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7/18/2019 Estresse Ocupacional e Repercussões Na QV - RBTI - 2009 (1) http://slidepdf.com/reader/full/estresse-ocupacional-e-repercussoes-na-qv-rbti-2009-1 1/7 Rev Bras er Intensiva. 2009; 21(3):299-305 Estresse ocupacional e suas repercussões na qualidade de vida de médicos e enfermeiros intensivistas pediátricos e neonatais Occupational stress and repercussions on the quality of life of  pediatric and neonatal intensivist physicians and nurses  ARTIGO ORIGINAL INTRODUÇÃO O conceito de qualidade de vida vem sendo utilizado nos campos da saúde e do trabalho, com o objetivo de verificar indicadores presentes em vários contextos so- ciais e que possam sofrer intervenções através das políticas de saúde ou de estratégias de gestão empresarial. (1)  A qualidade de vida no trabalho (QV) tem sido uma preocupação do homem desde o início de sua existência. Com outros títulos em outros contextos, mas sem- pre voltada para facilitar ou trazer satisfação e bem-estar ao trabalhador na execução de sua tarefa. (2) Para Lacaz, (3)  são várias as definições da expressão QV, ora associando-a as ca- racterísticas intrínsecas das tecnologias introduzidas e ao seu impacto; ora a elemen- tos econômicos como salário, incentivos, ou ainda a fatores ligados à saúde física, mental e à segurança e, em geral, ao bem-estar daqueles que trabalham. Diante dessas assertivas, defende-se que dos elementos que explicitam a defini- Monalisa de Cássia Fogaça 1 ,  Werther Brunow de Carvalho 2 , Paulo Cesar Koch Nogueira 3 , Luiz  Antonio Nogueira Martins 4 1. Psicóloga pela Universidade Metodista de São Paulo e Doutora pelo Departamento de Psiquiatria da UNIFESP – São Paulo (SP), Brasil. 2. Professor Adjunto do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP – São Paulo (SP), Brasil. 3. Professor Adjunto do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP – São Paulo (SP), Brasil. 4. Professor Adjunto do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP – São Paulo (SP), Brasil. Recebido de Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP – São Paulo (SP), Brasil. RESUMO Objetivo:  Investigar as relações entre trabalho e qualidade de vida de médicos e enfermeiros em unidades de terapia inten- siva pediátrica e neonatal. Métodos: Estudo transversal com 37 médicos e 20 enfermeiros. O Job Content Questionnarie  (JCQ), Effort-Reward Imba- lance  (ERI) e World Health Organization Quality of Life  (WHOQOL-100) foram utilizados. A correlação foi estimada atra- vés do coeficiente de correlação de Spear- man. Resultados: O esforço é inversamen- te correlacionado com os domínios: físi- co, psicológico, nível de independência, meio ambiente (p<0,01) e relação social (p<0,05). A recompensa é inversamente correlacionada com os domínios psico- lógico (p<0,05) e nível de independência (p<0,01). Controle sobre o trabalho é di- retamente correlacionado com o domínio físico (p<0,05). A demanda psicológica é inversamente correlacionada com os domí- nios físico (p<0,05), psicológico (p<0,01) e nível de independência (p<0,05). A demanda física é inversamente correla- cionada com os domínios físico, nível de independência, meio ambiente (p<0,01) e psicológico (p<0,05) . Insegurança no trabalho é inversamente correlacionada com os domínios psicológico, nível de independência (p<0,05) e meio ambiente (p<0,01). Suporte do supervisor é direta- mente correlacionado com nível de inde- pendência (p<0,05). Conclusão: Médicos e enfermeiros apresentaram altos esforços, demandas psi- cológicas, físicas e insegurança no trabalho que repercutem na qualidade de vida. Descritores: Unidades de terapia in- tensiva pediátrica/recursos humanos; Es- gotamento profissional; Qualidade de vida; Satisfação no trabalho; Questionários Submetido em 1 de Dezembro de 2008  Aceito em 18 de Agosto de 2009  Autor para correspondência:  Werther Brunow de Carvalho Universidade Federal de São Paulo / Escola Paulista de Medicina Departamento de Pediatria Rua Botucatu, 598 - Vila Clementino CEP: 04023-062 - São Paulo (SP), Brasil. Fone/Fax: 55 (11) 3081-9877 E-mail: [email protected]; [email protected]

