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1 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE AMBIENTAL CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL EDGAR LOPES BALESTRI FRANCISCO FERREIRA MARTINS NETO JUNIOR POMMER PEDRO IVO NESSO CALADO PROJETO DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES EM EMPREENDIMENTO DE ABATEDOURO AVÍCOLA

ETE Flanguinho Na Panela

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Elaboração de projeto de estação de tratamento de esgoto em uma industria de abate avícola.

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Page 1: ETE Flanguinho Na Panela

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE AMBIENTAL

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

EDGAR LOPES BALESTRI

FRANCISCO FERREIRA MARTINS NETO

JUNIOR POMMER

PEDRO IVO NESSO CALADO

PROJETO DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES EM EMPREENDIMENTO DE ABATEDOURO AVÍCOLA

CAMPO MOURÃO

2015

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EDGAR LOPES BALESTRI

FRANCISCO FERREIRA MARTINS NETO

JUNIOR POMMER

PEDRO IVO NESSO CALADO

PROJETO DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES EM EMPREENDIMENTO DE ABATEDOURO AVÍCOLA

Trabalho apresentado à disciplina de Gerenciamento e Tratamento de Efluentes, como requisito para obtenção parcial de nota.Orientador: Prof. Dra. Morgana Suszek

CAMPO MOURÃO

2015

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1. MEMORIAL DESCRITIVO

1.1 INFORMAÇÕES CADASTRAIS

1.1.1 NOME E RAZÃO SOCIAL

“Flanguinho” na panela Ltda.

1.1.2 ENDEREÇO

Rodovia BR-487, Km 1

Bairro Jardim Lar Paraná, Campo Mourão - PR, Cep: 87305-380.

Telefone (44) 3201-3201

CNPJ: 02.906.265/0001-60

1.2 NATUREZA DO ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL

Abatedouro de aves

1.3 SITUAÇÃO DA INDÚSTRIA

Indústria em atividade

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1.4 ÁREA DA INDUSTRIA

Área total:2000 m²

Área construída ou (e) a ser construída:500 m²

Área destinada a ETE:1500 m²

1.5 NUMERO DE FUNCIONÁRIOS

10 funcionários

1.6 PERÍODO DE FUNCIONAMENTO

Inicio do expediente: 8:00h

Término do expediente: 17:00h

2. INFORMAÇÕES SOBRE O PROCESSAMENTO INDUSTRIAL

2.1 PRODUTOS FABRICADOS

São processados frangos de granja resfriados ou congelados, bandejas de

isopor com cortes e miúdos de frango resfriados ou congelados.

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2.2 FLUXOGRAMA E DESCRIÇÃO DETALHADA DOS PROCESSOS E OPERAÇÕES INDUSTRIAIS

Figura 1: fluxograma do processamento de avesFonte: MAREL STORK POULTRY PROCESSING, 2015

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Quadro 1: Geração de efluentes no processo de fabricação de produtos avícolas na indústria

Operação DespejosÁrea de recepção Recepção Água de lavagem de pisos e paredes

Área suja

Sangria Água de lavagem de pisos e do túnel de sangria

EscaldagemÁgua do extravasamento e drenagem dos tanques no fim do período de processamento

Depenagem Água utilizada para o transporte de penas e lavagem de carcaça

Remoção de cutículas

Água de lavagem dos pés

Área limpa

Evisceração Água utilizada para o transporte de vísceras e lavagem de carcaça

Pré-resfriamento e resfriamento

Água de extravasamento e drenagem dos tanques no fim do período de processamento

Gotejamento Água removida das carcaçasFonte: CETESB, 1980

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3. INFORMAÇÕES SOBRE EFLUENTES LÍQUIDOS INDUSTRIAIS

3.1 BALANÇO HÍDRICO

O consumo de água em um empreendimento de abate de aves é

proporcional a quantidade de aves abatidas. Na cadeia produtiva, a utilização

ocasiona a geração de efluentes líquidos, sendo concentradas nas seções de

Sangria, Depenagem e Evisceração, e em menor escalada oriundos dos serviços de

limpeza e manutenção realizados ao fim do expediente.

Considerando o consumo de água por cabeça de ave abatida de 15,8 l, e o

número de aves abatidas de 10000 aves/mês, ocasiona a demanda de 158000 l ou

158 m³ de efluente por mês (CETESB, 1980).

