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REVISTA DO PROFESSOR ATUALIDADES 63 ETAPA 1 CONSUMO SUPERA A PRODUÇÃO DE GRÃOS Variação da produção, consumo e estoque de grãos, em milhões de toneladas, por ano 6 Produção Consumo Estoque PIB per capita 2003 Em US$ mil Menos que 5 5-10 10-15 15-20 Maior que 20 Sem dados Segundo a FAO, 36 países precisam de ajuda externa para dar de comer a sua população; 21 deles estão na África Subsaariana. Se o valor da ajuda alimentar ficar fixo ou crescer apenas segundo o aumento da população, a elevação no preço dos alimentos faz com que se compre menos comida. Assim, a escassez está se ampliando nos países dependentes de ajuda. INSEGURANÇA ALIMENTAR Países por PIB per capita (2003), com destaque para os que enfrentam crise alimentar, 2008 5 7 8 Nos últimos anos, desequilíbrios entre o consumo e a produção mundial de grãos são cada vez mais comuns, ameaçando o abastecimento mundial. Desde 1999, os estoques de grãos estão caindo. Os cereais – arroz, trigo, milho, soja, feijão – são a base da alimentação da população mundial. Até 2005, o consumo mundial de grãos cresceu principalmente na Ásia, resultando em menos desnutridos na região, como mostra a tabela da página anterior. Apesar desse aumento, os preços não variaram além do que já ocorria nos 30 anos anteriores. De lá para cá, porém, um fato novo ocorreu: o crescimento da demanda por etanol, especialmente o que é feito do milho, nos Estados Unidos. USO MUNDIAL DE GRÃOS PARA PRODUÇÃO DE ETANOL, EM 2007 Em milhões de toneladas CONSUMO DE GRÃOS NOS EUA PARA A FABRICAÇÃO DE ETANOL Em milhões de toneladas 0 10 20 30 40 50 60 2007 2005 2000 1995 1990 1985 1980 0 500 1.000 1.500 2.000 2.500 2007 2000 1990 1980 1970 1960 Nos anos 1980 e 1990, o abastecimento em períodos de quebras de safra foi garantido por estoques reguladores armazenados O aquecimento global e as seguidas secas atingiram em cheio as lavouras, além dos baixos preços, que acabaram desestimulando agricultores pobres, sem condições de concorrer com as modernas plantações do agronegócio Desde 2000, houve apenas um ano em que a produção de grãos superou o consumo. A falta de grãos para abastecer plenamente o mercado pressiona os preços para cima Em 1999, os grãos estocados abasteceriam o mundo por 115 dias. Em 2007, as reservas garantiam apenas 54 dias de consumo Lesoto Somália Iraque Afeganistão Coréia do Norte China Nepal Sri Lanka Tadjiquistão Timor-Leste Bolívia Equador Nicarágua Moldávia Haiti Mianmar Bangladesh Sudão Gana Países em crise de segurança alimentar Guiné Guiné- Bissau Etiópia Burundi Uganda Quênia Chade Rep. Dem. do Congo Rep. Centro-Afric. Congo Mauritânia Libéria Costa do Marfim Serra Leoa Suazilândia Zimbábue Eritréia Fontes:FAO e Banco Mundial 824 815 203 2.075 81 41 16 10 9 7 1 2.098 309 Fontes: FAO e Earth Policy Institute Fontes:Earth Policy Institute e International Grains Council Entre 2005 e 2007, o consumo mundial de grãos cresceu em 79 milhões de toneladas. Desse total, 40 milhões foram usados pelos EUA para fabricar etanol 81,0 Estados Unidos 13,9 Outros países O termo África Subsaariana designa os países situados ao sul do deserto do Saara. É a região mais pobre do globo o q k GUIA DO ESTUDANTE 26 ATUALIDADES VESTIBULAR 2009 27 POR QUE SOBE O PREÇO DOS CEREAIS A ETANOL E BIODIESEL PIB per capita 2003 Em US$ mil Menos que 5 5-10 10-15 15-20 Maior que 20 Sem dados Segundo a FAO, 36 países precisam de ajuda externa para dar de comer a sua população; 21 deles estão na África Subsaariana. Se o valor da ajuda alimentar ficar fixo ou crescer apenas segundo o aumento da população, a elevação no preço dos alimentos faz com que se compre menos comida. Assim, a escassez está se ampliando nos países dependentes de ajuda. INSEGURANÇA ALIMENTAR Países por PIB per capita (2003), com destaque para os que enfrentam crise alimentar, 2008 5 7 USO MUNDIAL DE GRÃOS PARA PRODUÇÃO DE ETANOL, EM 2007 Em milhões de toneladas Lesoto Somália Iraque Afeganistão Coréia do Norte China Nepal Sri Lanka Tadjiquistão Timor-Leste Bolívia Equador Nicarágua Moldávia Haiti Mianmar Bangladesh Sudão Gana Países em crise de segurança alimentar Guiné Guiné- Bissau Etiópia Burundi Uganda Quênia Chade Rep. Dem. do Congo Rep. Centro-Afric. Congo Mauritânia Libéria Costa do Marfim Serra Leoa Suazilândia Zimbábue Eritréia Fontes: FAO e Banco Mundial 13 9 O termo África Subsaariana designa os países situados ao sul do deserto do Saara. É a região mais pobre do globo k

