
desincentivam o investimento empresarial nacional e estrageiro;
x Estabelecer a obrigatoriedade da publicação periódica e sistemática do exercício
fiscal e orçamental, como forma de promover a transparência na gestão das
receitas do Estado;
x Promover e implementar efectivamente a Lei do Mecenato;
x Criar um fundo soberano para gerir os lucros da indústria dos recursos minerais,
energéticos e hidrocarbonetos;
x Aplicar os ganhos gerados na indústria mineira, energética e hidrocarboentos na
economia agrária;
x Promover a reforma fiscal dos grandes projectos, o que permitirá ao Estado
captar maior volume de receitas fiscais e relaxar a presssão às pequenas e
médias empresas (PME’s);
x Mobilizar recursos domésticos para diversificar a economia para que as PME’s
possam desenvolver e criar outro tipo de capacidades;
x Criar taxas altas para bens e serviços de luxo, que não são prioritários para o
bem estar do povo moçambicano. A importação destes bens tem implicação
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 22
sobre as reservas internacionais que são usadaas para importar bens de
consumo para melhorar as condições de vida do povo;
x Criar incentivos e eliminar taxas para a importação de maquinaria a ser usada
para produzir bens úteis para melhorar a condição de vida das pessoas;
x Extractificar O IVA em função do servico público: água e energia (P.ex: o IVA de
17% é superior à África do Sul e outros países da região.
x Reduzir o IVA em função das áreas. As famílias de baixo rendimento pagarão
menos IVA.
x Aumentar o IVA em bens de consumo não básicos: cerveja, cigarro, etc. Esta
medida contribuiria para a saúde pública;
x Investir nos “mukheristas” para transformá-los numa força produtiva para
substituir as importações a médio e longo prazo; e
x Efectivar a implementação do protocolo comercial da SADC, sobretudo no
tocante à isenção fiscal dos produtos alimentares. Esta é uma acção a curto
prazo, enquanto se investe na transformação dos “mukheristas” numa força
produtiva do que importam; e
x Criar um Gabinete de Gestão dos Fundos Perdidos.
7.5.6. MINISTÉRIO DO TRABALHO
7.5.6.1. Problemas
x Taxa de desemprego muito elevada afectando sobretudo os jovens;
x Política de emprego que não priroza nacionais;
x Fraco investimento na formação em áreas técnicas de que o país mais precisa;
x Mercado de emprego não articulado com as instituições de ensino e
aprendizagem, particularmente com as universidades.
7.5.6.2. Soluções
x Definir políticas de emprego com quotas obrigatórias de 20% da mão de obra
nacional qualificada para as empresas de capital estrangeiro;
x Condicionar o investimento estrangeiro à oferta de emprego qualificado a
nacionais. Caso não haja nacionais qualificados, o investidor deve formar a médio
e longo prazo;
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 23
x Fomentar parcerias e programas de interligação entre as instituições de ensino e
aprendizagem e o mercado de emprego;
x Estimular a criação de mais indústrias transformadoras, indústrias agro-
pecuárias que criam mais emprego comparativamente às indústrias extractivas.
Estas indústrias serão alimentadas pela agricultura familiar praticada
principalmente nas zonas rurais;
x Dinamizar e formalizar os locais de produção agrícola nas zonas periféricas das
cidades (zonas verdes);
x Criar cantinas de venda de produtos agrícolas principalmente nas zonas rurais;
x Formalizar o sector informal, em vez de combaté-lo. Este sector é relevante na
absorção de jovens na idade laboral activa;
x Criar kits de início de actividade comercial para jovens formados em diversas
áreas: carpintaria, mecânica, canalização, serralharia, electricidade entre outras;
x Criar mais empresas de prestação de serviços nos centros urbanos para absorver
a mão de obra jovem na idade laboral activa.
7.5.7. MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES
7.5.7.1. Problemas
x Ausência de um sistema ferro-portuário que liga as três regiões do país;
x Ausência duma Estrada Nacional com padrões de alta qualidade;
x Sistema de transportes ferro-portuários e rodoviários não ligado às fonts de
produção agrícola e industrial;
x Inexistência de um sistema de transporte ajustado ao número da população nas
zonas ubanas.
7.5.7.2. Soluções
x Construir um sistema ferro-portuário que liga as três regiões do país;
x Requalificar a Estrada Nacional n°1, para que seja de alta qualidade e ligue as
três regiões do país; e
x Criar empresas públicas no sector do transporte urbano.
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 24
7.5.8. MINISTÉRIO DOS RECURÇOS MINERAIS E ENERGÉTICOS
7.5.8.1. Fundamentação
Apesar de Moçambqiue ser rico em recursos minerais e energéticos, ainda é dos países
mais pobres do mundo. Para garantir que os seus recursos contribuam para um
crescimento económico inclusivo, equitativo e sustentado e para que sirvam para o
desenvolvimento humano, é necessário que haja um investimento responsável e
sustentável. O investimento deve preocupar-se com o ambiente, tendo em conta que
uma das características da mineração é precisamente o impacto nefasto que provoca ao
meio ambiente e ao ser humano. O meio ambiente não deve continuar a ser entendido
como ilimitado, impedindo a sua capacidade de absorção, regeneração, conservação e
preservação.
