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ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO ENSINO

Estrutura e Funcionamento do Ensino

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Ao longo desta obra, o leitor terá contato com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, sua estrutura e funcionamento relacionada aos ensinos fundamental e médio, além dos parâmetros curriculares nacionais e as políticas da educação, organização e legislação de uma unidade escolar.

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  • ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO

    DO ENSINO

  • ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO

    DO ENSINO

  • 5Apresentao

    Apresentao Um contedo objetivo, conciso, didtico e que atenda s expectativas de quem leva a vida em constante movimento: este parece ser o sonho de todo leitor que enxerga o estudo como fonte inesgotvel de conhecimento.

    Pensando na imensa necessidade de atender o desejo desse exigente leitor que foi criado este produto voltado para os anseios de quem busca informao e conhecimento com o dinamismo dos dias atuais.

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    deve clicar na prpria palavra-chave do Glossrio, em negrito.

    Esperamos que voc encontre neste livro a materializao de um desejo: o alcance doconhecimentodemaneiraobjetiva,concisa,didticaeeficaz.

    Boa leitura!

  • 7Prefcio

    PrefcioO Estado, mantenedor dos direitos e garantias do indivduo, o principal respon-svel pela estruturao da base educacional no pas.

    Ao longo do tempo, essa organizao teve de passar por adaptaes justamente para se ajustar s necessidades impostas, em alguns casos, sociedade ou pela sociedade.

    Foi a partir do golpe militar de 1964 que o modelo educacional brasileiro se sedi-mentou. Para doutrinar o tipo de educao adequada ao contexto nacional, algumas legislaes tiveram de ser formuladas e moldadas para que o alcance do que temos hoje pudesse acontecer.

    Estruturas e funcionamento do ensino um material didtico de EaD que apresenta um importante estudo acerca das mudanas havidas e traa um cotejo sobre os modelos existentes no decorrer da histria.

    Na Unidade 1, a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional apresentada para conhecimento do modelo educacional atual.

    A Unidade 2 vai explorar a estrutura e o funcionamento do ensino fundamental e mdio, abordando os tipos de sistemas educacionais (formal, no formal e in-formal), as diretrizes curriculares nacionais e as diretrizes curriculares nacionais para o ensino fundamental.

    Na Unidade 3 sero estudados os parmetros curriculares nacionais, as polticas educacionais, as polticas pblicas educacionais, o plano nacional de educao e o plano de desenvolvimento da educao.

    Porfim,naUnidade4,oleitorvaiconheceraadministraonombitoeducacio-nal, as tendncias atuais da administrao da educao, a natureza da organiza-o e do trabalho escolar e a legislao pertinente a uma unidade escolar. Alm disso, vai entender um pouco mais sobre as verbas destinadas educao, o plano decarreiradosprofissionaisdareadaeducao,ajornadadetrabalhodospro-fissionaisdareadaeducaoesobreocompromissopelaqualidadedeensino.

    Compreender a estrutura e o funcionamento da educao nacional o primeiro passo para propor mudanas e sugerir as melhorias que entendemos necessrias.

    Desejamos a todos bons estudos.

  • 9Unidade 1 A nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB)

    UNIDADE 1A NOVA LEI DE DIRETRIZES E BASES (LDB)

