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7/23/2019 Estudo de Caso - USF Bom Porto - Inês Villegas e Penélope Terra
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Escola Superior de Enfermagem de Santa Maria
3º Ano | 6º Semestre
Estágio I – Comunidade
Estudo de Caso Familiar
USF Bom Porto
Trabalho realizado por:
Inês Villegas, 27.2012
Penélope Terra, 48.2012
Porto, 2015
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Escola Superior de Enfermagem de Santa Maria
3º Ano | 6º Semestre
Estágio I – Comunidade
Estudo de Caso FamiliarUSF Bom Porto
Trabalho realizado por:
Inês Villegas, 27.2012
Penélope Terra, 48.2012
Professora Orientadora:
Mestre Fátima Ferreira
Enfermeiras Orientadoras:
Enfermeira Mónica Lopes
Enfermeira Sílvia Guimarães
Porto, 2015
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“As pessoas que passam por nós nunca vão sós. Deixam um pouco de si. Levam um
pouco de nós.”
Antoine de Saint – Exupéry
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CHAVE DE SIGLAS
CIPE – Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem
CSP – Cuidados de Saúde Primários
DGS – Direção Geral de Saúde
EAM – Enfarte Agudo do Miocárdio
FACES – Family Adaptability and Cohesion Evaluation Scale
HTA – Hipertensão Arterial
IMC – Índice de Massa Corporal
INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica
MDAIF – Modelo Dinâmico de Avaliação e Intervenção Familiar
OMS – Organização Mundial de Saúde
PNV – Plano Nacional de Vacinação
SAPE – Sistema de Apoio à Prática de Enfermagem
SINUS – Sistema de Informação para Unidades de Saúde
USF – Unidade de Saúde Familiar
VD – Visitação Domiciliária
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RESUMO ANALÍTICO
O trabalho que se apresenta consiste no estudo que realizámos durante o Estágio I –
Comunidade na USF Bom Porto. Este estudo baseou-se numa família por nós escolhida.
Assim, integra o estudo pormenorizado de uma família, para a qual executámos um plano
de cuidados adequado. Procedemos posteriormente à respetiva avaliação dos resultados
obtidos, tendo como base os dados obtidos na Consulta de Enfermagem efetuada no
domicílio.
A realização deste trabalho tem como principal objetivo aprofundar os conhecimentos no
âmbito da prática de Enfermagem, especificamente em contexto comunitário. Deste
modo, para a avaliação da família, recorremos ao MDAIF (Modelo Dinâmico de
Avaliação e Intervenção Familiar), que pretende “dar resposta às necessidades dos
enfermeiros relativamente às práticas direcionadas à família, enquanto unidade dinâmico
co-evolutiva.” (Figueiredo, 2012)
A metodologia utilizada na elaboração do presente estudo de caso centrou-se nos
seguintes aspetos: pesquisas bibliográficas em bases de dados científicas, conhecimentos
teóricos previamente aprendidos, troca de conhecimentos entre os membros da Equipa de
Enfermagem e observação direta e descritiva, no que se refere ao Processo de
Enfermagem. Para além do MDAIF recorremos também a escalas de avaliação, que serãodescritas no decorrer do trabalho.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 11
1. ENQUADRAMENTO TEÓRICO ....................................................................... 13
1.1. CONCEITO DE FAMÍLIA E SUA EVOLUÇÃO .......................................... 13
1.2. CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS .......................................................... 14
1.3. ENFERMAGEM DE FAMÍLIA ...................................................................... 17
1.4. VISITAÇÃO DOMICILIÁRIA ....................................................................... 18
2. ENQUADRAMENTO EMPÍRICO ..................................................................... 20
2.1. APLICAÇÃO DO MDAIF .............................................................................. 20
2.1.1. Avaliação Estrutural da Família ........................................................... 22
2.1.3. Avaliação Funcional ................................................................................ 34
2.2. PLANO DE CUIDADOS ............................................................................. 41
2.2.1. Plano de Cuidados do Sr. J. F. ............................................................... 43
2.2.2. Plano de Cuidados da Sra. B. C. ............................................................ 50
CONCLUSÃO ............................................................................................................... 61
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 63
ANEXO .......................................................................................................................... 64
ANEXO I - MODELO DINÂMICO DE AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO FAMILIAR
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ÍNDICE DE TABELAS
Quadro I: Avaliação Familiar ………………………………………………….. 20Quadro II: Tipo de Família …………………………………………………….. 22 – 23
Quadro III: Escala de Graffar ………………………………………………….. 26
Quadro IV: Edifício Residencial ………………………………………………. 27
Quadro V: Avaliação Desenvolvimental (dimensões) ……………………........ 30
Quadro VI: Papel Familiar …………………………………………………….. 36
Quadro VII: Escala de FACES II …………………………………………........ 37 – 39
Quadro VIII: APGAR FAMILIAR ….……………………………………........ 39 – 40
Quadro VIX: Aceitação do estado de saúde demonstrada …………………....... 43 – 44
Quadro X: Adesão à vacinação demonstrada ………………………………….. 44 – 45
Quadro XI: Andar comprometido …………………………………………........ 45 – 46
Quadro XII: Escala de Morse ………………………………………………….. 46
Quadro XIII: Risco de cair ………………………….…………………………. 46 – 47
Quadro XIV: Autovigilância adequada ……………………….………….......... 47 – 48
Quadro XV: Gestão do regime terapêutico adequado ……………………......... 48 – 49
Quadro XVI: Dor vascular …………………………………….……………….. 49 – 50
Quadro XVII: Aceitação do estado de saúde demonstrada ……………………. 51
Quadro XVIII: Adesão à vacinação demonstrada ……………………………... 52
Quadro XIX: Autovigilância adequada ………………………………………... 52 – 53
Quadro XX: Gestão do regime terapêutico adequada ……………………......... 53 – 54
Quadro XXI: Andar comprometido…………………….…………………......... 55
Quadro XXII: Escala de Morse …………………………………….………….. 55
Quadro XXIII: Risco de cair ………………………….………………………... 56
Quadro XXIV: Obesidade ……………………………………………………... 56 – 57
Quadro XXV: Hipertensão Arterial ……………………………………............. 57 – 58
Quadro XXVI: Ferida traumática na face externa do calcâneo direito ………... 58 – 59
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Quadro XXVII: Dor por ferida em grau elevado ………………….…………… 53 – 54
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ÍNDICE DE FIGURAS
Figura I: Família Extensa …………………………………….…………............. 23
Figura II: Genograma …………………………………….……………............... 24
Figura III: Ecomapa …………………………………….……………….............. 25
Figura IV: Ciclo Vital …………………………………….……………............... 29
Figura V: Processo Familiar …………………………………….………............. 35
Figura VI: Crenças …………………... …………………………………............. 40
Figura VII: Focos de Atenção (Sr. J. F.) ………...………………………............. 43
Figura VII: Focos de Atenção (Sra. B. C.) ………………………………............ 50
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INTRODUÇÃO
No âmbito do Estágio I – Comunidade, que decorreu entre os dias 11 de Maio e 12 de
Junho, na USF Bom Porto foi-nos proposto a realização de um Estudo de Caso Familiar.
À partida um Estudo de Caso é uma investigação que envolve todos os aspetos
relacionados com os doentes em causa, estando implícita a colheita de dados realizada
com os mesmos, respetiva família e/ou prestadores de cuidados. (Patricia A. Potter, 2006)
Neste que se apresenta acrescenta-se o contexto Família, uma vez que, ao contrário de
momentos anteriores não nos centrámos apenas num utente e nas suas patologias. A
essência deste estágio passa mesmo pelo estudo pormenorizado de uma Família. Tal, permitiu-nos a realização de Consultas de Enfermagem no domicílio, o que nos
possibilitou a observação direta das condições físicas em que a Família e cada um dos
seus membros estão inseridos.
A Família escolhida é constituída pelo casal – ele com 85 anos de idade e ela com 84 anos
de idade, dois filhos – um que trabalha e reside noutro concelho e outro que morreu aos
dois anos de idade. Do filho têm dois netos, que não mantêm contacto com os avós. O
casal tem uma série de patologias e vive em condições precárias. Costumam contactar
com o filho. No entanto, são as pessoas da vizinhança a sua primeira linha de apoio. A
escolha desta família relacionou-se com o facto de ser um casal constituído por duas
pessoas idosas, com uma série de patologias e que mesmo contando com o apoio de
vizinhos e da Paróquia, levam um nível de vida sofrível. Acabam por ser o prestador de
cuidados um do outro.
Tendo em conta que o nosso ponto de partida foi a Família recorrermos ao MDAIF – Modelo de Dinâmica e Avaliação da Intervenção Familiar, uma vez que, o MDAIF “foi
construído na prática, e é importante na medida em que norteia intervenções de
enfermagem adequadas tendo em conta a unicidade de cada família.” (Figueiredo, 2012)
De notar que o modelo em questão não foi preenchido na sua totalidade, pois tivemos em
conta a fase do ciclo vital em que a família se encontra. Recorremos ainda a outras escalas
de avaliação, que serão apresentadas de seguida.
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A realização deste trabalho consistiu na construção de um caminho cuja meta foi a
vivência da Enfermagem Comunitária. Adquirir as competências preconizadas para um
Enfermeiro de Cuidados Gerais na Comunidade. Mas também extrapolar este objetivo e
saber ser e estar como um Enfermeiro especialista em Saúde Comunitária, visando
conhecer, inquirir, ouvir e potencializar a Comunidade, ajudando cada membro, tendo
sempre como perspetiva ganhos em Saúde.
O trabalho está dividido em duas partes. A primeira consiste numa dimensão teórica, onde
explicamos o conceito de família e sua evolução, bem como nos debruçamos sobre os
Cuidados de Saúde Primários, a Enfermagem de Família e a Visitação Domiciliária. Após
a apresentação de conhecimentos teóricos segue-se o confronto das definições de cada
dimensão e eixo do MDAIF com a situação da família em estudo. Ainda no mesmo
capítulo surgem os planos de cuidados estruturados e realizados com o intuito de obter
ganhos em Saúde na família em estudo. Por fim, apresentamos a conclusão onde
refletimos sobre os resultados obtidos e a sua eficácia, referimos as dificuldades sentidas
durante a realização deste estudo de caso e também onde mencionamos as mais-valias
obtidas com a realização do mesmo.
Para a elaboração deste estudo recorremos à metodologia descritiva, interrogativa e deobservação direta sempre sustentada pela colheita de dados efetuada a partir da Consulta
de Enfermagem concretizada em contexto de domicílio e também às opiniões das
Enfermeiras Orientadoras e Enfermeiros da Equipa, uma vez que todos eles conhecem o
casal em análise. Os materiais utilizados foram o MDAIF, a CIPE versão 2, o sistema
informativo SAPE, livros e internet.
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1. ENQUADRAMENTO TEÓRICO
Neste capítulo são abordados pormenorizadamente os conceitos de Família, Cuidados de
Saúde Primários, Enfermagem de Família, Cuidados Domiciliários e é apresentado oMDAIF.
1.1.CONCEITO DE FAMÍLIA E SUA EVOLUÇÃO
Juridicamente, referimo-nos, portanto, ao artigo 1576.º do Código Civil Português, a
família é constituída pelas pessoas que se encontram ligadas pelo casamento, pelo
parentesco, pela afinidade e pela adoção (Portugal, Lei n.º 23/2010 Código Civil
Português, 2010). Analisando esta definição, conceitos como família nuclear, famíliaalargada, família de origem não são tidos em conta.
Frei Fernando (2002, citado em Fernandes, 2015, p.23) escreve sobre este mesmo assunto
afirmando: “Família cobre realidades diferentes; no entanto, em comum, tem uma
perspetiva de ascendência, semelhança, de proximidade, de estrutura e cruzamento.”
Somando, assim, o fator afetividade aos laços sanguíneos. Maria e Torres (1999, citadas
em Fernandes, 2015, p.26) em consonância com este pensamento afirmam que a família
não é apenas o lugar de reprodução, mas é também um lugar denso e rico de afeto, de
solidariedade, transmissão de conhecimentos e do saber.
Por mais definições que se construam para o conceito de Família, todos eles são
influenciados pela autonomia e liberdade, pelo aumento da instabilidade conjugal – que
muitas vezes resulta em separação ou em divórcio – , pelo aumento dos conflitos e do
sofrimento psicológico, pelo empobrecimento das famílias monoparentais, pelas
alternativas ao casamento, pelo aumento dos nascimentos de crianças fora da união
matrimonial, pelas questões ligadas às uniões homossexuais e às uniões culturais.
(Pedroso e Branco, citados em Fernandes, 2015, p. 17) Aboim (2006, citado em
Fernandes, 2015, p.26) acrescenta ainda que estamos perante uma vida familiar em
mudança, a um ritmo quase vertiginoso, decorrente dos movimentos de modernização da
sociedade. A família em estudo é o espelho desta situação. Trata-se de um casal
proveniente de Lanhedos, pertencente ao distrito de Viana do Castelo, que logo depois de
terem contraído matrimónio deixaram o suporte familiar – pais, irmãos, sobrinhos e
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primos – para virem viver para o centro do Porto, casa onde ainda hoje residem, à procura
de uma vida melhor. Com o objetivo de terem melhores condições de vida mudaram-se
para o Porto. Durante anos o marido trabalhou como motorista, enquanto a esposa para
além de se responsabilizar pela educação dos dois filhos – o mais novo morreu de doença
aos dois anos de idade – , trabalhava ainda como costureira.
