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ESTUDO DO POTENCIAL DE INOVAÇÃO DAS PME DO ALGARVE BIALG BARÓMETRO DE INOVAÇÃO DO ALGARVE MARÇO DE 2018

ESTUDO DO POTENCIAL DE INOVAÇÃO PME_Algarve... · 2019-10-16 · inovação, a saber, Inovação de Produto, Inovação de Processos, Inovação de Marketing, e Inovação Organizacional

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ESTUDO DO POTENCIAL

DE

INOVAÇÃO

DAS PME DO ALGARVE

BIALG – BARÓMETRO DE INOVAÇÃO DO ALGARVE

MARÇO DE 2018

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FICHA TÉCNICA

Título: Estudo do Potencial de Inovação das PME do Algarve

Ano: 2018

Autoria: NERA – Associação Empresarial da Região do Algarve e AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve

Equipa Técnica: Ana Rita Cruz, João Amaro, Sandra Godinho

Referência para Citação: NERA e AMAL (2018). Estudo do Potencial de Inovação das PME do Algarve, Faro: NERA e AMAL.

As opiniões expressas no conteúdo deste documento são da exclusiva responsabilidade da equipa técnica que o elaborou e não refletem, necessariamente, as posições das entidades promotoras do projeto BIALG – Barómetro de Inovação do Algarve.

Este documento foi submetido ao software “Lince – Conversor para a Nova Ortografia”, disponibilizado pelo ILTEC – Instituto de Linguística Teórica e Computacional, para obedecer à ortografia obrigatória (Resolução do Conselho de Ministros N.º 8/2011) estabelecida pelo Acordo Ortográfico de 1990 (Resolução da Assembleia da República N.º 26/91).

Reprodução autorizada, com indicação da fonte, exceto para fins comerciais.

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CONTEÚDOS

Índice de Figuras ................................................................................................ iv

Índice de Tabelas ............................................................................................... vi

1. Introdução ...................................................................................................... 7

2. Enquadramento ............................................................................................ 10

2.1. A Especialização Inteligente: Uma Nova Abordagem Para as Estratégias

de Inovação nas Regiões Europeias ............................................................ 10

2.2. A Estratégia Regional de Inovação do Algarve ...................................... 13

2.3. Dinâmicas Económicas e de Inovação na Região do Algarve ............... 18

3. Metodologia .................................................................................................. 27

3.1. Caracterização da Amostra de Empresas ............................................. 28

3.2. Auscultação de Opinion Leaders ........................................................... 37

4. Desempenho Inovador das PME do Algarve ................................................ 40

4.1. Perfil Interno para a Inovação Componente 1 ....................................... 44

4.2. Relação com o Meio Envolvente Para a Inovação Componente 2 ........ 48

4.3. Desenvolvimento de Atividades De Inovação Componente 3 ............... 51

4.4. Resultados de Inovação na Empresa, no Setor e no Mercado .............. 55

4.5. Análise posicionamento Empresas Algarvias Barómetro de Inovação .. 60

5. Fatores que Facilitam e Dificultam os Processos de Inovação das PME do

Algarve ............................................................................................................. 64

6. Análise crítica dos aspetos determinantes para a Inovação das PME do

Algarve ............................................................................................................. 71

7. Conclusões e Recomendações .................................................................... 76

Referências Bibliográficas ................................................................................ 81

Anexos ............................................................................................................. 83

Anexo A. Lista de Abreviaturas ..................................................................... 84

Anexo B. Questionário Quantitativo Realizado às Empresas do Algarve ..... 85

Anexo C. Questionário Qualitativo Realizados a Opinion Leaders ............... 90

Anexo D. Dados de Apoio à Caracterização da Amostra de Empresas ....... 92

Anexo E. Dados de Apoio ao Ponto 4. Desempenho Inovador das PME do

Algarve .......................................................................................................... 93

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1. Evolução do PIB a Preços Correntes, 2000-2015 (UE=100) ............ 19

Figura 2. Evolução da Taxa de Desemprego, 2002-2016 ................................ 20

Figura 3. Desempenho Inovador das Regiões Europeias (2017) ..................... 21

Figura 4. Evolução do Desempenho Inovador, 2009-2017 (UE 2011=100) ..... 22

Figura 5. Desempenho em Educação e Produção de Conhecimento (2017) .. 23

Figura 6. Desempenho em Geração de Inovação (2017) ................................ 24

Figura 7. Desempenho em Impactos da Inovação (2017) ................................ 25

Figura 8. Empresas Participantes por Setor de Atividade RIS3 ....................... 29

Figura 9. Mapa das Empresas Participantes por Concelho ............................. 29

Figura 10. Empresas Participantes do Setor do Turismo por Concelho ........... 31

Figura 11. Empresas Participantes do Setor do Mar por Concelho .................. 32

Figura 12. Empresas Participantes do Setor TIC e Indústrias Culturais e

Criativas por Concelho ..................................................................................... 33

Figura 13. Empresas Participantes do Setor das Energias Renováveis por

Concelho .......................................................................................................... 34

Figura 14. Empresas Participantes do Setor da Saúde, Bem-Estar e Ciências

da Vida por Concelho ....................................................................................... 35

Figura 15. Empresas Participantes do Setor Agroalimentar por Concelho ...... 36

Figura 16. Modelo de Abordagem conceptual .................................................. 43

Figura 17. Desempenho Ambiente e Cultura Organizacional para a Inovação

por Setor – Médias ........................................................................................... 45

Figura 18. Desempenho Recursos Humanos, Físicos, Tecnológicos e

Financeiros por Setor – Médias ........................................................................ 46

Figura 19. Desempenho Competências para a Inovação por Setor – Médias . 47

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Figura 20. Desempenho Relação com o Sistema Científico Tecnológico (SCT)

e Agentes de Inovação por Setor – Médias ..................................................... 48

Figura 21. Desempenho Relação com o Meio Envolvente Próximo (Clientes,

Fornecedores e Consultores) por Setor – Médias ............................................ 49

Figura 22. Desempenho Sistema Financeiro e de Financiamento para a

Inovação por Setor – Médias ............................................................................ 50

Figura 23. Desempenho Desenvolvimento de Atividades de Inovação por Setor

– Médias ........................................................................................................... 52

Figura 24. Desempenho Fontes de Inovação e Informação por Setor – Médias

......................................................................................................................... 53

Figura 25. Desempenho Patentes e Métodos de Proteção por Setor - Médias 54

Figura 26. Desempenho Resultado da Atividade de Inovação por Setor -

Médias .............................................................................................................. 56

Figura 27. Desempenho Resultados Económicos e Financeiros por Setor -

Médias .............................................................................................................. 58

Figura 28. Desempenho Resultados de Mercado e Sociedade por Setor -

Médias .............................................................................................................. 59

Figura 29. Modelo de Abordagem conceptual .................................................. 62

Figura 30. Resumo do Desempenho em cada Componente por Setor ............ 63

Figura 31. Fatores Determinantes para o Desenvolvimento de Atividades de

Inovação ........................................................................................................... 72

Figura 32. Fatores Determinantes para os Resultados das Atividades de

Inovação ........................................................................................................... 74

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vi

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1. Tipos de Abordagens na Política Regional ....................................... 11

Tabela 2. Domínios da Estratégia de Especialização Inteligente do Algarve ... 16

Tabela 3. Resumo das Técnicas de Análise Usadas ....................................... 28

Tabela 4. Opinion Leaders Auscultados ........................................................... 38

Tabela 5. Fatores da Envolvente Externa Determinantes para a Prossecução

de Atividades de Inovação ............................................................................... 67

Tabela 6. Fatores da Envolvente Interna Determinantes para a Prossecução de

Atividades de Inovação .................................................................................... 69

Tabela 7. Oportunidades e Ameaças Conjunturais ao Estímulo à Inovação das

PME do Algarve ............................................................................................... 80

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1. INTRODUÇÃO

A criação de emprego e introdução de mudanças estruturais que

potenciem a incorporação de valor nas cadeias produtivas, assentes nos

recursos endógenos de cada território, estão entre as principais prioridades da

União Europeia. A Inovação surge, no rescaldo de uma grave crise económica

que ditou a estagnação da economia do espaço económico europeu, como um

pilar transversal nos programas operacionais comunitários, mais precisamente,

no caso nacional, no Portugal 2020. No entanto, apesar de ser consensual que

a existência de um tecido empresarial inovador, cujo crescimento se alicerça

em dinâmicas de inovação, é vital para impor dinamismo e competitividade ao

mercado, promovendo o crescimento socioeconómico de todos os estados

membros, é igualmente reconhecido um profundo desconhecimento quanto às

práticas de inovação atualmente presentes nos diferentes setores de mercado.

O Barómetro para a Inovação das PME do Algarve – BIALG, desenvolvido

pelo NERA – Associação Empresarial da Região do Algarve e pela AMAL –

Comunidade Intermunicipal do Algarve, no âmbito do Projeto INOVA ALGARVE

2020 - Programa de Estímulo ao Desenvolvimento de Atividades de Inovação

nas PME do Algarve, surge neste contexto com o grande objetivo de

POSSIBILITAR ÀS PME DA REGIÃO DO ALGARVE AVALIAR O SEU POTENCIAL

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DE INOVAÇÃO E CAPACITÁ-LAS PARA O DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS

INOVADORES.

Acreditamos ainda que, para além desta possibilidade de autoavaliação

do nível de desempenho das PME nos seus processos de inovação, o BIALG

poderá ter um impacto mais profundo na estratégia regional. Este primeiro

barómetro das dinâmicas de inovação, a ser implementado na região do

Algarve, permite a um nível mais macro, diagnosticar a quota atual de inovação

em cada setor do mercado regional, apontar boas práticas, identificar eventuais

necessidades de intervenção e, em última instância, poderá suportar o

desenho ou o ajuste de políticas e estratégias concertadas de governança

regional.

Durante o processo de desenvolvimento e de implementação da atual

ferramenta BIALG, as questões conceptuais foram indubitavelmente um dos

nossos maiores desafios. Dado que gravitam no panorama científico diversas

definições concorrentes para definir inovação empresarial, optámos por adotar

uma definição abrangente, onde se integram quatro tipologias fundamentais de

inovação, a saber, Inovação de Produto, Inovação de Processos, Inovação de

Marketing, e Inovação Organizacional (Schumpeter, 1934). Estamos

interessados em compreender porque inovam as empresas sediadas na região

do Algarve, uma vez que a inovação empresarial integra um conjunto alargado

de atividades que possibilitam integrar novas ideias no mercado, sejam elas

consubstanciadas em produtos, processos ou outras atividades. Acreditamos

que é importante compreender também a forma como as empresas

implementam internamente as dinâmicas de inovação e perscrutar métodos

para medir essa inovação ou, melhor dizendo, essas diferentes formas de

inovação.

Convictos de que a incorporação de valor na cadeia produtiva regional

apenas poderá ser feita com base no desenvolvimento de atividades

inovadoras e de que estas atividades encontram terreno fértil num contexto de

forte ligação das PME às Associações Empresariais, aos Municípios e aos

Estabelecimentos do Ensino Superior, reitero o nosso interesse em contribuir

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para uma crescente “centralidade” das empresas algarvias. Fazemos votos de

que este barómetro e dos dados que aqui se apresentam, se constituam como

uma ferramenta útil para enfrentarmos os grandes desafios com os quais a

nossa Região se depara. A Inovação não é verdadeiramente uma escolha, é

uma inevitabilidade. Porque o nosso caminho nunca termina, precisamos

construí-lo continuamente!

Vítor Neto – Presidente NERA

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2. ENQUADRAMENTO

2.1. A ESPECIALIZAÇÃO INTELIGENTE: UMA NOVA ABORDAGEM PARA AS

ESTRATÉGIAS DE INOVAÇÃO NAS REGIÕES EUROPEIAS

Recentemente, a

Especialização Inteligente (Smart

Specialization) foi adotada na UE

como uma nova abordagem, para o

período de financiamento 2014-

2020, ao desenvolvimento regional e

ao planeamento regional estratégico

da inovação. Este modelo envolveu

a definição de Estratégias de

Especialização Inteligentes por cada

estado-membro, a nível nacional

(Estratégia Nacional de

Especialização Inteligente – ENEI) e

a nível regional (Estratégias

Regionais de Especialização

Inteligente – EREI).

É importante, quando se

aborda a especialização inteligente,

distinguir o conceito académico da

estratégia enquanto instrumento de

implementação, que é definida

nacional e regionalmente. O conceito

académico de especialização

inteligente refere-se à estrutura

socioeconómica de uma região que

alcançou uma seleção de domínios

científicos, tecnológicos e de

inovação, através dos quais se

consegue destacar das outras

regiões. Esses domínios são

aqueles considerados estratégicos

para o

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desenvolvimento, catalisadores da

mudança estrutural na região,

estando enraizados territorialmente,

mas também inseridos em cadeias

de valor globais. Combinam,

simultaneamente, a base de

conhecimento local com as

oportunidades de mercado, sendo as

dinâmicas de transferência e

valorização de

conhecimento consideradas

essenciais à especialização

inteligente (Pinto, Nogueira,

Carrozza, & D’Emery, 2018).

Em termos estratégicos, a

especialização inteligente diferencia-

se das abordagens “tradicionais” em

termos do objetivo para o qual são

mobilizadas, da unidade territorial de

intervenção, do tipo de estratégia

adotada, dos instrumentos de

implementação usados e dos atores

envolvidos antes, durante e após a

implementação (Tabela 1).

Tabela 1. Tipos de Abordagens na Política Regional

Dimensão Abordagem “Tradicional” Abordagem da RIS3

Objetivo Compensar temporariamente as desvantagens da localização das

regiões em desenvolvimento

Aproveitar o potencial subutilizado em todas as regiões para melhorar o

desenvolvimento em todas as regiões

Unidade de Intervenção

Unidades administrativas Áreas económicas funcionais

Estratégias Perspetiva setorial Projetos integrados de

desenvolvimento

Instrumentos Subsídios e apoios estatais

Combinação de apoios ao capital “hard” (infraestruturas) e capital “soft” (apoio

empresarial, disponibilidade de crédito, sistemas de rede)

Atores Governo central

Governança multinível (diferentes níveis de governo local, regional e

nacional trabalhando em parceria com empresas, universidades e sociedade

civil)

Fonte: Adaptado de McCann & Ortega-Argilés (2016, p. 286)

A especialização inteligente

pode, eventualmente, ser alcançada

por “geração espontânea”, embora

esta possibilidade seja improvável e

pouco eficaz. Preparar e implementar

uma estratégia de especialização

inteligente (RIS3) é provavelmente

mais eficaz. Para favorecer a

especialização inteligente, uma RIS3

deve ser assumida como

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um processo de planeamento

contínuo e inacabado para orientar a

região para uma mudança estrutural

desejável. Mesmo que esse

pressuposto esteja já presente na

lógica RIS3, na prática muitas

regiões (europeias) continuam a

adotar uma perspetiva "tradicional”-

como um documento de planeamento

estático, que é desenvolvido num

determinado momento no tempo e

fechado, concedendo o cumprimento

de uma condicionalidade ex-ante e

facilitando a seleção de projetos em

eixos temáticos a serem apoiados

por fundos públicos. A formulação e

implementação de uma RIS3 precisa

de um processo aprofundado,

contínuo e dinâmico de geração de

evidências para auxiliar na reflexão

sobre o desenho das políticas, sendo

fundamental preparar estudos e

eventos para a descoberta

empreendedora durante o processo

(Pinto et al., 2018).

Neste sentido, a especialização

inteligente, enquanto processo,

assenta em cinco princípios (Foray &

Goenaga, 2013):

1) Granularidade – as

prioridades não devem ser

identificadas a um nível macro nem

micro, mas sim através da adoção de

uma lógica granular na qual são

privilegiadas atividades (i) que

envolvam grupos de empresas e

outros parceiros; (ii) cujo objetivo é

explorar um novo domínio de

oportunidades; (iii) que possuam

capacidade de induzir mudanças

estruturais nas economias regionais.

2) Descoberta

Empreendedora – as estratégias de

especialização inteligente têm como

um dos seus principais elementos

diferenciadores o facto dos

processos de descoberta

empreendedora (PDE) serem

internalizados na definição e

implementação das próprias

estratégias. A descoberta

empreendedora remete para a

identificação de novos domínios de

atividade económica ancorados nas

capacidades existentes no território

em termos de conhecimento, de I&D

e de inovação. A descoberta

empreendedora parte do pressuposto

que os decisores políticos não

possuem todos os elementos e

informação necessária para

estruturar uma estratégia eficaz.

Deste modo, é fundamental envolver

um leque alargado de atores

estratégicos (empresas inovadoras,

líderes de investigação, instituições

de ensino superior, inventores,

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empresários, entre outros) para,

através de abordagens participativas,

sugerirem os caminhos que a região

deve seguir de modo a promover

uma mudança estrutural da economia

que favoreça uma especialização

inteligente.

3) Caducidade das

Prioridades Emergentes – a

especialização inteligente implica

uma diversificação estratégica e

especializada. Ou seja, ao mesmo

tempo que as prioridades

emergentes, e as atividades

relacionadas beneficiarão de apoio, é

esperado que num período de três ou

quatro anos outras descobertas

sejam feitas noutros setores do

sistema regional e que estas passem

a ser alvo do apoio previsto. Havendo

assim uma renovação das

prioridades emergentes para

beneficiar sempre novas atividades e

não induzir ou favorecer processos

de dependência setorial.

4) Inclusão – A

especialização inteligente é inclusiva,

dando a cada setor a oportunidade

de estar presente na estratégia. A

inclusão implica respeitar os

diferentes ritmos de

desenvolvimento, pois identificar e

priorizar bons projetos em setores

menos dinâmicos da economia será

mais difícil e mais dispendioso do

que nos setores mais dinâmicos.

5) Natureza Experimental

e Avaliação – dada a natureza

experimental deste tipo de estratégia

(como vimos acima, baseada na

lógica do PDE) existe uma

necessidade clara de avaliação que

defina critérios de sucesso e de

insucesso, para garantir que o apoio

a determinadas atividades não seja

interrompido demasiado cedo, nem

seja desperdiçado em projetos

inviáveis.

2.2. A ESTRATÉGIA REGIONAL DE INOVAÇÃO DO ALGARVE

O processo de definição das

Estratégias Regionais de

Especialização Inteligente (EREIs) é

sempre subsequente à definição da

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Estratégia Nacional de

Especialização Inteligente (ENEI). As

EREIs obedecem assim aos objetivos

estruturantes que são propostos na

ENEI. Estes objetivos estruturantes

possuem um caráter genérico, de

modo a não condicionar, mas sim a

balizar aquilo que é posteriormente

proposto regionalmente, para que se

encontre um objetivo comum a nível

nacional. A ENEI portuguesa define

cinco objetivos estruturantes (IAPMEI

& FCT, 2014):

Promover o potencial da

base de conhecimentos científicos

e tecnológicos;

Fomentar a cooperação

entre as instituições de I&D

públicas e privadas e entre

empresas, com o reforço da

política de aglomeração e a

promoção da transferência e

circulação do conhecimento, para

melhoria do nível de intensidade

tecnológica e de conhecimento

dos bens e serviços produzidos;

Apostar em bens e

serviços transacionáveis e com

valor acrescentado, a

internacionalização das empresas

e a diversificação de mercados;

Fomentar o

empreendedorismo, promovendo a

criação do emprego e a

qualificação de recursos

humanos;

Transitar para uma

economia de baixo teor de

carbono.

A partir destes objetivos as

regiões portuguesas iniciaram o

processo de construção das suas

EREIs.

O processo de desenvolvimento

da RIS3 do Algarve foi iniciado no

final de 2012, no contexto de

preparação da estratégia de

desenvolvimento da região e da

definição do Programa Operacional

Regional para o período 2014-2020

(CCDR Algarve, 2014b). Uma equipa

envolvendo elementos da CCDR

Algarve e da Universidade do Algarve

começou a colaborar para recolher a

base de evidência e começar a

estruturar um documento de

referência para a RIS3 Algarve,

incluindo sugestões para um modelo

de governança a adotar

regionalmente.

