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Ministério da Saúde Fundação Oswaldo Cruz
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca ESTUDO DA ASMA EM ITABORAÍ/RJ: PREVALÊNCIA, GRAVIDADE
E POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
por Carolina de Souza Lima
Dissertação apresentada com vistas à obtenção do título de Mestre em Vigilância em Saúde
na área de Saúde Pública
Orientador: Prof. Dr. Hermano Albuquerque de Castro Assistente de orientação: Prof.ª Karen dos Santos Gonçalves
Rio de Janeiro, julho de 2013
Ministério da Saúde Fundação Oswaldo Cruz
Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca ESTUDO DA ASMA EM ITABORAÍ/RJ: PREVALÊNCIA, GRAVIDADE
E POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
Apresentada por
Carolina de Souza Lima
Avaliada pela Banca Examinadora composta pelos seguintes membros:
Profª. Drª. Sandra de Souza Hacon Prof. Dr. Washington Leite Junger
Prof. Dr. Hermano Albuquerque de Castro (orientador)
Rio de Janeiro, julho de 2013
Carolina de Souza Lima
ESTUDO DA ASMA EM ITABORAÍ/RJ: PREVALÊNCIA, GRAVIDADE E POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
Dissertação de mestrado apresentada ao curso de Vigilância em Saúde na Região Leste do Estado do Rio de Janeiro da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca/Fundação Oswaldo Cruz, como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Saúde Pública.
Aprovada em _____/_____/______ .
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________________________________ Prof. Dr. Hermano Albuquerque de Castro (orientador)
ENSP/FIOCRUZ
________________________________________________________________________ Profª. Drª. Sandra de Souza Hacon
ENSP/FIOCRUZ
________________________________________________________________________ Prof. Dr. Washington Leite Junger Instituto de Medicina Social/UERJ
________________________________________________________________________ Prof. Dr. Andrey Moreira Cardoso – Suplente
ENSP/FIOCRUZ
________________________________________________________________________ Profª. Drª. Liliane Reis Teixeira – Suplente
ENSP/FIOCRUZ
AGRADECIMENTOS
A Deus, pois sem Ele nada é possível.
Aos meus pais Tito e Nazareth, pela dedicação, apoio e amor sem fim.
Ao meu noivo Célio, pelo incentivo e compreensão.
Aos meus amigos, pela amizade apesar da ausência.
Ao meu orientador Hermano, por aceitar esse desafio comigo.
À minha querida assistente de orientação Karen, por sua ajuda incansável, e à sua pequena
Cecília, que acompanhou nossa dedicação ainda no ventre da Karen.
Aos queridos Raquel e Jefferson, por toda riquíssima contribuição que sempre ofereceram
neste trabalho.
Aos professores Sabroza e Luciano, por todo saber indiscutível que colocaram a disposição
nas discussões enriquecedora sobre o estudo.
Aos motoristas Arlindo e Eliseu, pelas idas e vindas, no leva e traz de questionários.
Ao Will e ao Gabriel pela digitação “infinita” dos questionários que possibilitaram o
estudo.
À Lídia, por todo carinho e organização com nossas obrigações de alunos.
Aos meus companheiros de turma, principalmente Aline, Bianca, Cecília, Cris, Elis, Mário
e Carlos, por todos os momentos de estudo e diversão na pousada em todos esses meses.
A Andrea, pelo incentivo, apoio, “ânimo contagioso” e amizade.
Ao Mauro e José Antônio da Vigilância em Saúde Ambiental e do Trabalhador da
Secretaria Municipal de Saúde de Itaboraí, por possibilitarem a realização deste estudo.
DEDICATÓRIA
Dedico este estudo aos moradores de Itaboraí, pois merecem especial atenção do
poder público, principalmente em um momento de grande transformação da cidade com a
instalação de um grande empreendimento.
RESUMO
ESTUDO DA ASMA EM ITABORAÍ/RJ: PREVALÊNCIA, GRAVIDADE E POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
Introdução: A asma em Itaboraí/RJ tem sido um problema de saúde pública ao longo dos anos, devido as suas altas taxas de internação pela doença. Atualmente, o município está sofrendo a construção do COMPERJ – Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro, que inevitavelmente causará impactos na exposição a poluentes atmosféricos, fator determinante para fisiopatologia da asma. Conhecer a situação dos sintomas de asma no município possibilita subsídios para gestão pública para a tomada de decisão e implantação de ações em saúde e ambiente. Objetivo: Analisar a prevalência e a gravidade dos sintomas da asma no município de Itaboraí, segundo sexo e escola, analisando a distribuição geográfica dos sintomas e se os estudantes sintomáticos estão concentrados em área com maior potencial de emissão de poluentes atmosféricos no município de Itaboraí, Rio de Janeiro; Metodologia: Estudo descritivo da prevalência de asma em adolescentes de 13 a 14 anos no município de Itaboraí/Rio de Janeiro/Brasil. Foram analisados 2116 questionários referentes à aplicação dos questionários ISAAC nas escolas, realizada pela Secretaria Municipal de Saúde de Itaboraí. As escolas foram divididas em 3 clusters de acordo com o número de questionários pela ferramenta Moran Local I do software ARCGIS®. Foram analisados os clusters segundo sintomas respiratórios e fontes de emissão de poluentes atmosféricos, a saber: quantidade de indústrias de cerâmica, densidade de vias e densidade de pavimentação, por meio da confecção de mapa multicritério. Resultados: O município de Itaboraí apresentou prevalência de asma de 17,8% e gravidade de 5,7%. Sendo a maior prevalência e gravidade encontradas no cluster 1, onde também há maior quantidade de habitantes e maior concentração de fontes de emissão de poluentes atmosféricos. Conclusão: Conclui-se, a partir deste estudo, que os bairros de Itaboraí (Centro), Outeiro das Pedras, Rio Várzea, Ampliação, Quissamã, Jardim Imperial, Nova Cidade, Areal e Santo Expedito – no distrito de Itaboraí, os bairros de Porto das Caixas e João Caetano – nos distritos de Porto das Caixas e Itambi respectivamente, assim como os bairros de Aldeia da Prata, Apolo II, Vila Brasil, Novo Horizonte, Monte Verde e Santo Antônio – no distrito de Manilha, caracterizam-se como área crítica para o desenvolvimento dos sintomas da asma. Portanto, esta região, que compõe o cluster 1, deve ser a área prioritária no município de Itaboraí para o desenvolvimento das ações de prevenção e controle da asma na cidade.
Palavras-chave: asma, prevalência, gravidade, poluição atmosférica.
ABSTRACT
STUDY OF ASTHMA IN ITABORAÍ / RJ: PREVALENCE, SEVERITY AND AIR POLLUTION
Introduction: Asthma in Itaboraí / RJ has been a public health problem over the years, due to their high rates of hospitalization for the disease. Currently, the county is undergoing construction COMPERJ - Petrochemical Complex of the State of Rio de Janeiro, which will cause inevitably impacts on exposure to air pollutants, determining factor in the pathophysiology of asthma. Knowing the situation of asthma symptoms in the municipality provides subsidies for public management for decision making and implementation of actions on health and environment. Objective: To assess the prevalence and severity of asthma symptoms in Itaboraí by gender and school, analyzing the geographical distribution of symptoms and if the symptomatic students are concentrated in areas with the greatest potential for emission of air pollutants in Itaboraí, Rio de Janeiro. Methodology: A descriptive study of the prevalence of asthma in adolescents aged 13 to 14 years in Itaboraí / Rio de Janeiro / Brazil. 2116 questionnaires were analyzed regarding the application of ISAAC questionnaires in schools, conducted by the Municipal Health of Itaboraí. The schools were divided into three clusters according to the number of questionnaires by the tool Moran Local I, ARCGIS ® software. We analyzed the clusters second respiratory symptoms and sources of atmospheric pollutants, namely quantity of ceramic industries, density and density paving roads, by making multicriteria map. Results: The Itaboraí presented asthma prevalence of 17.8% and severity of 5.7%. Being the highest prevalence and severity found in cluster 1, where also there are more people and and higher concentration of emission sources of air pollutants. Conclusion: It is concluded from this study that the neighborhoods Itaboraí (Centro), Outeiro das Pedras, Rio Varzea, Ampliação, Quissamã, Jardim Imperial, Nova Cidade, Areal e Santo Expedito - District Itaborai, neighborhoods Porto das Caixas e João Caetano - in the districts of Porto das Caixas and Itambi respectively, as well as the neighborhoods of Aldeia da Prata, Apolo II, Vila Brasil, Novo Horizonte, Monte Verde e Santo Antonio - in the district of Manilha, characterized as critical area for the development of asthma symptoms. Therefore, this region, which makes up the cluster 1, should be the priority area in Itaboraí for the development of prevention and control of asthma in the city.
Keywords: asthma, prevalence, severity, atmospheric pollution.
LISTA DE MAPAS
MAPA 1: Mapa das escolas – Itaboraí/Rio de Janeiro 37
MAPA 2: Distribuição de escolas e bairros por cluster, Itaboraí, Rio de Janeiro 56
MAPA 3: Distribuição de indústrias de cerâmica e bairros por cluster, Itaboraí, Rio de
Janeiro 57
MAPA 4: Distribuição do arruamento e bairros por cluster, Itaboraí, Rio de Janeiro 58
MAPA 5: Prevalência dos sintomas de asma, Itaboraí, Rio de Janeiro 59
MAPA 6: Gravidade dos sintomas de asma, Itaboraí, Rio de Janeiro 60
MAPA 7: Potencial de emissão de poluentes atmosféricos – concentração de fontes
poluidoras 61
MAPA 8: População, Itaboraí, Rio de Janeiro 62
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Padrões nacionais de qualidade do ar 23
Tabela 2: Taxas de emissões de poluentes por Bacia Aérea 25
Tabela 3: Frequência absoluta e relativa dos questionários por escola, Itaboraí, 2012 45
Tabela 4: Descrição dos escolares de 13 e 14 anos que responderam o questionário ISAAC, Itaboraí, 2012 (n = 2116) 46
Tabela 5: Frequência absoluta e relativa dos sintomas respiratórios em escolares de 13 e 14 anos, Itaboraí, 2012 (n = 2116) 47
Tabela 6: distribuição das escolas por cluster, Itaboraí, 2012 51
Tabela 7: Frequência relativa e absoluta dos sintomas respiratórios por cluster, Itaboraí, 2012 52
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Principais substâncias consideradas como poluentes do ar e, as respectivas fontes de emissão 22
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Frequência relativa dos sintomas respiratórios segundo gênero dos escolares, Itaboraí, 2012 49
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: esquema explicativo – método para mapa multicritério 41
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS ........................................................................................................... 4
DEDICATÓRIA ..................................................................................................................... 5
RESUMO ............................................................................................................................... 6
ABSTRACT ........................................................................................................................... 7
LISTA DE MAPAS ................................................................................................................ 8
LISTA DE TABELAS ........................................................................................................... 9
LISTA DE QUADROS ........................................................................................................ 10
LISTA DE GRÁFICOS ........................................................................................................ 10
LISTA DE FIGURAS .......................................................................................................... 10
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 13
2. OBJETIVOS ..................................................................................................................... 18
2.1 Objetivo geral ..................................................................................................... 18
2.2 Objetivos específicos .......................................................................................... 18
3. REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................. 19
3.1 Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro – COMPERJ ................. 19
3.2 Poluição atmosférica ........................................................................................... 21
3.2.1 Poluição atmosférica em Itaboraí ...................................................................... 24
3.4 Asma ................................................................................................................... 27
3.5 International Study of Asthma and Allergies in Childhood – ISAAC ............... 29
3.5.1 ISAAC – no mundo ............................................................................................. 30
3.5 2 ISAAC – no Brasil ............................................................................................... 31
4. MÉTODOS ....................................................................................................................... 33
4.1 Desenho de estudo .............................................................................................. 33
4.2 Área de estudo .................................................................................................... 33
4.2.1 Aspectos históricos do município de Itaboraí .................................................... 33
4.2.2 Características demográficas e socioeconômicas .............................................. 34
4.3 Análise dos dados ............................................................................................... 37
4.3.1 Variáveis estudadas ............................................................................................. 38
4.3 2 Análise da distribuição geográfica dos sintomas respiratórios por escola ....... 39
4.3.3 Análise da distribuição geográfica dos sintomas respiratórios segundo
concentração espacial das fontes de emissão de poluentes atmosféricos .................. 40
4.3.4 Análise da distribuição geográfica dos sintomas respiratórios segundo
população ...................................................................................................................... 43
4.3.5 Softwares utilizados ............................................................................................. 43
4.4 Aspectos éticos ................................................................................................... 43
5. RESULTADOS ................................................................................................................ 44
5.1 Descrição do banco de dados – Questionário ISAAC ........................................ 44
5.2 Análise de clusters das escolas ........................................................................... 49
5.3 Análise espacial da distribuição dos sintomas de asma por cluster em relação à distribuição espacial das fontes de emissão de poluentes atmosféricos em Itaboraí ............ 53
6. DISCUSSÃO .................................................................................................................... 63
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 70
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 72
ANEXO 1 – QUESTIONÁRIO ISAAC .............................................................................. 81
ANEXO 2 – Indústrias de cerâmica em Itaboraí (fonte: própria autora). ............................ 82
ANEXO 3 – Autorização da Secretaria Municipal de Saúde de Itaboraí para realização do estudo .................................................................................................................................... 83
13
1. INTRODUÇÃO
O Brasil vive hoje a realidade do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento
do Governo Federal, que abarca as instalações de grandes empreendimentos para o
desenvolvimento do país, dentre eles o COMPERJ – Complexo Petroquímico do Estado do
Rio de Janeiro (PETROBRÁS, 2013).