Estresse Ocupacional e Repercussões Na QV - RBTI - 2009 (1)

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7/18/2019 Estresse Ocupacional e Repercussões Na QV - RBTI - 2009 (1)

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Rev Bras er Intensiva. 2009; 21(3):299-305

Estresse ocupacional e suas repercussões naqualidade de vida de médicos e enfermeirosintensivistas pediátricos e neonatais

Occupational stress and repercussions on the quality of life of pediatric and neonatal intensivist physicians and nurses 

 ARTIGO ORIGINAL

INTRODUÇÃO

O conceito de qualidade de vida vem sendo utilizado nos campos da saúde e dotrabalho, com o objetivo de verificar indicadores presentes em vários contextos so-ciais e que possam sofrer intervenções através das políticas de saúde ou de estratégias

de gestão empresarial.(1)

 A qualidade de vida no trabalho (QV) tem sido uma preocupação do homemdesde o início de sua existência. Com outros títulos em outros contextos, mas sem-pre voltada para facilitar ou trazer satisfação e bem-estar ao trabalhador na execuçãode sua tarefa.(2)

Para Lacaz,(3) são várias as definições da expressão QV, ora associando-a as ca-racterísticas intrínsecas das tecnologias introduzidas e ao seu impacto; ora a elemen-tos econômicos como salário, incentivos, ou ainda a fatores ligados à saúde física,mental e à segurança e, em geral, ao bem-estar daqueles que trabalham.

Diante dessas assertivas, defende-se que dos elementos que explicitam a defini-

Monalisa de Cássia Fogaça 1, Werther Brunow de Carvalho2,Paulo Cesar Koch Nogueira 3, Luiz

 Antonio Nogueira Martins4

1. Psicóloga pela UniversidadeMetodista de São Paulo e Doutorapelo Departamento de Psiquiatria daUNIFESP – São Paulo (SP), Brasil.2. Professor Adjunto do Departamentode Pediatria da Universidade Federal de

São Paulo – UNIFESP – São Paulo (SP),Brasil.3. Professor Adjunto do Departamentode Pediatria da Universidade Federal deSão Paulo – UNIFESP – São Paulo (SP),Brasil.4. Professor Adjunto do Departamentode Psiquiatria da Universidade Federalde São Paulo – UNIFESP – São Paulo(SP), Brasil.

Recebido de Universidade Federal deSão Paulo – UNIFESP – São Paulo (SP),Brasil.

RESUMO

Objetivo:  Investigar as relações entretrabalho e qualidade de vida de médicos eenfermeiros em unidades de terapia inten-siva pediátrica e neonatal.

Métodos: Estudo transversal com 37médicos e 20 enfermeiros. O Job ContentQuestionnarie  (JCQ), Effort-Reward Imba-lance   (ERI) e World Health OrganizationQuality of Life   (WHOQOL-100) foramutilizados. A correlação foi estimada atra-vés do coeficiente de correlação de Spear-man.

Resultados: O esforço é inversamen-te correlacionado com os domínios: físi-co, psicológico, nível de independência,meio ambiente (p<0,01) e relação social(p<0,05). A recompensa é inversamentecorrelacionada com os domínios psico-lógico (p<0,05) e nível de independência(p<0,01). Controle sobre o trabalho é di-retamente correlacionado com o domínio

físico (p<0,05). A demanda psicológica éinversamente correlacionada com os domí-nios físico (p<0,05), psicológico (p<0,01)e nível de independência (p<0,05). Ademanda física é inversamente correla-cionada com os domínios físico, nível de

independência, meio ambiente (p<0,01)e psicológico (p<0,05) . Insegurança notrabalho é inversamente correlacionadacom os domínios psicológico, nível deindependência (p<0,05) e meio ambiente(p<0,01). Suporte do supervisor é direta-mente correlacionado com nível de inde-pendência (p<0,05).

Conclusão: Médicos e enfermeirosapresentaram altos esforços, demandas psi-cológicas, físicas e insegurança no trabalhoque repercutem na qualidade de vida.

