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Elaboração de projeto de estação de tratamento de esgoto em uma industria de abate avícola.
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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE AMBIENTAL
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
EDGAR LOPES BALESTRI
FRANCISCO FERREIRA MARTINS NETO
JUNIOR POMMER
PEDRO IVO NESSO CALADO
PROJETO DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES EM EMPREENDIMENTO DE ABATEDOURO AVÍCOLA
CAMPO MOURÃO
2015
2
EDGAR LOPES BALESTRI
FRANCISCO FERREIRA MARTINS NETO
JUNIOR POMMER
PEDRO IVO NESSO CALADO
PROJETO DE ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE EFLUENTES EM EMPREENDIMENTO DE ABATEDOURO AVÍCOLA
Trabalho apresentado à disciplina de Gerenciamento e Tratamento de Efluentes, como requisito para obtenção parcial de nota.Orientador: Prof. Dra. Morgana Suszek
CAMPO MOURÃO
2015
3
1. MEMORIAL DESCRITIVO
1.1 INFORMAÇÕES CADASTRAIS
1.1.1 NOME E RAZÃO SOCIAL
“Flanguinho” na panela Ltda.
1.1.2 ENDEREÇO
Rodovia BR-487, Km 1
Bairro Jardim Lar Paraná, Campo Mourão - PR, Cep: 87305-380.
Telefone (44) 3201-3201
CNPJ: 02.906.265/0001-60
1.2 NATUREZA DO ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL
Abatedouro de aves
1.3 SITUAÇÃO DA INDÚSTRIA
Indústria em atividade
4
1.4 ÁREA DA INDUSTRIA
Área total:2000 m²
Área construída ou (e) a ser construída:500 m²
Área destinada a ETE:1500 m²
1.5 NUMERO DE FUNCIONÁRIOS
10 funcionários
1.6 PERÍODO DE FUNCIONAMENTO
Inicio do expediente: 8:00h
Término do expediente: 17:00h
2. INFORMAÇÕES SOBRE O PROCESSAMENTO INDUSTRIAL
2.1 PRODUTOS FABRICADOS
São processados frangos de granja resfriados ou congelados, bandejas de
isopor com cortes e miúdos de frango resfriados ou congelados.
5
2.2 FLUXOGRAMA E DESCRIÇÃO DETALHADA DOS PROCESSOS E OPERAÇÕES INDUSTRIAIS
Figura 1: fluxograma do processamento de avesFonte: MAREL STORK POULTRY PROCESSING, 2015
6
Quadro 1: Geração de efluentes no processo de fabricação de produtos avícolas na indústria
Operação DespejosÁrea de recepção Recepção Água de lavagem de pisos e paredes
Área suja
Sangria Água de lavagem de pisos e do túnel de sangria
EscaldagemÁgua do extravasamento e drenagem dos tanques no fim do período de processamento
Depenagem Água utilizada para o transporte de penas e lavagem de carcaça
Remoção de cutículas
Água de lavagem dos pés
Área limpa
Evisceração Água utilizada para o transporte de vísceras e lavagem de carcaça
Pré-resfriamento e resfriamento
Água de extravasamento e drenagem dos tanques no fim do período de processamento
Gotejamento Água removida das carcaçasFonte: CETESB, 1980
7
3. INFORMAÇÕES SOBRE EFLUENTES LÍQUIDOS INDUSTRIAIS
3.1 BALANÇO HÍDRICO
O consumo de água em um empreendimento de abate de aves é
proporcional a quantidade de aves abatidas. Na cadeia produtiva, a utilização
ocasiona a geração de efluentes líquidos, sendo concentradas nas seções de
Sangria, Depenagem e Evisceração, e em menor escalada oriundos dos serviços de
limpeza e manutenção realizados ao fim do expediente.
Considerando o consumo de água por cabeça de ave abatida de 15,8 l, e o
número de aves abatidas de 10000 aves/mês, ocasiona a demanda de 158000 l ou
158 m³ de efluente por mês (CETESB, 1980).
3.1.1 SANGRIA
Efluente constituído basicamente de sangue, podendo ser comercializado.
Quando não utilizado, é descartado consorciadamente com os outros efluentes,
necessitando de tratamento devido a elevação nos valores da DBO, com o
sangue bruto está em torno de 162000mg/l (MORAES; PAULA JUNIOR, 2008).
Adota-se a razão de 1/5 nesse processo, com vazão de 31,6 m³/mês.