Continuando na procura da definição ideal de Família, a Classificação Internacional para
a Prática de Enfermagem versão 2 (2011) define família como um grupo. Passamos a
citar: “Família – Grupo: Unidade social ou todo coletivo composto por pessoas ligadas
através de consanguinidade, afinidade, relações emocionais ou legais, sendo a unidade ou
o todo considerados como um sistema que é maior do que a soma das partes.”
Depois de muitos artigos lidos e de várias conversas com o casal em questão parece-nos
que a melhor definição, aquela que se adequa à sua mística é a de Wright e Leahey que
diz: “Família é quem os seus membros dizem quem são.” (Wright e Leahey, 2009, citadas
em Fernandes, 2015)
Figueiredo (2009) parte do pressuposto que Família é um sistema constituído por
subsistemas, cuja multiplicidade, quer das configurações familiares, quer das interações
mantidas entre os seus elementos e entre os seus ambientes, confere-lhe unicidade num
contexto de diversidade. A mesma autora afirma ainda que a saúde familiar será
maximizada e otimizada perante os Cuidados de Enfermagem que se centrem nos seus
padrões internacionais e que integrem as dimensões do espaço e do tempo numa
abordagem multidimensional do potencial de saúde familiar. Assume também que pela
natureza dos Cuidados de Saúde Primários, que serão abordados no subcapítulo a seguir,
todas as famílias são passíveis de serem avaliadas. Aliás, será esta avaliação familiar que
permitirá a identificação dos recursos e forças da família, bem como, as suas
necessidades, aliadas com a sua autenticidade. Daí o planeamento das intervenções
especializadas à família ser uma questão essencial tendo sempre como base uma avaliação
detalhada de cada membro que a constitua e de todos no geral.
1.2.CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
Os CSP (Cuidados de Saúde Primários) constituem a principal estrutura de um sistema
de saúde, quer pela dimensão de problemas que resolvem (80 a 85%), quer pela
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diversidade de intervenções que asseguram. Estes atuam no decorrer de todas as fases da
vida e integram todas as formas de intervenção em saúde: promoção da saúde, prevenção
da doença, diagnóstico precoce, terapêutica adequada, reabilitação e reinserção social. Os
CSP estão próximos da população e são pró-ativos relativamente aos cidadãos,
nomeadamente com os mais vulneráveis, contribuindo para promover a equidade e
garantir o acesso aos cuidados de saúde. Promovem a participação ativa dos cidadãos no
seu processo de saúde e no dos outros, pelo que conferem mais efetividade e eficiência
aos sistemas de saúde. (Nunes et al., 2012)
Os cuidados de saúde prestados pelos CSP diferenciam-se, em muitos aspetos, dos que
são praticados nos CSH (Cuidados de Saúde Hospitalares), na medida em que:
o Preocupam-se com toda a população, tanto na saúde como na doença
Os CSP preocupam-se com toda a população, quer com as pessoas saudáveis quer com
as pessoas em situação de doença, independentemente de serem situações agudas ou
crónicas, visando proteger e melhorar o estado de saúde da população, promovendo
comportamentos e atitudes saudáveis, desenvolvendo estratégias de prevenção primária
e secundária, diagnosticando as doenças o mais precoce possível para que haja cura e não
resultem sequelas. Assim, os CSP caracterizam-se pela prestação de cuidados holísticos,
e pela iniciativa que têm de contactar as pessoas quando estas não comparecem para vigiar
ou tratar a sua saúde. (Nunes et al., 2012)
o Promovem a continuidade de cuidados e a coordenação dos processos
assistenciais
No processo de prestação de cuidados aos doentes, as equipas de saúde familiar assumem
o papel de “gestores do processo assistencial”, uma vez que são os primeiros a prestar
cuidados aos doentes, e encaminham os doentes para os CSH para realizarem meios
complementares de diagnóstico mais sofisticados e/ou serem observados e tratados pelos
especialistas hospitalares, recebendo-os após a alta hospitalar, acompanhando-os na
evolução de todos os tratamentos, garantindo a sua continuidade e integração. (Nunes et
al., 2012)
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o Promovem a saúde e o empoderamento dos cidadãos, das famílias e da
comunidade
Define-se empoderamento como o processo através do qual os indivíduos adquirem ummaior controlo sobre as decisões e ações que afetam a sua saúde. A nível individual,
refere-se à capacidade do indivíduo para tomar decisões e exercer controlo sobre a sua
vida pessoal. Por sua vez, a nível comunitário, refere-se à atuação em conjunto dos
indivíduos, de modo a controlarem e influenciarem os determinantes da saúde e a
qualidade de vida da comunidade. (Apontamentos cedidos pela Prof.ª Fátima Ferreira,
2015)
Os CSP, com os contributos de todos os seus profissionais (médicos de família, médicos
de saúde pública, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, assistentes
sociais, higienistas orais, técnicos de saúde ambiental, podologistas, entre outros),
promovem a melhoria do estado de saúde das pessoas e potenciam o empoderamento dos
cidadãos, das famílias e da comunidade e das suas instituições. (Nunes et al., 2012)
o Podem e devem atingir uma capacidade resolutiva muito elevada
Os CSP podem responder à grande maioria dos problemas e das necessidades em saúde
decorrentes dos problemas de saúde crónicos e agudos, induzindo uma diminuição da
procura de cuidados hospitalares, reduzindo a necessidade de recurso a cuidados mais
complexos e a tecnologia mais dispendiosa que as fases mais avançadas das doenças
requerem. (Nunes et al., 2012)
Para que os enfermeiros assumam um entendimento profundo sobre a prestação de
cuidados no decorrer do ciclo de vida familiar no âmbito dos CSP, é necessário que
reconheçam a unidade familiar como alvo dos seus cuidados. (Figueiredo, 2012)
Uma das formas de aplicação dos CSP foi através da criação das USF, cuja missão é
manter e melhorar o estado de saúde da população abrangida, através da prestação de
cuidados de saúde gerais, garantido acessibilidade e continuidade, tendo em conta os
contextos sociofamiliares dos utentes, incluindo os cuidados informais. (Apontamentos
cedidos pela Prof.ª Fátima Ferreira, 2015)
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As USF caracterizam-se por terem equipas multiprofissionais, constituídas por médicos,
enfermeiros e por pessoal administrativo, na medida em que as USF têm autonomia
organizativa, funcional e técnica, que se encontra integrada numa lógica de rede com
outras unidades funcionais do centro de saúde ou da unidade local de saúde.
(Apontamentos cedidos pela Prof.ª Fátima Ferreira, 2015)
Assim, a atividade das USF orientam-se por princípios como a prestação de cuidados de
saúde personalizados, tendo em conta os objetivos de eficiência e qualidade, cooperação
entre os elementos da equipa e gestão participativa, como forma de melhorar o seu
desempenho e satisfação profissional. (Apontamentos cedidos pela Prof.ª Fátima Ferreira,
2015)
Relativamente à distribuição da população numa USF, a cada enfermeiro devem ser
confiados os utentes correspondentes ao número de cerca de 200 famílias por determinada
área geográfica. (Apontamentos cedidos pela Prof.ª Fátima Ferreira, 2015)
1.3.ENFERMAGEM DE FAMÍLIA
A conceção de uma enfermagem centrada no trabalho com as famílias enfatiza a figura
do enfermeiro de família enquanto pivô no seio de uma equipa multiprofissional e
entidade corresponsável pela prestação contínua de cuidados, durante todo o ciclo de vida
familiar, e em todos os acontecimentos de vida críticos, envolvendo a promoção e
proteção da saúde, a prevenção da doença, a reabilitação e a prestação de cuidados aos
indivíduos doentes ou em estadios terminais de vida. (Nunes et al., 2012)
Assim, a família emerge como foco dos cuidados de enfermagem e, como tal, deverá ser
entendida como unidade básica da sociedade que tem vindo a sofrer alterações a nível
estrutural e dinâmico, revelando fragilidades e potencialidades que determinam a saúde
dos seus membros e da comunidade onde se insere. (Nunes et al., 2012)
Neste sentido, para a compreensão da família é essencial entender a sua complexidade,
globalidade, reciprocidade e multidimensionalidade, numa abordagem que considera,
tanto a historicidade da família, quanto o contexto. (Nunes et al., 2012)
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Assim, o Enfermeiro de Saúde Familiar é o profissional de referência e suporte
qualificado que, em complementaridade funcional e numa perspetiva de intervenção em
rede, dá resposta às necessidades da família no exercício das suas funções, entre as quais,
a identificação precoce de determinantes da saúde com efeitos na dinâmica familiar, o
reconhecimento do potencial do sistema familiar como promotor de saúde, como elo de
ligação entre a família, os outros profissionais e os recursos da comunidade, garantindo a
equidade no acesso aos cuidados de saúde, particularmente, aos de enfermagem e, por
fim, como mediador na definição das políticas de saúde dirigidas à família. (Nunes et al.,
2012)
Neste contexto, os cuidados especializados em enfermagem de saúde familiar focam a
sua atenção nas dinâmicas internas da família e nas suas relações, valorizando também a
estrutura da família e o seu funcionamento, tal como o relacionamento dos diferentes
subsistemas com a família, uma vez que este pode gerar mudanças nos processos
intrafamiliares e na interação da família com o seu ambiente. (Nunes et al., 2012)
1.4.VISITAÇÃO DOMICILIÁRIA
A VD (Visitação Domiciliária) pode ser definida como uma atividade dirigida à família,
que determina o tipo de ensino orientado para a solução de problemas de vivência em
situações da vida real no contexto familiar, assenta no princípio de que todas as atividades
de enfermagem para com a família têm um objetivo eminentemente educativo, cuja
finalidade consiste em auxiliar a família a ajudar-se a si mesma. (Apontamentos cedidos
pela Prof.ª Fátima Ferreira, 2015)
Deste modo, os objetivos da VD são a prestação de cuidados de enfermagem no domicílio
sempre que necessário, supervisionar os cuidados delegados à família, obter informaçõessobre as condições socioeconómicas da família e orientar/educar um ou mais membros
da família na prestação de cuidados. (Apontamentos cedidos pela Prof.ª Fátima Ferreira,
2015)
Neste sentido, as vantagens da visitação domiciliária para o enfermeiro consistem em
pormenorizar o conhecimento sobre o utente (meio ambiente, condições de habitação,
relações afetivo-sociais da família), facilitar a adaptação do planeamento da assistência
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de enfermagem de acordo com os recursos da família, melhorar o relacionamento do
grupo familiar com o profissional de saúde, na medida em que é sigiloso mas menos
formal, e permitir uma maior liberdade para os utentes exporem os diversos problemas,
na medida em que o enfermeiro apresenta maior disponibilidade. (Apontamentos cedidos
pela Prof.ª Fátima Ferreira, 2015)
Por sua vez, as limitações da visitação domiciliária consistem num aumento de custos,
devido à necessidade de mais recursos económicos e humanos, maior disponibilidade de
tempo do enfermeiro (deslocação), fatores que impossibilitam a marcação da VD, como
não estar ninguém em casa, o endereço estar errado ou o utente não residir mais daquele
endereço, e a recusa dos utentes/famílias em relação à VD. (Apontamentos cedidos pela
Prof.ª Fátima Ferreira, 2015)
Deste modo, o enfermeiro durante a visitação domiciliária desenvolve as suas ações e
interações com a família, evitando considerar apenas os problemas apresentados pelo
utente, e a componente educativa permite a mudança de padrões de comportamento,
promovendo a qualidade de vida através da prevenção de doenças e promoção da saúde.
(Apontamentos cedidos pela Prof.ª Fátima Ferreira, 2015)
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2. ENQUADRAMENTO EMPÍRICO
Quando se estuda uma família Figueiredo (2012) defende que existem três áreas de
atenção que se devem ter em linha de conta. O quadro que se segue menciona e especifica
cada uma delas:
AVALIAÇÃO FAMILIARESTRUTURAL DESENVOLVIMENTO FUNCIONAL
Rendimento FamiliarEdifício Residencial
Precaução de SegurançaAbastecimento de Água
Animal Doméstico
Satisfação ConjugalPlaneamento FamiliarAdaptação à Gravidez
Papel Parental
Papel de Prestador deCuidados
Processo Familiar
Quadro I – Avaliação Familiar
Segundo o pensamento de Figueiredo (2012) a Avaliação Estrutural está diretamente
relacionada com a estrutura da família. Refere-se, portanto, à sua composição, os vínculos
que existem entre os seus membros, bem como, os subsistemas que a compõem, dando a
possibilidade de a partir daqui se levantar possíveis riscos de saúde.
