Estrutura do Setor Elétrico - VIEX...Lei nº8.987/95 Incremento da competição Lei nº 7.990/89 –8.001/90 – 9.984/00 e 9.993/00 Compensação Financeira 2000 2003 2004 Lei nº

Estrutura do Setor Elétrico

Características, funções e aspectos técnicosdo setor de energia elétrica

Por Fernando Umbria

19 a 23 de outubro de 2020

1

ESTRUTURA DO SETOR ELÉTRICO

O MODELO MERCANTIL DO SETOR ELÉTRICO

IMPACTOS DA PANDEMIA SOBRE O SETOR ELÉTRICO

Curso: Estrutura e Funcionamento do Setor ElétricoInstrutor: Fernando Umbria

2

Agenda





Estrutura básica do sistema elétrico

CONSUMIDOR

LIVRE

9.010 usinas – Capacidade Instalada: 173 GW(2.198 UTE OD – 4,4 GW; 3.907 UFV – 3,1 GW)

Rede Básica ≥ 230 kV159 mil km em linhas8 empresas = 80% da RB

Rede ≤ 138 kV54 concessionárias (distribuidoras)57 permissionárias (cooperativas)86 milhões de UC (consumidor cativo)

8.105 Consumidores(995 livres; 7.110 especiais)2019: +88 CL; +1.203 CEjan a set/2020: +92 CL; +1.257 CE

379 comercializadoras(25 varejistas)

Geração DistribuídaUsinas: 314.469UC’s: 402.749Pot. inst.: 3.936,39 MWUFV: 314.469 (3.807,76 MW)CGH, EOL, UTE: 366 (128,63 MW)





Lei Nº 9.648/98 ASMAE e ONS –Contratos iniciais e Reestruturação

1988 ...

Implantação da ANEEL

1999 2000 2001 2002

Lei nº 10.433/02MAE

Lei Nº 9.427/96 ANEEL

Constituição Federal(art. 175)

Lei Nº 9.478/97 – CNPE e Políticas de Energia (Petróleo)

Lei Nº8.631/93 Início da competição

Lei nº 9.609/95 c/c 10.192/01

Plano Real

Lei nº 9.986/00 RH - Agências

Lei Nº 9.074/95 Reestruturação da Eneriga Elétrica –PIE e CLivres

1993

Lei nº8.987/95 Incremento da competição

Lei nº 7.990/89 – 8.001/90 –9.984/00 e 9.993/00

Compensação Financeira

2000 2003 2004

Lei nº 9.784/99 Proced. na Adm. Pública

Lei nº 9.991/00 Efic. Energ.

Lei nº 10.214/01Câmaras Comercialização

Lei nº 10.295/01Política Cons. e Uso de Energia

Lei nº 10.310/01

Bônus da GCE

GCE MP nº 2.198/01ago/01 a mar/02

Lei nº 10.438/02Expansão da OfertaRTE e Leilões

Lei nº 10.604/02Empréstimos Baixa Renda e comercialização

Lei nº 10.762/03Programa Emergencial de Apoio e Leilões

Lei nº 10.833/03CCC isol. 2009

Lei nº 10.847/04EPE

Lei nº 10.848/04Novo Modelo

Lei nº 10.871/04RH - Agências

Lei nº 11.079/04PPPs

1995 1996 1997 1998...

Lei nº 11.488 Criação do REIDI

2007...

Lei nº 11.943/09Participação da União no FGEE

2010

2013

Lei nº 12.783/13Renov. de concessões, redução de encargos e tarifas de energia

Lei nº 12.111/09Serviços de Energia Sistemas Isolados

2009

Lei nº 12.212/10Tarifa Social de Energia Elétrica

Marco Legal

do Setor

Elétrico

2015 ...

Lei nº 13.201/15Repactuação do risco hidrológico e bonific. de outorga

2016

Lei nº 13.280/16Aplic. Efic. Energ.

Leis nº 13.299/16 e nº 13.360/16Alterações diversas

Lei nº 13.609/18Alterações diversas

2018 2019

Lei nº 13.848/19Gestão e outros atributos das agências reguladoras

... ... 2020

MP nº 950/20Conta Covid

MP nº 998/20Recursos EE para CDE; extinção de descontos TUSD e TUST; Angra III; agente varejista





Regulamentação

Atividade exclusiva do Chefe do Poder Executivo, a quem cabe sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir os decretos e regulamentos para sua fiel execução (Art. 84 da Constituição Federal).