3.1.2 DEPENAGEM
Efluente constituído da remoção hídrica das penas do piso, apresentando
a presença de sólidos suspensos e sedimentáveis (MORAES; PAULA JUNIOR,
2008). Adota-se a razão de 1/5 nesse processo, com vazão de 31,6 m³/mês.
8
3.1.3 EVISCERAÇÃO
Efluente constituído da limpeza dos miúdos, carcaças, peças condenadas
e vísceras inadequadas para consumo, apresentando a presença de óleos e
graxas (MORAES; PAULA JUNIOR, 2008). Adota-se a razão de 3/5 nesse
processo, com vazão de 94,8 m³/mês.
3.2 INFORMAÇÕES QUALITATIVAS
3.2.1 CARACTERÍSTICAS FISICO-QUIMICAS NECESSÁRIAS À CARACTERIZAÇÃO DO EFLUENTE
Segue tabela com as concentrações dos efluentes gerados e limite
máximo permitido pela legislação.
Tabela 2: Características físico-químicas dos efluentes gerados
Parâmetro Concentração Limite máximo permitido
pH 6,9 Entre 6 a 9
Sólidos Sedimentáveis 17,5 mg/l
Óleos e Graxas 201 mg/l Até 30 mg/L
Sólidos Suspensos 1300 mg/l
DBO 1200 mg/l No máximo 60 mg/L
Fonte: Adaptado Moraes; Paula Junior, 2008
9
3.3 INFORMAÇÕES SOBRE A DISPOSIÇÃO FNAL DOS EFLUENTES LÍQUIDOS
3.3.1 DISPOSIÇÃO FINAL DO EFLUENTE LIQUÍDO
A disposição dos efluentes gerados será realizada no Rio Mourão,
pertencente à Bacia do Rio Ivaí. De acordo com a resolução nº 357 de 2005 do
CONAMA, o rio Mourão é um rio de classe II.
4. MEMORIAL TÉCNICO
4.1 EFLUENTES LÍQUIDOS INDUSTRIAIS
4.1.1 DESCRIÇÃO DOS SISTEMAS DE TRATAMENTO
O tratamento do efluente do abatedouro avícola é constituído de um
processo sequencial, sendo composto por gradeamento, peneiramento, tanque
de equalização, caixa de areia, calha Parshall, caixa de gordura e sistema
australiano de lagoas, constituído de lagoa anaeróbia seguida de lagoa
facultativa. Os processos estão sucintamente descrito abaixo, viabilizando
maior compreensão das etapas.
4.1.2 GRADEAMENTO
Utilizado na remoção dos sólidos grosseiros em suspensão, é utilizado no
início do processo através de grades fixas ou móveis, elevando a eficácia da
etapa subsequente (NUNES, 2001). O gradeamento também visa evitar
10
obstruções e fornecer proteção a equipamentos posteriormente utilizados no
decorrer do processo (NUNES, 2001).
Nunes (2001) salienta que o gradeamento é divido em três tipos de
grades, classificadas em grosseiras, com espaçamento das barras entre 4 a
10mm, médias, de 2 a 4mm e finas, entre 1 a 2mm. Para maximizar o
desempenho pode-se utilizar sequencialmente grades de diferentes metragens,
reduzindo a passagens dos sólidos.
4.1.3 PENEIRAMENTO
Objetiva a retenção de sólidos sedimentáveis grosseiro não retirados no
gradeamento. São retidos os sólidos com granulometria superior a 0,25mm,
sendo que as peneiras do tipo hidrodinâmicas são muito utilizadas nos
empreendimentos, têxtil, papel e celulose, frigoríficos, fecularias e na retirada
de sólidos suspensos em esgotos sanitários (NUNES, 2001). No entanto, o
mesmo autor salienta que não devem ser instaladas peneiras hidrodinâmicas e
rotativas em efluentes contendo gordura, nesses casos opta-se por utilizar das
peneiras autolimpantes.
O empreendimento em questão apresenta óleos e graxas na composição
do efluente, condicionando a utilização de peneiras autolimpantes, porem, pelo
alto custo do equipamento e pela baixa concentração destas substâncias
optou-se por utilizar das peneiras hidrodinâmicas.