2.1.APLICAÇÃO DO MDAIF
A recolha de dados durante as visitações domiciliárias fundamentou-se no modelo
dinâmico de avaliação e intervenção familiar.
Deste modo, a família em estudo é constituída por um casal: Sra. B. C.C e Sr. J.F.
A Sra. B. C.C tem 84 anos, e apresenta como antecedentes clínicos: Obesidade,
Hipertensão Arterial; Artrite Reumatóide e ferida traumática no calcâneo, que serão de
seguida descritos.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) define a Obesidade como uma doença em que
o excesso de gordura corporal acumulada pode atingir graus capazes de afetar a saúde e
que resulta de sucessivos balanços energéticos positivos, nos quais a quantidade de
energia ingerida é superior à quantidade de energia despendida.
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A avaliação da acumulação de gordura pode ser feita através do IMC (Índice de Massa
Corporal), avaliação da distribuição da gordura corporal e medida das pregas da pele.
(DGS, 2005)
De acordo com a DGS, a HTA (Hipertensão Arterial) define-se pelo aumento persistente
da pressão arterial sistólica – valores iguais ou superiores a 140mmHg, e da pressão
arterial diastólica – valores iguais ou superiores a 90mmHg. (DGS, 2013)
A Artrite Reumatóide é uma doença sistémica inflamatória de etiologia autoimune, que
está associada a fatores de risco como o aumento da pressão arterial, tabagismo,
Hipercolesterolemia, idade e Diabetes Mellitus. (Associação Médica Brasileira, 2007)
De acordo com a CIPE Versão 2 (2011), define-se ferida traumática como “uma solução
de continuidade inesperada de tecido na superfície do corpo, associada a lesão mecânica
devido a agressão ou acidente; lesão irregular da pele, mucosa ou tecido, tecido doloroso
e magoado, drenagem e perda de soro e sangue; associada a tecido pouco limpo, sujo ou
infetado”
O regime medicamentoso da Sra. B. C.C consiste em: Clotrimoxazol 800 + 160mg;
Hidroclorotiazida + Amilorida 50 + 5mg; Ácido Alendrónico 70 mg; Sulfassalazina
500mh e Povidona 50 mg/ml.
Por sua vez, o Sr. J.F tem 85 anos, é portador de pacemaker desde 2011 e apresenta como
antecedentes clínicos: Insuficiência Cardíaca, Doença Cardíaca Isquémica; Fibrilhação
Auricular e Obesidade.
A Insuficiência Cardíaca está relacionada com a incapacidade do músculo cardíaco para
bombear o sangue numa frequência proporcional às necessidades metabólicas dos
tecidos. (DGS, 2011)
A Fibrilhação Auricular é uma taquiarritmia com elevada morbi-mortalidade, decorrente
do comprometimento hemodinâmico originado pela taquicardia e pela ocorrência de
fenômenos tromboembólicos. (Abreu, Dallan, & Oliveira, 2005)
O regime medicamentoso do Sr. J.F consiste em: Cordaron; Carvedilol; Trimetazidina;
Aldactone; Furosemida e Nitroglicerina (SOS)
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2.1.1. Avaliação Estrutural da Família
Figueiredo (2012), contempla nesta dimensão – Avaliação Estrutural – os seguintes itens:
o Composição da Família
A autora explica que este item remete para a identificação da ordem de nascimento(s) ou
adoção(s) e subsistemas, considerados essenciais na avaliação dinâmica e ecológica da
família.
Em suma, esta integra a informação sobre quem faz parte da família, a identificação dos
elementos, o vínculo entre os mesmos, datas de nascimento e outros dados que possam
ser considerados relevantes para a compreensão da estrutura familiar, como situações
decorrentes de óbitos, divórcios, novos casamentos ou casos de adoção.
A família em estudo é constituída por um casal: Sra. B. C.C e Sr. J.F, e pelo seu filho:
F.F, que é casado e tem dois filhos – o mais velho é estudante de Medicina em Coimbra
e a mais neta é atleta profissional.
o Tipo de Família
Neste item a família é classificada de acordo com a sua composição e os vínculos entre
os seus elementos, que determinam algumas das suas funções – internas e externas –
associadas ao seu desenvolvimento. De notar que este tipo de identificação permite ao
profissional, defende Figueiredo (2012), incorporar de diversos modos formas de
organização familiar. Passamos então a mencionar os diferentes tipos de família segundo
Figueiredo (2012):
Casal Família Nuclear Família Reconstruída
Homem e mulher ou parceiros do mesmo sexo
que podem ou não serlegalmente casados
Homem e mulher com umou mais filhos biológicos ouadotados e podendo ou não
ser legalmente casados;casal do mesmo sexo com
um ou mais filhos adotadose podendo ou não serlegalmente casados
Casal em que pelo menosum dos elementos tenha
uma relação maritalanterior e um filhodecorrente desserelacionamento
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Família Monoparental Coabitação Família InstitucionalConstituída por umafigura parental única e
presença de uma ou mais
crianças, com aidentificação do géneroda pessoa que representaa figura parental
Homens e mulheres
solteiros, partilhando amesma habitação
Reporta-se a conventos,
orfanatos, lares de idosose/ou internatos
Comuna Unipessoal Alargada
Grupos de homens,mulheres e crianças semdelimitação expressa desubsistemas associados a
grupos domésticos
Uma pessoa numa habitação
Constituída por trêsgerações ou casal ou famílianuclear e outros parentes ou
pessoas com outrosvínculos que nãos os de
parentescoQuadro II – Tipo de Família
Apesar de ter um filho, assumimos que a família em estudo classifica-se como família do
tipo casal, uma vez que o filho não reside com eles.
o Família Extensa
Neste item Figueiredo (2012) afirma que se deve identificar o tipo e a intensidade do
contacto, além das relações estabelecidas entre os membros da família e os elementos dafamília de origem e outros parentes, que não sejam contemplados no sistema familiar.
O casal é muito unido entre si. Mantêm contacto semanal com o filho. No entanto, referem
que não contactam regularmente com os netos, uma vez que, um se encontra a estudar em
Coimbra e outra, devido à profissão, passa muito tempo fora de casa. Referem também
que a nora não os costuma visitar.
O diagrama que se segue ilustra os termos utilizados neste item segundo Figueiredo(2012):
FamíliaExtensa
Companhiasocial
Apoioemocional
Guiacognitivo ede conselhos
Regulaçãosocial
Ajudamaterial e deserviços
Acesso anovos
contactos
Fig. I – Família Extensa
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O casal em estudo paga mensalmente uma quantia para receber o apoio da Paróquia. Este
consiste na realização dos cuidados de higiene parciais de segunda a sexta-feira e na
confeção e entrega do almoço. Conta ainda com o apoio dos donos da frutaria da rua onde
vivem, que costumam comunicar com frequência com o filho. O Sr. J. F. e a Sra. B. C.
pagam também a uma senhora que, uma vez por semana, se responsabiliza pela limpeza
da casa. Por fim, contam também com o apoio de uma cabeleireira, que vai a casa cuidar-
lhes da imagem pessoal uma vez por mês.
o Sistemas mais amplos
Figueiredo (2012) contempla neste item as interações sociais entre contextos em que a
família participa. Podem ser instituições sociais ou pessoas significativas não
pertencentes à família extensa. Assume-se que este tipo de interação é uma mais-valia
para a família, uma vez que, será ajudada pela pessoa e/ou instituição. Para facilitar a
compreensão deste tipo de interação recorre-se á construção do genograma e do ecomapa.
Fig. II – Genograma
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Fig. III – Ecomapa
Fig. III – Ecomapa
o Classe Social
Uma vez atribuída a classe social a que a família pertence será mais fácil a perceção do
profissional em relação ao fator stress, visto que, este está intimamente associado aos
aspetos económicos, de instrução, grupo profissional e ainda de contexto residencial. A
classe social influencia ainda o modo de organização das famílias. Como estas
estabelecem as suas crenças e valores, como também, como utilizam os serviços de saúde
e outros serviços sociais, daí a pertinência da sua avaliação. Recorre-se, por isso, à Escala
de Graffar Adaptada. (Figueiredo, 2012)
Segue-se, então, a apresentação da Escala de Graffar preenchida tendo em conta a família
em estudo.
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NOTAÇÃO SOCIAL DAS FAMÍLIAS (GRAFFAR) POSIÇÃOPROFISSÃO INSTRUÇÃO
FONTEPRINCIPAL
TIPO DEHABITAÇÃO
LOCAL DERESIDÊNCIA
ESTRATO PTS
I
Grandesindustriais ecomerciantes.
Gestores. Grandesempresas eAdministraçãoPública.Profissõesliberais.
DoutoramentoMestradoLicenciatura
Propriedade Luxuoso Bairro eleganteI
CLASSEALTA
II
Médiosindustriais,comerciantes eagricultores.Dirigentesintermédios equadros técnicosde empresas eAdministraçãoPública.
BacharelatoCurso Superior
Altosvencimentos ouhonorários
Espaçoso econfortável
Bom local
IICLASSEMÉDIAALTA
III
Pequenosindustriais ecomerciantes.Empregados eoperáriosqualificados.
CursoComplementarEnsino Superior
Vencimentoscertos
Bemconservado comcozinha e casade banho.Eletrodomésticos essenciais
Zona antigaIII
CLASSEMÉDIA
IV
Pequenosagricultores.Operáriossemiqualificados.Escriturários.
Escolaridadeobrigatória
Remuneraçõesincertas
Com cozinha ecasa de banhodegradadas e ousemeletrodomésticos
Bairro operáriosocial
IVCLASSEMÉDIABAIXA
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VMão-de-obraindiferenciada.
Nãoescolaridadeobrigatóriacompleta
Assistencial Imprórpio Bairro de lataV
CLASSEBAIXA
Quadro III – Escala de Graffar
Como é referido na obra “Classification and Occupations” General Register Office
(London Satationary Office, 1951) esta escala deve ser preenchida com base na profissão
exercida pelo pai. Adaptámos ao Sr. J. F.
O Sr. J. F. trabalhou como motorista, pelo que, foi atribuído o 4º grau.
Em relação ao nível de instrução, uma vez que o Sr. J. F. fez a 4ª Classe foi atribuído o 4º
grau, que diz respeito ao ensino primário completo.
Em relação às fontes de rendimento familiar deve-se ter em conta a principal fonte de
rendimentos da família. Tanto o Sr. J. F. como a Sra. B. C. recebem a reforma todos os
meses, pelo que foi atribuído o grau 3, que corresponde a vencimento mensal fixo.
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Considerámos a habitação onde o Sr. J. F. e a D. B. vivem, um alojamento impróprio para
uma vida decente, uma vez que, esta não se encontra adaptada às necessidades de ambos
os membros do casal. Assim, foi atribuído o 5º grau. Esta encontra-se numa zona antiga
do centro da cidade, pelo que foi atribuído o 3º grau.
Somando todas as categorias, a família em estudo obteve 19 pontos, pertencendo, assim
à Classe Social Média Baixa.
o Edifício Residencial
O edifício residencial trata-se do espaço habitacional onde a família e que lhe proporciona
abrigo e proteção. Figueiredo (2012) engloba neste item os seguintes aspetos a ter emconta:
EDIFÍCIO RESIDENCIAL
EDIFÍCIO
RESIDENCIAL
Categorias estruturantes
Aspetos de habitação relacionados com a existência de barreirasarquitetónicas
Tipo de aquecimento e de abastecimento de gás
Higiene de habitação
Quadro IV – Edifício Residencial
Neste item avaliam-se as barreiras arquitetónicas tendo como ponto de partida as
necessidades de cada membro da família e averiguar se as estruturas físicas se adequam
ou não à família. (Figueiredo, 2012)
A habitação do casal em estudo trata-se de um edifício velho e degradado. Tem três
andares – rés-do-chão, 1º andar e 2º andar, onde o casal vive. O Sr. J. F. e a Sra. B. C.
Para irem à rua têm que subir e descer trinta e três degraus – tábuas de madeira bastante
danificadas. A Sra. B. C. há muito tempo que não sai de casa, por não ter condições para
o fazer. No entanto, o Sr. J. F. costumava fazê-lo regularmente, mas desde que caiu em
sua casa há um mês refere ter medo de descer as escadas. Também não existem
campainhas, pelo que, nos momentos da Consulta Domiciliária o Sr. J. F. tinha que se
dirigir para o outro lado da casa e debruçar-se sobre a varanda para nos atirar as chaves.
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Numa primeira observação, apesar de se tratar de uma casa antiga, esta parece ter boas
condições. No entanto, após uma observação mais atenta é possível identificar uma série
de infraestruturas que dificultam o dia-a-dia do casal. A habitação tem uma área muito
grande e as divisões são distantes entre si. O piso é constituído por tábuas de madeira
antigas e algumas danificadas. O casal dividiu a casa em duas áreas. Sala de estar, quarto,
cozinha e casa de banho, que se encontram do lado interno do edifício e uma sala com
uma grande área do lado externo do edifício, que dá para a rua, que não é utilizada.
Tem acesso a água canalizada, luz elétrica e gás. No Inverno o casal refere que para
combater as baixas temperaturas utilizam o aquecedor a gás e botijas de água quente. No
Verão o casal recorre à ventoinha.