7.5.8.2. Problema
x Exploração insustentável dos recursos, tal como as areias pesadas em Moma e
Gaza; carvão em Moatize; madeira na Zambézia e Sofala;
x Degradação acelerada do meio ambiente e consequente degradação da vida das
pessoas realojadas, em razão da ocupação das suas terras para exploração
mineira pelas multinacionais;
x Gestão ineficiente das rendas mineiras e dificuldade de criação de economias
auto-suficientes, o que provoca a valorização excessiva do câmbio, favorecendo
as importações e consequente vulnerabilidade da indústria local;
x Actuação desarticulada da economia extractiva em relação a outros sectores de
desenvolvimento, agravando o desequilíbrio social e a pobreza;
x Centralização das instituições associadas à exploração dos recursos em torno de
poucos membros da elite política e dos grupos de interesses económicos, para
compensar apoiantes, financiar eleições e gerir vastas redes de clientelismo;
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 25
x A maioria da população não tem acesso aos recursos, que são apropriados por
membros da elite política;
x A participação efectiva das populações nos processos de tomada de decisão é
relegada a sectores de menor sustentabilidade produtiva, situações que
influenciam a corrupção, fragilizam as instituições do Estado e aumentam as
assimetrias regionais;
x Adopção do modelo rentista pelo Estado, o que provoca fraco desenvolvimento
económico. Este modelo gera indústrias pouco produtivas (primárias-
exportadoras), negligenciando o desenvolvimento de outros sectores da
economia que permitem garantir um desenvolvimento sustentável e facilita a
destruição de recursos naturais, em busca de rentabilidade económica imediata;
7.5.8.3. Soluções
x Estabelecer na política de exploração dos recursos minerais e energéticos a
obrigatoriedade, não só de utilização mas como também de preservação e
reposição dos recursos explorados, nos casos em que é possível;
x Estabelecer a obrigatoriedade de o investimento directo estrangeiro na
exploração dos recursos naturais identificar parcerias que visem a
transformação de matéria-prima extraída localmente e promover a exportação
de produtos acabados.
x Criar uma autoridade superior dirigida por uma equipe técnica qualificada e
experimentada para desenvolver trabalhos de pesquisa, monitoria e fiscalização
da prospecção e exploração dos recursos naturais (incluindo o domínio dos
mercados internacionais dos recursos naturais extraídos em Moçambique);
x Garantir que a formação de quadros nacionais seja acompanhada e sustentada
pelas multinacionais exploradoras dos recursos naturais, visando seu
enquadramento na indústria extractiva e transformadora, e garantir a
sustentabilidade de explorações futuras sem prejuízo dos moçambicanos;
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 26
x Abandonar o sistema rentista e permitir a diversificação da economia estatal
com instalação de indústrias transformadoras e diminuição de exportações a
granel de matérias-primas;
x Transformar a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos numa empresa
economicamente viável, como a Sonangol em Angola; e
x Criar uma Autoridade Nacional para Pesquisa, Prospecção, Gestão e Fiscalização
dos Recursos Minerais e Energéticos.
7.5.9. MINISTÉRIO DOS RECURSOS HÍDRICOS E PESQUEIROS
7.5.9.1. Problemas
x Fraca fiscalização da integridade das águas marinhas;
x Fraca fiscalização da actividade pesqueira ao longo da costa moçambicana;
x Falta de aproveitamento do transporte marítimo para manuseamento e
transporte de mercadoria ao nível nacional.
7.5.9.2. Soluções
x Criar um mecanismo de fiscalização marinha com tecnologia de ponta como
drones;
x Criar empresas públicas de transporte marítimo;
x Formar fiscais marinhos e dotá-los de meios para patrulha marítima; e
x Fiscalizar a implementação das políticas e estratégias de gestão e
aproveitamento dos recursos hídricos e pesqueiros.
7.5.10. MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS
7.5.10.1. Fundamentação
Com 44 anos de indendência, Moçambique ainda tem um número insignificante de
obras públicas com qualidade. O governo perde muito dinheiro proveniente dos
impostos dos cidadãos ou doado em nome do povo moçambicano para construir obras
públicas de baixa qualidade e que precisam de ser intervencionadas com uma
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 27
regularidade anormal. O governo constrói e reabilita quase sempre as mesmas obras
públicas.
7.5.10.2. Problemas
x Obras públicas de baixa qualidade;
x Inflação dos custos das obras públicas;
x Baixa ou quase inexistência de fiscalização de obras públicas;
x Falta de responsabilização dos empreteiros que não cumprem com os padrões
mínimos de construção de obras públicas;
x Obras públicas economicamente pouco viáveis (ex. Aeroporto de Gaza);
x Obras públicas concentradas na capital do país.