4.1.4 CAIXA DE REUNIÃO DE DESPEJOS (Tanque de equalização)
Ineficiente com variações da vazão, o tanque de equalização necessita de
grande estudo da vazão para ser implementado, com a desígnio de regularizar
a vazão, homogeneizar o pH, temperatura, turbidez, sólidos, demanda química
de oxigênio (DQO), demanda biológica de oxigênio (DBO), cor entre suas entre
outras propriedades (NUNES, 2001)
11
4.1.5 CAIXA DE RETENÇÃO DE AREIA
Sua principal função é a retenção de substâncias inertes, como sólidos
minerais sedimentáveis e areias, protegendo assim os equipamentos utilizados
como, bombas, válvulas, registros e evitando a obstrução e danificação de
encanamentos ocasionados pela abrasão (NUNES, 2001). As caixas de areias
podem ser aeradas no caso de grandes estações, mas comumente utiliza-se
se a caixa de câmara dupla (NUNES, (2001).
4.1.6 CALHA PARSHALL
O medidor Parshall foi desenvolvido por Ralph L. Parshall como melhoria
do projeto de calha Venturi, tem como função a medição da vazão em canais
abertos, atuando também como misturador rápido, facilitando assim a
dispersão dos agentes no efluente (MASTER, 2012).
4.1.7 CAIXA DE RETENÇÃO DE GORDURA
Destinadas a remoção de gorduras e materiais que flotam, a retenção de
gordura são utilizadas principalmente em abatedouros, frigoríficos, curtumes,
entre outros, em alguns casos a gordura recuperada tem valor comercial
(NUNES, 2001).
12
4.1.8 LAGOA ANAERÓBIA
A lagoa anaeróbia tem função de digestão da matéria orgânica por
bactérias anaeróbias, produzindo ácidos orgânicos, os gases carbônico,
hidrogênio, metano entre outros, alguns dos quais apresentam odor
(KAMIYAMA, 1989). É obtido a estabilização de 40 a 60% da matéria orgânica
induzida na lagoa, essa redução ocorre em um curto prazo de 4 a 5 dias de
detenção, faz com que a lagoa anaeróbia seja usada como unidade preliminar
de tratamento para redução da carga orgânica bruta do efluente (KAMIYAMA,
1989).
Seguindo o mesmo autor, para que ocorra o funcionamento em condições
ideais, as lagoas anaeróbias contém alguns fatores que devem ser
monitoradas como pH, temperatura e oxigênio dissolvido (OD), esses fatores
limitantes são essencial para a manutenção das bactérias anaeróbias. A
ausência do (OD) é fundamental para as lagoas anaeróbias, fato que determina
sua maior profundidade, assim as bactérias anaeróbias mantem-se no fundo da
lagoa, caso contrário não ocorre a digestão completa da matéria orgânica, isso
acarreta maior produção de gases odoríferos (KAMIYAMA, 1989).
4.1.9 LAGOA FACULTATIVA
Trata-se de uma lagoa de grande área de lâmina d’água e pouca
profundidade, sendo assim lagoa facultativa funciona através dos processos
aeróbio e anaeróbio. A presença de radiação luminosa e nutrientes cria um
ambiente propício a proliferação de algas fotossintéticas, acarretando, a
disponibilidade de oxigênio dissolvido (OD), necessário aos organismos
aeróbios decompositores da matéria orgânica solúvel e particulada (CESA,
2015). Os sólidos não decompostos, sedimentam lentamente, sendo
estabilizados pelas bactérias anaeróbias (CESA, 2015).
13
4.2 JUSTIFICATIVA DOS SISTEMAS DE TRATAMENTO
A escolha dos procedimentos citados anteriormente dá-se pela eficiência
juntamente com o baixo custo, uma vez que não são mecanizados, ocorrendo o
fluxo do efluente por meio da gravidade, evitando gastos com equipamentos e
manutenção. Com o possível crescimento do empreendimento e a maior geração de
efluentes, o sistema de tratamento já implementado pode vir a ser maximizado com
a instalação de aeradores na lagoa facultativa, que acarreta a diminuição do tempo
de retenção e possibilitará o aumento da vazão, evitando assim gastos com obras
de expansão.
4.3 MONITORAMENTO
O monitoramento de uma estação de tratamento de efluentes é constante. Nas
etapas de gradeamento e peneira hidrodinâmica nota-se a necessidade da limpeza
através da perda de carca causada pela obstrução da passagem do efluente,
diminuindo assim a vazão no processo, necessitando de limpeza manual.
O tanque de equalização precisa ser homogeneizado, para isso carece de
acompanhamento do seu pH, a alteração deste determina a adição de ácidos ou
bases para a sua neutralização.
