64
VANESSA ALVES NORONHA ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata DELONG & FREYTAG, 1964 (HEMIPTERA, AUCHENORRHYNCHA, GYPONINAE) CURITIBA 2000

ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

VANESSA ALVES NORONHA

ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana)

hiata DELONG & FREYTAG, 1964 (HEMIPTERA,

AUCHENORRHYNCHA, GYPONINAE)

CURITIBA2000

Page 2: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

VANESSA ALVES NORONHA

ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana)

hiata DELONG & FREYTAG, 1964 (HEMIPTERA,

AUCHENORRHYNCHA, GYPONINAE)

Monografia apresentada à Cordenaçáo do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Paraná, como requisito do grau de Bacharel em Ciências Biológicas.

Departamento de ZoologiaOrientador: Prof. Dr. Rodney Ramiro Cavichioli

CURITIBA2000

li

Page 3: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Rodney Ramiro Cavichioli que, além de orientador, tornou-se um

grande amigo, incentivador e proporcionou-me um aprendizado que levarei comigo para

o resto da vida.

À querida Larissa Chiamolera, pela quase co-orientação, esclarecendo minhas

dúvidas e sendo sempre uma ótima companheira.

À Prof3. Dra. Keti M. R. Zanol pelo empréstimo de material bibliográfico.

À todos os professores do Curso de Ciências Biológicas da UFPR, que nos

forneceram amizades, experiências e a troca de conhecimentos.

À Secretária da Coordenação Rosane C. Martins (Rô) pelo carinho, amizade e

dedicação.

Às amigas Naila, Mona, Dani, Chris, Jú Margarida, Carlinha, Júlia, Claudia, Polly

e Si, pelo companheirismo, amizade, alegrias, tristezas (almoços) compartilhadas em

todos esses anos de faculdade.

À amiga Ki pelo carinho, paciência e amizade.

Ao meu irmão Jeferson pelo carinho, paciência , auxílio e apoio em todas as

etapas da minha formação.

Ao meu pai, Jorge, e a minha mãe, Élide, pelo apoio nos momentos mais difíceis,

conselhos, sacrifícios e por ser esse exemplo de mulher da qual eu tenho o maior

orgulho de chamar de mãe.

Ao meu querido Carlos Eudézio (Cazi), por todo carinho, paciência (uma hora

diária ouvindo eu falar sobre cigarrinhas), incentivo e amor que me fortalecem todos os

dias.

E a Deus, sempre.

Muito Obrigada.

Page 4: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

RESUMO

A morfologia de Gypona (Marganalana) hiata Delong & Freytag, 1964

(Hemiptera, Auchenorrhyncha, Gyponinae) é apresentada. Foi feito um estudo

detalhado das estruturas externas e algumas internas das espécies depositadas na

coleção Entomológica “ Pe. Jesus Santiago Moure” , Departamento de Zoologia,

Universidade Federal do Paraná, Brasil (DZUP) referente a subfamília Gyponinae. Para

o estudo da morfologia externa e genitália dos utilizou-se a metodologia que é aplicada

no grupo. Todas as características diagnosticas foram confirmadas, como: placa

subgenital quase très vezes tão longa quanto larga, com um ápice arredondado. Estilos

com um longo processo lateral estendendo-se dorsalmente quase a frente do ápice que

é longo, cônico à estreitado com ponta grossa. Edeago com uma haste que suporta um

ápice plano de onde surgem dois pares de processos direcionado para base, um par

ventral pequeno e em forma de espinho e outro par dorsal com 1/3 do comprimento da

haste. Pigóforo com um longo processo em forma de dedo sobre a superfície dorsal

próximo ao ápice. Sétimo segmento abdominal das fêmeas possui margens laterais

paralelas, a margem anterior é reta e a posterior sinuosa, apresentando uma entrada de

cada lado e uma projeção mediana bilobada.

IV

Page 5: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

SUMÁRIO

RESUMO............................................................................................................ iv

1. INTRODUÇÃO................................................................................................... 011.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA..................................................................... 02

1.2 OBJETIVOS............................................................................................... 05

1.3 TERMINOLOGIA......................................................................................... 05

2. MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................ 062.1 MATERIAIS................................................................................................. 062.2 MÉTODOS........................................................ .......................................... 062.2.1 Preparação do Material......................................................................... 06

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................... 073.1 CABEÇA.................................................................................................... 07

3.1.1 APÊNDICES DA CABEÇA...................................................................... 09

3.2 CÉRVIX....................................................................................................... 09

3.3 TÓRAX........................................................................................................ 14

3.3.1 PROTÓRAX............................................................................................. 14

3.3.2 MESOTÓRAX........................................................................................... 15

3.3.3. METATÓRAX.......................................................................................... 17

3.3.4. APÊNDICES TORÁCICOS..................................................................... 25

3.4. ABDÔMEN................................................................................................ 42

3.4.1 GENITÁLIA DO MACHO.......................................................................... 46

3.4.2 GENITÁLIA DA FÊMEA............................................................................ 49

4. CONCLUSÃO................................................................................................ 55

5. REFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................. 57

V

Page 6: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

1. INTRODUÇÃO

A subfamília Gyponinae é um grupo grande, muito diversificado e amplamente

distribuído, principalmente, na região Neotropical.

Apresentam o corpo alongado e deprimido dorso-ventralmente. A cabeça é

comumente larga, porém, mais estreita que o pronoto nos ângulos laterais posteriores.

O ápice da cabeça é normalmente maior que a distância entre os ocelos . A margem

anterior da cabeça é estreita e foliácea, ou largamente espessada ou arredondada para

a face. A face é normalmente larga, podendo ser dilatada à nível das antenas e formar

uma distinta carena lateral. A fronte é estreita e alongada. A lora conspícua. Gena larga

e plana. O pronoto é mais largo nas margens anteriores laterais e arredondado na

margem anterior. A margem posterior normalmente cortada. Mesonoto grande,

normalmente tão largo quanto longo. Fêmur e tíbia anteriores e intermediários com

espinhos. Tégminas coriáceas ou translúcidas, venação distinta, algumas vezes

reticuladas em toda a superfície ou somente no terço apical. (METCALF, 1949).

As relações filogenéticas de Gyponinae não são bem conhecidas. Os diversos

trabalhos consultados tratam da taxonomia do grupo e nenhum faz um estudo referente

a anatomia e morfologia. Esta ausência de trabalhos tem implicado em sérias

dificuldades de correlação entre os gêneros e entre outros grupos de insetos.

O gênero Gypona foi descrito por Fabricius (1803), tendo como espécies tipo

Cercopis gluca Fabricius, estando subdividido em 4 subgêneros, Paragypona (Tipo:

Cercopis thoracica Fabricius, 1803), Obtusana (tipo: Gypona melanota Spanberg,

1878), Gypona (tipo: Cercopis gluca Fabricius, 1803) e Marganalana (tipo: Marganalana

testacea Metcalf, 1949).

Neste trabalho, utilizamos a Gypona (Marganalana) hiata DeLong & Freytag,

1964, tendo como objetivo principal, estudar a morfologia externa e genitália do macho

e da fêmea, fornecendo subsídios para auxiliar no estabelecimento de uma terminologia

que reflita suas homologias com outros grupos de insetos.

Page 7: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

2

1.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Levantou-se as principais bibliografias referentes à subfamília Gyponinae:

SNODGRASS (1909) estudou o tórax dos insetos nas diferentes ordens, bem

como com a articulação das asas ao tórax.

TAYLOR (1918) publicou um estudo sobre escleritos torácicos em Hemiptera,

fazendo a descrição generalizada do tórax de dois espécimes de Homoptera, Cicada

tibicen e Criptotympana epithesia, ambos Cicadidae, com notas sobre outros

Homopteras. Apresentou um estudo do tórax dos Heteroptera Belstoma americana e

Zaitha sp, ambos Belostomatidae, com apresentação de modificações em outros

Heteropteras e correlações entre diversas familias.

DOERING (1922) publicou um estudo detalhado sobre a morfologia externa e

ciclo de vida de Lepyronia quadrangularis (Say, 1825) (Homoptera: Cercopidae)

KERSHAW & MUIR (1922) estudaram a genitália de ninfas de último instar e

adultos de Homoptera - Auchenorrhyncha, fazendo comparações entra esses estágios

do desenvolvimento.

SNODGRASS (1927) estudou a morfologia da cabeça e regiões da boca de

Cicada.

SNODGRASS (1933) estudou o abdômen dos insetos, dando ênfase à genitália

da fêmea nas diferentes ordens.

SNODGRASS (1935) fez um estudo sobre a embriologia dos insetos, enfocando

a morfologia externa e interna.

OSBORN (1938) realizou um estudo sobre algumas espécies de Gyponinae,

elaborando uma chave de identificação para gêneros neotropicais.

METCALF & BRUNER (1949) apresemtou um estudo sobre algumas espécies

de Gyponidae e Ledridae de Cuba.

METCALF (1949) realizou um estudo sobre os grupos Tettigellidae e Gyponidae

e elaborou uma chave de identificação para gêneros de Gyponidae.

Page 8: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

OMAN (1949) descreveu a subfamíiia Neocoelidiinae. Adotou uma terminologia

para as células das asas anteriores onde as células apicais são numeradas da área

anal para a costal.

KRAMER (1950) fez um estudo sobre a morfologia e filogenia de Homoptera -

Auchenorrhyncha baseado em: Scolops pungens Germar (Fulgoridae); Magicicada

septendecim Linnavouri) (Cicadidae); Lepyronia quadranguláris (Say) (Cercopidae);

Paraulacizes irrorata (Fabricius) (Cicadellidae) e Ceresa bubalus (Fabricius)

(Membracidae)

SCUDDER (1961) realizou um estudo sobre a morfologia comparada da genitália

de insetos.

