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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “A VEZ DO MESTRE” ÉTICA: princípios, meios e fins... Por:Anete Barros Corrêa Gonçalves Rio de Janeiro 2003

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

ÉTICA: princípios, meios e fins...

Por:Anete Barros Corrêa Gonçalves

Rio de Janeiro

2003

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GONÇALVES, Anete Barros Corrêa.

ÉTICA: princípios, meios e fins... GONÇALVES, Anete Barros Corrêa -

Rio de Janeiro: Universidade Candido Mendes,2003.61 p.

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

ÉTICA: princípios, meios e fins...

Por:Anete Barros Corrêa Gonçalves

Trabalho monográfico apresentado como

requisito parcial para conclusão do Curso de

PÓS-GRADUAÇÃO “Latu Sensu” na

habilitação Supervisão Escolar, orientado

por Vilson Sergio Carvalho.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus sem ele eu não

conseguiria nada.

Agradeço a pessoa especial que sofreu todos os

enjôos, e sentiu todas as dores, que do seu ventre

trouxe – me ao mundo.

Agradeço – te, por limitar – se à vida para que eu

a pudesse ter.

A você que sorriu ou chorou, ou de tristeza ou de

alegria.

A você, que com sua força, com sua simplicidade

e amor, me ensinou a ser o que sou, a ser

alguém, devota por você torno-me grata pelo seu

amor mãe.

Agradeço também ao meu esposo, por acreditar

em mim, por me apoiar, e me entender, pelos

momentos em que as pedras cruzavam os meus

caminhos, e você ultrapassa – lãs e me estender

às mãos, ultrapassando – as eu também, e assim

na escuridão do final do túnel, através de você

enxergar a luz que me incendiou e me

transformou em águia, e a voar para conquistar os

meus ideais.

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DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia aos meus

filhos, Damaris e Danilo, meus eternos tesouros!

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EPÍGRAFE

“ 1 Provérbios de Salomão,

filho de Davi, rei de Israel:

2 Para se conhecer a

sabedoria e a instrução; para se

entenderem as palavras de

inteligência;

3 para se instruir em

sábio procedimento, em retidão,

justiça e eqüidade;

4 para se dar aos simples

prudência, e aos jovens

conhecimento e bom siso.”

PROVÉRBIOS 1. 1:4

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SUMÁRIO

Resumo

Introdução

I Capítulo - Ética : o conceito

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1.1 - Conceituando 13

1.2 – Características da Ética 15

1.2 – Códigos de Ética 17

1.3 – Valores 18

II Capítulo - Ética : formação docente

2.1 – Competência social e ética dos professores 20

2.2 – Compromisso com a qualidade: educadores criativos...

educandos brilhantes.

22

2.3 – O compromisso social e ético dos professores 24

III Capítulo - Ética : em sala de aula

3.1 - O professor e prática educativa em sala de aula 28

3.1 – Os resultados não intencionais da prática em sala de aula 32

3.2 – Os resultados não intencionais da prática em sala de aula 34

3.2 – Os resultados não intencionais da prática em sala de aula 37

CAPÍTULO IV - Ética : vivenciando uma experiência

4.1 – A título de estudo de caso 47

Conclusão 53

Referências Bibliográficas 56

Anexos 58

Folha de Avaliação 62

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RESUMO

Pesquisar um tema como Ética relacionada a prática pedagógica, demanda

não somente um aprofundamento teórico como principalmente um

envolvimento com as relações concretas que se estabelecem no cotidiano

da relação professor-aluno. Na elaboração desta monografia, o suporte

bibliográfico fundamentou a análise do discurso de alguns educadores do

ensino fundamental e, principalmente, de sua prática em sala de aula.

Ao final desta, compreende-se que alguns educadores, sem se dar conta da

unilateralidade de seu ponto de vista, atuam de forma que parcial

imaginando ser, aparentemente, o proprietário de um único critério moral

para todas as formas de moralidade, e por isso aplicam a ferro e fogo seus

conceitos de certo/errado, sem levar em consideração. o quanto é

necessário uma re-leitura das ações pedagógicas sob o ponto de vista ético,

considerando fundamental o papel do educador não somente na formação

acadêmica mas também holística do indivíduo.

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INTRODUÇÃO

A presente monografia tem o objetivo de analisar com tem sido a prática e

os princípios éticos dos docentes de Escolas Estaduais de 1ª à 4ª série,do

Ensino Fundamental.

A saber que a ética estuda as diversas formas de comportamento do homem

(no caso deste estudo, o professor).

A palavra ética vem do grego ethos que significa analogicamente modo de

ser ou “caráter”.

A ética revela uma relação entre o comportamento moral, as necessidades e

interesses sociais, devendo fornecer a compreensão dos homens, podendo

contribuir para fundamentar ou justificar certas formas de comportamentos.

Neste estudo abordarei questões que se relacionam com a ética

profissional, que serão divididas em cinco capítulos, como: O conceito da

ética, As características das éticas, divididos em moral, valores e egoísmo.

O compromisso social e ético dos professores. As competências sociais e

éticas dos professores. O poder e a autoridade. O professor e a prática

educativa na sala de aula. A relação professor – aluno. E o estudo de caso,

que, baseado em autores conhecidos da educação, relacionarei a ética

profissional dos professores.

A razão ou razões de sua escolha profissão, pois, sabe – se que o professor

e o profissional mais responsável em formar indivíduos de gerações e

gerações inseridos na sociedade.

Neste primeiro capítulo, através de filosofo, definir o conceito de ética, parte

teórica deste estudo onde se entenderá o que é a ética como se apresenta

no individuo, e como faz parte do mesmo.

No segundo capítulo, dentro dos conhecimentos adquiridos com estudos de

conceitos da ética, definir suas características em relação do homem na

sociedade, para melhor elaboração de nosso estudo, deixando claro o que é

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a moral, e o que ela significa, assim como os valores e como o indivíduo

pode transparecer o seu egoísmo que é uma conseqüência da falta de ética

e da moral com as pessoas vividas na sociedade.

A partir deste terceiro capítulo, baseados em Psicólogos, Pedagogos e

Professores conhecidos pela educação, ou através do ato de ensinar,

abordar as questões do compromisso com o aluno e a profissão, pois o

compromisso é a palavra chave da profissão, e sabemos que a falta desta

trás deficiências, no caso deste estudo à do conhecimento, que o aluno

deixa de receber do professor descomprometido com ele.

No quarto capítulo falar da competência profissional, de como ela deve ser

aplicada na profissão, e o quanto é necessário também na profissão. Falar

da questão do poder e da autoridade, saber se o professor sendo

transmissor de conhecimento na sala de aula deve exercer o pleno poder,

sobre os alunos por estar na condição de superior ao inferior.

A prática do professor na sala de aula, como o professor, exerce essa

prática, a partir dessa prática despertar o aluno para seu desenvolvimento,

como ele deve agir, nas aulas no cotidiano da sala de aula.

Finalizando no quinto capítulo a ralação do professor com o aluno, como ela

pode ajudar na aprendizagem do aluno, e em que ela pode influenciar na

questão cognitiva, afetiva e psicomotor da criança, este e a chave deste

estudo.