3.1.1 SANGRIA

Efluente constituído basicamente de sangue, podendo ser comercializado.

Quando não utilizado, é descartado consorciadamente com os outros efluentes,

necessitando de tratamento devido a elevação nos valores da DBO, com o

sangue bruto está em torno de 162000mg/l (MORAES; PAULA JUNIOR, 2008).

Adota-se a razão de 1/5 nesse processo, com vazão de 31,6 m³/mês.

3.1.2 DEPENAGEM

Efluente constituído da remoção hídrica das penas do piso, apresentando

a presença de sólidos suspensos e sedimentáveis (MORAES; PAULA JUNIOR,

2008). Adota-se a razão de 1/5 nesse processo, com vazão de 31,6 m³/mês.

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3.1.3 EVISCERAÇÃO

Efluente constituído da limpeza dos miúdos, carcaças, peças condenadas

e vísceras inadequadas para consumo, apresentando a presença de óleos e

graxas (MORAES; PAULA JUNIOR, 2008). Adota-se a razão de 3/5 nesse

processo, com vazão de 94,8 m³/mês.

3.2 INFORMAÇÕES QUALITATIVAS

3.2.1 CARACTERÍSTICAS FISICO-QUIMICAS NECESSÁRIAS À CARACTERIZAÇÃO DO EFLUENTE

Segue tabela com as concentrações dos efluentes gerados e limite

máximo permitido pela legislação.

Tabela 2: Características físico-químicas dos efluentes gerados

Parâmetro Concentração Limite máximo permitido

pH 6,9 Entre 6 a 9

Sólidos Sedimentáveis 17,5 mg/l

Óleos e Graxas 201 mg/l Até 30 mg/L

Sólidos Suspensos 1300 mg/l

DBO 1200 mg/l No máximo 60 mg/L

Fonte: Adaptado Moraes; Paula Junior, 2008

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3.3 INFORMAÇÕES SOBRE A DISPOSIÇÃO FNAL DOS EFLUENTES LÍQUIDOS

3.3.1 DISPOSIÇÃO FINAL DO EFLUENTE LIQUÍDO

A disposição dos efluentes gerados será realizada no Rio Mourão,

pertencente à Bacia do Rio Ivaí. De acordo com a resolução nº 357 de 2005 do

CONAMA, o rio Mourão é um rio de classe II.

4. MEMORIAL TÉCNICO

4.1 EFLUENTES LÍQUIDOS INDUSTRIAIS

4.1.1 DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS DE TRATAMENTO

O tratamento do efluente do abatedouro avícola é constituído de um

processo sequencial, sendo composto por gradeamento, peneiramento, tanque

de equalização, caixa de areia, calha Parshall, caixa de gordura e sistema

australiano de lagoas, constituído de lagoa anaeróbia seguida de lagoa

facultativa. Os processos estão sucintamente descrito abaixo, viabilizando

maior compreensão das etapas.

4.1.2 GRADEAMENTO

Utilizado na remoção dos sólidos grosseiros em suspensão, é utilizado no

início do processo através de grades fixas ou móveis, elevando a eficácia da

etapa subsequente (NUNES, 2001). O gradeamento também visa evitar

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obstruções e fornecer proteção a equipamentos posteriormente utilizados no

decorrer do processo (NUNES, 2001).

Nunes (2001) salienta que o gradeamento é divido em três tipos de

grades, classificadas em grosseiras, com espaçamento das barras entre 4 a

10mm, médias, de 2 a 4mm e finas, entre 1 a 2mm. Para maximizar o

desempenho pode-se utilizar sequencialmente grades de diferentes metragens,

reduzindo a passagens dos sólidos.

4.1.3 PENEIRAMENTO

Objetiva a retenção de sólidos sedimentáveis grosseiro não retirados no

gradeamento. São retidos os sólidos com granulometria superior a 0,25mm,

sendo que as peneiras do tipo hidrodinâmicas são muito utilizadas nos

empreendimentos, têxtil, papel e celulose, frigoríficos, fecularias e na retirada

de sólidos suspensos em esgotos sanitários (NUNES, 2001). No entanto, o

mesmo autor salienta que não devem ser instaladas peneiras hidrodinâmicas e

rotativas em efluentes contendo gordura, nesses casos opta-se por utilizar das

peneiras autolimpantes.