DELONG & FREYTAG (1964) realizaram uma sinopse de quatro gêneros de

Gyponinae, Gypona Gernar, 1821, Gyponana Bali, 1920, Rugosana DeLong 1942 e

Reticana DeLong & Freytag, 1964.

MATSUDA (1970) fez um estudo da morfologia do tórax nas diferentes ordens,

fazendo vários comentários sobre as teorias existentes para a evolução do tórax dos

insetos.

OSSIANNILSSON, RUSSEL & WEBER (1970) apresentaram um estudo

abrangente da genitália de Auchenorryncha e de alguns grupos de Sternorrhyncha.

HAMILTON (1971) publicou importantes estudos sobre as asas dos insetos

desde a sua origem, homologias das veias, venação nas diferentes ordens e filogenia.

SCUDDER (1971) fez um estudo de morfologia comparativa do ovopositor.

SAKAKIBARA (1972) fez uma revisão do gênero Lycoderes Germar, 1935

(Homoptera: Membracidae) onde descreve a forma do ovopositor.

FREYTAG & DELONG (1975) descreveram uma espécie Gypona (Zerana)

secunda Freytag & DeLong, 1975 do Panamá e Grandes Ilhas Cayman.

YOUNG (1977) estudou toda a porção da tribo Cicadellinae pertencente ao novo

mundo, bem como, o gênero Cicadella. Descreveu o gênero Sonesimia, para onde

transferiu Apogonalia grandis, A. grossa e A. chinai e ainda descreveu uma nova

espécie, Sonesimia dimidiata.

Page 9: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

HAMILTON (1981) descreveu a morfologia e a evolução da cabeça de

Rhynchota (lnsecta:Hemiptera:Homoptera).

KUKALOVÁ-PECK (1983) estudou a origem das asas e articulação das asas em

insetos fósseis do paleozóico.

BORROR & DELONG (1988) elaboraram uma introdução ao estudo dos insetos.

CAVICHIOLI (1988) estudou a biologia e morfologia do cercopídeo Kanaima

fluvialis (Lallemand, 1924)

DWORAKOWSKA (1988) estabeleceu homologias entre as veias das asas de

insetos Auchenorryncha e de insetos fósseis do Paleozóico, utilizando como referência

o trabalho de KUKALOVÁ-PECK (1983)

ZANOL (1988) estudou a morfologia de Neophelepsius Osbom, 1923 utilizando-

se da microscopia eletrônica para apresentar caracteres da morfologia.

DUARTE & SAKAKIBARA (1989) realizaram um estudo da morfologia de

Kronides incumbens (Germar, 1835) onde denominou a gonoplaca de lóbulo lateral do

pigóforo.

MEJDALANI (1998) fez uma comparação entre a morfologia externa de

Versigonalia ruficauda (Walker) (Cicadellini) e Tretogonia cibrata Mel. (Proconiini), com

notas sobre outras espécies e análise da terminologia.

4

Page 10: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

5

1.2 OBJETIVOS

O objetivo deste trabalho é estudar a morfologia externa e genitália de Gypona

(Marganalana) hiata DeLong & Freytag, 1964.

1.2.1 Objetivos específicos

- Estudo detalhado da morfologia da genitália do macho e da fêmea

- Fornecer subsídios para auxiliar no estabelecimento de uma terminologia que

reflita as homologias deste grupo com os demais grupos de insetos

1.3 TERMINOLOGIA

A terminologia adotada para a cabeça, asas e genitália foi baseada no estudo da

morfologia externa de Cicadellinae de MEJDALANI (1998), com exceção das células

apicais, que foi utilizada a terminologia de OMAN (1949), YUONG (1977), onde as

células são numeradas da área anal para a costal, já que as células apicais da área

costal nem sempre estão presentes.

Para o tórax utilizou-se a terminologia de SNODGRASS (1935), exceto para a parte

da pleura e esterno, que é utilizada a terminologia de MATSUDA (1970)

Page 11: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

2. MATERIAIS E MÉTODOS

6

2.1 MATERIAIS

Foram utilizados nesse estudo cigarrinhas da subfamília Gyponinae,

pertencentes a Região Neotropical, depositadas na coleção Entomológica “ Pe. Jesus

Santiago Moure” , Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná, Brasil (DZUP).

• BRASIL, Amazonas; Manaus, 17-VIII-1984, F. E. L. M. - leg. 7 cf e 6 ?.

Depositados na coleção Entomológica “ Pe. Jesus Santiago Moure” do Departamento de

Zoologia da UFPR [DZUP]

2.2 MÉTODOS

2.2.1 Preparação do Material

Para estudo da morfologia e preparação das genitálias, utilizou-se as técnicas

descritas por Zanol (1988), com pequenas adaptações. Retira-se o espécime do alfinete

e coloca-se em tubos de ensaio com solução aquosa de hidróxido de potássio (KOH) à

10%, à frio, por cerca de 24 horas. Este procedimento visa a dissolução da musculatura

e clarificação das estruturas esclerotinizadas. Em seguida, deixa-se por cerca de 15

minutos em Placas-de-Petri com água para a retirada do excesso de KOH. E,

finalmente, coloca-se em lâminas escavadas com glicerina para observação ao

estereomicroscópio.

Para a preparação dos desenhos é utilizado um estereomicroscópio STEMI SV6

equipado com câmara-clara.

Todas as medidas foram obtidas com o auxílio de ocular micrométrica graduada

e, posteriormente convertidas em milímetros.

Page 12: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

7

3.1 CABEÇA

A cabeça (Figs. 1; 2; 3; 4) é do tipo opistognata, ou seja, a cabeça é voltada para

trás com o ápice do aparelho bucal alojando-se junto ao esterno torácico. Composta,

dorsalmente, pelo vértice (Ve) ou coroa; anteriormente pela face e, posteriormente pela

região occipital. A margem anterior, em vista dorsal, é levemente pronunciada. A

cabeça, em vista dorsal, de comprimento mediano aproximadamente de 1/4 a 2/7 da

distância transocular e aproximadamente 1/2 da distância interocular

Região dorsal da cabeça, denominada de vértice ou coroa (Figs. 1 e 2),

delimitada anteriormente pela fronte, lateralmente pelos olhos compostos (OI) e

posteriormente pelo arco pós-occiptal (Poc). Lateralmente apresenta um par de olhos

compostos (OI) emarginado e circundados pela sutura ocular (So). Superfície dorsal

lisa, com um par de ocelos (Oc) mais próximos a sutura epicranial (Sec) que aos olhos

e margem anterior distintamente subfoliácea. Margens látero-anteriores do vértice são

projetadas para baixo formando os lóbulos supra antenais (Ls) . Sutura epicranial

interrompida na metade do comprimento mediano do disco da coroa.

Junto aos ocelos (Fig. 1) estão localizadas depressões denominadas de máculas

tentoriais (Mt) a qual representam as impressões externa dos braços dorsais do tentório

(Btd)

A região ântero-dorsal da cabeça (Figs. 2 e 3), encontra-se um grande esclerito,

a fronte (F), com superfície lisa e levemente côncavo em vista lateral, limitado

dorsalmente pelo vértice, circundado pela sutura frontogenal (Sf) e separado do clípeo

(Cl), em sua parte ventral, pela sutura epistomal (Se) que se apresenta pouco distinta e

interrompida na região mediana.

O Clípeo (Cl) (Figs. 2 e 3) é um esclerito menor, plano em vista lateral e contínuo

a fronte. A superfície do clípeo é semelhante ao da fronte, com aspecto retangular e

margem apical convexa. Em suas margens laterais, separa-se da lora (Lo) e da placa

maxilar (Pmx) pela fenda oral.

Page 13: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

As loras (Lo) ou placas mandibulares (Fig. 3) são em forma de meia lua e

localizadas uma a cada lado do clípeo. Limita-se com a fronte pela sutura frontogenal

(Sf), com o clípeo pela fóvea da dobra oral, superiormente, e pela fenda oral (Fo),

inferiormente; em sua margem posterior limita-se com o lobo maxilar pela sutura

subgenal (Sge) e com a gena pela sutura loral(Slo).

As placas maxilares (Pmx) (Fig. 3) são escleritos alongados e estreitos

localizados látero-externamente na face. São dorsalmente contínuas com a gena e sua

extremidade ventral está conectada com a base do lábio.

As genas (Ge) (Fig. 3) são escleritos localizados látero-posteriores a fronte,

continuamente acima das placas maxilares e abaixo do olhos compostos. Separam-se

do clípeo pela suturas frontais. Margens externas pouco sinuosas.

O labro (Lb) (Fig. 3) é triangular, bastante pequeno em relação ao clípeo.

Encobre a parte basal anterior mediana do rostro e articula-se ao clípeo. DOERING

(1922) denominou esta região de epifaringe.

A região occipital (fig. 4) corresponde a região posterior da cabeça limitada

dorsalmente e látero - dorsalmente pelo arco pós- occipital (Poc), definido pela sutura

pós - occipital (Spo), látero - ventralmente pela placa maxilar (Pmx) e ventralmente

pelo lobo central da hipofaringe (Lch).

O tentório (fig. 4) é uma estrutura interna que dá suporte as paredes do crânio,

além de servir como inserção de músculos dos apêndices gnatais e das antenas.