Entende – se que a relação professor – aluno quando não é bom o

aprendizado sofre certas deficiências e neste estudo abordarei a questão do

professor que é descomprometido com seu trabalho e este age de forma de

comportamento que foge da ética moral,onde através de tais

comportamentos destrata indivíduos causando muitos das vezes traumas

em crianças em início de vida escolar, acarretando mudanças em suas vidas

nas estruturas futuras.

Entender portanto a que razão foi à escolha de sua profissão, pessoal ou de

terceiros, pessoal ou de terceiros , não justifica suas reações, no caso de

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destrato de um indivíduo, e sim a transformação no seu caráter moral, na

sua mudança de valores morais, e na criação crescentes do seu egoísmo

enquanto pessoa dentro de um grupo social e de uma mesma sociedade.

Esta questão, está com cada um de nós dia – a – dia, principalmente em

Escolas Estaduais de áreas bem carentes. E para isso o profissional de

educação não se identificar mesmo com que faz, a transmissão de

conhecimento necessária não acontecerá por motivos de deficiência

profissional.

O principal motivo da escolha deste tema e de entender como o cotidiano

influi na mudança de personalidade do professor,pois, uma vez que este

mesmo é ciente de sua responsabilidade com a sociedade de formar

pessoas capazes de serem críticas, sabendo ele que ao ingressar em um

concurso Público enfrentaria de todas as dificuldades possíveis que poderá

passar, interferindo no seu relacionamento com o aluno.

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CAPÍTULO I

o conceito

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1.1 Conceituando...

Segundo Aristóteles ética é “a busca do conhecimento do ser para construir

aquilo que deve ser.”( Fundamentos da Filosofia, 1998). Ética, neste

contexto, é estuda o comportamento do homem, levando em conta as

normas morais e seus valores construídos na sociedade.

O homem tem uma tendência inata para viver em sociedade, constituída por

seus semelhantes, recebendo dela o amparo de que necessita e utilizando –

a para desenvolver suas capacidades. Por isso se diz que o homem é um

ser social.

Para integrar – se a sociedade humana, o homem tem que abrir mão de

seus interesses sociais, além de ser capaz de sentir os problemas dessa

sociedade e de estar sempre predisposto a colaborar na solução dos

mesmos. Para assumir tais responsabilidades, o homem deve ser

convenientemente preparado para vivenciar tarefas e isto compete a

educação que fornece subsídios capazes de levar o indivíduo a conhecer os

princípios que norteiam a vida em sociedade e a uma conseqüente

adaptação destes a mesma.

Entende-se, então, que a ética é a “prática” do bem e do mal de acordo com

seu caráter social, ciente de uma ética moral que rege uma comunidade ou

uma sociedade. Indaga-se, neste ínterim, quais regras sociais estariam

regendo a ética profissional do professor do Ensino Fundamental – objeto de

nosso estudo - nos dias de hoje. Qual será o compromisso que atua como

pressuposto na prática docente?

A psicologia vem em ajuda da ética quando põe em evidência as leis que

regem as modificações internas do comportamento do indivíduo, assim

como quando nos mostra a estrutura do caráter e da personalidade. Essas

estruturas da ética, e que nos ajudará a situar no devido lugar a moral

efetiva, quando ela trata de definir o que é bom e recusa-se a reduzir-se

naquilo que satisfaz o interesse pessoal, exclusivo, evidentemente influirá na

prática moral de rejeitar um compromisso egoísta como moralmente válido.

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“Não é possível pensar os seres humanos longe sequer da

ética, quanto mais fora dela. Estar longe ou pior, fora da

ética, entre nós, mulheres e homens é uma transgressão. É

por isso que transformar a experiência educativa em puro

treinamento técnico é amesquinhar o que há de

fundamentalmente humano no exercício educativo.”

(Paulo Freire,1979,p.68).

Para Paulo Freire (1979), a ética deve estar com o ser humano cada dia mais

interiorizado no mesmo e na sociedade por ele vivida, pois, ela é capaz de

transformar o caráter humano através da experi6encia educativa.

O caráter formador diz respeito a natureza do ser humano, o ensino dos

conteúdos não pode dar-se alheiro a formação moral do educador. Educar é

substantivamente formar, divinizar. A tecnologia ou a ciência é uma forma

altamente negativa e perigosa de pensar errado.

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1.2 Característica da Ética.

Entende-se que a moral efetiva compreende não somente normas ou regras

de ação, mas também as atitudes – respostas dadas a cada uma delas. A

moral, como forma de comportamento humano, possui um caráter social,

pois, é característica de um ser que em sua totalidade engloba

comportamentos basicamente individuais e, ao mesmo tempo, comporta um

ser social sujeito moralmente a determinados princípios, valores ou normas

morais coletivas.

Dizemos que o homem age, ao longo de sua história, moralmente e que

apresenta vários traços característicos que o diferenciam de outras formas

de condutas humanas dentro de uma visão macro da sociedade. O

comportamento humano prático moral, ainda que sujeito a variações de uma

época para outra ou de uma sociedade para outra, remonta até as próprias

origens do homem como ser social, de acordo com os bons costumes que, é

próprio para favorecer estes costumes ao espírito intelectual.

A moral é a ciência do bem e do mal, teoria do comportamento humano

enquanto regido por princípios éticos (variam de cultura para cultura e se

modificam com o tempo no âmbito de uma mesma sociedade) que, com

regras, visam direcionar as ações do homem, segundo a justiça e a

equidade natural de honestidade.

A moral propõe, através de normas, uma melhor convivência entre os

indivíduos, orientada pelos valores próprios a uma determinada sociedade e

tem valor histórico que muda de acordo com a sociedade.

As normas morais são cumpridas a partir da convicção íntima de cada

indivíduo, enquanto as normas jurídicas devem ser cumpridas, havendo ou

não a adesão do indivíduo a elas, sob pena de punição do Estado em casos

de desobediência. A esfera da moral é mais ampla, atingindo diversos

aspectos da vida humana e não se traduz em um código formal. A

consciência moral é a característica que melhor distingue o homem dos

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outros animais, pois permite o desenvolvimento do saber e de toda essa

racionalidade que se empenha em distinguir o verdadeiro do falso.

Mas, além dessa consciência lógica, o ser humano possui também uma

consciência moral, isto é, a faculdade de observar a própria conduta e

formular juízos sobre os atos passados, presentes e as intenções futuras.

Contudo, depois de julgar, o Homem tem condições de escolher, dentre as

circunstâncias possíveis, seu próprio caminho na vida e construir sua

historia.

A consciência moral está relacionada com a liberdade que também difere de

outros animais, pois lhe foi outorgado a liberdade de julgamento, um direito

dado ao homem e só ele pode decidir o que é bom (bem) ou ruim (o mau).

Esta capacidade/possibilidade é definida – e respeitada pelo todo- de acordo

com a conduta do indivíduo e da sociedade, baseando – se no senso de

responsabilidade do ser humano e o compromisso com o seu grupo social.

Karl Marx acreditava que o Homem não é nem uma essência nem um

recipiente no qual o espírito se manifesta, mas um indivíduo que se forma e

se constitui no interior das relações sociais nas quais vive. Acreditava que o

indivíduo é o ser social, assim a moral é uma produção social e atende a

determinadas demandas sociais que devem contribuir para a regulação das

relações sociais e que se transformam ao longo da história e onde ocorre a

transformação do ser humano. A moral torna – se uma forma de consciência

própria a cada momento, determinando o desenvolvimento da existência

social.