Deste período inicial importa

destacar, pela sua relevância no

desenrolar do processo, a sessão

que se realizou em julho de 2013,

organizada pela CCDR Algarve em

colaboração com a S3 - Plataforma

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15

para a Especialização Inteligente da

Comissão Europeia, subordinada ao

tema do turismo (“Tourism as a RIS3

Priority”)1.

Em 2013, o Algarve recebeu

ainda o apoio de Philip Cooke, perito

internacional contratado pela

Comissão Europeia, para auxiliar o

processo regional de construção da

RIS3. As principais conclusões deste

perito nas suas tarefas de

acompanhamento da definição da

RIS3 do Algarve estão contidas em

vários artigos (cf. Cooke, 2016).

O envolvimento dos atores

regionais na definição de prioridades

estratégicas do Plano de Ação

Regional foi alcançado com a

realização de diversos eventos

participativos para estimular a

descoberta empreendedora. Destes

eventos surgiu uma versão

estabilizada da RIS3 ALGARVE

organizada em seis domínios (Tabela

2).

1 Para mais informação consulte: Tourism as a

RIS3 Priority

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16

Tabela 2. Domínios da Estratégia de Especialização Inteligente do Algarve

Domínio Linhas de Ação Prioridades

Tu

rism

o

Qualificação e diferenciação dos produtos consolidados (sol e mar, golfe, residencial)

Diversificação e aposta em produtos complementares e em desenvolvimento (Gastronomia e vinhos, Touring/ cultura/ património, Turismo de saúde, negócios, natureza, náutico, desportivo, Sénior/Acessível e Auto Caravanismo)

Articulação da inovação ao nível do turismo (novos produtos e melhoria de processos) com as atividades de investigação e desenvolvimento de domínios científicos e tecnológicos como os do mar, agroalimentar, energia, TIC e saúde

Produtos complementares e em desenvolvimento

Produtos locais diferenciados

Animação Turística (assente em produtos locais)

Eventos internacionais com capacidade de atenuar a sazonalidade

Património natural e

culturalServiços e infraestruturas

coletivas (com destaque para os associados à inovação e à internacionalização)

Mar

Diferenciação e aposta em segmentos de alto valor acrescentado

Fomentar a I&D no domínio das Ciências do Mar, visando a criação de conhecimento, bem como a sua valorização nas atividades da economia do mar e uma melhor gestão dos recursos naturais associados ao mar

Turismo náuticoTurismo sol/mar

(criação de produtos diferenciados)

Biotecnologia azul ou marinha

Salicultura

Ag

roalim

en

tar,

Ag

rotr

an

sfo

rmação

,

Flo

resta

e B

iolo

gia

Verd

e

Continuidade e intensificação da modernização organizacional e tecnológica das produções em escala (citrinos, frutos vermelhos), com um maior controle a jusante, sobre a distribuição e comercialização

Valorização económica, através da tecnologia e de novos usos, de produções vegetais em que o Algarve apresenta qualidade (p. ex., cortiça) ou exclusividade (alfarroba)

Cruzar o agroalimentar e a floresta com oportunidades geradas pela procura turística (produtos “gourmet”, turismo de natureza, rural e industrial na Serra Algarvia

Turismo rural e de natureza

Turismo “gastronomia e vinhos”

Biotecnologia Verde

Indústria agroalimentar e Agrotransformação

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17

TIC

e In

str

ias C

ult

ura

is e

Cri

ati

va

s Reforçar as competências em TIC (por ex.

através de mais organização e mais recursos na interface universidade/ indústria)

Potenciar um cluster de TIC, desenvolvendo e alargando a base empresarial, apoiando o investimento empresarial e promovendo a articulação com a procura de proximidade gerada por todas as restantes prioridades temáticas

Dar mais ênfase à promoção de atividades culturais e criativas, para além do seu cruzamento com as TIC, robustecendo a oferta cultural e promovendo atividades empresariais no domínio da criatividade e dos serviços culturais

Aplicações e serviços baseados em TIC Tecnologias da produção baseadas em TIC

Aplicações e equipamentos para Smart cities e Cidades Analíticas

Indústrias criativas e multimédia

Produção de conteúdos culturais e projetos virtuais na área cultural

En

erg

ias

Ren

ováv

eis

Fomento de I&D na área da energia, visando a criação de conhecimento

Aprofundamento de competências nas energias renováveis, bem como a transferência de tecnologia para o tecido económico

Atividades de ensaio de soluções inovadoras para desenvolvimento de conceito

Apostas inovadoras no domínio da eficiência energética

Saú

de,

Bem

-Esta

r e C

iên

cia

s d

a

Vid

a

Prioridade centrada no Turismo de Saúde e Bem-estar, articulado com o reforço do sistema de saúde, privado e público, que contribua para uma região vista como destino seguro quer em termos turísticos quer em termos de cuidados de saúde

Cruzamento das tecnologias da saúde com as TIC visando responder aos desafios societais relacionados com a saúde, ao envelhecimento ativo e a monitorização, vigilância e assistência a distância.

Fomento de I&D na área da Saúde, Bem-Estar e Ciências da Vida, com focos nos subdomínios mais diretamente associados aos setores de aplicação a privilegiar

Turismo de saúde e bem-estar

Turismo sénior e vida ativa

Desporto de alto rendimento

Serviços de saúde, de cuidados continuados e de monitorização de doentes crónicos

Serviços e infraestruturas coletivas (com destaque para os associados à inovação e à internacionalização)

Outras atividades que se enquadrem na prioridade temática

Fonte: Adaptado de CCDR Algarve (2014)

Mais recentemente, a RIS3

Algarve tem vindo a ser

implementada em alinhamento com

as possibilidades de financiamento

disponibilizadas através de

diferentes programas operacionais,

em particular do programa

operacional regional.

Estão em marcha os diferentes

órgãos de governação da RIS3

Algarve, incluindo o Conselho de

Inovação Regional. Estão

igualmente a ser desenvolvidas as

Comunidades de Inovação, que vão

constituir-se como grupos temáticos

para a definição e acompanhamento

de processos de descoberta

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18

empreendedora nas prioridades

estratégicas definidas na RIS3

Algarve.

2.3. DINÂMICAS ECONÓMICAS E DE INOVAÇÃO NA REGIÃO DO ALGARVE

É por demais conhecida a

especialização económica na região

do Algarve. Desde a década de 60 do

século XX, o Algarve possui uma

economia maioritariamente baseada

no setor terciário, cuja atividade

principal é o turismo, bem como as

suas atividades de suporte. Esta

situação tem contribuído para um

desempenho económico muito

satisfatório quando medido pelo

produto interno bruto (PIB), tal como

a Figura 1 demonstra.

Apesar de esta ser uma região

marcada por várias debilidades

demográficas, sendo a região

portuguesa com menos população

residente, e por uma posição

geográfica periférica no contexto

português, a atividade turística

influenciou de forma determinante a

capacidade de produção de riqueza

do Algarve, que entre os anos 2000 e

2009, como se observa na figura,

teve sempre um desempenho

económico, medido pelo PIB, acima

da média portuguesa. Entre os anos

2010 e 2013, período associado à

crise mundial financeira que abalou

seriamente as condições

socioeconómicas a nível nacional e

regional, esta tendência teve uma

quebra. Não obstante, desde 2014, o

Algarve retomou a tendência de

superar a produção de riqueza

relativamente à média nacional,

impulsionado, uma vez mais, pela

atividade turística, que registou neste

período recordes em termos de taxas

de ocupação e de número de

visitantes.

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19

Figura 1. Evolução do PIB a Preços Correntes, 2000-2015 (UE=100)

Fonte: Elaboração própria com dados de Eurostat [nama_10r_2gdp]

O emprego no Algarve está

fortemente associado ao setor do

turismo e às características de mão

de obra procuradas pelas empresas

do setor, normalmente

caracterizando-se por uma mão de

obra relativamente desqualificada,

muito dependente de variações

sazonais do emprego disponível. A

evolução, no que se refere ao

desemprego, revela que o Algarve

tem acompanhado a tendência anual

nacional ao longo dos últimos

(Figura 2), tendo a taxa de

desemprego atingido um pico de

17,9% no Algarve, em 2012, durante

o período da crise financeira.

Embora esta crise tenha tido impacto

também a nível europeu, a figura

permite igualmente observar que no

caso de Portugal e no caso da

região do Algarve, o pico da crise

teve um impacto muito mais

significativo. O Algarve tem sido uma

região com valores de desemprego

relativamente mais baixos do que a

média nacional, no entanto os

efeitos da crise fizeram-se sentir de

forma mais acentuada nesta região,

assim como a recuperação em

termos de emprego foi mais

acelerada, estando em 2016 em

valores já inferiores à média

nacional.

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20

Figura 2. Evolução da Taxa de Desemprego, 2002-2016

Fonte: Elaboração própria com dados de Eurostat [lfst_r_lfu3rt]

O mapa representado na Figura

3 apresenta o desempenho inovador

das regiões europeias no ano 2017

(baseado no Regional Innovation

Index – RII), com recurso a uma

escala de gradação de cores

organizadas segundo uma tipologia

de quatro perfis regionais: os líderes

inovadores (53 regiões, com um

desempenho inovador 20% acima da

média da UE), os inovadores

robustos (60 regiões, com um

desempenho inovador entre 90% e

120% da média da UE), os

inovadores moderados (85 regiões,

com um desempenho inovador entre

50% e 90% da média da UE) e os

inovadores frágeis (22 regiões, com

um desempenho inovador 50%

abaixo da média da UE). Países do

Norte da Europa (como a Suécia, a

Finlândia e a Dinamarca) a par com o

Reino Unido, a Holanda e a Suíça

são aqueles que agrupam mais

regiões que se encontram no grupo

dos líderes inovadores, possuindo os

melhores desempenhos inovadores

da Europa. Do lado dos inovadores

robustos estão maioritariamente

regiões pertencentes a países como

a Noruega, a Alemanha, a França, a

Bélgica, o Luxemburgo, a Áustria e a

Irlanda. Os inovadores moderados

são maioritariamente representados

por regiões localizadas nos países do

sul da Europa, como Portugal,

Espanha, Itália, Grécia, Chipre e

Malta. Os países do leste da Europa

são aqueles que apresentam um

desempenho inovador mais

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21

deficitário, localizando-se, segundo a

tipologia adotada, nos inovadores

frágeis (é o caso de países como a

Bulgária, e a Roménia).

A região do Algarve, estando

situada no contexto Português,

apresenta igualmente um perfil

regional de inovador moderado. No

entanto, é a região portuguesa que

dentro dos inovadores moderados

apresenta um desempenho inovador

mais pobre (53,5% da média da UE).

Figura 3. Desempenho Inovador das Regiões Europeias (2017)

Fonte: Regional Innovation Scoreboard, 2017

2

2 Disponível em: http://ec.europa.eu/growth/industry/innovation/facts-figures/regional

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22

A evolução do desempenho

inovador comparativa do caso do

Algarve com o caso português e o

caso europeu (Figura 4), evidencia

que a região não só se situa abaixo

da média europeia como também se

situa abaixo da média portuguesa,

embora, relativamente a esta última,

com um distanciamento menos

pronunciado. Durante o período

2015-2017 foi quando a região

registou uma descida mais

acentuada neste indicador, tendo

sido também verificada no caso

português uma tendência de descida,

ao contrário do que aconteceu no

caso europeu, onde a tendência foi

de ligeira subida. Entre o ano 2011 e

2017 a taxa de variação do

desempenho inovador do Algarve foi

de -15,2%.

Figura 4. Evolução do Desempenho Inovador, 2009-2017 (UE 2011=100)

Fonte: Elaboração própria com dados de Regional Innovation Scoreboard, 2017

A Figura 5, a Figura 6 e a

Figura 7 apresentam alguns dos

indicadores que compõem o

Regional Innovation Index (RII) e

que permitem verificar em detalhe o

desempenho da região do Algarve

em indicadores temáticos

específicos.

No caso da educação e da

produção de conhecimento,

representado pela Figura 5, verifica-

se que o Algarve se situa abaixo da

média europeia e portuguesa nos

três indicadores analisados: níveis

de população com educação

terciária (ensino superior), despesa

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23

privada em investigação e

desenvolvimento e despesa privada

em investigação e desenvolvimento.

É no indicador de despesa pública

em investigação e desenvolvimento

que se verifica uma maior

aproximação à média portuguesa e

europeia.

Figura 5. Desempenho em Educação e Produção de Conhecimento (2017)

Fonte: Elaboração própria com dados de Regional Innovation Scoreboard, 2017

A Figura 6 representa um

conjunto de quatro indicadores que

compõem a geração de inovação:

inovadores de produto ou processo,

pedidos de patentes no European

Patent Office, as pequenas e médias

empresas com colaboração com

terceiros e as pequenas e médias

empresas com inovação intramuros.

É no caso do primeiro indicador,

inovadores de produto ou processo,

que o Algarve quase iguala a média

europeia. Relativamente ao caso

português mantém-se abaixo da

média, apenas porque Portugal

revela um desempenho superior à

média europeia, tanto neste

indicador como no caso das

pequenas e médias empresas com

inovação intramuros, ou seja, com

atividades de investigação e

desenvolvimento realizadas dentro

das empresas.

Do lado oposto, é no indicador

das pequenas e médias empresas

inovadoras com colaboração com

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24

terceiros que a região do Algarve

mais se afasta das médias

portuguesa e europeia, revelando

um desempenho mais frágil. O que

evidencia alguma dificuldade de

colaboração das pequenas e médias

empresas da região com outras

entidades (públicas ou privadas).

Figura 6. Desempenho em Geração de Inovação (2017)

Fonte: Elaboração própria com dados de Regional Innovation Scoreboard, 2017

Figura 7Finalmente a Figura 7

representa o desempenho ao nível

da inovação também em termos

comparativos para os casos europeu,

português e algarvio, centrando-se

em três indicadores distintos:

emprego da indústria de média-alta

tecnologia e serviços intensivos em

conhecimento, venda de inovação

para a empresa ou para o mercado e

exportação da indústria de média-alta

tecnologia.

Quer Portugal, quer o Algarve

possuem nos três indicadores um

desempenho inferior à média da UE,

sendo na exportação da indústria de

média-alta tecnologia que esta

diferença é mais acentuada no caso

português e nas vendas de inovação

para a empresa ou para o mercado

no caso do Algarve. No indicador

emprego da indústria de média-alta

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25

tecnologia e serviços intensivos em

conhecimento a região do Algarve

tem desempenho equivalente à

média nacional.

Esta situação revela que o

Algarve, em termos dos impactos da

inovação, é ainda uma região que

apresenta algumas fragilidades, em

particular no que se refere à

comercialização e exportação da

inovação produzida.

Figura 7. Desempenho em Impactos da Inovação (2017)

Fonte: Elaboração própria com dados de Regional Innovation Scoreboard, 2017

O enquadramento apresentado neste

ponto 2. permitiu contextualizar o

estudo dentro do tema da

especialização inteligente, enquanto

abordagem para as estratégias de

inovação nas regiões europeis, onde

o Algarve se incluí e à qual também

obedece. Permitiu igualmente

oferecer uma perspetiva

enquadradora e específica da

estratégia de especialização

inteligente que foi construída e que

está a ser implementada

concretamente na região do Algarve

e permitiu também conhecer as

dinâmicas económicas e de inovação

da região do Algarve

comparativamente ao contexto

nacional e ao contexto europeu. Esta

informação é essencial como base à

leitura dos resultados apresentados

mais à frente, neste estudo.

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26

No ponto seguinte, ainda antes da

exposição da análise dos resultados,

é apresentada a metodologia do

estudo, na qual se explicita o tipo de

metodologia adotada, os métodos de

recolha de informação, as técnicas

de análise de dados e onde se

caracteriza a amostra de empresas

usada neste estudo e se explica a

auscultaçãolevada a cabo a opion

leaders.

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27

3. METODOLOGIA

A metodologia adotada para a

realização deste estudo privilegia

uma abordagem integrada

(quantitativa e qualitativa) que inclui

diferentes técnicas de análise. Esta

opção permite destacar aspetos

distintos e, assim, oferecer uma

perspetiva analítica mais completa

do potencial de inovação das PME

da região do Algarve.

Para concretizar este objetivo

foram conduzidas duas

auscultações: (i) um inquérito

quantitativo (que pode ser

consultado no Anexo B),

disponibilizado para resposta online,

a empresas da região com atuação

nos seis setores da RIS3 Algarve

(Turismo, Mar, Agroalimentar

(Agroalimentar, Agrotransformação e

Floresta e Biologia Verde), TIC e

Indústrias Culturais e Criativas,

Energias Renováveis e, Saúde,

Bem-Estar e Ciências da Vida); (ii)

um inquérito qualitativo (que pode

ser consultado no Anexo C),

disponibilizado através de correio

eletrónico, realizado a opinion

leaders dos mesmos setores da

RIS3 Algarve ou a entidades da

governança.

No total foram inquiridas 151

empresas no âmbito do questionário

quantitativo do Barómetro de

Inovação do Algarve e foram

contactados 23 opinion leaders, dos

quais se obtiveram 11 respostas ao

questionário qualitativo.

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28

Em termos das técnicas de

análise usadas, a Tabela 3 resume

as três técnicas selecionadas de

acordo com os objetivos

metodológicos da análise:

Tabela 3. Resumo das Técnicas de Análise Usadas

Técnica de Análise Objetivos Metodológicos

Estatística Descritiva Analisar o desempenho inovador, bem como os fatores que facilitam e dificultam os processos de inovação das PME do Algarve.

Estatística multivariada: Análise de Regressão Linear

Identificar e analisar criticamente os fatores determinantes para a Inovação das PME do Algarve.

Análise de Conteúdo Analisar os resultados do questionário qualitativo aos opinion leaders, sobre as várias dimensões de análise propostas.

Fonte: Elaboração própria

3.1. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA DE EMPRESAS

Participaram no barómetro um

total de 151 empresas pertencentes,

na sua esmagadora maioria, aos seis

setores estratégicos definidos na

RIS3. A amostra, como se pode ver

pela análise da Figura 8, reuniu uma

proporção considerável de empresas

a operar nos setores do Turismo

(27,2%) e das TIC e Indústrias

Culturais e Criativas (23,2%). Estão

ainda representados, por ordem

decrescente, o setor Agroalimentar

(15,9%), Energias Renováveis

(11,3%), Saúde, Bem-Estar e

Ciências da Vida (9,9%) e o setor do

Mar (9,3%). Este último setor,

classificado como consolidado ao

nível regional, está infelizmente sub-

representado na presente amostra.

Provavelmente devido às

características estruturais do tecido

empresarial neste setor, a

recetividade ao BIALG foi

manifestamente inferior à dos

restantes setores. Não obstante,

podemos considerar que a amostra

final apresenta elevada robustez por

reunir dados relativos a um número

considerável de empresas sediadas

na região.

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29

Figura 8. Empresas Participantes por Setor de Atividade RIS3

Fonte: Elaboração própria

Do ponto de vista da

distribuição geográfica, foi possível

alcançar alguma homogeneidade

regional. Apesar da maioria dos

participantes estarem sediados numa

área mais central da região,

inevitavelmente também a zona com

um tecido empresarial mais denso,

as outras áreas do Algarve estão

bem representadas. Assim, podemos

verificar através da análise da Figura

9, que ilustra a dispersão geográfica

dos participantes na presente

amostra, que estão representados

todos os 16 concelhos do Algarve.

Os concelhos com menor expressão,

correspondem, como seria

expectável, àqueles que

compreendem Territórios de Baixa

Densidade.

Figura 9. Mapa das Empresas Participantes por Concelho

Fonte: Elaboração própria

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30

Ainda com o intuito de

caracterizar a amostra de empresas

participantes no barómetro BIALG,

procedeu-se à análise dos dados

recolhidos em função do setor

inquirido. Para além de fornecer

informação quanto à amostra

recolhida, esta análise segmentada

permite desenhar um primeiro

conjunto de conclusões respeitantes

à natureza das empresas em cada

setor do mercado algarvio.

