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A VISÃO EMPRESARIAL NO CONTEXTO COMÉRCIO EXTERIOR: O CASO DO APL PANAMBI/CONDOR Edla Kuntz Enedina Maria Teixeira da Silva Resumo Nos últimos anos, o cenário internacional vem passando por importantes transformações em suas vertentes social e econômica. Com a crescente integração entre as nações, a inserção competitiva no mercado internacional torna-se fundamental para o desenvolvimento econômico. O APL em estudo está localizado em torno da cidades de Panambi e Condor/RS, caracterizadas por comunidades de origem predominantemente alemã e, secundariamente, portuguesa e italiana. Este trabalho procurou analisar a situação das empresas de micro, pequeno e médio porte, integrantes do APL (metal-mecânico) da Região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Panambi e Condor), quanto ao perfil e a preparação para atuação no mercado externo, bem como a sua importância estratégica na geração de emprego, renda e desenvolvimento regional. Os resultados obtidos indicam que as empresas integradas ao APL de Panambi e Condor/RS têm um crescimento promissor, com oportunidades potenciais de vendas para os mercados interno e externo. Porém, demonstrou a necessidade da organização do setor, por meio de sistema integrado de empresas (cooperativas, associações, consórcios), pois assim poderão concentrar esforços, diluir custos e ter maior oportunidade de concorrer, com vistas a obter maior capacidade de negociação e comercialização, principalmente no mercado externo. Palavras-Chave: competitividade, gestão empresarial e exportação. Administradora. [email protected] . Economista, professora do curso de ciências econômicas da Universidade de Cruz Alta. [email protected].

Estudos Setoriais Sessao5 1

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A VISO EMPRESARIAL NO CONTEXTO COMRCIO EXTERIOR:O CASO DO APL PANAMBI/CONDOR

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A VISO EMPRESARIAL NO CONTEXTO COMRCIO EXTERIOR:

O CASO DO APL PANAMBI/CONDOR Edla Kuntz(Enedina Maria Teixeira da Silva((ResumoNos ltimos anos, o cenrio internacional vem passando por importantes transformaes em suas vertentes social e econmica. Com a crescente integrao entre as naes, a insero competitiva no mercado internacional torna-se fundamental para o desenvolvimento econmico. O APL em estudo est localizado em torno da cidades de Panambi e Condor/RS, caracterizadas por comunidades de origem predominantemente alem e, secundariamente, portuguesa e italiana. Este trabalho procurou analisar a situao das empresas de micro, pequeno e mdio porte, integrantes do APL (metal-mecnico) da Regio Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Panambi e Condor), quanto ao perfil e a preparao para atuao no mercado externo, bem como a sua importncia estratgica na gerao de emprego, renda e desenvolvimento regional. Os resultados obtidos indicam que as empresas integradas ao APL de Panambi e Condor/RS tm um crescimento promissor, com oportunidades potenciais de vendas para os mercados interno e externo. Porm, demonstrou a necessidade da organizao do setor, por meio de sistema integrado de empresas (cooperativas, associaes, consrcios), pois assim podero concentrar esforos, diluir custos e ter maior oportunidade de concorrer, com vistas a obter maior capacidade de negociao e comercializao, principalmente no mercado externo.

Palavras-Chave: competitividade, gesto empresarial e exportao.

1. INTRODUO

Exportar pode ser um bom negcio para a empresa desde que os dirigentes se conscientizem da importncia de um planejamento e de uma poltica que levem em conta o conhecimento e o domnio das regras e usos do comrcio internacional. Caso contrrio, as vendas ao exterior podem resultar em prejuzos e numa pssima experincia para a empresa, com conseguinte reflexo negativo para o pas. (Comrcio Exterior, Informe BB, edio especial, pg. 09, 1998).A evoluo da globalizao econmica vem modificando a forma de concorrncia mundial, bem como os padres de competitividade nacional, sendo os municpios e as regies as unidades bsicas nacionais, e as empresas nelas instaladas o principal impulsionador do desenvolvimento socioeconmico.

Em funo do mercado atual, o acompanhamento do desempenho das exportaes no termina com a escolha do mercado comprador. Prossegue, ento, com a avaliao permanente para averiguar se os objetivos esto sendo alcanados, concentrando-se nas alteraes que podem afetar os lucros ou as vendas.

Este trabalho analisa a situao das empresas de micro, pequena e mdio porte, integrantes do APL (Arranjo Produtivo Local) da regio Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, instaladas nas cidades de Panambi e Condor, identificando o perfil, os gargalos e o grau de interesse por parte das empresas no contexto comrcio exterior, partindo do pressuposto de que, dadas as limitaes atualmente existentes implementao de polticas industriais de mbito nacional, o foco na ampliao das exportaes assume ainda maior relevncia como opo para polticas pblicas que visem a promoo de novos investimentos, crescimento econmico, aumento do emprego, exportaes e desenvolvimento tecnolgico, e tambm a avaliao das seguintes dimenses:

a) a competitividade no setor externo, buscando analisar seu grau de flexibilidade, a agilidade das suas funes na cadeia produtiva, sua qualidade e sua produtividade;

b) o entrelaamento entre as empresas e as instituies locais de suporte, tais como as Universidades;

c) a ao conjunta do Estado, empresrios e outros setores para aperfeioar o potencial da regio.

Portanto, o objetivo conhecer a viso dos empresrios exportadores do APL de Panambi e Condor/RS quanto ao comrcio com o exterior. Seus objetivos especficos so:

identificar o perfil das empresas exportadoras do APL de Panambi e Condor/RS,

identificar a preparao das empresas do APL Panambi e Condor/RS para atuao no comrcio exterior,

identificar a produo da capacidade instalada das empresas do APL Panambi e Condor/RS;

identificar o interesse das empresas do APL Panambi e Condor/RS em negociar com o exterior.

Tambm com o intuito de avaliar as possibilidades de insero das indstrias do APL no mercado internacional, procura-se identificar a viso das empresas do APL Panambi/Condor quanto s perspectivas do comrcio exterior.