A casa de banho é constituída por banheira – barreira arquitetónica para a Sra. B. C., uma
vez que esta não consegue entrar nem sair da banheira, o que faz com que o autocuidado
higiene, apesar de ser diário, ser parcial – , por sanita e lavatório.
A cozinha é a divisão mais pequena da casa. Tem fogão e micro-ondas. Os seus móveis
encontram-se bastante danificados.
A sala de estar é grande e é onde se encontra a televisão. É nesta divisória que o casal
passa a maior parte do dia.
Por fim, descrevemos o quarto: este é constituído por uma cama, que é baixa em altura.
O que dificulta a entrada e saída de ambos os membros. O Sr. J. F. refere também que nos
últimos tempos a Sra. B. C. tem caído várias vezes da cama durante o sono.
Como referimos anteriormente, o casal paga uma quantia a uma senhora para tratar da
limpeza da casa uma vez por semana. Dentro das possibilidades do casal a habitação
encontra-se limpa e cuidada.
o Sistema de Abastecimento
Este item diz respeito ao abastecimento de água e ao serviço de tratamento de resíduos,
considerados com aspetos primários na manutenção da saúde dos indivíduos e famílias.
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O abastecimento de água diz respeito à acessibilidade de água potável essencial para a
manutenção das condições necessárias à promoção da saúde.
Como referimos anteriormente, a casa tem acesso à água de rede pública. O tratamentode resíduos é realizado pela rede pública.
o Ambiente Biológico
Figueiredo sobre este item afirma: “O risco biológico que advém do contacto com animais
domésticos, justifica a inserção das condições de vigilância, segurança e higiene do
Animal Doméstico, considerado qualquer animal domesticado para convívio com os seres
humanos.” (Figueiredo, 2012, p. 77)
O casal em estudo não tem animais domésticos.
2.1.2. Avaliação Desenvolvimental
Em relação à Avaliação de Desenvolvimento, Figueiredo (2012) defende que esta
possibilita a compreensão de fenómenos associados ao crescimento da família. Deste
modo, prossegue a autora, será mais fácil aplicar os cuidados antecipatórios com o
objetivo de promover a capacitação da família através do desenvolvimento das tarefas
essenciais para cada etapa e prepará-la para futuras transições, tornando-se a abordagem
do ciclo vital fundamental no contexto dos cuidados de Enfermagem centrados na família.
Assim, assume as etapas do ciclo vital de Relvas (2010):
Fig. IV – Ciclo Vital
“Partindo sempre do pressuposto que as transformações inerentes ao desenvolvimento
familiar envolvem transformações impulsionadoras de mudanças a nível do
funcionamento da família, da sua estrutura e dos seus processos de interação.”
(Figueiredo, 2012, p. 79) Assim, ao identificarmos a etapa do ciclo vital em que a família
Formação doCasal
Família comfilhos
pequenos
Família comfilhos na
escola
Família comfilhos
adolescentes
Família comfilhos adultos
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em estudo se encontra a sua compreensão contextual será facilitada, à luz do pensamento
de Figueiredo (2012).
O casal em estudo encontra-se na última etapa do ciclo vital – Família com filhos adultos.
Neste momento de avaliação tem-se em linha de conta os seguintes parâmetros:
DEFINIÇÕES À DIMENSÃO DE DESENVOLVIMENTO
Satisfação conjugalPlaneamento
FamiliarAdaptação à
GravidezPapel Parental
- Relação dinâmicado casal- Comunicação docasal- Interação Sexual- Função Sexual
- Fertilidade- Conhecimentosobre vigilância
pré-concecional- Uso decontracetivo- Conhecimentosobre reprodução
- Conhecimento- Comunicação- Comportamento àadesão
- Conhecimento do papel- Comportamentosde adesão- Adaptação dafamília à escola- Consenso do
papel- Conflito do papelSaturação do papel
Quadro V – Avaliação Desenvolvimental (Dimensões)
o Satisfação Conjugal
Começámos então por descrever a satisfação conjugal. A satisfação conjugal refere-se
aos processos de conjugalidade relacionados com a continuidade de uma relação
satisfatória. Com o passar dos anos os processos de conjugalidade do casal
metamorfizam, muitas vezes associados às transições dos elementos que compõem a
esfera familiar, bem como, as pressões internas e/ou externas de outros subsistemas a que
estes têm que dar resposta. (Figueiredo, 2009)
Relação Dinâmica
Figueiredo (2009) defende que a relação dinâmica corresponde à partilha de
responsabilidades, à possibilidade de expressar sentimentos e emoções e também à
flexibilidade de papéis. O casal em estudo tem uma dinâmica muito própria. As
responsabilidades pertencem ao Sr. J. F. É ele o responsável pelos pagamentos às várias
entidades com que interagem e também é ele que assume a manutenção da casa. No
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entanto, a Sra. B. C. também tem noção dos pagamentos e colabora na manutenção da
casa dentro das suas possibilidades. Enquanto o Sr. J. F. é mais efusivo, a Sra. B. C. é
mais tímida. Daí se complementarem e serem um casal muito unido.
Comunicação do Casal
A comunicação do casal diz respeito à interação entre marido e mulher, caracterizando a
relação e promovendo a satisfação processual. É a comunicação entre o casal que
possibilita a partilha e diminui o conflito. A comunicação enfatiza o diálogo sobre as
expectativas e receios, a aceitação face à discordância de opinião e a satisfação face ao
padrão de comunicação de cada um dos elementos. (Figueiredo, 2009) Como referimos,
o casal em estudo é bastante unido. A comunicação entre eles, apesar de dificultada
devido à hipoacusia do Sr. J. F., permite-lhes partilhar entre si as suas emoções, tendo
sempre em vista sua estabilidade enquanto casal.
Interação Sexual
A interação sexual reporta-se à expressão da sexualidade. É constituída pela avaliação da
satisfação do casal com o seu padrão de sexualidade e o conhecimento sobre a
sexualidade. A sexualidade é tida como uma energia impulsionadora de emoções e
sentimentos positivos que influenciam as interações. Deste modo, observa-se como cada
pessoa expressa os afetos, contribuindo, assim, para a aceitação do prazer e afetividade
nas interações sexuais. A expressão dos afetos na intimidade, a frequência das relações
sexuais e as oportunidades de intimidade relacionadas como recursos associados ao
tempo, ao espaço e à privacidade, são alguns dos aspetos que, influenciando a satisfação
do casal, integram a definição de padrão de sexualidade (Figueiredo, 2009).
Função Sexual
A função sexual trata-se da aptidão cognitiva, sócio afetiva e comportamental para a
participação na relação sexual, que integra dados que têm como finalidade avaliar a
existência de disfunções sexuais e o conhecimento do casal sobre estratégias de resolução
das mesmas (Figueiredo, 2012). “As disfunções sexuais são perturbações nos processos
que caracterizam o ciclo de resposta sexual, podendo levar a dificuldades no
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relacionamento interpessoal” (Associação Americana de Psicologia, 2002, citado po r
Figueiredo, 2012, p.81).
o Planeamento Familiar
O planeamento familiar define-se como sendo um processo de tomada de decisão do casal
relativamente à regulação do número de filhos e espaçamento entre os mesmos. Assim,
assume-se que os casais possuem conhecimentos e têm ao seus dispor métodos de
planeamento familiar – seguros e eficazes – e ainda que têm acesso a consultas pré-
concecionais que ofereçam aos casais as melhores oportunidades de terem filhossaudáveis. O planeamento familiar contempla, deste modo, o conhecimento sobre a
fertilidade e a reprodução, o conhecimento do casal sobre a vigilância pré-concecional e
o uso de contracetivo. (Figueiredo, 2009)
Este parâmetro não se aplica ao casal, uma vez que devido à idade de ambos os elementos
do casal, bem como, à fase do ciclo vital em que se encontram estes não planeiam ter
filhos.
o Adaptação à Gravidez
O nascimento do primeiro filho leva a que a função conjugal do casal passe a ser uma
função parental, isto é, de ambos os elementos do casal. Surge, por isso, no período de
gravidez a necessidade de adaptação às mudanças físicas levando o casal a dar resposta
ao desafio de reorganizar os papéis na estrutura familiar, para, assim, abrir espaço para onovo filho. Torna-se, portanto, muito importante o conhecimento prévio sobre o processo
de transição associado à gravidez, tal como a comunicação positiva entre o casal, o que
promove a aquisição da identidade parental ajustada e a conjugalidade satisfatória. A
adaptação à gravidez engloba conceitos como conhecimento da gravidez, comunicação
durante a gravidez e comportamentos de adesão à gravidez (Figueiredo, 2009).
Tendo novamente em conta que o casal em estudo se encontra na fase de filhos adultos
do Ciclo Vital, este item não é aplicável
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o Papel Parental
O papel parental está diretamente relacionado com os padrões comportamentais dos
membros da família face à expectativa e crença sobre o papel, resultante, entre outros,fatores do modelo funcional do sistema e dos fatores culturais adjacentes à co construção
desse modelo.
O papel parental está relacionado com a reciprocidade interacional entre o(s) membro(s)
que exercem o papel, o(s) membro(s) a quem se dirige o mesmo e o sistema como um
todo, interdependente e auto organizativo, o que leva a que o papel contenha uma
componente dinâmica. Para além disto o papel possui uma componente de conteúdo, onde
se inserem as expectativas e a reciprocidade relacional, determinada pelo grau de poder e
relação afetiva. (Figueiredo, 2012)
O exercício do papel parental relaciona-se, assim, com as funções familiares. Algumas
das funções primordiais da família, relacionadas com o crescimento e desenvolvimento
das crianças são operadas pela interação entre estas e o subsistema parental. A este cabe-
lhe, entre outras, as funções de educação e proteção dos filhos (Minuchin, 1990; Relvas,
1996; Alarcão, 2002; Josephson, Bernet & Bukstein, 2007, citados em Figueiredo, 2012).
É no exercício da parentalidade que os pais podem exercer a função parental, de acordo
com os padrões de comportamento inerentes ao modelo familiar (Wright & Leahey, 2002,
citadas em Figueiredo, 2012).
Tendo em conta a família em questão temos que dividir a definição de papel parental em
duas partes. A primeira, que diz respeito à família com filhos pequenos, família com filhos
na escola e família com filhos adolescentes não se aplica, uma vez que, como referimos
anteriormente, estamos a estudar uma família com filho adulto. A segunda parte, a quediz respeito ao conhecimento do papel, aos comportamentos de adesão e consenso de
papel é positiva, visto que o casal apresenta um excelente relacionamento entre si e um
bom relacionamento com o filho. Identifica-se, por isso, uma relação próxima entre o
casal e o filho, baseada no apoio e respeito, o que leva à não existência de conflitos e
saturação do papel.
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2.1.3. Avaliação Funcional
Por fim, a Avaliação Funcional, diz respeito aos padrões de interação familiar, o que
permite o desempenho das funções e tarefas familiares a partir da complementaridade.
Figueiredo (2012) integra duas dimensões: a instrumental e a expressiva. A dimensão
instrumental diz respeito às atividades quotidianas da família. Já a dimensão expressiva
dá relevo às interações entre os membros da família. “ (…) na avaliação funcional as
seguintes definições: Papel de Prestador de Cuidados que enfatiza a dimensão
instrumental do funcionamento familiar e, Processo Familiar que destaca a dimensão
expressiva.” (Figueiredo, 2012, p. 91)
Tendo em conta a família em estudo é essencial abordarmos o Papel de Prestador de
Cuidados. O avançar da idade implica diminuição da autonomia, maior suscetibilidade à
doença e diminuição da atividade física e mental. Neste item possibilita-se o
entendimento sobre as estratégias adotadas pela família para dar resposta às necessidades
de um dos seus membros, resultantes das limitações nas suas tarefas e atividades
quotidianas. (Figueiredo, 2012)
Com base nas visitações domiciliárias realizadas e nas conversas tidas com as
Enfermeiras Orientadoras assumiu-se que o Sr. J. F. é o prestador de cuidados da Sra. B.
C.
Neste item, defende Figueiredo (2012), integra-se a avaliação sobre a dependência
relativamente aos vários tipos de autocuidado. Passamos a cita-los: vestuário, comer,
beber, ir ao sanitário, comportamento sono – repouso, atividade de lazer e atividade física.
De notar, que o autocuidado abrange todo o conjunto de ações desenvolvidas pelos
indivíduos que visam a manutenção da vida e da saúde, o conhecimento sobre a
dependência relativa às ações auto-iniciadas no âmbito da gestão do regime terapêutico,
da autovigilância. Tal, possibilita uma apreciação mais generalizada, isto é, permite uma
avaliação das necessidades de cada membro da família, que apresentam compromisso do
autocuidado, bem como, uma avaliação da família, enquanto unidade dinâmica e
funcional.
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Enquanto prestador de cuidados o Sr. J. F. auxiliar a sua mulher, a Sra. B. C., nos
autocuidados: vestuário, comer, beber, ir ao sanitário, comportamento sono – repouso e
também no da atividade de lazer, ainda que este seja muito limitado.