ETANOL E BIODIESEL - Rede do Saber da... · Afeganistão Coréia do Norte China Nepal Sri Lanka Tadjiquistão Timor-Leste Bolívia Equador Nicarágua Moldávia ... 64 REVISTA DO PROFESSOR

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REVISTA DO PROFESSOR ATUALIDADES 63

ETAPA 1

CONSUMO SUPERA A PRODUÇÃO DE GRÃOSVariação da produção, consumo e estoque de grãos, em milhões de toneladas, por ano

6

Produção Consumo Estoque

PIB per capita 2003Em US$ mil

Menos que 55-1010-1515-20Maior que 20Sem dados

Segundo a FAO, 36 países precisam de ajuda externa para

dar de comer a sua população;21 deles estão na África

Subsaariana. Se o valor da ajuda alimentar ficar fixo ou crescer

apenas segundo o aumento da população, a elevação no preço

dos alimentos faz com que se compre menos comida. Assim, a escassez está se ampliando nos

países dependentes de ajuda.

INSEGURANÇA ALIMENTAR Países por PIB per capita (2003), com destaque para os que enfrentam crise alimentar, 2008

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Nos últimos anos, desequilíbrios entre o consumo e a produção mundial de grãos são cada vez mais comuns, ameaçando o abastecimento mundial. Desde 1999, os estoques de grãos estão caindo. Os cereais – arroz, trigo, milho, soja, feijão – são a base da alimentação da população mundial.

Até 2005, o consumo mundial de grãos cresceu principalmente na Ásia, resultando em menos desnutridos na região, como mostra a tabela da página anterior. Apesar desse aumento, os preços não variaram além do que já ocorria nos 30 anos anteriores. De lá para cá, porém, um fato novo ocorreu: o crescimentoda demanda por etanol, especialmente o queé feito do milho, nosEstados Unidos.USO MUNDIAL DE GRÃOS

PARA PRODUÇÃO DE ETANOL, EM 2007Em milhões de toneladas

CONSUMO DE GRÃOS NOS EUA PARA A FABRICAÇÃO DE ETANOLEm milhões de toneladas

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20072005200019951990198519800

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2.000

2.500

200720001990198019701960

Nos anos 1980 e 1990, o abastecimento em períodos

de quebras de safra foi garantido por estoques

reguladores armazenados

O aquecimento global e as seguidas secas atingiram em cheio as lavouras, além dos baixos preços, que acabaram desestimulando agricultores pobres, sem condições de concorrer com as modernas plantações do agronegócio