Estes atos que compõem a função de exercer as políticas públicas, são definidos como REGULAMENTAÇÃO.





Regulação

Conjunto de ações e intervenções que o Estado realiza nas atividades econômicas públicas e privadas, ora para controlar e orientar o mercado, ora para proteger o interesse público.

A REGULAÇÃO no Brasil é exercida pelas Agências Reguladoras, que têm o poder normativo e não regulamentar.

O poder normativo é a competência para editar normas, respeitando a lei e os regulamentos (decretos) assinados pelo Chefe do Poder Executivo.





Instituições do setor elétrico

ANEELAgência Nacional de Energia ElétricaLei nO 9427/1996

CCEECâmara de

Comercialização de Energia

ElétricaDec. nO 5177/2004

EPEEmpresa de

Pesquisa Energética

Dec. nO 5184/2004

MMEMinistério de

Minas e Energia

ONSOperador Nacionaldo Sistema ElétricoDec. nO 5081/2004

CMSEComitê de Monitoramentodo Setor ElétricoDec. nO 5175/2004

CNPEConselho Nacional de Política EnergéticaDec. nO 3520/2000

CNPE

CMSE MME EPE

ANEEL

CCEEONS





Papéis institucionais

Políticas e diretrizes para o setor elétricoInstituição O que é O que faz

Congresso Nacional

Instituição política que exerce o Poder LegislativoÉ composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal

• Cria e modifica leis• Aprova e/ou modifica medidas provisórias e projetos de

lei com origem no Executivo• Estabelece planos de desenvolvimento nacionais ou

regionais(sempre com sanção presidencial)

CNPE Órgão multiministerial presidido pelo Ministro de Minas e Energia

Assessoramento do Presidente da República para políticas nacionais e diretrizes de energia (aproveitamento racional dos recursos energéticos, matriz energética e diretrizes para programas específicos).

MME Órgão do Poder Executivo Formulação, planejamento e implementação de ações da política energética nacional





Planejamento e garantia de suprimentoInstituição O que é O que faz

MME Órgão do Poder Executivo Formulação, planejamento e implementação de ações da política energética nacional

EPE Empresa pública dotada de direito privado vinculada ao MME

Estudos e pesquisas do planejamento do setor energético. Elabora os planos de expansão da geração e transmissão da energia elétrica

CMSE Órgão multi-institucional (MME, ANEEL, ANP, CCEE, EPE, ONS) presidido pelo Ministro de Minas e Energia

Análise integrada de segurança de abastecimento e atendimento ao mercado de energia elétrica, de gás natural e petróleo e seus derivados






Poder ConcedenteInstituição O que é O que faz

MME Órgão do Poder Executivo Representa a União como Poder Concedente

Órgão ReguladorInstituição O que é O que faz

ANEEL Autarquia sob regime especial, vinculada ao MME

Regulação e fiscalização da produção, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica, em conformidade com as políticas e diretrizes do Governo Federal






Supervisão, controle e operação dos sistemasInstituição O que é O que faz

ONS Pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, sob regulação e fiscalização da ANEEL

Coordenação e controle da operação de geração e da transmissão no âmbito do SIN

Contabilização e liquidaçãoInstituição O que é O que faz

CCEE Pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, sob regulação e fiscalização da ANEEL

Viabiliza a comercialização de energia elétrica no mercado de energia brasileiro. Registra os contratos, faz a medição da geração e do consumo e é a responsável pela contabilização e liquidação






Mercado Regulado – ACR e Mercado Livre – ACL

Energia contratada

pelas distribuidoras

para o atendimento

da demanda dos

consumidores

cativos.

Consumidores acima

de 2 MW podem

negociar seus

contratos de energia

diretamente com

geradores e

comercializadoras no

ACL, respeitando a

regra de estar 100%

lastreado por contratos

de energia.

