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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS PROLICEN - EDUCAÇÃO FÍSICA MAURÍCIO EUGÊNIO DA SILVA NARRATIVA DA INTERVENÇÃO NA ESCOLA 2

ESUP II - Narrativa 2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS

PROLICEN - EDUCAÇÃO FÍSICA

MAURÍCIO EUGÊNIO DA SILVA

NARRATIVA DA INTERVENÇÃO NA ESCOLA 2

VITÓRIA

2012

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MAURÍCIO EUGÊNIO DA SILVA

NARRATIVA DA INTERVENÇÃO NA ESCOLA 2

Narrativa apresentada ao Curso de Educação

Física - EAD como parte da exigência da

disciplina Estágio Supervisionado em Educação

Física II.

VITÓRIA

2012

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO....................................................................................................................... 03

A TURMA............................................................................................................................... 04

AS AULAS.............................................................................................................................. 05

A AVALIAÇÃO...................................................................................................................... 10

CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................... 11

REFERÊNCIAS....................................................................................................................... 12

APÊNDICE – Fotografias da intervenção................................................................................13

ANEXO – Lista de alunos da turma de estágio........................................................................17

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NARRATIVA DA INTERVENÇÃO NA ESCOLA 2

Maurício Eugênio da SilvaAcademico de Educação Física - Prolicen

INTRODUÇÃO

Dando seguimento aos trabalhos da disciplina Estágio Supervisionado em Educação Física II,

apresentamos essa narrativa que se refere ao desenvolvimento das aulas ministradas nas

semanas 5, 6, 7 e 8. A intervenção se deu no 5º ano do Ensino Fundamental, turma 01, do

turno matutino, da Escola Municipal de Ensino Fundamental “Professora Benedita Monteiro”,

situada na cidade de Ecoporanga/ES.

A “aprendizagem dos fundamentos do basquetebol” foi o conteúdo desenvolvido para essa

intervenção e, conforme já foi dito na Narrativa I, esse tema foi escolhida por mim e acatado

pelo professor de Educação Física da turma. O conteúdo, que consta no Plano de Unidade

feito para a Oficina de Docência 3, foi trabalhado num conjunto de oito aulas.

Durante essa etapa do estágio, buscamos compreender, e, participar do contexto no qual o

professor está inserido em seu dia a dia, seja no processo ensino-aprendizagem dentro e fora

do espaço escolhido para a realização das aulas, como no planejamento coletivo ou em outras

reuniões pedagógicas.

A narrativa foi baseada nos planos de aula e nos registros diários. Nele buscamos trazer a tona

às dificuldades enfrentadas pelo professor em formação, que mesmo estando preparado no

que diz respeito ao conhecimento daquilo que se dispõe a ensinar, as estratégias a serem

utilizadas no exercício da docência, tem problemas para desempenhar o seu papel diante da

situação enfrentada no estágio.

Primeiramente, reapresentamos a turma onde aconteceram as aulas do estágio. Em seguida,

apresentamos como se deram o desdobramento dos conteúdos, estratégias, bem como, a

minha participação no desenvolvimento das aulas e a avaliação. E para finalizar, fizemos

algumas considerações sobre o processo de formação do professor de Educação Física através

do estágio.

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A TURMA

A intervenção aconteceu com os alunos do 5º Ano 01, do turno matutino, da EMEF

“Professora Benedita Monteiro”, que é a turma da Professora Cleidimar Dias Ferreira e que

tem o Leomar Martins Fernandes Dias como Professor de Educação Física. O 5º Ano 01 tem

26 (vinte e seis) alunos, sendo 14 (catorze) meninas e 12 (doze) meninos. Essa turma tem dois

alunos com deficiência. Uma é cadeirante (deficiente físico) e outro apresenta deficiência

mental (intelectual). (Figura 1)

Figura 1 - Turma 5º Ano 01, na sala e na quadra.