Classificado como um setor

consolidado quanto à estratégia

regional, a centralidade do Turismo é

indiscutível no panorama regional,

seja de forma isolada, seja pelo seu

potencial papel como âncora dos

restantes setores. O setor do Turismo

reúne uma proporção considerável

da massa crítica na região, tanto no

que diz respeito a know-how (RH)

como a outro tipo de recursos,

materiais ou financeiros.

Ao todo integraram o BIALG 41

empresas que classificam a sua

atividade principal como pertencente

ao setor turístico. Na Figura 10

podemos analisar a distribuição

geográfica das empresas que

participaram deste setor, constatando

que a sua maioria está localizada em

Loulé, Faro, Lagos e Albufeira.

As empresas participantes têm

em média 14 anos de antiguidade no

mercado, o que sugere uma maior

recetividade a este barómetro por

parte das empresas mais jovens.

Do ponto de vista da estrutura

de recursos humanos verificamos

que a amostra recolhida é bastante

abrangente. Foram inquiridos tanto

empresários em nome individual

(empresas com um trabalhador)

como empresas com uma dimensão

considerável, i.e., 165 trabalhadores.

Quanto ao grau de

especialização, verificamos que

apenas aproximadamente 50% dos

trabalhadores na presente amostra,

têm formação ao nível superior. Este

resultado corrobora a elevada

dependência do setor de trabalho

não especializado, caracterizando-se

por uma mão de obra relativamente

desqualificada.

A diversidade da dimensão das

empresas do setor turístico

participantes no barómetro é ainda

visível nos dados relativos à

faturação anual, verificando-se que

as empresas participantes faturaram

entre 4.000,00€ a 25.000.000,00€ no

ano de 2016.

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31

Figura 10. Empresas Participantes do Setor do Turismo por Concelho

Fonte: Elaboração própria

O Mar foi, tal como o Turismo,

classificado como setor consolidado

na estratégia regional para o Algarve

RIS3. Das 14 empresas que

classificaram o Mar como o seu

setor de atividade principal, a

maioria está sediada em Vila do

Bispo, Faro e Olhão (Figura 11).

Verificamos novamente que as

empresas que se dispuseram a

participar no BIALG são

relativamente recentes no mercado,

tendo uma antiguidade média de 9

anos. No que diz respeito à

dimensão, as empresas inquiridas

faturaram entre 30.000,00€ a

3.800.000,00€ e empregam entre 1

a 25 trabalhadores. Estamos perante

um setor onde a proporção de

trabalhadores com Ensino Superior

é ainda pouco expressiva (cerca de

62%), o que indicia uma baixa

especialização do setor.

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32

Figura 11. Empresas Participantes do Setor do Mar por Concelho

Fonte: Elaboração própria

As empresas que classificam a

sua atividade principal como TIC e

Indústrias Culturais e Criativas

revelaram elevada recetividade ao

barómetro BIALG. Ao todo

participaram 35 empresas deste

setor, sediadas sobretudo em Faro e

Loulé. Apesar de estarmos perante

um setor emergente na economia

regional, as empresas participantes

reportaram uma antiguidade

considerável (12 anos em média). A

análise da faturação média anual

permite compreender que a amostra

recolhida comporta uma grande

variedade, existindo uma grande

maioria de empresas com uma

faturação anual inferior a

800.000,00€ e algumas empresas

com uma faturação

significativamente superior.

No que diz respeito aos

recursos humanos verificamos que

estas empresas têm quase 70% dos

seus colaboradores com Ensino

Superior, denotando uma estrutura

de recursos humanos

substancialmente diferente da

apresentada, por exemplo, pelo

setor turístico (Figura 12).

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33

Figura 12. Empresas Participantes do Setor TIC e Indústrias Culturais e

Criativas por Concelho

Fonte: Elaboração própria

Participaram no barómetro 17

empresas do setor das Energias

Renováveis. Dada a menor dimensão

deste mercado na região do Algarve,

podemos considerar que adesão

destas empresas foi bastante

interessante. As empresas

participantes estão sediadas

sobretudo em Faro e no Barlavento

algarvio.

Este é o setor onde as

empresas participantes têm maior

antiguidade, com 27 anos em média

de presença no mercado. Podemos

ainda constatar que participaram no

barómetro empresas com dimensões

bastante diversas, desde 25.000,00€

a 27.800.000,00€ e com dois a mais

de 160 trabalhadores.

Surpreendentemente, existe uma

elevada parcela de colaboradores a

trabalhar nas empresas deste setor,

que não têm o ensino superior, o que

revela existir uma grande parcela de

mão de obra não especializada afeta

a esta atividade (Figura 13).

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34

Figura 13. Empresas Participantes do Setor das Energias Renováveis por

Concelho

Fonte: Elaboração própria

O setor da Saúde, Bem-Estar e

Ciências da Vida foi

convenientemente representado por

15 empresas, sediadas de forma

transversal a toda a região. Como se

pode verificar pela dispersão dos

volumes de faturação reportados, foi

possível inquirir tanto empresas de

reduzida dimensão, com uma

faturação de cerca de 30.000,00€ e

pelo menos dois colaboradores, bem

como os grandes players no mercado

regional, com faturações superiores a

50.000.000,00€ e com um número de

colaboradores que ascende a 600.

As empresas participantes no

barómetro têm em média 19 anos de

antiguidade no mercado e, como

seria expectável, reúnem quase 80%

de colaboradores com Ensino

Superior (Figura 14).

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35

Figura 14. Empresas Participantes do Setor da Saúde, Bem-Estar e

Ciências da Vida por Concelho

Fonte: Elaboração própria

O setor Agroalimentar foi

representado por 24 empresas,

provenientes de todo o território

regional. A clara dispersão das

empresas permite concluir com

alguma segurança que, existe menor

concentração deste tipo de

empresas na região.

Do ponto de vista da

antiguidade, verifica-se que a

amostra comporta empresas com

um histórico considerável no

mercado (média 21 anos).

Curiosamente, as empresas

participantes neste setor apresentam

faturações anuais relativamente

superiores às inquiridas em outros

setores de atividade, o que sugere

que participaram empresas mais

médias do que pequenas empresas

(média 30 colaboradores).

Por fim, verificamos que este é

o setor onde a penetração de

colaboradores com o Ensino

Superior é manifestamente menor

(29%) - Figura 15.

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36

Figura 15. Empresas Participantes do Setor Agroalimentar por Concelho

Fonte: Elaboração própria

A SIGNIFICATIVA ADESÃO AO

BARÓMETRO BIALG PERMITIU

REUNIR DADOS RELATIVOS A

EMPRESAS DOS SEIS SETORES

CLASSIFICADOS COMO

PRIORITÁRIOS DO PONTO DE

VISTA ESTRATÉGICO PARA A

REGIÃO. Com estes dados foi

possível logo, nesta primeira fase,

caracterizar as empresas a operar

em cada setor, contribuindo para a

compreensão de eventuais

diferenças entre as mesmas.

Com efeito, verificamos que

enquanto o setor da Saúde, Bem-

Estar e Ciências da Vida apresenta

uma proporção maior de

colaboradores com o ensino

superior, o setor Agroalimentar tem o

padrão exatamente oposto, com a

menor proporção de colaboradores

com algum tipo de especialização do

sistema de ensino formal.

Quando cruzamos os dados

relativos ao número de

colaboradores e ao seu grau de

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37

formação com os volumes de

faturação anuais declarados,

verificamos que os setores do Mar,

TIC e Indústrias Culturais e Criativas

e da Saúde, Bem-Estar e Ciências

da Vida são aqueles cujo retorno

médio por colaborador

(independentemente do grau de

formação) são menores. Nestes

setores o peso financeiro dos

recursos humanos parece ser mais

expressivo do que nos restantes

setores. O setor do Turismo, apesar

de assentar de forma bastante

expressiva na componente de

serviços e estar, portanto,

naturalmente sujeito a uma pesada

estrutura de recursos humanos,

apresenta um rácio bastante

superior.

Estes resultados deverão

obviamente estar mascarados por

outras variáveis que não são

passíveis de controlar apenas com

base nestes dados de

caracterização amostral. No caso

dos setores das TIC e Indústrias

Culturais e Criativas e da Saúde,

Bem-Estar e Ciências da Vida

podemos estar perante um rácio

entre faturação e número de

colaboradores menor, uma vez que

a mão de obra é altamente

especializada e, portanto, com um

maior impacto na estrutura de

custos, enquanto no caso do setor

do Mar, a natureza das atividades

poderá implicar um acréscimo muito

grande do número de colaboradores

afetos. Não obstante, dada a

relevância dos recursos humanos e

do seu grau de especialização para

a implementação de dinâmicas de

inovação nas empresas, estes

indicadores apresentam insights

interessantes sobre o peso da

estrutura de recursos humanos em

cada setor.

3.2. AUSCULTAÇÃO DE OPINION LEADERS

Relativamente aos opinion

leaders foi criado um questionário

qualitativo (disponível para consulta

no Anexo C) por forma a permitir

uma leitura mais profunda e, de

alguma forma, explicativa dos

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38

resultados quantitativos obtidos

através das respostas recebidas das

empresas que participaram no

inquérito do Barómetro de Inovação

do Algarve.

Foram contactadas várias

entidades, órgãos e personalidades

regionais, nacionais e europeus,

com atuação nos vários setores

RIS3 identificados na Estratégia

Regional de Especialização

Inteligente do Algarve, bem como

entidades da governança com

atuação transversal nos nestes

setores. O principal objetivo desta

auscultação aos opinion leaders foi

complementar qualitativamente,

através da sua vasta experiência, a

perspetiva empresarial, de modo a

(i) compreender quais são os fatores

que facilitam e que constrangem a

incorporação de inovação nas

empresas do Algarve e as dinâmicas

de inovação na região; e (ii) analisar

criticamente os aspetos

determinantes para a inovação das

empresas do Algarve.

No total foram contactadas 23

entidades e personalidades da

região envolvidas nos seis setores

RIS3, tendo sido possível obter 11

respostas, de acordo com o que

apresenta a Tabela 4.

Tabela 4. Opinion Leaders Auscultados

Respondente Entidade

Adelino Canário Centro de Ciências do Mar

Ana Luísa Silva Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Algarve – Secretariado Técnica do PO CRESC Algarve

Anabela Afonso Programa Cultural 365 Algarve

António Ramos Agência para o Desenvolvimento e Coesão – Unidade de Política Regional

Aquiles Marreiros Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Algarve – Órgão de Coordenação das Dinâmicas Regionais do Algarve

Daniel Guerreiro Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Algarve – Órgão de Coordenação das Dinâmicas Regionais do Algarve

Duarte Padinha Região de Turismo do Algarve

Hugo Pinto Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e Especialista da Comissão Europeia sobre RIS3 in Lagging Regions

João Vargues Município de Faro e Plataforma Mar Algarve

Jorge Graça Centro de Ciências do Mar – EMBRC.PT

Pedro Pousão Instituto Português do Mar e do Ambiente – Estação Piloto de Piscicultura de Olhão

Fonte: Elaboração própria

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39

As respostas obtidas dos

opinion leaders ao questionário

qualitativo foram, posteriormente,

sujeitas a uma análise de conteúdo

de modo a identificar dimensões e

padrões de resposta comuns que

permitissem concluir sobre os

objetivos propostos.

Os resultados desta

auscultação apresentam-se divididos

entre os pontos 5. Fatores que

Facilitam e Dificultam os Processos

de Inovação das PME do Algarve e 6.

Análise Crítica dos Aspetos

Determinantes para a Inovação das

PME do Algarve do presente estudo.

Impera a necessidade de fazer

uma nota metodológica. De acordo

com o código deontológico da equipa

técnica, ao integrar este estudo os

participantes têm a garantia de

confidencialidade, não de anonimato.

Até porque é necessário louvar e

agradecer de forma bem clara a sua

participação. Por forma a garantir a

confidencialidade das respostas

dadas, não é, em momento algum,

fornecida qualquer informação que

permita a identificar a identidade da

pessoa ou entidade que a veiculou.

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40

4. DESEMPENHO INOVADOR DAS PME DO

ALGARVE

O PRINCIPAL OBJETIVO DESTE

BARÓMETRO, QUE PELO SEU

CARÁTER PIONEIRO, PODEMOS

CLASSIFICAR COMO

EXPLORATÓRIO, É A CRIAÇÃO DE

UMA FERRAMENTA PARA MEDIR

INOVAÇÃO QUE PERMITA

AUSCULTAR A REALIDADE DO

TECIDO DAS PME NA REGIÃO DO

ALGARVE E, COM BASE NA MESMA

MÉTRICA, ACOMPANHAR A SUA

EVOLUÇÃO. Na sequência da revisão

da literatura relevante sobre o tema e

da consulta a outros exercícios

semelhantes, como por exemplo

Barómetro Inovação - COTEC

Portugal, foi criada uma bateria de

indicadores organizados em quatro

componentes distintas. Poderá ser

encontrada informação mais

detalhada sobre a construção do

barómetro no documento intitulado -

Modelo Técnico da Ferramenta de

Avaliação do Grau de Desempenho

das PME face à Inovação, parte

integrante dos outputs do projeto

INOVA Algarve 2020. De qualquer

forma, a Figura 16 apresenta uma

projeção gráfica do modelo de

abordagem conceptual que facilita

leitura e compreensão da relação

entre essas componentes.

Como foi referido acima, na

secção do Enquadramento, estão

identificadas no Algarve algumas

fragilidades no que se refere à

adoção de práticas inovadoras por

parte das PME. Contudo, para além

de medir o state of the art¸ importa

compreender as dinâmicas de

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41

inovação a montante e a jusante.

Quais os fatores internos e externos

determinantes para a prossecução de

atividades inovadoras? Que

resultados para as empresas têm as

práticas de inovação? O caráter

inovador deste estudo pode, assim,

ser resumido em três vertentes

principais: (a) Em primeira instância,

consubstancia o desenvolvimento de

uma ferramenta customizada e

respetiva afinação das suas métricas

para medir inovação na região; (b)

em segundo lugar, traça a primeira

radiografia das dinâmicas de

inovação em função dos seis setores

estratégicos do Algarve; (c) por fim,

em vez de esgotar a análise na

simples descrição da realidade,

introduz uma visão crítica sobre os

aspetos determinantes para estimular

essas dinâmicas de inovação.

Esta secção procura traçar o

perfil das práticas de inovação

atualmente no mercado, sendo

apresentados os resultados para

cada componente do modelo

desenhado. Apesar da amostra ter

uma dimensão confortável face à

dimensão real do universo de

empresas na região, quando são

realizadas análises segmentadas por

setor estamos perante níveis de

fiabilidade inferiores. Desta forma,

são apresentados apenas os valores

gerais do mercado3 relativos a cada

indicador medido e a segmentação

surge apenas expressa graficamente,

como indicativa da tendência desse

setor.

Por fim, é impreterível para uma

correta leitura dos resultados, fazer

uma consideração sobre a natureza

dos dados recolhidos. As medidas de

autorreporte são extremamente

interessantes, pois permitem aceder

à perceção que os próprios têm da

sua realidade. No entanto, essa pode

também ser uma debilidade se se

ignorar esse fator de subjetividade.

Todos os dados apresentados nas

secções seguintes dizem respeito à

perceção dos diversos atores da sua

realidade organizacional, podendo

essas perceções em alguns casos

não corresponder de forma fidedigna

aos dados de mercado recolhidos

através de outras fontes. Por

exemplo, a perceção dos

empresários sobre a disponibilidade

de recursos financeiros ou mesmo

sobre a informação veiculada por

outros atores pode ser distorcida face

à realidade, nomeadamente quando

3 Todas os dados segmentados por setor

estão disponíveis para consulta no Anexo E.

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42

comparada com outros indicadores

como os montantes em milhares de

euros disponíveis em programas de

financiamento ou a quantidade de

canais de acesso à informação

abertos.

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43

Figura 16. Modelo de Abordagem conceptual

Fonte: Elaboração própria

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44

4.1. PERFIL INTERNO PARA A INOVAÇÃO COMPONENTE 1

O desenho do perfil interno de

inovação comporta três sub-

componentes a saber: Ambiente e

Cultura Organizacional para a

Inovação; Recursos Humanos,

Físicos, Tecnológicos e Financeiros;

e Competências para a Inovação.

Em primeira instância importa

referir que o conjunto de indicadores

utilizados para medir o contexto de

inovação apresenta elevada

consistência interna (α=.908).

Podemos assim assumir com

segurança que, estamos perante um

conjunto robusto de indicadores para

medir o Ambiente e Cultura

Organizacional para a Inovação.

Relativamente ao contexto

interno, as empresas participantes

referem com maior intensidade dispor

de uma gestão de topo diretamente

envolvida nas atividades de

inovação, beneficiar de um ambiente

organizacional propício à criatividade

e ao intercâmbio de ideias, à

inovação e experiência, integração

de diferentes perspetivas e, por fim,

um posicionamento pioneiro através

do desenvolvimento de novos

produtos ou serviços disruptivos face

à concorrência.

No pólo oposto, os indicadores

onde são reportadas maiores

debilidades são o enquadramento

das atividades de inovação na

estratégia de marketing e de

promoção da organização e a

definição e comunicação entre a

equipa de uma estratégia de

inovação planeada, a pelo menos

três anos. Globalmente, as empresas

autoavaliam-se como tendo um

ambiente e cultura organizacionais

recetivos a dinâmicas de inovação

empresarial. Não obstante, do ponto

de vista setorial, é notória a

tendência das empresas

Agroalimentares em reconhecer

maior debilidade e das TIC e

Indústrias Culturais e Criativas e do

Mar para avaliar o seu desempenho

como superior. Curiosamente, o

indicador que as empresas do setor

das TIC e Indústrias Culturais e

Criativas classificam como menos

satisfatório é o alinhamento das

atividades de inovação com a

estratégia de marketing e de

comunicação, o que sugere que

apesar de estarem bastante voltadas

e atentas ao mercado, o fazem de

uma forma reativa.

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45

Figura 17. Desempenho Ambiente e Cultura Organizacional para a

Inovação por Setor – Médias

Escala: 1 - Não Cumpre; 5 - Cumpre com Excelência

Fonte: Elaboração própria

A segunda sub-componente diz

respeito ao conjunto de recursos de

que as empresas dispõem para

sustentar e suportar a prossecução

de atividades de inovação -

Desempenho Recursos Humanos,

Físicos, Tecnológicos e Financeiros

(Figura 18). De natureza bastante

diversa, estes recursos foram

inventariados a partir de várias fontes

para permitir um quadro realista da

capacidade de investimento das

empresas.

Apesar da natureza díspar dos

indicadores aqui incluídos,

verificamos que esta sub-

componente também apresenta

elevada consistência interna (α

=.870), afiançando a qualidade da

ferramenta BIALG.

As empresas participantes

revelam maior dispersão nas suas

respostas a estes indicadores do que

aqueles que foram analisados

anteriormente. Com efeito, as

empresas participantes consideram,

de uma forma geral, dispor de

quadros técnicos qualificados com

conhecimentos especializados,

contudo, ainda no que diz respeito

aos recursos humanos, reconhecem

de forma transversal, não ter um

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46

núcleo, departamento ou mesmo

grupos de inovação com objetivos

específicos e mensuráveis.

No que concerne a outros

recursos verificamos que, as

empresas consideram ter

equipamento técnico e tecnológico

avançado bem como sistemas de

informação e de comunicação, mas

reportam em simultâneo uma lacuna

de planos de financiamento

específicos para inovação (com pelo

menos um ano). Estas lacunas são

reportadas com maior intensidade

pelo setor da Saúde, Bem-Estar e

Ciências da Vida.

Figura 18. Desempenho Recursos Humanos, Físicos, Tecnológicos e

Financeiros por Setor – Médias

Escala: 1 - Não Cumpre; 5 - Cumpre com Excelência

Fonte: Elaboração própria

A terceira sub-componente da

componente Perfil Interno para a

Inovação diz respeito às

Competências para a Inovação.

Estão aqui refletidos os mecanismos

ou outras ferramentas concretas para

as organizações poderem estimular o

surgimento de processos inovadores.