Contratos

resultantes de

leilões

Contratos

livremente

negociados

- CCEAL- CCEAR por Disponibilidade

- CCEAR por Quantidade

CCEAR: Contrato de Comercialização de Energia Elétrica no Ambiente Regulado

CCEAL: Contrato de Comercialização de Energia Elétrica no Ambiente Livre Fonte: CCEE

Mercado de energia





Segmentos do setor elétrico brasileiro

G

C

D

CL

CC

Competição Competição

Monopólio

natural

Monopólio

natural

Geração

(ou produção)

Comercialização

Transmissão

(ou transporte)

Distribuição

Mercado das

distribuidoras

Consumidores

Cativos

Consumidores

Livres

Mercado livre

Muito regulado

Menos regulado

Parcela da geração no setor é regulada e não opera no mercado

(Itaipu, nucleares, Proinfa e hidrelétricas em regime de cotas)

G

GT





GeraçãoAspectos Gerais

14

• Produção de Energia

• Corresponde de 35 a 50% do custo total do sistema

• Geradores podem ser acionados por combustíveis diferentes. Há diferença no preço do produto

• Não há diferença no produto

• A produção combina diferentes fontes e combustíveis (competição)

• Há quatro regimes de exploração: autoprodução, produção independente de energia, registro e serviço público





GeraçãoConceitos e noções úteis• Geração (ou produção) é medida em Wh (watt-hora): a geração anual brasileira

está em torno de 626 TWh

• Potências de 10 que multiplicam grandezas:k kilo 103 1.000 x

M Mega 106 1.000.000 xG Giga 109 1.000.000.000 xT Tera 1012 1.000.000.000.000 x

• Capacidade instalada (ou parque gerador) é medida em W (watt)▪ a capacidade própria instalada está hoje em 173 GW (+3,9 GW GD; +8,2 GW importações)

• Fator de capacidade é a relação entre a produção média de uma central geradora e sua capacidade instalada em um mesmo período▪ Produção média de uma usina é medida em MW médio





GeraçãoFormas de competição

Leilões‘vendedores’ ofertam ao ‘pool’ (monopsônio) de distribuidoras em leilões no ACR

Poder concedente define preço teto

Critério de escolha é o menor preço da energia

vencedores firmam CCEAR

Mercado livreagentes geradores, comercializadores, consumidores livres, importadores e exportadores negociam livremente no ACL e firmam contratos bilaterais

Competição pelo ‘melhor’ contrato (para os consumidores) também define quem será o titular da concessão (LEN)





GeraçãoParcela regulada

17

• Hidrelétricas em regime de cotas: usinas cuja concessão foi prorrogada pela MP 579 (Lei 12.783) + licitadas

• RAG (Receita Anual de Geração) ciclo 2020/2021: R$ 9,06 bi, 92,6 TWh(71 UHE), tarifa associada às cotas R$ 114,74/MWh

• PROINFA cotas 2020: R$ 3,32 bi, 11,2 TWh (60 PCH, 52 eólicas e 19 térmicas a biomassa), tarifa média: R$ 296,46/MWh

Potência (MW)Garantia Física

(MWm)Garantia Física com

redução 30% (MWm)

Prorrogadas + UHE Três Irmãos 16.123,63 8.068,86 8.068,86

Leilão n° 12/2015 6.061,70 3.223,58 2.256,51

Leilão n° 01/2017 2.922,00 1.972,50 1.380,75

Prestação Temporária 69,60 33,50 33,50

Total 25.176,93 13.298,44 11.739,61





GeraçãoParcela regulada

18

• Angra I e II cotas 2020: R$ 3,73 bi, 13,8 TWh, tarifa média: R$ 269,75/MWh

• Itaipu cotas 2020:• As cotas-parte de Itaipu são alocadas por potência, cujo montante médio

alocado às distribuidoras (30) das regiões S, SE e CO foi de 10.802 MW

• Energia associada às cotas-parte de Itaipu: 6.831,222 MW médios, que equivalem a 60,0 TWh no ano

• Tarifa de Itaipu: 28,41 US$/kW.mês

• US$ 3,68 bi, tarifa média: US$ 61,37/MWh• Câmbio 4,50: R$ 276,17/MWh (R$ 16,6 bi)

• Câmbio 5,00: R$ 306,85/MWh (R$ 18,4 bi)

• Câmbio 5,50: R$ 337,54/MWh (R$ 20,3 bi)





TransmissãoAspectos Gerais

19

• Redes com tensão ≥ 230 kV

• Conexão da Geração com a Carga em alta tensão

• Corresponde a 5 a 15% do custo total

• Os sistemas, normalmente, são AC

• Sobrecarga pode provocar a saída de elementos

• Necessidade do Operador do Sistema

• Regime de serviço público de transmissão de energia

• RAP (Receita Anual Permitida) ciclo 2020/2021: R$ 28 bi• 54% segmento consumo, 46% segmento geração





TransmissãoAspectos Gerais

20

G

C

D

CL

CC

T

Monopólio

natural

Transmissão

(ou transporte)

• Extensão total de 159 mil km• Tensão ≥ 230 kV• Não inclui as demais instalações da transmissão listadas na Lei 9.074/95, art.17

Fonte: MME, ago/2020

8 transmissoras somam 80% da RB, em km: Cemig, CTEEP, CHESF, COPEL, Eletronorte, Furnas, CEEE-GT e Eletrosul.