Foi, aliás, este o motivo pelo qual escolhemos esta família para desenvolvermos o nosso
estudo de caso. Trata-se de uma casal idoso, com diversas delimitações, tanto fisiológicas
(patologias), como físicas (condições onde habitam), mas que se entreajudam. Numa
primeira análise a situação ideal para o casal seria a sua integração num Lar, onde
receberiam cuidados especializados e teriam apoio de forma ininterrupta. No entanto,
observando a dinâmica que existe entre si conclui-se que o balanço entre disponibilizar
cuidados especializados a cada um e a separação do casal seria negativo.
Em relação ao processo familiar Figueiredo (2012) afirma que as dimensões operativas
da área de atenção da Enfermagem de Saúde Familiar delimitam-se aos seguintes itens,
que se encontram interligados entre si:
Fig.V – Processo Familiar
A comunicação familiar abrange a linguagem verbal e a linguagem não-verbal. Assume-
se também em linha de conta a comunicação emocional e a comunicação circular.
ProcessoFamiliar
ComunicaçãoFamiliar
CopingFamiliar
Interações
de PapéisFamiliares
RelaçãoDinâmica
CrençasFamiliares
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Na comunicação familiar deve-se avaliar quem na família expressa mais os sentimentos;
a satisfação dos membros da família face ao estado emocional de cada membro da família
e o impacto que os sentimentos de cada um têm na família.
Por sua vez, tanto na comunicação verbal como na não-verbal, deve-se avaliar todos os
membros da família que são claros e diretos no discurso; o que cada um compreende de
forma clara o que os outros dizem e todos na família que se expressam claramente quando
comunicam.
Em relação à comunicação circular deve-se ter em linha de conta a satisfação dos
membros sobre a forma como se comunicam na família, bem como, o impacto que tem
na família a forma como cada um se expressa. (Figueiredo, 2012)
Coping traduz-se em solução de problemas. Figueiredo (2012) acrescenta ainda que este
termo se define como comportamentos de mobilização de estratégias e recursos que
permitem a manutenção do funcionamento familiar, dando resposta aos fatores de stress
intra ou extrafamiliares.
De notar que “A capacidade da família na resolução de problemas anteriores e as
experiências de sucesso são fatores que condicionam o sistema na tomada de decisão
sobre os problemas atuais, sendo também importante identificar com a família os seus
padrões de solução de problemas.” (Figueiredo, 2012, p. 98)
A interação de papéis refere-se à função formal ou informal que cada membro da família
exerce. (Figueiredo, 2012)
PAPEL FAMILIAR
Papel de Provedor Relacionado com a entrada de bens financeirosPapel de GestãoFinanceira
Integra as tarefas associadas à administração da economiadoméstica
Papel de CuidadorDoméstico
Está associado ao desempenho e responsabilidades domésticas
Papel RecreativoRelaciona-se com a iniciativa de atividades lúdicas, temposlivres e estimulação da família em participar recreativasconjuntas
Papel de ParenteResponsabiliza-se pela manutenção do contacto com a restantefamília e amigos, permitindo a consolidação de laçosfamiliares.
Quadro VI – Papel Familiar
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Na família em estudo, o Sr. J. F. assume os papéis de provedor, gestão financeira,
recreativo e de parente. A Sra. B. C. assume também o papel de parente, pois estabelece
com frequência o contacto telefónico com o filho. Apesar de demonstrar períodos de
confusão a Sra. B. C. exerce também o papel de gestão financeira, como foi presenciado
numa Visitação Domiciliária.
A relação dinâmica, que também é contemplada no Processo Familiar, tem como foco de
atenção a partilha de responsabilidades, sentimentos e emoções e está diretamente
relacionada com a aptidão para a flexibilidade de papéis. Figueiredo (2012) afirma ainda
que esta contribui para o desenvolvimento do conhecimento de aspetos específicos do
contexto familiar direcionados para a identificação das suas forças e dos seus recursos.
A mesma autora defende que no âmbito da relação dinâmica e para complementar a
avaliação familiar se deve recorrer à Escala FACES II e ao APGAR Familiar de
Smilkstein, pelo que apresentaremos de seguida. Estes instrumentos, escreve a autora,
auxiliam no entendimento de aspetos fundamentais do funcionamento familiar, como a
coesão e a adaptabilidade da família, como também, a perceção dos seus membros sobre
a funcionalidade da mesma.
A Escala de FACES II é admitida como a escala mais precisa e de maior acesso ao sistema
familiar e marital. (Sawin e Harrigan, 1995, citados em Fernandes, 2011)
Escala de FACES II Quasenunca
De vez emquando
Àsvezes
Muitasvezes
Quasesempre
1Em casa ajudamo-nos uns aosoutros quando temos dificuldade
1 2 3 4 5
2 Na nossa família cada um podeexpressar livremente a sua
opinião
1 2 3 4 5
3
É mais fácil discutir os problemascom pessoas que não são dafamília do que com elementos dafamília
1 2 3 4 5
4Cada um de nós tem uma palavraa dizer sobre as principaisdecisões familiares
1 2 3 4 5
5Em nossa casa costuma-se reunirtodos na mesma sala
1 2 3 4 5
6Em nossa casa os mais novos têmuma palavra a dizer na definição
das regras de disciplina
1 2 3 4 5
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7 Na nossa família fazemos ascoisas em conjunto
1 2 3 4 5
8Em nossa casa discutimos os problemas e sentimo-nos bem
com as soluções encontradas
1 2 3 4 5
9 Na nossa família cada um segue oseu próprio caminho
1 2 3 4 5
10As responsabilidades da nossacasa rodam pelos várioselementos da família
1 2 3 4 5
11Cada um de nós conhece osmelhores amigos dos outroselementos da família
1 2 3 4 5
12É difícil saber quais são asnormas que regulam a nossafamília
1 2 3 4 5
13Quando é necessário tomar umadecisão, temos o hábito de pediropinião uns aos outros
1 2 3 4 5
14Os elementos da família sãolivres de dizer aquilo que lhesapetece
1 2 3 4 5
15Temos dificuldade em fazercoisas em conjunto com a família
1 2 3 4 5
16Quando é preciso resolver problemas as sugestões dos filhossão tidas em conta
1 2 3 4 5
17 Na nossa família sentimo-nosmuito chegados uns aos outros 1 2 3 4 5
18 Na nossa família somos justosquanto à disciplina
1 2 3 4 5
19Sentimo-nos mais chegados a pessoas que não da família do quea elementos da família
1 2 3 4 5
20A nossa família tenta encontrarnovas formas de resolver os problemas
1 2 3 4 5
21Cada um de nós aceita o que afamília decide
1 2 3 4 5
22 Na nossa família todos partilhamresponsabilidade 1 2 3 4 5
23Gostamos de passar os temposlivres uns com os outros
1 2 3 4 5
24É difícil mudar as normas queregulam a nossa família
1 2 3 4 5
25Em casa os elementos da nossafamília evitam-se uns aos outros
1 2 3 4 5
26Quando os problemas surgemtodos fazemos cedências
1 2 3 4 5
27 Na nossa família aprovamos aescolha de amigos feita por cadaum de nós
1 2 3 4 5
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28Em nossa casa temos medo dedizer aquilo que pensamos
1 2 3 4 5
29Preferimos fazer as coisas apenascom alguns elementos da família
do que com a família toda
1 2 3 4 5
30Temos interesse e passatemposem comum uns com os outros
1 2 3 4 5
Quadro VII – Escala de Faces II (versão familiar) versão portuguesa de Otília MonteiroFernandes (Coimbra, 1995)
Foi solicitado a cada elemento do casal que respondesse a cada item na escala, pois é
assim que é preconizado. Coincidentemente ambos responderam da mesma forma.
Numa primeira análise o casal em estudo obteve 17 pontos no eixo da coesão e 47 pontos
no eixo da adaptabilidade, pelo que se considera uma família relativamente coesa eadaptável às circunstâncias.
Caeiro (2011) afirma que o Índice de APGAR Familiar de Smilkstein é um instrumento
que avalia o modo como o indivíduo sente a sua posição dentro da família num dado
momento da vida avaliando a família como funcional ou disfuncional. Caeiro (1991) na
sua explicação sobre o Índice de APGAR Familiar vai mais longe, afirmando que este
avalia a adaptação do indivíduo – modo como os recursos são partilhados, bem como, o
grau de satisfação pela assistência recebida quando um dos membros tem de recorrer à
família – , participação – modo como as decisões são partilhadas associando-se à
satisfação de um dos membros pela reciprocidade na comunicação e pela solução de
problemas – , crescimento – modo como a maturidade é partilhada aliada ao grau de
satisfação de um membro da família pela liberdade concedida, no que respeita a mudança
de funções até se atingir o crescimento físico e emocional – , afeto – modo como as
experiências emocionais são partilhadas, isto é, o grau de satisfação de um membro com
a intimidade e interação emocional que existe na família – e também a decisão – modocomo o tempo é partilhado, avaliando a satisfação de um membro da família com o tempo
que os outros dedicam à família.
APGAR FAMILIAR
Estou satisfeito(a) com a ajuda que recebo da minha família,sempre que alguma coisa me preocupa.
Quase sempre 2Algumas vezes 1
Quase nunca 0Quase sempre 2
Algumas vezes 1
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Estou satisfeito(a) pela forma como a minha família discuteassuntos de interesse comum e compartilha comigo a soluçãodo problema.
Quase nunca 0
Acho que a minha família concorda com o meu desejo deencetar novas atividades ou de modificar o meu estilo de vida.
Quase sempre 2
Algumas vezes 1Quase nunca 0
Estou satisfeito com o modo como a minha família manifesta asua afeição e reage aos meus sentimentos, tais como irritação,
pesar e amor.
Quase sempre 2Algumas vezes 1
Quase nunca 0
Estou satisfeito com o tempo que passo com a minha família.Quase sempre 2
Algumas vezes 1Quase nunca 0
Quadro VIII – APGAR Familiar (Smilkstein)
Tal como aconteceu com a Escala de FACES II o casal de respondeu de igual forma.
Ambos obtiveram 10 pontos, o que corresponde a uma família altamente funcional.
Por fim, o item que completa o processo familiar é o das crenças. Figueiredo (2012)
menciona que as crenças dizem respeito aos valores integrados pelas famílias que
influenciam a tomada de decisão relativamente à solução de problemas e aos
comportamentos de saúde. Associa, assim, um sistema de valores, conhecimentos e práticas, num espaço de socialização e humanização. A figura que se segue contempla os
vários eixos do item em análise.
Crenças deSaúde
CrençaReligiosa
CrençaEspiritual
Crença emValores
Crenças sobre aintervenção dos profissionais de
saúde
Crença Cultural
Fig. VI – Crenças
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Ambos os elementos do casal são católicos, mas não são praticantes. Acreditam e
valorizam os cuidados de saúde que recebem.
2.2.PLANO DE CUIDADOS
Potter e Perry (2003) afirmam que o plano de cuidados se trata de uma diretiva escrita,
que tem como objetivo orientar todos os elementos da Equipa de Enfermagem na
prestação de cuidados ao utente, bem como, dá conta aos restantes membros da Equipa
Multidisciplinar os cuidados de saúde, nomeadamente, os prioritários. As autoras
prosseguem, defendendo que a realização do plano de cuidados é uma mais-valia tanto
para o utente como para o Enfermeiro, uma vez que a sua realização assegura a
continuidade dos cuidados. À luz do pensamento de Potter e Perry, bem como, as
indicações da Faculdade os planos de cuidados que iremos apresentar de seguida são
constituídos por:
- Foco de Enfermagem;
- Atividades de Diagnóstico;
- Intervenções de Enfermagem;
- Resultados de Enfermagem;
- Avaliação de Enfermagem.
De notar que recorremos à linguagem do sistema operativo SAPE para a realização dos
planos de cuidados, uma vez que é este o sistema utilizado na USF Bom Porto.
Uma vez que Figueiredo (2009) pretende fazer do seu modelo uma ferramenta de trabalhodinâmica e interativa, a autora definiu a partir de áreas de atenção diagnósticos
direcionados diretamente para a família. Estes têm como base a identificação das suas
forças e recursos e permitem esboçar um plano de cuidados ajustado aos seus projetos de
saúde.
A autora defende que se se atuar ao nível de família como contexto, inerentemente será
feita uma avaliação dirigida ao indivíduo que será o foco do plano de cuidados respetivo.