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AS AULAS

As aulas aconteceram duas vezes a cada semana, na quarta-feira e na quinta-feira, das 08 às

09 horas (segunda aula), antes do recreio. No inicio de cada aula, era formada uma roda com

todos sentados em círculo, onde eram apresentados os objetivos do dia e colhida impressões

da aula anterior. Em seguida, realizávamos o aquecimento por meio de atividades lúdicas

(jogos e brincadeiras) e a atividade principal do dia através de exercícios voltados para os

fundamentos do basquete. Encerradas as atividades, era formada uma roda onde o aluno

avaliava a aula bem como as atividades.

O conteúdo trabalhado no desenvolvimento das aulas foi “a aprendizagem dos fundamentos

do basquetebol”. Conteúdo esse, que consta no Plano de Unidade feito para a Oficina de

Docência 3 e, que foi ministrado num conjunto de oito aulas. Esse conteúdo está relacionado

ao tema esporte e, em particular, a uma modalidade coletiva com interação, que se trata do

basquetebol.

Segundo González e Bracht (2012), os esportes (coletivos) são uma parte de nossa cultura

corporal de movimento e a responsabilidade de passar às novas gerações esse conhecimento é

da Educação Física. O conhecimento abordado pela Educação Física é, conseqüentemente,

parte da cultura humana.

Ainda, de acordo com González e Bracht (2012), para que as pessoas possam exercer

plenamente a cidadania, é preciso que elas tenham acesso também a essa parcela da cultura,

que vem a ser a cultura corporal de movimento. Porém, esse acesso não deve ser apenas no

sentido de aprender a praticar os esportes, mas também de compreendê-los profundamente.

Os recursos usados nessas aulas foram quadra de esportes e bolas de basquetebol. As aulas

foram planejadas e organizadas incluindo todos os alunos pela abordagem crítico-

emancipatória (Kunz, 2004), priorizando situações pedagógicas que são desencadeadas a

partir do envolvimento dos educandos na busca de estratégias para solucionar os problemas

apresentados pelo professor.

Optamos pela abordagem crítico-emancipatória, porque percebemos que as questões

relacionadas à prática pedagógica do esporte na escola precisam ser repensadas e revistas, e

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nela encontramos suporte teórico metodológico para o desenvolvimento do esporte numa

concepção crítica, sendo este seu principal objetivo.

Sendo assim, as aulas de Educação Física devem ser planejadas e organizadas de acordo com

um encaminhamento metodológico que inclua todos os alunos, tornando-os sujeitos sociais

mais seguros de si. A Educação Física deve ser pensada de uma forma democrática, que de

ênfase à participação.

Praticamente todos os alunos demonstraram ter interesse pelas aulas. Um ou outro,

visivelmente, não se importavam com os acontecimentos em aula, independentes de quem

estivesse à frente, ou, do assunto que fosse tratado. Raramente a conversa era generalizada,

sendo necessário chamar atenção dos alunos.

Em relação ao comportamento e participação dos alunos, não houve diferença entre as aulas

ministradas pelo professor de Educação Física e as aulas ministradas por mim. Todos os

alunos já não mais me viam como estagiário, mas sim professor. Isso ficava quando eles

passaram a se dirigir a mim para sanar algumas dúvidas a respeito dos trabalhos que

estávamos propondo.

Houve momentos que vários alunos se mostraram atentos, interessados e participantes,

enquanto outros facilmente se dispersavam. Não houve uma aula se quer em que praticamente

não conseguisse a atenção de todos. Isso pode ser devido à forma de condução da aula e

mediação da informação, minha postura, o tom de voz. Não tive dificuldades para envolver

toda a turma. Na maioria das vezes, os alunos tiveram uma participação importante para o

andamento da aula, mas em compensação alguns alunos se sentiam acomodados, quando o

chamávamos a participarem dos exercícios.

A turma tem dois alunos especiais que não participaram totalmente das aulas, mas mesmo

assim, a mediação do conhecimento foi satisfatória. Talvez devido a experiência que temos no

exercício do magistério desde o ano de 1987, somada ao interesse de praticamente todos os

alunos no desenvolvimento das aulas e das atividades propostas.