    Captulo 1 Ttulo I Da educao, 11

    Captulo 2 TtuloIIDosprincpiosefinsdaeducaonacional,12

    Captulo 3 Ttulo III Do direito educao e do dever de educar, 13

    Captulo 4 Ttulo IV Da organizao da educao nacional, 16

    Captulo 5 Ttulo V Dos nveis e das modalidades de educao e ensino, 22

    Captulo 6 TtuloVIDoprofissionaisdaeducao,34

    Captulo 7 TtuloVIIDosrecursosfinanceiros,35

    Captulo 8 Ttulo VIII Das disposies gerais, 36

    Captulo 9 Ttulo IX Das disposies transitrias, 39

    Glossrio, 42

  • 10 Estrutura e funcionamento do ensino

    O Ministrio da Educao e Sade Pblica (1930) foi criado durante o man-dato de Getlio Vargas e era responsvel por atividades pertinentes sade, educao, aos esportes e ao meio ambiente. Em 1932, intelectuais como Fernando de Azevedo e Ansio Teixeira, preocupados com a poltica educacio-nal, lanaram o Manifesto dos Pioneiros da Educao Nova, que propunha um plano geral de educao reivindicando uma escola nica, pblica, obrigatria, laica e gratuita. Em 1934, segundo a nova Constituio Federal, a educao passa a ser considerada um direito de todos, devendo ser ministrada pela fa-mlia e pelos poderes pblicos.

    A partir dessa poca at 1945, o ministro da Educao e Sade Pblica, Gusta-vo Capanema Filho, vivencia uma gesto marcada pela implantao das bases da educao nacional. Em 1953, criado, ento, o Ministrio da Educao e Cultura (MEC) e at 1960 o sistema educacional brasileiro era centralizado e seguido por todos os Estados e seus municpios.

    O intuito de tal lei estava em oferecer educao igualitria como direito de todos e que os Estados e municpios passassem a ter mais autonomia. Um dos pontos de maior disputa para a aprovao dessa lei era a questo do ensino religioso fa-cultativo nas escolas pblicas, pois havia a separao entre o Estado e a Igreja.

    A trajetria da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) inicia-se em 1961, sob a Lei n. 4.024/61. A democratizao do pas, a abertura poltica e a aprovao da Constituio Federal de 1988 deram vez elaborao de uma Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional de acordo com as necessidades da poca, uma vez que a Lei n. 5.692/71 a LDB, ento em vigor j no as atendia mais, em razo das mudanas polticas e sociais ocorridas naquela ocasio.

    A legislao tende a sofrer mudanas conforme se alteram os fatores sociais e polticos relativos s reas por ela regulamentadas. Assim, a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional segue esse mesmo padro.

    Tal lei,quedefineeregulamentaosistemaeducacionalbrasileiro, temcomo

    base os princpios trazidos no artigo 206 da Constituio Federal de 1988:

    Art. 206. O ensino ser ministrado com base nos seguintes princpios:

    I igualdade de condies para o acesso e permanncia na escola;

    II liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;

    III pluralismo de ideias e de concepes pedaggicas, e coexistncia de ins-tituies pblicas e privadas de ensino;

    IVgratuidadedoensinopblicoemestabelecimentosoficiais;

  • 11Unidade 1 A nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB)

    Vvalorizaodosprofissionaisdaeducaoescolar,garantidos,naformada

    lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso pblico de provas e ttulos, aos das redes pblicas;

    VI gesto democrtica do ensino pblico, na forma da lei;

    VII garantia de padro de qualidade;

    VIIIpisosalarialprofissionalnacionalparaosprofissionaisdaeducaoes-colar pblica, nos termos de lei federal;

    Pargrafo nico. A lei dispor sobre as categorias de trabalhadores consi-deradosprofissionaisdaeducaobsicaesobreafixaodeprazoparaa

    elaborao ou adequao de seus planos de carreira, no mbito da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios.

    A mais nova verso da LDB, atualmente em vigor, a Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que se divide em ttulos, com o objetivo de tratar de modo distinto os assuntos pertinentes. Seus 92 artigos encontram-se distribudos:

    Ttulo I Da educaoEste ttulo composto por apenas um artigo e seus dois pargrafos, que tra-zemadefiniodeeducao.Segundootextolegal,educaooprocessode

    formao do educando que ocorre nas escolas e tambm em outros ambientes

  • 12 Estrutura e funcionamento do ensino

    sociais e estabelece o vnculo do citado processo preparao para o mercado de trabalho, assim como vida em sociedade.

    Art. 1o A educao abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivncia humana, no trabalho, nas instituies de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizaes da sociedade civil e nas manifestaes culturais.

    1o Esta Lei disciplina a educao escolar, que se desenvolve, predominante-mente, por meio do ensino, em instituies prprias.