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1.3 Códigos de ética

A relação entre os indivíduos e a sociedades em geral, deve seguir

princípios que garantam a integridade moral das atividades desenvolvidas.

Como cada profissão tem suas especificidades, a maioria delas dispõe de

códigos de ética próprios que impõem limites de condutas aos profissionais

da área. Em alguns casos, o descumprimento do código pode até resultar

em cassação do registro profissional.

Os conselhos Regionais e o conselho Federal de cada profissão são os

órgãos responsáveis pela fiscalização do cumprimento dos códigos de ética.

O código de ética não quer dizer que o profissional é competente, porém se

o profissional o deixa de cumprir, tem uma maneira de ser punido.

A consciência ética é o melhor regulador para o exercício da competência e

sabemos que o professor não dispõe de um código de ética oficial, o que é

uma falha muito grande, pois este profissional é responsável por contribuir

na formação de outros profissionais.

A sociedade, então, vive apoiada na certeza a priori de que o professor é um

ser naturalmente comprometido e quando esse sentimento e as atitudes

correlacionadas não são apresentadas em sua prática profissional, toda a

classe a que este profissional esta associado passa a carregar o estigma de

ineficiente, deixando de cumprir seu papel de transmissor de conhecimento

e de mediador na formação da identidade humana. A sociedade, quando

age de maneira alienada, perde quando um profissional não assume seu

papel, papel este que ele mesmo escolheu para exercer. No entanto, cabe

ressaltarmos que a responsabilidade pela atuação de um profissional cabe

não somente a sociedade como um todo mas ao elemento formador da

mesma: o próprio indivíduo.

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1.4 Valores

Compreende – se que aos valores éticos se atribue a coragem, a audácia, a

valentia, a utilidade, a bondade, a justiça, etc. É a atribuição concedida a

algo ou alguém por merecimento ou mérito próprio, também como os

respectivos pólos negativos como a inutilidade, a maldade, a injustiça, etc.

Atribuímos estes valores à coisas, pessoas ou objetos, quer sejam naturais

ou não, para mais tarde, ocupar valor nas relações de conduta humana,

particularmente a conduta moral.

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CAPÍTULO II

A prática

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2.1 Competência social e ética dos professores.

Competência é a palavra mais necessária para a educação de hoje. Pois é

através dela que se formarão pessoas preparadas para a nova realidade

social. Essa abordagem por competências é uma maneira de levar a sério

um problema antigo, o de transferir conhecimentos. Para desenvolver estas

competências é preciso trabalhar resoluções de problemas e por projetos,

propôr tarefas complexas e desafios que incitem os alunos a mobilizarem–

se em seus conhecimentos.

Os professores devem parar de pensar que dar o curso é o cerne da

profissão. Ensinar hoje deve ser regular situações de aprendizagem,

seguida os princípios pedagógicos construtivistas. Os docentes, habituados

a cumprir rotinas, devem repensar sua profissão, pois sabe – se que assim

eles não desenvolverão competências.

Ele deverá ser capaz de identificar e valorizar suas próprias competências,

dentro de sua profissão e de outras praticas sociais. Só então o docente

poderá ajudar os alunos a desenvolverem competências e futuros objetivos

profissionais nestes últimos.

Vivemos em época de amplas reflexões sobre o crescimento do seres

humanos no contexto individual, espiritual, cognitivo, físico, de valores

éticos, culturais e sociais. Iniciar um indivíduo em seu processo profissional

ou conduzir os que já estão no mercado de trabalho de maneira que

exerçam a profissão escolhida com efetividade contínua, é tarefa de todos.

Mas ao professor compete formar profissionais competentes, cidadãos

responsáveis, amigos legais, membros responsáveis de uma família,

produtores de valores.

Deve – se desenvolver no aluno o senso critico, ligado a objetivos futuros

onde os mesmos sejam preparados para o amanhã.

“A incompetência profissional desqualifica a

autoridade do professor...”

( Paulo Freire, 1979, p. 132)

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A palavra incompetência possui uma carga emocional um tanto quanto forte

e quando relacionada ao exercício profissional, ela desqualifica o individuo.

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2.2 Compromisso com a qualidade:

educadores criativos... Educandos brilhantes.

Aprender com as diferenças é a teoria e a ciência do ensino. A pedagogia

analisa princípios e métodos de instrução de acordo com uma concepção de

vida.

A dedicação dos professores e o comprometimento com a vida escolar e

futura do aluno são fatores fundamentais para o bom desempenho deste

último. Uma pesquisa realizada pela Fundação Carlos Chagas avaliou o

desempenho de dez escolas localizadas em regiões carentes de grandes

cidades brasileiras e revelou que os alunos dessas escolas, quando tinham

professores comprometidos com a profissão, criativos, inovadores em

métodos pedagógicos alcançavam ótimos desempenhos e habilidades

psíquicas e motoras.

Estas habilidades possibilitavam diferenças consideráveis nas práticas

pedagógicas. Os professores recorriam a métodos diferentes, que inovavam

seu conhecimento despertando a curiosidade e o interesse dos alunos.

Observou-se que, nestes espaços, a qualificação das informações levadas

através de seus docentes, que de maneira positiva criavam situações dentro

da realidade dos alunos em seus próprios cotidianos, contribuíram para

resultados significativos.

O professor trabalha com o aluno suas múltiplas inteligências,

desenvolvendo – as e assim preparando os mesmos para o futuro, através

da criatividade, da vontade de vencer, sem medos e traumas.

O professor comprometido com sua profissão, apresenta ao seu aluno

caminhos que se podem percorrer e se satisfaz ao ver o desempenho do

mesmo.

“... a coragem de querer bem aos educandos é a

própria prática educativa de que se participa, esta abertura

ao querer bem não significa na verdade, que porque

professores, me abrigam a querer bem a todos os alunos de

maneira igual, significa, de fato, que a afetividade não me

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assusta, que não tenho medo de Express – lá . Significa esta

abertura ao querer bem a maneira que tenho de

autenticamente selar o meu compromisso com os

educandos, numa prática específica do ser humano...”

(Paulo Freire,1979, p. 81).

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2.3 O compromisso social e ético dos professores.

O trabalho docente constitui o exercício profissional do professor e este é o

seu primeiro compromisso com a sociedade, sua responsabilidade é

preparar os alunos para se tornarem cidadãos ativos e participantes na

família, no trabalho, nas associações de classe, na vida cultural e política.

É uma atividade fundamentalmente social, porque contribui para a formação

cultural e científica do povo, tarefa indispensável para outras conquistas

democráticas.

Uma das características mais importantes da atividade do professor é a

mediação entre o aluno e a sociedade entre as condições de origem do

aluno e sua ocupação social na sociedade, papel que cumpre provendo as

condições e os meios conhecimentos, métodos, organização do ensino, que

assegure o encontro do aluno com as matérias de estudo. Para isso é

necessário desenvolver suas aulas, e avaliar o processo de ensino. Um sinal

indicativo da responsabilidade profissional do professor é seu permanente

empenho na instrução e educação dos seus alunos, dirigindo o ensino e as

atividades de estudo de modo que estes dominem os conhecimentos

básicos e as habilidades, e desenvolvam suas forças, capacidades físicas e

intelectuais, tendo em vista equipamentos para enfrentarem os desafios da

vida prática no trabalho e nas lutas sociais pela democratização da

sociedade.