Desde 2000, houve apenas um ano em que a produção de grãos superou o consumo. A falta de grãos para abastecer plenamente o mercado pressiona os preços para cima

Em 1999, os grãos estocados abasteceriam o mundo por 115 dias. Em 2007, as reservas garantiam apenas 54 dias de consumo

Lesoto

Somália

Iraque Afeganistão

Coréia do Norte

China

Nepal

Sri Lanka

Tadjiquistão

Timor-Leste

Bolívia

Equador

Nicarágua

Moldávia

Haiti

Mianmar

Bangladesh

Sudão

Gana

Países em crise de segurança alimentar

Guiné Guiné-Bissau

Etiópia

BurundiUganda Quênia

Chade

Rep. Dem. do Congo

Rep. Centro-Afric.

Congo

Mauritânia

Libéria Costa do Marfim

Serra Leoa

Suazilândia

Zimbábue

Eritréia

Fontes: FAO e Banco Mundial

824

815

203

2.075

81

41

16

1097

1

2.098

309

Fontes: FAO e Earth Policy Institute Fontes: Earth Policy Institute e International Grains Council

Entre 2005 e 2007, o consumo mundial de grãos cresceu em

79 milhões de toneladas. Desse total, 40 milhões foram usados pelos EUA para fabricar etanol

81,0Estados Unidos

13,9Outrospaíses

O termo África Subsaariana designa os países situados ao sul do deserto do Saara. É a região mais pobre do globo

o

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GUIA DO ESTUDANTE26 ATUALIDADES VESTIBULAR 2009 27

POR QUE SOBE O PREÇO DOS CEREAIS

A

ETANOL E BIODIESEL

PIB per capita 2003Em US$ mil

Menos que 55-1010-1515-20Maior que 20Sem dados

Segundo a FAO, 36 países precisam de ajuda externa para

dar de comer a sua população;21 deles estão na África

Subsaariana. Se o valor da ajuda alimentar ficar fixo ou crescer

apenas segundo o aumento da população, a elevação no preço

dos alimentos faz com que se compre menos comida. Assim, a escassez está se ampliando nos

países dependentes de ajuda.

INSEGURANÇA ALIMENTAR Países por PIB per capita (2003), com destaque para os que enfrentam crise alimentar, 2008

5

7 USO MUNDIAL DE GRÃOS PARA PRODUÇÃO DE ETANOL, EM 2007Em milhões de toneladas

Lesoto

Somália

Iraque Afeganistão

Coréia do Norte

China

Nepal

Sri Lanka

Tadjiquistão

Timor-Leste

Bolívia

Equador

Nicarágua

Moldávia

Haiti

Mianmar

Bangladesh

Sudão

Gana

Países em crise de segurança alimentar

Guiné Guiné-Bissau

Etiópia

BurundiUganda Quênia

Chade

Rep. Dem. do Congo

Rep. Centro-Afric.

Congo

Mauritânia

Libéria Costa do Marfim

Serra Leoa

Suazilândia

Zimbábue

Eritréia

Fontes: FAO e Banco Mundial

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O termo África Subsaariana designa os países situados ao sul do deserto do Saara. É a região mais pobre do globo

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REVISTA DO PROFESSOR ATUALIDADES64

ETAPA 2

CONSUMO SUPERA A PRODUÇÃO DE GRÃOSVariação da produção, consumo e estoque de grãos, em milhões de toneladas, por ano

6

Produção Consumo Estoque

PIB per capita 2003Em US$ mil

Menos que 55-1010-1515-20Maior que 20Sem dados

Segundo a FAO, 36 países precisam de ajuda externa para

dar de comer a sua população;21 deles estão na África

Subsaariana. Se o valor da ajuda alimentar ficar fixo ou crescer

apenas segundo o aumento da população, a elevação no preço

dos alimentos faz com que se compre menos comida. Assim, a escassez está se ampliando nos

países dependentes de ajuda.