O COMPERJ é considerado um dos principais empreendimentos da história da
Petrobrás, onde serão reunidas numa mesma área industrial atividades de refino e produção
de derivados do petróleo e produtos petroquímicos de primeira e segunda geração. A
atividade de refinaria, atualmente em fase de implantação, terá capacidade inicial para
processar 165 mil barris de petróleo por dia, gerando óleo diesel, nafta petroquímica,
querosene de aviação, coque, GLP (gás de cozinha) e óleo combustível, além da produção
de lubrificantes e de processamento do gás natural produzido no Pré-Sal (PETROBRÁS,
2013).
O processo de instalação do COMPERJ foi iniciado em 2008 com a terraplanagem
numa área de 45 Km2. Em 2011 esta etapa foi concluída e foi iniciada a construção e
montagem das principais unidades de primeira fase da refinaria, atualmente em andamento
(PETROBRÁS, 2013).
A implantação do COMPERJ inevitavelmente causará impactos na saúde e na
qualidade de vida da população de Itaboraí, município da região metropolitana do estado do
Rio de Janeiro onde está sendo instalado. Os impactos gerados são de influência direta e
indireta, os primeiros causados pelo funcionamento do próprio empreendimento e os
últimos, por fatores desencadeados pela instalação do empreendimento, mas não causados
diretamente por ele.
Dentre os impactos a saúde humana, tanto diretos quanto indiretos tem-se o
aumento da exposição a poluentes atmosféricos, fator determinante para fisiopatologia da
asma e qualidade do ar que, possivelmente sofrerá alterações devido à instalação do
COMPERJ e atração de outras indústrias para a região.
Os efeitos da exposição aos poluentes dependem da fonte de poluição, dos próprios
poluentes, assim como dos agentes climáticos e da vulnerabilidade biológica dos expostos.
14
Fatores climáticos como a temperatura, umidade do ar e a direção dos ventos têm sido
estudados como possíveis fatores de influência na exposição aos poluentes atmosféricos
(HOUSSAINI et al, 2007).
Sabe-se que a asma é uma doença multifatorial cuja determinação inclui a exposição
ambiental outdoor e indoor. No que tange a exposição outdoor encontram-se a
concentração atmosférica de poluentes como material particulado (MP) (RIGUERA et al,
2011; RIOS et al, 2004).
Além do MP, outros poluentes como o CO, CO2, SO2, O3, NOX, NO2, NO e HNO3
são estudados como responsáveis pelo incremento nas taxas de ocorrência de doenças
respiratórias (CASTRO et al, 2003).
Além disso, quanto à exposição indoor, destacam-se a poeira domiciliar, contato
com animais e insetos, tabagismo passivo dentre outros. Fumar em casa esteve associado
com uma maior ocorrência da asma e sintomas respiratórios em estudos com crianças
(STEPHEN et al, 2003; CARVALHO; PEREIRA, 2002; GONÇALVES-SILVA et al,
2006).
No Brasil a asma foi responsável por 193.197 internações no ano de 2010, causa
que representou 13% das hospitalizações no grupo das doenças do aparelho respiratório
(BRASIL, 2010).
Para o mesmo ano, no estado do Rio de Janeiro a asma foi responsável por 8.748
internações no ano de 2010, o que correspondeu a 11% das internações por doenças do
aparelho respiratório, sendo a segunda maior causa de internações neste grupo de doenças
(BRASIL, 2010).
No que se refere à Região Sudeste, o estado do Rio de Janeiro foi o terceiro a
apresentar maior taxa de internações por asma em 2010 com 54,7/100.000 habitantes. Atrás
apenas dos estados do Espírito Santo (71,8/100.000 habitantes) e de Minas Gerais
(68,0/100.000 habitantes), restando para o estado de São Paulo a última posição com uma
taxa de 40,2/100.000 habitantes (BRASIL, 2010).
No município de Itaboraí, estado do Rio de Janeiro, a taxa de internações por asma
apresentou aumento para os anos de 2006 a 2010. Até o ano de 2008 a média da taxa de
internações por asma segundo análise quadrimestral foi de 298,0/100.000 habitantes, sendo
15
seu limite superior de 331,8/100.000 habitantes. No ano de 2009, a taxa de internações por
asma em Itaboraí passou para 373,8 e em 2010 para 459,7/100.000 habitantes (TOLEDO,
2010, 2011).
Como é possível constatar a partir dos dados expostos, no ano de 2010, Itaboraí
apresentou a taxa de internações por asma 8 vezes maior quando comparada à taxa do
Estado do Rio de Janeiro.
Quando comparada à taxa da Região Leste Fluminense onde o município está
inserido, essa taxa é 1,6 vezes maior, e, além disso, essa taxa foi, em 2010, 26 vezes maior
em Itaboraí que no município vizinho de Guapimirim (TOLEDO, 2011).
Em 2011, houve uma redução expressiva do número de hospitalizações por doenças
do aparelho respiratório, com destaque para as internações por asma, cuja frequência
passou de 865 no ano de 2010 para 77 no ano de 2011, o que provavelmente decorre de
critérios operacionais (TOLEDO, SABROZA, 2012).
Mesmo antes da implantação do COMPERJ, o município de Itaboraí já apresentava
elevadas taxas de internação por asma. Este cenário indica que a causa ainda é um
problema de saúde pública no município e que com o funcionamento do complexo
petroquímico na cidade poderá se agravar.
Alguns autores atribuem às elevadas taxas de internação por asma a dificuldade de
acesso ao tratamento adequado, a obtenção de medicamentos e inexistência de programas
de acompanhamento com ações de educação sobre a doença como consequência da falta de
políticas públicas voltadas para o manejo da doença (BRANDÃO et al, 2009).
Fatores observados em Itaboraí como a falta de pavimentação das ruas, a quantidade
de indústrias de cerâmica e olarias no município que emitem material particulado, o fato do
município possuir estradas de grande circulação de veículos (BR-101 e BR493), além de
outros fatores, podem influenciar na prevalência da doença, necessitando de maiores
investigações. Estudos envolvendo os fatores de risco descritos acima são necessários para
elucidação e conhecimento da magnitude da asma no município de Itaboraí.
Sabe-se que os dados sobre asma obtidos nos sistemas de informação do Datasus, de
uma forma geral, se limitam a casos de internação ou de mortalidade. Além disso, a asma
não é uma doença de notificação compulsória, havendo assim um sub-registro da doença.
16
Portanto, os dados disponíveis não são suficientes para descrever a prevalência e
magnitude da doença no território, ressaltando a necessidade da realização de estudos com
fontes primárias de informação em saúde.
O International Study of Asthma and Allergies in Childhood – ISAAC é um estudo
desenvolvido em diversos países, inclusive no Brasil onde foi validado, cuja metodologia
envolve a aplicação de questionários para investigação de asma, alergias respiratórias e
infecções cutâneas (SOLÉ et al, 1998).
No que se refere a asma, o questionário ISAAC é composto por oito questões
direcionadas aos responsáveis de crianças entre 6 e 7 anos e a adolescentes entre 13 e 14
anos, em que possibilita estabelecer a prevalência e a gravidade da doença em uma região
e a comparação das taxas de prevalência entre regiões (INTERNATIONAL STUDY OF
ASTHMA AND ALLERGIES IN CHILDHOOD, 1992; ISAAC STEERING
COMMITTEE, 1998; SOLÉ et al, 1998; 1999).
Além disso, permite a determinação de uma linha de base para futuros estudos de
investigação etiológica de estilos de vida, genética, fatores ambientais e cuidados médicos
que afetam a doença (INTERNATIONAL STUDY OF ASTHMA AND ALLERGIES IN
CHILDHOOD, 1992).
Diante do exposto, este estudo busca responder a seguinte questão:
• Qual a magnitude da asma no município de Itaboraí?
• A doença é mais prevalente em regiões onde há maior concentração de fontes de
emissão de poluentes atmosféricos?
Tendo em vista que Itaboraí apresenta elevada taxa de internações por asma quando
comparada a outros municípios da região leste fluminense e a própria região, assume-se
como hipótese deste estudo que a prevalência da doença neste município também seja alta
quando comparada a outros municípios. Assume-se também que localidades com maior
número de fontes de emissão de poluentes concentrem a doença.
Este estudo foi desenvolvido como parte integrante de um amplo projeto de
pesquisa de responsabilidade da ENSP/FIOCRUZ intitulado Plano de Monitoramento
Epidemiológico da Área de Influência do COMPERJ. Este projeto teve início em 2008 com
o monitoramento de doenças, agravos e óbitos nos municípios de Itaboraí, Guapimirim e
17
Cachoeiras de Macacu. Em 2011, foi inserido no projeto o distrito de Monjolos no
município de São Gonçalo. O objetivo do projeto é analisar a evolução da morbi-
mortalidade nesses municípios buscando contribuir para minimização dos riscos
relacionados, considerando o contexto de implantação do complexo petroquímico.
18
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Analisar a prevalência e a gravidade dos sintomas da asma no município de Itaboraí.
2.2 Objetivos específicos
• Analisar a prevalência e a gravidade dos sintomas da asma segundo sexo e escola;
• Analisar a distribuição geográfica por escolas da presença de sintomas de asma no
município;
• Analisar se as áreas com maior concentração de adolescentes com sintomas de asma
concentram também a maior concentração de fontes de emissão de poluentes
atmosféricos no município de Itaboraí;
19
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro – COMPERJ
O Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro – COMPERJ é um
complexo industrial considerado um dos maiores empreendimentos da história da
Petrobrás. Ele é um dos projetos do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, do
Governo Federal, criado no governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva com o objetivo
de estimular a economia brasileira por meio da realização de obras de infraestrutura no país
(PETROBRÁS, 2013).
Sua construção teve início em 31 de março de 2008 com a etapa de terraplenagem
numa área de 45 Km2 no município de Itaboraí, na Região Leste do estado do Rio de
Janeiro (PETROBRÁS, 2013).
Essa cidade foi escolhida por apresentar uma grande área disponível para construção
do complexo, por sua localização possibilitar maior facilidade de recepção do petróleo
bruto e escoamento da produção, obtenção de água e energia para o empreendimento e pelo
fato de Itaboraí ser considerado um município com níveis de poluição baixos quando
comparado a outras regiões do estado do Rio de Janeiro onde foi cogitada a implantação do
COMPERJ (PETROBRÁS, 2013).
O COMPERJ é um complexo petroquímico que reunirá operações de refino e
produção petroquímica num mesmo polo industrial. O empreendimento teve uma previsão
inicial de investimento de 15 bilhões com o objetivo de refinar 150 mil barris diários de
petróleo pesado provenientes do Campo de Marlim na Bacia de Campos, no município de
Campos, estado do Rio de Janeiro. Porém, a Petrobrás ampliou o plano inicial, passando
para 165 mil barris diários para o primeiro trem de refino, que tem sua conclusão prevista
para abril de 2015 e mais 300 mil barris diários com a construção do segundo trem de
refino, previsto para iniciar suas operações em janeiro de 2018 (PETROBRÁS, 2013).
Além da refinaria, que abastecerá o mercado com óleo diesel 10 ppm (42,9% da
produção), nafta petroquímica (22%), querosene de aviação (16%), coque (10%), GLP
(5,5%) e óleo combustível (4,1%), o COMPERJ contará com unidades de produção de
20
lubrificantes e aromáticos e ainda unidades de processamento do gás natural produzido no
pré-sal (PETROBRÁS, 2013).
Com esse empreendimento objetiva-se reduzir a importação de combustíveis
realizada pelo Brasil (RIMA, 2006).
De acordo com o RIMA, o COMPERJ viabilizará a construção do Arco
Metropolitano, estrada que ligará Itaboraí ao Porto de Itaguaí e auxiliará no escoamento da
produção industrial da região. Estudos da Fundação Getúlio Vargas apontam para a
possibilidade de instalação, até 2015, de 720 empresas que farão a transformação de
produtos petroquímicos em bens de consumo como materiais plásticos como copos e sacos
descartáveis, embalagens, brinquedos, fibras para indústria têxtil, garrafas de refrigerante e
de água, além de componentes para indústrias montadoras de automóveis e
eletrodomésticos, dentre outros. Além das resinas plásticas, serão produzidos PTA (ácido
tereftálico purificado), etilenoglicol, benzeno, estireno e butadieno que serão utilizados por
indústrias químicas (RIMA, 2006).
Neste contexto, o COMPERJ se constitui em um atrativo para pessoas de diversas
localidades que buscam trabalhar no empreendimento ou nas empresas que se instalarão na
região. A previsão é de que sejam gerados mais de 200 mil empregos diretos e indiretos.
Para ajudar na capacitação dos trabalhadores foi construído um Centro de Integração no
município de São Gonçalo que oferece cursos voltados às atividades profissionais que serão
desenvolvidas no complexo (PETROBRÁS, 2013).
Diante disso, acredita-se que o empreendimento causará impactos ambientais,
sociais, econômicos e de saúde no município de Itaboraí e nos outros municípios de
influência direta e indireta do Comperj, a saber, Magé, Guapimirim, Cachoeiras de Macacu,
Rio Bonito, Tanguá, São Gonçalo, Silva, Jardim, Casimiro de Abreu, Niterói, Marica e
Guapimirim (RIMA, 2006).
Além dessas áreas, estima-se que o empreendimento também atingirá em termos de
impactos os municípios de Belford Roxo, Duque de Caxias, Itaguaí, Japeri, Mangaratiba,
Nilópolis, Nova Friburgo, Nova Iguaçu, Queimados, Rio de Janeiro, São João de Meriti,
Saquarema, Seropédica e Teresópolis, como nos mostra a equipe do ICICTQFIOCRUZ no
site denominado Mapa de Conflitos envolvendo injustiça ambiental e Saúde no Brasil.
21
3.2 Poluição atmosférica
As fontes de emissão de poluentes atmosféricos podem ser classificadas em
estacionárias, móveis e naturais (INEA, 2009).