O compromisso social, expresso primordialmente na competência

profissional, é exercido no âmbito da vida social e política. Como toda

profissão, o magistério é um ato político porque se realiza no contexto das

relações sociais onde se manifestam os interesses das classes sociais. O

compromisso ético político é uma tomada de posição frente aos interesses

sociais em jogo da sociedade. Quando o professor se posiciona, consciente

e explicitamente como classe de representação efetiva e majoritária da

sociedade, ele insere sua atividade profissional, ou seja, sua competência

técnica na luta ativa por esses interesses. A luta por melhores condições de

vida e do trabalho e a ação conjunta pela transformação das condições

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gerais , econômica, política,culturas, da sociedade. Esta consideração

justifica a necessidade de uma sólida preparação profissional face ás

exigências colocadas pelos trabalhos docentes.

“Ensinar é uma especificidade humana, exige

segurança, competência profissional e generosidade.

A segurança com que a autoridade docente se

move implica uma outra, a que se funda na sua competência

profissional”.

(Paulo Freire,1979, p. 73).

“Nenhuma autoridade docente se exerce

ausente desta competência . O professor que não leve a

sério sua formação, que não estude, que não se esforce

para estar á altura de sua tarefa não tem força moral para

coordenar as atividades de sua classe.

(Paulo Freire,1979, p. 93).

O professor comprometido com seu trabalho é fundamental para a formação

do individuo, por isso, é necessário que o mesmo tenha em mente a

necessidade da formação e da preparação que se deve ter, a

responsabilidade de uma prática educativa que desperte e estimule os

alunos o gosto pelo estudo, pois, depende do professor o estimulo para que

o aluno tenha tal interesse.Pois o docente dosado da competência completa

as atividades necessárias do aluno, desenvolvendo o mesmo, para a

sociedade e desempenhando para a vida futura. O comprometimento

profissional cria novos caminhos, novos horizontes, descobre o mundo e o

vê de uma forma mais dinâmica e melhor. Educar para a vida não é tarefa

fácil. O professor precisa atuar como facilitador do conhecimento, estimular a

participação e não deve ser apenas um condutor.

O educador que se preocupa em educar para a vida não pode contentar – se

apenas com o conteúdo, como um mero transmissor de conhecimentos

universais. Ele deve exercer uma influência positiva sobre os educandos e

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ser sempre uma presença amiga, passando bons exemplos e transmitindo

experiências adquiridas ao longo da vida. O professor deve ser um facilitador

que ajude a descobrir caminhos, a pensar alternativas. Deve formar

cidadãos críticos capazes de pensar e de agir e de se preparar para o futuro.

“Ensinar não é transferir conhecimentos, mas

criar possibilidades para a sua produção ou a sua

construção.”

(Paulo Freire,1979, p. 54).

O educador democrático não pode negar–se o dever de na sua prática

docente reforçar a capacidade crítica do educando sua curiosidade e o seu

pensar de forma a respeitar suas potencialidades, o professor comprometido

com o aluno sabe pensar a construção do conhecimento seja um ato

completo para o aluno.

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CAPÍTULO III

Em sala de aula

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3.1 O Professor e a prática educativa na sala de aula.

O professor quando entra na sala de aula, para desempenhar sua tarefa de

transmitir conteúdos curriculares, pode parecer ao observador menos atento,

que se trata de um trabalho neutro, que não exige opções e tomadas de

decisões. No entanto, ao momento da aula antecede várias opções sobre o

que ensinar como e porque a prática educativa do professor deve ser

coerente com sua postura em face da sociedade, as escolas, e de seus

alunos. O professor não pode adotar um discurso que não tenha seu

correspondente na prática, a identidade do profissional é construída com

base na significação social da pratica educativa.

Pimenta (1997), acredita que a identidade do professor é constituída através

da revisão constante dos significados sociais da profissão, na revisão das

tradições.

Mas também na reafirmação de práticas consagradas culturalmente e que

permanecer significativas. O professor que adotasse uma postura autoritária

impondo comportamentos e aplicando punições arbitrárias, afinal, a

sociedade esta consolidando a sua democratizando uma identidade

profissional constrói – se pelo significado que cada professor como ator, e

autor, confere a atividade docente no seu modo de situar – se no mundo sua

historia da vida suas representações seus, saberes, suas, angustias e seus

anseios, o professor cujo papel é o de mediador entre o conhecimento e o

aluno tem um grande trabalho a realizar com as crianças e jovens.

Proceder à mediação entre a sociedade da informação e os alunos, no

sentido de possibilitar – lhe, pelo desenvolvimento da reflexão, à aquisição

da soberania necessária a permanente construção do ser humano.

A vida cotidiana do professor consiste em construir e contribuir para a

construção de conhecimento. É através do cotidiano, na vida concreta, que

desenvolve – se a pratica pedagógica, que implementa a teoria, a

metodologia, as estratégias do ensino.

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Analisando a vida cotidiana do professor (Cunha 1997), afirma que o fato de

que a realidade da vida cotidiana e também inclui uma participação coletiva

o existir na vida cotidiana é estar continuamente em integração e

comunicação com os outros e os significados das outras pessoas, que vivem

também o cotidiano.

“Pensar na sala de aula como um lugar de relação professor

e aluno abrem inúmeras possibilidades de positivas

relações interpessoais de satisfações no processo ensino

aprendizado do aluno.”

(Cunha ,1997,p.47).

O compromisso do professor na sala de aula é um fator tão importante que

quando este falta, o professor deixa de transmitir o conhecimento e assume

um papel que desfavorece a ética profissional

Há muito tempo atrás quando se falava em curso superior a pessoa só tinha

algumas opções, engenharia, medicina e direito. Com o passar dos anos a

engenharia começou a abranger diversos pontos e era associada a

“máquinas”, o direito aos “papeis” e somente a medicina possuía relação

direta com as “pessoas”. O que dizer do magistério? Atua diretamente com

pessoas mas somente para repassar conhecimentos teóricos passíveis de “

decoreba”, falando popularmente.

O ser humano diferente da máquina e dos papeis, pois precisa de calor

humano, de atenção para se desenvolver como individuo, interado em sua

sociedade, porque a mesma tem suas necessidades. Para isso, o individuo

que ingressa em um curso preparatório para professores primários, deve

identificar todas as questões humanas e agir dentro de uma ética moral, e se

ele não gosta das características de sua profissão, não deve dar

continuidade a sua escolha profissional inicial, porque ensinar é um ato de

amor e de dedicação ao próximo.

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Quando estuda-se, Paulo Freire, Freinet, Emilia Ferreiro, Skinell, e outros,

perceberemos que educar ou ensinar e um dom um talento mágico que não

é dado a qualquer pessoa. E não é tarefa fácil, por isso a pessoa ao

ingressar em uma instituição para estudar e mais tarde atuar com pessoas,

deve estar ciente de todas essas questões ou todas as questões que regem

sua profissão (escolha). No caso do professor, formar cidadãos preparados

para o futuro dentro de cada realidade.

