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Física
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Estudo dos Gases
Gás ideal ou gás perfeito
No estudo do comportamento de um gás, consideramos o seguinte modelo:
• as moléculas do gás movimentam-se caoticamente;
• os choques entre as moléculas e contra as paredes do recipiente são
perfeitamente elásticos;
• as moléculas não exercem forças entre si, exceto quando colidem;
• as moléculas apresentam volume próprio desprezível em comparação com o
volume ocupado pelo gás.
O gás que obedece a este modelo é chamado gás perfeito ou gás ideal.
Um gás real submetido a altas temperaturas e baixas pressões apresenta um
comportamento que se aproxima ao de um gás ideal.
Variáveis de estado
São as grandezas que caracterizam o estado de uma dada massa de gás perfeito:
Volume (V): o volume de um gás perfeito é o volume do recipiente que o contém.
Unidades: m3, litro (L), cm3.
Relações: 1 m3 = 1000 L, 1 m3 = 106 cm3, 1 L = 1000 cm3.
Pressão (p): a pressão de um gás perfeito resulta do choque de suas moléculas
contra as paredes do recipiente que o contém. Sendo F a intensidade da força
resultante que as moléculas exercem numa parede de área A, a pressão p é a
grandeza escalar p = F/A.
Unidades: 1 pascal (Pa) = 1N/m2, atmosfera (atm); mmHg.
Relações: 1 atm = 105 Pa; 1 atm = 760 mmHg.
Temperatura (T): É a grandeza que mede o estado de agitação das moléculas do
gás. No estudo dos gases utiliza-se a temperatura absoluta kelvin (K).
Transformações particulares
a) Isobárica: pressão p constante
Variam durante a transformação: o volume V e a temperatura T.
• Lei de Charles e Gay-Lussac da transformação isobárica:
Numa transformação isobárica, de uma determinada massa gasosa, o volume V e a
temperatura T são diretamente proporcionais.
V = K.T ou V/T = K (constante)
• Mudança do estado V1, p e T1 para V2, p e T2
V1/T1 = V2/T2
Professor Daniel Rocha | Física para Vestibulares & ENEM | 51 - 81 666 750 |
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• Gráfico V x T
b) Isocórica: volume V constante.
Variam durante a transformação: a pressão p e a temperatura T.
• Lei de Charles e Gay-Lussac da transformação isocórica:
Numa transformação isocórica de uma determinada massa gasosa, a pressão p e a
temperatura T são diretamente proporcionais.
p = K.T ou p/T = K (constante)
• Mudança do estado V, p1 e T1 para V, p2 e T2
p1/T1 = p2/T2
• Gráfico p x T
c) Isotérmica: temperatura T constante
Variam durante a transformação: a pressão p e o volume V
• Lei de Boyle - Mariotte
Numa transformação isotérmica, de uma determinada massa gasosa, a pressão p e
o volume V são inversamente proporcionais.
p = K/V ou p.V = K (constante)
• Mudança do estado V1, p1 e T para V2, p2, T
p1.V1 = p2.V2
• Gráfico p x V (hipérbole equilátera)
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Equação de Clapeyron
Sejam p, V e T as variáveis de estado de um gás perfeito. O físico francês Paul-
Émile Clapeyron verificou que o quociente (p.V)/T é diretamente proporcional ao
número de mols (n) do gás.
Assim, podemos escrever: (p.V)/T = R.n, onde R é uma constante de
proporcionalidade, igual para todos os gases, denominada constante universal dos
gases perfeitos.
Desde modo, resulta:
Equação de Clapeyron
Sendo n = m/M, onde m é a massa do gás e M a massa molar, podemos escrever:
Valores de R
Os valores de R dependem do sistema de unidades utilizado. Temos:
R = 0,082 (atm.L)/(mol.K)
R ≅ 62,36 (mmHg.L)/(mol.K)
R ≅ 8,31 J/mol.K
R ≅ 2,0 cal/mol.K
Equação geral dos gases perfeitos
De p.V/T = R.n, observamos que para um dado número de mols n, ou seja, para
uma dada massa m de um gás perfeito, o produto R.n é constante e
portanto: p.V/T = constante. Concluímos, então, que se uma dada massa de gás
perfeito passa do estado p1. V1, T1 para o estado p2, V2, T2, podemos escrever:
Particularizando para as transformações já estudadas, temos:
a) Transformação isobárica: p1 = p2 => V1/T1 = V2/T2
b) Transformação isocórica: V1 = V2 => p1/T1 = p2/T2
c) Transformação isotérmica: T1 = T2 => p1.V1 = p2.V2 Exercício 9:
Um recipiente contém 6,0 mols de um gás perfeito, sob pressão de 4,0 atm e à
temperatura ambiente. A pressão externa é constante e igual a 1,0 atm. Um furo é
feito no recipiente e parte do gás escapa até que seja atingido o equilíbrio. Qual é o
número de mols do gás que permanece no recipiente?
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Exercícios Básicos
Exercício 1:
Um gás perfeito sofre uma transformação isobárica e seu volume varia de V1 para
V2 enquanto que sua temperatura varia de T1 para T2. Relacione as grandezas V1,
V2, T1 e T2.
Exercício 2:
Um gás perfeito sofre uma transformação isocórica e sua pressão varia de p1 para
p2 enquanto que sua temperatura varia de T1 para T2. Relacione as grandezas p1,
p2, T1 e T2.