Novamente verificamos que

esta escala, que integra no total 8

indicadores (Figura 19), apresenta

elevada consistência interna (α

=.906).

De uma forma geral, esta é a

sub-componente do Perfil Interno

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47

onde as empresas assumem um

desempenho mais deficitário. Os

indicadores onde esse desempenho

é assumidamente inferior dizem

respeito à posse de sistemas ou de

políticas específicas para atividades

de inovação, nomeadamente uma

política de recrutamento estabelecida

em parceria com universidades ou

outros centros de I&D; e, de um

sistema de gestão e análise do

conhecimento gerado.

As competências específicas

para inovação, que as empresas

reportam ter, são permitir aos

colaboradores participar no

desenvolvimento de conceitos e

produtos novos e a capacidade de

identificar, analisar e adequar as

tendências no mercado.

Novamente aqui são os setores

do Mar e das TIC e Indústrias

Culturais e Criativas que se

autoavaliam como tendo, em média,

um desempenho superior nos vários

indicadores.

Figura 19. Desempenho Competências para a Inovação por Setor – Médias

Escala: 1 - Não Cumpre; 5 - Cumpre com Excelência

Fonte: Elaboração própria

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48

4.2. RELAÇÃO COM O MEIO ENVOLVENTE PARA A INOVAÇÃO COMPONENTE 2

A Relação com o Meio

Envolvente comporta um conjunto

revelante de variáveis no contexto da

implementação de dinâmicas de

inovação, visto que a capacidade de

obter e gerir recursos externos à

organização pode ser determinante

do ponto de vista qualitativo.

O primeiro conjunto de

indicadores diz respeito à Relação

com o SCTN e Agentes de Inovação

(Figura 20) e apresenta, com três

indicadores, elevada consistência

interna (α =.879).

De acordo com os dados

avançados no enquadramento, é

notória a dificuldade de colaboração

das PME da região com outras

entidades. Esta dificuldade é

transversal a todos os setores

inquiridos.

Figura 20. Desempenho Relação com o Sistema Científico Tecnológico

(SCT) e Agentes de Inovação por Setor – Médias

Escala: 1 - Não Cumpre; 5 - Cumpre com Excelência

Fonte: Elaboração própria

A sub-componente Relação

com o Meio Envolvente, que

comporta no total oito indicadores

(Figura 21), apresenta um elevado

grau de consistência interna (α

=.883). Acresce que a análise das

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49

médias de resposta da totalidade das

empresas participantes, avalia todos

estes indicadores de forma positiva.

As empresas participantes

reportam uma boa relação com o

mercado, tanto no que diz respeito a

fornecedores como a clientes. O

indicador onde é assumido um grau

maior de incumprimento, diz respeito

à realização de projetos de inovação

em parceria com fornecedores.

Ao analisar os dados

segmentados por setor é possível

compreender que existe um padrão

ligeiramente diferente do anterior: O

setor das TIC e Indústrias Culturais e

Criativas assume um maior

protagonismo na relação com a

envolvente enquanto o setor do

Turismo reporta um elevado estímulo

interno à realização de parcerias com

os fornecedores e uma considerável

orientação para o mercado através

do desenvolvimento de ações de

promoção e captação de novos

segmentos de mercado.

Figura 21. Desempenho Relação com o Meio Envolvente Próximo

(Clientes, Fornecedores e Consultores) por Setor – Médias

Escala: 1 - Não Cumpre; 5 - Cumpre com Excelência

Fonte: Elaboração própria

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50

A última sub-componente da

Relação com o Meio Envolvente diz

respeito à Relação com o Sistema

Financeiro e com o Sistema de

Financiamento para a inovação

(Figura 22). No seu conjunto, os seis

indicadores incluídos procuram

avaliar o grau de utilização, mas

também a opinião dos participantes

quanto a estes sistemas.

Figura 22. Desempenho Sistema Financeiro e de Financiamento para a

Inovação por Setor – Médias

Escala: 1 - Não Cumpre; 5 - Cumpre com Excelência

Fonte: Elaboração própria

Verifica-se que esta é a sub-

componente onde as empresas

assumem com maior intensidade o

não cumprimento. A escala tem uma

elevada consistência (α =.869),

possibilitando a análise conjunta dos

indicadores.

As entidades afirmam não

recorrer ao sistema financeiro para

desenvolver projetos de inovação,

pois não o avaliam como recetivo,

nem tão pouco afirmam recorrer a

financiamento público ou comunitário

(para os mesmos projetos), porque

não classificam os processos de

candidatura como simples e de fácil

execução.

Apesar de este ser um conjunto

de indicadores fortemente penalizado

por todos os setores, as empresas no

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51

setor do Mar afirmam sentir

recetividade por parte dos

organismos de gestão de fundos

comunitários a projetos de inovação.

Por outro lado, deve ser sublinhada a

notória penalização das avaliações

feita pelos participantes pertencentes

ao setor da Saúde, Bem-Estar e

Ciências da Vida.

4.3. DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES DE INOVAÇÃO COMPONENTE 3

A terceira componente diz

respeito ao Desenvolvimento de

Atividades de Inovação. Se nas

componentes anteriores o foco está

nas competências e ferramentas que

as empresas conseguem capitalizar

para instaurar processos de

inovação, pretende-se aqui medir o

grau de execução de atividades

inovadoras, sejam elas respeitantes

a novos produtos, a serviços ou a

processos.

A primeira sub-componente é

central na medida em que se refere

ao Desenvolvimento de Atividades

de Inovação (Figura 23), verificando-

se que as empresas afirmam, em

média, cumprir este conjunto de

indicadores (3,14). Efetivamente a

elevada consistência interna dos

indicadores aqui incluídos (α =.913),

possibilita esta análise sumária.

De qualquer forma, se

analisarmos os indicadores

isoladamente, verificamos que

apesar de reconhecerem alguma

capacidade para identificar

melhorias para o processo de

inovação e de as incorporar nas

atividades de inovação, as empresas

participantes afirmam não dispor, na

sua maioria, de procedimentos e de

rotinas estabelecidos para o

desenvolvimento dessas atividades;

apresentando da mesma forma

lacunas ao nível da elaboração, da

organização, da implementação, da

execução, da monitorização e da

avaliação sistemática de planos de

ação para atividades de inovação.

Uma análise mais minuciosa,

ao nível setorial permite verificar que

se mantém o mesmo padrão, no

qual as empresas TIC e Indústrias

Culturais e Criativas referem

perseguir com maior intensidade

atividades de inovação, enquanto as

empresas do setor Agroalimentar se

situam no pólo oposto, com o menor

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52

grau de cumprimento no mesmo indicador.

Figura 23. Desempenho Desenvolvimento de Atividades de Inovação por

Setor – Médias

Escala: 1 - Não Cumpre; 5 - Cumpre com Excelência

Fonte: Elaboração própria

A sub-componente relativa às

Fontes de Inovação e Informação

(Figura 24) agrega quatro

indicadores respeitantes à utilização

por parte das organizações de

mecanismos para recolher e

analisar, de forma sistemática,

informação relevante para os

processos de inovação. No seu

conjunto este grupo de indicadores

apresenta uma elevada

consistência entre si (α =.859).

Globalmente, face às

restantes, esta é a sub-componente

do Desenvolvimento de Atividades

de Inovação que reúne um grau de

cumprimento médio mais elevado

(3,27).

Assim, apesar de reportarem

não dispor de bases de dados

estruturadas propositadamente para

a recolha de informação relativa à

observação dos mercados, os

participantes dizem analisar de

forma sistemática as tendências no

mercado para identificar

oportunidades de inovação e para

inventariar novas tecnologias

disponíveis no mercado.

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53

Deve ser realçado o grau de

cumprimento, significativamente

acima da média, das empresas do

setor das TIC e Indústrias Culturais

e Criativas relativamente aos

indicadores relacionados com a

prospeção de novas tendências e

tecnologias no mercado.

Figura 24. Desempenho Fontes de Inovação e Informação por Setor –

Médias

Escala: 1 - Não Cumpre; 5 - Cumpre com Excelência

Fonte: Elaboração própria

Por fim, a última sub-

componente diz respeito às Patentes

e Métodos de Proteção (Figura 25),

integrando a existência de uma

estratégia para proteção e

valorização do potencial intelectual e

dos resultados das ações de

inovação e I&D, a existência de

patentes, de contratos de

transferência e tecnologia ou de

licenças de utilização de patentes ou

tecnologia de terceiros.

Quando integrados numa

mesma escala, estes indicadores

revelam uma consistência interna

mais reduzida (α =.793), que ainda

assim pode ser classificada como

boa. O indicador que mais contribui

para este valor mais baixo é - A

entidade tem uma estratégia definida

para a proteção e valorização do seu

capital intelectual e dos resultados

das atividades de inovação e I&D;

verificando-se que se este for

retirado, a sub-componente alcança

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54

um nível de robustez superior (α

=.827).

Do ponto de vista substantivo,

este resultado indica que este

indicador mede um constructo

ligeiramente diferente dos restantes

(a existência de uma estratégia

versus a posse efetiva de patentes

ou outros contratos celebrados). Não

obstante, apesar de ser menor, o

nível de consistência interna da sub-

componente com estes três

indicadores é suficiente para ser

aceite e justificar a agregação dos

dados (α =>.700) (Cronbach, 1951).

Figura 25. Desempenho Patentes e Métodos de Proteção por Setor - Médias

Escala: 1 - Não Cumpre; 5 - Cumpre com Excelência

Fonte: Elaboração própria

Globalmente, face às restantes,

esta é a sub-componente do

Desenvolvimento de Atividades de

Inovação que reúne um grau de

cumprimento médio menor (2,40).

Na sua maioria, as empresas

referem não ter uma estratégia

definida para a proteção de dados e

para a valorização do seu capital

intelectual, bem como dos resultados

das atividades de inovação e I&D, e

muito menos possuir contratos de

transferência de tecnologia ou registo

patentes. O setor do Mar apresenta

um desempenho superior aos

restantes mas, ainda assim, com

avaliações médias muito baixas na

escala de resposta.

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55

4.4. RESULTADOS DE INOVAÇÃO NA EMPRESA, NO SETOR E NO MERCADO

A quarta e última componente

do modelo diz respeito aos

Resultados das Atividades de

Inovação implementadas pelas

organizações, ambicionando medir

até que ponto o Desenvolvimento de

Atividades de Inovação (Componente

3) foi consequente e resultou

efetivamente na introdução efetiva no

mercado de produtos, de serviços, de

novos processos, na prossecução de

ações de formação, de certificação

ou na integração de recursos

humanos na organização, entre

outros. Para além destes aspetos,

esta componente integra ainda a

avaliação dos resultados, tanto do

ponto de vista económico-financeiro

como do mercado e da sociedade.

Apesar de integrar ao todo uma

bateria de 19 indicadores, a sub-

componente Resultado de Atividades

de Inovação (Figura 26) apresenta

uma elevada consistência interna (α

=.924).

Dada a sua diversidade, os

resultados de cada indicador são

diversos, sendo possível constatar

contudo que: as empresas

participantes não possuem na sua

generalidade certificados de

qualidade no âmbito do Sistema

Português da Qualidade (SPQ), ou

de outro sistema de certificação que

seja relevante para a qualidade dos

produtos, serviços ou processos de

gestão; e não possuem certificações

de sistemas, de serviços e de

produtos na área do ambiente,

nomeadamente o Rótulo Ecológico e

o Sistema Comunitário de Ecogestão

e Auditoria (EMAS). Da mesma forma

não desenvolveram ou introduziram

inovações ao nível organizacional em

parceria com outras empresas ou

entidades do SCTN, nos últimos três

anos; não reforçam de forma regular,

as capacidades laboratoriais; nem

desenvolveram ou introduziram, nos

últimos três anos, novos processos

em parceria com outras empresas ou

entidades do SCTN.

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56

Figura 26. Desempenho Resultado da Atividade de Inovação por Setor -

Médias

Escala: 1 - Não Cumpre; 5 - Cumpre com Excelência Fonte: Elaboração própria

Estes resultados corroboram os

resultados do RII apresentados na

secção do Enquadramento sobre a

dificuldade de colaboração das

pequenas e médias empresas.

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57

Ainda no conjunto da amostra

de empresas participantes, é possível

verificar que foram introduzidos

novos produtos ou serviços, bem

como processos de produção e/ou de

organização no mercado nos últimos

três anos.

A um nível setorial, os dados

permitem compreender que as

empresas no setor das TIC e

Indústrias Culturais e Criativas são as

que referem ter resultados com maior

intensidade, nomeadamente na

introdução de novos produtos e/ou de

serviços, de novos processos de

produção e/ou de organização, na

realização de alterações no modelo

organizacional, através da inovação

de métodos ou filosofias, no

desenvolvimento de ações de

inovação, na contratação de recursos

humanos qualificados e pela

presença em plataformas da

economia digital e tecnológica.

As empresas no setor do Mar,

também revelam um desempenho

bastante interessante em alguns

indicadores, tais como o

desenvolvimento de produtos ou

serviços ou adoção de inovações ao

nível organizacional em parceira com

outras empresas, a introdução de

alterações de design ou embalagem

e a adoção de princípios de

ecoeficiência, por forma a promover

uma utilização mais eficiente dos

recursos.

No que diz respeito aos

Resultados Económicos e

Financeiros (Figura 27) verifica-se

que os quatro indicadores

selecionados apresentam uma

consistência interna ligeiramente

inferior aos restantes mas, ainda

assim, considerado suficiente para

aportar estatisticamente a

consistência interna da escala (α

=.799). É possível identificar um item

cuja eliminação resultaria num

aumento do valor do alpha: A

entidade recebeu durante os últimos

anos apoio financeiro público e/ou

comunitário para realizar atividades

de inovação. Este item apresenta,

realmente, uma diferença substantiva

em relação aos restantes mas,

novamente, a opção de mantê-lo na

escala é amplamente suportada do

ponto de vista estatístico. Acresce

que as empresas participantes

revelam um padrão de resposta

bastante distinto neste indicador,

revelando que não receberam

durante os últimos anos apoio

financeiro público ou comunitário.

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58

As atividades de inovação são

reconhecidas como tendo um

impacto mais positivo nos resultados

económicos e financeiros, sobretudo

nas empresas no setor do Mar e das

TIC e Indústrias Culturais e Criativas,

sendo curiosamente essas empresas

as que referem ter beneficiado mais

de apoio financeiro público ou

comunitário nos últimos anos.

Figura 27. Desempenho Resultados Económicos e Financeiros por Setor -

Médias

Escala: 1 - Não Cumpre; 5 - Cumpre com Excelência

Fonte: Elaboração própria

Por fim, a última componente,

Resultados de Mercado e Sociedade

(Figura 30), diz respeito às mais

valias alcançadas noutros domínios

não financeiros, como seja a quota

de mercado, notoriedade ou outras

externalidades positivas.

Do ponto de vista da

consistência interna desta bateria de

indicadores, verifica-se que este

conjunto de indicadores apresenta

elevada robustez (α =.925).

As atividades de inovação são

geradoras sobretudo de impactos

positivos na notoriedade e na

imagem das empresas no mercado e

parecem ter possibilitado às mesmas

alcançar novos nichos de mercado.

Estes resultados não são, de

uma forma geral, considerados

disruptivos para o mercado, com

exceção do setor do Mar e, em certa

medida, das TIC e Indústrias

Culturais e Criativas. Dada a

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59

premência do setor turístico na

região, é extremamente preocupante

o nível de incumprimento de

resultados das atividades de

inovação.

Figura 28. Desempenho Resultados de Mercado e Sociedade por Setor -

Médias

Escala: 1 - Não Cumpre; 5 - Cumpre com Excelência

Fonte: Elaboração própria

A VALIDAÇÃO ESTATÍSTICA

DO INSTRUMENTO CONSTRUÍDO –

BIALG, REALIZADA DE FORMA

PARALELA COM A ANÁLISE, GERAL

E POR SETOR, DO DESEMPENHO

DAS EMPRESAS PARTICIPANTES

SÃO INDISCUTIVELMENTE UMA DAS

PRINCIPAIS MAIS VALIAS DESTE

TRABALHO, QUE CERTIFICA A

ACUIDADE DOS INDICADORES

DESENVOLVIDOS PARA MEDIR AS

DINÂMICAS DE INOVAÇÃO NAS

EMPRESAS DA REGIÃO.

A próxima secção apresenta

uma súmula dos dados agregados

nas principais componentes do

modelo conceptual definido. Esta

agregação tem como objetivo facilitar

uma panorâmica geral e possibilitar

assim, leituras críticas dos dados

apresentados e das considerações

que daí podem ser retiradas.

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60

4.5. ANÁLISE DO POSICIONAMENTO DAS EMPRESAS ALGARVIAS

BARÓMETRO DE INOVAÇÃO

No contexto em que se procura

alicerçar o crescimento económico

em dinâmicas de inovação, a

avaliação do potencial interno e

externos dos diversos agentes

público-privados no mercado assume

um papel prioritário.

A capacidade de identificar,

avaliar, aprender, reinventar e

colocar no mercado, produtos,

serviços, processos ou outro tipo de

know-how, tecnológico ou não, é

fundamental para que as empresas

possam vingar. No entanto, o sistema

complexo de processos inerentes às

dinâmicas de inovação no mercado

envolve, ainda, uma complexa rede

de relações que se formam entre

esses agentes, bem como outras

externalidades que necessitam ser

identificadas, integradas e igualmente

auditoradas. Assim, sobre um nível

mais micro, surgem interpostos

outros níveis de análise que foram

também integrados para construir o

“Modelo Técnico da Ferramenta de

Avaliação do Grau de Desempenho

das PME face à Inovação”.

De acordo com o European

Commission Green Paper on

Innovation (1995), as empresas

inovadoras partilham um conjunto de

características-chave, estratégicas e

organizacionais, que determinam o

potencial que as empresas têm para

capitalizar a envolvente e

implementar atividades de inovação.

Este conjunto de atitudes e de

competências que promovem a

recetividade e a capacidade para

melhorar as práticas e os processos

de inovação, foi integrado na primeira

componente. OS PRESENTES DADOS

REVELAM QUE É PRECISAMENTE

QUANTO AO PERFIL INTERNO PARA

A INOVAÇÃO QUE AS EMPRESAS

MELHOR SE AUTOAVALIAM,

CONSIDERANDO QUE DISPÕEM DE

RECURSOS E COMPETÊNCIAS

INTERNAS PARA IMPLEMENTAR

ATIVIDADES DE INOVAÇÃO.

A segunda componente diz

respeito à capacidade das empresas

para utilizar de forma efetiva os

meios disponíveis no mercado,

nomeadamente obter informação

relevante através dos canais

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61

disponíveis, capitalizar o know-how e

a tecnologia dispersos entre os vários

agentes na envolvente e os capitais

disponíveis, quer através do sistema

financeiro, como de outros

programas de financiamento. E É

PRECISAMENTE NESTE DOMÍNIO -

RELAÇÃO COM O MEIO

ENVOLVENTE PARA A INOVAÇÃO -

QUE SÃO ASSUMIDAS DEBILIDADES

DE FORMA MAIS EXPRESSIVA POR

PARTE DAS EMPRESAS. A lacuna no

relacionamento com o sistema

científico e tecnológico e os atores de

inovação no mercado é reveladora da

incapacidade das empresas para

capitalizarem aqueles que deveriam

ser os principais atores mobilizadores

de inovação na envolvente. Este

estrangulamento é também bastante

claro na assumida incapacidade em

instrumentalizar os sistemas de

financiamento públicos e privados.

A DINAMIZAÇÃO DE

ATIVIDADES DE INOVAÇÃO

ENVOLVE DE FORMA INCREMENTAL

AS COMPONENTES ANTERIORES,

PELO QUE À LUZ DOS DADOS

ANTERIORES, O GRAU DEFICITÁRIO

DO DESENVOLVIMENTO DE

ATIVIDADES DE INOVAÇÃO PODE

SER FACILMENTE JUSTIFICADO.

