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Estudo Dirigido de Astronomia

Planeta Júpiter

André Guima Golçalves

Bruno Schneider

José Beltrão Cavalcanti Filho

Athos Mekanna Moraes

1 de julho de 2013

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Sumário

1 Introdução. 3

2 Descrição. 42.1 Atmosfera e principais gases. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42.2 Satélites e habitação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52.3 Sobre o tempo; duração do dia e da noite, periodo de revolução

e estações do ano. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62.4 Temperatura, água, �uxo solar. . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

3 Habitações. 103.1 Habitação do sistema jupiteriano. . . . . . . . . . . . . . . . . 103.2 Recursos materiais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103.3 Animais e plantação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113.4 Gravidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

4 Características Físicas. 134.1 Europa; locais para habitação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134.2 Recursos energéticos em Europa. . . . . . . . . . . . . . . . . 134.3 Radiação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

5 Ecossistema. 155.1 Sobre Vida e Sondas no planeta. . . . . . . . . . . . . . . . . . 155.2 Alienígenas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

6 Fontes. 18

7 Anexos. 19

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1 Introdução.

Júpiter é conhecido pela humanidade desde que o homem olha para o céunoturno, é o quarto objeto mais brilhante no céu, já foi chamado de Mardukpelos babilônicos, de Thor pelos nórdicos, e era chamado também de estrelade madeira pelos povos asiáticos. Na mitologia romana, Júpiter (do latimIuppiter) representava o deus do dia, sendo o maior de todos os deuses. É, naverdade, o equivalente romano do deus grego Zeus. Nesta acepção, Júpiter étambém referenciado como Jove (do latim Jovis).

Figura 1: Júpiter e Juno.

Apesar de ter sido sempre conhe-cido, suas luas só foram descobertasem 1610 por Galileu, e em 1979 foidescoberto que Júpiter, assim comoSaturno, também tem um anel.

Júpiter é o quinto planeta maisdistante do Sol, o maior do sistemasolar, sua massa é 2,5 vezes maiorque de todos os outros planetas jun-tos, cerca de 318 vezes a massa ter-restre. Seu raio é de aproximada-mente 71.500 km, ou 11 vezes o raioda Terra. Júpiter é tão grande quehá teorias em que ele possa ser umaestrela abortada - não tem massa su-�ciente para que as forças gravitaci-onais possam começar a fusão. Com-posto predominantemente por hidro-gênio, se ele tivesse cerca de 50 vezesmais hidrogênio poderia sim ser uma

estrela.

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2 Descrição.

Pergunta (a)Seu planeta possui atmosfera? Quais são os principais gases? Seriapossível transformá-los em algo respirável? Como seria sua atitudepara contornar esses problemas? Seria melhor habitar seus satélites?

2.1 Atmosfera e principais gases.

Júpiter é um planeta gigante-líquido, cuja atmosfera é composta de hi-drogênio e hélio (Cerca de 88 a 92% de hidrogênio e 8 a 12% de hélio), commetano, amônia, H2S e água como aerossóis e condensáveis. Estes gases in-teragem de modos complexos para produzir bandas horizontais de rotação,que quando observadas da terra se parecem com listras, umas mais claras eoutras mais escuras. Estas formações são nuvens, todas perpendiculares aoeixo de rotação.

Na ausência de uma superfície sólida, adotou-se o topo da troposfera comosendo 0km. As listras brancas, vistas da terra na superfície de Júpiter sãoo topo das nuvens de amônia, já as listras em amarelo, vermelho e marromsão o gelo de hidrosulfeto de amônia.

O planeta também possui muitos ciclones. Apartir da terra, somos capa-zes de ver uma grande mancha vermelha, conhecida como Great Red Spot.Esta formação é uma tempestade ciclônica, cujo período de rotação é de seisdias.

É difícil imaginar a vida, como a concebemos em nosso planeta, na su-perfície de Júpiter, uma vez que a atmosfera deste planeta possui uma quan-tidade mínima de água e uma circulação de ar vertical muito intença. Noentanto, em 1976 foi hipotetisado que vida baseada em amônia ou mesmoágua poderia desenvolver-se na atmosfera superior jupiteriana. Esta hipótesefoi baseada na ecologia de mares terrestres, que possuem plâncton que uti-lizam fotossíntese para obter energia em níveis superiores, peixes em níveisinferiores alimentando-se dos primeiros e predadores marinhos que caçam ospeixes.