INSEGURANÇA ALIMENTAR Países por PIB per capita (2003), com destaque para os que enfrentam crise alimentar, 2008

5

7

8

Nos últimos anos, desequilíbrios entre o consumo e a produção mundial de grãos são cada vez mais comuns, ameaçando o abastecimento mundial. Desde 1999, os estoques de grãos estão caindo. Os cereais – arroz, trigo, milho, soja, feijão – são a base da alimentação da população mundial.

Até 2005, o consumo mundial de grãos cresceu principalmente na Ásia, resultando em menos desnutridos na região, como mostra a tabela da página anterior. Apesar desse aumento, os preços não variaram além do que já ocorria nos 30 anos anteriores. De lá para cá, porém, um fato novo ocorreu: o crescimentoda demanda por etanol, especialmente o queé feito do milho, nosEstados Unidos.USO MUNDIAL DE GRÃOS

PARA PRODUÇÃO DE ETANOL, EM 2007Em milhões de toneladas

CONSUMO DE GRÃOS NOS EUA PARA A FABRICAÇÃO DE ETANOLEm milhões de toneladas

0

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20072005200019951990198519800

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200720001990198019701960

Nos anos 1980 e 1990, o abastecimento em períodos

de quebras de safra foi garantido por estoques

reguladores armazenados

O aquecimento global e as seguidas secas atingiram em cheio as lavouras, além dos baixos preços, que acabaram desestimulando agricultores pobres, sem condições de concorrer com as modernas plantações do agronegócio

Desde 2000, houve apenas um ano em que a produção de grãos superou o consumo. A falta de grãos para abastecer plenamente o mercado pressiona os preços para cima

Em 1999, os grãos estocados abasteceriam o mundo por 115 dias. Em 2007, as reservas garantiam apenas 54 dias de consumo

Lesoto

Somália

Iraque Afeganistão

Coréia do Norte

China

Nepal

Sri Lanka

Tadjiquistão

Timor-Leste

Bolívia

Equador

Nicarágua

Moldávia

Haiti

Mianmar

Bangladesh

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Gana

Países em crise de segurança alimentar

Guiné Guiné-Bissau

Etiópia

BurundiUganda Quênia

Chade

Rep. Dem. do Congo

Rep. Centro-Afric.

Congo

Mauritânia

Libéria Costa do Marfim

Serra Leoa

Suazilândia

Zimbábue

Eritréia

Fontes: FAO e Banco Mundial

824

815

203

2.075

81

41

16

1097

1

2.098

309

Fontes: FAO e Earth Policy Institute Fontes: Earth Policy Institute e International Grains Council

Entre 2005 e 2007, o consumo mundial de grãos cresceu em

79 milhões de toneladas. Desse total, 40 milhões foram usados pelos EUA para fabricar etanol

81,0Estados Unidos

13,9Outrospaíses

O termo África Subsaariana designa os países situados ao sul do deserto do Saara. É a região mais pobre do globo

o

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GUIA DO ESTUDANTE26 ATUALIDADES VESTIBULAR 2009 27

POR QUE SOBE O PREÇO DOS CEREAIS

A

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CRESCE A PRODUÇÃO DE ETANOLMilhares de toneladas equivalentes de petróleo

Brasil e EUA concentram a produção de etanol. Os especialistas consideram que o

etanol de cana, feito no Brasil, não ameaça a produção de alimentos. Já o

etanol de milho exige que se desvie parte do cereal que iria para a mesa de milhões

de pessoas,nos EUA e no México, onde o milho é a base da alimentação popular.

OS GIGANTES DO ETANOLDistribuição da produção mundial de etanol – 20079

A EUROPA DOMINA O BIODIESELDistribuição da produção mundial de biodiesel, em 2006

10

A INFLUÊNCIA DO PETRÓLEO12

11

Para a ONG Oxfam, a política de biocombustíveis dos países ricos pouco tem a ver com questões ambientais ou de segurança alimentar, como alegam seus governos, mas, sim, com sua disputa por mercados. Como prova, a entidade cita as tarifas sobre o etanol do Brasil, cujo objetivo real é proteger as próprias produções.