Descritores:  Unidades de terapia in-tensiva pediátrica/recursos humanos; Es-gotamento profissional; Qualidade de vida;Satisfação no trabalho; Questionários

Submetido em 1 de Dezembro de 2008 Aceito em 18 de Agosto de 2009

 Autor para correspondência:

 Werther Brunow de CarvalhoUniversidade Federal de São Paulo /Escola Paulista de MedicinaDepartamento de Pediatria Rua Botucatu, 598 - Vila ClementinoCEP: 04023-062 - São Paulo (SP),Brasil.Fone/Fax: 55 (11) 3081-9877E-mail: [email protected];[email protected]

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300 Fogaça MC, Carvalho WB,Nogueira PCK, Martins LAN

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ção e a concretização da qualidade (de vida no) trabalho, é ocontrole - que engloba a autonomia e o poder que o traba-lhador tem sobre os processos de trabalho, e a recompensa –que é o elo crucial entre as funções auto-regulatórias, comoauto-estima e auto-eficácia, e a estrutura de oportunidadesocial.(4)

Um dos fatores de desgaste físico e mental para os traba-lhadores da área da saúde é o acumulo de dois ou mais víncu-los empregatícios, submetendo-os a uma sobrecarga excessivade trabalho.(5,6)

No ambiente das unidades de terapia intensiva (UI), oprocesso de desgaste físico e mental, advindo da sobrecargade trabalho, podem ser geradores de estresse, prejudicando ascondições de trabalho e as relações organizacionais.

Diante dessa assertiva temos como exemplo alguns es-tudos,(7-13) que mostram as repercussões dos fatores orga-nizações sobre a saúde mental e física, de médicos e enfer-

meiros que trabalham em UI pediátrica e neonatal, taiscomo: burnout, alterações psicológicas gerando estresseprofissional, alterações de cortisol e amilase salivar, em vir-tude de excessivos ruídos, dificuldades de relacionamen-to em equipe, com pacientes e familiares. Vale, também,ressaltar dois recentes estudos nacionais, que avaliaramenfermeiros e médicos intensivistas,(14,15) mostrando que apresença de estresse neste ambiente ocupacional, originouinsatisfação com o trabalho, repercutiu na saúde física,mobilizou sentimentos de sofrimento advindos da relaçãocom os pacientes e familiares, trabalho em equipe, rodíziode funcionários, absenteísmo e a alta tecnologia presentenestas unidades, além de alta prevalência de burnout emmédicos.

 Assim sendo, considerando que o trabalho é um dos fato-res que pode influenciar a qualidade de vida de médicos e en-fermeiros intensivistas pediátricos e neonatais, o objetivo dopresente estudo foi investigar as relações entre as condições detrabalho, através dos instrumentos Job Content Questionnarie(JCQ) e Effort-Reward Imbalance (ERI), e suas repercussõesna qualidade de vida (World Health Organization Quality ofLife - WHOQOL-100).

MÉTODOS

Realizou-se um estudo transversal, que incluiu médicose enfermeiros, que trabalhavam em UI Pediátrica (35) eNeonatal (22), na Universidade Federal de São Paulo/EscolaPaulista de Medicina (UNIFESP/EPM). Foram avaliados aotodo 25 médicos e 10 enfermeiros da UI Pediátrica e 12médicos e 10 enfermeiros da UI Neonatal, constituindo-sea amostra total de 57 profissionais, que aceitaram participarespontaneamente do estudo. O critério de inclusão consistia

em ser médico ou enfermeiro contratado para trabalho naUI e médico-residente cursando o estágio de UI. A distri-buição de perda amostral está na tabela 1. A perda amostral(50%) deu-se pela não devolução dos instrumentos preen-chidos.

Tabela 1 - Número de profissionais nas unidades de terapiaintensiva convidados a participar do estudo

Médicos Enfermeiros Aceitou Não aceitou Aceitou Não aceitou

UI Pediátrica 25 26 10 1UI Neonatal 12 28 10 4otal 37 54 20 5

UI – unidade de terapia intensiva 

O protocolo de pesquisa foi aprovado pelo Comitê deÉtica e Pesquisa da UNIFESP/EPM (nº 1604/04) e todos

os participantes assinaram o termo de Consentimento Livree Esclarecido.Os participantes responderam à versão brasileira do ERI,

 JCQ e WHOQOL-100. As unidades estudadas apresenta-vam as seguintes características na ocasião da aplicação dosinstrumentos de avaliação (2005):