O Plo Metal Mecnico, localizado no entorno da cidade de Panambi, caracterizado por comunidades de origem predominantemente alem e, secundariamente, portuguesa e italiana. A atividade desse setor nasceu da necessidade de os agricultores fazerem suas prprias ferramentas no cultivo da terra, dando surgimento as primeiras fundies e as primeiras metalrgicas instaladas na regio. A evoluo do setor encontrou terreno frtil, moldando o cenrio de uma regio fortemente vocacionada para a atividade metalrgica, com a produo de implementos agrcolas, material de transporte, autopeas e toda uma gama de produtos metalrgicos.

Os valores cultuados por imigrantes pioneiros, transmitidos atravs das geraes subseqentes, explicam em grande parte a marcante iniciativa empreendedora e vocao industrial que identificam a regio. A viso de negcios, a curiosidade, o arrojo e a ousadia traduzem a diversidade de empreendimentos.

Exportar, hoje, uma postura empresarial, uma alternativa de desenvolvimento e ganho de experincia que propicia uma dimenso global empresa, com isso a empresa ganha competitividade e estmulo para ser mais eficiente. O importante, para o empresrio que se lana no comrcio internacional, fazer um estudo voltado pesquisa, para determinar as perspectivas de venda de determinados produtos no mercado e a maneira de obter melhores resultados, permitindo, ainda, analisar os mercados que oferecem melhores perspectivas, as modificaes no produto para aumentar o nvel de aceitabilidade e o tempo necessrio para se alcanar o nvel ideal de vendas. A empresa deve oferecer o produto que o consumidor realmente deseja, e nem sempre o que ela quer vender.

O grande nmero de empresas (micro, pequenas e de mdio porte) integradas ao APL de Panambi abrange um segmento que tem se destacado na produo da economia gacha. V-se, ento, a possibilidade de expandir seu fluxo de exportaes, em cujo mercado as empresas de maior porte j atuam, possibilitando as de que menor porte, que ainda no participam, competir no mercado internacional com qualidade e produtividade, reduzindo o impacto dos concorrentes.

Pelas afirmaes anteriores, justifica-se o presente estudo, tendo em vista as oportunidades locais.

2. REVISO BIBLIOGRFICAA reviso bibliogrfica constitui-se como uma parte de grande importncia nos trabalhos cientficos, pois dela que se extrair toda a fundamentao terica deste trabalho.

2.1 Surgimento de uma Economia Mundial

Baseado em Gonalves, et al.(1998), as relaes econmicas entre povos distintos antecederam o estabelecimento de relaes polticas e culturais pacficas entre eles. Comrcio e saque, diplomacia e conquista no eram aes opostas, mas complementares. A transformao das relaes econmicas internacionais de uma atividade muito prxima ao conflito armado em uma atividade relativamente pacfica e ordenada por um sistema jurdico internacional, aceito tcita ou explicitamente por todos os pases, tem sido um processo lento e, ainda, inacabado.

De acordo com Guidolin (1991), as economias, via comrcio, reagem umas sobre as outras porque tudo que produzido cruza as fronteiras nacionais, inclusive o conhecimento de como se produzirem as coisas, ou seja, a tecnologia. Os recursos financeiros tambm seguem essas regras, a poupana de um pas investida em outro e muitas vezes vai gerar o consumo de bens produzidos no pas investidor. Tal transferncia iniciou-se pelos investimentos ingleses nos EUA e, posteriormente, para o Canad, Brasil, frica do Sul, etc. Logo a seguir os demais pases, como a Frana, Alemanha e outros iniciaram suas investidas nessa rea. Desde ento, at os dias atuais, com acentuada notoriedade nestas duas ltimas dcadas, a interdependncia tecnolgica, econmica e financeira mundial transformou o Mundo numa real Aldeia Global.

Os registros histricos nos ensinam que a civilizao egpcia desenvolveu-se a partir do IV milnio a. C., sendo, portanto, uma das mais antigas que se conhece. No Egito, segundo a Histria, seu comrcio interno era inexpressivo, no entanto, o comrcio internacional da Mesopotmia j era mais avanado. Possuam filiais no exterior a fim de ativarem as trocas e expedies para visitar pases estrangeiros (Guidolin, 1991,pg.21).

2.2 O Comrcio Internacional na Atualidade

Segundo Guidolin (1991), o conforto e a satisfao das necessidades dos povos transformou o comrcio internacional em algo de extrema importncia e, em certos casos, essencial. Mesmo pases que possuam recursos naturais abundantes, como o ferro, o carvo e outros, devido utilizao em to larga extenso, transformaram-se em importadores desses insumos. Um produto estrangeiro pode cotar preos inferiores porque o tipo e a qualidade dos bens e recursos que possui so mais adequados do que os recursos encontrados no pas importador. Atualmente, a aplicao e o desenvolvimento de novas tcnicas e matria-prima, manipulados por mo-de-obra eficiente, barata e abundante, em certos pases em desenvolvimento e subdesenvolvidos, esto transformando economias sofisticadas, como os EUA e Europa, em grandes mercados consumidores de bens e servios, supridos por pases como Brasil, Coria, Formosa, Hong Kong, Cingapura, e na parte financeira pelos chamados Parasos Fiscais.

[...]o mercado internacional caracteriza-se, hoje, pela formao de blocos econmicos que exercem em relao a seus parceiros comercial fora centrpeta, pois atraem negcios de maior vulto para o mercado ampliado, e fora centrfuga, pois podem afastar o ingresso de bens e servios atravs de barreiras protecionistas, alm de contribuir para o desvio de comrcio com terceiros pases (Figueiras, 1996, pg.15),.

De acordo com Maia (1999), a troca, nos dias atuais, ultrapassou as fronteiras, tornando-se o Comrcio Internacional como uma via de duas mos. Isso porque as vendas so representadas pelas exportaes e as compras pelas importaes.

Conforme Vazquez (1999), o comrcio exterior brasileiro, carente de uma poltica operacional e administrativa que parametrize e oriente sua evoluo e crescimento, tem sido um dos sustentadores da economia nesses anos de recesso, colaborando com eficcia para que o PIB voltasse a ter um crescimento positivo no ano de 1993.