    2o A educao escolar dever vincular-se ao mundo do trabalho e prtica social.

    TtuloIIDosprincpiosefinsdaeducaonacional

    Os princpios da educao brasileira esto estampados nos artigos 2o e 3o, ante os princpios da liberdade e da solidariedade. A educao brasileira visa ao pleno desenvolvimento do educando, bem como a preparao do indivduo para o exer-cciodacidadaniaesuaqualificao,preparando-oparaomercadodetrabalho.

    O ato de educar compete tanto ao Estado quanto famlia, de acordo com o ar-tigo 2o da LDB. Ante o exposto, pode-se concluir que se trata da reponsabilidade solidria da sociedade, a respeito da educao das crianas e jovens, tanto em razo do dever de ofertar educao como pelo dever de a ela garantir acesso, permanncia, frequncia ou prioridade por parte dos educandos.

    Art. 2o A educao, dever da famlia e do Estado, inspirada nos princpios de liberdadeenosideaisdesolidariedadehumana,temporfinalidadeopleno

    desenvolvimento do educando, seu preparo para o exerccio da cidadania e suaqualificaoparaotrabalho.

    Art. 3o O ensino ser ministrado com base nos seguintes princpios:

    I igualdade de condies para o acesso e permanncia na escola;

    II liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensa-mento, a arte e o saber;

    III pluralismo de ideias e de concepes pedaggicas;

    IV respeito liberdade e apreo tolerncia;

    V coexistncia de instituies pblicas e privadas de ensino;

    VIgratuidadedoensinopblicoemestabelecimentosoficiais;

  • 13Unidade 1 A nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB)

    VIIvalorizaodoprofissionaldaeducaoescolar;

    VIII gesto democrtica do ensino pblico, na forma desta Lei e da legislao dos sistemas de ensino;

    IX garantia de padro de qualidade;

    X valorizao da experincia extraescolar;

    XI vinculao entre a educao escolar, o trabalho e as prticas sociais;

    XII considerao com a diversidade tnico-racial. (includo pela Lei n. 12.796, de 2013)

    Ttulo III Do direito educao e do dever de educarO direito educao, direito subjetivo do indivduo, e tambm o dever de educar so tratados no ttulo III, nos artigos 4o a 7o, que preveem inclusive a responsa-bilizao da autoridade pelo no oferecimento da educao.

    Merece destaque neste ttulo a garantia ao ensino fundamental como direito subjetivo, as responsabilidades do Estado em seus trs entes (estadual, muni-cipal e federal), no que se refere manuteno da educao escolar e regu-lamentao do ensino privado. O texto legal reza que a educao privada de livre iniciativa, porm deve cumprir as normas gerais da educao nacional e do sistema de ensino em que se insere, necessita de autorizao para funciona-mento e estar sujeita avaliao, realizada pelo Poder Pblico, com o objetivo deverificaraqualidadedoensinoministrado,almdesernecessriodemostrar

    a capacidade de autofuncionamento.

    A oferta de educao escolar pblica gratuita dever do Estado, denominada educao bsica obrigatria e gratuita, destinada ao pblico de 4 a 17 anos, organizada em Pr-escola, Ensino Fundamental e Ensino Mdio, conforme o texto legal:

    Art. 4o O dever do Estado com educao escolar pblica ser efetivado me-diante a garantia de:

    I educao bsica obrigatria e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, organizada da seguinte forma:

    a) pr-escola;

    b) ensino fundamental;

    c) ensino mdio;

    II educao infantil gratuita s crianas de at 5 (cinco) anos de idade;

  • 14 Estrutura e funcionamento do ensino

    IIIatendimentoeducacionalespecializadogratuitoaoseducandoscomdefi-cincia, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou super-dotao, transversal a todos os nveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino;

    IV acesso pblico e gratuito aos ensinos fundamental e mdio para todos os que no os concluram na idade prpria;

    V acesso aos nveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criao arts-tica, segundo a capacidade de cada um;

    VI oferta de ensino noturno regular, adequado s condies do educando;