Unidade Pediátrica Referência: cirurgia cardíaca – cardiopatia congênita; neu-

rocirurgia; cirurgia ortopédica e transplante hepático.Número de leitos: 09Composição da equipe médica:- 02 médicos chefes de plantão diurno (total de 10 mé-

dicos);- 01 diarista - 02 médicos de plantão noturno, com alternância a cada

15 dias (total de 10 médicos)- 01 coordenador de residência, especialização e graduação- 01 chefe da UIPCarga horária da equipe médica:- 20h/semanais: 12horas em assistência e 08 horas em

produção científica;Residentes

- Composição: 09 residentes- Carga horária: 60 h/semanais;EnfermeirosComposição: 5 enfermeiros (1 encarregado, 2 matutino,

1 vespertino, 1 noturno: plantonista)07 horas diárias de trabalho contratados pelo Hospital

São Paulo06 horas diárias de trabalho com vínculo empregatício

pela Universidade Federal de São PauloUnidade Neonatal

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Estresse ocupacional e qualidade de vida  301

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Número de leitos: 20Idade: prematuros e recém-nascidosComposição da equipe médica - Docentes: 06- Assistentes: 14- Estagiários do 4º ano: 06- Estagiários do 3º ano: 07- Plantonistas: 13Carga horária da equipe médica - Docentes – 40h/semanais- Assistentes alguns fazem 20h ou 40h/semanais- Plantonistas – 12horas.- Enfermeiros:Composição: 13 enfermeiros (3 matutino, 3 vespertino, 6

noturno, 1 enfermeira de Educação Continuada)Carga horária: encarregados trabalham 07 horas; 06 horas

de trabalho os demais enfermeiros e em regime de 12/36 h os

enfermeiros do período noturno.

Effort-Reward Imbalance (ERI)raduzido e adaptado por Liliana Andolpho Guimarães

(UNICAMP),(4) aplica-se a uma grande variedade de cenáriosocupacionais. Descreve situações nas quais há falta de recipro-cidade entre esforço e recompensa no trabalho, por exemplo,alto esforço/baixas condições de recompensa, que provocamcontinuamente reações ao nível emocional e fisiológico.

Para Siegrist,(16) duas são as fontes de esforços: extrínsecas(exigências do trabalho) e intrínsecas (motivações individuaisdo trabalhador frente às exigências), sendo esta última o mes-mo conceito de “necessidade de controle”, definido como umpadrão para lidar com as exigências do trabalho, e que contémduas variáveis: vigor  e imersão. O vigor é definido como esforçoativo, com alta probabilidade de retorno (feedback positivo), ea imersão como um estado de exaustiva competição.

O instrumento é composto por 46 itens, divididos emtrês partes: esforço (6 itens), recompensa (11 itens), e super-comprometimento (6 itens sobre a necessidade de aprova-ção, 6 itens sobre a competitividade, 8 itens sobre irritabili-dade, e 9 itens sobre dificuldade de se desligar do ambientede trabalho). A medida de resposta de cada item é avaliada

em 4 níveis (1= não me incomoda; 2= incomoda-me pou-co; 3= incomoda-me muito e 4= incomoda-me muitíssimo;ou 1= não estou nada de acordo; 2= não estou de acordo; 3=estou de acordo e 4= estou totalmente de acordo). O valorde alfa de Cronbach para esforço extrínseco é de 0,68, pararecompensa no trabalho de 0,78 e supercomprometimen-to 0,78.(17) O equilíbrio entre esforço e recompensa é dadopelo índice (Σ E÷[Σ R x c]), sendo E = esforço extrínsecoe R = recompensa multiplicada pelo fator de correção (c =0,545455). Como resultado os valores menores ou iguais a

1, indicam equilíbrio entre esforço e recompensa, enquan-to valores maiores que 1, indicam condições de desequi-líbrio entre esforço e recompensa. Em relação à escala desuper-comprometimento um valor acima de 19 pontos éindicativo de maior risco de desenvolvimento de estresseocupacional.

 Job Content Questionnarie (JCQ) Elaborado por Robert Karasek*, composto de 49 questões.