Dividido em tentório anterior e posterior. O anterior é composto pelos braços tentoriais

anteriores (Bta) e braços dorsais (Btd). Os braços anteriores localizam-se na parte

ventral dos alvéolos antenais; esses braços são estruturas filiformes alongadas, que se

projetam ventralmente no interior da cápsula cefálica, não apresentando ligação com o

tentório posterior. Os braços dorsais, mais robustos e curtos que os anteriores,

projetam-se em direção às máculas tentoriais (Mt), localizados látero-externamente aos

ocelos (Oc). O tentório posterior (Pt) está representado por uma delgada barra

transversa que liga a extremidade distai das asas hipofaringeais (Ahf).

8

Page 14: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

3.1.1 APÊNCICES DA CABEÇA

As antenas (figs. 2;3) são curtas, setáceas, situadas entre os olhos e abaixo do

lóbulo supra-antenal (Ls)., com escapo (Es) cônico inserido no alvéolo antenal (Av), tão

longo quanto curto. Fedicelo (Pe) cilíndrico, mais longo do que largo e flagelo (Fl) tão

longo quanto a cabeça, cetáceo com os primeiros flagelômeros mais longos e largos

do que aqueles mais apicais.

O lábio ou rostro (Rt) (Figs. 2; 3) é cilíndrico e formado por três artículos sendo o

segundo e terceiro artículo distais bastante pilosos. Origina-se na parte anterior da

cabeça e estende-se até as coxas medianas quando em repouso. Articula-se a cabeça

por uma base membranosa. A região anterior é sulcada longitudinal (SI), formando um

canal onde alojam-se os estiletes mandibulares e maxilares e no dois primeiros

artículos encontram-se os apódemas labiais (Al) que servem de inserção aos músculos

labiais.

A hipofaringe (fig. 4) é formada por um lobo central da hipofaringe (Lch) e um par

de placas achatadas superiores, as asas hipofaringeais (Ahf). Em vista posterior, o lobo

central tem a forma triangular e apresenta uma parede anterior e outra posterior. As

asas hipofaringeais originam-se das margens látero-dorsais do lobo central e

prolongam-se para dentro da cavidade cefálica, estando sua extremidade dorsal

fundida com o tentório posterior (Pt)

3.2 CÉRVIX

SNODGRAASS, 1935 descreveu que a região cervical (Cv) (Fig. 4) apresenta

dois pares laterais de placas denominadas de escleritos cervicais e TAYLOR, 1918

descreveu três pares de pequenas placas livres, denominada de intersegmentalia

cervical. Ambos sugerem que essas placas são, provavelmente, partes da cabeça e

partes do tórax. Tais estruturas não foram, por nós, visualizadas.

9

Page 15: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

10

FIGURA 1. CABEÇA - Vista dorsal

FIGURA 2. CABEÇA - Vista Lateral

Av - Alvéolo antenal; Al - Apódema labial; Cl - Clípeo; Es - Escapo; F - fronte;

Fl - Flagelo; Fo - Fenda oral; Ge - Gena; Lb - Labro; Lo - Lora; Ls - Lóbulo

suprantenal; Mt - Mácula tentorial; Oc - Ocelo; OI - Olho composto; Pe - Pedicelo; Pmx

- Placa maxilar; Rt - Rostro ou lábio, San - Sutura antenal; Se - Sutura epistomal; See

- sutura epicranial; Sf - Sutura frontogenal; Sge - Sutura subgenal;; Slo - Sutura loral;

So - Sutura ocular; Ve - Vértice.

Page 16: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

2

Page 17: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

12

FIGURA 3. CABEÇA - Vista Frontal (Face)

FIGURA 4. CABEÇA - VISTA POSTERIOR (Com alguns detalhes internos)

Ahf - Asa hipofaringeal; Alx - Alavanca maxilar; Av - Alvéolo antenal; Bt - braço

tentorial (a - anterior; d - dorsal); Cl - Clípeo; Cv - Cérvix; E - Estiletes; Es - Escapo; F

- fronte; Fl - Flagelo; Fo - Fenda oral; Foc - Forâmen occiptal; Ge - Gena; Lb - Labro;

Lch - Lobo central da hipofaringe; Lo - Lora; Ls - Lóbulo suprantenal; Oc - Ocelos; 01 -

Olho composto; Pe - Pedicelo; Pge - Pós-gena; Pmx - Placa maxilar; Poc - Arco pós-

occiptal; Pt - Tentório posterior; Rt - Rostro ou lábio; San - Sutura antenal; Se -

Sutura epistomal; Sf - Sutura frontogenal; Sge - Sutura subgenal; SI - Sulco

longitudinal; Slo - Sutura loral; So - Sutura ocular; Spo - Sutura pós-occipital (I - ramo

lateral; d - ramo dorsal).

Page 18: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

13

Foc

Page 19: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

3.3 TÓRAX

Formado por três segmentos distintos: o protórax que se articula anteriormente

com a cabeça, o mesotórax e o metatórax que articula-se posteriormente ao abdome.

Cada segmento é formado por placas denominadas, dorsalmente, de noto,

ventralmente, de esterno e, lateralmente, de pleuras, unidas entre si por membranas.

3.3.1 PROTÓRAX

Formado por quatro escleritos: pronoto ou noto I, as propleuras e o proesterno ou

esterno I. Nele, ventralmente, articula-se o primeiro par de pernas.

3.3.1.1 PRONOTO OU NOTO I

O pronoto (PN) (Figs. 1; 5) é um esclerito aproximadamente hexagonal, sendo

quase duas vezes mais largo do que longo. Com a superfície lisa, sem fóveas, estrias

ou pilosidades. A Margem anterior é levemente arredondada e, a posterior, levemente

emarginada. Margens ântero-laterais e póstero-laterais são retas. Entre o pronoto e a

propleura existe uma carena denominada de carena notopleural (Cn). Encobre todo

mesonoto com exceção do escutelo li (El II) (Fig. 6). A margem anterior do pronoto

forma uma dobra para dentro que segundo CAVICHIOLI (1988), denominou de dobra

interna do pronoto.

3.3.1.2 PROPLEURA OU PLEURAS PROTORÁCICAS

As propleuras (PPL) ou pleuras torácicas (Fig. 8) estão divididas em dois

escleritos pela sutura pleural (Spl): o episterno I ou proepisterno (Eps I), anterior, menor

e aproximadamente retangular, o epimero I ou proepimero (Epm I), posterior, maior e

de aspecto retangular. Uma estreita ponte pré-coxal, a pré-coxa (Pec) (TAYLOR, 1918)

une o episterno I ao esterno I (Pe) (Fig. 11). A pré-coxa situa-se ântero-ventralmente ao

episterno I e não tem nítida separação com o proesterno ou esterno I (Pe). O epimero I

une-se ao esterno I pela ponte pós-coxal, a pós-coxa (Poc) (TAYLOR, 1918) que situa-

se ventralmente ao epimero I (Fig 11). Inferiormente ao episterno I, atrás do esterno I e

14

Page 20: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

à frente da coxa I (Cx I), encontra-se um pequeno esclerito unciforme denominado de

trocantin I (Tn I) (Figs. 8 e 11).

3.3.1.3 PROESTERNO OU ESTERNO I

O proestemo (PES) ou esterno I (Fig. 11) é um esclerito bastante estreito e

reduzido em relação ao meso (MES) e metaesterno (MTS). É mais largo do que longo.

Apresenta, em cada lado, reentrâncias laterais semicirculares que formam os braços

que se ligam à pré-coxa e à pós-coxa. Na margem anterior, medianamente, encaixa-se o lábio ou rostro.

3.3.2 MESOTÓRAX

E o maior segmento do tórax sendo bem definido os seguintes escleritos:

mesonoto ou noto II (MN), mesopleuras (MPL) e mesosternos ou esterno II (MES). Com

o primeiro par de asas, as asas anteriores ou tégminas e, ventralmente, segundo par

de pernas.

3.3.2.1 MESONOTO OU NOTO II

O mesonoto (Figs. 1; 6) é um esclerito grande, sendo encoberto pelo pronoto

(PN), com exceção do escutelo II (El II). Apresenta o acrotergito II (Atg II), prescuto II

(Pes II), mesoescuto ou escuto II (Es II) e escutelo II (Es II). O acrotergito II é um

esclerito estreito membranoso situado na margem anterior do mesonoto. Separa-se do

prescuto pela sutura antecostal II (Sac II). Prescuto é um esclerito estreito onde,

lateralmente, articula-se com braços pré-alares (Bpe II) que fundem-se ao espistemo II.

O prescuto II está separado do escuto II pela sutura prescutoescutal II (Spe II), também

denominada por SNODGRASS (1935) de sutura prescutal ou transversa. O mesoescuto

ou escuto II é o maior região do mesonoto. Apresenta duas suturas denominadas de

suturas parapsidial (Spp II), que parte da sutura prescutoescutal e convergem até

unirem-se na região mediana do escuto, próximo a sutura notai mediana (Snm)

(SNODGRASS, 1935). As áreas entre as suturas parapsidiais e as margens laterais do

escuto II são denominadas de parapsides (pp). Ainda no mesoescuto, há duas

15

Page 21: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

projeções de cada lado: os processos notai anterior (Pna II) e notai posterior (Pnp II),

cuja função é a articulação do noto com os escleritos axilares. Não foi observado a

pequena peça na região de articulação do escuto II com as asas, denominada de

suralar ou supralar descrita por TAYLOR (1918) para Cicada sp. Separando o escuto II

do escutelo II (El II) está a sutura escutoescutelar (See II). O escutelo II ou

mesoescutelo tem formato triangular e textura semelhante ao do pronoto. Nas porções

laterais do escutelo II há um sulco alar onde encaixa-se a margem anal do primeiro par

de asas (tégminas), estas quando em repouso. O pós-escutelo (Pel II) ou pós-noto II, é

um esclerito pequeno, ocultado pelo escutelo, somente visível em vista lateral, quando

retiradas as tégminas.