Rede Básica

http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/leitura_arquivo/default.cfm?idaplicacao=65





DistribuiçãoAspectos Gerais

21

• Redes com tensão ≤ 138 kV

• Conexão entre a transmissão e o consumidor

• Corresponde a 30 a 50% dos custos

• Faz a medição e a cobrança

• Gestão da infraestrutura de atendimento bastante complexa (necessidade de grandes redes e atendimento de consumidores com características distintas)

• Regime de serviço público de distribuição de energia





DistribuiçãoAspectos Gerais

22

G T

C CL

D CC

Monopólio

natural

Distribuição

Mercado das

distribuidoras

Consumidores

Cativos

Rede de DistribuiçãoTensões nominais das Linhas de Distribuição:138 kV – às vezes chamada de “subtransmissão”69 kV; 34,5 kV13,8 kV – rede urbana primária380V, 220V, 127V – baixa tensão, tensão secundária, ‘rede do consumidor’

http://www.aneel.gov.br/area.cfm?idArea=493&idPerfil=4





Comercialização e consumo livre

23

G T

D CC

C CL

Competição

Comercialização Consumidores

Livres

Mercado livre Menos regulamentado





Comercialização, Consumidores Livres (CLs) e Consumidores Cativos (CCs) - Aspectos Gerais

24

• Comercializadores: permitem ajuste dos portfólios de compra e venda▪ Assumem o risco de crédito do consumidor e de performance do produtor

• Qualidade da energia e segurança de oferta: não há diferenças entre CLse CCs▪ CLs pagam às distribuidoras pelo acesso e uso das redes, em valores equivalentes

aos CCs. Diferença está na compra da energia

• CC: distribuidora é o fornecedor compulsório▪ Tarifa regulada, isonômica para uma mesma classe

• CL: energia livremente negociada▪ Obrigado a comprovar 100% de contratação, após a medição do montante

consumido. O valor da energia é resultante de opção individual de compra: contratos de diferentes prazos, maior ou menor exposição ao preço de curto prazo (PLD: Preço de Liquidação de Diferenças, resp. CCEE)

• A decisão de migrar para o mercado livre é prerrogativa do consumidor





Mercado cativo x mercado livre (2019)

25

Mercado CativoNúmero de UC’s: 85,4 milhõesConsumo total: 319.290 GWh (66,2%)Consumo mensal médio ACR: 312 kWhFaturamento: R$ 162 bilhões

Mercado LivreNúmero de UC’s: 7.057

Consumo total: 162.936 GWh (33,8%)Consumo mensal médio ACL: 1.871 MWh*

Faturamento: R$ 134 bilhões (Abraceel)

Consumo mensal médio ACR + ACL: 471 kWhRelação consumo médio: ACL/ACR = 5.997x (2018: 6.234x; 2017: 7.430x)

Montante transacionado ML: 89 GWm – 782.553 GWh (2018: 139 GWm)Giro dos contratos ML: 4,8x (2018: 7,3x)

*Considera 74 APs + 125 UC’s atendidas por varejistas





Regulação do setor elétricoCompete à ANEEL:

• regulamentar as políticas e diretrizes do Governo Federal para a utilização e exploração dos serviços de energia elétrica

• definir padrões de qualidade do atendimento e de segurança compatíveis com as necessidades regionais, com foco na viabilidade técnica, econômica e ambiental das ações

• promover o uso eficaz e eficiente de energia elétrica e proporcionar condições para a livre competição no mercado de energia elétrica

Três modalidades de regulação são praticadas na Agência:

• a regulação técnica de padrões de serviço (geração, transmissão, distribuição e comercialização)

• a regulação econômica (tarifas e mercado)

• a dos projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e eficiência energética





Empresas Usuários

Garantir o equilíbrio econômico-financeiro da concessão (buscar

a eficiência econômica do serviço)