2.3 Integrao Econmica

Segundo Racy (2006), outro fenmeno muito importante na atualidade, com relao aos negcios internacionais, o movimento de integrao econmica desenvolvido por diversos Estados por meio de organizaes internacionais, denominadas organizaes de integrao econmica.

Conforme Maia (1999), os pases da Amrica Latina lutavam pela criao de um organismo que ajudasse a desenvolver suas economias. Esbarravam com a oposio dos Estados Unidos, que argumentavam j existir para esse fim o Bird (Banco Internacional de Reconstruo e Desenvolvimento) e o FMI (Fundo Monetrio Internacional).

Entretanto, devido ao agravamento das economias dos pases latino-americanos, os Estados Unidos apresentaram um anteprojeto, criando um banco de desenvolvimento para as Amricas. Aprovado em 8 de abril de 1959, foi constitudo o BID (Banco Internacional de Desenvolvimento), com sede em Washington DC. O objetivo principal desse banco seria fomentar o crescimento das economias dos pases-membros. Para realizar esse propsito daria financiamento e tambm assistncia tcnica tanto no preparo como na execuo dos planos de desenvolvimento econmico.

2.4 A insero do Brasil no Mercado Internacional

De Acordo com Racy (2006), por meio do acar, do algodo, da borracha, do caf, etc., a gerao de renda da economia brasileira baseou-se exclusivamente na exportao de produtos agrcolas, at pelo menos 1930.

A necessidade de adotar um novo rumo na economia brasileira lanou as bases para o rompimento do Estado oligrquico e a necessidade de unificao das tomadas de decises no pas. A necessidade de uma Estada Nacional e a quebra do poder das oligarquias agrcolas formaram as fases econmicas para a Revoluo de 1930 que criou condies para o surgimento e a ascenso de novas classes econmicas e abriu caminho para um projeto de desenvolvimento baseado na industrializao.

As condies externas e internas na dcada de 1980 obrigaram o Brasil a rever sua poltica externa a partir da dcada de 1990, de forma a buscar uma nova insero no sistema internacional e na economia internacional, agora globalizada.

Sua reintegrao ao circuito econmico-financeiro internacional assumiu um carter irreversvel, tendo o pas de incorporar definitivamente a lgica do livre-mercado e da competio, isto , dos negcios nas suas relaes sociais. Isso implicou uma mudana de perspectiva em relao realidade que no mais diferenciava o interno do externo, fazendo tambm da internacionalizao uma palavra chave para conduo das relaes sociais brasileiras.

2.5 A estrutura institucional do Comrcio Exterior no Brasil

Conforme Banco do Brasil (1998), a estrutura divide-se em duas reas de atuao. A primeira integrada por rgos que tratam dos interesses brasileiros no exterior como:

Ministrio das Relaes Exteriores (MRE) atua no marketing externo, voltado promoo e divulgao de oportunidades comerciais no estrangeiro, em parceria com consulados, embaixadas e chancelarias; conta com o apoio de sua prpria rea interna, responsvel por Feiras e Eventos e Promoes Comercias; analisa as caractersticas do mercado estrangeiro e do intercmbio brasileiro, incentivando periodicamente a vinda de importadores estrangeiros ao Brasil.

Secretaria de Comrcio Exterior (SECEX) rgo do Ministrio da Indstria, do Comrcio e do Turismo (MICT): representa o Brasil em negociaes de acordos ou convnios internacionais, a cargo do Departamento de Negociaes Internacionais (DEINT); cuida das normas de aplicao dos mecanismos sobre dumping, subsdios, medidas compensatrias e salvaguardas, junto OMC e responde pelo monitoramento e defesa brasileira nos processos compensatrios movidos por pases estrangeiros contra exportadores nacionais, no mbito do seu Departamento de Defesa Comercial.

Secretaria de Assuntos Internacionais (SEIN) Entidade vinculada ao Ministrio da Fazenda: participa de negociaes de crditos brasileiros no exterior, de comrcio e investimento no mbito da OMC e de outros organismos internacionais e tratativas referentes ao MERCOSUL, ALADI e demais blocos econmicos; acompanha as negociaes econmicas e financeiras com o Governo e entidades internacionais.

Ainda de acordo com o Banco do Brasil (1998), a segunda rea de atuao refere-se aos assuntos gerenciais e reguladores de comrcio exterior no Brasil, que so conduzidos pelos seguintes rgos de competncia:

rgos Gestores

Secretaria de Comrcio Exterior (SECEX): vinculada ao Ministrio da Indstria, do Comrcio e do Turismo. Normatiza, supervisiona, orienta, planeja, controla e avalia as atividades comerciais do Brasil com outros pases, em observncia s polticas de comrcio exterior vigente.

Secretaria da Receita Federal (SRF): subordinada ao Ministrio da Fazenda. Fiscaliza as exportaes e as importaes de mercadorias e a correta utilizao dos incentivos fiscais concedidos pela legislao em vigor, bem como arrecada os direitos aduaneiros incidentes sobre a entrada e sada de mercadorias no Pas.

Banco Central do Brasil (BACEN): uma autarquia federal. Efetua o controle de capitais estrangeiros; mantm em depsito as reservas oficiais em ouro, em moeda estrangeira e em Direitos Especiais de Saque; autoriza as instituies financeiras a operar em cmbio e as fiscaliza; atua no mercado de cmbio, no sentido de manter a estabilidade relativa das taxas de cmbio e o equilbrio no balano de pagamentos; nas praas onde no houver unidade do Banco Central, delega ao Banco do Brasil o controle e fiscalizao das operaes cambiais.

De acordo com Vazquez (1999), com a nova poltica econmica e a abertura do comrcio internacional, o Governo Federal determinou o desenvolvimento de um sistema de informaes que integrasse as atividades dos principais rgo pblicos envolvidos com o Comrcio Exterior : Secex, Bacen e SRF, de modo a unificar o tratamento dado ao fluxo de informaes de importao e de exportao.