Aliás, verifica-se que a maior

debilidade está precisamente no

registo de patentes e de outros

métodos de proteção, o que

corrobora de forma inequívoca os

resultados relativos às lacunas

existentes na relação com a

envolvente.

Este desenvolvimento deficitário

de atividades implica, naturalmente,

que as empresas avaliem o grau de

cumprimento dos Resultados das

Atividades de Inovação de forma

pouco positiva. O RESULTADO DA

TURBULÊNCIA NA RELAÇÃO COM A

ENVOLVENTE ESTÁ DIFUNDIDO AO

LONGO DE TODA A CADEIA E

AFETA, SOBRETUDO, OS

INDICADORES RESPEITANTES À

COMERCIALIZAÇÃO E EXPORTAÇÃO

DA INOVAÇÃO PRODUZIDA PARA O

MERCADO, BEM COMO O SEU

RETORNO ECONÓMICO.

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62

A análise da Figura 29 permite uma leitura transversal dos resultados em cada componente do modelo conceptual.

Figura 29. Modelo de Abordagem conceptual

Fonte: Elaboração própria

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63

Um cruzamento dos dados por

setor de atividade (Figura 30) permite

verificar que, apesar das empresas

na área das TIC e Indústrias

Culturais e Criativas serem líderes

em alguns domínios, são as

empresas do setor do Mar que estão

melhor posicionadas em todas as

componentes em avaliação. Estes

resultados corroboram o papel

central do setor do Mar na economia

regional, tanto do ponto de vista

quantitativo como qualitativo.

No pólo oposto, deverá notar-se

que as empresas no setor das

Saúde, Bem-Estar e Ciências da Vida

referem elevadas debilidades no que

diz respeito à Relação com a

Envolvente para a Inovação e que as

empresas no setor Agroalimentar,

revelam sobretudo dificuldades ao

nível da implementação, isto é, em

Desenvolver as Atividades de

Inovação propriamente ditas.

Excluindo estes casos

excecionais, as empresas

apresentam padrões de resposta

bastante idênticos por setor (com

níveis de desempenho, claramente,

demarcados em função do setor de

onde provêm).

Figura 30. Resumo do Desempenho em cada Componente por Setor

Escala: 1 - Não Cumpre; 5 - Cumpre com Excelência

Fonte: Elaboração própria

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64

5. FATORES QUE FACILITAM E DIFICULTAM OS

PROCESSOS DE INOVAÇÃO DAS PME DO

ALGARVE

Após a apresentação dos

resultados relativos ao Desempenho

Inovador das PME do Algarve, no

ponto anterior, importa também

explorar os fatores que se

apresentam como catalisadores e

aqueles que podem representar

barreiras para o desenvolvimento e

implementação de processos de

inovação nas empresas da região do

Algarve.

Com efeito, este ponto

consubstancia a análise

complementar dos dados

quantitativos obtidos através do

inquérito realizado às empresas do

Algarve, bem como os dados

qualitativos obtidos a partir do

questionário qualitativos realizado a

opinion leaders (entidades, órgãos e

personalidades regionais, nacionais e

europeus com atuação nos setores

ou governança RIS3).

Do ponto de vista dos opinion

leaders O NÍVEL DE INOVAÇÃO

ATUAL DAS EMPRESAS DO

ALGARVE É BASTANTE DIVERSO E

DE DIFÍCIL PADRONIZAÇÃO,

EMBORA SE POSSA CONSIDERAR,

EM TERMOS GLOBAIS, COMO UM

NÍVEL BAIXO. Deste modo, a análise

de conteúdo realizada sobre o

material das entrevistas, permite

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65

claramente constatar que as

considerações feitas por esta

amostra corroboram os resultados

quantitativos obtido. Para ilustrar

poderá analisar-se a seguinte

transcrição de um dos auscultados:

(...) O Algarve é altamente

deficitário em inovação. É

consistentemente a região

menos inovadora de Portugal.

Em particular pelo excessivo

peso do turismo, baseado em

serviços de baixo valor

acrescentado, alicerçado em

recursos naturais e sazonais.

Existem alguns setores

emergentes, fruto

essencialmente da produção de

capital humano pela

Universidade do Algarve, mas

sem expressão nacional e sem

massa crítica para alavancar

uma dinâmica inovadora mais

transversal. As empresas são

caracterizadas por

trabalhadores menos

qualificados e a base

económica é alicerçada em

serviços de baixa intensidade

tecnológica. A relevância

industrial é diminuta na região.

Não obstante, os opinion

leaders sublinham que, apesar do

fraco desempenho inovador

demonstrado pelas empresas do

Algarve, quando avaliadas de forma

agregada, começam a emergir vários

exemplos interessantes, sobretudo

em empresas jovens, que integram

nos seus quadros trabalhadores com

um perfil mais qualificado, que

mostram mais disponibilidade de

aproximação aos centros de

produção de conhecimento e que se

situam, predominantemente, nos

setores do Mar, do Agroalimentar e

das TIC e Indústrias Culturais e

Criativas:

(...) começam a surgir casos,

sobretudo associados às novas

tecnologias, de empresas que

são já bastante inovadores e

arrojadas em termos de modelo

de gestão e organização, com

forte vocação para a

internacionalização, mas nos

setores mais tradicionais o

processo é mais lento, também

porque há pouca renovação nos

quadros dirigentes das

empresas.

(...) algumas empresas estão

mais sensibilizadas e que

tendencialmente se assiste a

uma maior aproximação das

Page 66: ESTUDO DO POTENCIAL DE INOVAÇÃO PME_Algarve... · 2019-10-16 · inovação, a saber, Inovação de Produto, Inovação de Processos, Inovação de Marketing, e Inovação Organizacional

66

mesmas às universidades e

centros de investigação.

Curiosamente, e apesar da forte

especialização da região na área das

atividades turísticas, é sobretudo fora

do setor do Turismo que esta

tendência se verifica. Efetivamente,

esta lacuna das empresas no setor

do turismo é clara ao longo dos

resultados quantitativos alcançados

em cada componente.

Relativamente, aos fatores que

limitam a inclusão de processos

de inovação nas empresas

algarvias, os opinion leaders

apontam, de modo unânime, diversos

aspetos da envolvente interna às

próprias empresas:

A pequena dimensão das

empresas da região;

Recursos humanos pouco

qualificados;

A falta de capacidade financeira

ou de investimento;

Os modelos rígidos de gestão,

mais centrados na gestão

corrente, que frequentemente

resultam em falta de estratégia;

Ausência de cultura colaborativa;

Défice de perceção das

vantagens de inclusão de

processos de inovação;

Dificuldade de assumir risco;

Resistência à mudança.

São ainda apontados alguns

fatores relacionados com a

envolvente externa às empresas, tais

como:

Forte dependência da economia

regional do setor do turismo;

Dimensão relativamente pequena

do mercado;

Fraca industrialização da região;

Políticas públicas

excessivamente burocratizadas e

de difícil perceção para as

empresas;

Concorrência desleal de

entidades públicas do SCTN

fornecendo serviços baseados

em conhecimento em dumping

(p.e. através da utilização de

bolseiros ou de infraestruturas

públicas e de equipamentos

financiados por recursos públicos

para a I&D).

Os FATORES QUE

POSITIVAMENTE INFLUENCIAM A

INTRODUÇÃO DE PROCESSOS DE

INOVAÇÃO NAS EMPRESAS DA

REGIÃO DO ALGARVE relacionam-

se, segundo os opinon leaders

auscultados, maioritariamente com a

dimensão externa às empresas:

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67

A existência de uma procura

potencial que transcende

largamente os residentes com a

especialização turística;

Localização - apesar da região

ter uma localização periférica no

contexto europeu, possui

acessibilidades de qualidade e

que permitem uma ligação rápida

e fácil aos principais mercados

da Europa;

As empresas dispõem de

instrumentos de apoio à inovação

das políticas públicas (e. g.

fundos de financiamento PT2020

e existência de linhas de crédito

bonificado);

Condições de vida e

acessibilidades favoráveis à

atração de talento qualificado não

produzido na região ou no país;

A falta de competidores regionais

(e. g. Algarve, Huelva e/ou

Alentejo) permite facilmente obter

uma posição de inovador;

Proximidade de centros de

produção de conhecimento.

Quando comparamos estes

resultados à perspetiva empresarial

(Tabela 5) verificamos que alguns

dos fatores identificados nas duas

esferas têm correspondência.

Tabela 5. Fatores da Envolvente Externa Determinantes para a

Prossecução de Atividades de Inovação

Fatores Externos Média Taxa de

Importância % a

Disponibilidade no mercado de tecnologia adequada 7,91 90,9

Recetividade do mercado a novos produtos / serviços 7,86 81,8

Dinamismo do setor de atividade 7,14 77,3

Recetividade dos organismos de gestão dos fundos comunitários aos projetos de inovação 7,77 77,3

Disponibilidade no mercado de pessoal qualificado 7,05 72,7

Disponibilidade de financiamento através do sistema financeiro (bancos, capitais de risco, etc.) 7,50 68,2

Disponibilidade de parceiros para estabelecer acordos para cooperação em atividades de inovação 7,14 68,2

Facilidade do processo de registo de patentes e modelos de utilização 6,59 63,6

Disponibilidade de financiamento através do sistema financeiro crescalgarve2020 7,09 63,6

Existência no mercado de infraestruturas de apoio às atividades de inovação 6,91 63,6

Disponibilidade de informação sobre os apoios existentes à inovação 7,09 63,6

Disponibilidade de financiamento através de outras fontes públicas, nacionais ou europeias (fundos comunitários)

7,00 59,1

Legislação, regulamentos e tributação da atividade favoráveis à inovação 6,27 54,5

Atratividade das taxas do financiamento comunitários e dos limites mínimos de investimento para o desenvolvimento de projetos de inovação

7,00 57,1

Escala 1 – Dificulta as atividades de inovação; 10 – Facilita as atividades de inovação. a) Total de respondentes que classificaram o Item com 7, 8, 9 ou 10 na escala anterior.

Fonte: Elaboração própria

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68

Embora não tenha sido

solicitado aos opinion leaders que

procedessem a uma hierarquização

dos fatores que facilitam a inovação

nas empresas do Algarve, a

frequência com que esses fatores

foram identificados, permitiu

determinar a importância relativa de

cada um deles. É possível desta

forma identificar a procura turística, a

localização da região e a existência

de instrumentos de apoio à inovação

como os três fatores mais relevantes

na perspetiva dos especialistas

auscultados. Do lado empresarial, os

fatores com maior importância no

que se refere à influência positiva da

envolvente externa na inclusão de

processos de inovação nas

empresas do Algarve são a

disponibilidade no mercado de

tecnologia adequada, a recetividade

do mercado a novos

produtos/serviços (fator muito

relacionado com a procura turística

alargada que mencionam os opinion

leaders), a recetividade dos

organismos de gestão dos fundos

comunitários aos projetos de

inovação (igualmente identificado

como um dos mais importantes

pelos opinion leaders) e a

disponibilidade no mercado de

pessoal qualificado (também referido

pelos opinion leaders).

Relativamente à envolvente

interna, os opinion leaders

consideram existir menos fatores

que determinem os processos de

inovação nas empresas do Algarve e

oferecem opiniões mais dispersas.

Não obstante, estes

consubstanciam-se, essencialmente,

em três aspetos:

Produtos core com dimensão

mundial (mar, turismo, energia,

agroindústria) que podem,

eventualmente, funcionar com

laboratório de ensaio para

escalar para o mundo;

Forte ligação às condições e

produtos locais, sendo nessa

área que se tem verificado maior

crescimento e inovação;

Resiliência e capacidade de

adaptação, fruto das

caraterísticas sazonais e perfil

de especialização associado ao

setor turístico.

Fazendo novamente um

exercício comparativo entre aquilo

que é mencionado pelos opinion

leaders e pelos empresários, desta

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69

vez relativamente aos fatores da

envolvente interna às empresas

(Tabela 6), verificamos existir menos

correspondência do que aquela

observada relativamente aos fatores

da dimensão externa e, por vezes,

até alguma discordância.

Tabela 6. Fatores da Envolvente Interna Determinantes para a

Prossecução de Atividades de Inovação

Fatores Internos Média Taxa de

Importância % a

Estrutura organizacional interna flexível 7,86 86,4

Envolvimento e motivação da gestão de topo para as atividades de inovação 8,18 81,8

Conhecimento das tendências do mercado e do setor 8,09 81,8

Capacidade de autofinanciamento - disponibilidade de recursos financeiros internos para desenvolver e implementar atividades ou processos de inovação

7,38 81,0

Preocupação interna em recrutar novos recursos humanos ou recolher ideias que potenciem atividades de inovação

7,70 80,0

Disponibilidade de infraestruturas e equipamentos internos para desenvolver e implementar atividades ou processos de inovação

7,00 72,7

Capacidade de assumir riscos face às incertezas do mercado 7,50 72,7

Disponibilidade de recursos humanos internos para desenvolver e implementar atividades ou processos de inovação

7,59 72,7

Envolvimento e motivação dos recursos humanos internos para as atividades de inovação 7,77 68,2

Escala 1 – Dificulta as atividades de inovação; 10 – Facilita as atividades de inovação. a) Total de respondentes que classificaram o Item com 7, 8, 9 ou 10 na escala anterior.

Fonte: Elaboração própria

Na perspetiva empresarial, são

fatores como a estrutura

organizacional interna flexível, o

envolvimento e motivação da gestão

de topo para as atividades de

inovação, o conhecimento das

tendências do mercado e do setor, a

capacidade de autofinanciamento

(disponibilidade de recursos

financeiros internos para desenvolver

e implementar atividades ou

processos de inovação) e a

preocupação interna em recrutar

novos recursos humanos ou recolher

ideias que potenciem atividades de

inovação aqueles que mais facilitam

a inovação nas empresas da região.

Como vimos anteriormente, OS

OPINION LEADERS CONSIDERAM, A

PAR COM OS EMPRESÁRIOS, QUE O

CONHECIMENTO DAS TENDÊNCIAS

DO MERCADO E DO SETOR

DEMONSTRADO POR PARTE DAS

EMPRESAS É UM DOS

CATALISADORES DA INOVAÇÃO.

PORÉM, CONTRARIAMENTE À

FORMA COMO OS EMPRESÁRIOS SE

AUTOAVALIAM, OS OPINION

LEADERS CONSIDERAM QUE AS

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70

EMPRESAS POSSUEM UMA

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

RÍGIDA, RECURSOS HUMANOS

POUCO QUALIFICADOS E

RECURSOS FINANCEIROS

LIMITADOS. CARACTERÍSTICAS

QUE REFEREM FUNCIONAR COMO

LIMITADORES E NÃO COMO

FACILITADORES DA INOVAÇÃO

EMPRESARIAL DO ALGARVE.

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71

6. ANÁLISE CRÍTICA DOS ASPETOS

DETERMINANTES PARA A INOVAÇÃO DAS PME

DO ALGARVE

Para retratar a situação atual

importa analisar os fatores que

facilitam e limitam os processos de

inovação nas empresas da região do

Algarve. Este desenho foi feito com

base na informação recolhida através

da auscultação feita às empresas da

região. No entanto, para

consubstanciar uma análise crítica

dos aspetos determinantes para a

inovação das PME do Algarve, é

necessário adotar uma perspetiva

mais problematizante, baseada

também nas visões dos opinion

leaders, sobre os aspetos que no

futuro poderão determinar a

introdução de processos de inovação

nas empresas algarvias.

Neste contexto, foram

projetadas duas regressões lineares

simples para compreender o peso

relativo das diferentes componentes

no modelo conceptual desenhado. A

opção por desenvolver uma análise

que não integra todas as

componentes no mesmo modelo

estatístico é trivial. Do ponto de vista

semântico importa compreender de

que forma as diferentes componentes

impactam os Resultados das

Atividades de Inovação, mas numa

primeira instância é necessário

perceber o que leva as empresas a

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72

desenvolver atividades de inovação.

Quais os fatores responsáveis pela

promoção de atividades deste tipo,

ou seja, compreender o que contribui

de forma mais preponderante para

que uma empresa encete

efetivamente atividades de inovação.

Verificámos que o Perfil Interno

para a Inovação (Figura 31) é o fator

que mais contribui para que as

empresas iniciem processos de

inovação. A Relação com o Meio

Envolvente é também importante,

mas não tem um peso tão

significativo, ou seja, não é tão

determinante para que as empresas

lancem atividades inovadoras. O

modelo ilustrado na figura, poderá

ser consultado em detalhe na Figura

29, página 61.

Figura 31. Fatores Determinantes para o Desenvolvimento de Atividades

de Inovação

Fonte: Elaboração própria

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73

Após este primeiro insight de

que a envolvente e a relação com a

mesma são importantes, mas que o

fator mais preponderante para

desenvolver atividades de inovação,

está sobretudo no ADN da empresa,

no seu Perfil Interno, importa

compreender também quais os

fatores que determinam o sucesso,

ou neste caso, os Resultados das

Atividades de Inovação, sejam eles

respeitantes a indicadores

económico-financeiros, sociais ou

outros.

Verifica-se que as empresas

avaliam os Resultados das suas

atividades de inovação de forma mais

positiva, quanto melhor for a sua

Relação com o Meio Envolvente.

Com menor relevo para o incremento

dos resultados das atividades de

inovação são, portanto, por ordem

decrescente, o Desenvolvimento de

Atividades de Inovação e o Perfil

Interno da empresa (Figura 32). O

modelo de abordagem conceptual

ilustrado na figura, poderá ser

consultado em detalhe na Figura 29,

página 61.

Por outras palavras, se

quisermos exponenciar os resultados

percebidos por parte das empresas

para as suas atividades de inovação,

será mais eficaz intervir ao nível da

Relação das Empresas com o meio

envolvente, nomeadamente intervir

na Relação das empresas com o

Meio Científico e Tecnológico, na

Relação com o Meio Envolvente

Próximo (Clientes, Fornecedores e

Consultores) e com o Sistema

Financeiro e de Financiamento para

a Inovação.

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74

Figura 32. Fatores Determinantes para os Resultados das Atividades de

Inovação

Fonte: Elaboração própria

Sistematizando, o Perfil Interno

da empresa é um fator determinante

para a empresa avançar ou não com

o desenvolvimento de atividades de

inovação, mas o fator determinante

para a empresa obter resultados

positivos com essas atividades é a

sua relação com a envolvente

externa, nomeadamente com os

sistemas científico, financeiro e com

clientes, fornecedores ou outros

parceiros. Quanto melhor (em termos

de inovação) for o perfil interno da

empresa, maior a sua capacidade

para desenvolver atividades de

inovação; mas, quanto melhor for a

sua relação com a envolvente,

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melhores os resultados que as

empresas obtêm.

Estes resultados são bastante

interessantes e corroboram os

resultados obtidos através da análise

de conteúdo à informação veiculada

pelos opinion leaders quando

afirmam que, para se considerar uma

empresa inovadora, i.e, para que

esta desenvolva atividades de

inovação devem estar reunidos

quatro critérios fundamentais:

1) Introduzir inovações, de qualquer

tipo, que sejam no limite mínimo

novas para a empresa;

2) Desenvolver atividades

inovadoras - que incluem todas

as etapas científicas,

tecnológicas, organizacionais,

financeiras e comerciais que

conduzem, ou que pretendem

conduzir, à implementação de

inovações (OECD, 2005);

3) Empregar uma percentagem

significativa de recursos

humanos qualificados;

4) Desenvolver atividade num setor

de média/alta intensidade

tecnológica ou baseado em

conhecimento.

O insight “surpreendente”, se

assim o quisermos classificar, desta

análise regressiva é a conclusão de

que os próprios opinion leaders e a

relação que as empresas têm com

esses e outros agentes relevantes na

envolvente, são determinantes para

que as atividades de inovação sejam

bem-sucedidas. Como tal, a empresa

deverá ter a capacidade de criar,

antecipar e responder de forma

eficaz às necessidades que se lhe

colocam, através da ligação com

entidades do SCTN, da colaboração

com outras empresas e de comunicar

de forma inovadora para os

mercados que pretende alcançar.