Assegurar o serviço ao menor custo para o

usuário

Reproduzir, no desempenho da empresa monopolista regulada, os efeitos da concorrência observados em mercados competitivos (evitar o abuso do poder de monopólio mediante a fixação de tarifas compatíveis com os níveis desejados de qualidade)

Regulação do setorObjetivos





Assegurar o serviço universal

Assegurar a qualidade do serviço prestado

Estabelecer canais para atender a reclamações

dos usuários ou consumidores sobre a prestação dos serviços

Estimular a inovação(identificar oportunidades de novos

serviços, remover obstáculos e promover políticas de incentivo à inovação)

Assegurar a padronização

tecnológica e a compatibilidade entre

equipamentos

Garantir a segurança e proteger o meio

ambiente

Regulação do setorObjetivos





Aneel independente

No contexto envolvendo o monopólio das atividades, a participação da iniciativa privada e a introdução progressiva da competição é determinante que se estabeleça a independência do órgão regulador em relação ao governo e aos agentes do setor, com autoridade para solucionar conflitos entre consumidores, acionistas, empresas e governo, devendo ser considerada a sua autonomia financeira

A independência decisória da Aneel requer:• A estabilidade de mandato de seus dirigentes

• Especialização do corpo técnico (solução de questões complexas e arbitragem)

• Atuação transparente e aberta à sociedade (canais de comunicação eficientes, processos de consulta e audiência pública)

• Funções e atribuições estáveis e bem definidas (redução de riscos de atos discricionários)





Processo da Regulação

• O comportamento dos agentes é definido pelos incentivos do ambiente regulatório

• São necessárias regras que induzam (incentivem) o comportamento dos agentes setoriais, de modo a cumprir um papel de interesse coletivo

• A cada mudança de uma variável no ambiente regulatório corresponderá a um conjunto de alterações (desdobramentos) em diversas outras, muitas vezes, de difícil previsão

• O equilíbrio entre diversos objetivos deve ser ponderado no curto, médio e longo prazo

• O mercado reagirá aos estímulos segundo sua própria lógica (relação custo/benefício), que precisa ser compreendida por quem faz as regras

• Intervenções bem intencionadas podem produzir efeitos imprevistos e, até mesmo, opostos aos desejados





Incentivos e comportamentos





Incentivos e comportamentos

• PCHs de 30 MW

• Tarifas x geração a diesel na ponta

• CCC x perdas

• Geração Distribuída x subsídios





Verdades Técnicas

33

Eletricidade não pode ser armazenada

• Geração = Carga a cada instante

• Os preços podem variar muito nos horários de pico

Eletricidade percorre o caminho de menor

impedância

• O consumidor não pode escolher qual o gerador que vai fornecer a sua energia





Verdades Técnicas

34

Existem relações físicas complexas que garantem a transmissão da energia

• Um curto circuito em Bauru pode provocar um blecaute no Brasil inteiro.

Eletricidade trafega na velocidade da luz

• O controle deve ser feito em tempo real





Operação do sistemaAspectos Gerais• Despacho do sistema em tempo real

• Decide a entrada e a saída dos geradores

• Tem que manter usinas operando em vazio (reserva girante)

• Tem que conhecer (em tempo real) o fluxo em cada linha de transmissão

35









SINSistema detransmissão





Operação do sistemaAspectos GeraisEm um sistema competitivo, o operador precisa ser independente

• A operação (ou despacho) é uma atividade “técnica” que tem um certo grau de subjetividade

• O operador pode, por exemplo, optar por uma operação mais cara e mais segura

• Pode também arriscar, em determinadas situações, não atender ao critério de confiabilidade para uma operação mais barata

38





Operação do sistemaAspectos Gerais

Operação Elétrica do Sistema

• Assegurar a entrega da energia com as condições reais do sistema (geração e transmissão)

• Leva em conta a manutenção de equipamentos

• Leva em conta as contingências do sistema

• Opera em tempo real

39

Operação Energética do Sistema

▪ Decide o combustível (água, gás, petróleo, urânio, etc...)

▪ Qual usina hidráulica deve ser despachada?

▪ Tem que garantir a operação atual e a demanda futura

▪ Dilema: usa água hoje (mais barata) e, se não chover, pode faltar energia elétrica amanhã





Despacho hidrotérmico

• O despacho hidrotérmico ótimo é o que minimiza a soma do custo total = custo imediato + custo futuro (que depende da decisão do custo imediato).