A partir de 2005, os biocombustíveis feitos com grãos tornaram-se importantes para os países ricos. Lester Brown, fundador do Worldwatch Institute, prevê que daqui para a frente o preço da comida e o do petróleo estarão amarrados. Para ele, sempre que a cotação da comida for menor que a do combustível, os grãos e os recursos naturais seguirão para o setor energético.

50

100

150

200

250

Variação nominal da cotação do petróleo, em média, em dólar, e dos preços dos alimentos

Cotaç

ão do

petró

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20072006200520042003200220012000199919981997

BrasilEstados Unidos Outros países

Europa

China

Estados Unidos

Brasil

Fonte: BP Statistical Review

O milho é o ingrediente de 9,5 em cada 10 litros de etanol nos EUA

Dos 430 milhões de toneladas de cana moídas no Brasil em 2007, a metade virou álcool

França e Alemanha são os maiores produtores, usando basicamente beterraba e trigo

13%

12%75%União Européia

Estados Unidos

Outros países

Fonte: Banco Mundial

Fontes: Administração de Informações Energéticas dos EUA, BP Statistical Review, FAO e Earth Policy Institute

COMPARE OS ETANÓIS13

* Apenas em relação aos combustíveis fósseis, sem contar os efeitos pelas alterações no uso da terra

Etanol dos EUA Etanol do BrasilRedução nas emissões de gases do efeito estufa* 20% 90%Balanço energético médio 1,5 8Rendimento (litros por hectare) 3.100 6.500Custo (US$/litro) 0,56 0,42

Isso quer dizer que cada caloria gasta na produção rende 1,5 caloria de etanol de grãos e 8 calorias de etanol de cana

Preço nominal dos alimentos Cotação do petróleo em dólares

4%

3%

43%

Canadá2%

Outrospaíses

2%

Milho e trigo são as principais fontes do etanol chinês

46%

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200520001995199019851980197519701965 2008 (até jul.)

Repare nos vários períodos, entre 1974 e 2000, em que os preços do petróleo e da comida seguiram tendências diferentes. A partir de 2005, porém, a escalada nas cotações segue no mesmo ritmoPela primeira vez, a

indústria do etanol consumiu mais milho que a indústria alimentícia do amido nos EUA

A maior parte desse etanol, em diversos

países do mundo,é feita de grãos

Em 2000, o preço do petróleo dá um salto (veja gráfico na pág. ao lado) e a produção de álcool ganha um impulso. Em 2003 chegam os carros flex

11.95711.264

Biocombustível dominante na Europa, sua produção é o triplo da do etanol, e, como matéria-prima, usa-se óleo de canola

Óleo de soja é a principal fonte do biodiesel nos Estados Unidos

k

Compare este gráfico com o dos preços dos grupos de alimentos, na página 24. Repare como são diferentes as dinâmicas dos preços do açúcar e dos grãos (cereais). Enquanto os grãos subiram com os combustíveis, o açúcar se comporta de maneira mais livre.

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Fonte: Administração de Informações Energéticas dos EUA

GUIA DO ESTUDANTE28 ATUALIDADES VESTIBULAR 2009 29

ETANOL E BIODIESEL: HERÓISOU VILÕES?