Na caixa de retenção de areia, o monitoramento é dado através do volume de
produtos inertes que ela retém, quando necessário deve haver a retirada do volume
acumulado através de pá. É essencial que mantenha a vazão inalterada, para isso o
nível do fundo da entrada da calha Parshall deve estar abaixo da soleira do vertedor
da caixa de retenção de areia (NUNES, 2001). Quando for registrado diminuição na
vazão deve-se vistoriar o sistema e encontrar qual dos instrumentos esta obstruído,
e providenciar a limpeza e remoção do material.
Para o funcionamento adequado da caixa de gordura, a temperatura do
efluente deve-se estar abaixo de 25 °c, necessitando de 3 a 5 minutos de retenção,
caso contrário, o tempo de retenção é no mínimo de 30 minutos (NUNES, 2001). É
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necessário a retirada do acumulo de gordura, evitando assim a formação de grossas
camadas ne gordura na caixa.
A manutenção da lagoa anaeróbia é dada pelo controle de pH, temperatura e
OD, os parâmetros devem ser mantidos para melhor desenvolvimento da cultura
bacteriana, qualquer alteração necessita de medidas de correção. A produção de
lodo nas lagoas anaeróbias é pequena, levando assim muito tempo para acumular
uma quantia que precise ser removida. As lagoas facultativas acumulam os sólidos
decantados que não foram decompostos anaerobiamente formam o lodo, que cresce
lentamente, sua remoção é realizada aproximadamente a cada 20 anos (CESA,
2015).
Por meio do monitoramento será possível avaliar se o desempenho da ETE
quanto as exigências legais previstas no padrão de lançamento de efluentes em
corpos hídricos, definido pelas resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA).
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5. MEMORIAL DE CÁLCULO
CAPACIDADE: 10000 cabeças/mês
GERAÇÃO DE EFLUENTES: Para CETESB (1980) a vazão média de geração de
efluente por cabeça é de 15,8 litros.
UNIDADES GERADORAS DE EFLUENTES: seção de Sangria, seção de
Depenagem e seção de Evisceração e preparação da carcaça.
TRATAMENTO – Gradeamento, Caixa de areia, Calha Parshall, Caixa de retenção
de gordura, Lagoa anaeróbia e Lagoa Facultativa.
VAZÕES:Qmáx= 0,09L/s = 0,33m3/h
Qmed=10000 x 15,8= 158000L/mês = 0,06L/s = 0,22m3/h
Qmin= 0,03L/s = 0,11m3/h
DIMENSIONAMENTOS:
GRADEAMENTO
Unidade de medição e controle da velocidade.
Conforme tabela 3.3 de Nunes (2008), o medidor de garganta W=3” poderá ser
utilizado, uma vez que engloba as vazões máxima, média e mínima descritas nos
cálculos acima.
Altura da lâmina líquida (H) medida a 2/3 da seção convergente da calha Parshall
H=(QK )1n. Conforme tabela 3.4 de Nunes (2008), n= 1,547 e K=0,176.
16
Hmax = ( 0,000090,176 )1
1,547 => Hmax = 0,0074m
Hméd = ( 0,000060,176 )1
1,547 => Hmed = 0,0057m
Hmin = ( 0,000030,176 )1
1,547 => Hmin = 0,0036m
Rebaixo (Z) do medidor Parshall em relação à soleira do vertedor da caixa de areia
Z=Qmax .Hmin−Qmin .Hmax
Qmax−Qmin=¿Z=0,09.0,0036−0,03.0,0074
0,09−0,03
Z = 0,0017m
Altura (h) da lâmina de água antes do rebaixo
hmax = Hmax – Z = 0,09 – 0,0017 = 0,088m
hméd = Hméd – Z = 0,06– 0,0017 = 0,058m
hmin = Hmin – Z = 0,03 – 0,0017 = 0,028m
Adoção da grade
Eficiência (E)
E= at+a E= (15) / (8+15)
E = 0,65
Área útil (Au)
Au=QmaxV
Au= 0,00009/0,6
(adotando V=0,60m/s), Au = 0,00015m2
Área total (At) considerando o escoamento à montante da grade
At=AuE
At = 0,00015 = 0,00023m2
0,65
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Largura do canal (b)
b=Athmax
b=0,000230,088 b = 0,0026m
Verificação das velocidades
Q (m3/s) h(m) At = b.h Au = At.E V=Q/ Au Verif.
0,00009 0,0074 0,00002 0,00013 0,69 Ok
0,00006 0,0057 0,000015 0,000098 0,61 Ok
0,00003 0,0036 0,0000093 0,00006 0,5 Ok
As velocidades situam-se no intervalo limitado entre 0,40m/s e 0,75m/s.