 As variáveis analisadas foram: controle sobre o trabalho(autoridade decisória e autoridade decisória no nível macro);demandas psicológicas do trabalho; esforço físico; carga iso-métrica física; demandas físicas do trabalho; insegurança noemprego; suporte social proveniente do supervisor; supor-te social proveniente dos colegas de trabalho. A medida deresposta de cada item é avaliada em 4 níveis: 1 = discordofortemente, 2 = discordo, 3 = concordo e 4 = concordo for-

temente. O coeficiente de Alfa Cronbach geralmente aceitopara mulher é 0,73 e para homem é 0,74.(18) 

World Health Organization Quality of Life(WHOQOL-100)

Instrumento utilizado para avaliação de qualidade devida. Baseia-se nos pressupostos de que a qualidade de vida éum conjunto subjetivo (percepção do indivíduo em questão),multidimensional e composto por dimensões positivas (porex. mobilidade) e negativas (p ex. dor).

 A versão em português do WHOQOL foi desenvolvidano Centro WHOQOL para o Brasil, no Departamento dePsiquiatria e Medicina Legal da Universidade Federal do RioGrande do Sul, sob a coordenação do Profº Dr. Marcelo Piode Almeida Fleck.

Composto de cem perguntas que compreendem seis do-mínios: físico (I), psicológico (II), nível de independência(III), relação social (IV), meio ambiente (V) e espiritualida-de/religiosidade/crenças pessoais (VI). Esses domínios sãodivididos em 24 facetas. Cada faceta é composta de quatroperguntas.

 As respostas para as questões do WHOQOL são dadasem uma escala do tipo Likert. As perguntas são respondidas

através de quatro tipos de escalas: intensidade (nada – extre-mamente), capacidade (nada – completamente), freqüência(nunca – sempre) e avaliação (muito insatisfeito, muito satis-feito, muito ruim, muito bom). O escore para cada domíniopode ser transformado em uma escala que varia de 0-100,sendo zero o pior e 100 o melhor resultado.(19)

 As médias e demais medidas de tendência central dasvariáveis que compõe os instrumentos ERI, JCQ E WHO-QOL-100 foram apuradas. As associações foram medidaspelo coeficiente de correlação de Spearman.

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302 Fogaça MC, Carvalho WB,Nogueira PCK, Martins LAN

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RESULTADOS

Os médicos eram predominantemente do sexo feminino(76 %) com média de idade de 34,70 ± 7,11 anos, e trabalha-vam em UI, em média há 7,17 ± 6,89 anos. Os enfermei-ros eram predominantemente do sexo feminino (95%), com

Tabela 2 - Análise descritiva dos instrumentos

Variáveis Resultado DPERI

Esforço 8,07 ± 2,70 2,7Recompensa 13,4 ± 2,89 2,89

 JCQ Controle sobre o trabalho 34,04 ± 6,37 6,37Demanda psicológica do trabalho 34,32 ± 5,40 5,40Esforço físico 6,56 ± 1,50 1,50

Carga isométrica física 4,88±

 1,19 1,19Demanda física do trabalho 11,44 ± 2,09 2,09Insegurança no trabalho 5,77 ± 2,25 2,25Suporte do supervisor 11,67 ± 5,65 5,65Suporte dos colegas

 WHOQOL-100Físico 13,45 ± 2,68 2,68Psicológico 13,91 ± 2,41 2,41Nível de independência 15,90 ± 2,67 2,67Relação social 14,73 ± 2,84 2,84Meio ambiente 13,15 ± 1,97 1,97Espiritualidade/crenças pessoais/

religiosidade

16,14 ± 2,80 2,80

ERI -  Effort Reward Imbalance ; JCQ –  Job Content Questionnarie ; WHOQOL-100- World Health Organization Quality of LifeResultados apresentados em média ± desvio padrão (DP)

Tabela 3 - Correlação do coeficiente de Spearman com as variáveis do Job Content  Questionnarie - JCQ 

DOM 1 DOM 2 DOM 3 DOM 4 DOM 5 DOM 6Controle sobre o trabalho 0,295* 0,243 0,249 0,038 0,212 0,020Demanda psicológica do trabalho -0,316* -0,366** -0,302* -0,237 -0,131 0,000Esforço físico -0,189 -0,125 -0,217 -0,159 -0,195 0,500Carga isométrica física -0,395** -0,332* -0,358** -0,150 -0,355* 0,047Demanda física do trabalho -0,392** -0,307* -0,382** -0,227 -0,354** 0,061