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CONSUMO SUPERA A PRODUÇÃO DE GRÃOSVariação da produção, consumo e estoque de grãos, em milhões de toneladas, por ano

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Produção Consumo Estoque

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Nos anos 1980 e 1990, o abastecimento em períodos

de quebras de safra foi garantido por estoques

reguladores armazenados

O aquecimento global e as seguidas secas atingiram em cheio as lavouras, além dos baixos preços, que acabaram desestimulando agricultores pobres, sem condições de concorrer com as modernas plantações do agronegócio

Desde 2000, houve apenas um ano em que a produção de grãos superou o consumo. A falta de grãos para abastecer plenamente o mercado pressiona os preços para cima

Em 1999, os grãos estocados abasteceriam o mundo por 115 dias. Em 2007, as reservas garantiam apenas 54 dias de consumo

824

815

203

2.0752.098

309

Fontes: FAO e Earth Policy Institute

20072000199019801970

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especialmente o queé feito do milho, nosEstados Unidos.USO MUNDIAL DE GRÃOS

PARA PRODUÇÃO DE ETANOL, EM 2007Em milhões de toneladas

CONSUMO DE GRÃOS NOS EUA PARA A FABRICAÇÃO DE ETANOLEm milhões de toneladas

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2007200520001995199019851980

81

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Fontes: Earth Policy Institute e International Grains Council

Entre 2005 e 2007, o consumo mundial de grãos cresceu em

79 milhões de toneladas. Desse total, 40 milhões foram usados pelos EUA para fabricar etanol

81,0Estados Unidos

13,9Outrospaíses

Brasil e EUA concentram a produção de nol. Os especialistas consideram que o

etanol de cana, feito no Brasil, não ameaça a produção de alimentos. Já o nol de milho exige que se desvie parte

OS GIGANTES DO ETANOLDistribuição da produção mundial de etanol – 20079

Europa

China

Estados Unidos

Brasil

Fonte: BP Statistical Review

O milho é o ingrediente de 9,5 em cada 10 litros de etanol nos EUA

Dos 430 milhões de toneladas de cana moídas no

França e Alemanha são os maiores produtores, usando basicamente beterraba e trigo

4%

3%

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Canadá2%

Outrospaíses

2%

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oPara a ONG OPara a ONG Oxfam a políxfam, a política detica de biocombustívbiocombustíveis dos paíseis dos países ricoses ricos pouco tem a ver com questõesambientais ou de segurançaalimentar, como alegam seus governos, mas, sim, com sua disputa por mercados. Como prova, a entidade cita as tarifas sobre o etanol do Brasil, cujo objetivo real é proteger as próprias produções.

ARE OS ETANÓIS

relação aos combustíveis fósseis, sem contar os efeitos pelas alterações no uso da terra

Etanol dos EUA Etanol do Brasilnas emissões do efeito estufa* 20% 90%

ennerergégétticco médio 1,5 8nto (litros por hectare) 3.100 6.500

S$/litro) 0,56 0,42

Isso quer dizer que cada caloria gasta na produção rende 1,5 caloria deetanol de grãos e8 calorias deetanol de cana

ATUALIDADES VESTIBULAR 2009 29

rasil e EUA concentram a produção deol. Os especialistas consideram que o

etanol de cana, feito no Brasil, nãoameaça a produção de alimentos. Já onol de milho exige que se desvie parte

O milho é oingrediente de 9,5em cada 10 litros de etanol nos EUA

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CRESCE A PRODUÇÃO DE ETANOLMilhares de toneladas equivalentes de petróleo

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BrasilEstados Unidos Outros países

A maior parte desse etanol, em diversos

países do mundo,é feita de grãos

Em 2000, o preço do petróleo dá um salto (veja gráfico na pág. ao lado) e a produção de álcool ganha um impulso. Em 2003 chegam os carros flex

11.95711.264

Fonte: Administração de Informações Energéticas dos EUA

China

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Outros%2%2

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A EUROPA DOMINA O BIODIESELDistribuição da produção mundial de biodiesel, em 2006

10

13%

12%75%União Européia

Estados Unidos

Outros países

Fonte: Banco Mundial

Biocombustível dominante na Europa, sua produção é o triplo da do etanol, e, como matéria-prima, usa-se óleo de canola

Óleo de soja é a principal fonte do biodiesel nos Estados Unidos

REVISTA DO PROFESSOR ATUALIDADES 65

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CRESCE A PRODUÇÃO DE ETANOLMilhares de toneladas equivalentes de petróleo

Brasil e EUA concentram a produção de etanol. Os especialistas consideram que o

etanol de cana, feito no Brasil, não ameaça a produção de alimentos. Já o

etanol de milho exige que se desvie parte do cereal que iria para a mesa de milhões

de pessoas,nos EUA e no México, onde o milho é a base da alimentação popular.