    VII oferta de educao escolar regular para jovens e adultos, com caracte-rsticas e modalidades adequadas s suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condies de acesso e perma-nncia na escola;

    VIII atendimento ao educando, em todas as etapas da educao bsica, por meio de programas suplementares de material didtico-escolar, transporte, alimentao e assistncia sade;

    IXpadresmnimosdequalidadedeensino,definidoscomoavariedadee

    quantidade mnimas, por aluno, de insumos indispensveis ao desenvolvi-mento do processo de ensino-aprendizagem;

    X vaga na escola pblica de educao infantil ou de ensino fundamental mais prxima de sua residncia a toda criana a partir do dia em que comple-tar 4 (quatro) anos de idade.

    Art. 5o O acesso educao bsica obrigatria direito pblico subjetivo, podendo qualquer cidado, grupo de cidados, associao comunitria, orga-nizao sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituda e, ainda, o Ministrio Pblico, acionar o poder pblico para exigi-lo.

    1o O poder pblico, na esfera de sua competncia federativa, dever:

    I recensear anualmente as crianas e adolescentes em idade escolar, bem como os jovens e adultos que no concluram a educao bsica;

    II fazer-lhes a chamada pblica;

    III zelar, junto aos pais ou responsveis, pela frequncia escola.

    2o Em todas as esferas administrativas, o Poder Pblico assegurar em pri-meiro lugar o acesso ao ensino obrigatrio, nos termos deste artigo, contem-plando em seguida os demais nveis e modalidades de ensino, conforme as prioridades constitucionais e legais.

  • 15Unidade 1 A nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB)

    3o Qualquer das partes mencionadas no caput deste artigo tem legitimidade para peticionar no Poder Judicirio, na hiptese do 2 do art. 208 da Cons-tituio Federal, sendo gratuita e de rito sumrio a ao judicial correspon-dente.

    4o Comprovada a negligncia da autoridade competente para garantir o ofe-recimento do ensino obrigatrio, poder ela ser imputada por crime de res-ponsabilidade.

    5o Para garantir o cumprimento da obrigatoriedade de ensino, o Poder Pbli-co criar formas alternativas de acesso aos diferentes nveis de ensino, inde-pendentemente da escolarizao anterior.

    Art. 6o dever dos pais ou responsveis efetuar a matrcula das crianas na educao bsica a partir dos 4 (quatro) anos de idade. Art. 7o O ensino livre iniciativa privada, atendidas as seguintes condies:

    I cumprimento das normas gerais da educao nacional e do respectivo sis-tema de ensino;

    II autorizao de funcionamento e avaliao de qualidade pelo Poder Pblico;

    III capacidade de autofinanciamento, ressalvado o previsto no art. 213 da Constituio Federal.

  • 16 Estrutura e funcionamento do ensino

    Ttulo IV Da organizao da educao nacionalAs competncias da Unio, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municpios sodefinidasnestettuloemcomento.AosEntesFederativoscabeotrabalho

    colaborativo, visando a organizar o sistema educacional, embora a coordenao deste esteja a cargo da Unio, em competncia exclusiva.

    Art. 8o A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios organizaro, em regime de colaborao, os respectivos sistemas de ensino.

    1o Caber Unio a coordenao da poltica nacional de educao, articu-lando os diferentes nveis e sistemas e exercendo funo normativa, redistri-butiva e supletiva em relao s demais instncias educacionais.

    2o Os sistemas de ensino tero liberdade de organizao nos termos desta Lei.

    A funo de coordenar a poltica educacional em mbito nacional reforada no artigo 9o, que estabelece as competncias da Unio, no mbito educacional, dentre as quais merecem destaque o inciso I. A leitura do artigo 9o explicita as matrias de competncia da Unio.