O professor ao prestar um concurso público deve está ciente de seu papel

de transmitir o conhecimento porém como um mediador e não somente

detentor do mesmo. Além disto, não poderá esquece-se de seu público será

variado deste a formação cultural, familiar quanto cognitiva.

Os alunos especiais conseguem executar certas tarefas e acompanham

programas escolares especiais tanto quanto os indivíduos normais são

capazes de acompanhar os programas escolares. A inteligência é como a

capacidade que o individuo tem de aplicar conhecimentos que lhes foram

adquiridos pela sua própria construção constante

Quando o professor age na sala de aula, agredindo verbalmente a criança,

dizendo que as crianças são pobres e sempre vão ser assim, rotulam o

aluno porque não tem condições de desenvolver seu conhecimento dentro

de sua própria perspectiva e tem dificuldades de aprendizagem, exprime

todo seu preconceito contra os alunos e esses preconceitos muita vezes se

originam na própria formação pessoal do professor.

O preconceito não passa de uma avaliação negativa, realizada sem

fundamentos suficiente e sem objetivos. Os preconceitos não nos dize como

os outros são realmente e sim a idéia que se tem dentro de si mesmo de

uma realidade que não se conhece realmente. Essas idéias podem ser

mudadas desde que a pessoa preconceituosa não resista a mudanças.

Atualmente é difícil encontrar pessoas que assumam seus preconceitos,

principalmente os associados à raça. No entanto, observa-se isto nas piadas

de mal gosto que algumas pessoas dizem e em sala de aula não é diferente.

Deve-se entender que um comentário de cunho preconceituoso é a

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assinatura de um professor sem ética e descomprometido com sua

profissão.

O professor comprometido mesmo que tenha dificuldades na escola que

leciona sabe que seu público não deve pagar por alogo que não podem

mudar.O educador que desempenha o seu papel, estimula os alunos,

mantém uma relação professor- aluno onde cada um assuma o seu papel,

onde não deixe de inovar os conhecimentos de acordo com cada realidade,

e desenvolver na sala de aula uma comunicação interpessoal, onde segundo

pesquisas em psicologia, a abertura na comunicação contribui para criar

boas relações. .(Jourard ,1964).

Assim será possível na sala de aula centrar a atenção dos alunos e

estimular seu interesse, desenvolver suas potencialidades e conseguir passo

a passo envolver – se na aprendizagem, tomando gosto por ela e se

preparando para o futuro.O que o professor faz é criar uma situação de

comunicação entre os alunos com um propósito educativo, de acordo com o

que importa é colocar os alunos como sujeitos de sua própria reflexão, na

relação professor – aluno os professores respeitam os alunos como pessoas

humanas, usam justiça nos tratamentos aos alunos, usa o dialogo como

meio de proporcionar o crescimento do educando, interessa-se pelas

diferenças individuais e pelos problemas particulares de cada aluno, estão

conscientizados de que seus procedimentos são modelos para os

educandos , e procura o pleno desenvolvimento do processo da construção

do conhecimento, onde a aprendizagem e constante e individual de cada

aluno, através de sua vida cotidiana e sua realidade que é diferenciada uma

da outra.

A escola é uma instituição que tem por finalidade o oferecimento de

oportunidades para que o educando desenvolva suas potencialidades em

seus múltiplos aspectos, e levando-se em conta que deve atender ao

máximo as características individuais, não se poderá prescindir de um bom

conhecimento do aluno, seu nível mental, suas aptidões, seus interesses

seus traços de personalidade assim por diante.

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3.2 Os resultados não intencionais da prática na sala

de aula.

A importância dessa relação com os alunos é pensar nos resultados não –

intencionais. Pretende-se que os alunos aprendam alguma coisa, mas às

vezes eles aprendem outras que não queriam que ele aprendesse. É de

máxima importância que a relação com os alunos, e se saiba que se ensina

sem querer ensinar e o que se aprender sem querer aprender, o processo

ensino – aprendizado depende em boa medida do estilo de relação que

estabelecemos com os alunos quando tratamos desse processo ensino –

aprendizado nos firmamos em aspectos formais e temos objetivos de

resultados em métodos e exercícios. Comprovamos então os resultados

obtidos nas salas de aula.Se os alunos têm realmente aprendido algo ou se

tem aprendido a detestar o estudo.

Em todos os casos o aluno aprende e o professor ensina, mas algumas

vezes intencionalmente e outras vezes não intencionalmente, a

intencionalidade ou não refere – se tanto ao professor que ensina como ao

aluno que aprende. É claro que aprender e ensinar não radicalizam as

possibilidades que mais propriamente poderiam ser situadas ao longo de um

contínuo mas sim e o não referente aprender.

Quando o aprendizado é intencional o professor ensina o que quer explicar e

o aluno aprende. Os professores tornam – se modelos de identificação,

quando queridos pelos alunos o professor e capaz de transmitir um

conhecimento que ele mesmo não sabe, muitas das vezes transmitindo de

maneiras verbais e não – verbais, o professor pode ensinar mais do que

aquilo que pretende ensinar a fazer coisa que podem ser positivas ou

negativas,se aceitam ou recusam suas atitudes e seus valores, reforça – se

o interesse ou o desinteresse pelo aprendido.

Uma influencia especifica vem da relação do professor com os alunos

disponibilidade, interesse manifesto por todos os alunos.Eles podem estar

aprendendo, de bom ou de mal, independentemente da avaliação que

fazemos dos conhecimentos e das habilidades que eles vão adquirindo,

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cada professor pode fazer também em nível institucional, a verdadeira

mensagem é o que transmitimos como importante,se transmitir por meio

daquilo que de fato fazem.E assim como transmitimos o que nos importa

com o que fazemos igualmente tiramos importância mediante o não fazer ou

o fazer menos. A aprendizado das relações interpessoais se da em boa

medida nessa área, aprender atitudes e condutas que delas procedem a

negativas como a hipocrisia.

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3.2.1 Poder e Autoridade.

Poder, palavra original de um termo sociológico usado para descrever as

ações do exercito e de nações. Mas para os filósofos gregos, Platão,

Sócrates, e Heráclito,definia o poder com o ser. E com o poder é a

capacidade de mudar.

Heráclito (May, 1981), afirma que o ser se encontra em continuo fluxo,

quanto mais se estudava percebendo que o poder defende de emoções,

atitudes e motivos, onde volta – se para a psicologia, em psicologia poder

significa a capacidade de afeto, influenciar e mudar as pessoas, que a cada

uma delas atrai, e liga – se e identifica – se de maneira diferente tais como

as de status, autoridade, prestígios, dinheiro posição, são questões básicas

para o problema de poder.

May (1981), acreditava que o poder e a capacidade de causar ou impedir

mudanças, porque uma pessoa que possui o poder, a maioria das vezes

sofre mudanças em sua identidade.Tomamos o professor como exemplo o

professor em sala de aula possui pleno poder sobre os alunos, ali este esta

como ser superior aos inferiores ( alunos), cabe a este primeiro que esse

poder se direcione para o lado bom como para o lado ruim. Uma vez que

não se tenha o domínio sobre situações e o docente venha abusar de tal

poder que lhe é concedido, este sofre o impedimento de mudanças em sua

identidade causando, certo bloqueio na relação pedagógico.