3.3.2.2 MESOPLEURA OU PLEURAS MESOTORÁXICAS

Comparadas com às propleuras (PPL), as mesopleuras (MPL) ou pleuras

mesotorácicas (Fig. 9) são bastante desenvolvidas, estendendo-se até a porção ventral.

Está dividida por uma sutura bem definida, a sutura pleural (Sp II), em epistemo II (Eps

II) ou mesoepistemo e epimero II (Epm II) ou mesoepimero. O episterno II está

subdividido em anepistemo II (Ap II) e catepistemo II (Cp II) pela sutura transversa (St

II). O anepistemo é o esclerito superior, aproximadamente retangular e que articula-se

ao braço pré-alar (Bpe II). O catepisterno é inferior e aproximadamente triangular que

articula-se distalmente ao trocantin (Tn II). O epimero II está subdividido em duas áreas

por um sulco diagonal, o sulco alar pleural (Sap II), que segundo KRAMER (1950), é

nesse sulco que se ajusta a base da margem costal das tégminas quando em repouso:

Uma delas é triangular e localiza-se lateralmente ao episterno II (Eps II) e outra,

irregular, que faz limite ao espisterno III (Eps III). Uma projeção lateral, denominado de

processo alar pleural (Pap II) encontra-se, apicalmente, na margem interna , entre o

episterno II e o epimero II, articulando-se ao processo notai anterior, sendo um fulcro

para asa. Os trocantins (Tn II) são escleritos aproximadamente retangulares, pouco

esclerotinizados, situados posteriormente ao catepisterno II (Cp II) látero-

posteriormente ao basisterno II (Be II) e à frente das coxas II ou mesocoxas.

Page 22: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

3.3.2.3 MESOSTERNO OU ESTERNO II

O mesoestemo (MES) ou esterno II (Fig. 12) é formado por dois escleritos: o

basisterno II (Be II) e o esternelo II ou furcasterno II (Fe II). O basisterno II é duas vezes

mais largo do que longo, tem a forma semelhante a um trapézio e articula-se

amplamente coma as mesopleuras. Apresenta uma sutura mediana em forma de “Y1

que corresponde às formações dos apódemas esternais, formando dois lobos. O

basisterno II funde-se anteriormente ao esterno I através de membranas. O furcasterno

II ou esternelo II (Fe II) está localizado posteriormente ao basisterno II e híbrido entre o

mesoesteno e metaesterno ou esterno III.

3.3.3 METATÓRAX

Ultimo segmento do tórax, sendo consideravelmente menor que o segmento

mesotorácico. Em vista dorsal, está encoberto pelo escutelo II e, lateralmente, pelas

tégminas. Nele, dorsalmente, articula-se o segundo par de asas, as asas posteriores e,

ventralmente, o terceiro par de pernas. Constituído por quatro escleritos principais:

metanoto (MT) ou noto III, as metapleuras (MTP) e o metaesterno (MTS) ou esterno III.

3.3.3.1 METANOTO OU NOTO III

No metanoto (MT) ou noto III (Fig. 7) são distinguidas as seguintes áreas: escuto

III (Es III), Escutelo III (El III) e pós-escutelo III ou pós-noto (Pel III). O escuto III é a

maior área do metanoto. Tem o formato aproximadamente retangular e apresenta uma

reentrância retangular na margem anterior. Nele estão presentes nos ângulos látero-

anteriores externos, os braços pré-alares III (Bep III) e o processos notais anteriores III

(Pna III). Nos ângulos látero-posteriores externos, encontram-se os braços pós-alares

III (Bpo III) e os processos notais posteriores III (Pnp II). Os processos notais anteriores

e posteriores fazem a articulação com os escleritos axilares do segundo par de asas.

Separando o escuto III do escutelo III está a sutura escutoescutelar III (See III). O

escutelo é estreito e prolonga-se lateralmente dando suporte a corda axilar (Cax III).

Posteriormente ao escutelo, encontra-se o pós-escutelo ou pós-noto (Pel III) que é

17

Page 23: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

formado por três regiões pouco esclerotinizadas unidas por uma membrana. Duas

dessas regiões são filiformes onduladas e a outra é oval.

3.3.3.2 METAPLEURAS OU PLEURAS METATORÁCICAS

As metapleuras (MTP) ou pleuras metatorácicas (Fig. 10) são bastante

desenvolvidas e ventral do metatórax. Estão divididas em episterno ou metaepisterno

(Eps III) e epimero ou metaepimero (Epm III) pela sutura pleural. O episterno III situa-se

atrás do epimero II e à frente do epimero III; ocupa toda a superfície lateral da pleura

até o braço ventral do metatórax. O epimero é mais alongado, situado atrás do

episterno III; anteriormente, junto ao ápice, une-se com o processo alar pleural;

posteriormente, funde-se ao braço pós-alar (Bpo III). Apresentam superiormente, entre

o epimero e episterno, o processo alar pleural (Pap III), que serve como fulcro para a

asa. A comunicação entre cada metapleura e o metaesterno é feita pela ponte pós-

coxal (Poc III). Atrás do metaepisterno e à frente das coxas III estão os trocantins III (Tn

II). São maiores que os demais, bem mais largos que longos e aparentam estarem

unidos ao episterno III.

3.3.3.3 METAESTERNO OU ESTERNO III

O metaesterno (MTS) ou esterno III (Fig. 13) é bastante reduzido em relação ao

esterno II. Formado por dois escleritos, o basistemo III (Be III) e o esternelo ou

furcastemo III (Fe III). O basisterno III, localizado acima das coxas III (Cx III), é um

esclerito estreito em forma de“T’ , mas largo do que longo. Une-se lateralmente com o

episterno III e, anteriormente com o esternelo II ou furcastemo II. O furcastemo III tem

a forma semelhante a ponta de uma pinça dentada. Observa-se com a retiradas das

coxas, na cavidade coxal, a furca (Fu III).

18

Page 24: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

19

FIGURA 5 . PRONOTO - Vista Dorsal

FIGURA 6 . MESONOTO - Vista Dorsal

FIGURA 7 . METANOTO - Vista Dorsal

Atg - Acrotergito; Bpe - Braço pré-alar; Bpo - Braço pós-alar; Cax - Corda

axilar; El - Escutelo; Eps - Episterno; Es - Escuto; MN - Mesonoto; MT - Metanoto; Pel

- Pós-escutelo; PN - pronoto; Pn - Processo notai (a- anterior; p - posterior); Pes -

Prescuto; pp - Parapsides; Sac - Sutura antecostal; See - Sutura escutoescutelar; Snm

- Sutura notai mediana; Spe - Sutura prescutoescutal; Spp - Sutura parapsidial.

Page 25: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

20

7

1 mm

Page 26: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

21

FIGURA 8 . PROPLEURA- Vista Lateral

FIGURA 9 . MESOPLEURA - Vista Lateral

FIGURA 10 . METAPLEURA - Vista Lateral

Atg - Acrotergito; Ap - Anepisterno; Bpe - Braço pré-alar; Bpo - Braço pós-alar;

Cax - corda axilar; Cn - Carena notopleural; Cx - Coxa; El - Escutelo; ep - espiráculo;

Epm - Epimero; Eps - Epistemo; Es - escuto; MPL - Mesopleura; Mr - Mero; MTP -

Metapleura; Pap - processo alar pleural; Pec - Pré-coxa; Pel - Pós-escutelo; Poc -

Pós-coxa; PPL - propleura; Sap - Sulco alar pleural; Sp - Sutura pleural; Spp - Sutura

parapsidial; St - Sutura pleural; Tn - Trocantin.

Page 27: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

22

mm

Page 28: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

FIGURA 11 . PROESTERNO - Vista Ventral

FIGURA 12 . MESOESTERNO - Vista Ventral

FIGURA 13 . METAESTERNO - Vista Ventral

Be - Basisterno; Cx - Coxa; Epm - Epimero; Eps - Episterno; Fe - Furcastemo;

Fu - Furca; MES - Mesoesterno; MTS - mesoesterno; Pbe - Prebasisterno; Pe -

Posterno; PES - Proesterno; Tn -Trocantin.

Page 29: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

24

2 MES

Eps III

Fu III

Cx III

Fe III

MTS

13

• mm

Page 30: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

3.3.4 APÊNDICES TORÁCICOS

Em cada segmento do tórax há articulado ventralmente, entre as pleuras e os

esternos torácico, um par de pernas e, nos dois últimos segmentos, articulam-se ainda

látero-dorsalmente, entre o noto e a pleura, um par de asas; sendo, por isso, o conjunto

mesotórax e metatórax denominado de pterotórax.

3.3.4.1 ASAS

São dois pares de asa (Figs. 14; 15; 16; 17) que articulam-se látero-dorsalmente,

entre o noto e a pleura. O primeiro par de asa articula-se entre o mesonoto ou noto II e

a mesopleura ou pleura mesotorácica e o segundo par de asa articula-se entre o

metanoto ou noto III e a metapleura ou pleura metatorácica. O primeiro par de asas é

levemente escierotinizado, denominado de tégminas e, o segundo par de asas é

membranoso.

3.3.4.1.1 VENAÇÃO DAS ASAS

As asa anteriores (Fig. 14) são aproximadamente três vezes mais longas do que

largas. Com exceção do clavo, as veias da porção basal-mediana são praticamente

indistintas. Pode-se distinguir nitidamente neste primeiro par de asas as veias: Pré-

costa (PC), Costa Anterior(CA), Costa Posterior (CP), Jugal (J), Anal Posterior ramo 2

(AP’ ), Ambiente (VA). Pode-se distinguir a marcação das veias Subcosta Posterior

(ScP), Média Anterior (MA), Média Posterior (MP), Rádio Anterior (RA), Rádio Posterior

(RP), Cúbito (Cu), Anal Anterior (AA) e Anal Posterior ramo 1 (RP’).