Perda de carga (hf), considerando obstrução máxima de 50% da grade
h f=1,43V 2−v2
2g
Com a obstrução, a velocidade Vo passa para V, ou seja, o dobro da situação
anterior. Vo é a velocidade correspondente a vazão máxima. v= Vo.2
V=0,69.2 = 1,38m/s.
A velocidade (v) a montante da grade será:
v= V0 . E = 0,69.0,65 = 0,45m/s. Assim,
h f=1,431,382−0,452
2.9,8
h f=¿ 0,124m
Comprimento da grade (x)
x=hv
sen 45
hv=hmax+hf+D+0,10m
D é o diâmetro da canalização de chegada do efluente (0,20m) e 0,10m é a
profundidade
hv=0,088+0,124+0,20+0,10=0,512m
Assim, x = 0,72m
18
PENEIRAMENTO (Peneira estática)
Vazão máxima = 0,324 m3/h
Abertura da tela = 0,25 mm
Área da tela (A)
A= Qmáx (m3/h) = 0,324 = 0.022 m2
I (m3/m2h) 15
Comprimento da peneira, conforme Catálogo da Tecnosan, L=1.4 m
Largura da tela (B)
B= A(m2) = 0.015 m
L(m)
A largura imediatamente superior no Catálogo é 0.5m. Sendo assim, a peneira
estática terá as dimensões de 0.5 x 1.4 m e abertura da tela de 0.25 mm
TANQUE DE EQUALIZAÇÃO
Volume de equalização (Veq)
Veq = (Qe - Qs)t
Qs = 0,33(8h/24h) = 0,11m3.
Assim, Veq = (0,33 – 0,11)8 = 1,76 m3.
Verificação do tempo de detenção (t)
t = Veq/Q = 1,76/0,33 = 5,33h.
Dimensões do tanque
Veq = L2.H
L é a largura da seção quadrada e H a profundidade adotada em 1m. assim,
1,76 = L2.1 => L=1,32m.
19
Volume total do tanque (Vt)
Vt = Veq + Vmin
Vmin é o volume mínimo, cuja profundidade adota-se 1,0m. Assim,
Vt = 1,76 + (0,09)2.1 = 1,77m3.
Potência do agitador (em HP)
O agitador será um aerador flutuante.
P=D p .V t
745
Dp é a densidade de potência adotada em 10w/m3. Logo, P = 0,02HP.
MEDIDOR DE VAZÃO (CALHA PARSHALL)
Sabendo-se, pela tabela 3.4 de Nunes (2008) que as vazões de limite superior e
inferior encontram-se nas vazões adequadas a W=3”, a obtenção dos outros
parâmetros dá-se através da tabela 3.3 do mesmo autor.
Assim,
A= 467mm, C= 178mm, D=259mm, E=610mm, L=914mm.
DESARENADOR (CAIXA DE AREIA)
Largura (b)
b=Qmax
hmax .V
A velocidade a ser mantida nos canais será de 0,30m/s. Assim,
b= 0,000090,088.0,3
b = 0,003m
20
Verificação das velocidades
Q (m3/s) h(m) At = b.h V=Q/ At Verif.
0,00009 0,0074 0,00026 0,35 Ok
0,00006 0,0057 0,00017 0,35 Ok
0,00003 0,0036 0,0001 0,3 Ok
As velocidades situam-se no intervalo limitado de 20% sobre a velocidade a ser
mantida nos canais (0,30m/s), ou seja, entre 0,24m/s e 0,36m/s.
Comprimento (L)
L=22,5.hmax
L=22,5.0,0074 = 0,17m
Verificação da taxa de escoamento superficial (l)
I=Qmed(m
3/d )A (m2)
I=Qmed(m
3/d )L (m ) . b(m)
I= 0,220,17.0,003
I = 431,37 m3/m2.d
CAIXA DE RETENÇÃO DE GORDURA
Volume da caixa de gordura (V)
V = Qmax(m3/h)* t
adota-se o tempo de detenção de 30 minutos – 0,5 h – tendo em vista que a
temperatura do líquido encontra-se acima de 25oC.
V = 0,022*0,5 = 0,011 m3.