7.5.10.3. Soluções
x Desenhar uma estratégia a médio-longo prazo para construção de obras públicas
alinhadas com a estratégia de desenvolvimento económico do país;
x Tornar efecientes e eficazes as instituições fiscalizadoras das obras públicas;
x Responsabilizar criminalmente os empreiteiros responsáveis por obras públicas
de má qualidade;
x Promover Procurement transparente para a selecção das empreitreiras para
obras públicas;
x Praticar a micro-monitoria durante o processo de construção das obras públicas;
x Criar uma black list para empreiteiras com má reputação na construção de obras
públicas; e
x Descentralizar as obras públicas. O Ministério da Cultura, por exemplo, pode
localizar-se na província de Nampula.
7.5.11. MINISTÉRIO DO TURISMO
7.5.11.1. Problemas
x Falta de fiscalização da actividade turística feita sobretudo por estrangeiros;
x Falta de aproveitamento dos locais históricos para turismo e geração de receitas
para o Estado;
x Inacessibilidade dos locais turísticos para nacionais;
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 28
x Inexistência de um plano de investimento equilibrado para a área de turismo.
7.5.11.2. Soluções
x Rentabilizar os locais históricos objectos do turismo;
x Desenhar um plano de investimento equilibrado no turismo, com base nas
potencialidades de cada região do país;
x Definir tabelas de preços para instâncias turísticas, de acordo com a capacidade
dos cidadãos nacionais;
x Criar um sistema de descontos para cidadãos nacionais;
x Adoptar uma política de turismo que promova o consumo de produtos locais
pelos turistas entrengeiros;
x Criar empresas de turismo marítimo; e
x Criar mais empresas públicas de guia turístico.
7.5.12. MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA E COMÉRCIO
Fundamentação
44 anos depois Moçambique ainda é um país onde a indústria transformadora é quase
que inexistente, o que leva ao não aproveitamento das potencialidades económicas de
que dispõe para gerar riqueza nacional que por sua vez melhorará a qualidade de vida
do seu povo. A rede comercial ainda é fraca sobretudo a que liga as zonas rurais e as
zonas urbanas.
7.5.12.1. Problemas
x Insuficiência de indústrias transformadoras;
x Comércio informal marginalizado e combatido pelo Estado; e
x Rede comercial entre as zonas rurais e urbanas fraca;
7.5.12.2. Soluções
x Fomentar indústrias transformadoras, através de políticas de investimento
estrangeiro e nacional;
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 29
x Investir na criação de condições mínimas para instalação de pequenas e médias
empresas nas zonas onde há carência de investimento, tanto nacional como
estrangeiro;
x Formalizar o sector informal;
x Criar uma política para que os “mukheristas” sejam elegíveis aos concursos
públicos para fornecimento de bens e serviços.
7.5.13. MINISTÉRIO DE INFORMAÇÃO, COMUNICAÇÃO E TECNOLOGIA
Fundamentação
Em Moçambique o desenvolvimento tecnológico ainda não está alinhado às prioridades
do desenvolvimento económico e sobretudo na promoção da indústria transformadora
e impulsionamento da agricultura.
7.5.13.1. Problemas
x Altos custos de acesso à internet, serviços e produtos tecnológicos;
x Desarticulação entre o desenvolvimento tecnológico e as necessidades das
indústrias e da agricultuta do país.
7.5.13.2. Soluções
x Rever os custos de acesso à internet e serviços afins; e
x Promover a inovação tecnológica para dinamizar o avanço industrial e agrícola;
x Estimular as feiras de inovação tecnológica em parceria com o sector privado; e
x Promover bolsas para formação de moçambicanos em áreas tecnológicas e
científicas previamente identificadas e que estão alinhadas com a estratégia de
desenvolvimento.
7.5.14. MINISTÉRIO DA SAÚDE
Fundamentação Investir na saúde é investir nas pessoas, porque a saúde é um bem e um direito de todos os cidadãos, deve por isso, constituir uma das políticas sociais que mais contribui para uma sociedade justa e solidária, sendo uma prioridade dum Governo. O essencial é que todos, sem excepção, tenham acesso aos melhores cuidados de saúde sempre que deles
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 30
necessitem, mas o fundamental é garantir às pessoas um atendimento de qualidade, em tempo útil, com eficácia, humanismo e sobretudo isento de manifestações corruptas.
7.5.14.1. Problemas
x Rácio médico/doente muito baixo;
x Rácio hospital/população muito baixo;
x Hospitais e ou centros de saúde com défice de equipamento especializado;
x Profissionais de saúde desmotivados;
x Falta de médicos especializados; e
x Elevados custos implicados no combate e prevenção de doenças como malária, cólera, tuberculose e HIV/SIDA;
7.5.14.2. Soluções
x Reduzir a distância entre os hospitais e os seus utentes, através da
construção de mais hospitais dotados de meios materiais e humanos;
x Reduzir o rácio médico-população, através do investimento na formação de
mais medicos;
x Criar bolsas de estudo do governo para formar médicos especialistas em
países que cooperam com Moçambique, por exemplo, Cuba;
x Equipar os hospitais e/ou centros de saúde com equipamento necessário
para exercer a sua função com eficiência e eficácia;
x Melhorar as condições de trabalho dos profissionais de saúde;
x Aumentar o investimento público para o sector de saúde.