Assim, foi institudo o SISCOMEX ( Sistema Integrado de Comrcio Exterior), que representa uma nova sistemtica administrativa para o comrcio exterior brasileiro, mediante a integrao das atividades de vrias instituies governamentais, no que se refere orientao, ao acompanhamento e ao controle das diferentes etapas das operaes de importao e de exportao, inclusive cmbio.

2.6 A Competitividade das Empresas voltadas ao comrcio exterior

A competitividade da indstria e dos servios tornou-se uma das preocupaes centrais nos dias atuais, em que o foco a globalizao. Atingir uma fatia de mercado externo a premissa de algumas empresas, pois a competitividade est intrinsecamente associada capacidade da economia, de preservar, gerar ou minimizar a reduo de postos de trabalho. De acordo com Stevenson (2001), as empresas precisam ser competitivas para poderem vender seus bens e servios no mercado interno ou externo, a competitividade um fator importante para se determinar se uma empresa ir prosperar, se mal conseguir funcionar ou se ir falncia. As organizaes empresariais concorrem umas com as outras atravs de uma variedade de maneiras.

As principais maneiras de competir so pelo preo, qualidades, diferenciaes do produto ou servio e flexibilidades para executar certas atividades.

O fato de uma empresa ser hoje lder de mercado, ou ter credibilidade no exterior, no significa, necessariamente, que ela continuar sendo competitiva no futuro. Da mesma forma, uma empresa que no possui, hoje, um bom posicionamento no mercado, poder situar-se melhor futuramente se fizer uma leitura adequada do ambiente, corrigir rumos e tomar decises acertadas.

A competitividade um conceito dinmico. Para acompanhar o complexo processo concorrencial, as empresas devem ter um olho no passado, para no repetir erros e fortalecer acertos, e os ps firmes no presente, para poder se posicionar com segurana diante da instabilidade do mercado global, e ainda um olhar atento para o futuro, para promover os ajustes necessrios que as novas tecnologias oferecem e satisfazer as novas necessidades que o mundo globalizado exige.

2.7 Ameaas s Empresas no Comrcio Exterior

Para ingressar no amplo mercado internacional a empresa incorre em alguns riscos, obstculos a serem superados.

Os procedimentos burocrticos podero inviabilizar uma exportao, gerando gastos adicionais que influiro no custo final do produto.

Devem ser observadas as regulamentaes do comrcio exterior de cada pas, eventuais restries para certos pases e as normas que regulamentam a entrada de divisas.Desde Adam Smith a defesa do livre comrcio como mecanismo gerador de ganhos e bem-estar e de difuso do desenvolvimento econmico vem recebendo o apoio da maioria dos economistas. Entretanto, a viso contrria, isto , de que no h evidncias de que o livre comrcio acarrete necessariamente ganhos de bem-estar, vem sendo desde ento defendidas por um grupo minoritrio porm influente de economistas, em geral de pases em desenvolvimento, perifricos ao centro mais avanado de sua poca, tais como Hamilton, no sculo XVIII, List, no sculo XIX, e Prebich, no sculo XX. Mais recentemente, na discusso sobre poltica comercial estratgica, vrios economistas de pases centrais vm apresentando novos argumentos defendendo o uso de interveno estatal para corrigir falhas de mercado nas relaes econmicas internacionais e aumentar a capacidade de gerao de renda domstica, ou redistribuir domesticamente os ganhos do comrcio exterior (Gonalves, et al.1998 pg. 39).

A participao cada vez mais intensa dos pases em desenvolvimento no comrcio internacional provocou o agravamento das presses protecionistas nos pases desenvolvidos, com a proliferao das barreiras tarifrias (impostos de importao, por exemplo) e, sobretudo, das barreiras no-tarifrias (como as cotas de importao), que afetam sensivelmente as exportaes dos pases emergentes.

Como forma de protecionismo, a barreira tarifria menos combatida porque as regras esto bem definidas, em funo das alquota. Os problemas mais srios no campo das barreiras no-tarifrias so as prticas que descriminam o produto estrangeiro, controladas direta ou indiretamente pelo governo, e que tendem a restringir ou alterar o volume, a composio dos produtos e o destino do comrcio internacional (Informe BB, maio 1998, pg. 19).

De acordo com Freitas ( 1926), existem as restries nacionais as quais afetam os fluxos internacionais de renda e de capital e que assumem vrias formas. Basicamente so de duas formas:

As restries indiretas coexistem com os mecanismos de mercado e por meio deste se manifestam, seu objetivo apenas orientar a magnitude, a composio e a direo daqueles fluxos, como o caso das tarifas e dos subsdios at determinados limites.

As restries diretas chegam s vezes a suprimir completamente a funo reguladora do mercado, como so o comrcio estatal, o controle cambial, as restries quantitativas e o sistema de comrcio e pagamentos bilaterais (Freitas, 1926 pg. 16).Conforme Maia (1999), o conflito de legislao outra barreira, pois alguns pases no permitem a abertura de contas no exterior por seus cidados, enquanto outros no estabelecem nenhuma restrio para isso.

Maia (1999), ainda destaca a preocupao de alguns pases em proteger a produo nacional, cujos defensores do imposto nico admitem a necessidade de ser mantido o Imposto Aduaneiro.

Outra preocupao que o autor destaca a atual preocupao sadia de proteger a natureza.

Segundo Informe BB (maio 1998), imposies de barreiras alfandegrias, at a proibio pura e simples, so regulamentos de quase todos os pases. Alguns pases controlam os gastos em divisas para a importao de bens e servios. Todos os pases, no mundo globalizado, esto sujeitos a inviabilizar a manuteno ou exportao das vendas de acordo com suas questes econmico-financeiras, atentando ainda para as questes de restries de carter sanitrio, principalmente para gneros alimentcios, e observando as leis de proteo ao meio ambiente e de utilizao de conservantes.

2.8 Oportunidades s Empresas no Comrcio Exterior

Segundo Racy (2006), com relao ao tema costuma-se alegar, como benefcios da integrao econmica, maior eficincia na produo, pela especializao crescente dos agentes econmicos, segundo suas vantagens comparativas e competitivas; altos nveis de produo, pelo maior aproveitamento das economias de escala permitidas pela ampliao do mercado; melhor posio de barganha no plano internacional, em virtude das dimenses ampliadas da nova rea, resultando em melhores termos de intercmbio; mudanas positivas na eficincia econmica dos agentes, em virtude de maior concorrncia intra-setorial, e transformaes tanto na qualidade quanto na quantidade dos fatores de produo, por fora de avanos tecnolgicos.