21
Dimensões da caixa:
Comprimento (L) e Largura (B)
Adotando L = 1,5 B e Altura da caixa (H) = 0.40 m
V = L * B * H
V = 1,5 B * B * H
0,011 = 1,5 B2 * 0,4
B = 0,15 m
L = 1,5 B
L = 0,23 m
LAGOA ANAERÓBIA
Segundo CETESB (1980) A carga de DBO: 13,6 KgDBO/1000 aves = 136
KgDBO/mês = 4,54 KgDBO/dia
Lv = 0,2 kgDBO/m3.d (adotado)
V = (CO)/Lv = (4,54)/0,2 = 23 m3
TDH= VQ =
237,7 = 3 dias
Adotando uma profundidade de 3 metros, a área para a lagoa é de:
A= VH = 23/3 = 8 m2
Dimensões da lagoa, considerando a relação comprimento/largura= 2/1:
A= L*B L=2B A= 2B2 8= 2B2 B=2 m
L= 4 m
22
A eficiência desejada de remoção de matéria orgânica em termos de DBO,
nesta unidade de tratamento, deve ser de, no mínimo, 60% de acordo com a
resolução no430 de 2011 do CONAMA.
Carga orgânica do efluente (Ce) é dada por:
E=Ca−CeCa
.100 . Sendo E a eficiência desejada, e Ca a carga orgânica afluente
(860mg/L), temos
60=( 860−Ce860 ) .100Ce = 344mg/L de DBO
LAGOA FACULTATIVA
Área requerida (A)
A= CC s
C = carga de DBO total (kgDBO/d)
Cs = taxa de aplicação superficial.
Cs = 140kgDBO/ha.d (Sperling, 2002)
C = Ce * Qmax
C = 344 mg/L * 3,24*10-4 L/s
C = 0,111 mg/s
C = 0,01 KgDBO/d
Assim, A = 0,01/140 = 7,2*10-5 ha = 0,72 m2
L = 2,5B
23
A = L x B
0,72 = 2,5B2
B= 0,55 m. (largura)
L=1,40 m. (comprimento)
Profundidade
H = 1,80m (Sperling, 2002)
Volume restante
V = A.H
V = 0,77.1,8
V = 1,40 m3
Tempo de detenção (t)
t = V/Q = 1,40/7,77
Q = 0,022 m3/h = 0,528 m3/d
t = 1,40/0,528
t = 2,6 dias
A eficiência desejada de remoção de matéria orgânica em termos de DBO, nesta
unidade de tratamento, deve ser de, no mínimo, 60% de acordo com a resolução
no430 de 2011 do CONAMA.
Assim, a carga orgânica efluente do sistema (Ce) é dada por:
E=Ca−CeCa
.100 .
Sendo E a eficiência desejada, e Ca a carga orgânica afluente (344 mg/L), temos
60=( 344−C e344 ) .100
24
Ce = 137.6 mg/L DBO
25
REFERENCIAS
CESA, Centro Experimental de Saneamento Ambiental. Unidades de tratamento de esgoto – UTE: Lagoa facultativa de maturação. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2015. Disponível em: <http://www.saneamento.poli.ufrj.br/site/pt-br/lagoa-facultativa/>. Acesso em: 18 nov. 2015.
KAMIYAMA, H. Lagoa anaeróbia: teorias e prática operacionais. Revista DAE, São Paulo, vol. 49, n.155, abr/jun 1989
MAREL STORK POULTRY PROCESSING (Ed.). O mundo do processamento de aves. Disponível em: <https://marel.com/files/pdf/world-of-stork-poultry-br.pdf?ind=poultry>. Acesso em: 03 nov. 2015.
MASTER, F. Calha Parshall manual de operação: Medidor de vazão em canais abertos. Itu, São Paulo, Flow Master Sistemas de Medição Ltda. 2012. Disponível em:<http://www.flowmaster.com.br/uploads/produtos/MANUAL_CALHA_PARSHALL_00-20121.pdf>. Acesso em: 15 nov. 2015
MORAES, Luciana. M; PAULA JUNIOR, Durval. R. Gerenciamento de resíduos de abatedouro de aves: alternativas de manejo e tratamento. In: Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. XX. P. 3618-3627. 2008, Belo Horizonte, MG.
NUNES, J. A. Tratamento físico-químico de águas residuárias industriais. Aracaju, Sergipe: Gráfica e Editora Triunfo Ltda., 3 ed. 2001. 298p.
NUNES, José Alves. Tratamento físico-químico de águas residuárias industriais. 5. ed. rev. ampl. atual. Aracaju: Info Graphics Gráfica e Editora LTDA, 2008 315 p.
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