Da placa Humeral (PH) originam-se as veias Pré-costa (PC), Costa Anterior (CA)

e Costa Posterior (CP) que estão fundidas formando a margem costal da asa. A

margem costal é estriada em toda sua extensão.

As veias Subcosta (ScP), Média (M) e Rádio (R) originam-se da placa Basivenal

das veias PC e C (PCCB) estão fundidas no terço basal da asa; a partir do qual a

Média Posterior (MP) separa-se das Subcosta Posterior (ScP), Rádio (R) e Média

Anterior (MA). No terço apical, ScP+R+MA bifurca-se em RA e RP+MA. Entre a

ScP+R+MA e a MP forma-se a célula discai I (cd I), delimitada pela veia transversa (

25

Page 31: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

rp+ma-mp)!. A célula anteapical 1 (can 1) está delimitada pelas veias RA, RP+MA e

pela transversa (ra-rp+ma). A célula anteapical 2 (can 2) está delimitada pelas veias

RP+MA, MP e pelas transversa (rp+ma-mp)i e (rp+ma-mp)2. Na porção apical, a veia

MP bifurca-se em dois ramos, o sub-ramo anterior e posterior (KUKALOVÁ-PECK,

1983; DWORAKOWSKA, 1988; MEJDALANI, 1998).

Da placa Cubital (Pcu) (Fig. 14) surge as veias Cúbito Anterior (CuA) e Cúbito

Posterior (Cu). Entre a veia CuA e a MP forma-se a célula discai II (cd II), delimitada

pelo sub-ramo posterior da veia MP. Entre as veias CuA e a CuP, forma-se a célula

braquial (cb). A veia CuP está associada a Sulco Clava], segundo KUKALOVÁ-PECK

(1983), DWORAKOWSKA (1988) e MEJDALANI (1998).

Na região do Clavo, segundo KUKALOVÁ-PECK (1983), DWORAKOWSKA

(1988) e MEJDALANI (1998), encontram-se as veias Anais Anterior e Posterior (AA e

AP, respectivamente) e veia Jugal (J). A veia AA não é ramificadas e a veia AP está

fusionada a veia J. AP bifurca-se na porção basal da asa em AP’ AP’ . AP’ permanece

fusionado a veia Jugal, formando a margem interna do clavo.

Um apêndice (Ape) estende-se da margem costal até junção final do clavo e

fazendo limite com as células apicais, que são em número de quatro (ca I, ca II, ca III,

ca IV). A ca I é limitada pelas VA, Cu-VA e CuA; ca II pelas veias VA, CuA, sub-ramo

anterior e posterior de MP; ca III pelas RP + MA, (rp+ma-mp)2 e sub-ramo anterior de

MP; ca IV pela RA, (ra-rp+ma) e RP + MA . De acordo com MEDJALANI (1995) a veia

que fecha as células apicais em seus ápices & denominada de veia Ambiente (VA).

Nas asas posteriores (Fig. 15), como nas asas anteriores, as veias Pré-costa

(PC), Costa Anterior (CA) e Costa Posterior (CP) encontram-se fundidas formando a

margem costal da asa. No final do terço mediano da margem costal encontra-se o lobo

de acoplamento alar (Lac), uma dobra de formato semicircular.

Da placa Basivenal Média surgem as veias Subcosta Posterior (ScP), Rádio (R)

e Média Anterior (MA). No terço distai bifurca-se em ScP+ RA e RP+MA. A ScP+Ra

funde-se a Veia Ambiente (VA). No terço distai da asa, Média Posterior (MP) bifurca-se

formando o sub-ramo anterior e o sub-ramo posterior. O sub-ramo anterior sofre outra

bifurcação e se liga com RP+MA. Entre as veias ScP+R+MA e MP está a célula discai I

(cd I), delimitada apicalmente pelo sub-ramo anterior de MP.

26

Page 32: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

Da placa Basivenal Cubital surgem as veias Cúbito Anterior (CuA) e Cúbito

Posterior (CuP). No terço apical CuA bifurca-se e dá origem aos sub-ramos anterior e

posterior. O sub-ramo anterior de CuA liga-se ao sub-ramo posterior de MP. Entre a

veia MP e CuA forma-se a célula discai II (cd II). A veia CuP não possuí sub-ramos. As

veias CuA e CuP delimitam a célula braquial (cb).

0 Sulco Claval é formado por uma linha despigmentada que corre

paralelamente à CuP na sua porção basal, divergindo dessa veia na porção posterior.

As veias anais Anterior e Posterior (AA e AP, respectivamente) originam-se unidas a

partir do esclerito axilar III. Logo abaixo da sua origem, AP bifurca-se em AP’ e AP. AA

e AP’ permanecem juntas até a região mediana e depois separam-se. Junto

aproximadamente até a metade da asa, encontra-se a dobra anojugal (Da), uma linha

despigmentada, localiza-se posteriormente à AP e delimita uma área arredondada, o

logo jugal (LJ). As veias AP e Jugal Anterior (JA) estão fusionadas. Posteriormente à

AP+JA, localiza-se a dobra jugal (DJ), uma inconspícua linha despigmentada.

As veias ScP+RA e RP+MA delimitam à célula apical I (ca I); RP+MA e o sub-

ramo anterior de MP à célula apical II (ca II); os sub-ramos anterior e posterior de MP e

o sub-ramo anterior de CuA à célula apical III (ca III); e os sub-ramos anterior e

posterior de CuA à célula apical IV (ca IV). A célula discai I (cd I) localiza-se entre

AcP+R+MA e MP; A célula discai II (Cd II) está entre à veia MP e CuA, delimitada

posteriormente pela fusão sub-ramo posterior de MP e sub-ramo anterior de CuA. A

célula braquial está localizada entre CuA e CuP. As células apicais, braquial e aquelas

delimitadas pelas veias CuA, CuP, AA, AP’ são fechadas no ápice da asa pela veia

Submarginal (Sb), que se estende até o ápice da sutura jugal.

Apresenta um apêndice (Ape) mais desenvolvido que o das asas anteriores.

27

Page 33: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

28

FIGURA 14 . VENAÇÃO DA ASA ANTERIOR

FIGURA 15 . VENAÇÃO DA ASA POSTERIOR

AA - Veia Anal Anterior; AP - Veia Anal Posterior (AP’ e AP’ - sub-ramos de

AP); Ape - Apêndice; C - Veia Costa (A - anterior, P- Posterior); ca I - Célula apical I;

ca II - Célula apical II; ca III - Célula apical III; ca IV - Célula apical IV; can - Célula

anteapical (1-externa; 2- interna); cb - célula braquial; cd I célula discai I; cd II - célula

discai II; Cu - Veia Cúbito (A - anterior, P- Posterior); DA - Dobra anojugal; DJ - Dobra

Jugal; J - Veia Jugal (A- Anterior; P - Posterior); Lac - Lobo de acoplamento alar; M -

Veia média (A - anterior, P- Posterior); R - Veia Rádio (A- Anterior; P - Posterior); Sb -

Veia Submarginal; SUC - Sulco Claval; VA - Veia ambiente.

Page 34: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

PC+CA+CP MP ScP+R+MA(rp+ma-mp)1 / rp+m a

ScP+R+M(ra-rp+ma)

(rp+tna-mp)2

SUC CuP Sub-ramo post MP / VA Sub-ramo artt MPCu-VA

14

Pc+CA+CP

15

1 mm I----------1

Page 35: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

30

3.3.4.1.2 ESCLERITOS AXILARES

A articulação das asas anteriores (Fig. 16) com o mesonoto é feita pela

membrana axilar (Max), escleritos e placas axilares, que SNODOGRASS (1935)

denominou de pterália. Os principais escleritos que unem a base das veias ao tórax são

os escleritos Axilar I (Ax I), Axilar II (Ax II) e Axilar III (Ax III) (KUKALOVÁ-PECK, 1983).

Além desses, apresenta os escleritos Basilar (Bal) e Subalar (Su), as placas Humeral

(PH), Placa Basivenas das veias Pré-costa e Costa (PCCB), Basivenal Cubital (PCu),

Triangular Cubital (PCut), Basivenal Anal (AB) e Basivenal Jugal (JB)

(DWORAKOWSKA, 1988).

Em vista dorsal, o primeiro esclerito Axilar (Ax I) tem formato aproximadamente

quadrangular e articula-se proximalmente ao processo notal anterior (Pna I) estando

sua porção anterior parcialmente encoberta pela placa Humeral . O esclerito Axilar II

(Ax II) tem o formato de um “V’ deitado e articula-se lateralmente ao esclerito Axilar III

(Ax III). O esclerito Axilar III tem o formato alongado. Na membrana axilar, entre o

primeiro e o esclerito Axilar II, encontra-se um pequeno esclerito de formato irregular, o

esclerito Subalar (Su). Lateralmente ao esclerito Axilar II e articulado ao esclerito Axilar

III está a placa Basivenal Jugal. É um esclerito pequeno e livre, inteiramente separado

da veia Jugal. Posteriormente, a membrana articular apresenta uma estrutura espessa

e corrugada, semelhante a um ligamento, conhecida como a Corda Axilar (Cax). Essa,

origina-se na margem posterior do mesonoto e metanoto e une-se à área anal de cada

asa.