    Art. 9o A Unio incumbir-se- de:

    I elaborar o Plano Nacional de Educao, em colaborao com os Estados, o Distrito Federal e os Municpios;

    IIorganizar,manteredesenvolverosrgoseinstituiesoficiaisdosistema

    federal de ensino e o dos Territrios;

    IIIprestarassistnciatcnicaefinanceiraaosEstados,aoDistritoFederale

    aos Municpios para o desenvolvimento de seus sistemas de ensino e o aten-dimento prioritrio escolaridade obrigatria, exercendo sua funo redistri-butiva e supletiva;

    IV estabelecer, em colaborao com os Estados, o Distrito Federal e os Muni-cpios, competncias e diretrizes para a educao infantil, o ensino fundamen-tal e o ensino mdio, que nortearo os currculos e seus contedos mnimos, de modo a assegurar formao bsica comum;

    V coletar, analisar e disseminar informaes sobre a educao;

    VI assegurar processo nacional de avaliao do rendimento escolar no ensi-no fundamental, mdio e superior, em colaborao com os sistemas de ensino, objetivandoadefiniodeprioridadeseamelhoriadaqualidadedoensino;

  • 17Unidade 1 A nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB)

    VII baixar normas gerais sobre cursos de graduao e ps-graduao;

    VIII assegurar processo nacional de avaliao das instituies de educao superior, com a cooperao dos sistemas que tiverem responsabilidade sobre este nvel de ensino;

    IX autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamen-te, os cursos das instituies de educao superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino.

    1o Na estrutura educacional, haver um Conselho Nacional de Educao, com funes normativas e de superviso e atividade permanente, criado por lei.

    2o Para o cumprimento do disposto nos incisos V a IX, a Unio ter acesso a todos os dados e informaes necessrios de todos os estabelecimentos e rgos educacionais.

    3o As atribuies constantes do inciso IX podero ser delegadas aos Estados e ao Distrito Federal, desde que mantenham instituies de educao superior.

    A respeito do artigo 10, note-se o reforo que o texto traz ao trabalho colabora-tivo entre Estados e Municpios, no que se refere oferta de ensino fundamen-tal, alm do trabalho que ambos os entes desenvolvem de elaborar e executar polticas e planos educacionais prprios, desde que guardando simetria com as diretrizes nacionais.

    Evidencia-se tambm a competncia atribuda aos Estados, de assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino mdio a todos que o demandarem.

    Art. 10. Os Estados incumbir-se-o de:

    Iorganizar,manteredesenvolverosrgoseinstituiesoficiaisdosseus

    sistemas de ensino;

    II definir, comosMunicpios, formasde colaboraonaofertado ensino

    fundamental, as quais devem assegurar a distribuio proporcional das res-ponsabilidades,deacordocomapopulaoaseratendidaeosrecursosfinan-ceiros disponveis em cada uma dessas esferas do Poder Pblico;

    III elaborar e executar polticas e planos educacionais, em consonncia com as diretrizes e planos nacionais de educao, integrando e coordenando as suas aes e as dos seus Municpios;

    IV autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamen-te, os cursos das instituies de educao superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino;

  • 18 Estrutura e funcionamento do ensino

    V baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;

    VI assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino mdio a todos que o demandarem, respeitado o disposto no art. 38 desta Lei.

    VII assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual.

    Pargrafo nico. Ao Distrito Federal aplicar-se-o as competncias referentes aos Estados e aos Municpios.

    Art. 11. Os Municpios incumbir-se-o de:

    Iorganizar,manteredesenvolverosrgoseinstituiesoficiaisdosseus

    sistemas de ensino, integrando-os s polticas e planos educacionais da Unio e dos Estados;

    II exercer ao redistributiva em relao s suas escolas;

    III baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;

    IV autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema de ensino;

    V oferecer a educao infantil em creches e pr-escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuao em outros nveis de ensino somen-te quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua rea de competncia e com recursos acima dos percentuais mnimos vinculados pela Constituio Federal manuteno e desenvolvimento do ensino.

    VI assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal.

    Pargrafo nico. Os Municpios podero optar, ainda, por se integrar ao sis-tema estadual de ensino ou compor com ele um sistema nico de educao bsica.