Insegurança física no trabalho -0,251 -0,331* -0,312* -0,217 -0,461** -0,122Suporte social do supervisor 0,118 0,065 0,285* 0,150 0,062 -0,167Suporte social dos colegas 0,031 0,190 0,022 0,206 0,241 0,216

*p<0,05; **p<0,01; DOM - domínio

Tabela 4 - Correlação do coeficiente de Spearman com o as variáveis esforço e recompensa do Effort Reward Imbalance - ERI

DOM 1 DOM 2 DOM 3 DOM 4 DOM 5 DOM 6Esforço -0,571** -0,544** -0,641** -0,322* -0,448** -0,119Recompensa -0,253 -0,327* -0,406** -0,161 -0,234 -0,118

*p<0,05; **p<0,01; DOM - domínio

média de idade de 31,55 ± 6,37 anos, e trabalhavam na UI,em média, há 5,85 ± 4,40 anos.

Na análise do ERI os valores médios encontrados paraesforço e recompensa foram: 8,07 ± 2,7 e 13,46 ± 2,89, res-pectivamente. No JCQ os valores médios para as variáveisforam: controle sobre o trabalho - 34,04 ± 6,37; demandapsicológica do trabalho - 34,32 ± 5,40; esforço físico - 6,56± 1,50; carga isométrica física - 4,88 ± 1,19; demanda físicado trabalho - 11,44 ± 2,09; insegurança no trabalho - 5,77 ± 2,25; suporte do supervisor - 11,67 ± 5,65 e suporte dos cole-gas - 11,54 ± 1,09. Os valores médios encontrados nos domí-nios que compõem o WHOQOL-100 foram: físico - 13,45± 2,68; psicológico - 13,91 ± 2,41; nível de independência- 15,90 ± 2,67; relação social - 14,73 ± 2,84; meio ambiente-13,15 ± 1,97 e espiritualidade/crenças pessoais/religiosidade(16,14 ± 2,80) (abela 2).

 A correlação do ERI, JCQ e WHOQOL, avaliada através

do coeficiente de correlação de Spearman, mostrou-se signi-ficativa em algumas variáveis dos respectivos questionários(abelas 3 e 4).

ERI: O esforço é inversamente correlacionado com os do-mínios: físico (r = - 0,57, p < 0,01); psicológico (r = - 0,54, p< 0,01); nível de independência (r = - 0,64, p < 0,01); relaçãosocial (r = - 0,32, p < 0,05) e meio ambiente (r = - 0,44, p <0,01). A recompensa é inversamente correlacionada com osdomínios: psicológico (r = - 0,32, p < 0,05) e nível de inde-pendência (r = - 0,40, p < 0,01).

 JCQ: O controle sobre o trabalho é diretamente corre-lacionado com o domínio físico (r = 0,29, p < 0,05). A de-manda psicológica do trabalho é inversamente correlacionadacom os domínios: físico (r = - 0,31, p < 0,05); psicológico (r= - 0,36, p < 0,01) e nível de independência (r = - 0,30, p

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Estresse ocupacional e qualidade de vida  303

Rev Bras er Intensiva. 2009; 21(3):299-305

< 0,05). A demanda física no trabalho é inversamente cor-relacionada com os domínios: físico (r = - 0,39, p < 0,01);psicológico (r = - 0,30, p < 0,05); nível de independência (r= - 0,38, p < 0,01) e meio ambiente (r = - 0,35, p < 0,01).Insegurança no trabalho é inversamente correlacionada comos domínios: psicológico (r = - 0,33, p < 0,0 5); nível de inde-pendência (r = - 0,31, p < 0,05) e meio ambiente (r = - 0,46,p < 0,01). O suporte do supervisor é diretamente correlacio-nado com nível de independência (r = 0,28, p < 0,05).

DISCUSSÃO

 A associação entre estresse ocupacional e qualidade de vidado trabalhador tem sido avaliada em diversos estudos.(20-24)

 A qualidade de vida no trabalho de profissionais da áreada saúde, principalmente, enfermagem, tem destaque na lite-ratura atual,(25-27) mostrando que a saúde física e psicológica

apresenta algum grau de comprometimento, tais como: do-res crônicas, insatisfação como o sono, dependência de me-dicamentos, depressão entre outros, quando avaliados pelo

 WHOQOL-BREF e SF-36. Na população por nós avaliadaobservamos que o esforço despendido no trabalho interferenegativamente nos domínios: físico, psicológico, nível de in-dependência, relação social e meio-ambiente. Em relação àdemanda psicológica do trabalho verificaram-se correlaçõesnegativas em relação aos domínios: físico, psicológico e nívelde independência dos sujeitos avaliados através do WHO-QOL-100.