HAMILTON (1971) utilizou os termos placas Subcosta, Mediana e Cubital, devido

as veias Costa e Subcosta estarem fundidas, e estas de placas medianas por

SNODGRASS (1909, 1927, 1935) . MATSUDA (1970) denominou de Basisubcostal a

placa que da origem à veia Subcosta (Sc). SNODGRASS (1935) e MATSUDA (1970)

denominaram de humeral a placa que da origem a veia Costa (C).

A placa Humeral (PH) faz articulação com as veias PC+CA+CP e está separada

dessas veias pela membrana axilar. É um esclerito grande, localizado na margem

anterior da membrana axilar e articula-se posteriormente ao esclerito Axilar I e

lateralmente a placa Basivenal (PCCB). Anteriormente a esta placa está o esclerito

Page 36: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

Basaiar (Bal) que conecta a placa Humeral ao epistemo. Entre a placa Humeral e a

placa Basivenal Cubital, está a placa Basivenal (PCCB) que está fusionada a base das

veias ScP+R+MA . A placa, aproximadamente retangular, Basivenal Cubital (Pcu) está

relacionada com a origem da veia Cubital (Cu). Separa-se da veia Cubital por uma

placa triangular, o Triângulo Cubital (PCut). Na base das veias Anais está a placa

Basivenal Anal (BA) (KUKALOVÁ-PECK, 1983; MEJDALANI, 1998).

Nas asas posteriores (Fig. 17), o processo notai anterior (Pna II) articula-se o

primeiro esclerito axilar (Ax I). É um pequeno esclerito de formato retangular.

Lateralmente a este esclerito, articula-se um grande esclerito retangular, o esclerito

axilar II (Ax II), que apresenta tb uma fina projeção posterior. O axilar II liga-se

distalmente a placa Basivenal (PCCB) e basalmente, pela projeção, com o esclerito

axilar III (Ax III). O terceiro esclerito axilar é o maior de todos os escleritos, tem o

formato irregular e dele tem origem a Veia Anal. Na margem dorsal da membrana axilar

(Max), ligando-se a porção basal das veias PC+CA+CP está a placa Humeral (PH). Um

pequeno esclerito que articula-se posteriormente a placa Basivenal (PCCB). Esta tem

formato aproximadamente triangular alongado e dá origem as veias ScP+R+MA.

Articulando-se basalmente a esta placa, encontra-se a placa Basivenal Cubital. Um

esclerito alongado e formato de banana. Este dá origens as veias CuA e CuP. Na

margem ventral da membrana axilar encontra-se a Corda axilar (Cax). Prende-se o

processo notai posterior (Pnp) e estende-se até a dobra anojugal (DA) (KUKALOVÁ-

PECK, 1983; MEJDALANI, 1998).

31

Page 37: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

32

FIGURA 16 . ARTICULAÇÃO DA ASA ANTERIOR

FIGURA 17 . ARTICULAÇÃO DA ASA POSTERIOR

AB - Placa Basivenal Anal; Ax I - Esclerito axilar I; Ax II - Esclerito axilar II; Ax III

- Esclerito axilar III; Ba - Basalar; Bpe - Braço -pré-alar; Bpo - Braço pós-alar; Cax -

Corda axilar; JB - Basivenal Jugal; Max - Membrana axilar; PCu - Placa Basivenal

Cubital; PCCB - Placa Basivenal das veias Pré-costa e Costa; PCut - Triangular

Cubital; PH - Placa Humeral; Pn - Processo notai (a - anterior; p - posterior); Su -

Subalar.

Page 38: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

UJ

Page 39: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

3.3.4.2. PERNAS

As pernas protorácicas, mesotorácicas e metatorácicas (Figs. 18; 19; 20

respectivamente) são semelhantes entre si, diferindo apenas no tamanho. As pernas

protorácicas e mesotorácicas tem função essencialmente ambulatória e as

metatorácicas são mais longas e adaptadas para o salto. São constituídas pelos

seguintes artículos: coxa (Cx), trocânter (Tr), Fêmur (Fm), Tíbia (Ti), Tarso (Ta) e pré-

tarso (Pt). Estes estão unidos por membranas articulares.

A coxa é o artículo basal da perna, articulando-se ao tórax. As coxas

protorácicas (Cx I) são duas vezes mais longas do que largas e assemelham-se a um

cilindro, as coxas mesotorácicas (Cx II) tem aproximadamente a forma de um cone

truncado e as coxas metatorácicas (Cx III) tem o formato retangular. Cada uma

apresenta uma sutura coxal (Sco), sendo que nas coxas I e II, ela se estende desde a

base até as proximidades da articulação com o trocânter. Nas coxas III, essa sutura

estende-se da base da coxa até próximo a articulação do trocânter, sendo interrompida

na sua região mediana. O mero (Me) é um pequeno esclerito retangular e pouco

esclerotinizado encontrado na base da coxa III.

Segundo e menor artículo das pernas, denominado de trocânter, está localizado

entre a coxa e o fêmur. Nas pernas protorácicas e mesotorácicas tem a forma de um

cilindro irregular e nas metatorácicas tem o formato irregular.

O terceiro artículo, relativamente longo, é o fêmur. De formato cilíndrico e menor

que a tíbia. São semelhantes nos três pares de pernas, sendo contudo mais robustos

nas pernas protorácicas e mesotorácicas e mais longos nas pernas metatorácicas.

Apresentam uma fileira de pequenos espinhos, tanto ma margem externas quanto na

margem interna, tendo em seu ápice cinco espinhos grandes. A fórmula setal dos

fêmures metatorácicos é 2.2.1.

A Tíbia é o quarto artículo e o mais longo da perna. É cilíndrico,

aproximadamente retas . ligado basalmente ao fêmur e, apicalmente com o tarso.

Comparando com os respectivos fêmures protorácicos, mesotorácicos e metatorácicos,

as tíbias protorácicas são aproximadamente do mesmo tamanho, um pouco mais

longas nas pernas mesotorácicas e quase duas vezes maior nas pernas metatorácicas.

As tíbias posteriores apresentam, em secção transversal, a forma quadrangular. Sendo

34

Page 40: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

que, em casa uma das margens existe uma fileira de grandes espinhos e ainda,

apicalmente, as tíbias posteriores são franjadas por três coroas ou franjas de espinhos.

O tarso é o quinto artículo. É trímero, ou seja, composto por três tarsômeros em

cada uma das pernas, o tarsômero basal, mediano e apical. SNODGRASS (1935)

chamou o tarsômero basal de basitarso. Os tarsômeros estão unidos uns aos outros

pelas membranas articulares (Ma). Os tarsos das pernas protorácicas e mesotorácicas

são bastante semelhantes em tamanho e forma. O tarsômero apical é um pouco mais

longo que os outros tarsômeros e de aspecto cilíndrico. Os tarsômeros das pernas

metatorácicas são bem maiores que os das outras pernas e todos são cilíndricos. O

tarsômero basal nas pernas metatorácicas são mais longos que os demais, tendo o

mesmo comprimento que os tarsômeros mediano e apical juntos. Os tarsômeros basal

e mediano das pernas metatorácicas apresentam uma coroa ou franja de espinhos no

seu ápice.

Porção terminal dos apêndices locomotores, denominada de pré-tarso (Figs. 21;

22; 23), são semelhantes nos três pares de pernas. Apresentam um par de unhas

laterais móveis, as unhas pré-tarsais (Un), que articulam-se dorsalmente a extremidade

do tarso e estão unidas por uma almofada membranosa e bilobada denominada de

púlvilo (Pu). Na superfície ventral do pré-tarso, na base do púlvilo, há uma placa

esclerosada, a placa unguitrator (Ut).

35

Page 41: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

36

FIGURA 18 . PERNA PROTORÁCICA - Vista Lateral

FIGURA 19 . PERNA MESOTORÁCICA - Vista Lateral

Cx - Coxa; Fm - Fêmur; Mb - Membrana articular; Mr - Mero; Pt - Pré-tarso;

Soc - Sutura coxal; Ta - Tarso; Ti- Tíbia; Tr - Trocânter.

Page 42: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

37

Page 43: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

38

FIGURA 20 . PERNAS METATORÁCICAS - Vista Lateral

Cx - Coxa; Fm - Fêmur; Mb - Membrana articular; Mr - Mero; Pt - Pré-tarso;

Soc - Sutura coxal; Ta - Tarso; Ti- Tíbia; Tr - Trocânter.

Page 44: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …
Page 45: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

40

FIGURA 21 . PRÉ-TARSO - Vista Lateral

FIGURA 22 . PRÉ-TARSO - Vista Dorsal

FIGURA 23 . PRÉ-TARSO - Vista Ventral

Pu - Púlvilo; Un Unha pré-tarsal; Ut - Placa Unguitrator

Page 46: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

41

IfTa III

Ut Un/ i

Pu 21

0,5 mm

Ta

UtUn

Page 47: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

3.4 ABDÔMEN

São onze os segmentos abdominais (Figs. 24; 25; 26). Tanto nos machos quanto

nas fêmeas, os dois primeiros segmentos apresentam-se bastante reduzidos e os dois

últimos, além de reduzidos, são modificados formando o tubo anal. O abdômen está

unido ao tórax por membranas. Sua base é larga, afunilando em direção ao ápice.

Observa-se três regiões distintas: os tergos (Tg), os laterotergitos (Lt) e os esternos

(Et). Os tergos situam-se dorsalmente e possuem suas extremidades voltadas para

baixo. Pleuras e esternos são ventrais. O termo laterotergito utilizado pelos autores

SNODGRASS (1935), KRAMER( 1950) e ZANOL (1988), foi empregado devido a

dificuldade de individualização da pleura do tergo em cada segmento abdominal.