De acordo com o autor acima citado, desde Adam Smith so evidenciadas as vantagens do comrcio mundial para o crescimento das economias e a obteno de um nvel mais elevado de bem-estar para a sociedade. importante salientar que o comrcio no se limita a transaes de bens tangveis, mo-de-obra, emprstimos internacionais e troca de ativos de risco, como aes e ttulos.

3. ANLISE E INTERPRETAO DOS DADOS DA PESQUISA

Os dados apresentados a seguir compem o resultado da pesquisa realizada nas empresas associadas ao APL de Panambi e Condor/RS. Para esta pesquisa foi aplicado um questionrio em 16 empresas, que representam o total de empresas exportadoras do setor Metal Mecnico de Panambi e Condor/RS.

Nesta pesquisa procurou-se estabelecer o perfil das empresas participantes do APL dos municpios de Panambi e Condor/RS, sua estrutura atual frente globalizao, suas exportaes e importaes e o devido conhecimento do contexto abordado.3.1 Perfil das empresas

Tabela 01 - Setor de atividade das empresas entrevistadas do setor Metal Mecnico XE "Tabela 01 - Setor de atividade das empresas entrevistadas do setor Metal Mecnico\:"

Em relao ao setor de atividade das empresas, 56% das empresas pesquisadas no responderam e 44% fazem parte do setor Metal Mecnico de Panambi e Condor.

Os motivos pelos quais 56% no responderam ao questionrio no foram investigados. No entanto, supe-se que algumas empresas no tenham conhecimento sobre o assunto abordado ou no tenham interesse pelo meio acadmico. Isso suscita uma reflexo:

Com a atual conjuntura de inovao tecnolgica e aperfeioamento, pergunta-se se as entidades formadas exclusivamente para dar suporte s empresas, tais como SEBRAE e o prprio Governo, no esto suprindo as necessidades das mesmas, ou as empresas no esto buscando tal suporte.

Hoje, num contexto globalizado e competitivo, com tantas questes de empreendedorismo, ainda existe falta de interesse das empresas pelo meio acadmico ou pelo assunto abordado.

Grfico 01 Setor de atividade das empresas entrevistadas do setor Metal Mecnico: XE "Grfico 01 Setor de atividade das empresas entrevistadas do setor Metal Mecnico\:" Freqncia%

No responderam956,25

At 19 func.318,75

De 20 a 99 func.212,50

De 100 a 499 func.16,25

Acima de 499 func.16,25

Total16100,00

Quadro 01 - Nmero de empregados das empresas pesquisadas: XE "Quadro 01 - Nmero de empregados das empresas pesquisadas\:" Em relao ao quadro de funcionrios das empresas pesquisadas, 9 no responderam, 3 tm at 19 funcionrios, e de acordo com a tabela do SEBRAE so enquadradas como Microempresas, 2 tm at 94 funcionrios e so enquadradas como de Pequeno Porte, 1 tm 120 funcionrios e enquadrada como Mdio Porte e 1 de Grande Porte com 2430 funcionrios, conforme a figura n.21.

Grfico 02 - Nmero de empregados das empresas pesquisadas. XE "Grfico 02 - Nmero de empregados das empresas pesquisadas." Porte Empregados

MicroempresaAt 19 empregados

Empresa de Pequeno PorteDe 20 a 99 empregados

Empresa de Mdio PorteDe 100 a 499 empregados

Empresa de Grande PorteMais de 499 empregados

Quadro 02 Porte das empresas conforme o nmero de empregados XE "Figura 21 Porte das empresas conforme o numero de empregados" Fonte: SEBRAE, 20073.2 Estrutura e contexto das empresas pesquisadasTabela 02 - Enquadramento das empresas pesquisadas no SIMPLES XE "Tabela 02 - Enquadramento no SIMPLES das empresas pesquisadas\:"

De acordo com a tabela n. 02, com relao ao enquadramento No Simples, 10 empresas no responderam, 4 no se enquadram e 2 se enquadram. A Lei no 9.317/96 que instituiu o Simples Federal, confere tratamento tributrio diferenciado, simplificado e favorecido s microempresas e empresas de pequeno porte quanto a impostos e contribuies. A legislao do Simples reduziu a carga tributria federal das micro e pequenas empresas e simplificou, substancialmente, a forma de recolhimento dos tributos, a declarao de ajuste anual e a escriturao fiscal das empresas enquadradas nesse sistema (SEBRAE, 2007).

Quadro 03 Produtos produzidos pelas empresas pesquisadas XE "Quadro 02 Produtos produzidos pelas empresas pesquisadas\:" As empresas pesquisadas produzem vrios itens voltados agroindstria, somente 1 se diversifica e atende os setores rodovirio e automobilstico. Dentre as que responderam, 5 empresas, alm de produtos prprios, prestam servios diversificados conforme a tabela 03.

Tabela 03 Percentual das empresas pesquisadas que so familiares XE "Tabela 04 - A empresa pesquisada familiar\:"

Verifica-se que dentre as empresas que responderam ao questionrio, a maioria empresa familiar. De acordo com Werner (2007), a empresa familiar caracteriza-se pela existncia de um fundador-empreendedor de talento nato que, ao reconhecer uma oportunidade, desenvolve e consolida uma atividade mercantil, conduz sua empresa com base em seus conhecimentos e experincias. Para se estabelecer, procura conhecer bem seus fornecedores e obter o respeito de seus clientes. Quando sua empresa cresce, ele escolhe seus colaboradores por meio de critrios subjetivos, valorizando muito aspectos como honestidade e lealdade. Freqentemente, os colaboradores so da prpria famlia. Apenas 1 empresa se destaca com sucesso, alcanou o enquadramento de empresa de Grande Porte e continua desenvolvendo-se com qualidade.Tabela 04 Responsabilidade pela administrao da empresa pesquisada XE "Tabela 05 - Quem administra a empresa"

Em relao administrao das empresas pesquisadas, destaca-se a administrao por um familiar. imprescindvel a identificao dos papis desempenhados pelo criador da empresa e pelos seus sucessores como possveis continuadores do processo empresarial familiar.