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Figueiredo (2009) acrescenta ainda que se a abordagem for elaborada tendo a família
como cliente, a avaliação é dirigida simultaneamente ao indivíduo, aos subsistemas e ao
sistema familiar. Assim, o planeamento deve ser discutido com a família propondo
estratégias alternativas a partir das sugestões dos seus membros. (Potter, 2005;
Friedemann, 1989, citados em Figueiredo, 2009) No seguimento deste pensamento, a
família deve ser incluída no planeamento e prestação de cuidados, numa abordagem
colaborativa, que respeite os recursos internos da família e que ao mesmo tempo lhe
forneça apoio para encontrar soluções que lhe permita (r)estabelecer o equilíbrio. Trata-
se, portanto, de uma fase em que a parceria da família é essencial, aumentando, deste
modo, a probabilidade de se obter resultados, pois como afirmou Hanson (2005, citado
em Figueiredo, 2009, p. 163) “(…) a implementação eficaz de um plano de cuidadosrequer a aceitação e a participação da família como cliente.” Hanson (2005, citado em
Figueiredo, 2009) salienta também que as intervenções de Enfermagem não são apenas
instrumentos ou estratégias, mas são também tudo o que o Enfermeiro diz ou faz com as
famílias influenciando, assim, o sistema familiar. Ângelo e Bousso (2008, citados em
Figueiredo, 2009) referem que neste conjunto estão incluídas as respostas afetivas e
cognitivas que decorrem no contexto da interação entre o Enfermeiro e a família.
Os cuidados de Enfermagem, segundo Carnaevali e Thomas (1993, citados em
Figueiredo, 2009) referem que podem ser enquadrados em diferentes níveis. São eles: a
prevenção de um problema potencial, a minimização do problema e/ou a estabilização do
problema.
A avalização de resultados, como última etapa do plano de cuidados, termina quando os
objetivos são alcançados, isto é, tendo em conta os objetivos estabelecidos previamente
com a família. Depois de analisados os resultados obtidos pela família, Figueiredo (2009)defende que o Enfermeiro deve ponderar a formulação de novos diagnósticos e
consequentes estratégias de intervenção.
Esta avaliação é transversal para todos os níveis de intervenção em Enfermagem de
Família (Friedemann, 1989, citado em Figueiredo, 2009), cujos resultados obtidos,
decorrentes das intervenções de Enfermagem desenvolvidas com a família, correspondem
aos ganhos em saúde sensíveis aos cuidados de Enfermagem.
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2.2.1. Plano de Cuidados do Sr. J. F.
Tendo em conta as condições físicas e psicológicas do Sr. J. F., bem como, os recursos
internos e externos a que este tem acesso decidimos levantar os seguintes focos de atençãoe respetivos diagnósticos:
Fig. VII – Focos de atenção (Sr. J.F.)
A Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem versão 2versão 2 (2011,
p.37) define o foco de atenção aceitação do estado de saúde como: “Status: Reconciliação
com as circunstâncias de saúde.”
FOCO DEENFERMAGEM
Aceitação do estado de saúde
ATIVIDADES DEDIAGNÓSTICO
Avaliar atitude face a aceitação do estado de saúde
CRITÉRIOS DEDIAGNÓSTICO
O utente tem Insuficiência Cardíaca, Doença Cardíaca Isquémica,Fibrilhação Auricular e Obesidade.O utente é portador de pacemaker desde 2011.O utente aceita o seu estado de saúde e contribui para que não haja
um agravamento da sua saúde.
Sr. J.F.
Aceitaçãodo estadode saúde
Adesão àvacinação
Andar
Auto-vigilância
Gestão doregime
terapêutico
Risco decair
Dorvascular
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DIAGNÓSTICODEENFERMAGEM
Aceitação do estado de saúde demonstrada
OBJETIVOSPromover o conforto e bem-estar
Evitar o agravamento da sintomatologia
INTERVENÇÕESDEENFERMAGEM
- Apoiar a tomada de decisão- Encorajar a comunicação expressiva de emoções- Encorajar a interação social- Ensinar o utente sobre estratégias de coping - Ensinar sobre estratégias de adaptação- Facilitar a comunicação expressiva de emoções- Facilitar suporte familiar- Promover uma comunicação expressiva- Providenciar apoio emocional
RESULTADOS
DEENFERMAGEM Aceitação do estado de saúde presente
AVALIAÇÃO DEENFERMAGEM
O utente aceita o seu estado de saúde e contribui para que não hajaum agravamento da sua saúde. Expressa os seus sentimentos eemoções em relação ao que pensa e sente.
Quadro IX – Aceitação do estado de saúde
Adesão é um status definido pela Classificação para a Prática Internacional de
Enfermagem (2011, p. 38) como uma “É um status descrito como sendo uma ação auto-iniciada para promoção de bem-estar, recuperação e reabilitação, seguindo as orientações
sem desvios, empenhado num conjunto de ações ou comportamentos. Cumpre o regime
de tratamento, toma os medicamentos como prescrito, muda o comportamento para
melhor, sinais de cura, procura os medicamentos na data indicada, interioriza o valor de
um comportamento de saúde e obedece às instruções relativas ao tratamento.
(Frequentemente está associado ao apoio da família e de pessoas que são importantes para
o cliente, conhecimento sobre os medicamentos e processo de doença, motivação docliente, relação entre o profissional de saúde e o cliente)”
FOCO DEENFERMAGEM
Adesão à vacinação
ATIVIDADES DEDIAGNÓSTICO
Avaliar adesão à vacinação
CRITÉRIOS DEDIAGNÓSTICO
Avaliar se o utente cumpre o PNV, através da pesquisa de dadosno sistema operativo SAPE e no SINUS
DIAGNÓSTICODE
ENFERMAGEM
Adesão à vacinação demonstrada
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OBJETIVOSIncentivar a adesão à vacinaçãoPlanear vacinação
INTERVENÇÕESDEENFERMAGEM
- Instruir sobre vacinação- Ensinar sobre vacinação
- Supervisionar adesão à vacinação- Incentivar a adesão à vacinação- Explicar sobre a importância à adesão à vacinação- Informar sobre complicações da não adesão à vacinação- Elogiar adesão à vacinação- Planear vacinação- Orientar antecipadamente sobre resposta à vacina- Vigiar resposta/ reação à vacina
RESULTADOSDEENFERMAGEM
Adesão à vacinação demonstrada
AVALIAÇÃO DEENFERMAGEM
O utente apresenta o boletim de vacinas atualizado,demonstrando-se interessado em cumprir o PNV. Reconhece edemonstra conhecimento sobre a importância da vacinação.
Quadro X – Adesão à vacinação demonstrada
A Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem versão 2(2011, p. 39) define
andar da seguinte forma: “Mobilizar -se: movimento do corpo de um lugar para o outro,
movendo as pernas passo a passo, capacidade de sustentar o peso do corpo e andar com
uma marcha eficaz, com velocidade que vão do lento ao moderado ou rápido. Andar,subir e descer escadas e rampas.”
FOCO DEENFERMAGEM
Andar
ATIVIDADES DEDIAGNÓSTICO
Avaliar a capacidade de andar
CRITÉRIOS DEDIAGNÓSTICO
O utente caiu há um mês
DIAGNÓSTICODEENFERMAGEM
Andar comprometido
OBJETIVOSDiminuir o risco de quedaAvaliar os fatores predisponentes ao risco de queda
INTERVENÇÕESDEENFERMAGEM
- Gerir a segurança do ambiente- Gerir ambiente físico- Promover o conforto do utente- Ensinar técnicas adaptativas- Incentivar a deambulação- Aconselhar dispositivos de apoio
RESULTADOSDEENFERMAGEM
Andar comprometido
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AVALIAÇÃO DEENFERMAGEM
O utente após o acidente que sofreu há um mês andacautelosamente. Recusou os instrumentos de apoio.
Quadro XI – Andar comprometido
Cair, segundo a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem versão 2(2011,
p.42), consistem em: “Realizar – descida de um corpo de um nível superior para um nível
inferior devido a desequilíbrio, desmaio ou incapacidade para sustentar pesos e
permanecer na vertical.”
Segue-se a apresentação da Escala de Morse, a que recorremos para avaliar o risco de cair
do Sr. J. F.:
Uma vez que o Sr. J. F. obteve 80 pontos na Escala de Morse, este tem um alto risco de
cair, pelo que levantámos o seguinte diagnóstico:
FOCO DEENFERMAGEM CairATIVIDADES DEDIAGNÓSTICO
Monitorizar o risco de queda (Escala de Morse para a avaliação dorisco de queda)
CRITÉRIOS DEDIAGNÓSTICO
O utente obteve 80 pontos na Escala de Morse, o que correspondea alto risco de cair.O utente teve um acidente de queda há um mês.
DIAGNÓSTICODEENFERMAGEM
Risco de cair
OBJETIVOS Ausência de quedas e risco de cair controlado
ESCALA DE MORSE PARA O RISCO DE QUEDAHistorial de quedas; nesteinternamento/urgência ou nos últimos trêsmeses
Sim 25
Diagnósticos secundários Sim 15Ajuda para caminhar Apoia-se no mobiliário para andar 30Terapia intravenosa/ cateter periférico comobturador/heparina
Não 0
Postura no andar e na transferência Debilitado 10
Estado mental Consciente das suas capacidades 0TOTAL 80
Quadro XII – Escala de Morse
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INTERVENÇÕESDEENFERMAGEM
- Gerir a segurança do ambiente- Gerir ambiente físico- Promover o conforto do utente- Ensinar sobre a prevenção de quedas
- Instruir sobre possíveis complicações de quedasRESULTADOSDEENFERMAGEM
Ausência de quedas
AVALIAÇÃO DEENFERMAGEM
O utente mantém Alto Risco de Queda – 80 pontos na Escala deMorse.O utente aprendeu as técnicas sobre prevenção de quedas.
Quadro XIII – Risco de cair
O foco de atenção autovigilância não é contemplado na Classificação Internacional para
a Prática de Enfermagem, mas sim no SAPE.
FOCO DEENFERMAGEM
Autovigilância
ATIVIDADES DEDIAGNÓSTICO
Avaliar autovigilância
CRITÉRIOS DEDIAGNÓSTICO
O utente tem Insuficiência Cardíaca, Doença Cardíaca Isquémica,Fibrilhação Auricular e Obesidade.O utente é portador de pacemaker desde 2011.
DIAGNÓSTICODEENFERMAGEM
Autovigilância adequada
OBJETIVOS Incentivar à autovigilância
INTERVENÇÕESDEENFERMAGEM
- Avaliar atitude face à gestão de regime terapêutico (adesão aoregime alimentar adequado, adesão ao exercício físico e adesão aoregime medicamentoso)- Ensinar sobre a relação entre autovigilância e prevenção decomplicações- Avaliar atitude face à fisiopatologia da doença
- Ensinar sobre os sinais da dor pré-cordial- Instruir sobre a autovigilância- Incentivar à autovigilância- Vigiar autovigilância
RESULTADOSDEENFERMAGEM
Autovigilância adequada
AVALIAÇÃO DEENFERMAGEM
O utente afirma fazer a autovigilância, pois tem conhecimento dasconsequências de não o fazer. Afirma que cumpre o regimemedicamentoso. Em relação ao regime alimentar observámos queo utente não cumpre o adequado ao seu estado de saúde. O utente
refere que a comida confecionada pela Paróquia não é do seu
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agrado. O utente confeciona, sempre que pode, as refeições parasi e para a sua mulher. O casal come apenas três vezes por dia –
pequeno-almoço, almoço e jantar.Preocupa-se em ter um comportamento de procura de saúde, para
ser acompanhado e também vigiado pelas equipas de Enfermageme Médica.Quadro XIV – Autovigilância adequada
O foco gestão do regime terapêutico também não é contemplado na Classificação
Internacional para a Prática de Enfermagem, mas sim no SAPE.
FOCO DE
ENFERMAGEM Gestão do regime terapêuticoATIVIDADES DEDIAGNÓSTICO
Avaliar a gestão do utente face ao regime terapêutico
CRITÉRIOS DEDIAGNÓSTICO
O utente cumpre o regime alimentar dentro das suas possibilidades, mas não pratica exercício físico, uma vez queapresenta dificuldade em andar desde o acidente que sofreu há ummês. O utente cumpre o regime medicamentoso.
DIAGNÓSTICODEENFERMAGEM
Gestão do regime terapêutico adequada
OBJETIVOS
Incentivar à gestão do regime terapêutico
Incentivar à autovigilância
INTERVENÇÕESDE
ENFERMAGEM
- Avaliar atitude face a gestão de regime terapêutico (adesão aoregime alimentar adequado, adesão ao exercício físico, adesão aoregime medicamentoso)- Avaliar atitude face à fisiopatologia da doença- Monitorizar peso corporal e tensão arterial- Ensinar sobre complicações da gestão do regime terapêuticoineficaz- Ensinar sobre sinais de complicações- Ensinar sobre a dieta- Ensinar sobre hábitos alimentares- Ensinar sobre regime alimentar- Ensinar sobre regime medicamentoso- Ensinar sobre repouso- Incentivar à atividade física- Ensinar sobre a autovigilância- Ensinar sobre a relação entre autovigilância e prevenção decomplicações- Incentivar à autovigilância
RESULTADOSDEENFERMAGEM
Gestão do regime terapêutico demonstrado
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AVALIAÇÃO DEENFERMAGEM
O utente apresenta uma boa gestão do regime terapêutico dentrodas suas possibilidades: cumpre um razoável regime alimentar,cumpre o regime medicamentoso, tem uma boa atitude face àfisiopatologia da doença e realiza a autovigilância.
