ETERNA INFANCIA DE DEUS

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  • 7/25/2019 ETERNA INFANCIA DE DEUS

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    ETERNA INFANCIA DE DEUS

    Encontrareis um recm-nascido envolvido em faixas e deitado numa manjedoura (Lc2,12)

    A humanidade de Deus nos assusta, porque, no fundo, temos medo de nossaprpria humanidade. Nesse sentido, a festa do Natal uma ocasio propcia

    para que pensemos no dano que nos tem causado e continua causando o medode nossa prpria humanidade.Com certeza, nesse medo est a explicao e araiz de tantas violncias e maldades que teriam e que poderiam ser evitadas!"o muitos aqueles que, mesmo tendo f, passam a vida aspirando ser comoDeus.# ao forar tanto querer ser divinosdeixam de ser verdadeiramentehumanos. $anto falso apetite de %divindade& aca'ou despedaando nossaprpria %(umanidade&!

    De fato, o que h de verdade nos evangelhos da infncia que o divino (ou seja, Deus) se deu aconhecer, se fez presente e se manifestou no humano.E precisamente no mais humano: uma criana,sem !t"tulos#, de condi$o humilde e em circunstancias de po%reza, desamparo e persegui$o&' divinon$o se fez presente no portentoso, no milagroso, no assustador, como aconteceu com oiss

    na sara ardente ou no monte inai& ' divinose fez presente em um recm*nascido, em um est%ulo,entre palhas e animais& E foi anunciado aos pastores, um dos of"cios marginalizados daquele tempo&

    A %mensa)em reli)iosa& dos evan)el(os da inf*ncia teimosamente clara eprovocadora! + a mensa)em que nos diz isto o divinose revela e se des-velano humano, no mais (umano, ou se.a, no fraco, no mar)inalizado, no excludoe no perse)uido! #m /esus, intera)em, (armoniosamente, o (umilde e o su'lime,o divino e o (umano0 n1#le o (umano entrada para o divino, o celeste semanifesta no terrestre, um contendo, recon(ecendo e 'ene2ciando o outro! "uamaneira de assumir e viver a condio (umana nos revela Deus e valoriza a(umanidade com toda a Criao!

    3 #van)el(o tem al)o muito forte, muito duro, que no ca'e em nossa ca'ea! 3#van)el(o a a2rmao mais su'lime dohumano.A partir do primeiro Natalque (ouve na (istria, devemos diri)ir nosso ol(ar para as %mar)ens& econtemplar a presena de Deus que no se encontra no )randioso e notvel, masmas naquele que marcado pela simplicidade e despo.amento!

    Encanta*nos quem poderoso, o importante, o solene, o que impressiona e chama a aten$o, o que seimp+e e causa admira$o&&&as, o que n$o nem mais nem menos que humano, o que comum com todos os humanos&&&,precisamente isso que o que tantas vezes menos valorizamos, isso o que mais necessitamos& orque o que mais nos humaniza, e o que mais humaniza a vida, a conviv-ncia, a sociedade& omos !educados#para sermos importantes, mas n$o para sermos simplesmente humanos&

    Da", a conseq.-ncia mais perigosa e mais funesta que todos arrastamos& ' poder nos seduz/ a gl0ria nosatrai/ a vaidade nos faz auto*referentes& 1ueremos, a todo custo, ser importantes, destacar, ser notveis&&&2ais sentimentos nos rompem por dentro e destroam nossa pr0pria humanidade&

    4ecuperemos o Natal essencial, o Natal da 5ida! Na vida de /esus, feita de carnesolidria, recon(ecemos a #ncarnao universal, para alm de todas asfronteiras de espao, de tempo, de cultura, de raa, de reli)io!A #ncarnao de Deus em todos os mundos, desde o primeiro 6i) 6an)!7sto o Natal para alm das formas acol(er e viver a eterna 7nf*ncia ou a6ondade eterna de Deus em todas as coisas, apesar de tudo!

    3 festa de 4atal nos conecta com a ess-ncia de nossa pr0pria humanidade& ' que se cele%ra um Deus*menino, que est chorando entre animais, e que n$o mete medo nem julga ningum& 5 %om que oscrist$os voltem a esta imagem: o eterno meninoque, no fundo, nunca dei6amos de ser&Eterna infncia de Deus& 3quele que n$o ca%e no universo ca%e no seio de uma jovem m$e& ' 7riador cuidado no colo de uma mulher& ' 3mor eterno necessita ser mimado e a%raado como uma criana& Elese faz necessitado para que aprendamos a dei6ar*nos ajudar e aprendamos assim a ajudar os outros& Ele

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    est desamparado, para que tenhamos lar, ptria, calor& 8epousa em um prespio, para que todas ascriaturas possam sentar*se junto 9 grande mesa de toda a 2erra&

    $er o eterno meninodiante de nossos ol(os desperta em ns renovao devida, inocncia, novas possi'ilidades de vida que nos impulsionam em direo aonovo futuro!- 7ma)inamos outro Natal possvel,mais prximo do 8enino /esus nascido(umildemente em um prespio, onde em lu)ar de %dar presentes&, nos %faremospresentes& .unto aos famintos, necessitados e excludos, a'riremos cora9es eportas : c(e)ada "alvadora do 8enino Deus! A solidariedade e a ternura a'riropassa)em frente ao individualismo, ao e)osmo e ao consumismo!- 7ma)inamos um Natal onde aproveitamos para fazer uma via)em ao interior denosso esprito, ali onde (a'ita o Deus da 5ida que d fundamento : nossaverdadeira identidade!- 7ma)inamos um Natal simples, solidrio, ale)re!!! sem luxos, onde faremospresentes em nossos cora9es a todos as pessoas que sofrem e que so aspreferidas de Deus ;ai e 8e!

    Estes s$o, pois, os sentimentos que queremos alimentar neste 4atal, em meio a uma situa$o som%ria da2erra e de toda a humanidade& entimentos de que ainda temos futuro, porque a Estrela magnnima e o!enino# eterno e porque ele se encarnou neste mundo e n$o permitir que este se afunde totalmente&4ele se manifestou a humanidade e a jovialidade do Deus de todos os povos& 2odo resto passageiro&2odos intuimos que o humano uma maravilha, mas que precisa ser cuidado e potenciado& ' 4atal oanncio de que a porta para esse cuidado e essa potencia$o est a%erta& 5 inegvel que temosdesfigurado o 4atal at torn*lo irreconhec"vel e anti*crist$o& as continua pulsando em n0s o desejo deoutros natais poss"veis&

    Texto bblico:Lc 2,1-14

    Na orao:Belm,a casa do po muito mais que

    um lugar geogrfco; Belm o nome poticodomistrio mais elo e real, o nome de todos os lugares onde a !ida gerada e cuidada, onde o po assado ecom"partil#ado$Belm o mistrio da !ida, to %rgil e di!ina$ &esus, 'aria e &os um pai, uma me, um fl#o$ sso tudo,isso o todo o mistrio do cosmos, da *erra e da !ida, do #omem e da mul#er, com suas alegrias e dores,seus amores e medos, suas esperan+as e d!idas$

    *ua casa Belm, quanto mais pore mais !erdadeira$ - em tua pr.pria Belm que /eus se encarna no!a"mente$0 atal no rudo$ 0 atal sil3ncio$ 0 atal quietude$ 0 atal pa4 interior$ este sil3ncio quando sesente e se e5perimenta, de %orma !ital, o interior de todo ser #umano, sua dignidade compartil#ada$0 atal silencioso nos le!a a contemplar esta dignidade de todo ser #umano que di!ina$

    Um humano Natal a todos.