x Construir três hospitais universitários de referência, um na cidade da Beira,
um na cidade de Nampula e outro na cidade de Maputo;
x Priorizar a prevenção em vez de tratamento de doenças, com enfoque no estilo de vida saudáveis e expansão da rede sanitária;
x Adoptar currícula das escolas com conteúdos sobre vida saudável; e x Assegurar progressivamente com meios humanos, técnicos e financeiros
reforçados, para a informação, aconselhamento, a formação profissional e acesso aos meios complementares de diagnóstico e terapêuticos;
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 31
7.5.15. MINISTÉRIO DA ACÇÃO SOCIAL
7.5.15.1. Fundamentação
O PODEMOS entende que é papel do Estado criar políticas sociais para garantir
condições de vida digna para cidadãos carenciados. Infelizmente, esta ainda não é a
realidade em Moçambique. O Plano Nacional da Acção Social, que introduz um subsídio
de assistência básica, não é abrangente e a sua implementação não é eficaz.
7.5.15.2. Problemas
x Falta de políticas sociais abrangentes e clarificação do papel do governo nesta
área;
x Falta de casas de repouso estatais para acolher idosos;
x Falta de zonas sociais para acomodar pessoas sem condições de vida;
x Falta de implementação de políticas na área da deficiência.
7.5.15.3. Soluções
x Criar e gerir casas de repouso para idosos;
x Criar zonas sociais para os mais carenciados;
x Criar um sistema universal de subsídio básico para crianças orfãs e vulneráveis e
idosos; e
x Criar uma instituição de monitoria da Implementação da Convenção das Nações
Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.
7.5.16. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
7.5.16.1. Fundamentação
As revisões pontuais ao Sistema Nacional de Educação efectuadas pelo actual governo
não garantem que o sistema forme cidadãos com qualidade ajustada às necessidades do
país e promova o desenvolvimento humano. A qualidade de educação em Moçambique
tende a degradar-se dramaticamente em resultado do sub-financiamento ao sector,
como por exemplo, a formação de professores, construção de infra-estruturas em
quantidade e com equipamento necessário (laboratórios, bibliotecas, ginásios). O
PODEMOS entende que a qualificação da educação é uma prioridade nacional.
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 32
7.5.16.2. PROBLEMAS
x Altos índices de analfabetismo (44, 9%);
x Baixa dotação orçamental;
x Insuficiência de Infra-estruturas escolares nas zonas rurais e urbanas (20784 de
todos os níves para 7.507.737 de alunos);
x Elevados índices de abandono escolar, com maior incidência nas raparigas;
x Índice de escolarização média muito baixo (9ª classe);
x Insuficiência de professores (147.825 para 7.507.737);
x Baixo nível de formação dos professores (49% com 10ª +1; apenas 18% com
licenciatura);
x Baixa e inadequada remuneração aos professores;
x Fraca qualidade dos programas de educação;
x Superlotação de salas de aulas (média de 50 alunos por turma);
x Falta de autonomia e independência das instituições académicas;
x Fraco investimento e incentivo à investigação científica.
7.5.16.3. Soluções
x Intensificar as acções de alfabetização, através do envolvimento das
universidades e escolas de tutela dos centros de alfabetização;
x Construir mais escolas, sobretudo do nível médio, priorizando as zonas
rurais;
x Efectivar a universalização do acesso à educação;
x Estabelecer a obrigatoriedade do nível de educação infantil;
x Efectivar a obrigatoriedade do ensino médio completo gratuito;
x Equipar as escolas com bibliotecas, salas de informática e demais recursos
didácticos;
x Fazer uma revisão geral da Lei do Sistema Nacional de Educação e orientar os
seus princípios, objectivos, organização e funcionamento à criação de
competências necessárias para o desenvolvimento do país;
x Criar um sistema de formação mais eficiente, exigente, que garanta uma
formação qualificada do professor e estabeleça o nível mínimo de licenciatura
para a docência nos níveis primário e secundário;
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 33
x Rever, na generalidade, a Lei do Ensino Superior e estabelecer a autonomia
administrativa, financeira e liberdade de cátedra para as Instituições de
Ensino Superior;
x Redefinir a política de financiamento ao Ensino Superior e à investigação
científica, garantindo que lhes sejam alocados recursos necessários para a
natureza das suas tarefas;
x Estabelecer parcerias com governos e instituições de ensino superior de
países desenvolvidos para a intensificação da política de formação de
quadros para o ensino superior;
x Promover estatística populacional no bairros para melhor definir as
necessidades de infraestruturas locais.
7.5.17. MINISTÉRIO DE DESPORTO E INDÚSTRIAS CULTURAIS
Fundamentação
Embora se propale muito sobre a necessidade de indústrias culturais em Moçambique a
realidade mostra que não existem estímulos por parte do governo para que se crie um
mercado cultural em Moçambique que beneficie os fazedores da cultura. A cultura ainda
é vista como um hobby e não uma profissão geradora de riqueza.
7.5.17.1. Problemas
x Falta de monitoria dos dispositivos legais de direitos de autores e fomento de
actividades culturias;
x Falta de manuais de educação cultural nas escolas do ensino geral.