Para um ser humano contornar estes problemas, seria necessário utilizar-se de trajes avançados, como o dos astronautas, que são capazes de criaruma pressão interna arti�cial, proteger o corpo contra as variações de tem-peratura e prover ar respirável, mas seria necessário reabastecer o tanque deoxigênio do trage a todo momento, visto que sua mochila lhe garante umsuporte de aproximadamente oito horas de sobrevivência. Para prover oxigê-nio por periodos mais longos, conectar o trage à nave por intermédio de umtubo, como realizado no progeto Gemini (1965-1966) - segundo projeto de

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exploração espacial realizado pela Nasa - seria uma saída, mas ainda assimestariamos lidando com uma fonte esgotável, o que não é interessante paraum possível habitante terráqueo no planeta Júpiter.

2.2 Satélites e habitação.

No que diz respeito à habitação, seria muito mais interessante olhar paraas luas de Júpiter.

Figura 2: Esquema do oceanod'água em Europa.

Uma delas em especial, Europa -observada de perto pela primeira vezpelas sondas americanas Voyager em1979 e Galileo nos anos 1990 - pos-sui um oceano líquido coberto poruma espessa crosta de gelo, em con-tato com rochas no fundo. É geolo-gicamente ativa e bombardeada porradiações que criam oxidantes e for-mam, ao se misturar com a água, umambiente ideal para a habitação ter-restre.

Cientistas tem muito interesseem explora-la pois, de todo o sis-tema solar, este satélite é o lugarcom maior probabilidade de susten-tar vida. Um fator que di�culta esteobjetivo é a distância em que Eu-ropa se encontra da Terra, ou seja, ocusto �nanceiro para subsidiar umaviajem como esta é demasiado alto.

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Pergunta (b)Quanto tempo (em média e em comparação com a Terra) duraría o"dia"e "noite"do seu planeta? E a média da volta completa em tornodo Sol? Haverá estações do ano?

2.3 Sobre o tempo; duração do dia e da noite, periodo

de revolução e estações do ano.

A órbita de Júpiter em torno do Sol tem excentricidade de 0,0484, o quefaz com que sua distância até o Sol varie entre uma mínima de 4,9510 UA euma máxima de 5,4546 UA.

Um fato interessante é que a duração do dia em júpiter depende do lugarem que se considera. Por exemplo, perto de seu equador o dia tem cerca de 9horas e 50 minutos, mas perto dos pólos o dia tem uma duração maior. Issodecorre do fato de que Júpiter é um planeta gasoso, sendo que cada uma desuas partes pode girar com velocidade diferente de uma parte próxima.

Seu período de revolução equivale a cerca de 11,9 anos. Este tempo édiretamente proporcional à sua velocidade de de translação. No caso deJúpiter, esta velocidade tem valor aproximado de 13,1 km/s. A Terra, porsua vez, percorre sua órbita com velocidade de 29,8 km/s.

Ele não possui estações do ano (primavera, verão, outono e inverno), poisseu eixo de rotação é quase perpendicular ao plano da órbita. (Na Terra ainclinação é de 23 ◦ 45', em Júpiter de apenas 3 ◦ 01'). O diâmetro de Júpiteré de cerca de 11 vezes maior que o da Terra e embora o planeta seja muitomaior, o dia jupiteriano é menor que o nosso. O planeta gira sobre o seu eixoem 10 horas aproximadamente.

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Pergunta (c)A temperatura do seu planeta seria adequada para a criação de algumecossistema? Poderiamos extrair água de alguma forma? Qual seria oFluxo solar recebido por este planeta?