Segundo SNODGRASS (1935) a utilização desse termo se faz necessária quando a

esclerotinização do tergo se estende para os lados e para baixo dificultando a

separação does escleritos.

O primeiro segmento abdominal possui um tergo reduzido e membranoso. Os

laterotergitos não são visíveis. Os espiráculos não foram visualizados, podendo estar

ausentes. O esterno é bastante estreito e membranoso.

O segundo segmento apresenta um tergo um pouco mais desenvolvido que o

primeiro segmento, porém, bastante reduzidos em relação aos demais segmentos. Não

foram visualizado os laterotergitos e os espiráculos. O esterno é um pouco maior que o

do primeiro segmento, com um reduzido grau de esclerotinização e margens basais

membranosas.

Do terceiro ao oitavo segmento, com exceção do oitavo segmento das fêmeas,

são semelhantes, variando apenas no tamanho. Os tergos são aproximadamente

retangulares e fortemente esclerotinizados. Os laterotergitos são, de modo geral,

retangulares, sendo triangulares no primeiro segmento dos machos e fêmeas e no

oitavo segmento das dos machos e sétimo das fêmeas. Cada laterotergito possui um

espiráculo em formato de fenda. Os esternos do terceiro ao oitavo segmento nos

machos e do terceiro ao sexto segmento nas fêmeas, são bastante semelhantes. São

aproximadamente retangulares. O sétimo e oitavo esterno das fêmeas são modificados

em virtude de sua relação com a genitália, que será discutida posteriormente.

42

Page 48: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

0 nono segmento é modificado em cápsula genital, tanto nas fêmeas quanto nos

machos. O décimo e décimo primeiro segmentos são reduzidos, constituindo o tubo

anal ou proctígero. Este fica ocultado pela cápsula genital. Segundo SNODGRASS

(1935), o décimo forma a parte basal e o décimo primeiro forma a parte distai do tubo anal.

43

Page 49: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

44

FIGURA 24 . ABDÔMEN - Vista Dorsal

FIGURA 25 . ABDÔMEN - Vista Ventral

FIGURA 26 . SÉTIMO ESTERNITO DA FÊMEA - Vista Ventral.

Es - Espiráculo; Et - esterno; Lt - Laterotergito; Tg - Tergo; Et VII - Sétimo

esterno da fêmea.

Page 50: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

45

Page 51: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

3.4.1 GENITÁLIA DO MACHO

O nono segmento abdominal do macho é modificado, constituindo o segmento

genital ou cápsula genital. O nono tergo forma uma cápsula, denominada de pigóforo,

que envolve os órgãos genitais. O pigóforo (Pi) (Fig. 27), em vista lateral, apresenta a

margem inferior sinuosa e seu ápice com muitas microcerdas e um longo processo em

forma de dedo sobre a superfície dorsal. Ventralmente, fundida na margem, látero-

basalmente, está a placa subgenital (Fig. 28). Esta é bipartida, quase três vezes tão

longa quanto larga, com um ápice amplamente arredondado.

No interior da capsula genital encontram-se as diversas estruturas copuladoras.

Edeago (Figs. 29; 30; 31) é o órgão copulador localizado medianamente dentro do

pigóforo. Com uma haste que suporta um ápice plano de onde surgem dois pares de

processos direcionado para base, um par ventral pequeno e em forma de espinho e

outro par dorsal com 1/3 do comprimento da haste. Articulando-se ao edeago, está o

conectivo (Co) (Fig. 29). É uma estrutura em formato de “T’ invertido, bem

esclerotisada, no qual se articulam lateralmente os estilos ou pararemos (Etl). Os

Estilos (Figs. 29; 32) são peças móveis, com um longo processo lateral estendendo-se

dorsalmente quase a frente do ápice que é longo, cônico à estreitado com ponta

grossa.

46

Page 52: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

47

FIGURA 27 . PIGÓFORO - Vista Lateral Esquerda

FIGURA 28 . PLACA SUBGENITAL - Vista Ventral

FIGURA 29 . EDEAGO, CONECTIVO E ESTILOS - Vista Ventral

FIGURA 30 . EDEAGO - Vista Dorsal

FIGURA 31 . EDEAGO - Vista Lateral Esquerda

FIGURA 32 . ESTILO - Vista Lateral Esquerda

Co - Conectivo; Eg- Edeago; Etl- Estilos

Page 53: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

48

27

29

Ti

0,5 mm

i

Page 54: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

3.4.2 GENITÁLIA DA FÊMEA

Nas fêmeas, o sétimo esternito abdominal (Et VII) (Fig. 32) não está modificado

em placa subgenital como nos demais homópteros. Segundo MEDJALANI (1995) esse

esclerito ocupa a posição análoga à da placa subgenital do macho, mas a placa

subgenital pode não ter origem é esternal, pode ser diferenciação das bases dos

apêndices do nono segmento, mencionado por SCUDDER (1971). É bastante

modificado em relação aos anteriores, devido sua forte relação com a genitália

(SNODGRASS, 1935). É bastante desenvolvido, sendo mais largo do que longo. Suas

margens laterais são paralelas, a margem anterior é reta e a posterior sinuosa,

apresentando uma entrada de cada lado e uma projeção mediana bilobada.

O ovopositor (Fig. 33) é formado por dois pares de valvas, cada qual

apresentando as valvas dispostas em “V’ , um deles em posição invertida, perfeitamente

encaixadas entre si, formando um tubo achatado que serve para a passagem dos ovos

(SAKAKIBARA, 1972).

O oitavo segmento abdominal faz parte do ovopositor, porem o tergo (Fig. 34)

não sofre modificação. O oitavo esterno originam o primeiro par de válvulas, as válvula

oito (VI 8) (Fig. 34), que forma a metade inferior do ovopositor. Em vista lateral (Fig.

37), são longas, alargadas na base e com ápice agudo. Apresentam uma expansão

pré-apical (Epa) arredondada, na margem ou aba ventral. O ramo (Ra) estende-se

desde a porção basal, onde é mais esclerotinizada, até a porção apical. Na porção

basal liga-se ao gonângulo (Go) (Fig. 34). Junto a margem ventral da válvula oito há

uma linha esclerotinizada semelhante a um ramo. A essa estrutura MEDJALANI (1995)

utiliza o termo estrutura de acoplamento ventral (Eav) e KRAMER (1950) denominou

de primeiro ramo externo. O termo estrutura de acoplamento ventral nos sugere que a

função dessa linha, seja a união as válvulas oito, permitindo o deslizamento das

mesmas durante a ovoposição.

Os gonocoxitos oito (Gc 8) (Fig. 34) (KUKALOVÁ-PECK, 1992) , em vista lateral,

são bastante esclerotinizados e articulam-se as margens das válvulas oito e nove.

KERSHAW & MUIR (1922), denominaram, cada gonocoxito oito de oitavo esternito

abdominal. SNODGRASS (1933), KRAMER (1950), OSSIANNILSON, RUSSEL &

49

Page 55: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

WEBER (1970), YOUNG (1977) e ZANOL (1988) utilizaram o termo primeiro valvífero.

E, finalmente SCUDDER (1961) chamou de primeira gonocoxa.

O tergo do nono segmento abdominal, na fêmea, forma o pigóforo (Fig. 34). É

um grande esclerito que se expande lateralmente, sendo extremamente maior que o

pigóforo do macho. Apresenta um ápice aproximadamente plano, apenas com uma leve

sinuosidade e diversas macrocerdas distribuídas no ápice. Ântero-posteriormente ao

pigóforo está o gonângulo (Go) (sensu SCUDDER, 1961). A função do gonângulo é

auxiliar na movimentação dos gonocoxitos nove (Gc 9), servindo como um fulcro, no

momento da ovoposição. Essa placa foi denominada, ainda por READIO (1922) de

nono pleurito, por SNODGRASS (1933) de áreas “ m+n” e por KRAMER (1950) de paca ramal.

As válvulas nove (VI 9) (Figs. 34, 36), em vista lateral, são longas, estreitas na

base, expandidas na região mediana e abruptamente afinadas no ápice. A margem

dorsal é bastante irregular, apresentando no terço apical dentes que lhe confere um

aspecto serreado. O ramo estende-se da base até o ápice, sendo que até a metade ele

é próximo a margem ventral, tornando-se mediano até o ápice.

O gonocoxito 9 (Gc 9) (Fig. 34) é pouco esclerotinizado, aproximadamente oval

em vista lateral. Está parcialmente encoberto pelo gonocoxito 8 e articula-se em sua

porção apical com a gonoplaca (Gp) (Fig. 34).

A gonoplaca (Fig. 35), em vista lateral, é alongada, com o ápice arredondado.

Dois terços basais é mais estreito que o terço apical, sendo este alargado

abruptamente. Forma uma bainha, dentro do qual se alojam as válvulas oito e nove.

Segundo SCUDEER (1961), a gonoplaca origina-se a partir de uma divisão dos

gonocoxitos nove primitivos. Sendo assim, para MEDJALANI (1995), as denominações,

tais como terceira válvula do ovopositor (READIO, 1922; KRAMER 1950;

OSSIANNILSON, RUSSEL E WEBER, 1970; ZANOL, 1988), gonapófise posterior

(KERSHAW & MUIR, 1922) e lóbulo lateral do pigóforo (DUARTE & SAKAKIBATA,

1989), não deveriam ser utilizados, já que os dois primeiros sugerem que, as

gonoplacas, seriam homólogas às válvulas oito e nove, o que é falso; e o terceiro,

implica em uma origem a partir do nono tergo, o que também não é verdadeiro.