7.5.17.2. Soluções
x Criar dispositivos legais para o fomento de uma indústria e um mercado cultural
viáveis;
x Promover competições culturais nas escolas, à semelhança dos jogos escolares
(ou juntar-se aos jogos escolares);
x Combater a pirataria;
x Estimular a criação de mais editoras para a promoção das diversas
manifestações culturais moçambicanas;
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 34
x Construir infraestruturas para a promoção da actividade cultural;
x Criar um sistema de royalities para que os beneficios financeiros da cultura sejam
revertidos a favor dos produtores; e
x Descentralizar a actuação do Fundo Nacional para Desenvolvimento da
Actividade Cultural (FUNDAC).
7.5.18. MINISTÉRIO DA JUVENTUDE
7.5.18.1. Fundamentação
Em Moçambique, a maior parte dos jovens, que são a maioria da população, não tem
acesso à habitação e a empregos seguros; tem dificuldades para aceder ao ensino
superior público e enfrenta outros problemas para ter uma vida digna e iniciar uma
família.
7.5.18.2. Problemas
x Falta de habitação condigna para jovens;
x Falta de emprego seguro para jovens;
x Pouco acesso ao ensino superior público.
7.5.18.3. Soluções
a) Para o emprego
x Fomentar o emprego através da atracção de investimentos condicionados à
integração de moçambicanos;
x Criar uma base de dados nacional sobre áreas de formação profissional e locais
com oportunidade de emprego;
x Fomentar, nas Instituições de Ensino Superior, programas de integração
profissional;
x Fomentar o empreendedorismo e atribuir kits para o início da actividade para a
qual cada jovem foi formado;
x Buscar financiamento para start-up business;
x Conceder créditos de investimento não partidarizados;
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 35
x Criar mais indústrias transformadoras do sector agro-pecuário que criam
empregos, tanto nas zonas ruraiscomo urbanas.
b) Para a habitação
x Fomentar a habitação sem condicionalismos de natureza partidária;
x Reduzir o despesismo do Estado e alocar fundos à construção de habitações
sociais;
x Construir novos bairros sociais de raíz;
x Estimular a construção de habitações através da identificação, mapeamento e
parcelamento de zonas de expansão para novas áreas residenciais. A atribuição
destes espaços será na base da ordem de submissão de pedido. Nestes bairros
deve haver hospitais, escolas e postos policiais;
x Transitar de uma política reactiva para uma política proactiva, com monitoria de
resultados na criação de habitação para jovens;
x Garantir equilíbrio entre os diversos segmentos de oferta habitacional; e
x Criar um Instituto de Empoderamento Juvenil.
7.5.19. MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS
7.5.19.1. Fundamentação
O Governo do PODEMOS defende o reforço das relações entre Moçambique e outros estados, na base de mútuo benefício para a promoção e defesa dos interesses estratégicos no plano nacional e internacional, tendo em vista a implementação de uma política externa que garanta a soberania, a integridade territorial, a segurança, a paz, a estabilidade e o desenvolvimento social, económico e cultural de Moçambique.
7.5.19.2. Problemas
9 A propalada diplomacia económica não é inclusiva e nem traz resultados positivos para a economia moçambicana;
9 É uma diplomacia de lobby feita apenas por pessoas com fortes ligações com a elite política moçambicana;
9 Promove e integra quase sempre os mesmos empresários ligados à elite política moçambicana sob a capa de Confederação das Actividades Económicas (CTA), visando desenvolver as mesmas famílias em prejuízo da maioria; e
9 Não estão muito claras as políticas de imigração económica moçambicana, principalmente, de africanos que pretendem vir a moçambique investir sem representações diplomáticas moçambicanas em seus países.
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 36
7.5.19.3. Soluções
a) No plano da cooperação internacional
9 Promover cooperação com todos os países do mundo, identificar oportunidades, inspirar-se nas experiências positivas destes países e desenvolver parecerias mutuamente vantajosas;
9 Através das suas embaixadas, desenvolver mecanismos com vista à identificação de diversos sectores de interesse nacional, sobretudo, ligados ao sector de exploração mineira de metais preciosos e não preciosos, petróleo e gás natural; sector de exploração florestal, marinho, preservação ambiental e coordenar a formação de quadros moçambicanos, financiados pelo estado, para aquisição de conhecimento técnico-cientifico, instrumento fundamental para o Desenvolvimento de Moçambique (Diplomacia de Conhecimento Tecnológico);
9 Promover um novo grupo de empresários (jovens) nas visitas internacionais, tendo como objectivo não apenas mobilizar investimento directo estrangeiro, mas também, buscar o conhecimento e inovação tecnológica (“imitação”), tais como, os casos da China, Correia do Norte, que desenvolveram as suas pequenas e médias industrias com base na imitação ou transferências de conhecimento e tecnologias do ocidente;
9 Divulgar todos instrumentos internacionais de facilitação do comércio internacional, acordos bilaterais e multilaterais, protocolos sobre a eliminação de algumas taxas ( Import & export);
9 Estabelecer mais acordos com países estratégicos para reduzir cada vez as taxas de importação e exportação de equipamentos, de capital e promover a indústria transformadora nacional;