Em apenas uma empresa a administrao feita por um profissional contratado.

Tabela 05 Grau de instruo do administrador XE "Tabela 06 Grau de instruo do administrador\:"

Verifica-se que 25% das organizaes pesquisadas e que responderam ao questionrio so gerenciadas por pessoas que possuem curso tcnico; 12,5% possuem apenas o 2 grau e apenas 6,3% possuem formao superior, de acordo com as tabelas 06.

Tabela 06 - Posio no mercado interno das empresas pesquisadas XE "Tabela 08 - Posio no mercado interno das empresas pesquisadas\:"

Em relao posio no mercado interno das empresas pesquisadas, 9 no responderam, 7 responderam que atendem o mercado nacional. Tabela 07 Concorrncia nacional das empresas pesquisadas. XE "Tabela 09 Concorrncia nacional das empresas pesquisadas."

Quanto concorrncia, as empresas pesquisadas que responderam foram unnimes em responder que seus concorrentes so nacionais. Pergunta-se, neste contexto atual, globalizado, se possvel identificar seus concorrentes como sendo somente nacionais. Tabela 08 Concorrentes externos das empresas pesquisadas XE "Tabela 10 Concorrentes externos das empresas pesquisadas\:"

Considerando este resultado, 11 empresas no responderem e 5 responderem que no possuem concorrentes estrangeiros. Por isso fica evidente duas hipteses: ou as empresas desconhecem o assunto, ou esses concorrentes de fato no so importantes a ponto de afetarem seus negcios, o que, num enfoque globalizado, imposvel.Tabela 09 - Uso da capacidade instalada das empresas pesquisadas XE "Tabela 11 - Uso da capacidade instalada\:"

Das empresas pesquisadas, apenas 2 utilizam at 90% da capacidade instalada, 4 utilizam at 60% de sua capacidade instalada e 10 empresas no responderam, algumas empresas pesquisadas desconhecem o nmero exato de sua capacidade produtiva.

3.3 As empresas pesquisadas e a exportaoTabela 10 - A empresa exporta sua produo XE "Tabela 15 - A empresa exporta sua produo"

Com relao s exportaes das empresas pesquisadas, apenas 5 exportam, 3 no exportam e 8 no responderam, verificando-se um percentual baixo de exportaes. Apenas 31,3% das empresas pesquisadas exportam. Vale ressaltar que algumas empresas pesquisadas atualmente no exportam devido elevao da taxa de cmbio.

Tabela 11 Mtodo de exportao das empresas pesquisadas exportadoras XE "Tabela 16 Mtodo de exportao"

Quanto ao mtodo de exportao das empresas pesquisadas, individualmente, atravs de consrcio ou ainda outros meios, percebe-se uma divergncia em relao s respostas da tabela 15; 5 das empresas pesquisadas exportam, na tabela 16 responderam que exportam individualmente e uma se utiliza de outros meios, 10 no responderam. Questiona-se qual o nmero exato de empresas que exportam, se foi dada a devida ateno e seriedade pesquisa, ou se as empresas pesquisadas omitiram dados nas respostas.

Tabela 12 Outros mtodos de exportao das empresas pesquisadas XE "Tabela 17 Outros mtodos de exportao das empresas pesquisadas\:"

E em relao aos meios que utilizam para exportar, uma das empresas pesquisadas respondeu que utiliza outros meios, utilizando-se de empresas intermedirias para exportar sua produo.Tabela 13 Percentual de exportaes em relao produtividade das empresas pesquisadas

Com relao ao percentual de exportaes em relao produtividade, das empresas pesquisadas 10 no responderam, 1 empresa respondeu que no exporta e 5 responderam em percentuais as quantidades de suas exportaes. Percebe-se que apenas 5% de sua produo so destinadas ao comercio exterior.

Quadro 04 Objetivo das empresas com a exportao

De acordo com o quadro anterior, pode-se perceber que o objetivo das empresas pesquisadas em atingir o mercado externo est relacionado com o aumento das vendas, aumento do faturamento e maior margem de lucro pela iseno de impostos e outros benefcios que as empresas pesquisadas descrevem.

Quadro 05 - Em quanto as empresas que exportam poderiam aumentar sua exportao XE "Quadro 10 - Em quanto poderia aumentar sua exportao\:"

Em relao ao aumento de suas exportaes, 11 das empresas pesquisadas no responderam, e as que responderam se mostram confiantes em aumentar sua exportao, para algumas empresas existe a perspectiva de chegar ao aumento de at 100% em suas exportaes, e outra 500% de seu percentual atual de exportaes.

Quadro 06 - Condies para competir no mercado externo XE "Quadro 11 - Condies para competir no mercado externo\:"

Segundo as empresas pesquisadas, duas acreditam em suas reais condies de competir no mercado externo.

Tabela 14 - Participao de treinamento ou aperfeioamento de metodologia para exportao XE "Tabela 19 - Participao de treinamento ou aperfeioamento de metodologia para exportao\:"

Neste item percebe-se que a maioria das empresas pesquisadas que responderam ao questionrio tem pessoal qualificado para operar no mercado externo.

Tabela 15 Representante da empresa exportadora no exterior XE "Tabela 20 - A empresa possui representante no exterior\:"

Um fator muito importante para aumentar as exportaes ter um representante no exterior. Portanto, neste item, as empresas pesquisadas tero de melhorar muito, pois apenas 1 das empresas pesquisadas tem representante no exterior.

Quadro 07 Pases onde as empresas pesquisadas tm representao XE "Quadro 12 Pases onde as empresas pesquisadas tm representao\:"

Quanto representao no exterior, a empresa que respondeu possuir representante no exterior atinge somente dois pases vizinhos, Bolvia e Paraguai, com necessidade de expandir o nmero de representao em outros pases, j que a mesma tem objetivo de expandir suas exportaes.