Exercício 3:
Um gás perfeito sofre uma transformação isotérmica e sua pressão varia de p1 para
p2 enquanto que seu volume varia de V1 para V2. Relacione as grandezas p1, p2, V1
e V2.
Exercício 4:
O gráfico representa uma transformação AB sofrida por um gás perfeito.
a) Qual é o tipo de transformação que o gás está sofrendo?
b) Determine a temperatura TB.
Exercício 5:
O gráfico representa uma transformação AB sofrida por um gás perfeito.
a) Qual é o tipo de transformação que o gás está sofrendo?
b) Determine a pressão pB.
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Exercício 6:
O gráfico representa uma transformação AB sofrida por um gás perfeito.
a) Qual é o tipo de transformação que o gás está sofrendo?
b) Determine a pressão pA
Exercício 7:
Um gás perfeito sofre uma transformação cíclica ABCA, indicada no diagrama p x V.
Classifique o tipo de transformação sofrida pelo gás nas etapas:
a) A para B
b) B para C
c) C para A
Exercício 8:
Dez mols de um gás perfeito exercem a pressão de 1,0 atm, à temperatura de 0
ºC. Qual é o volume do recipiente que contém o gás?
É dada a constante universal dos gases perfeitos:
R = 0,082 (atm.L)/(mol.K)
Exercício 9:
Um recipiente contém 6,0 mols de um gás perfeito, sob pressão de 4,0 atm e à
temperatura ambiente. A pressão externa é constante e igual a 1,0 atm. Um furo é
feito no recipiente e parte do gás escapa até que seja atingido o equilíbrio. Qual é o
número de mols do gás que permanece no recipiente?
Exercício 10:
Certa massa de gás perfeito ocupa um volume de 5,0 L, sob pressão de 2,0 atm e à
temperatura de 300 K. O gás sofre uma determinada transformação ocorrendo
mudanças em suas três variáveis de estado. Três estados finais são propostos:
I) 3,0 L; 5,0 atm; 500 K
II) 8.0 L; 2,5 atm; 600 K
III) 6,0 L; 4,0 atm; 450 K
Qual destes estados é possível?
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Exercício 11:
A pressão de uma determinada massa de gás perfeito, contida num cilindro provido
de êmbolo, triplica e seu volume se reduz à metade. Sejam T1 e T2 as temperaturas
inicial e final do gás, medidas em kelvin. Determine a relação T2/T1.
Exercício 12:
Determinada massa de um gás perfeito sofre a transformação AB indicada no
diagrama. Determine a temperatura T2.
Resolução dos Exercícios Básicos
Exercício 1: resolução
Sendo a transformação isobárica, de uma determinada massa gasosa, o volume V e
a temperatura T são diretamente proporcionais.
V = K.T ou V/T = K (constante). Portanto: V1/T1 = V2/T2
Exercício 2: resolução
Sendo a transformação isocórica, de uma determinada massa gasosa, a pressão p e
a temperatura T são diretamente proporcionais.
p = K.T ou p/T = K (constante). Portanto: p1/T1 = p2/T2
Exercício 3: resolução
Sendo a transformação isotérmica, de uma determinada massa gasosa, a pressão p
e o volume V são inversamente proporcionais.
p = K/V ou p.V = K (constante). Portanto: p1.V1 = p2.V2
Exercício 4: resolução
a) Do gráfico concluímos que o volume V e a temperatura T são diretamente
proporcionais. Logo, a transformação é isobárica,
b) VA/TA = VB/TB => 20/300 = 60/TB => TB = 900
Exercício 5: resolução
a) Do gráfico concluímos que a pressão p e a temperatura T são diretamente
proporcionais. Logo, a transformação é isocórica.
b) pA/TA = pB/TB => 1,5/300 = pB/800 => pB = 4 atm
Exercício 6: resolução
a) Do gráfico concluímos que a pressão p e a temperatura T são inversamente
proporcionais. Logo, a transformação é isotérmica
b) pA.VA = pB.VB => pA.200 = 1,0.600 => pA = 3,0 atm
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Exercício 7: resolução
a) A -> B: pressão constante -> isobárica
b) B -> C: volume constante -> isocórica
c) C -> A: temperatura constante -> isotérmica
Exercício 8: resolução
p.V = n.R.T => 1,0.V = 10.0,082.273 => V ≅ 224 L
Exercício 9: resolução
O gás contido no recipiente escapa até que sua pressão se torne igual à pressão
externa (1,0 atm).
Inicialmente, temos:
p.V = n.R.T => 4,0.V = 6,0.R.T (1)
Após atingir o equilíbrio: p.V = n.R.T => 1,0.V = n.R.T (2)
(2) ÷ (1) : 1,0/4,0 = n/6,0 => n = 1,5 mol
Exercício 10: resolução
Vamos calcular o valor de p.V/T para os valores iniciais:
2,0 atm x 5,0 L/300 K = (1,0/30) atm.L/K
A seguir, calculamos para os três estados iniciais os valores de p.V/T:
I) 3,0 atm x 5,0 L/500 K = (3,0/100) atm.L/K
II) 2,5 atm x 8,0 L/600 K = (1,0/30) atm.L/K
III) 4,0 atm x 6,0 L/450 K = 4,0/75 atm.L/K
Portanto, só é possível o estado II)
Exercício 11: resolução
p1.V1/T1 = p2.V2/T2 => p1.V1/T1 = 3.p1.(V1/2)/T2 => T2/T1 = 1,5
Exercício 12: resolução
p1.V1/T1 = p2.V2/T2 => 6.1/300 = 8.2,5/T2 => T2 = 1000 K
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