Quadro XV – Gestão do regime terapêutico adequado
A Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem versão 2(2011, p.51) define
dor vascular como: “Dor – sensação de dor com origem no sistema vascular em
consequência de dilatação ou insuficiência vascular, possivelmente referida como
perfurante, surda e profunda, incómoda, como uma cólica intensa associada a sensações
de enjoo ou asfixia.”
FOCO DEENFERMAGEM
Dor vascular
ATIVIDADES DEDIAGNÓSTICO
Avaliar e monitorizar dor
CRITÉRIOS DEDIAGNÓSTICO
O utente tem Insuficiência Cardíaca, Doença Cardíaca Isquémica,Fibrilhação Auricular e Obesidade.O utente é portador de pacemaker desde 2011.Devido aos antecedentes médicos o utente tem um elevado riscode sofrer um Enfarte Agudo do Miocárdio.
No dia 16 de Maio durante uma visitação domiciliária foi chamadoo INEM, porque o utente se apresentava asténico, taquicárdico,referia dor pré-cordial e tinha as extremidades cianóticas – sinaise sintomas do EAM.
DIAGNÓSTICODEENFERMAGEM
Dor vascular
OBJETIVOSO utente saber identificar os sinais e sintomas do EAM, solicitarajuda e gerir terapêutica SOS (Nitroglicerina, via sublingual)
INTERVENÇÕESDEENFERMAGEM
- Avaliar dor (Escala de Faces)- Monitorizar dor (Escala Numérica de Dor)
- Ensinar o utente sobre os sinais e sintomas do EAM- Instruir o utente sobre os sinais e sintomas do EAM- Treinar o utente sobre os sinais e sintomas do EAM- Ensinar o utente a solicitar ajuda- Instruir o utente a solicitar ajuda- Treinar o utente a solicitar ajuda- Ensinar o utente a gerir terapêutica SOS- Instruir o utente a gerir terapêutica SOS- Treinar o utente a gerir terapêutica SOS
RESULTADOSDE
ENFERMAGEM
O utente soube identificar os sinais e sintomas do EAM, percebeu
a importância de pedir ajuda imediatamente após o aparecimento
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da sintomatologia e soube identificar o comprimido que devetomar em SOS.
AVALIAÇÃO DEENFERMAGEM
O utente soube identificar os sinais e sintomas do EAM. Aprendeutambém que a partir do momento que sente o seu aparecimento
deve pedir à mulher que ligue para o INEM. A utente já sabe quena chamada deve referir que o marido tem problemas no coração,que tem um pacemaker e que tem uma dor muito forte no braçoesquerdo, que irradia para as costas. O utente sabe que enquantoespera pela assistência médica deve colocar debaixo da língua a
Nitroglicerina.Quadro XVI – Dor vascular
2.2.2. Plano de Cuidados da Sra. B. C.
Tendo em conta as condições físicas e psicológicas do Sr. J. F., bem como, os recursos
internos e externos a que este tem acesso decidimos levantar os seguintes focos de atenção
e respetivos diagnósticos:
Sra.B. C.
Aceitaçãodo estado de
saúdeAdesão à
vacinação
Auto-vigilância
Gestão doregime
terapêutico
Andar
Risco decair
Obesidade
HTA
Ferida nocalcâneodireito
Dor por
ferida
Fig. VIII – Focos de atenção (Sra. B.C.)
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A Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem Versão 2 (2011, p.37) define
o foco de atenção aceitação do estado de saúde como: “Status: Reconciliação com as
circunstâncias de saúde.”
FOCO DEENFERMAGEM
Aceitação do estado de saúde
ATIVIDADES DEDIAGNÓSTICO
Avaliar atitude face a aceitação do estado de saúde
CRITÉRIOS DEDIAGNÓSTICO
A utente tem Obesidade, HTA, Artrite Reumatoide e uma feridatraumática no calcâneo direito.A utente aceita o seu estado de saúde e contribui para que não hajaum agravamento da sua saúde.
DIAGNÓSTICODE
ENFERMAGEM
Aceitação do estado de saúde demonstrada
OBJETIVOSPromover o conforto e bem-estarEvitar o agravamento da sintomatologia
INTERVENÇÕESDEENFERMAGEM
- Apoiar a tomada de decisão- Encorajar a comunicação expressiva de emoções- Encorajar a interação social- Ensinar o utente sobre estratégias de coping - Ensinar sobre estratégias de adaptação- Facilitar a comunicação expressiva de emoções- Facilitar suporte familiar- Promover uma comunicação expressiva- Providenciar apoio emocional
RESULTADOSDEENFERMAGEM
Aceitação do estado de saúde presente
AVALIAÇÃO DEENFERMAGEM
A utente aceita o seu estado de saúde e contribui para que não hajaum agravamento da sua saúde. Expressa os seus sentimentos eemoções em relação ao que pensa e sente.
Quadro XVII – Aceitação do estado de saúde demonstrada
Adesão é um status definido pela Classificação para a Prática Internacional de
Enfermagem (2011, p. 38) como uma “É um status descrito como sendo uma ação auto-
iniciada para promoção de bem-estar, recuperação e reabilitação, seguindo as orientações
sem desvios, empenhado num conjunto de ações ou comportamentos. Cumpre o regime
de tratamento, toma os medicamentos como prescrito, muda o comportamento para
melhor, sinais de cura, procura os medicamentos na data indicada, interioriza o valor de
um comportamento de saúde e obedece às instruções relativas ao tratamento.
(Frequentemente está associado ao apoio da família e de pessoas que são importantes para
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o cliente, conhecimento sobre os medicamentos e processo de doença, motivação do
cliente, relação entre o profissional de saúde e o cliente)”
FOCO DEENFERMAGEM Adesão à vacinaçãoATIVIDADES DEDIAGNÓSTICO
Avaliar adesão à vacinação
CRITÉRIOS DEDIAGNÓSTICO
Avaliar se a utente cumpre o PNV, através da pesquisa de dadosno sistema operativo SAPE e no SINUS
DIAGNÓSTICODEENFERMAGEM
Adesão à vacinação demonstrada
OBJETIVOSIncentivar a adesão à vacinaçãoPlanear vacinação
INTERVENÇÕESDEENFERMAGEM
- Instruir sobre vacinação- Ensinar sobre vacinação- Supervisionar adesão à vacinação- Incentivar a adesão à vacinação- Explicar sobre a importância à adesão à vacinação- Informar sobre complicações da não adesão à vacinação- Elogiar adesão à vacinação- Planear vacinação- Orientar antecipadamente sobre resposta à vacina- Vigiar resposta/ reação à vacina
RESULTADOS
DEENFERMAGEM Adesão à vacinação demonstrada
AVALIAÇÃO DEENFERMAGEM
A utente apresenta o boletim de vacinas atualizado,demonstrando-se interessado em cumprir o PNV. Reconhece edemonstra conhecimento sobre a importância da vacinação.
Quadro XVIII – Adesão à vacinação demonstrada
O foco de atenção autovigilância não é contemplado na Classificação Internacional para
a Prática de Enfermagem, mas sim no SAPE.
FOCO DEENFERMAGEM
Autovigilância
ATIVIDADES DEDIAGNÓSTICO
Avaliar autovigilância
CRITÉRIOS DEDIAGNÓSTICO
A utente tem Obesidade, HTA, Artrite Reumatoide e uma feridatraumática no calcâneo direito.A utente demonstra, por vezes, períodos de confusão.A utente aceita o seu estado de saúde e contribui para que não hajaum agravamento da sua saúde.
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DIAGNÓSTICODEENFERMAGEM
Autovigilância adequada
OBJETIVOS Incentivar à autovigilância
INTERVENÇÕESDEENFERMAGEM
- Avaliar atitude face à gestão de regime terapêutico (adesão aoregime alimentar adequado, adesão ao exercício físico e adesão aoregime medicamentoso)- Ensinar sobre a relação entre autovigilância e prevenção decomplicações- Avaliar atitude face à fisiopatologia da doença- Ensinar sobre os sinais da dor pré-cordial- Instruir sobre a autovigilância- Incentivar à autovigilância- Vigiar autovigilância
RESULTADOSDEENFERMAGEM
Autovigilância adequada
AVALIAÇÃO DEENFERMAGEM
A utente apresenta períodos de confusão. Quem realiza avigilância é o seu prestador de cuidados, o marido. É o marido quesupervisiona o cumprimento do regime alimentar e pratica ocumprimento do regime medicamentoso.A utente preocupa-se, supervisionada pelo seu prestador decuidados, em ter um comportamento de procura de saúde, para seracompanhada e também vigiada pelas equipas de Enfermagem eMédica.
Quadro XIX – Autovigilância adequada
O foco gestão do regime terapêutico também não é contemplado na Classificação
Internacional para a Prática de Enfermagem, mas sim no SAPE.
FOCO DEENFERMAGEM
Gestão do regime terapêutico
ATIVIDADES DE
DIAGNÓSTICOAvaliar a gestão da utente face ao regime terapêutico
CRITÉRIOS DEDIAGNÓSTICO
A utente demonstra, por vezes, períodos de confusão.A utente cumpre o regime alimentar dentro das suas
possibilidades, mas não pratica exercício físico, porque referemuita dificuldade em andar. A utente cumpre o regimemedicamentoso.
DIAGNÓSTICODEENFERMAGEM
Gestão do regime terapêutico adequada
OBJETIVOSIncentivar à gestão do regime terapêuticoIncentivar à autovigilância
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INTERVENÇÕESDEENFERMAGEM
- Avaliar atitude face a gestão de regime terapêutico (adesão aoregime alimentar adequado, adesão ao exercício físico, adesão aoregime medicamentoso)- Avaliar atitude face à fisiopatologia da doença
- Monitorizar peso corporal e tensão arterial- Ensinar sobre complicações da gestão do regime terapêuticoineficaz- Ensinar sobre sinais de complicações- Ensinar sobre a dieta- Ensinar sobre hábitos alimentares- Ensinar sobre regime alimentar- Ensinar sobre regime medicamentoso- Ensinar sobre repouso- Incentivar à atividade física- Ensinar sobre a autovigilância
- Ensinar sobre a relação entre autovigilância e prevenção decomplicações- Incentivar à autovigilância
RESULTADOSDEENFERMAGEM
Gestão do regime terapêutico demonstrado
AVALIAÇÃO DEENFERMAGEM
A utente, com o auxílio do prestador de cuidados, apresenta uma boa gestão do regime terapêutico dentro das possibilidades docasal: cumpre um razoável regime alimentar, cumpre o regimemedicamentoso, tem uma boa atitude face à fisiopatologia dadoença e realiza a autovigilância.
Quadro XX – Gestão do regime terapêutico adequada
A Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem versão 2(2011, p. 39) define
andar da seguinte forma: “Mobilizar -se: movimento do corpo de um lugar para o outro,
movendo as pernas passo a passo, capacidade de sustentar o peso do corpo e andar com
uma marcha eficaz, com velocidade que vão do lento ao moderado ou rápido. Andar,
subir e descer escadas e rampas.”
FOCO DEENFERMAGEM
Andar
ATIVIDADES DEDIAGNÓSTICO
Avaliar a capacidade de andar
CRITÉRIOS DEDIAGNÓSTICO
A utente tem Artrite Reumatoide e é obesa.A utente refere dor de grau elevado devido à presença de umaferida traumática (Novembro 2014) na face externa do calcâneodireito.A utente demonstra, por vezes, períodos de confusão.
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DIAGNÓSTICODEENFERMAGEM
Andar comprometido
OBJETIVOSDiminuir o risco de queda
Avaliar os fatores predisponentes ao risco de queda
INTERVENÇÕESDEENFERMAGEM
- Gerir a segurança do ambiente- Gerir ambiente físico- Promover o conforto do utente- Ensinar técnicas adaptativas- Incentivar a deambulação- Aconselhar dispositivos de apoio
RESULTADOSDEENFERMAGEM
Andar comprometido
AVALIAÇÃO DE
ENFERMAGEM
A utente demonstra dificuldade em andar. Apesar de se ter dado
início ao pedido de um andarilho a utente recusou, por este não serfuncional tendo em conta as infraestruturas da sua habitação.Quadro XXI – Andar comprometido
Cair, segundo a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem versão 2(2011,
p.42), consistem em: “Realizar – descida de um corpo de um nível superior para um nível
inferior devido a desequilíbrio, desmaio ou incapacidade para sustentar pesos e
permanecer na vertical.”
Segue-se a apresentação da Escala de Morse, a que recorremos para avaliar o risco de cair
do Sra. B. C.:
Uma vez que a Sra. B. C. obteve 55 pontos na Escala de Morse, esta tem um alto risco de
cair, pelo que levantámos o seguinte diagnóstico:
ESCALA DE MORSE PARA O RISCO DE QUEDAHistorial de quedas; nesteinternamento/urgência ou nos últimostrês meses
Não 0
Diagnósticos secundários Sim 15Ajuda para caminhar Apoia-se no mobiliário para andar 30Terapia intravenosa/ cateter periféricocom obturador/heparina
Não 0
Postura no andar e na transferência Debilitada 10Estado mental Consciente das suas capacidades 0
TOTAL 55Quadro XXII – Escala de Morse
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FOCO DEENFERMAGEM
Cair
ATIVIDADES DEDIAGNÓSTICO
Monitorizar o risco de queda (Escala de Morse para a avaliação dorisco de queda)
CRITÉRIOS DEDIAGNÓSTICO
A utente obteve 55 pontos na Escala de Morse, o que correspondea alto risco de cair.A utente tem Artrite Reumatoide e é obesa.A utente apresenta, por vezes, períodos de confusão.O prestador de cuidados referiu que nos últimos tempos a utentecaiu várias vezes da cama durante a noite.