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76

7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Existe um corpo de evidência

crescente quanto ao papel dominante

da inovação no crescimento

socioeconómico das regiões. Para a

região do Algarve, cujas

características únicas do ponto de

vista dos recursos paisagísticos e

naturais lhe trouxeram uma relevante

vantagem competitiva nos setores do

Turismo e do Mar, impulsionando

naturalmente estes setores a assumir

um papel de liderança, a

necessidade de prossecução de

dinâmicas de inovação tem vindo a

ser relegada para segundo plano.

Apenas recentemente, foram

reconhecidos os impactos menos

positivos desta dependência quase

exclusiva daqueles que são os

recursos naturais, Sol e Mar, da

região.

O crowding-out sobre as outras

atividades económicas e sobre os

recursos humanos da região,

limitaram a capacidade de inovação

regional, que se pretende agora

resgatar.

Não obstante, já neste novo

ciclo em que a estratégia regional

está articulada no sentido de

promover objetivos temáticos claros –

a) reforçar a investigação, o

desenvolvimento tecnológico e a

inovação; b) melhorar o acesso às

tecnologias da informação, bem

como a sua utilização e qualidade; e

c) reforçar a competitividade das

pequenas e médias empresas – tem

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vindo a assistir-se a uma elevada

fragmentação e desarticulação entre

os diversos atores e iniciativas. Esta

desarticulação deve-se em parte a

um profundo desconhecimento

daquela que é a realidade do tecido

empresarial regional e prejudica

indiscutivelmente a instauração de

um ecossistema de inovação na

região.

O presente estudo surge neste

contexto, com o desiderato de

contribuir para o desenvolvimento

das fundações necessárias para a

geração de um ambiente regional

recetivo e catalisador de dinâmicas

de inovação por parte das PME nos

setores do Turismo, Mar,

Agroalimentar, Energias Renováveis,

Saúde, Bem-Estar e Ciências da Vida

e TIC e Indústrias Culturais e

Criativas. À medida que o aumenta o

conhecimento sobre os fatores

determinantes para alimentar ciclos

de inovação por parte das empresas,

mais facilmente poderão ser

desenhadas e adotadas políticas

efetivas e consequentes.

Os resultados apresentados

tornam claro que o desenvolvimento

tecnológico ou procedimental

depende em larga medida das

características do tecido empresarial

regional, tornando ainda mais

premente a necessidade de atrair e

de sedimentar a presença de novas

empresas para a região. Por outro

lado, a transferência do

conhecimento entre o mercado, os

diversos atores e as empresas, afeta

de forma preponderante a obtenção

de resultados dessas dinâmicas de

inovação.

Esta nova perspetiva política da

inovação e da forma como devem ser

estimuladas dinâmicas de inovação

no mercado subjaz o BIALG. O

panorama regional traçado por este

barómetro revela a necessidade dos

diversos atores da governança

regional desenvolverem uma visão

crítica sobre quais são as

componentes de inovação que

poderão trazer resultados de forma

mais imediata em cada setor e

adotarem, com base nesta

informação, um modelo de

intervenção integrado e sistémico.

Se no caso dos setores

classificados como consolidados pela

estratégia regional (RIS3), o Mar

parece estar num ciclo de adaptação,

alicerçado em projetos inovadores

que têm vindo a surgir na região, e

bem suportado por entidades

relevantes e programas de apoio

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específicos; o setor do Turismo

apresenta graves debilidades. A

inegável representatividade do

Turismo na região e o seu contributo

para o apport económico da região,

justificam a importância de se

analisar e discutir, de forma mais

minuciosa, o desempenho do setor

no processo de inovação.

No que concerne aos setores

emergentes, verificamos que o setor

Agroalimentar, historicamente

descapitalizado tanto do ponto de

vista dos recursos físicos e

tecnológicos, como dos recursos

humanos, beneficiaria com

intervenções direcionadas para a

componente relativa ao Perfil Interno.

Da mesma forma, apesar do

tecido empresarial regional no setor

da Saúde, Bem-Estar e Ciências da

Vida incluir estruturas de recursos

humanos altamente especializadas,

verifica-se que existe necessidade de

dotar a estrutura organizacional de

competências internas para a

inovação. Com efeito, o grau de

especialização dos recursos

humanos nestas empresas é

falacioso para a presente análise. A

natureza da atividade requer

profissionais com níveis de instrução

elevados, mas esse potencial

humano não está capitalizado para a

prossecução de dinâmicas de

inovação.

As empresas no setor do

Energias Renováveis, por sua vez,

dispõem de alguma capacidade para

perseguir dinâmicas de inovação,

mas fazem-no de forma individual e

desconcertada. Dada a natureza

emergente do setor na região e as

suas especificidades, como por

exemplo, a necessidade de RH muito

especializados ou de um desenho de

políticas customizadas, parece ser

urgente a formalização do seu cluster

e a dinamização das relações entre

os diversos atores.

Por fim, é claramente a

natureza tecnológica das empresas

no setor das TIC e Indústrias

Culturais e Criativas que tornou o

setor num significativo impulsionador

da inovação na região. Contudo,

importa a este nível ressalvar a

necessidade de estimular a visão e o

planeamento estratégico destas

empresas, que devido às rápidas

flutuações e atualizações no

mercado, parecem estar demasiado

impregnadas de modelos de

intervenção reativos. Por outro lado,

por forma a exponenciar o retorno

das atividades de inovação que estas

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empresas têm vindo a protagonizar, é

relevante continuar, do ponto de vista

dos atores da governança regional, a

estimular a sua relação com a

envolvente. O impacto positivo da

aproximação da Universidade do

Algarve ao mercado é visível, por

exemplo, neste setor e deve

continuar a ser apoiada.

A geração de um ecossistema

regional de inovação é complexa e

pode ser estimulada através de

diversas medidas-estímulo da

inovação empresarial como:

Programas de inserção de recursos

humanos altamente qualificados nas

empresas; Programas de promoção

de parcerias universidade-empresa;

Mecanismos de colaboração/

clustering/ informação setorial;

Facilitação/ desburocratização/

simplificação do acesso aos sistemas

de incentivo; Alargamentos dos vales

de inovação; Dinamização de linhas

de financiamento alternativas (e.g.,

Business angels); Fomentar ações de

sensibilização de empresários para

empresários (B2B).

No entanto, é importante

compreender que não existem

modelos de aplicação única, mesmo

num contexto de dimensão

relativamente reduzida, como o do

Algarve.

Tendo em consideração a

conjuntura política e económico-

social do país e da região, é possível

elencar um conjunto de

oportunidades e de ameaças, que

poderão no futuro influenciar este

processo (Tabela 7), mas não

podemos esquecer que os presentes

resultados decorrem de uma

radiografia que foi feita numa janela

temporal concreta ao ecossistema de

inovação da região.

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Tabela 7. Oportunidades e Ameaças Conjunturais ao Estímulo à Inovação

das PME do Algarve

Oportunidades Ameaças

Turismo como alavanca da inovação Dependência de decisões externas à região para o seu principal setor - procura turística (visitantes podem escolher outros destinos) e oferta (maiores operadores com sede fora da região)

Setores com potencial endógeno na região tornarem-se relevantes internacionalmente (energia; recursos biológicos mar, saúde e bem-estar)

Implementação da RIS3 de forma efetiva e participada

Não implementação da RIS3 e de outras políticas de estímulo

Desenvolvimento de espaços de inovação Discurso político de apoio à inovação afasta-se da prática dos instrumentos de financiamento

Criação de novos atores de inovação (e. g. animadores de clusters ou de rede de espaços de incubação regional)

Excessiva concentração de recursos de apoio à inovação na área tecnológica

Universidade do Algarve com área de investigação no mar reconhecidas internacionalmente

Universidade do Algarve com maior capacidade de produção na economia do mar, podia promover mais a criação/fixação de conhecimento de outras áreas na região

Regeneração urbana das cidades Não concretização da aposta na qualificação do emprego

Emergência de novas áreas de negócio derivadas dos desafios societais inerentes às alterações demográficas, à circularidade da economia e à digitalização

Carência de mão de obra, qualificada e não qualificada

Fonte: Elaboração própria

A compreensão,

acompanhamento e gestão deste tipo

de processos requer modelos de

análise longitudinais. Pretendemos

por isso que o BIALG seja encarado

como uma ferramenta e as

considerações anteriores como um

documento em aberto. Não por estar

inacabado, ou incompleto, tal como

as atividades de inovação, deve ser

um processo contínuo e permanente.

Enquanto região, precisamos

Fazer Novo com o Velho, sem

esquecer que o novo hoje já não o

será amanhã.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Cronbach, L. J. (1951). Coefficient alpha and the internal structure of tests. Psychometrika, 16(3), 297–334. https://doi.org/10.1007/BF02310555

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Foray, D., & Goenaga, X. (2013). The goals of Smart Specialisation (S3 Policy Brief Series No. No. 01/2013). Seville: European Commission, Joint Research Centre.

IAPMEI, & FCT. (2014). Estratégia Nacional de Investigação e Inovação para uma Especialização Inteligente 2014-2020. Lisboa: IAPMEI - Agência para a Competitividade e Inovação, I.P, FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia (apoiados por AdI – Agência de Inovação e Autoridade de Gestão do COMPETE). Retrieved from https://www.portugal2020.pt/Portal2020/Media/Default/Docs/EstrategiasEInteligente/ENEI_Versão final.pdf

McCann, P., & Ortega-Argilés, R. (2016). Smart Specialisation: Insights from the EU Experience and Implications for Other Economies. Journal of Regional Research - Investigaciones Regionales, 36, 279–293.

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Pinto, H., Nogueira, C., Carrozza, C., & D’Emery, R. (2018). Smart Specialization and the Enterpreneurial Discovery: A new Approach to Design Structural Change. In L. C. Carvalho, C. Rego, R. Lucas, M. I. Sánchez-Hernández, & A. Noronha (Eds.), Entrepreneurship and Structural Change in Dynamic Territories - Contributions from Developed and Developing Countries. Berlin: Springer.

Schumpeter, J. (1934). The Theory of Economic Development. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press.

PÁGINAS NA INTERNET

Plataforma S3: http://s3platform.jrc.ec.europa.eu/

Eurostat: http://ec.europa.eu/eurostat

Regional Innovation Scoreboard:

http://ec.europa.eu/growth/industry/innovation/facts-figures/regional_pt

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ANEXOS

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ANEXO A. LISTA DE ABREVIATURAS

AMAL Comunidade Intermunicipal do Algarve

BIALG Barómetro de Inovação do Algarve

CCDR Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional

COTEC Associação Empresarial para a Inovação

EMAS Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria

EMBRC.PT European Marine Biological Resource Centre - PT

ENEI Estratégia Nacional de Especialização Inteligente

EPO European Patent Office

EREI Estratégia Regional de Especialização Inteligente

Eurostat Statistical Office of the European Union

FCT Fundação para a Ciência e a Tecnologia

I&D Investigação e Desenvolvimento

IAPMEI Agência para a Competitividade e Inovação

ICC Indústrias Culturais e Criativas

NERA Associação Empresarial da Região do Algarve

PDE Processo da Descoberta Empreendedora

PIB Produto Interno Bruto

PME Pequenas e Médias Empresas

RH Recursos Humanos

RII Regional Innovation Index

RIS3 Estratégia de Especialização Inteligente

SCTN Sistema Científico e Tecnológico Nacional

SPQ Sistemas Português da Qualidade

SWOT Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats

TIC Tecnologias da Informação e da Comunicação

UE União Europeia

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ANEXO B. QUESTIONÁRIO QUANTITATIVO REALIZADO ÀS EMPRESAS DO

ALGARVE

Gostávamos de solicitar a sua colaboração no âmbito do projeto INOVA ALGARVE 2020, promovido pelo NERA e pela AMAL, e que tem como objetivo reforçar a capacitação das PME da região, especialmente as enquadradas nos domínios da RIS3 Algarve, para o desenvolvimento de novos processos de inovação, estimulando a cooperação para a inovação.

Salientamos ainda que a sua participação é voluntária e confidencial, sendo os dados analisados na globalidade das empresas da região, isto é, não serão em momento algum identificadas empresas em particular e as respetivas respostas.

AGRADECEMOS A SUA PARTICIPAÇÃO E SOLICITAMOS QUE RESPONDA ÀS QUESTÕES EM BAIXO, DIGITADO A SUA RESPOSTA NOS CAMPOS CRIADOS EM BRANCO.

Designação Social*

Email* * Esta informação será apenas utilizada para podermos confirmar quais as entidades que já participaram e impedir que sejam contactadas novamente para esse efeito.

Localidade Código postal

Volume de negócios anual (último ano)

N.º trabalhadores total (atual)

N.º trabalhadores com formação superior (atual)

Data de constituição da empresa

Atividade da empresa

Setor de atividade RIS3 Turismo

Mar

Agroalimentar

Energias Renovaveis

TIC

Saúde e Bem Estar

Concelho

INDIQUE POR FAVOR NUMA ESCALA DE 1-Não cumpre, A 5-Cumpre com Excelência EM QUE MEDIDA A SUA EMPRESA CUMPRE CADA UM DOS SEGUINTES INDICADORES. ASSINALE A SUA RESPOSTA COM QUALQUER COR DA SUA PREFERÊNCIA.

COMPONENTE 1 - PERFIL INTERNO PARA A INOVAÇÃO

AMBIENTE E CULTURA ORGANIZACIONAL PARA A INOVAÇÃO Não cumpre

Cumpre com excelência

A missão da entidade promove a criatividade, experimentação, empreendedorismo e/ou inovação contínua e a abertura e mercados externos

1 2 3 4 5

A cultura organizacional estimula o desenvolvimento de projetos inovadores, assumindo riscos, aceitando e integrando os fracassos

1 2 3 4 5

A gestão de topo está envolvida diretamente nas atividades de inovação 1 2 3 4 5

A visão da organização tem um caráter inovador e internacional (de mercado global)

1 2 3 4 5

A entidade adota modelos organizacionais flexíveis de forma a facilitar os processos de gestão de mudança e da inovação

1 2 3 4 5

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O ambiente organizacional é propício à criatividade, ao intercâmbio de ideias e à inovação, existindo uma real abertura para a expressão e integração de diferentes perspetivas

1 2 3 4 5

A organização procura posicionar-se de forma pioneira no mercado, através do desenvolvimento de novos produtos ou serviços que sejam de alguma forma disruptivos face à oferta da concorrência

1 2 3 4 5

A entidade tem uma estratégia para a inovação devidamente estabelecida e comunicada pela equipa da organização para os próximos três anos.

1 2 3 4 5

A atividade de inovação está devidamente enquadrada na estratégia de marketing e promoção da organização

1 2 3 4 5

RECURSOS HUMANOS, FÍSICOS, TECNOLÓGICOS E FINANCEIROS Não cumpre

Cumpre com excelência

A entidade possui quadros técnicos qualificados com conhecimentos especializados 1 2 3 4 5

A organização possui um núcleo/departamento/grupo de inovação e/ou de investigação e desenvolvimento, com objetivos específicos e mensuráveis

1 2 3 4 5

A entidade estimula a participação da equipa de inovação em eventos externos, com vista a aumentar as suas competências para os processos de inovação

1 2 3 4 5

A entidade desenvolve planos de formação orientados para a inovação 1 2 3 4 5

A entidade promove a criatividade, a capacidade de iniciativa e a apresentação de propostas inovadoras pelos seus colaboradores

1 2 3 4 5

A entidade possui equipamento técnico e tecnológico avançado para o desenvolvimento da sua atividade e para projetos de inovação

1 2 3 4 5

A entidade possui um sistema de informação e comunicação adequado para as atividades de inovação (TIC, rede WIF, Sistemas Could)

1 2 3 4 5

A entidade possui um plano de financiamento e de pelo menos 1 ano para as atividades de inovação

1 2 3 4 5

A entidade realizou um investimento em inovação no último ano: realização de atividades de I&D; aquisição externa de I&D; aquisição de maquinaria, equipamento e software; aquisição de conhecimentos externos; formação e atividades de marketing e outros procedimentos

1 2 3 4 5

COMPETÊNCIAS PARA A INOVAÇÃO Não cumpre

Cumpre com excelência

A entidade possui uma política de recrutamento devidamente definida para as atividades de inovação e estabelece normalmente parcerias com universidades e centros de I&D

1 2 3 4 5

A entidade dispõe de um mecanismo de identificação de novas ideias na equipa 1 2 3 4 5

Os colaboradores participam no desenvolvimento do conceito de novos produtos ou atividades de inovação

1 2 3 4 5

A organização avalia de forma sistemática o seu modelo organizacional e relacional, tendo em conta os seus objetivos estratégicos

1 2 3 4 5

A entidade possui competências especializadas para a gestão de atividades de inovação

1 2 3 4 5

A entidade possui as competências técnicas e tecnológicas necessárias para desenvolver projetos de inovação e I&D

1 2 3 4 5

A entidade tem um sistema de gestão e análise do conhecimento gerado pelas atividades de inovação de I&D

1 2 3 4 5

A entidade detém as competências necessárias para identificar, analisar e adequar as tendências inovadoras do mercado ao seu produto/serviço

1 2 3 4 5

COMPONENTE 2 - RELAÇÃO COM O MEIO ENVOLVENTE PARA A INOVAÇÃO

RELAÇÃO COM O SISTEMA CIENTÍFICO TECNOLÓGICO (SCT) E AGENTES DE INOVAÇÃO Não cumpre

Cumpre com excelência

A entidade participa em parcerias ativas com entidades do SCT e agentes de inovação

1 2 3 4 5

A entidade solicita aos agentes de inovação a apresentação de sugestões ou soluções técnicas para os seus produtos/serviços

1 2 3 4 5

A entidade tem em curso algum projeto de inovação com o SCT 1 2 3 4 5

RELAÇÃO COM O MEIO ENVOLVENTE PRÓXIMO (CLIENTES, FORNECEDORES E CONSULTORES) Não cumpre

Cumpre com excelência

A entidade realiza o levantamento contínuo de novas necessidades e expectativas de clientes

1 2 3 4 5

A entidade desenvolve projetos em conjunto com clientes 1 2 3 4 5

Os clientes são chamados a participar e opinar na fase de teste a novos produtos e serviços

1 2 3 4 5

A entidade desenvolve ações de promoção e captação de novos segmentos de mercados

1 2 3 4 5

A entidade estimula o desenvolvimento de parcerias com os fornecedores, traduzidas em ações específicas de colaboração

1 2 3 4 5

A entidade consulta de forma regular os fornecedores para as atividades de inovação

1 2 3 4 5

A entidade desenvolve projetos de inovação em parceria com fornecedores 1 2 3 4 5

A entidade promove o networking com entidades externas 1 2 3 4 5

SISTEMA FINANCEIRO E DE FINANCIAMENTO PARA A Não cumpre Cumpre com

excelência

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INOVAÇÃO

A entidade recorre ao sistema financeiro para desenvolver projetos de inovação 1 2 3 4 5

O sistema financeiro é recetivo a apoiar financeiramente os projetos de inovação 1 2 3 4 5

A entidade desenvolve projetos de inovação com financiamento público e/ou comunitário

1 2 3 4 5

Os organismos de gestão de fundos comunitários são recetivos aos projetos de inovação

1 2 3 4 5

Os pedidos de financiamento a fundos comunitários e nacionais obedecem a processos de candidatura simples e de fácil execução

1 2 3 4 5

As taxas e o financiamento dos fundos comunitários são atrativos para o desenvolvimento de projetos de inovação

1 2 3 4 5

COMPONENTE 3 - DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES DE INOVAÇÃo

DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES DE INOVAÇÃO Não cumpre Cumpre com

excelência A entidade elabora, organiza, implementa, executa, monitorza e avalia sistematicamente planos de ação para as atividades de inovação

1 2 3 4 5

A entidade procede à identificação de melhorias para o processo de inovação e incorpora-as nas suas atividades de inovação

1 2 3 4 5

A organização dispõe de mecanismos contínuos para a geração, identificação e seleção de ideias para desenvolver novos produtos, serviços e processos de produção, organização, comercialização e/ou distribuição

1 2 3 4 5

A entidade dispõe de procedimentos e rotinas estabelecidos para o desenvolvimento das atividades de inovação

1 2 3 4 5

As tarefas, responsabilidades e os objetivos da equipa afeta às atividades de inovação estão devidamente estabelecidos e apropriados pelos colaboradores

1 2 3 4 5

A entidade participa em redes de colaboração e de partilha de boas práticas 1 2 3 4 5

FONTES DE INOVAÇÃO E INFORMAÇÃO Não cumpre Cumpre com

excelência A entidade analisa de forma sistemática as tendências dos fornecedores, clientes e outros stakeholders para identificar oportunidades de inovação

1 2 3 4 5

A entidade possui mecanismos para a identificação de novas tecnologias existentes no mercado

1 2 3 4 5

A entidade organiza a informação recolhida para observação dos mercados numa base de dados específica para o efeito

1 2 3 4 5

A entidade recorreu a fontes de informação para as atividades de inovação (internas; mercado - clientes, fornecedores, etc.; ou institucionaiss - Universidades, laboratórios, etc.