OS GIGANTES DO ETANOLDistribuição da produção mundial de etanol – 20079

A EUROPA DOMINA O BIODIESELDistribuição da produção mundial de biodiesel, em 2006

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A INFLUÊNCIA DO PETRÓLEO12

11

Para a ONG Oxfam, a política de biocombustíveis dos países ricos pouco tem a ver com questões ambientais ou de segurança alimentar, como alegam seus governos, mas, sim, com sua disputa por mercados. Como prova, a entidade cita as tarifas sobre o etanol do Brasil, cujo objetivo real é proteger as próprias produções.

A partir de 2005, os biocombustíveis feitos com grãos tornaram-se importantes para os países ricos. Lester Brown, fundador do Worldwatch Institute, prevê que daqui para a frente o preço da comida e o do petróleo estarão amarrados. Para ele, sempre que a cotação da comida for menor que a do combustível, os grãos e os recursos naturais seguirão para o setor energético.

50

100

150

200

250

Variação nominal da cotação do petróleo, em média, em dólar, e dos preços dos alimentos

Cotaç

ão do

petró

leo, e

m dó

lares

Alim

ento

s (19

98-2

000

= 10

0)

2.750

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

20072006200520042003200220012000199919981997

BrasilEstados Unidos Outros países

Europa

China

Estados Unidos

Brasil

Fonte: BP Statistical Review

O milho é o ingrediente de 9,5 em cada 10 litros de etanol nos EUA

Dos 430 milhões de toneladas de cana moídas no Brasil em 2007, a metade virou álcool

França e Alemanha são os maiores produtores, usando basicamente beterraba e trigo

13%

12%75%União Européia

Estados Unidos

Outros países

Fonte: Banco Mundial

Fontes: Administração de Informações Energéticas dos EUA, BP Statistical Review, FAO e Earth Policy Institute

COMPARE OS ETANÓIS13

* Apenas em relação aos combustíveis fósseis, sem contar os efeitos pelas alterações no uso da terra

Etanol dos EUA Etanol do BrasilRedução nas emissões de gases do efeito estufa* 20% 90%Balanço energético médio 1,5 8Rendimento (litros por hectare) 3.100 6.500Custo (US$/litro) 0,56 0,42

Isso quer dizer que cada caloria gasta na produção rende 1,5 caloria de etanol de grãos e 8 calorias de etanol de cana

Preço nominal dos alimentos Cotação do petróleo em dólares

4%

3%

43%

Canadá2%

Outrospaíses

2%

Milho e trigo são as principais fontes do etanol chinês

46%

0

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200

200520001995199019851980197519701965 2008 (até jul.)

Repare nos vários períodos, entre 1974 e 2000, em que os preços do petróleo e da comida seguiram tendências diferentes. A partir de 2005, porém, a escalada nas cotações segue no mesmo ritmoPela primeira vez, a

indústria do etanol consumiu mais milho que a indústria alimentícia do amido nos EUA

A maior parte desse etanol, em diversos

países do mundo,é feita de grãos

Em 2000, o preço do petróleo dá um salto (veja gráfico na pág. ao lado) e a produção de álcool ganha um impulso. Em 2003 chegam os carros flex

11.95711.264

Biocombustível dominante na Europa, sua produção é o triplo da do etanol, e, como matéria-prima, usa-se óleo de canola

Óleo de soja é a principal fonte do biodiesel nos Estados Unidos

k

Compare este gráfico com o dos preços dos grupos de alimentos, na página 24. Repare como são diferentes as dinâmicas dos preços do açúcar e dos grãos (cereais). Enquanto os grãos subiram com os combustíveis, o açúcar se comporta de maneira mais livre.

o

Fonte: Administração de Informações Energéticas dos EUA

GUIA DO ESTUDANTE28 ATUALIDADES VESTIBULAR 2009 29

ETANOL E BIODIESEL: HERÓISOU VILÕES?