As fontes estacionárias correspondem às industriais, mais significativas devido à
intensidade ou variedade de emissão de poluentes, e as não industriais, menos
representativas, de uma forma geral, caracterizadas pelas queimadas, lavanderias e queima
de combustíveis em hospitais, hotéis e padarias dentre outros (INEA, 2009). As fontes
estacionárias também podem ser chamadas de fontes fixas e são definidas pelo Conselho
Nacional do Meio Ambiente – CONAMA como “qualquer instalação, equipamento ou
processo, situado em local fixo, que libere ou emita matéria para a atmosfera, por emissão
pontual ou fugitiva”. Entende-se por emissão pontual o lançamento de qualquer forma
sólida, líquida ou gasosa na atmosfera, por uma fonte com dispositivo para controlar seu
fluxo, como chaminés ou dutos (CONAMA, 2006). Já no caso da emissão fugitiva, a fonte
não possui dispositivo para controlar ou dirigir o fluxo (CONAMA, 2006).
No que se refere às fontes fixas, a Resolução do CONAMA nº 382, de 26 de
dezembro de 2006 estabelece limites máximos de emissão de poluentes atmosféricos para
fontes fixas.
As fontes móveis correspondem aos meios de transporte aéreo, marítimo e terrestre,
com destaque para os automóveis que pelo seu número e concentração nas áreas urbanas se
mostram como fontes significativas (INEA, 2009). Também há uma legislação específica
que estabelece limites máximos de emissão dos poluentes atmosféricos, na Resolução
CONAMA nº 315 de 29 de outubro de 2002, que dispõe sobre a nova etapa do Programa de
Controle de Emissões Veiculares – PRONCOVE encontram-se os valores máximos
permitidos de cada tipo de poluente para veículos automotores.
O INEA (2009) afirma que os veículos são responsáveis por mais poluição do que
as indústrias, respectivamente 77% e 23%.
Quanto às fontes naturais encontramos a emissão por vulcões, a poeira cósmica, o
arraste eólico e o mar, dentre outros. (INEA, 2009).
22
No quadro 1 são apresentados os principais poluentes gerados pelos diversos tipos
de fontes de emissão de poluentes citados acima.
Quadro 1: Principais substâncias consideradas como poluentes do ar e, as respectivas fontes de emissão.
Fontes Poluentes
Fon
tes
esta
cion
ária
s Combustão
Material particulado, dióxido de enxofre e trióxido de enxofre, monóxido de carbono, hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio.
Processo Industrial
Material particulado (fumos, poeiras, névoas), gases – SO2, SO3, HCl, hidrocarbonetos, mercaptanas, HF, H2S, NOx.
Queima de Resíduo Sólido Material particulado, Gases - SO2, SO3, HCl, NOx
Outros Hidrocarbonetos, material particulado.
Fon
tes
Móv
eis
Veículos Gasolina/Diesel/ Material particulado, monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio, hidrocarbonetos, aldeídos, dióxido de enxofre,
ácido orgânicos. Álcool/Gás, Aviões,
Motocicletas, Barcos, Locomotivas, Etc.
Material particulado – poeiras
Fontes Naturais Gases - SO2, H2S, CO, NO, NO2, hidrocarbonetos.
Reações Químicas na Atmosfera Poluentes secundários – O3, aldeídos, ácidos orgânicos, nitratos orgânicos, aerossol fotoquímicos, etc. Ex: hidrocarbonetos + óxidos de
nitrogênio (luz solar)
Fonte: CONAMA, 2009.
A Resolução CONAMA nº 03 de 28 de junho de 1990 conceitua poluente
atmosférico como qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e em quantidade,
concentração, tempo ou características em desacordo com os níveis estabelecidos, e que
tornem ou possam tornar o ar impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde; inconveniente ao
bem-estar público; danoso aos materiais, à fauna e à flora; prejudicial à segurança, ao uso e
gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade.
Essa resolução estabelece padrões nacionais de qualidade do ar (tabela 1) que fixa
limites máximos de concentração de poluentes atmosféricos como dióxido de enxofre
(SO2), partículas totais em suspensão (PTS), monóxido de carbono (CO), ozônio (O3),
23
fumaça, partículas inaláveis (PM10) e dióxido de nitrogênio (NO2). A resolução estabelece
um padrão primário e um padrão secundário para os limites de poluentes e explica que os
primeiros são padrões que se forem ultrapassados aumentam o risco de efeitos adversos à
saúde da população exposta, já os padrões secundários são aqueles que são desejáveis, com
mínimo efeito adverso à saúde da população, conforme a resolução citada.
Tabela 1: Padrões nacionais de qualidade do ar
Poluentes Tempo de Padrão Padrão
Amostragem Primário Secundário Partículas Totais 24 Horas1 240 µg/m3 150 µg/m3
em Suspensão (PTS) MGA2 80 µg/m3 60 µg/m3
Dióxido de Enxofre (SO2) 24 Horas1 365 µg/m3 100 µg/m3
MAA3 80 µg/m3 40 µg/m3
Monóxido de Carbono (CO)
1 Hora1 40.000 µg/m3 40.000 µg/m3 35ppm 35ppm
8 Horas1 10.000 µg/m3 10.000 µg/m3 9ppm 9ppm
Ozônio (O3) 1 Hora1 160 µg/m3 160 µg/m3 Fumaça MAA3 60 µg/m3 40 µg/m3
Partículas 24 Horas1 150 µg/m3 150 µg/m3 Inaláveis (PM10) MAA3 50 µg/m3 50 µg/m3
Dióxido de 1 Hora1 320 µg/m3 190 µg/m3 Nitrogênio (NO2) MAA3 100 µg/m3 100 µg/m3
(1) Não deve ser excedido mais que uma vez ao ano (2) Média Geométrica Anual (3) Média Aritmética Anual Fonte: Resolução CONAMA nº 03/1990
Os efeitos dos poluentes atmosféricos à saúde humana podem ser produzidos por
cada poluente de forma isolada ou ainda de forma que um poluente potencialize a ação do
outro (CONAMA, 2009).
Efeitos à saúde no que se refere ao material particulado estão relacionados à
retenção das partículas nos pulmões, substâncias minerais tóxicas e substâncias orgânicas
carcinogênicas (como os hidrocarbonetos policíclicos) presentes nas partículas, capacidade
de potencializar os efeitos fisiológicos dos gases tóxicos, podendo catalisar e transformar
quimicamente esses gases, ação como veículo para microorganismos como fungos,
bactérias e vírus (CONAMA, 2009).
24
Quanto ao monóxido de carbono (CO), seus efeitos sobre a saúde humana estão
relacionados à capacidade de transporte de oxigênio pelo sangue (CONAMA, 2009).
O dióxido de enxofre pode produzir o agravamento de doenças respiratórias
preexistentes e contribui para o desenvolvimento das mesmas. Quando associado ao
material particulado ele consegue penetrar mais profundamente e produzir danos ao tecido
pulmonar (CONAMA, 2009).
Os oxidantes fotoquímicos são substância geradas pela reação de alguns poluentes
como hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio com o ozônio (O3) sob efeito da luz solar. Seu
principal efeito é a irritabilidade nos olhos, mas podem também causar redução da
capacidade pulmonar e o agravamento de doenças respiratórias como a asma (CONAMA,
2009).
Quanto ao dióxido de nitrogênio (NO2), ele pode penetrar no sistema respiratório
originando nitrosaminas, algumas com efeito carcinogênico, ou ainda provocar irritação
com sintomas semelhantes aos do enfisema (CONAMA, 2009).
Os hidrocarbonetos (HC) são compostos formados por hidrogênio e carbono, sendo
o mais ativo deles os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs), que estão associados
ao câncer incluindo leucemia e câncer pulmonar. Os HPAs são emitidos pela queima de
gasolina e óleo diesel (CONAMA, 2009).
3.2.1 Poluição atmosférica em Itaboraí
O município de Itaboraí, em quase toda sua extensão territorial fica na bacia aérea
IV, ficando de fora dela parte dos distritos de Pachecos e Cabuçu. Essa bacia aérea não
apresenta uma taxa de emissão de poluentes muito preocupante quando comparada as
bacias aéreas I e III, que também ficam no Estado do Rio de Janeiro (Tabela 2). De acordo
com o RIMA (2006) do COMPERJ, a bacia aérea IV apresentava, até 2006, baixa
concentração de poluentes.
25
Tabela 2 – Taxas de emissões de poluentes por Bacia Aérea Poluentes - Taxa de emissão (ton/ano x 1.000 e %) MP10 SO2 NOX CO HC
Bacia Aérea I
5,9 58% 21,5 39% 14,6 50% 0,9 15% 0,3 1%
Bacia Aérea II
0,4 4% 0 0% 0,1 0% 0,1 2% 0,7 3%
Bacia Aérea III
2,5 25% 29,4 54% 13,3 45% 2,8 45% 24,4 95%
Bacia Aérea IV
1,4 14% 3,8 7% 1,3 4% 2,4 38% 0,1 1%
Total 10,2 100% 54,7 100% 29,3 100% 6,2 100% 25,6 100%
Adaptado de INEA, 2009
De acordo com a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, em
2011 havia cinco municípios no estado do Rio de Janeiro com nível de risco classificado
como crítico no que se refere às indústrias de cerâmica e olarias, ou seja, o nível mais alto
de risco para exposição aos poluentes emitidos por esse tipo de atividade, sendo eles
Itaboraí, Rio Bonito, São Gonçalo, Paraíba do Sul e Magé (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2011).
As indústrias de cerâmica são responsáveis por uma taxa de emissão de material
particulado de 1,27 toneladas/ano x 1000, ficando abaixo apenas da indústria petroquímica
e da indústria de geração de energia num ranking baseado nas informações do INEA
(2009).
A indústria de cerâmica também é responsável por 2,66 toneladas/ano x 1000 de
SO2, 0,60 de NOX, 2,14 de CO e 0,03 de HC, podendo ser classificada como uma das mais
poluidoras, quando comparada as indústrias de outros ramos de atividade (INEA, 2009).
Com relação à frota veicular, fabricação de produtos químicos, fabricação de cal e
gesso, assim como metalurgia, Itaboraí também foi classificado como crítico para essas
áreas no ano de 2011. Quanto aos focos de calor e produção de óleos e gorduras vegetais e
animais, a classificação foi de médio risco e alto risco, respectivamente, para o mesmo ano
(BRASIL, 2011).
26
O Relatório de Situação: Instrumento de Identificação de Municípios de Risco –
IIMR 2011, que é parte integrante do programa de Vigilância em Saúde das Populações
Expostas a Poluentes Atmosféricos – VIGIAR do Ministério da Saúde, aponta dois
municípios, dentre eles Itaboraí, de risco ambiental médio. Os outros noventa municípios
do estado do Rio de Janeiro foram classificados com risco ambiental baixo (BRASIL,
2012).
No que se refere ao monitoramento dos níveis de poluentes atmosféricos na cidade
de Itaboraí, não há dados disponíveis publicamente quanto ao quantitativo de cada tipo de
poluente.
27
3.3 Asma
A asma é definida como uma doença inflamatória crônica que se caracteriza pela
hiper-responsividade das vias aéreas inferiores e limitação variável ao fluxo aéreo, que
pode ser revertida espontaneamente ou com tratamento, de causa multifatorial por interação
de fatores genéticos e ambientais (BRASIL, 2010).
O processo inflamatório tem como resultado a contração do músculo liso brônquico,
edema e hipersecreção da mucosa levando ao estreitamento brônquico intermitente e
reversível (SBPT, 2012).
A inflamação crônica da asma pode levar ao remodelamento das vias aéreas, devido
ao ciclo contínuo de agressão e reparo que pode ocasionar alterações estruturais
irreversíveis (SBPT, 2012).
Os fatores de risco próprios do indivíduo para a doença envolvem aspectos
genéticos, obesidade e sexo masculino na infância. Dentre os fatores de risco ambientais
encontram-se a exposição à poeira domiciliar e ocupacional, baratas e infecções virais
(BRASIL, 2010).
O diagnóstico da asma é clínico, porém existem exames que podem auxiliar na
confirmação diagnóstica e na classificação da gravidade (BRASIL, 2010; SBPT, 2012).
Dentre os sintomas de asma encontram-se sibilância, dispneia, desconforto torácico
e tosse, que frequentemente pioram à noite e no início da manhã, em resposta a exercícios,
exposição a alérgenos, poluição ambiental e ar frio (BRASIL, 2010). Esses sintomas podem
ser desencadeados por medicamentos como AAS ou betabloqueadores e melhoram com
broncodilatadores e corticoides sistêmicos (BRASIL, 2010).
Dentre os principais exames complementares estão a espirometria e a medida de
fluxo do pico do fluxo expiratório (PFE ou peak flow). O primeiro é o estudo da função
pulmonar após expiração forçada, comparando esses valores com a média esperada para
sexo, altura e peso. Já o segundo, é a medida do fluxo expiratório máximo, obtida por um
medidor de PFE (BRASIL, 2010).
A classificação da asma quanto a sua gravidade é importante para auxiliar no
manejo da doença. Ela pode ser classificada como intermitente, persistente leve, persistente
28
moderada e persistente grave. Essa classificação considera a quantidade de crises e a
interferência que a doença provoca nas atividades de vida diárias (BRASIL, 2010).
Dentre os fatores responsáveis pelo desencadeamento de crises de asma encontram-
se infecção viral, alérgenos (poeira, ácaro, pólen, pelo de animais, entre outros), fumaça de
cigarro, irritantes químicos, poluição ambiental, mudanças climáticas, exercícios vigorosos,
medicamentos (anti-inflamatórios não esteroides, aspirina e betabloqueadores) e estresse
emocional (BRASIL, 2010, GARD, 2011).
O tratamento para asma objetiva controlar os sintomas, prevenir limitação crônica
ao fluxo aéreo, permitir atividades normais, manter a melhor função pulmonar possível,
evitar crises, evitar hospitalizações e idas a emergências, reduzir a necessidade do uso de
broncodilatadores para alívio, minimizar efeitos adversos dos medicamentos, melhorar a
qualidade de vida e reduzir o risco de morte (BRASIL, 2010).