9 Apoiar e enaltecer o papel das Organizações Não-Governamentais (ONGs) estrangeiras, Oragnizações Internacionais como parceiras do desenvolvimento. Contudo, deve-se elevar o nível de cooperação permitindo que estas actuem em áreas onde se justifica necessário para as prioridades do povo moçambicano;
9 Promover uma política migratória consentânea com o interesse nacional e no quadro das obrigações assumidas no contexto e limites adoptados por Moçambique nas convenções internacionais. Uma política migratória moçambicana solidária para com os povos de África, principalmente, os assolados pelas guerras e calamidades naturais;
9 Preconizar mecanismos de defesa e protecção dos moçambicanos vivendo no exterior, através do reforço das instituições de apoio ao emigrante, para que a sua actuação seja eficiente a favor de todos os Moçambicanos presos no estrangeiro (extradição);
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b) Ao nível de África
9 Assumindo que a unidade africana é um dos pilares da política externa de Moçambique, apoiamos a participação activa nos processos de manutenção da paz, integração regional e continental no âmbito da consolidação e fortalecimento da União Africana (UA);
9 Como membro da União Africana, somos parte activa na definição e implementação de políticas e estratégias que sejam coerentes e consistentes com todo o projecto de desenvolvimento nacional, bem como do continente africano;
9 Aprofundar a independência e o funcionamento das instituições de justiça da UA e o acesso às mesmas pelas populações de África como instâncias intermédias no contexto internacional de resolução dos seus problemas, para além das Nações Unidas (NU);
9 Mecanismo Africano de Revisão de Pares (MARP), sendo um instrumento importante para a melhoria constante das políticas, dos padrões e práticas que consolidam a estabilidade política, o desenvolvimento económico, devendo-se aprofundar a sua abordagem e dotá-lo de instrumentos que permitem intervir activamente e conduzir processos relacionados com desvio de práticas e padrões que colocam em causa a estabilidade política e desenvolvimento nacional;
9 Desenvolver esforços internacionais de combate ao crime organizado transnacional, pirataria, terrorismo, incluindo o tráfico de drogas e de pessoas e o branqueamento de capitais, no quadro da implementação da Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional e os seus Protocolos, bem como de outros instrumentos jurídicos africanos sobre a matéria.
c) Ao nível regional
9 Promover e consolidar a integração regional, no quadro da SADC, como prioridade na política externa de Moçambique, com vista à manutenção da paz e segurança de Moçambique e dos países vizinhos, condições essenciais para o desenvolvimento político, social e económico da Região;
9 Reforçar o papel estratégico de Moçambique na área dos transportes e comunicações, com vista a aprofundar e consolidar os princípios da integração económica, política e social regional;
9 Apostar na efectiva interacção, não só entre Moçambique e outros actores regionais, como também na estreita colaboração entre os sectores público, privado e a sociedade civil dos Estados membros da SADC;
9 Aprofundar a cooperação regional, identificando áreas que impulsionem o desenvolvimento das economias da região da SADC, encorajando e privilegiando o diálogo na promoção e aprofundamento das relações de amizade e de cooperação, mutuamente vantajosas, com todos os estados, organizações regionais e outros actores;
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9 Divulgar os acordos da SADC que facilitam o comércio regional, no concernente à eliminação de taxas aduaneiras (MUKHERO);
9 Defender o principio de boa-fé no cumprimento dos protocolos e acordos internacionais;
d) Ao nível da Justiça
9 Aprofundar a independência e o funcionamento das instituições regionais de justiça e da SADC e o acesso às mesmas pelas populações da região.
8. SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DO PODER AO NÍVEL TERRITORIAL
8.1. Fundamentação
Respeitando o princípio da unicidade e indivisibilidade territorial, Moçambique está
organizado em províncias, distritos, localidades e povoações. As zonas urbanas
organizam-se em cidades e vilas. O PODEMOS pretende garantir a descentralização de
poder e conferir maior poder aos governos provinciais, no sentido de promover o
desenvolvimento a partir da base
8.2. Problemas
x Duplicação de funções e competências entre o Secretário Provincial e o
Governador Provincial;
x Conflitos resultantes da duplicação de funções e competências;
x Condicionamento de financeiro do governo central que atrasa investimentos
económicos e sociais ao nível da província.
8.3. Soluções
x Eliminar a figura de Secretário do Estado;
x Implantar a capital política em Quelimane, que é o centro geográfico do país.
Estabelecer Maputo como capital económica e Nampula como capital cultural.
8.4. Impacto
Para além de reduzir as despesas públicas, eliminando a dualidade de poderes, eliminar
o conflicto entre dois poderes ao nível da província, esta medida atribuirá plenos
poderes ao governador provincial, para que represente os interesses do povo sem
condicionamentos impostos pelo governo central. Esta mudança também assegura uma
verdadeira descentralização, permitindo o pluralismo provincial, com supressão dos
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 39
Secretários de Estado nas províncias; e garante poderes e competências acrescidas para
os governadores de província. A mudança da capital para Quelimane fará uma
verdadeira revolução cultural no imaginário nacional do país.