Determinando o lugar de cada um o aluno como aquele que esta ali para

aprender como o inferior que não se pode colocar e nem pode expor suas

opiniões.

O professor como o superior aquele que sabe é que não aceita criticas,

sugestões .O mesmo acha que por ter o domínio da sala de aula, tudo deve

acontecer como ele quer, ele se torna um ditador, um tradicionalista, que

não precisa de métodos novos ou qualquer outro aperfeiçoamento pois ele já

tem a situação em mãos mesmo que seus alunos não estejam

desenvolvendo, este professor não o olha, ele olha para si, e o que ele esta

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ensinando para seus alunos, será que este docente tem ensinado ou só tem

feito crescer o medo do aluno de estudar.

“O temor é a angustia pertence mais aos

superiores do que aos inferiores, aos fortes do que aos

fracos.”

(Lobrot ,1977, p. 122)

O temor gera o medo e este o impede de desempenhar plenamente suas

potencialidades. A autoridade não deve ser encarada apenas por quem

obedece ou baseada na relação que une superior e inferior, mas

principalmente por aquele que representa o chamado “superior”. Não é

qualquer um que pode ser detentor da autoridade, pois ela exige

características particulares que nem sempre todos possuem.

Nesse caso, o individuo ignora as alegrias da vontade próprias e da criação

pessoal, ele não é mais, em nenhum sentido o autor de seu ato, assim

vemos que a autoridade é triste e gera tristeza. É preciso que aquele que

possui a capacidade de comandar ou ao menos a possibilidade de exercer o

comando, introduza no campo psicológico do indivíduo que neste momento

é passível de obedecer, elementos que sejam decisivos para este ultimo

sinta-se estimulador a cumprir o comando sugerido.

Em situações de medo, a submissão torna-se o único recurso. O aluno ou

responsável pelo mesmo tem medo de perder a vaga ou teme pela

reprovação, os professores tem medo de perder sua autoridade e, muitas

vezes, de ser identificar com a clientela.

O poder professoral manifesta-se através de um sistema de provas ou

exames, onde ele pretende avaliar o aluno. Na realidade o que está sendo

feito é uma seleção, pois, uma avaliação de uma classe pressupõe um

contato demorado com a mesma, prática impossível no atual sistema de

ensino, a avaliação deixa de ser um instrumento auxiliar do conhecimento e

torna – se um fim em si mesma.

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A criança e sua família, encontra-se tolhida entre a coerção e a punição,

repressão .

“Como método educativo , o que se exige da

criança submeter – se ás exigências e aos este tipos de um

códigos de boa conduta o discurso em que ela foi colhida

nada mais ,é por, tanto, se não ritual definidor de condutas a

respeitar, determinados os papeis que devem ser

desempenhados.”

(Lobrot, 1977, p. 49)

A noção de poder guarda dentro de si duas idéias, a de força e de

autoridade. A primeira, a força, poder ou abuso. A segunda, a autoridade

tomada no sentido de reconhecimento do prestígio moral, da habilidade, da

experiência, do conhecimento científico, do carisma etc, e não de

autoritarismo.

A autoridade docente “mandonista”, rígida não conta com nenhuma

criatividade do educador. A autoridade coerentemente democrática,

fundamenta – se na certeza da importância, quer de si mesma, quer da

liberdade dos educandos para a construção de um clima de real disciplina,

jamais minimiza a liberdade, esta autoridade esta convicta de que a

disciplina não existe, no silêncio dos silenciados, mas no alvoroço dos

inquietos, na dúvida que investiga na esperança que desperta, mais ainda

que reconhece a eticidade de nossa presença, a das mulheres e homens, no

mundo reconhece, também necessariamente,que não se vive a eticidade

sem liberdade e não se tem liberdade sem risco.

O educador que exercita sua liberdade ficará tão mais livre quanto mais

eticamente vá assumindo a responsabilidade de suas ações .

“A autoridade docente se move e implica uma

outra a que se funda na sua competência

profissional.Nenhuma autoridade docente se exerce ausente

desta competência.” (Paulo Freire,1979, p. 27).

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3.3 A Relação Professor - Aluno

“Quem ensina aprende ao ensinar e quem

aprende ensina ao aprender.Quem ensina, ensina alguma

coisa a alguém.”

(Paulo Freire,1979, p. 17).

Para Paulo Freire, todas as relações entre pessoas podem acabar sendo

determinantes de mudanças, o que torna a relação professor – aluno

diferente de outros tipos de interação é que nela existe explicitamente é não

de maneira latente um propósito de mudanças e atitudes, habilidades e

idéias do aprendiz.

Na relação pedagógica, o vinculo entre professor e aluno, esgota seu

sentido na intenção de modificar o comportamento deste

ultimo.(aluno).Diante destas afirmações, entendamos que a aprendizagem é

exatamente uma decorrência da interação entre quem ensina e quem

aprende. Segundo Freire o ato de ensinar deve ser uma relação de transmitir

conhecimentos.

“O papel do professor constitui – se

basicamente, em ajudar o educando a aprender em todos os

aspectos, isto é, na aquisição e desenvolvimento de

conhecimento habilidades, hábitos, atitudes, valores,

ideais,ou qualquer tipo de aprendizagem ainda não

desenvolvida e julgada importante e necessária para o

educando tanto pessoal como socialmente.”

(Reeder, 1943, p. 48).

A relação professor – aluno pode ser considerado o momento ótimo para a

construção do ato educativo, o professor é visto pelo aluno como alguém

hierarquicamente superior, mas essa superioridade não pode ser entendida

como uma submissão humilhante a uma postura autoridade, ela deve ser

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vista sobre tudo como uma posição de ajuda, os alunos guardam a imagem

dos professores que os viram como pessoas e a dos que tiveram efetiva

participação na construção de suas personalidades e visões de mundo.Isto

quer dizer que o bom professor é aquele que esta sempre presente na

construção do ‘ser’dos alunos.

É preciso mostrar ao educando que o uso ingênuo da curiosidade altera a

sua capacidade de achar e obstaculizar a exatidão do achado.É preciso por

outro lado e, sobre tudo, que o educando vá assumindo o papel de sujeito da

produção de sua inteligência do mundo e não apenas o de recebedor da que

lhe seja transferida pelo professor.

Para Pichon – Riviere (1991), o processo de aprendizagem da realidade é

determinado então, pelas características resultantes da aprendizagem previa

da realidade interna estabelecida.

Uma relação docente e discente pode ser preventiva pelo desejo

inconsciente do mestre, favorecendo assim, o surgimento de vários conflitos

no relacionamento entre os mesmos.

“Se á aprendizagem for uma experiência bem

sucedida, o aluno constrói uma representação de si mesma

como alguém capaz de aprender.Se, ao contrário, for uma

experiência mal sucedida, o ato de aprender tenderá a se

transformar em ameaças, e a ousadia necessária á

aprendizagem se transformara em medo, para o qual a

defesa possível é a manifestação de desinteresse.”