O tratamento para a doença inclui medidas educativas para o autocuidado e
autonomia do paciente, assim como cuidados ambientais, ambos buscando diminuir a
exposição aos fatores desencadeantes das crises. O tratamento farmacológico inclui
corticoides e beta-agonistas (BRASIL, 2010; SBPT, 2012).
29
3.4 International Study of Asthma and Allergies in Childhood – ISAAC
O ISAAC é um programa de pesquisa epidemiológica mundial criado em 1991 com
objetivo de investigar a asma e outras doenças alérgicas como rinite e eczema em crianças
pelo mundo. O programa foi desenvolvido a partir da união de dois projetos de colaboração
multinacional, de Auckland na Nova Zelândia, para realização de um estudo internacional
comparativo da gravidade da asma, com Bochum na Alemanha, para um estudo de
monitoramento de tendências temporais e determinantes da prevalência de asma e alergias
em crianças (INTERNATIONAL STUDY OF ASTHMA AND ALLERGIES IN
CHILDHOOD, 1992).
O ISAAC é composto por quatro fases. A primeira fase é constituída por um
questionário sobre asma e alergias aplicado à adolescentes de 13 à 14 anos e crianças de 6 à
7 anos, devendo neste último grupo ser respondido pelos pais. Além do questionário, há
também a possibilidade de um vídeo questionário opcional. Na fase II, foram realizados
exames físicos, assim como testes cutâneos, exames laboratoriais, análises genéticas e
questionário complementar para os pais de crianças entre 9 e 11 anos (INTERNATIONAL
STUDY OF ASTHMA AND ALLERGIES IN CHILDHOOD, 1992).
A fase III se constitui da repetição da fase I após um período de cinco anos para
análise temporal. Nesta fase foram acrescentadas perguntas sobre fatores de risco num
questionário ambiental (INTERNATIONAL STUDY OF ASTHMA AND ALLERGIES
IN CHILDHOOD, 1992).
A fase IV trata-se da expansão do site do ISAAC com a possibilidade de adesão de
outros colaboradores pelo mundo, incluindo a construção de um plano de gestão para essas
doenças (INTERNATIONAL STUDY OF ASTHMA AND ALLERGIES IN
CHILDHOOD, 1992).
O questionário da fase I, no que tange à asma, é composto por oito perguntas sobre
a doença, sobre a presença de sintomas da asma e a ocorrência de um diagnóstico da
doença (INTERNATIONAL STUDY OF ASTHMA AND ALLERGIES IN
CHILDHOOD, 1992).
30
A amostra selecionada para aplicação do questinário ISAAC deve ser composta por
crianças estudantes de uma determinada área geográfica. A amostra deve ser randomizada e
deve ser composta por um grupo de 13 a 14 anos e um grupo de 6 a 7 anos, um número
mínimo de 10 escolas ou 3 mil indivíduos (INTERNATIONAL STUDY OF ASTHMA
AND ALLERGIES IN CHILDHOOD, 1992).
A aplicação do questionário referente à asma possibilita a descrição da prevalência e
da gravidade da doença numa base territorial, assim como a elaboração de uma linha de
base para análise da doença no tempo, além da comparação com outros lugares pelo mundo
(INTERNATIONAL STUDY OF ASTHMA AND ALLERGIES IN CHILDHOOD, 1992).
3.4.1 ISAAC – no mundo
Estudos em diversos países utilizam como metodologia o ISAAC para investigar a
prevalência asma e alergias pelo mundo.
O estudo ISAAC fase I no mundo envolveu a participação de 257.800 crianças entre
6 e 7 anos de idade de 38 países e 463.801 adolescentes entre 13 e 14 anos de idade de 56
países. Estes estudos demonstraram prevalências mais baixas de asma (sibilância nos
últimos 12 meses) na Índia, Indonésia, Irã e Malásia para crianças entre 6 e 7 anos. Já
dentre os países com prevalência mais alta para essa mesma faixa etária estiveram
Austrália, Nova Zelândia, Brasil, Costa Rica e República do Panamá (SOTO MARTINEZ;
SOTO QUIRÓS, 2004).
Um estudo com a aplicação do ISAAC em 7 centros da Espanha, dentre eles
Asturias, Barcelona, Bilbao, Cartagena, La Coruña, Madrid e Valencia, entre 2002 e 2003,
com a participação de 20.455 escolares entre 6 e 7 anos de idade, objetivou analisar a
relação entre poluição atmosférica e asma e alergias nessas crianças. Este estudo
demonstrou associação significativa entre níveis de SO2 e a prevalência de asma severa
recente (ARNEDO-PENA et al, 2009). Um estudo publicado em 2002 realizado na Ilha de Malta utilizando o ISAAC
envolveu a participação de 3.506 crianças entre 5 e 8 anos. Os autores encontraram uma
prevalência de 19,1% de chiado constante, 8,8% de chiado atual, 15,9% de chiado noturno
31
ao menos uma vez por semana e 13,3% de chiado de forma grave limitando o discurso.
Fatores como aleitamento materno, animais de estimação, tabagismo passivo, história
familiar de atopia, morar próximo às ruas movimentadas, influenciaram na prevalência e na
gravidade das doenças alérgicas estudadas. Os autores demonstraram que em Malta a
prevalência da asma é ligeiramente menor do que a média mundial (MONTEFORT et al,
2002).
Estudo publicado em 1999, utilizando o ISAAC com adolescentes de 13 a 14 anos,
foi realizado na Ilha da Madeira, sendo encontrada uma prevalência de asma ativa de
14,6%, em Cabo Verde de 1,3%, em Macau de 10,6 e 7,0% em duas localidades estudadas
(MORAIS DE ALMEIDA; ROSADO PINTO, 1999).
Estudos realizados na Costa Rica no ano de 1989, 1995, 1998 e 2002 obtiveram
uma prevalência de respectivamente 23,4%, 27,7%, 27,1 % e 33,2 %. O 1º estudo
contemplou a faixa etária de 5 a 17 anos, o 2º e o 4º estudos de 6 a 7 anos e 13 a 14 anos e o
3º a faixa etária de 10 anos. Participaram destes estudos um total de 15.500 indivíduos
(SOTO MARTINEZ; SOTO QUIRÓS, 2004).
3.4. 2 ISAAC – no Brasil
No Brasil, um estudo publicado em 2004 sobre a prevalência da asma utilizando o
ISAAC em duas cidades da região metropolitana do estado do Rio de Janeiro no ano de
2000, sendo elas Duque de Caxias e Seropédica, objetivou investigar os diferentes níveis de
poluição do ar na prevalência da asma. Este estudo envolveu a participação de 4.064
estudantes entre 13 e 14 anos de 49 escolas de Duque de Caxias e 1.129 de 17 escolas de
Seropédica. O estudo demonstrou que em Duque de Caxias, onde os níveis de poluição são
maiores comparados a Seropédica, obteve 14,5% dos adolescentes com 1 a 3 crises de asma
no último ano, enquanto esse valor foi de 11% em Seropédica (RIOS et al, 2004).
Um estudo de 2004 sobre os efeitos da poluição do ar na função respiratória de
escolares realizado no Complexo de Manguinhos, no Rio de Janeiro, Brasil, utilizando o
ISAAC, dados de níveis de poluentes no ar e medidas repetidas de função respiratória por
exames de pico de fluxo, mostrou que ainda que níveis de poluição aceitáveis de acordo
32
com a legislação, houve associação da mesma com a diminuição da função respiratória
dessas crianças (CASTRO et al, 2009).
Um estudo publicado em 2004 demonstrou a prevalência da asma utilizando o
ISAAC na cidade de Montes Claros, estado de Minas Gerais, Brasil. Participaram deste
estudo 3.770 estudantes adolescentes entre 13 e 14 anos, que mostrou como resultado uma
alta prevalência de asma, com alguns sintomas mais observados entre meninas. Além disso,
este estudo demonstrou que “chiado no ano passado” esteve associado com história familiar
de asma, contato com animais e escolas em áreas urbanas (MAIA et al, 2004).
Um estudo realizado em São José do Rio Preto, São Paulo, Brasil, que buscou
identificar os fatores de risco para asma utilizando o ISAAC fase I, mostrou que fatores
genéticos, fatores ambientais, comorbidades como rinite e eczema atópico estão associados
à gênese da asma em estudantes brasileiros (PALVO et al, 2008).
Um outro estudo realizado em Vitória, Espírito Santo, Brasil, demonstrou, com a
utilização do ISAAC, uma prevalência muito elevada de sintomas respiratórios de forma
geral em dois bairros estudados. Quando analisaram de forma isolada os sintomas
relacionados à asma, foi demonstrada uma prevalência em torno de 40%, sendo considerada
elevada quando comparada a outros estudos de prevalência da asma (PASTORINO et al,
2008).
Em Taubaté, São Paulo, Brasil, um estudo envolveu a participação de 920
adolescentes entre 13 e 14 anos que responderam o questionário ISAAC com questões
acrescentadas sobre tabagismo, contato com animais e insetos em casa, com o objetivo de
determinar a prevalência da asma e alergias. A prevalência de asma atual foi de 15,3% e a
prevalência de asma alguma vez na vida foi de 6,8%. Os autores não encontraram
associação entre os fatores de risco estudados e a asma atual (TOLEDO et al, 2011).
Um estudo realizado em Tangará da Serra, Mato Grosso, Brasil, cidade localizada
na trajetória da pluma de dispersão de poluentes das queimadas na região do arco do
desmatamento, objetivou analisar a prevalência de asma. Este estudo utilizou o ISAAC com
3.362 estudantes e encontrou uma prevalência de asma entre 6 e 7 anos de 25,2% e entre 13
e 14 anos de 15,9%. Este estudo concluiu que Tangará da Serra apresenta elevada
prevalência de asma (ROSA et al, 2009).
33
4. MÉTODOS
4.1 Desenho de estudo
Estudo ecológico de associação da exposição a poluentes atmosféricos e asma em
adolescentes de 13 a 14 anos no município de Itaboraí/Rio de Janeiro/Brasil.
4.2 Área de estudo
4.2.1 Aspectos históricos do município de Itaboraí
Itaboraí, decretado município em 1890, foi uma sesmaria doada na época da
fundação de São Sebastião do Rio de Janeiro para o cultivo da cana-de-açúcar e engenhos.
Na época do segundo reinado Itaboraí prosperou se tornando o maior empório comercial da
Província com atividade de exportação do açúcar. A decadência econômica veio
impulsionada pela criação da estrada de ferro Cantagalo, que fez decair as atividades do
Porto das Caixas e também pela Lei Áurea em 1888, além das “Febres do Macacu” às
margens do Rio Macacu que assolaram a região devido a doenças como a malária e a febre
amarela (IBGE, 2010; PREFEITURA MUNICIPAL DE ITABORAÍ, 2010).
A chegada das estradas de ferro à vila de Itaboraí possibilitou o escoamento da
produção das indústrias de olarias e cerâmica, proporcionando o crescimento urbano com a
transformação da vila em cidade. A partir do século XX a cidade se tornou o maior
produtor de laranja do Estado do Rio de Janeiro e o segundo polo do Brasil. Uma nova fase
de decadência ocorreu na cidade, a produção da laranja se extinguiu e as indústrias de
cerâmica passaram de maior empregador a pequenas unidades. Além disso, a construção da
ponte Rio-Niterói contribuiu para o processo de urbanização da cidade que passou a ser
uma “cidade dormitório”, estimulando uma especulação imobiliária a partir da década de
70. A especulação imobiliária contribuiu para muitos problemas ambientais, pois as terras
que eram plantações de laranja foram loteadas trazendo inúmeras famílias para residirem no
34
município sem nenhuma infraestrutura (PREFEITURA MUNICIPAL DE ITABORAÍ,
2010).
As principais atividades econômicas do município atualmente são a manufatura
cerâmica (decorativa e utilitária), fruticultura, agricultura de subsistência, apicultura,
pecuária extensiva, extrativismo mineral e setor terciário (comércio e serviços)
(PREFEITURA MUNICIPAL DE ITABORAÍ, 2010).
A expansão urbana de Itaboraí aconteceu de forma desordenada causando processo
de conurbação com São Gonçalo. Itaboraí tornou-se um centro comercial e industrial
cercado de loteamentos de média e baixa-renda sem planejamento e infra-estrutura
adequados, formando um meio ambiente deteriorado com acúmulo de lixo e riachos
servindo de vala negra (PREFEITURA MUNICIPAL DE ITABORAÍ, 2010).
O município de Itaboraí sofre atualmente o processo de instalação do Complexo
Petroquímico do Rio de Janeiro, considerado maior projeto individual da história da
Petrobrás de acordo com o Rima. Este projeto faz parte da atual política de
desenvolvimento do Brasil por meio do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC,
do qual fazem parte grandes empreendimentos que estão sendo instalados em todo o Brasil.
O PAC foi lançado no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com
continuidade pela atual presidente Dilma Rousseff.
A implantação do COMPERJ tem transformado a rotina da cidade com a construção
civil visivelmente em expansão, como se percebe ao passar pela principal avenida da
cidade.
4.2.2 Características demográficas e socioeconômicas
O município de Itaboraí, localizado na região Leste do Estado do Rio de Janeiro,
possui uma população de 218.008 habitantes em uma área de 430.373 Km², com uma
densidade demográfica de 506.56 hab/Km² (IBGE, 2010). No ano de 2010 o município
contava com 69.422 domicílios particulares permanentes, em 72 bairros e em 8 distritos
(IBGE, 2010).
35
Localiza-se a 22º44'40" de latitude sul e 42º51'34" de longitude oeste. Faz divisa
com os municípios de Guapimirim, Cachoeiras de Macacu, Tanguá, Maricá e São Gonçalo.