2.4 Temperatura, água, �uxo solar.

O �uxo solar que chega ao planeta Júpiter pode ser calculado da seguinteforma:

F =F�R2

(1)

Onde F� é a constante solar, que vale 1366 W.m−2, e R é a distânciamédia entre o sol e Júpiter, de aproximadamente 5,2 UA.1

Comparado com o �uxo que chega à terra, o �uxo solar que chega aJúpiter é de aproximadamente 3.6% da constante solar para o nosso planeta.

Júpiter irradia duas vezes mais calor do que recebe do Sol, isto ocorreporque o planeta ainda está se resfriando, e o calor remanescente da energiagasta na contração gravitacional que formou o planeta ainda é transferidopara fora deste. As temperaturas em Júpiter �cam em torno de -150 oC.

Figura 3: Ecossistema encontradona região Antártica.

De acordo com a Criobiologia,2

muitos organismos são capazes detolerar longos períodos de tempo atemperaturas abaixo do ponto decongelação da água. No entanto,para seres humanos, este não é o am-biente ideal.

A temperatura central do corpohumano deve manter-se entre 36, 5 ◦Ce 37, 5 ◦C. Abaixo desse limite,começam a surgir vários sintomas,desde frio até a morte. Quandohá uma queda brusca da tempera-tura corporal, as terminações nervo-sas detectam a baixa temperatura e,imediatamente, o organismo começa

1Substituindo essas constantes em (1), chegamos então a um valor aprximado de50 W.m−2 para o �uxo solar que chega a Júpiter.

2Ramo da biologia, que estuda os efeitos de baixas temperaturas em células, tecidos eorganismos vivos.

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a realizar a vasoconstrição dos vasos sanguíneos, principalmente da pele, como objetivo de diminuir a perda do calor e estabilizar a temperatura interna.

Se pretendemos imaginar um ecossistema que sobreviveria a esse nível detemperatura, podemos fazer um paralelo com a região polar Antártica, poisa vida encontrada em condições extremas, como nesta região do planeta quejá registrou a menor temperatura do mundo, a saber −89, 2 ◦C, pode sugerircomo a vida poderia existir em Júpiter.

As principais di�culdades para o crescimento dos vegetais na Antárticasão os fortes ventos, a curta espessura do solo e a limitada quantidade deluz solar, durante o inverno. Por isso, a variedade de espécies de plantasna superfície é limitada a plantas "inferiores", como musgos e hepáticas.Além disso há uma comunidade autotró�ca, formada por protistas. A �oracontinental consiste em líquens, brió�tas, algas e fungos. O crescimento e areprodução ocorrem geralmente no verão.

A algum tempo3, Cientistas encontraram um antigo ecossistema embaixode uma geleira na Antártica, um sistema biológico isolado que sobreviveu pormilhões de anos sem luz e oxigênio em uma piscina de água extremamentesalgada, como uma salmoura. Esse ecossistema contém uma diversidade debactérias que sobrevivem nas águas geladas e salgadas, repletas de ferro esulfa [Figura 3].

Figura 4: Água na atmosfera deJúpiter.

A água desse ecossistema perma-nece na temperatura de -10o Celsiussem se congelar por causa do seualto nível de salinidade, 3 a 4 vezessuperior ao dos oceanos. Os cien-tistas que descobriram e estudaramo ecossistema acharam uma bacté-ria que consegue converter ferro esulfa em alimento.Esse tipo de orga-nismo, vivendo em consições extre-mas, serve como modelo de como avida pode evoluir sobre o gelo. As-sim, eles apontam para a possibili-dade de vida em Júpiter ou sob agrossa camada de gelo na lua Eu-ropa.

Quanto à água existente na at-mosfera do planeta Júpiter, Algunsastronomos defendiam que a água tinha vindo das camadas mais baixas do

3Descrito em 17 de abril de 2009 na revista Science.

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planeta, mas essa teoria não foi aceite por toda a comunidade cientí�ca, ha-vendo outros que a�rmavam que as moléculas não conseguiriam atravessar a"barreira gelada"que separa a estratosfera do nível das nuvens abaixo. Então,de acordo com a Agência Espacial Europeia, os vestígios de água encontradosna atmosfera superior de Júpiter vieram de um cometa que embateu com oplaneta em 1994. Sendo que cerca de 95% da água está na estratosfera devidoao impacto do cometa.4

Outras potenciais fontes são o vapor de água expelido de uma das luasgeladas de Júpiter ou partículas de poeiras geladas vindas de outros planetas.