9. QUESTÕES TRANSVERSAIS
9.1. SOBRE O SISTEMA ELEITORAL
9.1.1. Fundamentação
Contrariamente aos objectivos para os quais foram criados, que é organizar e gerir
processos eleitorais para que sejam transparentes, justos e livres, os órgãos eleitorais
têm sido catalisadores de conflitos em Moçambique, devido à sua actuação a soldo dos
interesses partidários e em prejuízo dos interesses nacionais;
9.1.2. Problemas
x Órgãos eleitorais partidarizados;
x Órgãos eleitorais injustos e não transparentes;
x Órgãos eleitorais dependentes;
x Órgãos eleitorais que excluem pessoas com deficiência.
9.1.3. Soluções
x Diferentemente do STAE e da CNE, o PODEMOS vai propor a criação duma única
instituição eleitoral que irá organizar e gerir o processo eleitoral em todas as
suas fases (recenseamento, eleições e pós-eleições), garantindo justiça,
transparência e liberdade. Esta instituição se designará ‘Comissão Eleitoral
Independente (CEI);
x O titular da Comissão Eleitoral Independente será eleito pela Assembleia da
República por maioria qualificada de 2/3’, dentre os cidadãos idóneos
provenientes da sociedade civil;
x No governo do PODEMOS, não haverá necessidade de se fazer recenseamento
eleitoral em cada ciclo eleitoral. Os eleitores votarão com o seu bilhete de
indentidade. O dinheiro, o tempo e os recursos gastos para o recenseamento
eleitoral a cada 5 anos, será usado para expandir o sistema de identificação civil,
de modo a abrangir toda a população à nascença. Uma vez atigidos os 18 anos de
idade, o bilhete de identidade de cada cidadão qualifica-o para eleger e/ou ser
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 40
eleito tendo, para tal, outros requisitos previstos na Constituição da República e
na Lei Eleitoral;
x Os órgãos eleitorais serão reestruturados, de modo a que se tornem apartidários
e independentes. O PODEMOS despartidarizará o órgão eleitoral, para que seja
efectivamente inclusivo, imparcial, independente e transparente na sua actuação.
O PODEMOS também fará as modificaçõe necessárias, para que as pessoas com
deficiência possam efectivamente votar conforme previsto na lei; e
x A representação do povo pelos Deputados na Assembleia da República será feita
por proporção de número da população por província e não somente pela
população eleitoral. Pois, os deputados representam toda população e não
somente a população eleitoral. Para tal, usaremos os dados oficiais do último
censo populacional. Assim, evitamos a manipulação dos resultados do
recenseamento eleitoral como aconteceu em Gaza e Cabo Delgado;
x Os Deputados da Assembleia da República serão eleitos directamente pelo povo,
através de listas abertas, em vez de listas fechadas. Desta forma, o deputado será
mais responsável perante o seu ciclo eleitoral e prestará contas. Por seu lado, o
povo saberá em quem votará para o representar na Assembleia da República; e
x Para as eleições presidenciais, o Presidente da República e o Primeiro Ministro
serão eleitos em lista única. Esta reforma visa, por um lado, dotar o Primeiro
Ministro de competências para substituir o Presidente da República, em caso de
ausência e ou incapacidade e, por outro, dar legitimidade legal racional ao
Primeiro Ministro, por via de eleição pelo povo e não nomeação pelo Presidente
da República, como acontece agora. Mas também PODEMOS quer assegurar que
não haja coabitação de diferentes partidos entre o Presidente da República e o
Primeiro Ministro porque pode colocar o governo numa situação de bloqueio,
como acontece na França.
9.2. SOBRE A SEGURANÇA DO ESTADO
9.2.1. Serviço Central de Inteligência (SCI)
No contexto de um Estado em que os poderes funcionem de forma separada, o SCI
deverá tornar-se numa força ao serviço exclusivo da inteligência do Estado, garantindo
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 41
a provisão e proteção de informações referentes à segurança do Estado. O director do
SCI é nomeado pelo Presidente da República.
9.3. SOBRE A PAZ DURADOURA
9.3.1. Fundamentação
Em Moçambique, a paz efectiva passa pela compreensão da trajetória deste processo,
desde os primeiros esforços na década 1980. A busca pela paz em Moçambique é
histórica, as causas que a minam também o são. Outro aspecto a considerar é o clima de
desconfiança entre o governo da Frelimo e a Renamo, que é motivada pela percepção
histórica que cada um deles tem sobre a outra.
9.3.2. Problemas
x Conflitos reccorentes entre o governo e a Renamo;
x Bi-partidarização do conflito e das suas soluções;
x Ausência duma solução estratégica, duradoura e sustentável para o conflito;
9.3.3. Soluções
x Não permitir a existência de forças militares paralelas às FDS;
x Estabelecer um sistema eleitoral justo e transparente;
x Dotar as FDS de condições de trabalho indispensáveis para o exercício da
sua função;
x Dotar o tribunal da polícia com competência para julgar e condenar os
agentes da lei e ordem que cometam crimes associados ao exercício das
suas funções;
x Definir padrões e requisitos mínimos para que empresas privadas possam
desempenhar funções que são do estado, como por exemplo, os serviços de
segurança pública;
x Devolver para o estado todas as funções de garantia da soberania e
integridade territorial, que foram delegadas a empresas privadas;
x Transferir a força da guarda fronteira para o Ministério da Defesa;
x Obrigar a construção e apetrechamento de postos policiais em todas as
zonas de expansão habitacional;
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x Fazer um Governo inclusivo com dirigentes que não sejam necessariamente
membros do PODEMOS;
x Promover a Inclusão socioeconómica; e
x Retirar o símbolo da arma na bandeira nacional.