    O artigo 12 relaciona as competncias dos estabelecimentos de ensino, dentre as quais pode-se distinguir a autonomia das escolas, indicando uma inovao de carter descentralizador, em elaborar e executar sua proposta pedaggi-ca, tambm denominada Projeto Poltico Pedaggico, e o dever de zelar pelo desempenho e pela frequncia dos alunos e, em caso de ausncia superior a cinquentaporcento, limiteprevistoemlei,notificaraoConselhoTutelardo

    Municpio, ao juiz competente da Comarca e ao respectivo representante do Ministrio Pblico.

    Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, tero a incumbncia de:

  • 19Unidade 1 A nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB)

    I elaborar e executar sua proposta pedaggica;

    IIadministrarseupessoaleseusrecursosmateriaisefinanceiros;

    III assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas;

    IV velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;

    V prover meios para a recuperao dos alunos de menor rendimento;

    VI articular-se com as famlias e a comunidade, criando processos de inte-grao da sociedade com a escola;

    VIIinformarpaieme,conviventesounocomseusfilhos,e,seforocaso,

    os responsveis legais, sobre a frequncia e rendimento dos alunos, bem como sobre a execuo da proposta pedaggica da escola;

    VIIInotificaraoConselhoTutelardoMunicpio,aojuizcompetentedaComar-ca e ao respectivo representante do Ministrio Pblico a relao dos alunos que apresentem quantidade de faltas acima de cinquenta por cento do percentual permitido em lei.

    O dever de articular-se com a comuni-dadeconfigura-secomoumaspectode

    fundamental, presente no Artigo 13 da LDB. Assim, segundo o inciso VI do re-ferido artigo, os projetos e as atividades desenvolvidos pelo estabelecimento de ensino no devero ser de interesse ape-nas dos ali matriculados e, nesse caso, o pblico-alvo pode e deve ser expan-dido, de forma a envolver a comunida-de em que o estabelecimento de ensino est inserido. Temas como meio ambiente, tica, pluralidade cultural, orienta-o sexual, trabalho e consumo so adequados para a ampliao pretendida pela lei e os professores recebem a incumbncia de promover tais atividades, assim como outros deveres, conforme o artigo relacionado a seguir.

    Art. 13. Os docentes incumbir-se-o de:

    I participar da elaborao da proposta pedaggica do estabelecimento de ensino;

    II elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedaggica do estabelecimento de ensino;

  • 20 Estrutura e funcionamento do ensino

    III zelar pela aprendizagem dos alunos;

    IV estabelecer estratgias de recuperao para os alunos de menor rendi-mento;

    V ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, alm de participar integralmente dos perodos dedicados ao planejamento, avaliao e ao de-senvolvimentoprofissional;

    VI colaborar com as atividades de articulao da escola com as famlias e a comunidade.

    A primeira das incumbncias dos professores refere-se proposta pedaggica. Conforme a LDB, a elaborao deve necessariamente contar com a participao destes. Como consequncia, o plano de trabalho docente tambm deve ser elabo-rado e executado pelos professores, coerentemente proposta pedaggica escolar.

    Os sistemas de ensino, disciplinados conforme os artigos 14 e 15 da LDB, atri-buem a responsabilidade de se promover a gesto democrtica do pblico e de as-segurar a autonomia administrativa e pedaggica s unidades que os compem.

    A referida gesto democrtica representa mais uma inovao em prol de promo-ver o envolvimento da comunidade local nas atividades e nos projetos escola-res,observandoosprincpiosdaparticipaodosprofissionaisdaeducaona

    elaborao do projeto pedaggico da escola e a participao das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.

    Os sistemas de ensino so compostos pelos federais, pelos estaduais, do Dis-trito Federal e municipais, e as instituies de ensino podem ser pblicas ou privadas.

    Art. 14.Ossistemasdeensinodefiniroasnormasdagestodemocrticadoensino pblico na educao bsica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princpios:

    Iparticipaodosprofissionaisdaeducaonaelaboraodoprojetopeda-ggico da escola;

    II participao das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.