4De acordo com o Laboratório de Astrofísica de Bordéus.

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3 Habitações.

Pergunta (a)Como poderia ser a habitação deste planeta? Que tipo de proteçõesteria as casas?

3.1 Habitação do sistema jupiteriano.

Uma colônia em Júpiter iria exigir alimento, energia, transporte, co-municação, gravidade simulada, material para construção, bem como outrossistemas de suporte á vida. Como júpiter não é composto primariamente dematéria sólida, devemos cojitar a possibilidade de uma colonia orbital, não�xa na superfície do planeta.

Figura 5: Colonização �ctícia doespaço.

Asteróides que circundam Jú-piter são provavelmente ricos emágua e materiais voláteis, de algumaforma eles poderiam ser aproveita-dos.

Mas não importa o quanto fale-mos em habitar Júpiter, a melhoropção para a vida humana continuasendo Europa.

Como exposto anteriormente,Europa possui um oceano de águacoberto por uma espessa camada degelo. Serer humanos poderiam ha-bitar iglús e escavar a crosta de gelode Europa, explorando o oceano sub-terrâneo do satélite. Esse plano tam-bém discute a possibilidade do uso de "bolsões de ar"para habitação humana.

Pergunta (b)Quais tipos de recursos poderiamos usar para as construções? Serianecessário "importar"algo da Terra?

3.2 Recursos materiais.

Um outro problema em habitar o sistema jupiteriano é que o mesmo possuiuma alta dose de radiação. O nível de radiação em Io é de cerca de 36 Sv(3600 rem) por dia e em Europa é de cerca de 5,4 Sv (540 rems) por dia, oque é um aspecto importante devido ao fato que uma exposição a 0,75 Sv

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por alguns dias é su�ciente para causar envenenamento por radiação, e cercade 5 Sv por alguns dias é fatal.

Os meios de proteção contra radiação são determinados através de trêspilares: distância, tempo de exposição e blindagem. As construções então de-veriam então ser blindadas, e os materiais utilizados poderiam ser o alumínio(para as partículas gama), chumbo (para os Raios-X) ou concreto. Aconteceque nenhum desses materiais é facilmente encontrado no sistema jupiteriano,todos teriam de ser importados da terra. O transporte desses materiais daTerra para o sistema jupiteriano seria extremamente dispendioso mas neces-sário.

Pergunta (c)Seia possível a criação de algum animal? Seria possível platações?

3.3 Animais e plantação.

Vimos na seção 2.4, ao comparar a vida sob as baixas temperaturas dasuperfície de Júpiter com a vida na região Antártica do planeta terra, quepoucos tipos de animais e vegetais podem sobreviver em um clima tão hostil àvida. De modo que, muito provávelmente, a única forma de animal capaz desobreviver em Júpiter fosse do tipo das bactérias. A variedade de plantas nasuperfície deve ser limitada a plantas "inferiores", como musgos e hepáticas.Além de líquens, brió�tas, algas e fungos, que poderiam servir de alimentoao homem.

Pergunta (d)A gravidade local permitiria ou di�cultaria a criação de grandes cons-truções?

3.4 Gravidade.

Como os gigantes gasosos, como Júpiter, não tem uma superfície sólidaobservável, considera-se, para o cálculo da gravidade, a distância ao centrodo planeta onde a pressão atmosférica é de 1 atm, igual à pressão atmosféricaao nível do mar na Terra. Deste modo, chega-se a um valor de 24.79 m.s−1

para a gravidade no planeta Júpiter.como esse valor é muito grande em coparação com a gravidade na Terra,

imaginamos que seria muito difícil transportar-se no planeta, bem como car-regar suprimentos e materiais de um lugar para o outro.

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Júpiter também possui um fundo poço gravitacional5, onde quanto maispróxima do centro do poço, maior é a aceleração e maior é a velocidade.Portanto, seria complicado construir numa região como esta.

Pergunta (e)Qual tipo de exploração energética seria viável (eólica, solar, etc)?