9.4. SOBRE AS DÍVIDAS ILEGAIS
9.4.1. Fundamentação
A contracção das dívidas revela as fragilidades do sistema financeiro moçambicano.
Apesar dele definir que, para certas dívidas, é necessário aprovação da Assembleia da
República, ele permite que dívidas similares possam ser adquiridas fora do seu controlo.
9.4.2. Problemas
x Prejudica o desenvolvimento de Moçambique e coloca o país num défice
financeiro que compromete o presente do povo moçambicano e das futuras
gerações;
x Permite o enriquecimento ilícito de particulares ligados à elite governante e
associados;
x Em razão das dívidas, haverá sempre a necessidade de a elite controlar os órgãos
do poder judiciário para evitar a sua responsabilização criminal. Daí que
procurará aumentar o poder do executivo para interferir e condicionar o poder
judicial.
9.4.3. Soluções
x Um poder judiciário forte, independente e transparente, assim como o proposto
pelo governo do PODEMOS, para que seja capaz de julgar e condenar
exemplarmente os envolvidos nas dividas ilegais,
x Colocar um dispositivo legal na Constituição da República e demais leis vigentes
sobre a matéria, que anula automaticamente as dívidas contraídas fora do
controlo financeiro moçambicano e decreta a responsabilização criminal dos
autores morais e materiais, uma vez provado em julgamento.
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 43
9.5. SOBRE O CONFLITO NO NORTE DE MOÇAMBIQUE: CABO DELGADO
9.5.1. Fundamentação
À semelhança do conflito com a Renamo, o conflito que acontece na região norte de
Moçambique e, em particular, na província de Cabo Delgado, demonstra a fragilidade do
Estado em garantir a soberania e integridade territoriais e segurança do povo
mocambicano e dos seus bens. Ainda não são conhecidas as causas do conflito, as
motivações dos perpetradores e a sua fonte de financeamento.
9.5.2. Problemas
x Conflito e instabilidade que põem em causa a integridade territorial e a
soberania do Estado; e
x Existência de grupos armados a operar no norte de Moçambique concretamente
em Cabo Delgado.
9.5.3. Soluções
x Criar, a longo prazo, uma equipa multidisciplinar para investigar os actores, as
motivações e as fontes de financiamento desses grupos;
x Dotar, a curto prazo, as FDS de meios técnicos e materiais e recursos humanos
necessários para combater esses grupos e reestabelecer a integridade territorial
para o bem da soberania;
x Estabelecer cooperação com outros países que têm agendas claras de combate a
este tipo de grupos;
x Estabelecer contactos com organizações ultranacionalistas, como as Nações
Unidas, para apoiar na logística e na inteligência para combater este tipo de
grupos;
x Reforçar a união do povo Moçambicano, defender a integração nos programas
curriculares e escolares de matérias que visam educar e incutir nas novas
gerações o espírito de cidadania, dos valores de humanismo, do patriotismo, de
cultura de paz, de cultura de trabalho, de integridade e de honestidade,
cultivando, acima de tudo, o amor ao próximo.
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Estratégia de Governação do PODEMOS- Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique 44
9.6. SOBRE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA (PcD)
9.6.1. Fundamentação
Embora Moçambique tenha ratificado a Convenção das Nações Unidas sobre Pessoas
com Deficiência e tenha uma Constituição da República que promove a inclusão de PcD
nos processos de desenvolvimento sócio-político e económico, a realidade mostra que
as PcD ainda são muito discriminadas nos processos de desenvolvimento.
9.6.2. Problemas
x A maioria das PcD não tem acesso ao emprego;
x A maioria das PcD não vota em processos eleitorais;
x A maioria das PcD não tem acesso ao transporte público;
x A maioria das PcD não tem acesso à educação, particularmente as crianças; e
x A maioria das PcD não tem uma vida independente.
9.6.3. Soluções
x Aprovar uma lei nacional para pessoas com deficiência;
x Estabelecer uma quota para pessoas com deficiência no mercado de trabalho;
x Fazer modificações nas escolas, nos hospitais, nos postos de recenseamento, nas
assembleias de voto, entre ontros sectores de natureza pública,para que as PcD
tenham acesso físico e comunicativo;
x Retirar do Ministério do Gênero Criança e Acção Social e colocá-lo como um
aspecto transversal sob a responsabilidade de todos os ministérios e outras
instituições do estado; e
x Establecer uma instituição para monitoria das actividades do governo na
implementação da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas
com Deficiência. Esta instituição deve ter poderes para processar o Estado em
caso de violação desta Convenção.
“JUNTOS PODEMOS DESENVOLVER MOÇAMBIQUE”