Em suma, a construção do conhecimento é feita pelo professor e aluno. E, o papel do

professor é auxiliar os alunos nesta edificação, mas isso não pode ser feito sem a participação

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deles. Utilizar ferramentas que proporcionem aos alunos saírem da condição estática e

receptiva dos conteúdos transmitidos pelo professor, foi e será a nossa meta.

Atividades realizadas na Semana 5

Nesta semana os planos exploraram o conteúdo “Passe com ambas as mãos à altura do tórax

no basquetebol”. Os recursos utilizados foram quadra de esportes e bolas de basquete.

Nem todos os alunos estavam presentes nestas aulas. Estes, entretanto mantiveram-se atentos

e bastante participativos. A relação que se estabeleceu em quadra demonstrou confiança,

respeito mútuo e aprendizagem que superaram as minhas expectativas após pouco tempo de

contato com a turma.

Nesta quinta semana de aula me senti a vontade com a turma, a qual foi muito receptiva e

contribui bastante para que eu me sentisse dessa forma. Neste momento, ao conversar com os

alunos esqueci um pouco a ansiedade que sentia antes de buscá-los na sala para levar para a

quadra.

Senti que os alunos gostaram bastante dessas aulas, pois participaram bastante com perguntas

e curiosidades. Acredito que o fato de eu ter utilizado a brincadeira “pega-pega com passes”

como atividade de aquecimento e a forma dialógica como conduzi as aulas expliquem bem

este comportamento da turma.

Atividades realizadas na Semana 6

Nesta semana os planos exploraram o conteúdo “Passe picado com ambas as mãos no

basquetebol". Os recursos utilizados foram quadra de esportes e bolas de basquete.

O assunto foi introduzido buscando sempre uma ligação com o conhecimento prévio da

turma. Essa postura revela a preocupação em promover uma educação significativa aos

educandos presentes nas aulas.

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Os alunos mantiveram-se participativos e envolvidos com as aulas e os planos puderam ser

concluídos como planejado. Como nas aulas anteriores, manteve-se um clima ameno e

respeitoso entre professor/estagiário e alunos.

Em uma conversa após a aula procurei sondar o que os alunos estavam achando das aulas,

ocasião em que foi relatada a dificuldade que eles tiveram em realizar este fundamento do

basquete. Senti que esta dificuldade pode realmente existir, porém, percebi também que não

houve falta de empenho dos alunos em querer aprender, uma vez que nenhum deixou de fazer

as atividades.

Todavia, espera-se que essas dificuldades sejam sanadas pela execução das atividades nas

próximas aulas em que os alunos devem participar. A inclusão de um elemento novo em uma

atividade sempre apresenta alguma dificuldade, mas, passado o momento inicial, a atividade

aconteceu de forma bem interessante.

Atividades realizadas na Semana 7

Nesta semana os planos continuaram explorando o tema “Passe picado com ambas as mãos no

basquetebol". Os recursos utilizados foram quadra de esportes e bolas de basquete.

Nas aulas da sétima semana já existia certa cumplicidade, estávamos professor/estagiário e

alunos, mais a vontade. Chamando as crianças pelos seus nomes, as aulas fluíram com mais

naturalidade. E, quanto à dificuldade que eles tiveram em realizar este fundamento do

basquete, observado nas aulas da semana anterior, esta começou a desaparecer a medida que

os alunos iam realizando as atividades propostas.

É muito gratificante participar do processo de (trans) formação das crianças, ao mesmo tempo

em que ensinamos, aprendemos com elas. A cada experiência, percebemos que escolhemos

profissão certa.

Atividades realizadas na Semana 8

Nesta semana os planos exploraram o tema “Arremesso com uma das mãos no basquetebol".

Os recursos didáticos utilizados nestas aulas foram quadra da escola e bolas de basquetebol.