A atmosfera de júpiter possui, assim como a de outros planetas gasosos,um isótopo de hélio que é extremamente raro na terra. Este isótopo é ohélio-3.

Ele é uma forma isotópica não-radioativa do hélio com dois prótons eum nêutron no núcleo. É procurado para atividades de pequisas sobre fusãonuclear. O hélio-3 é proposto como um combustível da segunda geração dafusão nuclear para usos energéticos de fusão, mas esses sistemas ainda estãoem fase experimental de desenvolvimento.

De qualquer maneira, podemos dizer que este isótopo, encontrado naatmosféra de Júpiter, poderia ser aproveitado e utilizado como como com-bustível termonuclear para geração de energia.

5Campo potencial em torno de um corpo massivo.

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4 Características Físicas.

Pergunta (a)Procure informações sobre o terreno e descubra qual seria o melhorlocal para criação de uma capital?

4.1 Europa; locais para habitação.

Europa6 possui uma superfície gelada extremamente plana, com poucascrateras e icebergs formados por água e amônia. Como sua topogra�a va-ria muito pouco através de toda sua extensão, a temperatura pode ser umfator relevante para a escolha de uma capital. Desse modo, poderia ser esco-lhido um local mais próximo do equador do satélite, que possui temperaturasbaixíssimas, porem maiores do que as encontradas nos pólos.

Pergunta (b)Existe a possibilidade de exploração de algum recurso deste planeta?Você poderia exportar este bem para a Terra em troca de algum outro?Qual?

4.2 Recursos energéticos em Europa.

É sabido que um elemento abundante tanto em Júpiter quanto nos seusarredores é o hélio e, como anteriormente dito, o hélio-3. Esse Isótopo émuito raro na Terra, sendo procurado para pesquisas sobre fusão nuclear.Como é iminente uma crise de energia nos próximos anos, o domínio sobreo processo de fusão nuclear seria essencial para contornar o problema ou atéresolve-lo de�nitivamente. Por esse motivo, o hélio-3 é um recurso muitovantajoso a ser explorado em Júpiter e exportado para a Terra.

Considerando que o objetivo seja a implantação de uma biosfera arti�cialsustentável que reproduza o ambiente terrestre, os recursos exportados paraJúpiter em troca de hélio-3 seriam diversos recursos minerais e vegetais, alémde alguns animais. O oxigênio também seria bem-vindo devido a sua escassezno planeta.

Pergunta (c)Como nós astronomos poderiamos trabalhar em seu planeta? Seria pos-sivel visualizarmos alguma radiação não vista na Terra? Sua atmosfera(ou a falta dela) absorveria alguma emissão?

6Decidimos habitar Europa, por todos os motivos expostos anteriormente.

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4.3 Radiação.

A radiação que vem de júpiter e atinge Europa e as demais luas é radiaçãona forma de elétrons de alta energia e íons.

Europa, juntamente com as demais luas, orbita dentro dos chamadosCinturões de Radiação de Júpiter, de modo que esta dose de radiação se tornaletal. Estes cinturões são muito parecidos com o cinturão de Van Allen7 naTerra, mas maior, uma vez que o campo magnético de Júpiter é dez vezesmais forte que o da Terra. A radiação nos cinturões de Júpiter é um milhãode vezes mais intensa do que no cinturão da Terra. No entanto existem zonascom menor intensidade de radiação, e os cientistas estão fazendo um mapadessas zonas para planejamento das futuras missões de exploração dessa lua.

Então, para começar, o cientista astrônomo teria que estar trabalhandoem uma dessas regiões. Ele observaria a radiação vinda de Júpiter na formade elétrons e íons de alta energia e também energia radiante vinda do Sol ede outras regiões do espaço.

Num paralelo , a radiação da Terra e sua atmosfera é percebida muitomais como calor do que vista como luz. Entre o momento em que é absorvidacomo radiação de ondas curtas e o momento em que é devolvida ao espaçocomo radiação de ondas longas, a energia aquece a superfície terrestre, aatmosfera, e propulsiona a circulação do ar e da água. Como Europa temuma composição atmosférica muito parecida com a da terra, é provável quenão hajam grandes mudanças quanto a esta percepção, não levando em contaas temperaturas na superfície dessa lua.