O estudo desenvolvido por Stansfeld,(21) demonstra que oestresse no trabalho a falta de recompensa e altas demandastêm impacto sobre a qualidade de vida do trabalhador. an-to homens como mulheres que participaram do estudo deStansfeld, apresentaram problemas de saúde física e mental,devido ao baixo controle sobre o trabalho e falta de apoiodo supervisor. Em nosso estudo tanto a demanda psicológicacomo a física no trabalho repercutiram negativamente nosdomínios avaliados pelo WHOQOL-100. A variável insegu-rança no trabalho apresentou também correlação negativa,em relação aos domínios: psicológico, nível de independênciae meio-ambiente.

Na literatura encontramos estudos(20-24) de correlação en-tre JCQ, ERI e algum instrumento para avaliar a qualidadede vida (WHOQOL, SF-36, SF-12), que corroboram nossosdados; mostrando que menor controle sobre o trabalho, altasdemandas psicológicas e baixo suporte social, tem impactosobre a qualidade de vida do trabalhador.

Observamos que o suporte do supervisor esta correlacio-nado com maior nível de independência, o que também foireconhecido por Probst,(24) onde verificou que profissionaiscom participação nas decisões tendem a menor rotatividade e

comportamentos de indiferença.Estudos recentes desenvolvidos por Rusli(28) e LaMontag-

ne,(29) mostraram que altas demandas no trabalho está dire-tamente ligada ao estresse e que mulheres apresentam maiorprevalência de estresse no trabalho e depressão.

 Apesar de não verificarmos o nível de tensão e qualidadede vida no trabalho entre gêneros, a maioria da populaçãoestudada é composta do sexo feminino, e de certa forma, osestudos mencionados acima, podem servir de referência paracomparação de nossa amostra.

Limitações do estudoO presente estudo traz um delineamento descritivo, com

o levantamento de freqüências, realizado em um único cen-tro, e com pequeno número amostral. Cinqüenta por centoda amostra não devolveu o instrumento utilizado, o que podeter comprometido os resultados.

CONCLUSÕES

 As relações entre condições de trabalho e qualidade devida dos médicos e enfermeiros intensivistas pediátricos eneonatais, avaliada neste estudo, mostra-se comprometida.anto médicos como enfermeiros apresentaram altos esfor-ços, demandas psicológicas, físicas e insegurança no trabalhoque repercutiram na qualidade de vida no trabalho.

Nosso estudo ressalta a necessidade de realizar estudoslongitudinais a fim de avaliar as condições de trabalho e suasrepercussões sobre a qualidade de vida de médicos e enfer-meiros intensivistas pediátricos e neonatais.

 ABSTRACT 

Objective: o investigate the relationship between work andquality of life of doctors and nurses in pediatric intensive care unitsand neonatal.

Methods: Cross-sectional study with 37 doctors and 20 nurses.Te Job Content Questionnarie (JCQ) e Effort-Reward Imbalance(ERI), and World Health Organization Quality of Life (WHO-QOL-100) were used. Te correlation was estimated by Spearmancorrelation coefficient.

Results: Te effort is inversely correlated with the areas phy-sical, psychological, level of independence, environment (p<0,01)and social relationship (p<0,05). Te reward is inversely correlatedwith the areas and psychological (p<0,05) level of independence(p<0,01). Control over the work is directly correlated with the phy-sical domain (p<0,05). Te psychological demands are inverselycorrelated with the areas physical (p<0,05), psychological (p<0,01)and level of independence (p<0,01). Te physical demand is in-versely correlated with physical areas, level of independence, envi-

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ronmental (p<0,01) and psychological (p<0,05). Job insecurity isinversely correlated with the psychological fields, level of indepen-dence (p<0,05) and the environment (p<0,01). Support the super-visor is directly correlated with degree of independence (p <0,05).

Conclusion:  Doctors and nurses showed high efforts, de-

mands psychological, physical and job insecurity that impact onquality of life.

Keywords: Intensive care units, pediatric/manpower; Burnout,professional; Quality of life; Job satisfaction; Questionnaires

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