Aula 22 - Sistema digestório: Digestão, secreção e absorção

1. Descreva as secreções e seu respectivo controle em cada porção do trato gastrointestinal.

Secreção Salivar: A secreção salivar possui a função de digerir através da amilase salivar, lubrificar para a mastigação, deglutição e fala, e proteger conta ácidos e bactérias. As principais glândulas salivares são as Parótidas, Submandibulares e Sublinguais. A saliva secreta dois tipos de secreção de proteínas: Secreção serosa que contem ptialina (α-amilase) que é uma enzima para digestão de amido. Já a Secreção mucosa secreta mucina que é usada na lubrificação e proteção das superfícies. A saliva tem o pH em torno de 6,0 – 7,4 que é favorável a ação digestiva da ptialina.A secreção ocorre através de duas etapas: A primeira etapa envolve os ácinos que produzem a secreção primaria que contém ptialina e/ou mucina até os ductos. A segunda etapa ocorre nos ductos salivares ocasionando dois processos de transporte ativo que modifica a composição iônica da saliva. Primeiro ocorre a reabsorção ativa dos íons de Na+ e os íons de K+ são secretados ativamente, assim a concentração de sódio na saliva diminui e a de potássio aumenta. Porém a reabsorção de sódio é maior que a secreção de potássio deixando os ductos eletronegativos fazendo com que os íons de cloreto sejam reabsorvidos. Diminuindo assim a concentração de cloreto na saliva em relação ao sódio. Depois os íons bicarbonato (HCO3-) são secretados pelo epitélio dos ductos para o lúmen do ducto devido a troca de HCO 3- por Cl- e por transporte ativo.A regulação das glândulas salivares ocorre pelos sinais nervosos parassimpáticos que se originam nos núcleos salivatórios superior e inferior, no tronco cerebral. A área do apetite também regula a salivação em resposta a sinais das áreas do paladar e do olfato do córtex cerebral ou da amígdala. A estimulação simpática também pode aumentar um pouco a salivação através dos nervos simpáticos que se originam nos gânglios cervicais superiores e penetram nas glândulas ao longo das superfícies das paredes dos vasos sanguíneos.

Secreção Esofágica: só é secretado muco que é utilizado na lubrificação para a deglutição. O esôfago é revestido por glândulas mucosas simples e na terminação gástrica e um pouco na porção inicial do esôfago existe também as glândulas mucosas compostas. O muco produzido pelas glândulas compostas no esôfago superior evita a escoriação mucosa causada pela entrada de alimento, enquanto que as localizadas próximas a junção esofagogástrica, protegem a parede esofágica da digestão por sucos gástricos ácidos que refluem do estômago para o esôfago.

Secreção Gástrica: a mucosa gástrica tem dois tipos de glândulas: glândulas oxínticas (gástricas) e as glândulas pilóricas. As glândulas oxínticas (formadoras de ácidos) secretam HCl, Pepsinogênio, Fator intrínseco e Muco. Já as glândulas pilóricas secretam muco, que protege a mucosa pilórica do ácido gástrico, e o hormônio gastrina.

As glândulas oxínticas são compostas por três tipos de células: Células mucosas do cólon que secretam muco; Células peptídicas ou principais que secretam pepsinogênio; e Células parietais ou oxínticas que secretam HCl e o fator intrínseco. Os fatores que estimulam a secreção de HCl é a distensão gástrica, ativação de quimiorreceptores por peptídeos, gastrina, histamina.

A secreção de pepsinogênio ocorre pelas glândulas gástricas. Quando secretado o pepsinogênio não tem atividade digestiva, porém quando entra em contato com o ácido clorídrico ele é ativado na forma ativa que é a pepsina que atua na digestão de proteínas no estômago. A pepsina é ativada em meio muito ácido (pH ideal entre 1,8 e 3,5).

A secreção do muco ocorre por meio da secreção de liquido aquoso com HCO3

pelas células da superfície epitelial faz com que forme uma barreira mucosa alcalina sobre a superfície luminal gástrica. A secreção do muco é estimulada pela acetilcolina e por estímulos mecânicos.

A substância fator intrínseco é secretada pelas células parietais, juntamente com a secreção de ácido clorídrico. A substância é essencial para absorção de vitamina B12 no íleo. Se as células parietais são destruídas ocorre a gastrite crônica e a pessoa desenvolve acloridria (ausência de ácido gástrico) e também anemia perniciosa (a maturação das hemácias não ocorre na ausência de estimulação da medula óssea pela vitamina B12.

2. Quais as enzimas e seus substratos (nutrientes) presentes no trato gastrointestinal e suas funções?