Estudo Dirigido III - Modernismo

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  • 7/24/2019 Estudo Dirigido III - Modernismo

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    Instituto de Letras

    Departamento de Teoria Literria e Literaturas

    Disciplina: Literatura Brasileira Modernismo

    Professora: Dr Fabrcia Walace

    luno: !o"o Paulo rau#o dos $antos %&%''())&

    *oteiro de +studos III

    1) Seis meses aps a demisso da empregada domstica, G.H. resolve fazeruma arrumao no antigo quarto da funcionria, ao entrar ali ela emerge em seu

    prprio vazio interior. !omada pela aflio ela procura algo para fazer, mas no" nada. #t que surge uma $arata saindo do guarda%roupa& nesse instante a

    personagem tomada por uma consci'ncia de solido.

    # protagonista tomada pelo no(o da $arata, mas precisa enfrent%la,toc%la e provar o seu sa$or. # nusea que a toma violentamente representa aangstia que antecede a epifania e resulta na dolorosa sensao de fragilidade dacondio "umana.

    *om o intuito de retomar seus instintos primitivos, G.H. deve enfrentar ae+peri'ncia de provar o gosto do inseto. provar sim$oliza uma reviravolta em

    seu mundo alienado, imune e condicionado. #ps o ocorrido que a personagemse d conta do seu verdadeiro estar no mundo. - tanto que depois ela temdificuldades em narrar a sua impot'ncia de descrever os fatos.

    ) # nusea o produto resultante do conflito do /eu0 com a realidade, como e+terior, com a /rua cinzenta0. eu lrico est preso 2 classe, 2s roupas, etc.#t o en(oo, at a revolta, etiquetado pela posio social, pelas roupas, pelaclasse, ele vai. 3esmo preso, ele deve seguir. 3elancolias que refletem ointerior do /eu lrico0, as mercadorias referentes ao e+tremo, ao capital, 2 rua.

    su(eito est em crise, em uma autoanlise. 4le reflete5 /6evo seguirat o en(oo7 8osso, sem armas, revoltar%me70. - a crise de identidade do ser, emuma oscilao entre o /eu0 e o mundo, ( e+pressa por melancolias 9interior) emercadorias 9e+terior). # nusea aqui pode ser depreendida pelo conceito dedever%poder5 dever seguir at o en(oo e poder revoltar%se. # nusea surge dali$erdade de escol"a individual, da possi$ilidade de ser capaz.

    Somos responsveis por gerar, por nossos atos, nosso mundo :responsveis pela escol"a das nossas metas, dos nossos camin"os 9as ruas, emque camin"amos) para alcan%las5 op;es, possi$ilidades de '+ito e de fracasso,

    punio e redeno. # impossi$ilidade da revolta 9/8osso, sem armas, revoltar%me70) faz com que o eu lrico procure uma sada para vencer a nusea5 uma flor

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    rompe o asfalto, engana a polcia 9censura) e vence, como se perce$e no final dapoesia. 3ergul"ado nesse mundo mercadolgico, cinzento, nauseante, est o"omem perdido em si prprio, em seus ideais, em sua classe social, nos valores e

    papis sociais, etiquetados em sua testa. amos, 1??@, p.1AA). 8artindo da indagaodo personagem, esse retrec"o relata a construo de si, da narrativa e o luto. 4lediz que uma narrativa para tentar recuperar a conviv'ncia entre os dois, 8auloHonrio e 3adalena. 4ssa conviv'ncia fez com que ele dei+asse o lado prtico,de v'%la como uma funo, para que ela se tornasse sua compan"eira. Boentanto, esse sentimento que ele no entendia, vai ser e+presso de uma forma

    violenta, por um e+cesso de amor, c"egando at ao comportamento agressivopor cimes. # vida no agreste o fez assim, esse "omem do agreste. Csso e+plicaseus atos, porm no os (ustifica.

    Bo livro So Dernardo, o "omem do agreste est vivendo a fal"a dalinguagem, porque recuperar o que ele viveu com 3adalena impossvel, ascoisas que ela dizia no podem ser colocadas no papel. # escrita surge como sefosse o sentimento da culpa. 4le nunca vai conseguir se e+pressar atravs da

    palavra, mas ele precisa dizer o que no pode ser dito& escrever a nica formade redeno.

    /8rocuro recordar o que dizamos. Cmpossvel. #s min"as palavras eramapenas palavras, reproduo imperfeita de fatos e+teriores, e as dela tin"amalguma coisa que no consigo e+primir0. >etomando o que foi dito e analisandoesse trec"o do livro, o personagem $usca o impossvel, este "omem do agresteno cosegue colocar no papel o que viveu com 3adalena. # morte da

    personagem 3adalena a forma de se re$elar contra 8aulo Honrio, o escapeque ela encontra para no ser dominada.

    E) 4m /Grande Serto5 Feredas0, a saga do (aguno >io$aldo e+p;e

    tam$m um percurso afirmativo, que a desco$erta do serto enquantotravessia. destino de >io$aldo um estado de vir a ser no camin"o que seimp;e ao drama localizado do "omem sertane(o. 4m >io$aldo, o serto est emtodo lugar, pois o /serto travessia0. 4sta desco$erta no algo conceitual, do

    ponto de vista de uma ordem metafsica do real, uma vez que a potica do sertoconstitui um estar sendo sem limites ou defini;es, apenas o "orizonte e omistrio das veredas que surgem como camin"o.

    osa e+p;e o pensamento do sertane(o so$re a realidade5 / real no est na

    sada nem na c"egada5 ele se disp;e para a gente no meio da travessia09>S#, AA1, p. A). # travessia , com isso, destituda de esta$ilidade. Bo "

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    uma ordem /a priori0 no viver do sertane(o, pois a vida no se encai+a emnen"uma definio, em nen"um fundamento a$soluto, pois, para >io$aldo,/viver um descuido prosseguido0 9>S#, AA1, p. ). Csto , no dramafecundo do viver, nasce a tril"a das veredas que se vivenciam a cada instante, acada novo confronto, a cada nova partil"a de amizade e de amor com seucompan"eiro >einaldo, depois revelado como 6iadorim. 9>S#, AA1, p. 1@).

    >io$aldo, ao segredar a sua travessia ao leitor, o "omem de sa$erapurado e fina instruo acad'mica, ilustra muito $em que a travessia umanarrativa de si mesmo so$re o serto, dentro e fora de >io$aldo, no um cdigode receitas prefi+ado na ordem determinista do sol escaldante do serto. # vida feita na travessia, por isso como se >io$aldo estivesse em um drama sem"orizontes determinados, em que a (agunada inimiga pode estar dentro de seu

    prprio $ando, ou guerreando com o dia$o, que se apresenta como inimigo de

    6eus, mas que pode nem e+istir de fato, o que somente revelado no trmino dao$ra.