• A solução ótima não é gerar toda a disponibilidade hidrelétrica logo no primeiro estágio, embora ela tenha custo operativo = zero. Por que?

▪ Porque a hidrelétrica pode transportar energia (armazenar água) de um estágio para outro. Portanto, a geração hidro tem um custo de oportunidade





Otimização Eletroenergética





Otimização Eletroenergética

Reservatório vazio ao final do estágio:custo imediato baixo e custo futuro alto

Reservatório cheio ao final do estágio:custo imediato alto e custo futuro baixo





Base para operaçãoEnergia natural afluente (ENA)

Fonte: CCEE – InfoPLD out/20





Base para operaçãoEnergia armazenada






Base para operaçãoOferta hidrelétrica






Base para operaçãoOferta térmicas






Base para operaçãoUsinas não despachadas pelo ONS






Base para operaçãoCurva de carga






Ordem de mérito






Curva de oferta e demanda – S, SE/CO e N






Curva de oferta e demanda – NE






Importância do planejamento

52

A carga elétrica cresce com o tempo

Se em uma situação a carga elétrica for maior que a

possibilidade de geração, o sistema entra em colapso

É preciso prever a carga futura para ter capacidade de

atendimento

É indispensável o PLANEJAMENTO da expansão

do SE





Importância do planejamento

A implantação de uma nova usina é demorada (cinco anos

ou mais)

Necessidade intensiva de capital

Necessidade de avaliar qual serão as fontes primárias de

energia

Reforçando: é indispensável o PLANEJAMENTO da expansão

do SE

53





Objetivos do planejamento

54

Objetivo do planejamento da expansão

• Alocação temporal (quando) e espacial (onde) das capacidades de geração e transmissão necessárias para atender ao crescimento da demanda ao longo do horizonte de planejamento (curto, médio e longo prazos), de modo a assegurar o atendimento do mercado, dentro de padrões pré-estabelecidos de qualidade (risco de déficit), a mínimo custo

Objetivo do planejamento da operação

• Determinação de uma estratégia de operação em cada usina que minimize o valor esperado dos custos operativos (combustível/déficit de energia) no período de planejamento





Longo Prazo(> 20 anos)

Médio Prazo(10 anos)

Planejamento da Operação(5 anos)

Programação da Operação

(Mensal/Semanal/Diária)

Supervisão e Controle(Horária)

Avaliação dos Intercâmbios(Pós-operação)

PLANEJAMENTO DA EXPANSÃO(Estratégico)

EPE

PLANEJAMENTO DA OPERAÇÃO(Tático)

ONS

Processo de planejamento





Fontes de energia

• A energia elétrica é uma fonte secundária de energia – não é encontrada na natureza de forma disponível para o consumo

• Precisa ser obtida a partir da transformação de outras fontes energéticas (renováveis ou não-renováveis)





Capacidade Instalada (agosto/2020)

TipoNº de usinas

Potência inst. (MW)

%Potência média

(MW)

Usina Hidrelétrica – UHE 219 103.027 59,4 470

Pequena Central Hidrelétrica – PCH 419 5.355 3,1 13

Central Geradora Hidrelétrica – CGH 736 811 0,5 1

Total hidrelétricas 1.374 109.193 63,0 79

Gás 166 14.945 8,6 90

Biomassa 573 15.161 8,7 26

Petróleo 2.296 9.135 5,3 4

Carvão Mineral 22 3.583 2,1 163

Outros 10 258 0,1 26

Total termelétricas 3.067 43.082 24,8 14

Usina Termonuclear – UTN 2 1.990 1,1 995

Usina Eólica – EOL 653 16.093 9,3 25

Usina Fotovoltaica – UFV 3.903 3.014 1,7 < 1

Undi-Elétrica – CGU 1 0,1 - 0,05

TOTAL 8.999 173.372 100,0 19Fonte: MME

Como oferta de energia elétrica, há, ainda, as importações que totalizam 8.170 MW:

Paraguai (5.650 MW), Argentina (2.250 MW), Venezuela (200 MW) e Uruguai (70 MW)

199 UFV = 3.010 MW (15 MW)3.704 UFV = 3.794 kW (1 kW)Prog. Luz para Todos na Celpa

5.295 usinas – 33 MW (Pot. Méd.)