DIAGNÓSTICODEENFERMAGEM
Risco de cair
OBJETIVOS Ausência de quedas e risco de cair controlado
INTERVENÇÕESDEENFERMAGEM
- Gerir a segurança do ambiente
- Gerir ambiente físico- Promover o conforto do utente- Ensinar sobre a prevenção de quedas- Instruir sobre possíveis complicações de quedas
RESULTADOSDEENFERMAGEM
Ausência de quedas
AVALIAÇÃO DEENFERMAGEM
A utente mantém Alto Risco de Queda – 55 pontos na Escala deMorse.A utente aprendeu as técnicas sobre prevenção de quedas.
Quadro XXIII – Risco de cair
No processo clínico da utente é referido que esta é obesa desde 2011. A Classificação
Internacional para a Prática de Enfermagem versão 2versão 2 (2011, p. 63) refere que
obeso é: “Excesso de peso – condição de elevado peso e massa corporal, habitualmente
mais de 20% acima do peso ideal, aumento anormal na proporção de células gordas,
predominantemente nas vísceras e tecido subcutâneo, associado a ingestão excessiva e
contínua de nutrientes, alimentação em excesso e falta de exercício, durante longos
períodos de tempo.”
FOCO DEENFERMAGEM
Obesidade
ATIVIDADES DEDIAGNÓSTICO
Avaliar obesidade
CRITÉRIOS DEDIAGNÓSTICO
O Sr. J. é considerado uma pessoa obesa pois tem um IMC acima donormal.
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DIAGNÓSTICODEENFERMAGEM
Obesidade
OBJETIVOS
Reduzir as complicações associadas à patologia
Reduzir risco cardiovascular associadoPromover estilos de vida de hábitos saudáveis
INTERVENÇÕESDEENFERMAGEM
- Avaliar a autoimagem- Avaliar o bem-estar físico e psicológico- Encorajar as afirmações positivas- Facilitar a capacidade para comunicar sentimentos- Promover a autoestima- Providenciar apoio emocional- Ensinar sobre regime de dieta- Educar sobre hábitos alimentares- Ensinar sobre complicações do excesso de peso- Monitorizar altura corporal, peso corporal e IMC
RESULTADOSDEENFERMAGEM
Obesidade presente
AVALIAÇÃO DEENFERMAGEM
A utente cumpre o regime alimentar dentro das suas possibilidades. Como tem dificuldade em andar, não praticaexercício físico.
Quadro XXIV – Obesidade
A Hipertensão é definida pela Classificação Internacional para a Prática de Enfermagemversão 2 (2011) como sendo um “processo circulatório comprometido, onde a bombagem
do sangue através dos vasos sanguíneos é feita com pressão superior à normal.”
FOCO DEENFERMAGEM
Hipertensão
ATIVIDADES DEDIAGNÓSTICO
Avaliar tensão arterial
CRITÉRIOS DE
DIAGNÓSTICO
A utente apresenta HTA como diagnóstico clínico, o que tornanecessário a realização da vigilância da tensão arterial, através da
sua monitorização 2 vezes por ano e sempre que se justificar.DIAGNÓSTICODEENFERMAGEM
Hipertensão
OBJETIVOS
Reduzir os valores da tensão arterial para valores consideradosnormais;Reduzir as complicações associadas à patologia;Reduzir risco cardiovascular associado;Promover estilos de vida e hábitos saudáveis.
INTERVENÇÕESDE
ENFERMAGEM
- Avaliar atitude face a gestão de regime terapêutico (adesão aoscuidados alimentares, adesão ao exercício físico, adesão ao regime
medicamentoso e avaliar atitude face à fisiopatologia da doença)
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- Monitorizar tensão arterial (2 x ano, SOS)- Monitorizar peso (2 x ano, SOS)- Monitorizar IMC (2 x ano, SOS)- Monitorizar frequência cardíaca (2 x ano, SOS)
- Realizar teste de Microalbuminúria (1 x por cada 3 anos)- Ensinar sobre hábitos alimentares- Instruir sobre o regime medicamentoso
RESULTADOSDEENFERMAGEM
Hipertensão presente
AVALIAÇÃO DEENFERMAGEM
A consulta do 1º semestre foi realizada em Março de 2015 – 128/82 mmHg; 65 Kg; 28,9 (acima do peso); 60 bpm; Normal.
Quadro XXV – Hipertensão Arterial
Em Novembro de 2014 a Sra. B. C. fez uma ferida traumática no calcâneo direito. A
ferida, desde então, tem sido tratada pela Enfermeira de Família em contexto de Visitação
Domiciliária. Uma vez que a Sra. B. C. não apresenta controlo de esfíncteres, se recusa a
usar fralda e tem dificuldade em andar, a cicatrização da ferida está comprometida.
A Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem versão 2 (2011, p. 55) define
ferida traumática como: “Ferida – solução de continuidade inesperada de tecido na
superfície do corpo, associada a lesão mecânica devido a agressão ou acidente; lesão
irregular da pele, mucosa ou tecido, tecido doloroso e magoado, drenagem e perda de
soro e sangue; associada a tecido pouco limpo, sujo ou infetado.”
FOCO DEENFERMAGEM
Ferida traumática
ATIVIDADES DE
DIAGNÓSTICO
- Monitorizar ferida traumática (identificar presença de exsudadoe suas características – cor, quantidade e consistência; avaliar os
bordos da ferida e os tecidos presentes (granulação, epitelização,
fibrina e necrose) e medir ferida traumática (comprimento, largurae profundidade);- Vigiar ferida traumática
CRITÉRIOS DEDIAGNÓSTICO
Em Novembro de 2014 a Sra. B. C. fez uma ferida traumática nocalcâneo direito. A ferida, desde então, tem sido tratada pelaEnfermeira de Família em contexto de Visitação Domiciliária.Uma vez que a Sra. B. C. não apresenta controlo de esfíncteres,recusa-se a usar fralda e tem dificuldade em andar, a cicatrizaçãoda ferida está comprometida.Ferida traumática no membro inferior direito que se encontraedemaciado (sinal de Godet +) com 1,5 cm de diâmetro; pele
circundante seca, ligeiramente descamativa e circulação
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comprometida; bordos regulares e leito da ferida constituído natotalidade por tecido epitelial.
DIAGNÓSTICODE
ENFERMAGEM
Ferida traumática na face externa do calcâneo direito
OBJETIVOS- Promover a cicatrização da ferida traumática;- Promover o desenvolvimento de tecido viável à ferida (tecido degranulação e de epitelização)
INTERVENÇÕESDEENFERMAGEM
- Gerir ambiente físico- Vigiar penso da ferida traumática- Vigiar ferida traumática- Monitorizar ferida traumática- Executar tratamento à ferida traumática (1 x semana, SOS) -Limpeza dos bordos e do leito da ferida com solução de limpeza(Prontosan®) + espuma (Askina® Transorbent) + penso oclusivo
com compressas esterilizadas e ligadura elástica. Aplicação decreme hidratante nos bordos e pele circundante.
RESULTADOSDEENFERMAGEM
16/05/2015: Penso ligeiramente repassado. Foi executadotratamento.09/06/2015: Penso limpo e seco externamente. Foi executadotratamento.
AVALIAÇÃO DEENFERMAGEM
A utente mantém a ferida, que não cicatriza totalmente devido à presença de urina. A utente afirmou que vai começar a usar fraldacom mais frequência após uma conversa em que foi explicada anecessidade de a ferida não receber humidade e agentes
patogénicos para cicatrizar na sua totalidade.Quadro XXVI – Ferida traumática na face externa do calcâneo direito
Devido à ferida traumática que a utente apresenta na face externa do calcâneo direito, esta
apresenta dor de grau elevado, tendo sido aplicada a Escala de Faces, uma vez que a
utente apresenta períodos de confusão.
O foco dor por ferida é definido na Classificação Internacional para a Prática de
Enfermagem versão 2 (2011, p.51) como: “Dor Cutânea – Sensação de dor com origem
numa ferida ou na periferia de uma ferida, consoante a natureza desta; habitualmente
descrita como uma dor aguda, cortante ou lacerante ou como uma dor embotada, surda,
incómoda, com hipersensibilidade, a menos que a lesão tenha destruído as terminações
nervosas e as sensações de dor.”
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FOCO DEENFERMAGEM
Dor por ferida
ATIVIDADES DEDIAGNÓSTICO
Avaliar dor
CRITÉRIOS DEDIAGNÓSTICO
A utente tem uma ferida traumática na face externa do calcâneodireito desde Novembro de 2014.Têm sido realizados tratamentos com frequência regular desde então.A ferida não cicatriza devido à presença de urina.A utente refere dor em grau elevado quando pousa o pé no chão.
DIAGNÓSTICODEENFERMAGEM
Dor por ferida em grau elevado
OBJETIVOS Diminuir grau de dor
INTERVENÇÕESDEENFERMAGEM
- Avaliar a dor- Monitorizar a dor (Escala de Faces)- Ensinar a utente a procurar posição antiálgica- Instruir a utente a procurar posição antiálgica- Treinar a utente a procurar posição antiálgica
RESULTADOSDEENFERMAGEM
Dor por ferida em grau moderado
AVALIAÇÃO DEENFERMAGEM
A utente continua a referir dor, mas com grau de intensidademenor, após ter aprendido a aplicar a posição antiálgica.
Quadro XXIX – Dor por ferida
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CONCLUSÃO
O presente estudo de caso reflete o primeiro contacto do grupo com utentes no âmbito
comunitário, mais precisamente a nível de uma USF, o que nos proporcionou experiências profissionais num contexto real, tanto a nível de contacto com os utentes, como com a
equipa multidisciplinar de Enfermagem.
Deste modo, a realização deste estudo de caso permitiu-nos aprofundar temas pouco
conhecidos por parte do grupo a nível prático, nomeadamente as implicações da reforma
sofrida por parte dos Cuidados de Saúde Primários e o quotidiano de um Enfermeiro de
Família.
Outra competência que a elaboração deste estudo de caso nos permitiu desenvolver foi a
aplicação do Modelo Dinâmico de Avaliação e Intervenção Familiar, que apesar de ter
sido explorado nas aulas teóricas, nunca o tínhamos aplicado em contexto real e, de facto,
ter acesso ao processo clínico do Sr. J.F e da sua esposa, Sra. B.C possibilitou a recolha
das informações necessárias para fazer este trabalho, interpretando, analisando e
registando todos os dados relevantes, considerando o contexto socioeconómico e o
ambiente em que a família está inserida. Como já referimos durante o período de estágio
tivemos a oportunidade de nos cruzar com muitos utentes, cada um deles com a sua
peculiaridade. A nossa escolha sob o Sr. J. F. e a Sra. B. C. deveu-se ao facto de ser um
casal idoso, ambos debilitados, mas muito unidos entre si e que mesmo com necessidades
aumentadas e meios diminuídos prestam cuidados um ao outro. A questão central desta
família é: “A partir de que momento, ao se conseguir colocar o casal na rede de Cuidados
Continuados e proporcionar a cada um o apoio especializado, a sua dinâmica não será
abalada?”
A maior dificuldade sentida pelo grupo na elaboração deste trabalho incidiu na adaptação
ao modelo do estudo de caso, na medida em que nos ensinos clínicos anteriores estes
centravam-se na patologia dos utentes e respetivo regime medicamentoso. Enquanto que
em contexto comunitário há uma visão holística dos utentes, considerando essencial as
dinâmicas internas e externas da família para uma avaliação completa.
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Assim, tendo em conta que os objetivos da realização deste estudo de caso se concentram
em apresentar a família em estudo, focando a avaliação estrutural, de desenvolvimento e
funcional, integrando dados que permitem o conhecimento profundo e global da família,
demonstrando a aplicação do MDAIF, evidenciando as vantagens da visitação
domiciliária, podemos considerar que estes foram atingidos de modo eficaz.
Com o intuito de obter respostas no caso de dúvidas, recorremos sempre que necessário
a diversos membros da equipa multidisciplinar de enfermagem da USF – Bom Porto, que
se mostraram completamente disponíveis para responder e debater connosco qualquer
questão associada.
Deste modo, é possível concluir que a realização deste estudo de caso enriqueceu o nosso
conhecimento, na medida em que nos permitiu relacionar os conceitos teóricos
aprendidos, com a prestação de cuidados no âmbito da prática de Enfermagem
Comunitária.
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Procedimentos (5ª ed.). Loures: Lusociência.
Sérgio, António, et al. (2005). Programa nacional de combate à obesidade. Lisboa:Direção Geral de Saúde.
ANEXO