Apresenta uma distância de 45 km da capital do Estado e clima tropical (PREFEITURA
MUNICIPAL DE ITABORAÍ, 2010).
As estradas de acesso ao município são a BR 101 que liga à Região dos Lagos e ao
Norte Fluminense; a BR 493 (Rodovia Magé-Manilha) que liga ao complexo viário da BR
116 e; a RJ 116 que liga à Cachoeira de Macacu e Friburgo, região serrana do Estado.
(PREFEITURA MUNICIPAL DE ITABORAÍ, 2010).
Em termos de topografia, o município é plano em praticamente toda sua área e seus
morros raramente ultrapassam 50 metros. (PREFEITURA MUNICIPAL DE ITABORAÍ,
2010).
O PIB do município de Itaboraí no ano de 2009 foi de 2.013.344 (R$ mil) e o PIB
per capita foi de 8.792,05 reais (FUNDAÇÃO CEPERJ, 2011). Em 2010, segundo IBGE, o
PIB per capita foi de 10.025,62 reais.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do ano de 2000 foi de 0,737,
considerado um índice médio deixando o município em sexagésimo sexto no ranking do
estado do Rio de Janeiro (PNUD, 2003).
O índice de GINI, que mede o grau de concentração de renda, foi de 49,57% em
2010 (IBGE, 2010). A incidência de pobreza, que reflete o percentual de pessoas com renda
domiciliar per capita inferior a linha da pobreza foi de 59,43% em 2003. A quantidade de
pessoas vivendo em domicílios particulares ocupados em aglomerados subnormais foi de
1204 em 2010 (IBGE, 2010).
A população economicamente ativa no município contou com 88,8% da população
em 2010 (IBGE, 2010). Já o percentual do pessoal ocupado em atividade industrial de
transformação no ano de 2011 foi de 12% (IBGE, 2011). A quantidade de indústrias de
transformação em 2010 era de 287 unidades locais (IBGE, 2010).
Quanto ao emprego formal o percentual no município foi de 53,5% e a taxa de
desemprego foi de 49,1% em 2010 conforma mostra o último censo (IBGE, 2010).
O percentual de pessoas que vivem em domicílios urbanos foi de 98,81% como
apresentado no Censo 2010 do IBGE.
36
A cidade apresenta apenas 40,4% de seus domicílios particulares permanentes
ligados à rede geral de esgoto ou pluvial (IBGE, 2010).
No que tange ao abastecimento de água, 69,9% dos domicílios tem abastecimento
de água por poço dentro ou fora da propriedade e apenas 27% são ligados à rede geral de
abastecimento de água (IBGE, 2010).
Quanto à queima de lixo, o percentual de moradores em domicílios particulares
permanentes que declararam queimar lixo na propriedade em 2010 foi de 6,1% e o
percentual de moradores com acesso à coleta de lixo foi de 92,8% (IBGE, 2010).
No que se refere ao entorno, 64,7% da população moravam em áreas urbanas com
ordenamento regular sem arborização e 73,2% moravam em áreas sem pavimentação, no
ano de 2010 (IBGE, 2010).
A razão entre a frota total de automóveis e o número de habitantes para o ano de
2012 era de 0,17 de acordo com o IBGE.
Existem atualmente em Itaboraí quarenta escolas públicas, entre municipais e
estaduais, que atendem à faixa etária de 13 a 14 anos.
No ano de 2011 havia 3004 estudantes de 8º e 9º ano, que compreende essa faixa
etária, nas escolas municipais de Itaboraí.
O distrito de Manilha possui 12 escolas públicas com 8º e 9º ano, sendo 2 estaduais
e 10 municipais. No distrito de Itaboraí há 17 escolas com essas características, sendo 9
municipais e 8 estaduais. Nos distritos de Visconde, Cabuçu e Pachecos há 2 escolas em
cada um desses distritos, sendo 5 estaduais e uma municipal em Pachecos. Em Sambaetiba
e Porto das Caixas apenas uma escola em cada um deles, sendo uma municipal e outra
estadual respectivamente. Em Itambí há 4 escolas, sendo 2 estaduais e 2 municipais (Mapa
1).
37
Mapa 1: Mapa das escolas – Itaboraí/Rio de Janeiro.
Fonte: EIA. COMPERJ. 2007.
4.3 Análise dos dados
Foi utilizado banco de dados secundários referentes à aplicação do questionário
ISAAC fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde de Itaboraí. Os questionários foram
aplicados pelo setor de Vigilância em Saúde Ambiental e do Trabalhador da referida
secretaria em parceria com o Plano de Monitoramento Epidemiológico da Área de
Influência do COMPERJ da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca – ENSP, da
Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ.
A aplicação do questionário pela Vigilância em Saúde Ambiental e do Trabalhador
ocorreu nos meses de abril, setembro, outubro e novembro de 2012. A digitação dos
questionários foi realizada pela equipe do Plano de Monitoramento Epidemiológico da
38
Área de Influência do COMPERJ nos meses de dezembro de 2012 e janeiro e fevereiro de
2013.
A atividade de aplicação dos questionários foi desenvolvida buscando atingir todos
os adolescentes de 13 e 14 anos de 25 escolas públicas da cidade de Itaboraí, segundo o
setor de Vigilância em Saúde Ambiental e do Trabalhador do município. Foram excluídas
todas as escolas privadas. Portanto, o banco de dados se caracteriza por uma amostra dos
adolescentes de 13 a 14 anos e não de toda população desta faixa etária.
A equipe que aplicou o questionário buscou atingir uma amostra representativa de
todos os distritos, para isso selecionou algumas escolas considerando a distância umas das
outras e o maior número de estudantes nesta faixa etária. Isso foi realizado nos distritos de
Manilha e Itaboraí (Centro), que são os que possuem maior número de escolas e de
estudantes na faixa etária contemplada no estudo. Já nos outros distritos, que são menores,
possuem poucas escolas e poucos estudantes na faixa etária, foram atingidas todas as
escolas buscando abranger todos os estudantes desta faixa etária que estudam em cada
distrito.
Por se tratar de um estudo que utilizou dados secundários cedidos pela Secretaria
Municipal de Saúde de Itaboraí, não foram obtidos registros do quantitativo de
questionários aplicados que não foram devolvidos para que fossem digitados, o que
caracterizaria a perda. Porém, calculando-se o percentual da amostra pelo quantitativo de
adolescentes nessa faixa etária no município (7.915) segundo IBGE (Censo 2010), a
amostra corresponde a 27% da população nesta faixa etária no município de Itaboraí. Além
disso, o quantitativo de questionários respondidos se aproxima do valor preconizado pelo
protocolo ISAAC de 3.000 questionários para cidades de todos os tamanhos e populações.
4.3.1 Variáveis estudadas
As variáveis estudadas no que tange aos questionários foram: sexo, localização da
escola, ocorrência e gravidade da asma, além de outros sintomas respiratórios.
39
No que se refere à ocorrência de asma foram considerados asmáticos aqueles
estudantes que responderam de forma afirmativa a questão 6 – Q6 (presença de chiado nos
últimos 12 meses), por ser essa a questão de maior sensibilidade e especificidade como
demonstrado em estudo desenvolvido por SOLÉ et al, (1998).
Para o critério de asma grave foi considerada a resposta afirmativa a questão 9 – Q9
(presença de chiado forte impedindo-o de falar mais que duas palavras seguidas) (SOLÉ et
al, 1998).
Foi utilizada estatística descritiva apresentando-se as variáveis estudadas na
frequência absoluta e relativa. Foram calculados os sintomas de asma de acordo com
gênero e idade (13 e 14 anos).
4.3 2 Análise da distribuição geográfica dos sintomas respiratórios por escola
Por meio do software ARCGIS® versão 10.0 foi utilizada a ferramenta Moran
Local I para agrupar os bairros do município em clusters com base no quantitativo de
questionários ISAAC respondidos por escola, considerando o endereço de localização das
escolas. Essa ferramenta utiliza-se de uma estatística espacial para estimar autocorrelação
espacial baseando-se em valores de atributos do banco de dados. A autocorrelação espacial
Moran Local I trabalha com cinco valores, a saber: Índice do Moran I, índice esperado,
variância, z-score e p-valor.
Dado um conjunto e um atributo associado, a ferramenta avalia se o padrão
expresso é agrupado, disperso ou aleatório. Quando o z-score ou o p-valor indica
significância estatística, um valor positivo para Índice de Moran I indica tendência de
agrupamento, enquanto um valor negativo indica tendência de dispersão.
A ferramenta Moran Local I calcula um z-score e p-valor para indicar se deve ou
não rejeitar a hipótese nula de que os valores são distribuídos aleatoriamente em toda a área
de estudo.
Neste estudo, foi utilizado o conjunto das escolas e como atributo o quantitativo de
questionários aplicados por escola. Através dos resultados apresentados pelo teste do
Moran Local I agrupou-se os bairros e por consequência as escolas deste estudo em 2
40
clusters. Foi utilizada imagem de satélite do município disponível no Google Earth para o
ano de 2010 buscando adequar a divisão de cluster de acordo com o uso de ocupação do
solo, resultando num agrupamento dos bairros do município em três unidades de análise,
chamadas de cluster 1, 2 e 3.
Utilizou-se o teste do qui-quadrado (χ2) para comparar diferenças de proporções
entre os clusters, ao nível de significância de 5%. Este teste é usado para comparar a
distribuição de diversos acontecimentos em diferentes amostras, a fim de avaliar se as
proporções observadas destes eventos mostram ou não diferenças significativas ou se as
amostras diferem significativamente quanto às proporções desses acontecimentos.
4.3.3 Análise da distribuição geográfica dos sintomas respiratórios segundo
concentração espacial das fontes de emissão de poluentes atmosféricos
Como já foi dito anteriormente, não há dados disponíveis publicamente quanto aos
níveis de poluentes atmosféricos no município de Itaboraí. Portanto, para fins deste estudo
foram analisados os clusters buscando caracteriza-los por potencial de emissão de poluentes
atmosféricos.
Foi utilizado um mapa multicritério elaborado pelo Laboratório de Monitoramento
Epidemiológico de Grandes Projetos em Desenvolvimento (LabMep)/ENSP/FIOCRUZ.
O mapa multicritério foi construído utilizando-se álgebra de mapa por meio da
ferramenta Weighted Overlay, do software ARCGIS®, versão 10.0.
Deve-se determinar um peso, em percentual, para cada critério, totalizando 100% na
soma dos pesos de todos os critérios. Cada critério utilizado sofre a distribuição de sua
amostra em categorias e é atribuída uma pontuação para cada categoria. Essa pontuação é
multiplicada pelo peso que foi atribuído a cada critério utilizado. Assim, a ferramenta gera
o mapa multicritério por meio de uma ponderação das pontuações e pesos. A figura 1,
usada como exemplo, retrata esta metodologia utilizada para outro estudo. Nesta figura,
cada critério foi dividido em 9 categorias que receberam pontuação de 1 a 9 e para os dois
primeiros critérios foi atribuído peso de 30% e para os dois últimos de 20%.
41
Figura 1: esquema explicativo – método para mapa multicritério
Fonte: ZAPATA-CALDAS, 2009.
O LabMep utilizou como critérios, para caracterização das áreas potenciais para
maior concentração de fontes de emissão de poluentes em Itaboraí, as indústrias de
cerâmica, a densidade de vias e a densidade de pavimentação.
A densidade de vias foi utilizada com o objetivo de observar regiões intramunicipais
com maior potencial de circulação de veículos automotores. Seguindo este mesmo
raciocínio, a densidade de pavimentação foi utilizada para observar regiões com maior
potencial de emissão de material particulado causado pelo trajeto de veículos por essas vias
não pavimentadas.
O primeiro mapa construído e utilizado pelo LabMep foi de localização das
indústrias de cerâmica no município, elaborado por meio de trabalho de campo realizado
pela equipe com visitas ao município para o georreferenciamento dessas indústrias
utilizando aparelho de GPS. A quantidade de indústrias de cerâmica foram contadas para
cada cluster e os valores distribuídos em 5 categorias de tamanho equivalente, sendo
atribuída uma pontuação de 1 a 5 para essas categorias, sendo 1 ponto atribuído a categoria
de menor quantidade dessas indústrias e 5 pontos atribuídos a categoria de maior
quantidade das mesmas.
42
O segundo mapa foi o de densidade de pavimentação, construído com base no
Censo 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), onde foi
utilizado o “Arquivo Entorno – 01”, em suas variáveis “V001 – domicílios particulares
permanentes”, “V014 – domicílios particulares permanentes próprios – Existe
pavimentação”, “V016 – domicílios particulares permanentes alugados – Existe
pavimentação”, “V018 – domicílios particulares permanentes cedidos – Existe
pavimentação”. Utilizou-se a fórmula abaixo para determinar a densidade de pavimentação
para cada setor censitário:
O percentual de domicílios com pavimentação foi determinado para cada setor
censitário e depois agrupados em clusters, sendo os valores distribuídos em 5 categorias de
tamanhos iguais. Essas categorias receberam uma pontuação de 1 a 5, sendo 1 ponto
correspondente a categoria de maior quantidade de pavimentação e 5 pontos
correspondentes a categoria de menor quantidade de pavimentação.
O terceiro mapa utilizado para confecção do mapa multicritério, também elaborado
pelo LabMep, foi o de densidade de vias. O LabMep utilizou a base de arruamento do
município de Itaboraí, elaborada pela DIGIBASE e utilizada também pelo Google. Essa
base foi atualizada pela equipe LabMep e usada na fórmula a seguir:
Os valores foram distribuídos em 5 categorias de intervalos iguais e receberam
pontuação de 1 a 5 pontos, sendo 1 ponto atribuído a categoria com menor densidade de
vias e 5 pontos atribuídos a categoria de maior densidade de vias.
Cada critério utilizado, sendo eles quantidade de olarias, densidade de pavimentação
e densidade de vias, recebeu o mesmo peso para confecção do mapa multicritério.