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Nestas aulas os alunos se mostraram bastante envolvidos e participativos, embora, muitas

vezes a conversa paralela entre grupos tenha dificultado um pouco o andamento da aula, já

que neste dia a sala tinha acabado de sair do laboratório de informática.

As atividades sobre arremesso, também foi outro fator a ser considerado, já que causou certa

dificuldade em boa parte da turma, pois este fundamento estava sendo introduzido nesta

semana. Neste momento foi necessário estabelecer os limites e os deveres/compromissos que

os alunos devem ter para o bom andamento da disciplina por meio de uma conversa com os

mesmos.

Este acontecimento veio para reforçar a postura de interesse da turma já verificada ao longo

das aulas. Pois, embora, os alunos tiveram esse lampejo de desconcentração, eles são

comportados, assistem às aulas participando com perguntas, acham interessantes as atividades

propostas e se preocupam em realizá-las.

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A AVALIAÇÃO

Segundo Luckesi (1995), o ato de avaliar implica na coleta, análise e síntese de dados que

configuram o objeto da avaliação acrescido de uma atribuição de valor ou qualidade, que se

processa a partir da comparação da configuração do objeto avaliado com um determinado

padrão de qualidade previamente estabelecido para aquele tipo de objeto. O valor ou

qualidade atribuído ao objeto conduzem a uma tomada de posição a seu valor ou contra ele.

Quanto à aplicação da avaliação, nas aulas dadas nessas quatro semanas, assim como nas

anteriores, se fez através da observação, onde analisamos se os alunos assimilaram o conteúdo

e se conseguiram vivenciar o mesmo dentro de cada atividade proposta, respeitando o nível de

aprendizado de cada um e por último, registrando tudo em um relatório.

Reafirmamos que o maior envolvimento destes alunos facilitou a tarefa de avaliá-los.

Claramente, no desenvolvimento das atividades não faltou empenho, prestar atenção nas aulas

e executar os exercícios propostos. No Ensino Fundamental I é visível que os alunos têm a

preocupação de se importarem com o seu aprendizado.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante todo o período de preparação e execução das aulas, foram momentos de grande

crescimento pessoal e profissional. A responsabilidade e a ansiedade em estar organizando as

aulas, preparando as atividades, sempre visando o entendimento e a satisfação dos alunos,

foram no mínimo, enriquecedoras.

Em cada encontro buscamos uma interação entre o saber e o fazer, de tudo que já sabíamos

em teoria e que em prática, nos proporcionou uma nova visão, um momento crucial sobre o

que nos espera, isto é, uma forma de refletirmos sobre o que realmente buscamos e

desejamos.

Ao realizar essa etapa do estágio e ter contato com todos os alunos, obtivermos uma noção de

realidade e do grau de dificuldade e responsabilidade que o docente, o pedagogo e todos os

envolvidos no processo ensino-aprendizagem carregam consigo. Trabalhar com esses alunos e

suas dificuldades, nos remete a um estado de análise e questionamentos, porém, sempre

ressaltando a interação e a integração gratificante que essas trocas de experiências nos

proporcionam.

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BIBLIOGRAFIA

COLETIVO DE AUTORES, Metodologia do ensino de Educação Física, São Paulo, Cortez, 1992. GONZÁLES, Fernando Jaime; BRACHT, Valter. Metodologia do ensino dos esportes coletivos. Vitória: UFES, Núcleo de Educação Aberta e a Distância, 2012.KUNZ, Elenor. Transformação didático-pedagógica do esporte. 6ª ed. Ijuí: Unijuí, 2004.LUCKESI. C. C. Avaliação da Aprendizagem. 2 ed. São Paulo: Cortez, 1995.NASCIMENTO, Ana Claudia Silverio et al. Estágio supervisionado 2. Vitória: UFES, Núcleo de Educação Aberta e a Distância, 2012.PIMENTA, S. G. O estágio na formação de professores: unidade teoria e prática?. São Paulo: Cortez, 1994

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APÊNDICE – Fotografias da intervenção

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ANEXO – Lista de alunos da turma de estágio