50

Page 56: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

51

FIGURA 33. SÉTIMO, OITAVO E NONO SEGMENTO ABDOMINAL DA FÊMEA

- Vista Ventral

FIGURA 34. PORÇÃO TERMINAL DO ABDÔMEN DA FÊMEA - Vista Lateral

Et VII - Sétimo esternito abdominal; Gc 8 - Gonocoxito oito; Gc 9 - Gonocoxito

nove; Go - Gonângulo; Gp - Gonoplaca; Pi - Pigóforo; Tg - Tergo; VI 8 - Válvula oito;

VI 9 - Válvula nove.

Page 57: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

52

Tg

Page 58: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

FIGURA 35. GONOPLACA - Vista Lateral

FIGURA 36. VÁLVULA NOVE - Vista Lateral

FIGURA 37. VÁLVULA OITO - Vista Lateral

Eav - Estrutura de acoplamento ventral; Epa -Expansão pré-apical; Gc 8

Gonocoxito oito; Gc 9 - Gonocoxito nove; Go - Gonângulo; Gp - Gonoplaca; Pi

Pigóforo; Ra - Ramo; Tg - Tergo; VI 8 - Válvula oito; VI 9 - Válvula nove.

Page 59: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

54

Ra

36

k1 mm

j

Page 60: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

4. CONCLUSÕES

55

Foi chamado de Fronte o maior esclerito facial e de Clípeo o esclerito menor e

inferior àquele. Estes são claramente definidos pela sutura frontogenal e separados

entre si pela sutura epistomal. A identificação dessas áreas baseou-se no Pyterigota

generalizado de SNODGRASS (1935), nos trabalhos de HAMILTON (1981) e

MEJDALANI (1998). Essa conclusão vem corroborar as hipóteses de HAMILTON

(1981) sobre as homologias cefálicas dos Rhynchota (Hemiptera lato sensu). Sendo

assim, a terminologia de Hamilton foi aqui empregada.

O tentório é reduzido e está dividido em tentório anterior e tentório posterior. O

tentório anterior é constituído pelos braços tentoriais anteriores e braço tentoriais

dorsais com descritos no trabalho de MEJDALANI (1998).

O união da cabeça com o tórax é feito pelo cérvix. SNODGRASS (1935) e

TAYLOR (1918) descreveram a presença de escleritos nessa região, sendo que estes

escleritos não foram visualizados por nós.

Não existe acrotergito e prescuto no metanoto, sendo estes uma simples dobra

interna.

Não foi possível a visualização dos espiráculos metatorácicos.

A segunda ramificação da veia Anal Posterior das asas anteriores e posteriores

estão unidas à veia Jugal, confirmando o modelo de venação alar primitiva dos

Pterygota proposto por KUKALOVÁ-PECK (1983)

É utilizada a denominação de laterotergito, em lugar de pleura, no abdômen,

devido as dificuldades de individualizar pleura e tergo nessa região. O termo

laterotergito utilizado pelos autores SNODGRASS (1935), KRAMER (1950) e ZANOL

(1988

O sétimo esternito abdominal das fêmeas não foi denominado de placa

subgenital como sugere alguns autores, corroborando a hipótese de SCUDDER (1971).

Foi observada grande semelhança na genitália feminina descrita por

KUKALOVÁ-PECK (1992) com a genitália de Gypona (Marganalana) hiata. Tal

Page 61: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

semelhança permitiu uma correta interpretação sobre a posição dos gonocoxitos oito e

nove, gonângulo, válvulas oito e nove, e tergo nove (pigóforo). Sendo assim, foi

empregada a terminologia de Kukalová-Peck nas descrições. Foi utilizado o termo

gonoplaca para a estrutura denominada por alguns autores de “ terceira válvula do

ovopositor, “ lóbulo lateral do pigóforo” e “ gonapófise posterior” .

O sétimo esternito, nas fêmeas, o edeago, estilos e conetivo, nos machos, são

estruturas muito importantes para determinação da espécie.

56

Page 62: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

57

BORROR, D. J. & DELONG, D. M. 1988. Introdução do estudo dos insetos. São

Paulo: Edgard Blücher LTDA.

CAVICHIOLI, R. R. 1988. Estudo sobre a morfologia de Kanaima fluvialis (Lallemand,

1924) (Homoptera: Cercopidae). Rev. Bras. Entomol., 32(3/4): 393-410

DELONG, D. M. & FREYTAG, P. H. 1964. Four genera or the word Gyponinae:

synopsis of the genera Gypona, Gyponana, Rugosana, and Reticana. Oh. Biol. Surv., 2(3): 1-228.

DOERING, K. 1922. Biology and morphology of Lepyronia quadrangularis (Say) -

Homoptera: Cercopidae. Kans. Univ. Sci. Bull., 14(21 ):515-587.

DUARTE, A. J. C. & SAKAKIBATA, A. M. 1989. Kronides incumbens (Germar, 1835)

(Homoptera: Membracidae). II. Morfologia. Rev. Bras. Zoo., 6(1): 75-98

DWORAKOWSKA, I. 1988. Main veins or the wing of Auchenorryncha (Insecta,

Rhynchota: Hemiptera). Entomol. Abh. Mus. Tierk. Dresden., 52(3): 63-108.

FREYTAG, P. H. & DELONG, D. M. 1975. Gypona (Zerana) secunda, a new species of

leafhopper from Panama and Grand Cayman Island (Homoptera: Cidadelidae).

Ent. News, 86(7, 8): 141-143.

HAMILTON, K. G. A. 1971. The insect wing, part I. Origin and development from notal

lobes. Jour. Kans. Entomol. Soc., 44(4):421-433.

HAMILTON, K.G. A. 1981. Morphology and evolution of the rhynchotan head (insecta:

Hemiptera, Homoptera). Can. Ent., 113(11): 953-974.

KERSHAW, J. C. & MUIR, F. 1922. The genitalia or the auchenorrhynchous Homoptera.

Ann. Entomol. Soc. Am., 15(3): 201-212.

KRAMER, S. 1950. The morphology and phytogeny or auchenorrhynchous Homoptera

(Insecta). III. Biol. Monogr., 20(4): 111 p.

KUKALOVÁ-PECK, J. 1983. Origin or the insect eing and the wing articulation from

them arthropodan leg. Can. Jour. Zool., 61:1618-1669.

Page 63: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

KUKALOVÁ-PECK, J. 1992. The “ Unirramia do not exist: the ground plan or the

Pterygota as revealed by Permian Diaphanopterodea from Russia (Insecta:

Paleodictyopteroidea). Can. Jour. Zool., 70: 2452-2473.

MATSUDA, R. 1970. Morphology and evolution of the insect torax. Mem. Entomol. Soc. Can., 76:1-431.

MEJDALANI, G. 1998. Morfologia externa dos Cicadellinae (Homoptera: Cicadellidae):

comparação entre Versigonalia ruficauda (Walk.) (Cicadellini) e Tretogonia cibrata

Mel. (Proconiini), com notas sobre outras espécies e análise da terminologia. Rev. Bras. Zool. 15(2) 451-544.

METCALF, Z. P. & BRUNER, S. C. 1949. The Gyponidae and Ledridae of Cuba. The

Flor. Entomol., 32(3) 89-104.

METCALF, Z. P. 1949. Tettigellidae and Gyponidae (Homoptera) of Kartabo, Bartica

District, British Guiana. Zoologica: New York Zool. Soc., 34 (4): 259-282.

ÒMAN, P. W. 1949. The Neartic leafhoppers (Homoptera: Cicadellidae); A generic

classification and check list. Mem. Ent. Soc. Wash. 3: 1-153.

OSBORN, H. 1938. Report on species of the subfamily Gyponinae. Ann. Carnegie

Mus., 27(7): 11-62.

OSSIANNILSSON, F., RUSSEL, L. M. & WEBER, H. 1970. Homoptera. In: Tuxen, S. L.

ed. Taxonomist’s glossary of genitalia in insects. Copenhagenm, Munksgaard,

359p.

READIO, P. A. 1922. Ovipositors of Cicadellidae (Homoptera). Kans. Univ, Sei. Bull.,

14(8): 217-298.

SAKAKIBARA, A. M. 1972. Revisão do gênero Lycoderes Germar, 1935 (Homoptera:

Membracidae). Bolm. Univ. Paraná, Zool. 5(2): 77-138.

SCUDDER, G. G. E. 1961. The comparative morphology or the insects ovipositor.

Trans. R. Entomol. Soc. Lond., 113(2): 25-40.

SCUDDER, G. G. E. 1971. Comparative morphology of the insect ovipositor. Ann. Rev.

Entomol., 16:379-406.

58

Page 64: ESTUDO DA MORFOLOGIA DE Gypona (Marganalana) hiata …

SNODGRASS, R. E. 1909. The thorax of insects and articulation or the wing. Proc. U.S. Nat. Mus., 36(1987):511-595.

_______. 1927. The head and mouth parts of the cicada. Proc. Entomol. Soc. Wash.,29(1): 1-16

_______. 1933. Morphology of the insect abdomen, part II. The genital ducts and

ovipositor. Smithson, Misc. Colledt., 89(8): 1-148.

_______. 1935. Principles of the insect Morphology: The thorax. New York, Me

Graw-Hill, 667p.

TAYLOR, L. H., 1918. The thoracic sclerites of Hemiptera and Heteroptera. Ann. Entomol. Soc. Am. 11(3): 235-254.

YOUNG, D. A. 1977. Taxonomic study of the Cicadellinae (Homoptera: Cicadellidae),

part 3. Old World Cicadellini. Bull. N. Carol. Agric. Exp. Stn., 281: v+369p.

ZANOL, K. M. R. 1988. Morfologia de Neophalepsius gracilis (Osborn, 1923). Rev.

Bras. Entomol., 32(1):96-93.

59