(PCNs ,1998, p.72).

A compreensão e o uso adequado das técnicas motivadoras resultarão em

interesse, concentração da atenção, atividades produtividade e atividade

eficiente de uma classe.

A falta de motivação conduzirá no aumento de tensão emocional,

aborrecimentos, fadiga, aprendizagem pouco eficiente da classe com

problemas disciplinares.

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A boa relação com os alunos deve ser um ato de eficácia profissional, esta

relação é clara diferenciada e importante, comunicar, pode ser muito

condicionante, para bem ou para mal.As expectativas os modos, a

disposição da classe depende em boa medida das primeiras séries

subseqüentes, nossas relações pessoais em geral levemos nossas relações

com os alunos que temos claro em outras relações.

A relação professor – aluno na sala de aula é complexa a abarca vários

aspectos, não se pode reduzi – lá a uma fria relação didática, nem a uma

relação humana calorosa, a relação com os alunos dentro da sala de

aula.Essa relação é entendida do menos para começar a tratar desses

temas de maneira global, tudo é relação e comunicação, ate mesmo o modo

de olhar os alunos diz algo para eles.Enfatizando a relação pedagógica o

professor é aquele que de alguma maneira, inicia a relação e influi nos

alunos o despertar pela relação de ambos, reforça a auto confiança, o êxito

e define do tipo de relação do professor com o aluno, a fim de que eles se

sintam bem, e sim para ajuda – luz em sua tarefa de aprender, a qualidade

do aprendizado padecerá e ate mesmo se deixará de ensinar e aprender

fatos importantes.A eficácia das condutas do professor derivar – se por sua

vez, da eficácia que tais condutas tenham para satisfazer as necessidades

básicas dos alunos, das quais como observamos os alunos podem não ter

uma consciência clara.É na sala de aula e nas tarefas derivadas da aula

que os alunos gastam seu tempo e suas energias, aprendem a respeitar –

se entre si, trabalham em grupo desenvolve – se bem na sociedade a

comunicar – se de maneira competente podem aprender a pensar, os alunos

devem sentir – se livres para errar e aprender com seus erros, o sentir – se

livre se traduz aqui por ausência de medo, de angustia.

“Aprender com os próprios erros é importante

para o crescimento pessoal, seja emocional social ou

cognitivo.”

(Pedro Moraes, 1998, p.37).

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O ambiente de segurança de paz de confiança é necessário para aprender e

internalizar o que se vai aprendendo, pois, um ambiente de segurança

melhora a capacidade de aprendizado do aluno, proporciona melhorias na

qualidade de raciocínio e desempenha funções que os alunos demonstre

serem capazes de praticar. A sala de aula é lugar onde o professor pode

despertar o interesse do aluno e fazer com que se sinta seguro para um

aprendizado apropriado. O clima de confiança ajuda e faz fluir bons

resultados, vemos que muitas das vezes as situações educativas

conflitantes, são situações de não escuta, o professor no seu papel age

como a autoridade não ouve e não quer ouvir a criança.Ele dentro de seu

tradicionalismo leva a criança à submissão impedindo e não permitindo o

dialogo entre educador e educando.

Para Vygotsky (1984), a escola é o locais da aprendizagem escolar, onde o

papel do professor e das relações interpessoais é fundamental, contudo ele

acredita que a aprendizagem vem muito antes da criança freqüentar a

escola.Quando por exemplo ela começa a ter o contato com a mãe, quando

ouve a voz e procura quando ela começa a se descobrir já ali ela começa a

aprender, no dia – a – dia com a família, ate que vai para escola onde

completa sua aprendizagem.

Para Smolka (1993), a relação de ensino parece constituir nas interações

sociais já a tarefa de ensinar que é organizada é imposta pela sociedade

baseia – se na relação de ensino mas muitas das vezes oculta e torce esta

relação, ensinar é esclarecer, não oculta disfarçar é informar

adequadamente a criança, supondo que ela é capaz de aprender, ouvir a

criança e entender o que ela tem a dizer, já aprender significado poder falar,

perguntar, perceber a seu modo o mundo.

A postura dos que trabalho com educação principalmente, deve ser de

aprendizado constante, pois as pessoas, o conhecimento as técnicas e as

matérias estão sempre mudando.

O professor que acredita que só há uma maneira de ensinar e um só ritmo

para aprender não aceitar as idéias novas nem de outros educadores e

muito menos das próprias crianças que nos mostram de uma simples e até

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mesmo engraçado o jeito que pensa e o estágio de construção mental em

que se encontram.

“Prepare gerações de construtores que cavem o

solo, subam aos andaimes, lancem de novo para o céu as

flechas ousadas do próprio gênio, perscrutem o universo

sempre ávido do seu mistério. Leve para as suas

ferramentas de construtores, de engenheiros, de

pesquisadores, mesmo se for para a sua escola permanecer

um eterno canteiro de obras, pois nada é tão grandioso do

que isso”.

(Freinet ,1985, p. 57)

O professor deve – se colocar de uma maneira que o aluno sinta – se livre

para aprender, discordar e ensinar de forma democrática, e ouvir a criança.

“Sem dúvida o professor não gosta da

velocidade porque não esta equipada para suporta – luz,

tem raiva do aluno que sempre tem dificuldades e que pelas

suas exigências rompe o ritmo calmo da aula”.

(Freinet, 1985, p. 89).

As relações de ensino então é aquele onde o lugar do ‘quem’ podem ser

preenchidos tanto pelo aluno como pelo professor ou qualquer outra pessoa

que queira transmitir conhecimentos.

O professor distante do aluno não atende ao desejo deste, o processo

ensino aprendizado não se dará de maneira positiva, pode fazer com que a

criança torna – se retraída, uma vez que ela não vê em seu educador

alguém em que ela possa confiar, tirar suas duvidas, expressar suas idéias,

apóia-la, motiva – la a sempre buscar mais, e não desistir, ensinar a ser

critica, pensante, um indivíduo capaz de expor suas opiniões sem medo ou

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temores, de expor suas opiniões, suas idéias sem medo de ser taxados

como tolos, seres humanos firmes em opiniões e preparados para conseguir

um trabalho no mundo que vão enfrentar todas estas questões só e possível

quando o educador assume o seu papel e este com competência e

compromisso.

O professor na maioria das vezes torna – se um modelo de identificação

para o aluno, e quando estes são queridos por este ultimo a relação torna –

se aberta e direta de maneira que possa ser modelo no qual o aluno aprende

de maneira positiva,o professor pode ensinar mais com o que é, do que com

aquilo que pretende ensinar, seu modo de fazer as coisas implica

mensagens implícitas de efeitos que podem ser positivos ou negativos se

aceitam ou recusam suas atitudes e seus valores, reforça – se o interesse

ou o desinteresse pelo aprendido o aluno pode não ter interesse pelo

estudo, e achar que o esforço pelo aprendido o aluno pode não ter interesse

pelo estudo, e achar que o esforço não compensa, porque não é

reconhecido, porque o custo é superior ao beneficio, que não vale a pena

estudar seriamente, porque o aluno pode ser aprovado colocando ou

simplesmente decorando a matéria é inútil e não vale a pena, não contribui

em nada para a própria formação nem diz nada para a vida, é necessário

que os valores que o professor parece defender ou que representa não

valem a pena, porque ele o aluno tampouco vale a pena,não tem valor, não

é capaz, conseguindo o mínimo para ser aprovado, já é mais que o

suficiente.