O empreendimento em questão apresenta óleos e graxas na composição

do efluente, condicionando a utilização de peneiras autolimpantes, porem, pelo

alto custo do equipamento e pela baixa concentração destas substâncias

optou-se por utilizar das peneiras hidrodinâmicas.

4.1.4 CAIXA DE REUNIÃO DE DESPEJOS (Tanque de equalização)

Ineficiente com variações da vazão, o tanque de equalização necessita de

grande estudo da vazão para ser implementado, com a desígnio de regularizar

a vazão, homogeneizar o pH, temperatura, turbidez, sólidos, demanda química

de oxigênio (DQO), demanda biológica de oxigênio (DBO), cor entre suas entre

outras propriedades (NUNES, 2001)

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4.1.5 CAIXA DE RETENÇÃO DE AREIA

Sua principal função é a retenção de substâncias inertes, como sólidos

minerais sedimentáveis e areias, protegendo assim os equipamentos utilizados

como, bombas, válvulas, registros e evitando a obstrução e danificação de

encanamentos ocasionados pela abrasão (NUNES, 2001). As caixas de areias

podem ser aeradas no caso de grandes estações, mas comumente utiliza-se

se a caixa de câmara dupla (NUNES, (2001).

4.1.6 CALHA PARSHALL

O medidor Parshall foi desenvolvido por Ralph L. Parshall como melhoria

do projeto de calha Venturi, tem como função a medição da vazão em canais

abertos, atuando também como misturador rápido, facilitando assim a

dispersão dos agentes no efluente (MASTER, 2012).

4.1.7 CAIXA DE RETENÇÃO DE GORDURA

Destinadas a remoção de gorduras e materiais que flotam, a retenção de

gordura são utilizadas principalmente em abatedouros, frigoríficos, curtumes,

entre outros, em alguns casos a gordura recuperada tem valor comercial

(NUNES, 2001).

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4.1.8 LAGOA ANAERÓBIA

A lagoa anaeróbia tem função de digestão da matéria orgânica por

bactérias anaeróbias, produzindo ácidos orgânicos, os gases carbônico,

hidrogênio, metano entre outros, alguns dos quais apresentam odor

(KAMIYAMA, 1989). É obtido a estabilização de 40 a 60% da matéria orgânica

induzida na lagoa, essa redução ocorre em um curto prazo de 4 a 5 dias de

detenção, faz com que a lagoa anaeróbia seja usada como unidade preliminar

de tratamento para redução da carga orgânica bruta do efluente (KAMIYAMA,

1989).

Seguindo o mesmo autor, para que ocorra o funcionamento em condições

ideais, as lagoas anaeróbias contém alguns fatores que devem ser

monitoradas como pH, temperatura e oxigênio dissolvido (OD), esses fatores

limitantes são essencial para a manutenção das bactérias anaeróbias. A

ausência do (OD) é fundamental para as lagoas anaeróbias, fato que determina

sua maior profundidade, assim as bactérias anaeróbias mantem-se no fundo da

lagoa, caso contrário não ocorre a digestão completa da matéria orgânica, isso

acarreta maior produção de gases odoríferos (KAMIYAMA, 1989).

4.1.9 LAGOA FACULTATIVA

Trata-se de uma lagoa de grande área de lâmina d’água e pouca

profundidade, sendo assim lagoa facultativa funciona através dos processos

aeróbio e anaeróbio. A presença de radiação luminosa e nutrientes cria um

ambiente propício a proliferação de algas fotossintéticas, acarretando, a

disponibilidade de oxigênio dissolvido (OD), necessário aos organismos

aeróbios decompositores da matéria orgânica solúvel e particulada (CESA,

2015). Os sólidos não decompostos, sedimentam lentamente, sendo

estabilizados pelas bactérias anaeróbias (CESA, 2015).

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4.2 JUSTIFICATIVA DOS SISTEMAS DE TRATAMENTO

A escolha dos procedimentos citados anteriormente dá-se pela eficiência

juntamente com o baixo custo, uma vez que não são mecanizados, ocorrendo o

fluxo do efluente por meio da gravidade, evitando gastos com equipamentos e

manutenção. Com o possível crescimento do empreendimento e a maior geração de

efluentes, o sistema de tratamento já implementado pode vir a ser maximizado com

a instalação de aeradores na lagoa facultativa, que acarreta a diminuição do tempo

de retenção e possibilitará o aumento da vazão, evitando assim gastos com obras

de expansão.