Tabela 16 Participao das empresas em feiras no exterior XE "Tabela 21 - A empresa participa de alguma feira no exterior\:"

Para as empresas que tm interesse em prospectar-se ou mesmo expandir seu quadro exportador, fundamental que elas participem de feiras no exterior. Percebe-se pelo grfico 22 que ainda muito pequena a participao das empresas pesquisadas nesse tipo de evento. Recomenda-se reavaliao de suas estratgias para aumentarem suas exportaes, com possibilidade de competio nesse mercado to amplo.

Em relao s feiras, nenhuma empresa pesquisada respondeu se questiona sua participao ou ento as empresas no querem divulgar onde expem seus produtos. Tambm pode ocorrer falta de interesse por parte das empresas pesquisadas em responder a este questionrio, pelo fato de ser um trabalho acadmico ou at mesmo por falta de informao das empresas pesquisadas.

Freqncia

No responderam13

Paraguai2

Uruguai2

Argentina1

Havana1

Quadro 08 Pases onde as empresas pesquisadas participam de feiras XE "Quadro 13 Pases onde as empresas pesquisadas participam de feiras\:" Quanto aos pases em que as empresas pesquisadas participaram, obteve-se bom nmero de respostas. Destacam-se os pases vizinhos Paraguai e Uruguai como sendo os maiores parceiros comerciais dessas empresas. Grau de dificuldade

Desconhecimento do mercado internacional e de seus canais de comercializao01

Carncia de planos e estratgias comerciais02

Falta de contato com agentes e clientes no exterior06

Preos no competitivos03

Cumprimento de normas e requisitos tcnicos10

Inadequao da oferta aos requerimentos do mercado externo08

Custo de transporte04

Deficincia na etiquetagem, acondicionamento e embalagem dos produtos07

Reduzida participao em feiras e misses comerciais09

Dificuldade de acesso financiamento11

Falta apoio governamental05

Outros12

Quadro 09 Obstculos para a exportao XE "Quadro14 Obstculos para exportao\:" Os fatores de maior repercusso num processo de exportao foram relacionados e questionados em seu grau de relevncia. No quadro 14, encontram esses obstculos, sendo o fator com maior grau de relevncia o desconhecimento do mercado internacional e de seus canais de comercializao. O segundo fator foi o reconhecimento, por parte das empresas, das suas carncias de planos estratgicos comerciais. Seguem preos no competitivos, necessidade de representante no exterior, falta de pessoal qualificado para administrar e a questo de no se perceberem os concorrentes internacionais, que foram discutidos anteriormente, fatores estes que so essenciais para se alcanar preo versus produtividade e competitividade.

Freqncia%

Buscou capacitao para conhecer melhor as tcnicas de comrcio exterior637,5

Participou de eventos que lhe mostrassem o funcionamento do mercado exterior - misses comerciais, rodadas de negcios, feiras internacionais, etc.425

Contratou um profissional capacitado - interno ou terceirizado212,5

Conhecimento dos fatores que determinam a competitividade internacional212,5

No responderam212,5

Total16100

Quadro 10 Aes para melhorar as exportaes XE "Quadro 15 Aes para melhorar as exportaes\:"

Em relao s dificuldades relacionadas anteriormente, as empresas pesquisadas empregaram algumas aes para combater os entraves. Nesta questo apenas 2 empresas no responderam. A medida de maior impacto foi a busca de capacitao para conhecer melhor as tcnicas de comrcio exterior e em seguida a participao em eventos, misses, rodadas de negcios e feiras internacionais, demonstrando um grande passo para melhorias nas suas exportaes.

Quadro 11 Facilitadores para as exportaes XE "Quadro 16 Facilitadores para as exportaes\:"

Quando se questionaram as empresas pesquisadas sobre os facilitadores para exportao em meio a Fatores Externos ou Internos, percebeu-se que das 16 empresas pesquisadas, 11 no responderam, e as que responderam possuem pouco conhecimento do que so fatores externos ou fatores internos, havendo necessidade de desenvolver esses conceitos. De acordo com o quadro 17, sobre fatores internos, as dificuldades em responder no foram to elevadas, mas no se pode dizer que todas esto corretas.

Quadro 12 - Facilitadores internos para a exportao XE "Quadro 17 - Facilitadores internos para exportao\:"

Quadro 13 - Vantagem econmica para a empresa exportar XE "Quadro 18 - Vantagem econmica para a empresa exportar\:" Com relao s vantagens econmicas para as empresas exportarem, as empresas pesquisadas relatam de maneira diversificada: redues tributrias sobre produtos exportados foi o item mais relevante e 11 empresas no responderam.

Quadro 14 - Impacto positivo da exportao para a regio XE "Quadro 19 - Impacto positivo da exportao para a regio\:"

O impacto positivo para a regio que as empresas pesquisadas percebem com as exportaes se manifesta de maneira diversificada. O foco foi no aumento da produtividade, automaticamente aumentando a rentabilidade, a tecnologia, melhorando o conhecimento tcnico dos profissionais, elevando a arrecadao de impostos aos municpios e gerando crescimento para a regio.

Quadro 15 Impacto nas exportaes em decorrncia da queda da taxa de cmbio XE "Quadro 20 Impacto nas exportaes em decorrncia a queda da taxa de cmbio\:" Com relao queda da taxa de cmbio, as empresas pesquisadas se mostram parcialmente prejudicadas, mas conscientes da necessidade de permanecer no mercado conquistado, mesmo com a queda da rentabilidade.

Tabela 17 Porto utilizado pelas empresas pesquisadas para exportaes ou importaes XE "Tabela 24 Porto utilizado pelas empresas pesquisadas para exportaes ou importaes\:"

O mecanismo para escoamento das exportaes e importaes realizado basicamente pelo Porto de Rio Grande.

Quadro 16 Outros portos utilizados pelas empresas pesquisadas XE "Quadro 21 Outros portos utilizado pelas empresas pesquisadas\:"

Quanto aos mecanismos utilizados pelas empresas pesquisadas, destaca-se a diversidade de pontos de escoamento. Cumpre salientar que nenhuma das empresas pesquisadas utiliza os Correios.