1 2 3 4 5

PATENTES E MÉTODOS DE PROTEÇÃO Não cumpre Cumpre com

excelência A entidade tem uma estratégia definida para a proteção e valorização do seu capital intelectual e dos resultados das atividades de inovação e I&D

1 2 3 4 5

A entidade possui "patentes", "modelos de utilidade" e/ou "desenhos ou modelos" em vigor

1 2 3 4 5

A entidade celebrou algum contrato de transferência de tecnologia ou adquiriu licenças de utilização de patentes e/ou transferência de tecnologia

1 2 3 4 5

COMPONENTE 4 - RESULTADOS DAS ATIVIDADES DE INOVAÇÃO

RESULTADO DA ATIVIDADE DE INOVAÇÃO Não cumpre Cumpre com

excelência A entidade introduziu no mercado, nos últimos 3 anos, novos produtos/serviços 1 2 3 4 5

A entidade desenvolveu novos produtos/serviços em parceria nos últimos 3 anos 1 2 3 4 5

A entidade recorre, de forma sistemática, a serviços de consultoria e assistência técnica, para a transferência de conhecimentos e de inovação

1 2 3 4 5

A entidade introduziu, nos últimos 3 anos, novos processos de produção e/ou organização

1 2 3 4 5

A entidade desenvolveu ou introduziu novos processos em parceria com outras empresas ou entidades do SCT, nos últimos 3 anos

1 2 3 4 5

A entidade reforça, de forma regular, as capacidades laboratoriais, excluindo os testes de qualidade dos produtos, protótipos e provas de conceito

1 2 3 4 5

A entidade adota princípios de ecoeficiência, de forma a promover uma utilização mais eficiente dos recursos

1 2 3 4 5

A entidade realizou alterações significativas no modelo organizacional, nomeadamente através da introdução de novos métodos ou filosofias de organização do trabalho, nos últimos 3 anos

1 2 3 4 5

A entidade desenvolveu ou introduziu inovações ao nível organizacional em parceria com outras empresas ou entidades do SCT, nos últimos 3 anos

1 2 3 4 5

A entidade desenvolve ações de formação que permitem uma melhor eficácia dos processos de inovação

1 2 3 4 5

A entidade possui certificado de qualidade no âmbito do Sistema Português da Qualidade (SPQ) ou de outro sistema de certificação que seja relevante para a qualidade dos produtos, serviços ou processos de gestão

1 2 3 4 5

A entidade possui certificações de sistemas, serviços e produtos na área do ambiente, nomeadamente o Rótulo Ecológico e Sistema Comunitário de Ecogestão

1 2 3 4 5

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e Auditoria (EMAS)

A entidade contratou recursos humanos altamente qualificados para a atividade de inovação nos últimos 3 anos

1 2 3 4 5

A entidade realizou alterações significativas no design ou na embalagem de um bem ou serviço nos últimos 3 anos, excluindo as alterações periódicas e outras de natureza cíclica e sazonal

1 2 3 4 5

A entidade introduziu nos últimos 3 anos novos métodos de venda ou de distribuição ou melhorou significativamente os existentes

1 2 3 4 5

A entidade encontra-se presente na economia digital e tecnológica - "e business" 1 2 3 4 5

A entidade possui marcas registadas de produtos e de empresas 1 2 3 4 5

A entidade desenvolveu ou introduziu inovações ao nível organizacional em parceria com outras empresas ou entidades do SCT, nos últimos 3 anos

1 2 3 4 5

A entidade introduziu ou melhorou os sistemas de informação associados aos métodos de distribuição e logística

1 2 3 4 5

RESULTADOS ECONÓMICOS E FINANCEIROS Não cumpre Cumpre com

excelência A atividade de inovação tem impacto positivo nos resultados económicos e financeiros da entidade

1 2 3 4 5

A introdução de novo(s) produto(s) / serviço(s) contribuiu de forma significativa para o volume de negócios (VN) no último ano

1 2 3 4 5

A entidade realiza de forma sistemática investimentos para as atividades de inovação

1 2 3 4 5

A entidade recebeu durante os últimos anos apoio financeiro público e/ou comunitário para realizar atividades de inovação

1 2 3 4 5

RESULTADOS DE MERCADO E SOCIEDADE Não cumpre Cumpre com

excelência A atividade de inovação possibilitou o aumento da quota de mercado da entidade 1 2 3 4 5

A atividade de inovação tem possibilitado alcançar novos nichos de mercado 1 2 3 4 5

A atividade de inovação tem gerado um impacto positivo na notoriedade e imagem da empresa no mercado

1 2 3 4 5

A atividade de inovação tem possibilitado a criação de emprego no setor de atividade

1 2 3 4 5

A atividade de inovação influenciou a forma de atuação do setor, gerando externalidades positivas

1 2 3 4 5

A atividade de inovação tem gerado mudanças disruptivas no respetivo setor de atividade

1 2 3 4 5

POR FIM, INDIQUE POR FAVOR EM QUE MEDIDA CONSIDERA CADA UM DOS SEGUINTES FATORES DETERMINANTES PARA A PROSECUÇÃO DE ATIVIDADES DE INOVAÇÃO POR PARTE DAS EMPRESAS. ASSINALE A SUA RESPOSTA COM QUALQUER COR DA SUA PREFERÊNCIA.

Dificulta as atividades de inovação

Facilita as atividades

de inovação

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

DINAMISMO DO SETOR DE ATIVIDADE

DISPONIBILIDADE NO MERCADO DE PESSOAL QUALIFICADO

DISPONIBILIDADE NO MERCADO DE TECNOLOGIA ADEQUADA

RECETIVIDADE DO MERCADO A NOVOS PRODUTOS / SERVIÇOS

EXISTÊNCIA NO MERCADO DE INFRAESTRUTURAS DE APOIO ÀS ATIVIDADES DE INOVAÇÃO

DISPONIBILIDADE DE PARCEIROS PARA ESTABELECER ACORDOS PARA COOPERAÇÃO EM ATIVIDADES DE INOVAÇÃO

FACILIDADE DO PROCESSO DE REGISTO DE PATENTES E MODELOS DE UTILIZAÇÃO

LEGISLAÇÃO, REGULAMENTOS E TRIBUTAÇÃO DA ATIVIDADE FAVORÁVEIS À INOVAÇÃO

DISPONIBILIDADE DE INFORMAÇÃO SOBRE OS APOIOS EXISTENTES À INOVAÇÃO

DISPONIBILIDADE DE FINANCIAMENTO ATRAVÉS DO SISTEMA FINANCEIRO (BANCOS, CAPITAIS DE RISCO, ETC.)

DISPONIBILIDADE DE FINANCIAMENTO ATRAVÉS DO SISTEMA FINANCEIRO CRESCALGARVE2020

DISPONIBILIDADE DE FINANCIAMENTO ATRAVÉS DE OUTRAS FONTES PÚBLICAS, NACIONAIS OU EUROPEIAS (FUNDOS COMUNITÁRIOS)

RECETIVIDADE DOS ORGANISMOS DE GESTÃO DOS FUNDOS COMUNITÁRIOS AOS PROJETOS DE INOVAÇÃO

ATRATIVIDADE DAS TAXAS DO FINANCIAMENTO COMUNITÁRIOS E DOS LIMITES MÍNIMOS DE INVESTIMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS DE INOVAÇÃO

DISPONIBILIDADE DE RECURSOS HUMANOS INTERNOS PARA DESENVOLVER E IMPLEMENTAR ATIVIDADES OU PROCESSOS DE INOVAÇÃO

DISPONIBILIDADE DE INFRAESTRUTURAS E EQUIPAMENTOS INTERNOS PARA DESENVOLVER E IMPLEMENTAR ATIVIDADES OU PROCESSOS DE INOVAÇÃO

CAPACIDADE DE AUTO-FINANCIAMENTO - DISPONBILIDADE DE RECURSOS FINANCEIROS INTERNOS PARA DESENVOLVER E IMPLEMENTAR ATIVIDADES OU

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89

PROCESSOS DE INOVAÇÃO

ENVOLVIMENTO E MOTIVAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS INTERNOS PARA AS ATIVIDADES DE INOVAÇÃO ENVOLVIMENTO E MOTIVAÇÃO DA GESTÃO DE TOPO PARA AS ATIVIDADES DE INOVAÇÃO CONHECIMENTO DAS TENDÊNCIAS DO MERCADO E DO SETOR CAPACIDADE DE ASSUMIR RISCOS FACE ÀS INCERTEZAS DO MERCADO ESTRUTURA ORGANIZACIONAL INTERNA FLEXÍVEL PREOCUPAÇÃO INTERNA EM RECRUTAR NOVOS RECURSOS HUMANOS OU RECOLHER IDEIAS QUE POTENCIEM ATIVIDADES DE INOVAÇÃO CONSIDERA QUE EXISTEM OUTROS FATORES RELEVANTES? QUAIS? ANOTE POR FAVOR

AGRADECEMOS A SUA COLABORAÇÃO!

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90

ANEXO C. QUESTIONÁRIO QUALITATIVO REALIZADOS A OPINION

LEADERS

Gostávamos de solicitar a sua colaboração num estudo a realiza no âmbito do projeto INOVA ALGARVE 2020, promovido pelo NERA e pela AMAL. Neste estudo pretendemos compreender quais podem como devem ser promovidas dinâmicas de cooperação e inovação nas PME da região, especialmente as enquadradas nos domínios da RIS3 Algarve. Salientamos ainda que a sua participação é voluntária e confidencial, sendo os dados analisados na globalidade das empresas da região, isto é, não serão em momento algum identificadas empresas em particular e as respetivas respostas.

AGRADECEMOS A SUA PARTICIPAÇÃO E SOLICITAMOS QUE RESPONDA ÀS QUESTÕES EM BAIXO, DIGITADO A SUA RESPOSTA NOS CAMPOS CRIADOS EM BRANCO.

Designação Social / Nome *

Email*

Localidade Código postal

Setor de atividade RIS3 Turismo

Mar

Agroalimentar

Energias Renováveis

TIC

Saúde e Bem Estar

Não se aplica

QUAIS OS CRITÉRIOS QUE CONSIDERA MAIS RELEVANTES SE PODER CLASSIFICAR UMA EMPRESA COMO INOVADORA?

POR OUTRO LADO, QUAIS ACREDITA SEREM OS PRINCIPAIS ENTRAVES À INOVAÇÃO EMPRESARIAL?

NA SUA OPINIÃO, COMO PODEMOS ESTIMULAR AS EMPRESAS A SEREM MAIS INOVADORAS?

COMO AVALIA DO PONTO DE VISTA DA INOVAÇÃO DAS EMPRESAS SEDIADAS NO ALGARVE?

QUAIS ACREDITA SEREM AS MAIORES DEBILIDADES DO TECIDO EMPRESARIAL ALGARVIO NO QUE DIZ RESPEITO À INCORPORAÇÃO DE INOVAÇÃO NA SUA ATIVIDADE?

DA MESMA FORMA QUAIS AS PRINCIPAIS FORÇAS DAS EMPRESAS ALGARVIAS NO QUE DIZ RESPEITO ÀS DINÂMICAS DE INOVAÇÃO?

SE PENSARMOS NA CONJUNTURA POLÍTIA, SOCIAL E ECONÓMICA DO PAÍS E EM ESPECIAL DA REGIÃO, PERSPETIVA ALGUMAS OPORTUNIDADES OU AMEAÇAS EM ESPECÍFICO PARA AS EMPRESAS SEDIADAS NO ALGARVE? QUAIS?

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91

POR FIM, INDIQUE POR FAVOR EM QUE MEDIDA CONSIDERA CADA UM DOS SEGUINTES FATORES DETERMINANTES PARA A PROSECUÇÃO DE ATIVIDADES DE INOVAÇÃO POR PARTE DAS EMPRESAS. ASSINALE A SUA RESPOSTA COM QUALQUER COR DA SUA PREFERÊNCIA.

Dificulta as atividades de inovação

Facilita as atividades de inovação

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

DINAMISMO DO SETOR DE ATIVIDADE

DISPONIBILIDADE NO MERCADO DE PESSOAL QUALIFICADO

DISPONIBILIDADE NO MERCADO DE TECNOLOGIA ADEQUADA

RECETIVIDADE DO MERCADO A NOVOS PRODUTOS / SERVIÇOS

EXISTÊNCIA NO MERCADO DE INFRAESTRUTURAS DE APOIO ÀS ATIVIDADES DE INOVAÇÃO

DISPONIBILIDADE DE PARCEIROS PARA ESTABELECER ACORDOS PARA COOPERAÇÃO EM ATIVIDADES DE INOVAÇÃO

FACILIDADE DO PROCESSO DE REGISTO DE PATENTES E MODELOS DE UTILIZAÇÃO

LEGISLAÇÃO, REGULAMENTOS E TRIBUTAÇÃO DA ATIVIDADE FAVORÁVEIS À INOVAÇÃO

DISPONIBILIDADE DE INFORMAÇÃO SOBRE OS APOIOS EXISTENTES À INOVAÇÃO

DISPONIBILIDADE DE FINANCIAMENTO ATRAVÉS DO SISTEMA FINANCEIRO (BANCOS, CAPITAIS DE RISCO, ETC.)

DISPONIBILIDADE DE FINANCIAMENTO ATRAVÉS DO SISTEMA FINANCEIRO CRESCALGARVE2020

DISPONIBILIDADE DE FINANCIAMENTO ATRAVÉS DE OUTRAS FONTES PÚBLICAS, NACIONAIS OU EUROPEIAS (FUNDOS COMUNITÁRIOS)

RECETIVIDADE DOS ORGANISMOS DE GESTÃO DOS FUNDOS COMUNITÁRIOS AOS PROJETOS DE INOVAÇÃO

ATRATIVIDADE DAS TAXAS DO FINANCIAMENTO COMUNITÁRIOS E DOS LIMITES MÍNIMOS DE INVESTIMENTO PARA O DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS DE INOVAÇÃO

DISPONIBILIDADE DE RECURSOS HUMANOS INTERNOS PARA DESENVOLVER E IMPLEMENTAR ATIVIDADES OU PROCESSOS DE INOVAÇÃO

DISPONIBILIDADE DE INFRAESTRUTURAS E EQUIPAMENTOS INTERNOS PARA DESENVOLVER E IMPLEMENTAR ATIVIDADES OU PROCESSOS DE INOVAÇÃO

CAPACIDADE DE AUTOFINANCIAMENTO - DISPONBILIDADE DE RECURSOS FINANCEIROS INTERNOS PARA DESENVOLVER E IMPLEMENTAR ATIVIDADES OU PROCESSOS DE INOVAÇÃO ENVOLVIMENTO E MOTIVAÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS INTERNOS PARA AS ATIVIDADES DE INOVAÇÃO ENVOLVIMENTO E MOTIVAÇÃO DA GESTÃO DE TOPO PARA AS ATIVIDADES DE INOVAÇÃO

CONHECIMENTO DAS TENDÊNCIAS DO MERCADO E DO SETOR

CAPACIDADE DE ASSUMIR RISCOS FACE ÀS INCERTEZAS DO MERCADO

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL INTERNA FLEXÍVEL PREOCUPAÇÃO INTERNA EM RECRUTAR NOVOS RECURSOS HUMANOS OU RECOLHER IDEIAS QUE POTENCIEM ATIVIDADES DE INOVAÇÃO CONSIDERA QUE EXISTEM OUTROS FATORES RELEVANTES? QUAIS? ANOTE POR FAVOR

Gostaria de fazer algum comentário final?

AGRADECEMOS A SUA COLABORAÇÃO!

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92

ANEXO D. DADOS DE APOIO À CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA DE

EMPRESAS

Gráfico B1. Data de Constituição por Setor de Atividade

Fonte: Elaboração própria

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93

ANEXO E. DADOS DE APOIO AO PONTO 4. DESEMPENHO INOVADOR DAS PME DO ALGARVE

Tabela C1. Médias Avaliação Ambiente e Cultura Organizacional | Componente 1 Perfil Interno

N

Desvio Padrão

Média total Médias por Setor

Turismo Mar Agroalimentar TIC e Ind. Cult. e Criativas Energias Renováveis Saúde, bem-estar e c. vida

A missão da entidade promove a criatividade, experimentação, empreendedorismo e/ou inovação contínua e a abertura e mercados externos

132 ,956 3,73 3,58 3,83 3,30 4,26 3,71 3,58

A cultura organizacional estimula o desenvolvimento de projetos inovadores, assumindo riscos, aceitando e integrando os fracassos

132 ,964 3,73 3,42 3,92 3,48 4,17 3,80 3,83

A gestão de topo está envolvida diretamente nas atividades de inovação

129 ,868 4,22 4,19 4,42 3,82 4,53 4,13 4,17

A visão da organização tem um caráter inovador e internacional (de mercado global)

130 1,199 3,79 3,73 4,31 3,32 4,17 3,79 3,33

A entidade adota modelos organizacionais flexíveis de forma a facilitar os processos de gestão de mudança e da inovação

130 ,822 3,77 3,81 4,08 3,18 4,17 3,60 3,50

O ambiente organizacional é propício à criatividade, ao intercâmbio de ideias e à inovação, existindo uma real abertura para a expressão e integração de diferentes perspetivas

125 ,875 4,02 4,08 4,31 3,37 4,34 3,86 4,00

A organização procura posicionar-se de forma pioneira no mercado, através do desenvolvimento de novos produtos ou serviços que sejam de alguma forma disruptivos face à oferta da concorrência

125 ,916 4,09 3,86 4,46 4,05 4,17 4,29 3,92

A entidade tem uma estratégia para a inovação devidamente estabelecida e comunicada pela equipa da organização para os próximos três anos.