4.3 MONITORAMENTO

O monitoramento de uma estação de tratamento de efluentes é constante. Nas

etapas de gradeamento e peneira hidrodinâmica nota-se a necessidade da limpeza

através da perda de carca causada pela obstrução da passagem do efluente,

diminuindo assim a vazão no processo, necessitando de limpeza manual.

O tanque de equalização precisa ser homogeneizado, para isso carece de

acompanhamento do seu pH, a alteração deste determina a adição de ácidos ou

bases para a sua neutralização.

Na caixa de retenção de areia, o monitoramento é dado através do volume de

produtos inertes que ela retém, quando necessário deve haver a retirada do volume

acumulado através de pá. É essencial que mantenha a vazão inalterada, para isso o

nível do fundo da entrada da calha Parshall deve estar abaixo da soleira do vertedor

da caixa de retenção de areia (NUNES, 2001). Quando for registrado diminuição na

vazão deve-se vistoriar o sistema e encontrar qual dos instrumentos esta obstruído,

e providenciar a limpeza e remoção do material.

Para o funcionamento adequado da caixa de gordura, a temperatura do

efluente deve-se estar abaixo de 25 °c, necessitando de 3 a 5 minutos de retenção,

caso contrário, o tempo de retenção é no mínimo de 30 minutos (NUNES, 2001). É

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necessário a retirada do acumulo de gordura, evitando assim a formação de grossas

camadas ne gordura na caixa.

A manutenção da lagoa anaeróbia é dada pelo controle de pH, temperatura e

OD, os parâmetros devem ser mantidos para melhor desenvolvimento da cultura

bacteriana, qualquer alteração necessita de medidas de correção. A produção de

lodo nas lagoas anaeróbias é pequena, levando assim muito tempo para acumular

uma quantia que precise ser removida. As lagoas facultativas acumulam os sólidos

decantados que não foram decompostos anaerobiamente formam o lodo, que cresce

lentamente, sua remoção é realizada aproximadamente a cada 20 anos (CESA,

2015).

Por meio do monitoramento será possível avaliar se o desempenho da ETE

quanto as exigências legais previstas no padrão de lançamento de efluentes em

corpos hídricos, definido pelas resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente

(CONAMA).

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5. MEMORIAL DE CÁLCULO

CAPACIDADE: 10000 cabeças/mês

GERAÇÃO DE EFLUENTES: Para CETESB (1980) a vazão média de geração de

efluente por cabeça é de 15,8 litros.

UNIDADES GERADORAS DE EFLUENTES: seção de Sangria, seção de

Depenagem e seção de Evisceração e preparação da carcaça.

TRATAMENTO – Gradeamento, Caixa de areia, Calha Parshall, Caixa de retenção

de gordura, Lagoa anaeróbia e Lagoa Facultativa.

VAZÕES:Qmáx= 0,09L/s = 0,33m3/h

Qmed=10000 x 15,8= 158000L/mês = 0,06L/s = 0,22m3/h

Qmin= 0,03L/s = 0,11m3/h

DIMENSIONAMENTOS:

GRADEAMENTO

Unidade de medição e controle da velocidade.

Conforme tabela 3.3 de Nunes (2008), o medidor de garganta W=3” poderá ser

utilizado, uma vez que engloba as vazões máxima, média e mínima descritas nos

cálculos acima.

Altura da lâmina líquida (H) medida a 2/3 da seção convergente da calha Parshall

H=(QK )1n. Conforme tabela 3.4 de Nunes (2008), n= 1,547 e K=0,176.