7O Cinturão de Van Allen é uma região onde ocorrem vários fenômenos atmosféricosdevido a concentrações de partículas no campo magnético terrestre, descobertas em 1958por James Van Allen.

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5 Ecossistema.

Pergunta (a)Existem comprovações cientícas sobre a não existência de vida em seuplaneta? Este planeta foi visitado por qual(is) sonda(s)?(só para ga-rantirmos nenhuma surpresa?

5.1 Sobre Vida e Sondas no planeta.

Em ambientes muito frios, a amônia e o metano podem funcionar como sol-ventes. A energia pode vir da força de maré (tidal force), como encontramosem Io e Europa, satélites de Júpiter. Estes dois satélites funcionam tambémcomo geradores ao percorrer em suas orbitas o fortíssimo campo magnético deJúpiter. O carbono neles é bastante comum, mas o silício também pode gerarmoléculas complexas embora menos estáveis em nosso meio. Locais inóspi-tos da Terra, com condições parecidas àquelas de Io, Europa e Ganimede,apresentam alguma forma de vida. Foi constatada a existência de micróbiosvivendo nas �ssuras abissais de vulcões submersos dooceano Atlântico. Elesabsorvem hidrogênio e dióxido de carbono e expelem metano.

Figura 6: Riscos na superfíciede Europa indicam existência deoceano por baixo.

A atmosfera de Jupiter, com-posta de hidrogênio e hélio, é co-berta por nuvens de vapor d'águae amônia que formam tempestades,com ventos fortíssimos na superfíciegasosa do planeta. Perspectiva zeropara vida ou alienígenas locais, masuma boa fonte para os ingredientesnecessários. Alta velocidade de ro-tação (9h55min30s), um campo ele-tromagnético muito forte (20 vezes ocorrespondente terrestre) e massivo,com íons e elétrons orbitando em al-tas velocidades, Júpiter é um forne-cedor importante para os satélites vizinhos.

Europa apresenta o ecossistema mais promissor à vida e a existência deseres alienígenas. Além disso, o satélite tem potencial para ser habitávelpor humanos.O satélite é formado por camadas: um núcleo de ferro, seguidopor um envoltório de rocha, uma camada de água salgada com 100 km deespessura, uma espessa camada de gelo e, �nalmente, uma crosta de geloimpuro. As forças de maré variam ao longo da orbita elíptica do planeta, oraexpandindo, ora encolhendo o oceano sob a camada de gelo, provocando fra-

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turas super�ciais que possibilitam o contato da água salgada com o ambienteexterno. Permite também o aquecimento interno do satélite. O rompimentoda camada super�cial de gelo pode também ocorrer após o choque com me-teoritos, formando crateras, logo congeladas, mas com vestígios notados pelamissão Galileu. Peróxido de hidrogênio é abundante na superfície e, mis-turado com o oceano, é um importante energético para formas simples devida. Europa tem água, carbono, nitrogênio, fósforo e S, e o peróxido dehidrogênio irá fornecer a energia necessária para a existência de organismosmulticelulares, como aconteceu na Terra. A maior concentração do peróxidoestá no hemisfério frontal e é praticamente inexistente no hemiferio posterior.

Observações feitas em Mauna Kea, Hawai, usando espectrômetro Osiris,detectaram indícios da substância epsomita, um sal, sulfato de magnésio,formado pela oxidação de cloreto de magnésio proveniente do oceano, comS vindo de Io. Esta é uma indicação segura do contacto do oceano interiorcom a superfície. Acredita-se que o oceano de Europa seja muito semelhanteao nosso.

Podemos, portanto, imaginar a existência de seres complexos, consti-tuindo uma cadeia alimentar, vivendo no imenso oceano salgado de Europa.

As sondas que já visitaram o planeta são, em ordem cronológica:

• 1973 - Pioneer 10, a primeira sonda a alcançar Júpiter, passa a 130,354km do topo exterior das suas nuvens.