Tabela 18 Posicionamento da empresa frente globalizao XE "Tabela 25 Posicionamento da empresa frente globalizao\:"

Quanto ao posicionamento das empresas pesquisadas frente globalizao, 6 empresas responderam, A maioria se sente segura, deixando claro que esse um segmento complexo, muito diversificado e competitivo.

Tabela 19 - Aproveitamento de incentivo Federal para exportaes XE "Tabela 26 - Aproveitamento de incentivo Federal para exportaes" :

Com relao ao aproveitamento de incentivo federal, estadual ou municipal para exportaes, das empresas pesquisadas 10 no responderam, 4 no se beneficiam de nenhum incentivo e apenas 2 beneficiam-se de algum tipo de incentivo. Portanto, questiona-se, ser que o governo no disponibiliza nenhum tipo de incentivo para as exportaes, ou as empresas pesquisadas no esto buscando esses recursos?

Quadro 17 Incentivos aproveitados pelas empresas pesquisadas XE "Quadro 22 Quais os tipos de incentivos utilizados pelas empresas pesquisadas\:"

Alm das vantagens normais publicas destaca-se a Lei Kandir, um novo recurso em termos de incentivo para as exportaes.

Lei Kandir

Lei Complementar 87, de 1996, alterada pelas leis complementares 92/97, 99/99, 102/00, 114/02, 115/02 e 120/05. A lei isenta do Imposto sobre Circulao de Mercadorias e Servios (ICMS), de competncia dos estados as mercadorias destinadas exportao e os servios prestados para pessoas fsicas ou jurdicas no exterior. Por ser esse tributo no-cumulativo, assegura-se ao contribuinte o direito de descontar do ICMS a pagar os valores pagos a ttulo de ICMS nas etapas anteriores da cadeia de produo. Com a Lei Kandir, o exportador ficou desobrigado de pagar ICMS e, conseqentemente, impossibilitado de descontar o ICMS embutido em seus produtos ou servios. Esses crditos passaram a ser cobrados do prprio estado.

Fonte: Cmara, (2007).

Tabela 20 - Apoio de algumas instituies no processo de exportao XE "Tabela 27 - Apoio de algumas instituies no processo de exportao\:"

Com relao ao apoio de instituies no processo de exportao, das empresas pesquisadas 9 no responderam, 4 no recebem e apenas 3 recebem esse recurso. Portanto, no existem empresas especializadas e preparadas para auxiliar no processo de exportao, chega-se a concluso que ou os servios so muito onerosos ou as empresas no confiam nas mesmas.

Quadro 18 Instituies de apoio ao processo de exportao

Atravs do quadro 18 percebe-se que o SEBRAE utilizado por apenas 2 empresas das pesquisadas, 12 empresas no responderam.

CONSIDERAES FINAIS

O presente trabalho estava focado, inicialmente, na viabilidade de implantao de uma ZPE (Zona de Processamento de Exportaes). Com o decorrer das pesquisas incluindo uma visita a ZPE de Rio Grande, constatou-se que as ZPEs no haviam sado do papel, mudando-se, ento, o foco para a implantao de uma EADI (Estao Aduaneira do Interior). Portanto no processo de pesquisa para a viabilidade de implantao de uma EADI, constatou-se a necessidade de uma pesquisa para primeiramente se obter um diagnstico da viso empresarial no contexto comrcio exterior.

Sendo assim, o presente estudo, demonstrou que as empresas integradas ao APL de Panambi e Condor/RS so caracterizadas como empresas familiares. De acordo com Werner (2007), as empresas familiares brasileiras estavam acostumadas a sobreviver e a crescer em um mercado protegido por barreiras alfandegrias, com uma inflao alta e de competitividade restrita concorrncia local. Porm, o novo cenrio econmico est obrigando essas empresas a uma redefinio de paradigmas. Para sobreviver, elas precisam se adequar nova realidade.O interesse por trabalhos acadmico, dos quais as empresas podero tirar muito proveito, bem como a aceitao desses trabalhos direcionandos aos interesses da organizao, seriam de grande ajuda nesse sentido. Na atual conjuntura global, no aceitvel que, das 16 empresas pesquisadas, 50% no tenham mostrado interesse pelo presente trabalho acadmico, considerando o fato de que o empresariado tem interesse na implantao de uma EADI.

Com esta pesquisa percebe-se que as empresas tm condies de competir no mercado externo pela sua capacidade de produo, necessitando apenas de planejamento adequado para corrigir e neutralizar a capacidade ociosa, percebida em algumas das empresas pesquisadas.

Cumpre citar o exemplo da empresa Bruning Tecnometal, que tem planejamento e controle da capacidade ociosa, com tecnologia avanada, pessoal qualificado, alcanando o mrito de Empresa de Grande Porte.

Os resultados obtidos com este estudo indicam que as empresas integradas ao APL de Panambi e Condor/RS apresentam um crescimento promissor, com oportunidades potenciais de vendas para os mercados interno e externo. necessrio, porm, que o setor se organize, por meio de sistema integrado de empresas (cooperativas, associaes, consrcios), pois assim podero concentrar esforos, diluir custos e ter maior oportunidade de concorrer, com vistas a obter maior capacidade de negociao e comercializao principalmente no mercado externo.

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Legenda

No responderam

Injeo e transformao de polmeros

Indstria

Injeo de peas plsticas

Metal-Mecnico

Indstria e Comrcio

Fabricao e montagem de sistema de termometria

Fabricao de peas e equipamentos para agroindstria

( Administradora. HYPERLINK "mailto:[email protected]" [email protected].

(( Economista, professora do curso de cincias econmicas da Universidade de Cruz Alta. HYPERLINK "mailto:[email protected]" [email protected].

_1268930223.xlsGrf1

56.25

18.75

12.5

6.25

6.25

%

Plan1

%

no responderam56.25

at 19 empregados18.75

de 20 a 99 empregados12.5

de 100 a 499 empregados6.25

acima de 499 empregados6.25

Plan1

0

0

0

0

0

%

Plan2

Plan3