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Hmax = ( 0,000090,176 )1

1,547 => Hmax = 0,0074m

Hméd = ( 0,000060,176 )1

1,547 => Hmed = 0,0057m

Hmin = ( 0,000030,176 )1

1,547 => Hmin = 0,0036m

Rebaixo (Z) do medidor Parshall em relação à soleira do vertedor da caixa de areia

Z=Qmax .Hmin−Qmin .Hmax

Qmax−Qmin=¿Z=0,09.0,0036−0,03.0,0074

0,09−0,03

Z = 0,0017m

Altura (h) da lâmina de água antes do rebaixo

hmax = Hmax – Z = 0,09 – 0,0017 = 0,088m

hméd = Hméd – Z = 0,06– 0,0017 = 0,058m

hmin = Hmin – Z = 0,03 – 0,0017 = 0,028m

Adoção da grade

Eficiência (E)

E= at+a E= (15) / (8+15)

E = 0,65

Área útil (Au)

Au=QmaxV

Au= 0,00009/0,6

(adotando V=0,60m/s), Au = 0,00015m2

Área total (At) considerando o escoamento à montante da grade

At=AuE

At = 0,00015 = 0,00023m2

0,65

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Largura do canal (b)

b=Athmax

b=0,000230,088 b = 0,0026m

Verificação das velocidades

Q (m3/s) h(m) At = b.h Au = At.E V=Q/ Au Verif.

0,00009 0,0074 0,00002 0,00013 0,69 Ok

0,00006 0,0057 0,000015 0,000098 0,61 Ok

0,00003 0,0036 0,0000093 0,00006 0,5 Ok

As velocidades situam-se no intervalo limitado entre 0,40m/s e 0,75m/s.

Perda de carga (hf), considerando obstrução máxima de 50% da grade

h f=1,43V 2−v2

2g

Com a obstrução, a velocidade Vo passa para V, ou seja, o dobro da situação

anterior. Vo é a velocidade correspondente a vazão máxima. v= Vo.2

V=0,69.2 = 1,38m/s.

A velocidade (v) a montante da grade será:

v= V0 . E = 0,69.0,65 = 0,45m/s. Assim,

h f=1,431,382−0,452

2.9,8

h f=¿ 0,124m

Comprimento da grade (x)

x=hv

sen 45

hv=hmax+hf+D+0,10m

D é o diâmetro da canalização de chegada do efluente (0,20m) e 0,10m é a

profundidade

hv=0,088+0,124+0,20+0,10=0,512m

Assim, x = 0,72m

Page 18: ETE Flanguinho Na Panela

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PENEIRAMENTO (Peneira estática)

Vazão máxima = 0,324 m3/h

Abertura da tela = 0,25 mm

Área da tela (A)

A= Qmáx (m3/h) = 0,324 = 0.022 m2

I (m3/m2h) 15

Comprimento da peneira, conforme Catálogo da Tecnosan, L=1.4 m

Largura da tela (B)

B= A(m2) = 0.015 m

L(m)

A largura imediatamente superior no Catálogo é 0.5m. Sendo assim, a peneira

estática terá as dimensões de 0.5 x 1.4 m e abertura da tela de 0.25 mm

TANQUE DE EQUALIZAÇÃO

Volume de equalização (Veq)

Veq = (Qe - Qs)t

Qs = 0,33(8h/24h) = 0,11m3.

Assim, Veq = (0,33 – 0,11)8 = 1,76 m3.

Verificação do tempo de detenção (t)

t = Veq/Q = 1,76/0,33 = 5,33h.

Dimensões do tanque

Veq = L2.H

L é a largura da seção quadrada e H a profundidade adotada em 1m. assim,

1,76 = L2.1 => L=1,32m.

Page 19: ETE Flanguinho Na Panela

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Volume total do tanque (Vt)

Vt = Veq + Vmin

Vmin é o volume mínimo, cuja profundidade adota-se 1,0m. Assim,

Vt = 1,76 + (0,09)2.1 = 1,77m3.

Potência do agitador (em HP)

O agitador será um aerador flutuante.

P=D p .V t

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Dp é a densidade de potência adotada em 10w/m3. Logo, P = 0,02HP.

MEDIDOR DE VAZÃO (CALHA PARSHALL)

Sabendo-se, pela tabela 3.4 de Nunes (2008) que as vazões de limite superior e

inferior encontram-se nas vazões adequadas a W=3”, a obtenção dos outros

parâmetros dá-se através da tabela 3.3 do mesmo autor.

Assim,

A= 467mm, C= 178mm, D=259mm, E=610mm, L=914mm.

DESARENADOR (CAIXA DE AREIA)

Largura (b)

b=Qmax

hmax .V

A velocidade a ser mantida nos canais será de 0,30m/s. Assim,

b= 0,000090,088.0,3

b = 0,003m

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Verificação das velocidades

Q (m3/s) h(m) At = b.h V=Q/ At Verif.