Densidade de pavimentação = V014 + V016 + V018 x 100 V001
Densidade de vias = Metros de vias no cluster (metros) Área útil do cluster (Km2)
43
4.3.4 Análise da distribuição geográfica dos sintomas respiratórios segundo população
Foi construído também um mapa com base na população da cidade de Itaboraí
segundo o Censo de 2010 do IBGE. A população de cada setor censitário foi somada de
forma a alcançar o número de habitantes de cada cluster.
4.3.5 Softwares utilizados
Para digitação dos questionários ISAAC foi utilizado o software ACCESS®. Para a
descrição estatística do banco de dados dos questionários foi utilizado o software SPSS®
versão 19. Para análise por clusters e construção dos mapas para análise espacial da
distribuição dos sintomas da asma e das fontes de emissão de poluentes atmosféricos no
município de Itaboraí, foi utilizado o software ARCGIS®, versão 10.0.
4.4 Aspectos éticos
Após autorização e liberação da Secretaria de Saúde de Itaboraí, o projeto foi
submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz, sob nº do CAAE
08330112.0.0000.5240, que emitiu parecer em 07 de novembro de 2012, aprovando a
utilização dos questionários respondidos pelos adolescentes para o desenvolvimento do
estudo (anexo 2).
44
5. RESULTADOS
5.1 Descrição do banco de dados – Questionário ISAAC
O banco de dados foi composto por todos os questionários entregues totalizando
2.479 questionários.
Os questionários aplicados na faixa etária de 13 a 14 anos que correspondiam a
44,2% e 41,5% deste quantitativo respectivamente, totalizando 2.124 questionários
(85,7%), com data de preenchimento de abril a novembro de 2012.
Dos 2.124 questionários, 8 deles foram invalidados por não terem preenchimento
em nenhuma das questões sobre sintomas respiratórios. Dessa forma, para análise descritiva
serão utilizados 2116 questionários distribuídos em 25 escolas públicas conforme tabela
abaixo.
No que se refere aos meses de aplicação dos questionários, um pequeno número foi
aplicado no mês de maio de 2012, sendo 93,2% deles aplicados nos meses de setembro,
outubro e novembro de 2012.
45
Tabela 3: Frequência absoluta e relativa dos questionários por escola, Itaboraí, 2012.
Código atribuído à escola Frequência absoluta
(N) Frequência relativa
(%)
ESC01 3 0,1
ESC02 93 4,4
ESC03 69 3,3
ESC04 94 4,4
ESC05 124 5,9
ESC06 226 10,7
ESC07 92 4,3
ESC08 161 7,6
ESC09 100 4,7
ESC10 67 3,2
ESC11 102 4,8
ESC12 98 4,6
ESC13 28 1,3
ESC14 106 5
ESC16 128 6
ESC17 85 4
ESC18 8 0,4
ESC19 34 1,6
ESC22 71 3,4
ESC23 93 4,4
ESC26 86 4,1
ESC27 45 2,1
ESC28 14 0,7
ESC29 154 7,3
ESC30 35 1,7
Total 2116 100 Fonte: Secretaria Municipal de Saúde - Banco de dados - Questionário ISAAC Itaboraí, 2012.
46
Tabela 4: Descrição dos escolares de 13 e 14 anos que responderam o questionário ISAAC, Itaboraí, 2012 (n = 2116)
Idade Frequência Percentual 13 anos 1092 51,6 14 anos 1024 48,4
Sexo Masculino 953 45,0 Feminino 1163 55,0
Tipo de escola Municipal 1588 75,0 Estadual 528 25,0
Horário
Matutino 1442 68,1
Vespertino 674 31,9 Ano escolar
2º ano 1 0,0 3º ano 1 0,0 4º ano 11 0,5 5º ano 117 5,5 6º ano 399 18,9 7º ano 660 31,2 8º ano 697 32,9 9º ano 228 10,8 1º ano - Ensino Médio 2 0,1 Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Itaboraí - Banco de dados - Questionário ISAAC, 2012.
De um total de 2116 questionários, 953 (45%) eram do sexo masculino e 1163
(55%) do sexo feminino. Sendo 1092 (51,6%) de adolescentes de 13 anos e 1024 (48,4%)
de 14 anos (Tabela 4).
Os adolescentes de 13 a 14 anos que responderam o questionário ISAAC estudavam
em 25 escolas públicas localizadas no município de Itaboraí, sendo 25% (528) em escolas
estaduais e 75% (1588) em escolas municipais (Tabela 4). Os adolescentes moravam em 63
bairros da cidade, sendo que 1,0% deles residiam em municípios vizinhos e apenas um
questionário não identificava o local de residência do aluno.
No que se refere ao horário, 68,1% (1442) dos adolescentes frequentaram a escola
no turno da manhã, enquanto 31,9% (674) frequentaram no horário da tarde (Tabela 4).
47
Tabela 5: Frequência absoluta e relativa dos sintomas respiratórios em escolares de 13 e 14 anos, Itaboraí, 2012 (n = 2116). Q5 - Alguma vez você teve chiado no peito? Frequência Percentual Sim 676 31,9 Não 1202 56,8 Não sabe/não lembra 233 11,0 Não respondeu 5 0,2 Q6 - Nos últimos 12 meses você teve chiado no peito? Sim 377 17,8 Não 1207 57,0 Não sabe/não lembra 481 22,7 Não respondeu 51 2,4 Q7 - Nos últimos 12 meses quantas crises de chiado no peito você teve? Nenhuma 1165 55,1 1 a 3 404 19,1 4 a 12 55 2,6 Mais de 12 9 0,4 Não respondeu 483 22,8 Q8 - Nos últimos 12 meses, com que frequência você teve o sono perturbado por chiado no peito? Nunca 1332 62,9 Menos de uma noite/semana 222 10,5 Uma ou mais noites/semana 87 4,1 Não respondeu 475 22,4 Q9 - Nos últimos 12 meses, o chiado foi tão forte a ponto de impedir que você conseguisse dizer mais de 2 palavras entre cada respiração? Sim 120 5,7 Não 1385 65,5 Não sabe/não lembra 556 26,3 Não respondeu 55 2,6 Q10 - Alguma vez você teve asma? Sim 174 8,2 Não 1750 82,7 Não sabe/não lembra 190 9,0 Não respondeu 2 0,1 Q11 - Nos últimos 12 meses, você teve chiado no peito após alguma atividade física, como correr, jogar futebol, etc.? Sim 604 28,5 Não 1326 62,7 Não sabe/não lembra 182 8,6 Não respondeu 4 0,2 Q12 - Nos últimos 12 meses, você teve tosse seca à noite sem estar gripado ou com infecção respiratória? Sim 799 37,8 Não 1137 53,7 Não sabe/não lembra 178 8,4 Não respondeu 2 0,1 Excluindo-se os não respondidos Q5 = 32,0% de respostas Sim Excluindo-se os não respondidos Q9 = 5,8% de respostas Sim Excluindo-se os não respondidos Q6 = 18,2% de respostas Sim Excluindo-se os não respondidos Q10 = 8,2% de respostas Sim Excluindo-se os não respondidos Q7 = 71,3% de respostas Nenhuma Excluindo-se os não respondidos Q11 = 28,6% de respostas Sim Excluindo-se os não respondidos Q8 = 81,2% de respostas Nunca Excluindo-se os não respondidos Q12 = 37,8% de respostas Sim Fonte: Secretaria Municipal de Saúde - Banco de dados - Questionário ISAAC Itaboraí, 2012.
48
Quanto as variáveis que se referem aos sintomas respiratórios, os resultados são
apresentados na tabela 5.
O percentual de resposta afirmativa ao chiado no peito alguma vez na vida foi de
31,9% (676).
A resposta afirmativa ao chiado nos últimos 12 meses, que corresponde à
prevalência asma atual, foi de 17,8% (377). Já o percentual de resposta afirmativa ao
chiado forte impedindo de falar mais que duas palavras seguidas, que corresponde a
prevalência de asma grave, foi de 5,7% (120).
No que se refere ao quantitativo de crises de chiado no peito nos últimos 12 meses,
55,1% (1165) dos adolescentes responderam “nenhuma”, enquanto 19,1% (404), 2,6% (55)
e 0,4% (9) responderam que tiveram de 1 a 3 crises, de 4 a 12 crises e mais de 12 crises
respectivamente.
Quanto ao sono perturbado por chiado no peito nos últimos 12 meses, 62,9% (1332)
afirmaram que nunca tiveram, 10,5% (222) responderam que menos de uma noite por
semana e 4,1% (87) responderam que mais de uma noite por semana.
Na questão “Alguma vez na vida você teve asma?”, que representa a prevalência de
diagnóstico de asma, 8,2% (174) responderam afirmativamente a essa questão.
O percentual de chiado após atividade física foi de 28,5% (604) e o percentual de
tosse seca à noite sem estar gripado ou com infecção respiratória foi de 37,8% (799), ambas
as questões referentes aos últimos 12 meses.
No gráfico 1 encontram-se frequências relativas dos sintomas respiratórios por
gênero.
49
Gráfico 1: Frequência relativa dos sintomas respiratórios segundo gênero dos escolares, Itaboraí, 2012.
Fonte: Banco de dados - Questionário ISAAC Itaboraí, 2012.
Para as variáveis “Fala alterada por crise de chiado” e “Asma alguma vez na vida”
não houve diferença quanto a idade do escolar.
Para “Chiado alguma vez na vida” e “Chiado nos últimos 12 meses” a frequência
foi maior em escolares de 13 anos. Já no que se refere as variáveis “Chiado após atividade
física” e “Tosse seca noturna sem infecção” a frequência foi maior em escolares de 14 anos.
Quanto a variável sexo, apenas “Asma alguma vez na vida” foi mais frequente entre
escolares do sexo masculino. As demais variáveis apresentaram maior frequência entre
escolares do sexo feminino.
5.2 Análise de clusters das escolas
Neste estudo, foi utilizado o conjunto das escolas e como atributo o quantitativo de
questionários aplicados por escola. O Moran Local I agrupou as escolas em 2 clusters, o
cluster A e B. Os bairros que compõem o cluster A, apresentam uma correlação Alto-Alto
50
(High-high), o que indica bairros com elevados valores para a variável de interesse sendo
vizinhos de bairros com elevados valores para a mesma.
O cluster B foi composto por bairros onde estão localizadas escolas com variada
quantidade de questionários respondidos, não apresentando correlação espacial significante
como o cluster A. Assim, foi necessário utilizar outra metodologia para analisar de forma
mais adequada os bairros do cluster B. Neste caso, usando como critério o uso e ocupação
do solo, os bairros do cluster B foram reagrupados formando dois clusters. Assim, por meio
da visualização da imagem do município por satélite disponível no Google Earth do ano de
2010, os bairros pertencentes ao cluster B que apresentavam maior uso e ocupação do solo
foram agrupados no mesmo cluster, formando o cluster 2. Já os de menor uso e ocupação
do solo, foram caracterizados como cluster 3.
Na visualização dos bairros do cluster A pela imagem do satélite, identifica-se que
os bairros que o compõem são os de maior uso e ocupação do solo do município de
Itaboraí. Este cluster passou a ser chamado de cluster 1.
Assim sendo, o resultado apresentado na tabela 6 a seguir caracteriza os três grupos
de análise para este estudo, chamados de cluster 1, 2 e 3.
O cluster 1 compõe-se de 12 escolas totalizando 1406 questionários, sendo
caracterizado como o cluster com maior número de escolas e questionários. Os clusters 2 e
3 foram constituídos com 8 e 5 escolas respectivamente. O cluster 2 apresenta 326
questionários respondidos, já o cluster 3 conta com 384 deles.
51
Tabela 6: distribuição das escolas por cluster, Itaboraí, 2012. Código da escola Nº de questionários
Cluster 1
ESC02 93
ESC04 94
ESC05 124
ESC06 226
ESC07 92
ESC08 161
ESC09 100
ESC12 98
ESC17 85
ESC23 93
ESC26 86
ESC29 154
Total 1406
Cluster 2
ESC03 69
ESC10 67
ESC13 28
ESC18 8
ESC19 34
ESC22 71
ESC28 14
ESC30 35
Total 326
Cluster 3
ESC01 3
ESC11 102
ESC14 106
ESC16 128
ESC27 45
Total 384 Fonte: Secretaria Municipal de Saúde - Banco de dados – Questionário ISAAC, Itaboraí, 2012.
A partir do agrupamento nos 3 clusters, foi possível obter um denominador com a
soma do quantitativo de questionários por cluster e dessa forma calcular a frequência
relativa dos sintomas respiratórios por cluster, apresentados na tabela 7. Para esse cálculo,
foram subtraídas as perdas caracterizadas pelos questionários que continham respostas
nulas para cada questão.
52
Tabela 7: Frequência relativa e absoluta dos sintomas respiratórios por cluster, Itaboraí, 2012.
Cluster χ2 p-valor 1 2 3
Chiado alguma vez na vida (%) 38,8 29,9 30,5
14,368 0,006 Sim 485 88 103
N 1406 326 384
Perda 155 32 46
Chiado nos últimos 12 meses (%) 24,2 19,7 21,4
7,760 0,101 Sim 266 47 64
N 1406 326 384
Perda 308 88 85
Fala alterada por crise de chiado (%) 8,6 7,0 5,3
13,132 0,011 Sim 88 16 16
N 1406 326 384
Perda 378 96 82
Asma alguma vez na vida (%) 9,9 6,6 7,9
7,200 0,126 Sim 126 20 28
N 1406 326 384
Perda 137 23 30
Chiado após atividade física (%) 33,3 23,0 30,9
13,701 0,008 Sim 425 69 110
N 1406 326 384
Perda 128 26 28
Tosse seca noturna sem infecção (%) 42,7 34,5 41,5
8,536 0,074 Sim 548 105 146
N 1406 326 384
Perda 124 22 32 Fonte: Secretaria Municipal de saúde - Banco de dados – Questionários ISAAC Itaboraí, 2012.