• 1974 - Pioneer 11; passa a 43,000 km do topo das nuvens de Júpiter,tirando as primeiras imagens das regiões polares.

• 1979 - Voyager 1; passa 350,000 km do centro de Júpiter e descobre umténue sistema de anéis e três luas.

• 1979 - Voyager 2; passa a 650,000 km do centro de Júpiter, providen-ciando imagens detalhadas do anel joviano e do vulcanismo de Io.

• 1992 - Sonda Ulisses; usa a gravidade de Júpiter para entrar na órbitapolar do Sol.

• 1994 - Sonda Galileu; chega a Júpiter; a sonda atmosférica enviada pelaGalileu sobrevive a uma profundidade de pressão de 23 bars.

• 2000 - Sonda Cassini; observa Júpiter enquanto se dirige para Saturno.

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Pergunta (b)Como você imagina que seriam os habitantes alienígegenas deste pla-neta? O que eles respirariam? Do que se alimentariam?

5.2 Alienígenas.

Figura 7: Alienígenas, na imagina-ção popular.

Até agora, a única certeza sobrea possibilidade de vida no satelliteEuropa diz respeito a seres vivosmuito pouco complexos, como algu-mas bacterias unicelulares. A bac-téria extremó�la chamada Deinococ-cus radiodurans consegue sobreviverà radiação ultravioleta do espaço, aambientes extremamente frios e oxi-dativos, assim como severamente io-nizados e vácuo. Esta bactéria foiainda exposta a testes contendo con-centrações bastante altas de sulfatosde magnésio e ácido sulfurico, condi-ções que são esperadas em Europa.No entanto, nenhum extremó�lo daTerra poderia viver na superfície deEuropa, mas poderia viver no su-posto oceano. Mas como esse satellite possui diversos aspectos físicos si-milares aos encontrados no planeta Terra, é possível imaginá-lo habitado poralienígenas muito parecidos com o ser humano, porém com um desenvol-vimento tecnológico maior quando comparado ao dos habitants do planetaágua.

Esses seres poderiam respirar hidrogênio, que é extremamente abundanteno planeta e em seus satellites e se alimentar das plantas inferiors que seriamcultivadas na superfície do satellite Europa.

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6 Fontes.

1. http://www.ccvalg.pt/astronomia/sistema _ solar/jupiter.htm

2. http://www.astrobio.net/exclusive/3010/hiding-from-jupiters-radiation

3. http://www.space.com/missionlaunches/missions/europa _ colonies _010606-1.html

4. http://en.wikipedia.org/wiki/Space _ suit

5. http://www.astro.iag.usp.br/ mario/aga291/semanaceu/jupiter.html

6. http://www.astro.iag.usp.br/ roberto/aga210/planetas _ externos.pdf

7. Sagan, C.; Salpeter, E. E.. (1976). The Astrophysical Journal Supple-ment Series 32: 633�637.

8. www.on.br

9. Modern Astrophisics, Bradley W Carroll and Dale A. Ostlie.

10. Fundamental Astronomy, Hannu Karttunem e outros

11. NASA site: Solar System Exploration Planets Jupiter.

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7 Anexos.

item unidade JUPITER IO EUROPA GANIMEDE CALISTOa 105km 7780 4.22 6.71 10.7 18.8P d 4330.6 1.77 3.55 7.15 16.69e 0.0488 0.0041 0.0094 0.0013 0.0074i graus 1.3 0.036 0.466 0.177 0.192<r> 103km 69.9 1.82 1.56 2.63 2.41M 1022kg 190 000 8.93 4.8 14.8 10.8r g/cm3 1.33 3.53 3.01 1.94 1.83g m/s2 25.93 1.8 1.32 1.43 1.24v esc.m/s 1 900 000 2 376 2 026 2 742 2 441

TERRA LUA Obs.1490 3.84 Semi eixo maior1 27.32 Periodo, d = 24 h.0.0167 0.0055 excentricidade0 5.16 inclinação orbita6.37 1.74 raio médio597 7.35 massa5.51 3.34 densidade9.81 1.62 gravidade superf.11 190 2 376 veloc. escape

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