0,00009 0,0074 0,00026 0,35 Ok

0,00006 0,0057 0,00017 0,35 Ok

0,00003 0,0036 0,0001 0,3 Ok

As velocidades situam-se no intervalo limitado de 20% sobre a velocidade a ser

mantida nos canais (0,30m/s), ou seja, entre 0,24m/s e 0,36m/s.

Comprimento (L)

L=22,5.hmax

L=22,5.0,0074 = 0,17m

Verificação da taxa de escoamento superficial (l)

I=Qmed(m

3/d )A (m2)

I=Qmed(m

3/d )L (m ) . b(m)

I= 0,220,17.0,003

I = 431,37 m3/m2.d

CAIXA DE RETENÇÃO DE GORDURA

Volume da caixa de gordura (V)

V = Qmax(m3/h)* t

adota-se o tempo de detenção de 30 minutos – 0,5 h – tendo em vista que a

temperatura do líquido encontra-se acima de 25oC.

V = 0,022*0,5 = 0,011 m3.

Page 21: ETE Flanguinho Na Panela

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Dimensões da caixa:

Comprimento (L) e Largura (B)

Adotando L = 1,5 B e Altura da caixa (H) = 0.40 m

V = L * B * H

V = 1,5 B * B * H

0,011 = 1,5 B2 * 0,4

B = 0,15 m

L = 1,5 B

L = 0,23 m

LAGOA ANAERÓBIA

Segundo CETESB (1980) A carga de DBO: 13,6 KgDBO/1000 aves = 136

KgDBO/mês = 4,54 KgDBO/dia

Lv = 0,2 kgDBO/m3.d (adotado)

V = (CO)/Lv = (4,54)/0,2 = 23 m3

TDH= VQ =

237,7 = 3 dias

Adotando uma profundidade de 3 metros, a área para a lagoa é de:

A= VH = 23/3 = 8 m2

Dimensões da lagoa, considerando a relação comprimento/largura= 2/1:

A= L*B L=2B A= 2B2 8= 2B2 B=2 m

L= 4 m

Page 22: ETE Flanguinho Na Panela

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A eficiência desejada de remoção de matéria orgânica em termos de DBO,

nesta unidade de tratamento, deve ser de, no mínimo, 60% de acordo com a

resolução no430 de 2011 do CONAMA.

Carga orgânica do efluente (Ce) é dada por:

E=Ca−CeCa

.100 . Sendo E a eficiência desejada, e Ca a carga orgânica afluente

(860mg/L), temos

60=( 860−Ce860 ) .100Ce = 344mg/L de DBO

LAGOA FACULTATIVA

Área requerida (A)

A= CC s

C = carga de DBO total (kgDBO/d)

Cs = taxa de aplicação superficial.

Cs = 140kgDBO/ha.d (Sperling, 2002)

C = Ce * Qmax

C = 344 mg/L * 3,24*10-4 L/s

C = 0,111 mg/s

C = 0,01 KgDBO/d

Assim, A = 0,01/140 = 7,2*10-5 ha = 0,72 m2

L = 2,5B

Page 23: ETE Flanguinho Na Panela

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A = L x B

0,72 = 2,5B2

B= 0,55 m. (largura)

L=1,40 m. (comprimento)

Profundidade

H = 1,80m (Sperling, 2002)

Volume restante

V = A.H

V = 0,77.1,8

V = 1,40 m3

Tempo de detenção (t)

t = V/Q = 1,40/7,77

Q = 0,022 m3/h = 0,528 m3/d

t = 1,40/0,528

t = 2,6 dias

A eficiência desejada de remoção de matéria orgânica em termos de DBO, nesta

unidade de tratamento, deve ser de, no mínimo, 60% de acordo com a resolução

no430 de 2011 do CONAMA.

Assim, a carga orgânica efluente do sistema (Ce) é dada por:

E=Ca−CeCa

.100 .

Sendo E a eficiência desejada, e Ca a carga orgânica afluente (344 mg/L), temos

60=( 344−C e344 ) .100

Page 24: ETE Flanguinho Na Panela

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Ce = 137.6 mg/L DBO

Page 25: ETE Flanguinho Na Panela

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REFERENCIAS

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