125 1,039 3,39 3,03 3,92 3,21 3,69 3,57 3,25

A atividade de inovação está devidamente enquadrada na estratégia de marketing e promoção da organização

125 1,060 3,38 3,28 3,85 3,00 3,38 3,79 3,17

Escala 1 – Não cumpre; 5 – Cumpre com Excelência Fonte: Elaboração própria

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94

Tabela C2. Médias Avaliação Recursos Humanos Físicos, Tecnológicos e Financeiros | Componente 1 Perfil Interno

N

Desvio Padrão

Média total Médias por Setor

Turismo Mar Agroalimentar TIC e Ind. Cult. e Criativas Energias Renováveis Saúde, bem-estar e c. vida

A entidade possui quadros técnicos qualificados com conhecimentos especializados 125 1,004 4,01 3,75 4,23 3,58 4,28 4,29 4,17

A organização possui um núcleo/departamento/grupo de inovação e/ou de investigação e desenvolvimento, com objetivos específicos e mensuráveis

125 1,298 2,56 2,03 3,62 2,53 2,72 2,71 2,25

A entidade estimula a participação da equipa de inovação em eventos externos, com vista a aumentar as suas competências para os processos de inovação

125 1,198 3,34 3,25 3,77 2,84 3,52 3,57 3,08

A entidade desenvolve planos de formação orientados para a inovação

125 1,187 3,04 2,75 3,54 2,53 3,38 3,29 2,92

A entidade promove a criatividade, a capacidade de iniciativa e a apresentação de propostas inovadoras pelos seus colaboradores

125 ,993 3,74 3,64 4,15 3,26 4,07 3,64 3,58

A entidade possui equipamento técnico e tecnológico avançado para o desenvolvimento da sua atividade e para projetos de inovação

125 1,216 3,51 3,22 4,00 2,89 3,86 3,57 3,92

A entidade possui um sistema de informação e comunicação adequado para as atividades de inovação (TIC, rede WIF, Sistemas Could)

125 ,990 3,83 3,72 4,15 3,42 4,14 3,86 3,67

A entidade possui um plano de financiamento e de pelo menos 1 ano para as atividades de inovação 124 1,378 2,77 2,61 3,62 2,74 2,89 2,57 2,17

A entidade realizou um investimento em inovação no último ano: realização de atividades de I&D; aquisição externa de I&D; aquisição de maquinaria, equipamento e software; aquisição de conhecimentos externos; formação e atividades de mktg e outros procedimentos

124 1,122 3,76 3,39 4,00 3,79 3,96 4,00 3,67

Escala 1 – Não cumpre; 5 – Cumpre com Excelência Fonte: Elaboração própria

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95

Tabela C3. Médias Avaliação Competências para a Inovação | Componente 1 Perfil Interno

N

Desvio Padrão

Média total Médias por Setor

Turismo Mar Agroalimentar TIC e Ind. Cult. e Criativas Energias Renováveis Saúde, bem-estar e c. vida

A entidade possui uma política de recrutamento devidamente definida para as atividades de inovação e estabelece normalmente parcerias com universidades e centros de I&D

124 1,321 2,79 2,47 3,46 2,37 3,00 3,14 2,58

A entidade dispõe de um mecanismo de identificação de novas ideias na equipa

124 1,187 3,08 2,94 3,31 2,26 3,71 3,21 2,92

Os colaboradores participam no desenvolvimento do conceito de novos produtos ou atividades de inovação

123 1,023 3,66 3,51 4,15 3,00 4,14 3,50 3,58

A organização avalia de forma sistemática o seu modelo organizacional e relacional, tendo em conta os seus objetivos estratégicos

123 1,097 3,24 3,06 3,69 2,79 3,71 3,07 3,08

A entidade possui competências especializadas para a gestão de atividades de inovação

123 1,157 3,25 3,11 3,92 2,53 3,71 3,21 3,08

A entidade possui as competências técnicas e tecnológicas necessárias para desenvolver projetos de inovação e I&D

123 1,162 3,24 3,06 3,46 2,79 3,71 3,50 2,92

A entidade tem um sistema de gestão e análise do conhecimento gerado pelas atividades de inovação de I&D

123 1,058 2,79 2,54 3,08 2,63 3,21 2,71 2,50

A entidade detém as competências necessárias para identificar, analisar e adequar as tendências inovadoras do mercado ao seu produto/serviço

123 1,015 3,41 3,29 3,38 2,79 3,82 4,00 3,08

Escala 1 – Não cumpre; 5 – Cumpre com Excelência Fonte: Elaboração Própria

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96

Tabela C4. Médias Avaliação Relação com o Sistema Científico Tecnológico (SCT) e Agentes de Inovação | Componente 2

Relação com o Meio Envolvente para a Inovação

N

Desvio Padrão

Média total Médias por Setor

Turismo Mar Agroalimentar TIC e Ind. Cult. e Criativas Energias Renováveis Saúde, bem-estar e c. vida

A entidade participa em parcerias ativas com entidades do SCT e agentes de inovação

120 1,47 2,74

2,67 3,23 2,68 2,50 3,14 2,27

A entidade solicita aos agentes de inovação a apresentação de sugestões ou soluções técnicas para os seus produtos/serviços

118 1,34 2,79

2,85 3,00 2,53 2,61 3,08 2,64

A entidade tem em curso algum projeto de inovação com o SCT

119 1,47 2,33

2,24 2,92 2,47 2,07 2,62 2,09

Escala 1 – Não cumpre; 5 – Cumpre com Excelência Fonte: Elaboração própria

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97

Tabela C5. Médias Avaliação Relação Com o Meio Envolvente Próximo (Clientes, Fornecedores e Consultores) | Componente 2

Relação com o Meio Envolvente para a Inovação

N

Desvio Padrão

Média total Médias por Setor

Turismo Mar Agroalimentar TIC e Ind. Cult. e Criativas Energias Renováveis Saúde, bem-estar e c. vida

A entidade realiza o levantamento contínuo de novas necessidades e expectativas de clientes

121 1,10 3,69 3,88 3,77 3,16 4,11 3,47 3,36

A entidade desenvolve projetos em conjunto com clientes 121 1,21 3,39 2,94 3,77 2,95 4,21 3,33 2,91

Os clientes são chamados a participar e opinar na fase de teste a novos produtos e serviços

121 1,20 3,52 3,39 3,62 3,05 4,25 3,13 3,18

A entidade desenvolve ações de promoção e captação de novos segmentos de mercados

122 1,09 3,58 3,71 3,62 2,95 3,93 3,27 3,64

A entidade estimula o desenvolvimento de parcerias com os fornecedores, traduzidas em ações específicas de colaboração

122 1,01 3,50 3,74 3,38 2,95 3,71 3,47 3,18

A entidade consulta de forma regular os fornecedores para as atividades de inovação

122 1,07 3,23 3,35 3,00 2,84 3,54 3,27 2,82

A entidade desenvolve projetos de inovação em parceria com fornecedores

122 1,22 3,04 3,06 2,92 2,68 3,18 3,27 2,91

A entidade promove o networking com entidades externas 121 1,31 3,39 3,41 3,67 2,47 3,86 3,47 3,18

Escala 1 – Não cumpre; 5 – Cumpre com Excelência Fonte: Elaboração própria

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98

Tabela C6. Médias Avaliação Sistema Financeiro e de Financiamento para a Inovação | Componente 2 Relação com o Meio

Envolvente para a Inovação

N

Desvio Padrão

Média total Médias por Setor

Turismo Mar Agroalimentar TIC e Ind. Cult. e Criativas Energias Renováveis Saúde, bem-estar e c. vida

A entidade recorre ao sistema financeiro para desenvolver projetos de inovação

119 1,383 2,52 2,47 2,92 2,37 2,68 2,31 2,18

O sistema financeiro é recetivo a apoiar financeiramente os projetos de inovação

116 1,261 2,48 2,58 3,08 2,21 2,46 2,33 2,20

A entidade desenvolve projetos de inovação com financiamento público e/ou comunitário

119 1,463 2,39 2,24 2,83 2,21 2,32 2,92 2,00

Os organismos de gestão de fundos comunitários são recetivos aos projetos de inovação

114 1,301 2,91 2,69 3,82 2,47 3,14 3,08 2,44

Os pedidos de financiamento a fundos comunitários e nacionais obedecem a processos de candidatura simples e de fácil execução

115 1,253 2,21 1,85 2,64 2,06 2,50 2,62 2,00

As taxas e o financiamento dos fundos comunitários são atrativos para o desenvolvimento de projetos de inovação

116 1,147 2,82 2,85 3,25 2,50 2,71 3,00 2,90

Escala 1 – Não cumpre; 5 – Cumpre com Excelência Fonte: Elaboração própria

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99

Tabela C7. Médias Avaliação Fontes de Inovação e Informação | Componente 3 Desenvolvimento de Atividades de Inovação

N

Desvio Padrão

Média total Médias por Setor

Turismo Mar Agroalimentar TIC e Ind. Cult. e Criativas Energias Renováveis Saúde, bem-estar e c. vida

A entidade analisa de forma sistemática as tendências dos fornecedores, clientes e outros stakeholders para identificar oportunidades de inovação

3,49 120 1,077 3,45 3,62 2,74 4,07 3,47 3,27

A entidade possui mecanismos para a identificação de novas tecnologias existentes no mercado

3,33 120 1,125 3,09 3,46 2,84 3,89 3,47 3,09

A entidade organiza a informação recolhida para observação dos mercados numa base de dados específica para o efeito

2,85 120 1,142 2,76 3,38 2,42 2,96 2,80 2,82

A entidade recorreu as seguintes fontes de informação para as atividades de inovação: A - internas; B - mercado (clientes, forncedores, etc.) e C - informação institucionais (Universidades, laboratórios, etc.)

3,38 118 1,053 3,39 3,54 2,84 3,62 3,64 3,09

Escala 1 – Não cumpre; 5 – Cumpre com Excelência Fonte: Elaboração própria

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100

Tabela C8. Médias Avaliação Patentes e Métodos de Proteção | Componente 3 Desenvolvimento de Atividades de Inovação

N

Desvio Padrão

Média total Médias por Setor

Turismo Mar Agroalimentar TIC e Ind. Cult. e Criativas Energias Renováveis Saúde, bem-estar e c. vida

A entidade tem uma estratégia definida para a proteção e valorização do seu capital intelectual e dos resultados das atividades de inovação e I&D

2,80 118 1,202 2,70 3,38 2,47 3,04 3,00 2,00

A entidade possui "patentes", "modelos de utilidade" e/ou "desenhos ou modelos" em vigor

2,37 118 1,395 2,06 2,92 2,06 2,56 2,57 2,55

A entidade celebrou algum contrato de transferência de tecnologia ou adquiriu licenças de utilização de patentes e/ou transferência de tecnologia

2,00 118 1,352 1,76 2,69 1,78 2,07 2,21 1,82

Escala 1 – Não cumpre; 5 – Cumpre com Excelência Fonte: Elaboração própria

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101

Tabela C9. Médias Avaliação Resultados da Atividade de Inovação | Componente 4 Resultados das Atividades de Inovação

N

Desvio Padrão

Média total Médias por Setor

Turismo Mar Agroalimentar TIC e Ind. Cult. e Criativas Energias Renováveis Saúde, bem-estar e c. vida

A entidade introduziu no mercado, nos últimos 3 anos, novos produtos/serviços

117 1,307 3,74 3,59 4,00 3,16 4,22 3,43 4,00

A entidade desenvolveu novos produtos/serviços em parceria nos últimos 3 anos

117 1,402 3,39 3,16 4,00 3,21 3,67 2,86 3,50

A entidade recorre, de forma sistemática, a serviços de consultoria e assistência técnica, para a transferência de conhecimentos e de inovação

117 1,286 2,86 2,69 3,31 2,37 3,00 2,57 3,50

A entidade introduziu, nos últimos 3 anos, novos processos de produção e/ou organização

117 1,189 3,60 3,44 3,92 3,32 4,11 2,86 3,80

A entidade desenvolveu ou introduziu novos processos em parceria com outras empresas ou entidades do SCT, nos últimos 3 anos

117 1,414 2,75 2,69 3,31 2,63 2,67 2,43 2,90

A entidade reforça, de forma regular, as capacidades laboratoriais, excluindo os testes de qualidade dos produtos, protótipos e provas de conceito

114 1,371 2,54 2,26 3,38 2,06 2,78 2,64 2,22

A entidade adota princípios de ecoeficiência, de forma a promover uma utilização mais eficiente dos recursos

118 1,318 3,18 3,27 4,15 2,63 2,93 3,36 2,90

Escala 1 – Não cumpre; 5 – Cumpre com Excelência Fonte: Elaboração própria

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102

Tabela C10. Médias Avaliação Resultados da Atividade de Inovação | Componente 4 Resultados das Atividades de Inovação

(Continuação)

N

Desvio Padrão

Média total Médias por Setor

Turismo Mar Agroalimentar TIC e Ind. Cult. e Criativas Energias Renováveis Saúde, bem-estar e c. vida

A entidade realizou alterações significativas no modelo organizacional, nomeadamente através da introdução de novos métodos ou filosofias de organização do trabalho, nos últimos 3 anos

118 1,166 3,43 3,28 3,85 3,00 3,81 3,36 3,18

A entidade desenvolveu ou introduziu inovações ao nível organizacional em parceria com outras empresas ou entidades do SCT, nos últimos 3 anos

119 1,385 2,61 2,55 3,15 2,21 2,52 2,79 2,55

A entidade desenvolve ações de formação que permitem uma melhor eficácia dos processos de inovação

119 1,169 3,18 2,91 3,54 2,68 3,44 3,14 3,55

A entidade possui certificado de qualidade no âmbito do Sistema Português da Qualidade (SPQ) ou de outro sistema de certificação que seja relevante para a qualidade dos produtos, serviços ou processos de gestão

119 1,519 2,12 1,85 2,85 2,05 2,11 2,29 1,91

A entidade possui certificações de sistemas, serviços e produtos na área do ambiente, nomeadamente o Rótulo Ecológico e Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria (EMAS)

119 1,366 1,92 1,82 2,31 2,11 1,67 1,93 1,73

A entidade contratou recursos humanos altamente qualificados para a atividade de inovação nos últimos 3 anos

118 1,547 2,91 2,48 3,31 2,50 3,30 3,00 2,91

Escala 1 – Não cumpre; 5 – Cumpre com Excelência Fonte: Elaboração própria

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103

Tabela C11. Médias Avaliação Resultados da Atividade de Inovação | Componente 4 Resultados das Atividades de Inovação

(Continuação)

N

Desvio Padrão

Média total Médias por Setor

Turismo Mar Agroalimentar TIC e Ind. Cult. e Criativas Energias Renováveis Saúde, bem-estar e c. vida

A entidade realizou alterações significativas no design ou na embalagem de um bem ou serviço nos últimos 3 anos, excluindo as alterações periódicas e outras de natureza cíclica e sazonal

117 1,485 3,09 3,09 3,77 2,94 3,19 2,54 2,82

A entidade introduziu nos últimos 3 anos novos métodos de venda ou de distribuição ou melhorou significativamente os existentes

118 1,381 3,36 3,55 3,62 3,26 3,48 3,08 2,55

A entidade encontra-se presente na economia digital e tecnológica - "e business"

118 1,444 3,33 3,50 3,62 3,00 3,63 3,07 2,55

A entidade possui marcas registadas de produtos e de empresas

118 1,541 3,25 3,21 3,46 3,16 3,23 3,43 2,82

A entidade desenvolveu ou introduziu inovações ao nível do marketing em parceria com outras empresas ou entidades do SCT, nos últimos 3 anos

116 1,495 2,87 2,76 3,08 2,53 3,12 2,85 2,70

A entidade introduziu ou melhorou os sistemas de informação associados aos métodos de distribuição e logística

118 1,355 2,97 2,82 3,15 2,95 3,31 2,93 2,27

Escala 1 – Não cumpre; 5 – Cumpre com Excelência Fonte: Elaboração própria

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104

Tabela C12. Médias Avaliação Resultados Económicos e Financeiros | Componente 4 Resultados das Atividades de Inovação

N

Desvio Padrão

Média total Médias por Setor

Turismo Mar Agroalimentar TIC e Ind. Cult. e Criativas Energias Renováveis Saúde, bem-estar e c. vida

A atividade de inovação tem impacto positivo nos resultados económicos e financeiros da entidade

117 1,117 3,57 3,38 3,92 3,32 3,85 3,64 3,27

A introdução de novo(s) produto(s) / serviço(s) contribuiu de forma significativa para o volume de negócios (VN) no último ano

117 1,208 3,32 3,25 3,54 3,32 3,41 3,07 3,10

A entidade realiza de forma sistemática investimentos para as atividades de inovação

116 1,262 3,21 3,09 3,69 2,74 3,30 3,23 3,30

A entidade recebeu durante os últimos anos apoio financeiro público e/ou comunitário para realizar atividades de inovação

116 1,655 2,37 2,09 3,08 1,84 2,67 2,31 2,20

Escala 1 – Não cumpre; 5 – Cumpre com Excelência Fonte: Elaboração própria

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105

Tabela C13. Médias Avaliação Resultados de Mercado e Sociedade | Componente 4 Resultados das Atividades de Inovação

N

Desvio Padrão

Média total Médias por Setor

Turismo Mar Agroalimentar TIC e Ind. Cult. e Criativas Energias Renováveis Saúde, bem-estar e c. vida

A atividade de inovação possibilitou o aumento da quota de mercado da entidade

116 1,321 3,17 3,19 3,08 2,58 3,59 3,46 2,60

A atividade de inovação tem possibilitado alcançar novos nichos de mercado

115 1,094 3,55 3,35 3,62 3,37 3,81 3,54 3,50

A atividade de inovação tem gerado um impacto positivo na notoriedade e imagem da empresa no mercado

114 1,093 3,72 3,48 4,08 3,26 4,07 3,77 3,60

A atividade de inovação tem possibilitado a criação de emprego no setor de atividade

115 1,279 3,36 3,32 3,77 3,16 3,37 3,23 3,10

A atividade de inovação influenciou a forma de atuação do setor, gerando externalidades positivas

116 1,170 3,33 3,28 3,77 3,05 3,37 3,15 3,20

A atividade de inovação tem gerado mudanças disruptivas no respetivo setor de atividade

115 1,298 3,02 2,81 3,54 2,72 3,33 3,00 2,40

Escala 1 – Não cumpre; 5 – Cumpre com Excelência Fonte: Elaboração própria

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106

Tabela C14. Médias Avaliação Componentes Inovação

N

Desvio Padrão

Média total Médias por Setor

Turismo Mar Agroalimentar TIC e Ind. Cult. e Criativas Energias Renováveis Saúde, bem-estar e c. vida

COMPONENTE 1 - PERFIL INTERNO PARA A INOVAÇÃO 135 ,755 3,45 3,26 3,85 3,07 3,81 3,52 3,28

AMBIENTE E CULTURA ORGANIZACIONAL PARA A INOVAÇÃO

135 ,750 3,76 3,60 4,10 3,40 4,10 3,81 3,59

RECURSOS HUMANOS, FÍSICOS, TECNOLÓGICOS E FINANCEIROS

125 ,811 3,39 3,15 3,90 3,06 3,64 3,50 3,27

COMPETÊNCIAS PARA A INOVAÇÃO 124 ,882 3,19 3,03 3,56 2,64 3,63 3,29 2,97

COMPONENTE 2 - RELAÇÃO COM O MEIO ENVOLVENTE PARA A INOVAÇÃO

122 ,799 2,98 2,92 3,29 2,63 3,16 3,08 2,70

RELAÇÃO COM O SISTEMA CIENTÍFICO TECNOLÓGICO (SCT) E AGENTES DE INOVAÇÃO

120 1,278 2,62 2,59 3,05 2,56 2,39 2,96 2,33

RELAÇÃO COM O MEIO ENVOLVENTE PRÓXIMO (CLIENTES, FORNECEDORES E CONSULTORES)

122 ,854 3,42 3,43 3,46 2,88 3,85 3,33 3,15

SISTEMA FINANCEIRO E DE FINANCIAMENTO PARA A INOVAÇÃO

119 1,031 2,55 2,42 3,14 2,31 2,64 2,70 2,20

COMPONENTE 3 - DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES DE INOVAÇÃO

122 ,859 3,01 2,88 3,41 2,58 3,26 3,06 2,88

DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES DE INOVAÇÃO 122 ,927 3,14 3,05 3,55 2,71 3,41 3,05 3,03

FONTES DE INOVAÇÃO E INFORMAÇÃO 120 ,927 3,27 3,17 3,50 2,71 3,65 3,35 3,06

PATENTES E MÉTODOS DE PROTEÇÃO 118 1,112 2,40 2,17 3,00 2,14 2,56 2,60 2,13

COMPONENTE 4 - RESULTADOS DAS ATIVIDADES DE INOVAÇÃO

118 ,887 3,09 2,95 3,51 2,80 3,27 3,01 2,89

RESULTADO DA ATIVIDADE DE INOVAÇÃO 118 ,901 3,00 2,88 3,46 2,73 3,17 2,87 2,84

RESULTADOS ECONÓMICOS E FINANCEIROS 117 1,054 3,12 2,95 3,56 2,80 3,29 3,11 2,93

RESULTADOS DE MERCADO E SOCIEDADE 115 1,033 3,36 3,24 3,64 3,04 3,59 3,36 3,04

Escala 1 – Não cumpre; 5 – Cumpre com Excelência Fonte: Elaboração própria