A prevalência de asma (“chiado nos últimos 12 meses”) entre os estudantes do
cluster 1 foi de 24,2%, do cluster 3 com 21,4% e do cluster 2 com 19,7%; sem diferença
entre os clusters (χ2= 7,760; p=0,101).
Quanto a gravidade da asma (“fala alterada por crise de chiado”), o cluster 1
apresentou maior gravidade da doença (8,6%) entre os adolescentes, seguido do cluster 2
(7,0%) e do cluster 3 (5,3%) (χ2= 13,132; p=0,011).
53
A proporção de “chiado alguma vez na vida” foi maior no cluster 1 (38,8%), o
cluster 3 apresentou a segunda maior proporção quanto a este sintoma (30,5%), ficando o
cluster 2 com a menor proporção (29,9%) (χ2= 14,368; p=0,006).
Quanto ao sintoma “asma alguma vez na vida”, não houve diferença
estatisticamente significante entre os três clusters (χ2= 7,200; p=0,126).
Para “chiado após atividade física”, houve diferença estatisticamente significante
entre os três clusters, com 33,3% para o cluster 1, 30,9% para o cluster 3 e 23,0% para o
cluster 2 (χ2= 13,701; p=0,008).
Quanto ao sintoma “tosse seca noturna sem infecção”, não houve diferença
estatisticamente significante entre os clusters 1 (42,7%), 2 (34,5%) e 3 (41,5%) (χ2= 8,536;
p=0,074).
Observa-se que o cluster 1 apresentou maior frequência relativa para todos os
sintomas respiratórios do questionário ISAAC, estatisticamente significantes para os
sintomas “chiado alguma vez na vida” (χ2= 14,368; p=0,006), “fala alterada por crise de
chiado” (χ2= 13,132; p=0,011) e “chiado após atividade física” (χ2= 13,701; p=0,008).
Comparando-se o cluster 2 com o 3 identificamos que o cluster 2 apresentou maior
frequência relativa apenas para o sintoma “fala alterada por crise de chiado”.
Assim sendo, o cluster 1 se apresenta como o mais crítico para presença de sintomas
respiratórios, pois nele encontram-se as maiores frequências dos sintomas.
Seguindo o cluster 1, o cluster 3 é o que apresenta maior frequência de quase todos
os sintomas questionados no ISAAC.
Porém, no cluster 2, está a maior frequência para o sintoma de gravidade de asma
“fala alterada por crise de chiado”, quando comparado ao cluster 3.
54
5.3 Análise espacial da distribuição dos sintomas de asma por cluster em relação à distribuição espacial das fontes de emissão de poluentes atmosféricos em Itaboraí
Ao observar a localização espacial dos clusters na cidade de Itaboraí (mapa 2),
percebe-se que no cluster 1 estão os bairros de Itaboraí (Centro), Outeiro das Pedras, Rio
Várzea, Ampliação, Quissamã, Jardim Imperial, Nova Cidade, Areal e Santo Expedito, no
distrito de Itaboraí; os bairros de Porto das Caixas e João Caetano, nos distritos de Porto
das Caixas e Itambi respectivamente; os bairros de Aldeia da Prata, Apolo II, Vila Brasil,
Novo Horizonte, Monte Verde e Santo Antônio, no distrito de Manilha.
No cluster 2 estão quase todos os bairros do distrito de Itambí, a saber: Itambi,
Grande Rio, Jardim Itambi, Centro Itambi, Morada do Sol I, Gebara; No distrito de Porto
das Caixas, contempla os bairros de Nossa Senhora da Conceição e Porto das Caixas, onde
está localizado o COMPERJ; no distrito Itaboraí, os bairros de Vila Rica, Engenho Velho,
Chácaras Iguá, Colônia, Venda Das Pedras, Bela Vista, Pitanga, Retiro São Joaquim,
Nancilândia, Joaquim de Oliveira, Retiro, City Areal, Sossego e Jardim Ferma; no distrito
de Cabuçu, estão incluídos os bairros de Cabuçu Centro, Curuzu e São José; em Pachecos,
os bairros de Pachecos Centro e Granjas Mirassol; em Sambaetiba, os bairros de Agro
Brasil, Parque Nova Friburgo e Quinta dos Colibris; em Manilha, os bairros de Marambaia;
no distrito de Visconde, os bairros de Itamarati, Maravilha e Village do Sol. Assim, o
cluster 2 quase que inteiramente está localizado ao norte da principal estrada que atravessa
a cidade, a BR101, incluindo ao sul apenas alguns bairros.
Já o cluster 3 abrange os bairros de Esperança, Itaville, Picos, São Sebastião,
Calundu, Caluge, Badureco e São Miguel, no distrito de Itaboraí; Sapê, Três Pontes, Vila
Gabriela, Manilha Centro e Granjas Cabuçu, no distrito de Manilha; Vila Visconde,
Visconde de Itaboraí e Visconde Centro, no distrito de Visconde; Morada Do Sol II e
Parque Aurora, em Itambí; Alto do Jacu, Chácaras Bela Vista, Sambaetiba Centro,
Sambaetiba, no distrito de Sambaetiba; Cabuçu, Recanto dos Magalhães e Vila Verde, no
distrito de Cabuçu; Perobas e Pachecos, no distrito de Pachecos.
No que se refere a prevalência dos sintomas de asma (mapa 5), o cluster 1 é o que
apresenta maior prevalência, seguido do cluster 3 e por fim do cluster 2.
55
No que tange a gravidade dos sintomas de asma, o cluster 1 é o que apresenta maior
gravidade, ficando em segundo lugar o cluster 2 e em terceiro o cluster 3.
Quanto a localização de fontes de emissão de poluentes atmosféricos (mapa 3, 4 e 7)
e a densidade populacional por cluster (mapa 8), podemos observar que o cluster 1 está em
primeiro lugar para esses dois critérios, apresentando maior potencial para essas emissões e
a maior concentração populacional por área, seguido pelo cluster 2 pelo cluster 3.
Assim sendo, o cluster 1 reúne o maior quantitativo de fontes de emissão de
poluentes atmosféricos, a maior prevalência de sintomas de asma, a maior gravidade de
asma e a maior concentração populacional por área.
Seguindo o cluster 1, o cluster 2 é o segundo que reúne a maioria dos critérios
analisados e descritos acima, com exceção apenas para a prevalência dos sintomas de asma,
que foi maior no cluster 3 do que no 2.
56
MAPA 2: Distribuição de escolas e bairros por cluster, Itaboraí, Rio de Janeiro.
57
Mapa 3: Distribuição das indústrias de cerâmica, bairros por cluster, Itaboraí, Rio de
Janeiro.
58
Mapa 4: Distribuição do arruamento e bairros por cluster, Itaboraí, Rio de Janeiro.
59
MAPA 5: Prevalência dos sintomas de asma por cluster, Itaboraí, Rio de Janeiro.
60
MAPA 6: Gravidade dos sintomas de asma por cluster, Itaboraí, Rio de Janeiro.
61
MAPA 7: Potencial de emissão de poluentes atmosféricos – Concentração de fontes poluidoras por cluster.
62
MAPA 8: Número de habitantes residentes por cluster, Itaboraí, Rio de Janeiro.
63
6. DISCUSSÃO
O presente estudo analisou 2116 questionários respondidos por adolescentes de 13 e
14 anos e identificou uma prevalência de asma (“chiado nos últimos 12 meses”) de 17,8%,
mesmo valor encontrado em estudo realizado, por Alvim et al (2009), em Belo Horizonte
(Minas Gerais) empregando o protocolo ISAAC com 3088 adolescentes na mesma faixa
etária. Este estudo mostrou valores superiores de prevalência e gravidade (5,7%) aos
encontrados em outros estudos realizados com a mesma faixa etária em algumas cidades
brasileiras como Seropédica (Rio de Janeiro), Montes Claros (Minas Gerais), Taubaté (São
Paulo), Tangará da Serra (Mato Grosso) São Luís do Maranhão (Maranhão), Tubarão e
Capivari de Baixo (Santa Catarina).
Na cidade de Seropédica, em um estudo realizado por Rios et al (2004), a
prevalência identificada foi de 15% após análise de 1.080 questionários, já a gravidade foi
de 4,3%.
Em Montes Claros, foram analisados, por Maia et al (2004), 3.770 questionários
ISAAC e identificada uma prevalência de 15,8% e uma gravidade de 3,2%.
Na cidade de Taubaté, a prevalência encontrada por Toledo et al (2011) foi de
15,3% analisando-se 920 questionários.
Em Tangará da Serra, estudo realizado por Rosa et al (2009) com 1.728
adolescentes mostrou uma prevalência de 15,9% de asma e gravidade de 3,0%.
Estudo realizado com 3.079 adolescentes em São Luís do Maranhão por Lima et al
(2012) identificou prevalência de 12,7% e gravidade de 3,9%.
Tubarão e Capivari de Baixo apresentaram juntos uma prevalência de 11,8% e
gravidade de 3,7% em estudo com 1.870 adolescentes, realizado por Breda et al (2009).
Em contrapartida, foi observado que a prevalência encontrada neste estudo foi
inferior a prevalência encontrada em Duque de Caxias (Rio de Janeiro) por Rios et al
(2004), Santo André (São Paulo) por Wandalsen et al (2009) e Recife (Pernambuco) por
Brito et al (2004), com 19,0%, 23,2% e 19,1% respectivamente. Porém, a gravidade
encontrada em Itaboraí foi superior à identificada em Recife (4%).
64
A prevalência da asma em Itaboraí (17,8%) ficou abaixo da média verificada por
outros autores para as cidades brasileiras (19,0%), com variação de 11,8% em Nova Iguaçu
(Rio de Janeiro) a 30,5% em Vitória da Conquista (Bahia), como demonstrado por Solé et
al (2006) em levantamento de estudos que utilizaram o ISAAC.
Porém, para a gravidade da doença, Itaboraí (5,7%) ficou acima da média
apresentada para as cidades brasileiras (4,7%), com variação de 2,6% em Itajaí (Santa
Catarina) a 9,1% em Vitória da Conquista (Bahia) (SOLÉ et al, 2006).
Conforme revisão sistemática realizada por Patel et al (2008), na fase I do ISAAC
do mundo, a maior prevalência de asma foi demonstrada no Reino Unido (32,2%) em
adolescentes de 13 e 14 anos, no período de 1994 a 1995. Esta revisão mostrou a
prevalência de asma em diversos países, encontrando estudos que mostraram valores de
26,1% na Carolina do Norte (Estados Unidos da América), de 1999 a 2000; 30.6% e 24.0%,
nas cidades de Hamilton e Saskatoon, respectivamente, no Canadá; 17.9% em Israel; 16.1%
no Kuwait; 16.0% em Malta; 30.2% foram observados na Nova Zelândia entre 1992 e 1993
(PATEL et al, 2008).
Na fase III do ISAAC no mundo, foram demonstradas prevalências, para a faixa
etária de 13 e 14 anos, de 14,4% na Europa Ocidental, 17,4% na Oceania, 21,6% na
América do Norte, 15,9% na América Latina, 9,3% no Mediterrâneo Oriental, 14,0% na
África, como levantado por Mallol et al (2013) em sua síntese global do ISAAC fase III.
Além de fatores genéticos, os fatores ambientais das cidades estudadas,
possivelmente são responsáveis pela variação demonstrada quanto aos valores de
prevalência e gravidade da asma.
Algumas características do município de Itaboraí e região podem ter contribuído
para a prevalência e gravidade da asma encontradas na cidade, como o grande número de
indústrias de cerâmica, o déficit de pavimentação das ruas, a quantidade de estradas que
cortam o município, o volume do tráfego de veículos, a construção civil atualmente em alta
na cidade, o clima, a direção dos ventos, a umidade, dentre outros.
Neste estudo foram consideradas as influências indiretas da instalação do
COMPERJ no município, que abrangem o aumento na circulação de pessoas e veículos. Os
impactos diretos, como a emissão de poluentes atmosféricos pelo próprio COMPERJ, ainda
65
não ocorrem devido ao empreendimento ainda estar na fase de construção e não de
funcionamento.
A falta do conhecimento disponível publicamente sobre os níveis de poluentes
atmosféricos em Itaboraí dificultam a realização de estudos que possam associar esses
poluentes a questão da asma no município.
A média brasileira para asma diagnosticada por médico identificada pela questão
“Alguma vez você teve asma?” foi de 13,6%, enquanto Itaboraí mostrou 8,2% para esta
variável. O subdiagnóstico de asma pode ser atribuído a critérios diagnósticos, questões
culturais como a aceitação da doença, percepção da gravidade dos sintomas, qualidade dos
serviços e dos registros, dificuldade de acesso a atendimento médico e aos serviços de
saúde e baixa sensibilização dos profissionais na identificação de casos, como afirma Rosa
et al (2009).
Observa-se que em Itaboraí, a prevalência de asma foi maior no gênero feminino
com 21,1% contra 13,9% no gênero masculino. Outros estudos realizados em todo o
mundo, utilizando o protocolo ISAAC, também encontraram prevalência maior no gênero
feminino para essa faixa etária, como observado por Mallol et al (2013), que publicou uma
síntese global do ISAAC fase III no mundo.
Enquanto para crianças, a prevalência costuma ser maior no gênero masculino,
como demonstrado em estudos também da fase III (MALLOL et al, 2013).
Apesar do questionário ISAAC fazer parte de um protocolo internacional e ser
validado no Brasil, limites como a memória para relembrar os sintomas, desconhecimento
sobre a doença, dificuldade quanto ao diagnóstico e acesso ao tratamento, o fato de chiado
ser um sintoma sensível para asma, porém, poder se apresentar em outras situações de
saúde, dentre outros, podem interferir nas respostas dadas ao questionário ISAAC.