C

ETAPA 3

ETAPA 4

CRESCE A PRODUÇÃO DE ETANOLMilhares de toneladas equivalentes de petróleo

Brasil e EUA concentram a produção deetanol. Os especialistas consideram que o

etanol de cana, feito no Brasil, nãoameaça a produção de alimentos. Já o

etanol de milho exige que se desvie partedo cereal que iria para a mesa de milhões

de pessoas,nos EUA e no México, onde omilho é a base da alimentação popular.

11

2.750

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

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20072006200520042003200220012000199919981997

BrasilEstados Unidos Outros países

Brasil

Fonte: BP Statistical Review

O milho é oingrediente de 9,5 em cada 10 litros deetanol nos EUA

Dos 430 milhõesde toneladas deccccacacacacana moídas no BBBrBrBrBraBraBraBrasBrasBrasBrasrasirasirasilrasilasil asil asil esil esil em 2007,a ma ma ma ma m memememetmetmetmetametaetaetaetadetadtadtadetadeadeadeade de vde vde vde vie virou álcoolololollll

produtores, usandousando duutorees, usanddo basicamen e menmeentembeterrababa e trigorababa e

Pela primeira vez, aindústria do etanolconsumiu mais milho que a indústria alimentícia doamido nos EUA

A maior parte desse o setanol, em diversos l s

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Em 2000, o preço dom epetróleo dá um salto (t mp (veja aj(((gráfico na pág. ao ladoá ) e a produção de álcool ganhao á aum impulso. Em 2003 m Empchegam os carros flexe r

11.957111.2641

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Compare este gráficocom o dos preços dosgrupos de alimentos,na página 24. Reparecomo são diferentes as dinâmicas dos preços do açúcar e dos grãos (cereais). Enquanto osgrãos subiram com os combustíveis, o açúcar se comporta demaneira mais livre.

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Fonte: Administração de Informações Energéticas dos EUA

GUIA DO ESTUDANTE28

A INFLUÊNCIA DO PET12

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Alim

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= 10

0)

Fontes: Administração de Informações Energéticas

COMPARE OS ETANÓ13

* Apenas em relação aos combustíveis f

Redução nas emissões de gases do efeito estufa*Balanço energéétiticoco mmmédédio Rendimento (litros por heCusto (US$/litro)

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197519701965

A INFLUÊNCIA DO PETRÓLEO12

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250

Variação nominal da cotação do petróleo, em média, em dólar, e dos preços dos alimentos

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Alim

ento

s (19

98-2

000

= 10

0)

Fontes: Administração de Informações Energéticas dos EUA, BP Statistical Review, FAO e Earth Policy Institute

COMPARE OS ETANÓIS13

* Apenas em relação aos combustíveis fósseis, sem contar os efeitos pelas alterações no uso da terra

Etanol dos EUA Etanol do BrasilRedução nas emissões de gases do efeito estufa* 20% 90%Balanço energético médio 1,5 8Rendimento (litros por hectare) 3.100 6.500Custo (US$/litro) 0,56 0,42

Isso quer dizer que cada caloria gasta na produção rende 1,5 caloria de etanol de grãos e 8 calorias de etanol de cana

Preço nominal dos alimentos Cotação do petróleo em dólares

0

50

100

150

200

200520001995199019851980197519701965 2008 (até jul.)

Repare nos vários períodos, entre 1974 e 2000, em que os preços do petróleo e da comida seguiram tendências diferentes. A partir de 2005, porém, a escalada nas cotações segue no mesmo ritmo