Capacidade Instalada (agosto/2020)

Fonte: MME

Hidrelétricas63,0%

Térmicas24,8%

Nucleares1,1%

Eólicas9,3%

Fotovoltaicas1,7%

UHE59,4%

PCH3,1%

CGH0,5%

Gás8,6%

Biomassa8,7%

Petróleo5,3%

Carvão2,1%

Outros0,1%

UTN1,1%

EOL9,3%

UFV1,7%





Matriz Brasileira x Matriz Mundo





Matriz Brasileira x Matriz Mundo





Geração por Fonte

Renovável: 79%Não-renovável: 21%

Renovável: 25%Não-renovável: 75%





Matriz Brasileira x Matriz MundoGeração de energia elétrica no mundo por fonte

Fonte: IEA

Brasil – R: 95% - ÑR: 5%Mundo – R: 20% - ÑR: 80%








Evolução da capacidade instalada no Brasil

Fonte: EPE, Aneel

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019

Total 102.949 110.444 116.383 117.136 120.974 126.743 133.913 140.858 150.338 157.112 162.840 170.118

Usinas Hidrelétricas 74.901 76.781 78.610 78.347 79.956 81.132 84.095 86.366 91.499 94.662 98.287 102.999

Usinas Termelétricas 22.999 27.481 30.784 31.243 32.778 36.528 37.827 39.564 41.275 41.628 40.523 41.219

PCH 2.490 3.400 3.868 3.896 4.101 4.620 4.790 4.886 4.941 5.020 5.157 5.291

CGH 154 173 185 216 236 266 308 398 484 594 695 768

Usinas Nucleares 2.007 2.007 2.007 2.007 2.007 1.990 1.990 1.990 1.990 1.990 1.990 1.990

Usinas Eólicas 398 602 928 1.426 1.894 2.202 4.888 7.633 10.124 12.283 14.390 15.378

Solar 0 0 1 1 2 5 15 21 24 935 1.798 2.473

MW





Fonte: EPE

LPS

Evolução da capacidade instalada (PDE 2029)





LPSEvolução da capacidade instalada Participação das fontes

73%

8%

19%

2008Fonte: EPE





LPS

Evolução da capacidade instalada (PDE 2030)

Fonte: EPE





LPSEvolução da capacidade instaladaComparativo PDE 2029/PDE 2030

Fonte: Com dados da EPE

2021 2025 2029 2030

PDE 2029 c/indicativas 108.935 109.139 110.958

indicativas 0 0 1.819

PDE 2029 108.935 109.139 109.139

PDE 2030 108.890 109.094 109.094 109.094



PDE 2029 6.787 6.945 6.945

PDE 2030 6.619 7.365 7.365 7.365



PDE 2029 13.790 13.955 13.955

PDE 2030 13.830 14.460 14.460 14.460


indicativas 0 12.000 28.000

PDE 2029 18.514 22.097 22.097

PDE 2030 19.008 26.746 26.746 26.746


indicativas 249 11.141 27.785

PDE 2029 23.540 16.108 10.919

PDE 2030 23.913 19.361 15.033 13.951

HIDRELÉTRICAS

PCHs

BIOMASSA

EÓLICA E SOLAR

TERMELÉTRICAS

• Aumento da produção nacional de GN• Complementariedade com fontes

renováveis (térmicas a GN para sazonalidade, intermitência e backup)

• Transição do setor de GN (aprimoramentos na integração com indústria e setor elétrico)

• Preços de GN em queda, com repasse aos consumidores





Produção de energia elétrica no Brasil

Fonte: EPE

18,9

%

23,9

%

30,4

%

34,7

%

34,4

%

80,6%

5,8%

0,5%

75,2%

0,9%1,2% 3,7%2,1%

68,5% 63,2% 61,9% 65,8%

28,4

%

62,9%

26,5

%

7,2% 8,1% 8,9%

29

,6%

26,7

%

64,7% 63,5%

GWh





Produção de energia elétrica no SIN

94% 89% 91% 92% 89% 92% 92% 93% 89% 93% 89% 91% 86% 79% 71%73%

Proporção de geração hidráulica

73% 70% 72% 70%

MWm





OBRIGADOFernando Umbria

[email protected]

61 98463-3137

Documents

Estrutura do Setor Elétrico - VIEX...Lei nº8.987/95 Incremento da competição Lei nº 7.990/89 –8.001/90 – 9.984/00 e 9.993/00 Compensação Financeira 2000 2003 2004 Lei nº