No que tange a análise intramunicipal, o cluster 1 reuniu o maior potencial em
emissão de poluentes atmosféricos, a maior prevalência de asma e a maior gravidade de
asma. O cluster 2 reuniu a segunda área com maior potencial para emissão de poluentes
atmosféricos e a segunda maior gravidade. A prevalência foi menor no cluster 2 quando
comparado ao cluster 3, que apresentou menor potencial para emissão de poluentes
66
atmosféricos e a menor gravidade de sintomas de asma. Porém, a diferença na prevalência
da asma não apresentou significância estatística (χ2= 7,760; p=0,101).
É possível que no cluster 1 os níveis de poluentes atmosféricos sejam mais
elevados, pois a área foi caracterizada como a que apresenta maior potencial para emissão
dos mesmos, considerando os critérios estabelecidos.
Tratando-se de uma área caracterizada como centro urbano do município, os bairro
de Itaboraí (Centro) e de Manilha agrupados no cluster 1 possivelmente abriga a circulação
de maior frota veicular, pois é onde está localizada a maior densidade de vias. É possível
que com a instalação do COMPERJ tenha aumentado frota circulante de veículos, que
mesmo não estando licenciados como veículos de moradores ou empresas do município,
circulam diariamente por essa área. Trata-se principalmente de veículos movidos à diesel,
que são responsáveis por levar e trazer trabalhadores do COMPERJ, além dos veículos
menores, de outras empresas e outros moradores que se instalam na região pela atração do
grande empreendimento na cidade.
Diversos estudos têm sido realizados utilizando dados de níveis de poluentes
atmosféricos obtidos de estações de monitoramento desses níveis. Muitos deles encontram
associação entre exacerbação de sintomas de asma com os níveis de alguns poluentes
atmosféricos.
Estudo realizado por Kim et al (2007) mostrou associação entre sintomas de asma e
concentração de ozônio. Os resultados deste estudo sugerem que sintomas de asma são
provocados ou agravados por concentrações de ozônio, com níveis acima de 80 ppb e para
pacientes com asma persistente moderada a severa, interferindo na qualidade de vida desses
pacientes.
O ozônio costuma se apresentar em níveis elevados em áreas com intenso tráfego de
veículos, pois ele é gerado por uma relação entre dióxido de nitrogênio, cuja liberação
ocorre mais significativamente pelos veículos, com compostos voláteis orgânicos e raios
ultravioletas.
Em um outro estudo, realizado em cidades dos Estados Unidos e Canadá, por
Schildcrout et al (2006), encontrou associação entre exacerbação de asma e níveis de
monóxido de carbono e dióxido de nitrogênio.
67
Gent et al (2009), em um estudo realizado em New Haven, Connecticut, encontrou
associação entre exposição a partículas finas (PM2,5) relacionadas a combustão em veículos
automotores e o risco de aumento dos sintomas de asma e uso de inaladores em crianças
asmáticas.
Sabe-se que níveis mais elevados de poluentes atmosféricos, como, por exemplo,
material particulado, estão relacionados a maiores taxas da doença, como demonstrado em
estudos realizados (RIGUEIRA et al, 2011; CASTRO et al, 2009).
As indústrias de cerâmica, presentes em grande quantidade em Itaboraí, tem sua
produção realizada por meio da queima de madeira, ou seja, biomassa, produzindo
principalmente o material particulado, dentre outros poluentes. Estudos mostraram relação
entre a queima de biomassa e sintomas de asma, porém em regiões onde há queima de
grande quantidade de canaviais ocorrendo sazonalmente (RIGUEIRA et al, 2011).
Estudos realizados em regiões de queima de biomassa, como em Tangará da Serra e
Alta Floresta, localizados na trajetória da pluma de dispersão de poluentes advindos das
queimadas no arco do desmatamento e cultura da cana de açúcar, mostraram altos níveis de
prevalência de asma, 15,9% e 12,4% entre adolescentes de 13 e 14 anos (FARIAS et al,
2010; ROSA et al, 2009).
Em Itaboraí, não há uma sazonalidade para queima de grande quantidade de
biomassa, possivelmente a queima é em menor quantidade pela indústria de cerâmica,
porém diária.
A exposição a material particulado foi associada com inflamação das vias aéreas e
foi importante indutor na exacerbação da asma (RIGUEIRA et al, 2011).
Em estudo realizado no Rio de Janeiro, PM10 e NO2 foram associados com a
redução da função pulmonar em crianças, a nível individual (CASTRO et al, 2009).
O material particulado presente no ar provém também da circulação de veículos e
arraste eólico nas vias sem pavimentação, presentes em maioria na cidade de Itaboraí, como
citado anteriormente.
Estudos relatados acima puderam utilizar dados de níveis de poluentes atmosféricos
na busca por uma associação entre os mesmos e sintomas respiratórios. Este estudo não
obteve níveis de poluentes atmosféricos na cidade de Itaboraí para analisar se o cluster que
68
concentrou os sintomas de asma apresentou níveis mais elevados desses poluentes. Porém,
possivelmente os locais que concentram fontes de emissão dos poluentes atmosféricos
apresentem níveis mais elevados dos mesmos.
É necessário monitorar de forma contínua os níveis de poluentes atmosféricos,
assim como os sintomas da asma, em Itaboraí, para que possa ser melhor avaliada a
influência da poluição no desenvolvimento da doença no município.
Alguns estudos que não utilizaram níveis de poluentes atmosféricos, utilizaram
outros critérios buscando analisar se os sintomas respiratórios aumentam em situações em
que pode haver maior exposição aos poluentes em questão. Nesse sentido, um estudo
realizado na Galícia, Espanha, por Gonzales-Barcala et al (2013), mostrou que garotos de 6
e 7 anos com asma severa ou asma induzida por exercícios foi maior quando eles moravam
em ruas com constante trânsito de veículos pesados, comparados com aqueles que
moravam onde este tipo de veículo nunca passava.
Arnedo-Pena et al (2009), utilizando o questionário ISAAC, também demonstrou
associação entre “asma alguma vez na vida” e residir em área de trânsito de veículos
pesados.
Em Itaboraí, a localização espacial da área com maior prevalência (χ2= 7,760;
p=0,101) e gravidade (χ2= 13,132; p=0,011) da asma é também a área com maior potencial
para emissão de poluentes, assim como maior área de urbanização e densidade
populacional, como demonstrado nos mapas 2, 3, 4 e 5.
Fatores ambientais como urbanização e alta densidade populacional podem ser
considerados determinantes na prevalência de asma, assim como a poluição (RIOS et al,
2004; SOLÉ et al, 2007).
Outros fatores, que não foram investigados nesse estudo, podem estar influenciando
no desenvolvimento da doença em Itaboraí, como história familiar de bronquite, contato
com animais, dentre outros, como demonstrado em estudos (RIGUEIRA et al, 2011; MAIA
et al, 2004).
Assim como este estudo, outros tem utilizado metodologias de análise espacial para
investigar situações de exposição a poluentes atmosféricos, como realizado por Hokmabadi
et al (2010) ou na identificação de localidades de concentração da asma nas cidades, como
69
realizado por Castro et al (2007) no município de Vitória, Espírito Santo, que identificou 3
bairros com maiores taxas de asma.
Em Itaboraí, a aplicação dos questionários foi realizada em quase todas as escolas
públicas dos distritos menos populosos como Cabuçu, Pachecos, Porto das Caixas,
Visconde, Itambí e Sambaetiba, assim como em uma parte das escolas públicas dos
distritos mais populosos, como Manilha e Itaboraí. Mesmo assim, nas escolas localizadas
nos distritos mais populosos foram aplicados uma maior quantidade de questionários,
apesar de não serem atingidas todas as escolas.
Observa-se neste estudo que os questionários ISAAC não foram aplicados em
escolas privadas, o que pode ter afetado os valores encontrados para prevalência e
gravidade da asma no município.
Neste estudo não foi possível analisar a influência da sazonalidade na prevalência de
asma, pois quase que a totalidade dos questionários foram aplicados após os meses de
inverno.
Ainda quanto às limitações do estudo, não foram considerados aspectos
meteorológicos como o clima, prevalência na direção dos ventos, dentre outros. Os
resultados também não foram corrigidos para fatores socioeconômicos ou influência da
frota veicular no decorrer do tempo, apesar da possibilidade dos aspectos citados acima
influenciarem nos resultados obtidos.
70
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento deste estudo proporcionou a construção de uma linha de base
para futuros estudos no município após o início das atividades de refino e produção pelo
COMPERJ. Estes estudos poderão auxiliar no conhecimento do impacto na saúde da
população de Itaboraí relacionada à qualidade do ar.
É importante salientar a necessidade do monitoramento da qualidade do ar em
Itaboraí, principalmente com a implantação do COMPERJ, que possivelmente afetará a
emissão dos poluentes atmosféricos, considerando a própria produção e a modificação
causada na cidade, contribuindo para e evolução da asma no município.
Sabe-se que numa área onde se instala um grande empreendimento como o
COMPERJ, ocorre aumento de circulação de pessoas atraídas pela promessa de oferta de
emprego, aumento do poder aquisitivo da nova população residente que chega para ocupar
melhores cargos com melhores salários na cidade, atração de indústrias na região, aumento
da poluição emitida por essas indústrias, dentre outras situações. Isso caracteriza a
influência indireta que a cidade e região sofrem com a chegada de um grande
empreendimento. Esse é possivelmente o atual cenário de Itaboraí, onde o COMPERJ está
em fase de construção.
A instalação de estações de monitoramento dos níveis de poluentes atmosféricos em
áreas de grandes empreendimentos industriais é exigida por legislação específica, porém,
nem o INEA nem a PETROBRÀS divulgam dados sobre tais níveis, dificultando a
realização de estudos relacionados e o acompanhamento por parte da sociedade civil.
Ações no âmbito da gestão em saúde pública, gestão ambiental, desenvolvimento da
cidade, urbanismo, além de ações no âmbito da responsabilidade socioambiental do
COMPERJ, devem fazer parte da agenda no município. O planejamento e desenvolvimento
dessas ações deverão contribuir com a prevenção e controle da doença.
O desenvolvimento de programas nacionais como o VIGIAR - Vigilância em Saúde
Ambiental relacionada à Qualidade do Ar, no âmbito da Vigilância em Saúde, devem ser
postos em prática e suas ações realizadas na cidade, principalmente no que se refere ao
monitoramento da saúde da população.
71
Conclui-se, a partir deste estudo, que os bairros de Itaboraí (Centro), Outeiro das
Pedras, Rio Várzea, Ampliação, Quissamã, Jardim Imperial, Nova Cidade, Areal e Santo
Expedito – no distrito de Itaboraí, os bairros de Porto das Caixas e João Caetano – nos
distritos de Porto das Caixas e Itambi respectivamente, assim como os bairros de Aldeia da
Prata, Apolo II, Vila Brasil, Novo Horizonte, Monte Verde e Santo Antônio – no distrito de
Manilha, caracterizam-se como área crítica para o desenvolvimento dos sintomas da asma.
Portanto, esta região, que compõe o cluster 1, deve ser a área prioritária no município de
Itaboraí para o desenvolvimento das ações de prevenção e controle da asma na cidade.
72
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANEXO 1 – QUESTIONÁRIO ISAAC
QQuueessttiioonnáárriioo IInnddiivviidduuaall -- RReessppoonnddiiddoo ppeelloo AAddoolleesscceennttee
Escola Série Turma
Nome do professor Horário: ( ) Mat ( ) Vesp
Nome Completo do estudante: ________________________________________________________________________________
Endereço Completo do estudante: Rua_________________________________________________________________________________________
Nº ________________________Bairro/setor: ________________________________________________________________________________
Telefone para contato: ______________________________
IDENTIFICAÇÃO:
Q 1 Sexo: 1. ( ) Masculino 2. ( ) Feminino
Q 2 Data de Nascimento: ___________/___________/___________ Idade: _____________________
CRITÉRIO DE ASMA
Q 5 Alguma vez você teve chiado no peito?
1. ( ) Sim 2. ( ) Não
(Se NÃO, vá para a pergunta Q 10)
99. ( ) NS / NR
(Se NS/NR, vá para a pergunta Q 10)
Q 6 Nos últimos 12 meses você teve chiado no peito?
1. ( ) Sim 2. ( ) Não
(Se NÃO, vá para a pergunta Q 10)
99. ( ) NS / NR
(Se NS/NR, vá para a pergunta Q 10)
Q 7 Nos últimos 12 meses quantas crises de chiado no peito você teve?
1. ( ) Nenhuma 2. ( ) 1 a 3 3. ( ) 4 a 12 4. ( ) Mais de 12
Q 8 Nos últimos 12 meses, com que freqüência você teve o sono perturbado por chiado no peito?
1. ( ) Nunca 2. ( ) Menos de 1 noite por semana 3. ( ) 1 ou mais noites por semana
Q 9
Nos últimos 12 meses, o chiado foi tão forte a ponto de impedir que você conseguisse dizer mais de 2 palavras entre cada respiração?
1. ( ) Sim 2. ( ) Não 99. ( ) NS / NR
Q 10 Alguma vez você teve asma? 1. ( ) Sim 2. ( ) Não 99. ( ) NS / NR
Q 11
Nos últimos 12 meses, você teve chiado no peito após alguma atividade física, como correr, jogar futebol, etc.?
1. ( ) Sim 2. ( ) Não 99. ( ) NS / NR
Q 12
Nos últimos 12 meses, você teve tosse seca à noite sem estar gripado ou com infecção respiratória?
1. ( ) Sim 2. ( ) Não 99. ( ) NS / NR
_________________________________________
Data: _______/_________/_________ Assinatura do aluno
82
ANEXO 2 – Indústrias de cerâmica em Itaboraí (fonte: própria autora).
83
ANEXO 3 – Autorização da Secretaria Municipal de Saúde de Itaboraí para realização do estudo