    Art. 15. Os sistemas de ensino asseguraro s unidades escolares pblicas de educao bsica que os integram progressivos graus de autonomia pedag-gicaeadministrativaedegestofinanceira,observadasasnormasgeraisde

    direitofinanceiropblico.

  • 21Unidade 1 A nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB)

    Art. 16. O sistema federal de ensino compreende:

    I as instituies de ensino mantidas pela Unio;

    II as instituies de educao superior criadas e mantidas pela iniciativa privada;

    III os rgos federais de educao.

    Art. 17. Os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal compreendem:

    I as instituies de ensino mantidas, respectivamente, pelo Poder Pblico estadual e pelo Distrito Federal;

    II as instituies de educao superior mantidas pelo Poder Pblico municipal;

    III as instituies de ensino fundamental e mdio criadas e mantidas pela iniciativa privada;

    IV os rgos de educao estaduais e do Distrito Federal, respectivamente.

    Pargrafo nico. No Distrito Federal, as instituies de educao infantil, criadas e mantidas pela iniciativa privada, integram seu sistema de ensino.

    Art. 18. Os sistemas municipais de ensino compreendem:

    I as instituies do ensino fundamental, mdio e de educao infantil man-tidas pelo Poder Pblico municipal;

    II as instituies de educao infantil criadas e mantidas pela iniciativa pri-vada;

    III os rgos municipais de educao.

    Art. 19.Asinstituiesdeensinodosdiferentesnveisclassificam-senasse-guintes categorias administrativas:

    I pblicas, assim entendidas as criadas ou incorporadas, mantidas e admi-nistradas pelo Poder Pblico;

    II privadas, assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas fsi-cas ou jurdicas de direito privado.

    Art. 20. As instituies privadas de ensino se enquadraro nas seguintes ca-tegorias:

    I particulares em sentido estrito, assim entendidas as que so institudas e mantidas por uma ou mais pessoas fsicas ou jurdicas de direito privado que no apresentem as caractersticas dos incisos abaixo;

  • 119Unidade 4 Estrutura e funcionamento do ensino

    Ao longo desta obra, o leitor ter contato com a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, sua estrutura e funcionamento relacionada aos ensinos fundamental e mdio, alm dos parme-tros curriculares nacionais e as polticas da educao, organiza-o e legislao de uma unidade escolar.

    ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO

    DO ENSINO

    CapaFicha catalogrficaFolha de RostoCrditosApresentaoPrefcioUNIDADE 1- A NOVA LEI DE DIRETRIZES E BASES (LDB)Ttulo I Da educaoTtulo II Dos princpios e fins da educao nacionalTtulo III Do direito educao e do dever de educarTtulo IV Da organizao da educao nacionalTtulo V Dos nveis e das modalidades de educao e ensinoTtulo VI Dos profissionais da educaoTtulo VII Dos recursos financeirosTtulo VIII Das disposies geraisTtulo IX Das disposies transitriasGlossrio Unidade 1

    UNIDADE 2- ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL E MDIO1. Introduo2. Sistema educacional formal3. Sistema educacional no formal4. Sistema educacional informal5. Diretrizes curriculares nacionais6. Diretrizes curriculares nacionais para o ensino fundamental7. O ensino fundamental de nove anos8. Ensino mdioGlossrio Unidade 2

    UNIDADE 3- PARMETROS CURRICULARES NACIONAIS E AS POLTICAS EDUCACIONAIS1. Os Parmetros Curriculares Nacionais2. As Polticas EducacionaisIntroduoAs polticas pblicas educacionais

    Glossrio Unidade 3

    UNIDADE 4- ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO ENSINO1. Introduo2. Administrao no mbito educacional3. Tendncias atuais da administrao da educao4. A natureza da organizao e o do trabalho escolar5. Legislao pertinente a uma unidade escolarSobre as verbas destinadas educaoSobre plano de carreira dos profissionais da rea da educaoSobre a jornada de trabalho dos profissionais da rea da educaoSobre compromisso pela qualidade de ensino

    Glossrio Unidade 4

    Referncias4Capa