O aluno pode pensar em todas essas questões negativas e tomar para si e

deixar que todas estas questões venham afetar seu aprendizado é o seu

desenvolvimento.

É importante que o professor observe o aluno é que através de uma boa

relação possa fazer a criança perceber que ele é capaz e que todo seu

negativismo pode ser vencido, através da ajuda do professor que tem o

compromisso com o aluno e o compromisso com sua profissão de ajudar,

induzir e encaminhar o aluno para caminhos que os ajude a descobrir o

mundo de maneira se relacionar com ele e estar preparado para ele.

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O professor que não consegue aceitar o fato de que os erros são parte

natural da aprendizagem e do desenvolvimento não pode ter esperança de

criar um clima de franqueza e de confiança, nem de proporcionar condições

adequadas para que cada aluno desenvolva o que possui de melhor em si

mesmo.

O bom professor deve demonstrar capacidades em escolher e empregar

meios de diagnósticos as predisposições de aprendizagem de um aluno

planejar unidades e atividades de estudos, empregar procedimentos e

processos mais adequados de aproveitamento, para aferir com precisão, o

desempenho.

A verdadeira função do diagnóstico é identificar o aluno no ponto em que

está, e então determinar as condições mais apropriadas para o seu

desenvolvimento, de acordo com suas necessidades e suas potencialidades.

A relação dentro da sala de aula é entendida de maneira geral, ou seja, tudo

é ralação e comunicação, ate mesmo o modo de olhar os alunos diz algo

para ele, o aluno se senti seguro a ponto de poder desenvolver suas

potencialidades. O professor é o sujeito principal, aquele que de alguma

maneira inicia a relação, pois, depende do professor que se inicie esta

relação, o aluno vê o professor como alguém muito importante e se este

mesmo não tornar a relação agradável os resultados podem não ser bem

tolerados.

O professor deve estimular esta relação através da motivação, que é

necessária para a relação pedagógica é para o desenvolvimento da criança,

seguem em sala de aula, como dar orientação, mostrar entusiasmos, propor

alternativas para a escolha dos alunos, elogios sinceros, reforço do êxito,

estimular a curiosidade, estimular o interesse centrar a atenção, mostrar a

relevância do que se estuda, criar um clima de confiança e satisfação.

A motivação é interna e floresce, cresce quando os alunos vêem satisfeitas

suas necessidades psicológicas, eles têm necessidades, embora não

tenham uma consciência clara delas e não as expressem, e ate presumam

não te – lãs, os professores eficazes na medida em que levarmos em conta

essas necessidades, de ser aprovado na matéria é algo mais profundamente

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humano. A eficácia das condutas do professor deriva por sua vez, da

eficácia que tais condutas tenham para satisfazer as necessidades básicas

dos alunos podem não ter uma consciência clara.

As condutas do professor são em boa medida condutas verbais o que

comunica aos alunos e como comunica, mas são também comunicações

não – verbais, gestos, sorrisos, olhares, e,é claro, são também em um

sentido mais próprio o que faz e organiza, o professor se traduz em sua

relação global com os alunos na sala de aula, sua própria concepção do que

é ser professor se expressa continuamente de múltiplas maneiras de forma

natural e espontânea.

As relações interpessoais são de uma necessidade grande é manifesta – se

de muitas maneiras, dedicar o tempo à comunicação com os alunos, a

manifestar afeto e interesse expressar que eles importam para nós, a elogiar

com sinceridade, a interagir com os alunos com prazer o gosto é a rejeição,

a distancia a simples ignorância a respeito dos alunos, o desinteresse.

Deiro (1995), para ele é preciso saber criar um ambiente ou uma atmosfera

de segurança, de paz, de maneira que os alunos possam sentir que aqui se

deve trabalhar, mas o ambiente é bom uma matéria pode ser difícil e exigir

muita atenção e esforço mas isso não significa que se deva estar tenso na

classe e que se pense na prova em um horizonte de angustia e incerteza.

Os alunos devem sentir – se livres para errar e aprender com seus erros,o

sentir – se livres se traduz aqui por ausência de medo, de angustia, aprender

com os próprios erros é importante para o crescimento pessoal, seja

emocional, social ou cognitivo, um ambiente de segurança, de paz, de

confiança é necessário para aprender e internalizar o que se vai

aprendendo, dar estruturas ao seu aprendizado que se refere à quantidade e

qualidade de informação que se da aos alunos em favor da eficácia do

aprendizado, e manifestar expectativas a responder de maneira consistente,

da informação de ajuda, ajustar – se ao nível dos alunos, a informação é

uma fonte de poder sobretudo no terreno da avaliação existe a tentação de

manipular a informação como arma de controle, de castigo, de auto defesa.

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A organização requer flexibilidade e capacidade de adaptação. Ser

organizado na classe e no planejamento, está estreitamente relacionado a

capacidade do professor de ser flexível, de saber adaptar-se ao que

acontece na sala de aula e nas tarefas derivadas da aula em que os alunos

gastam suas energias, podem aprender a colaborar, a respeitar-se entre si

quando trabalham em grupos em projetos cooperativos, podem aprender

apreciar outras culturas, a desenvolver–se bem na sociedade, a comunicar –

se de maneira competente, podem aprender a pensar construtivamente.

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CAPÍTULO IV

Ética

Vivenciando uma realidade

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4.1 A título de Estudo de Caso.

Depoimento de uma professora Catia Cilene dos Santos, atuante na rede

estadual- RJ no ensino fundamental – 3ª séria.

“Lembro – me ainda do meu início na vida escolar. Tinha eu por

volta de 2 anos e meio, era tudo muito novo, muito dinâmico, onde

eu queria está durante muito tempo... Eu não tinha vontade de ir

para casa.

Na pequena escola onde iniciei minha Educação Infantil, aprendi

a desenhar, a pintar, a correr e a falar, e cantar as musicas que a

professora Marizete ensinava, tinha muitos sonhos e muitas

ilusões, o meu mundo era lúdico e cheios de promessas segundo

a tia, que era um doce de pessoa .

O tempo passou. Eu cresci e me transferi de escola, uma

municipal onde iniciei na primeira série, meu raciocínio sempre

foi muito lento... Foi quando eu conheci a professora Luzinete,

que me deu aula durante 2 anos. Ainda na primeira série, pude

conhecer seu caráter e o quanto ela odiava a profissão, ou pelo

menos parecia, com tantas ofensas verbais e corporais com os

alunos dia – a – dia, os alunos daquela turma ouvia as mesmas

coisas, chamava a todos nós de burros, imbecis, débios

mentais... Isso quando alguém n~são trazia o dever de casa

pronto ou mesmo se o trouxesse errado, se não estivesse do

jeitinho do livro, sem tirar e sem acrescentar nada. Horrível era

quando, na aula, ela perguntava de uma matéria já passada e

ninguém respondiam. Começava o terror! Ela sentada no seu

trono,não saia de lá para nada, só para ir ao recreio ou para sair

(ir embora). Chamava o aluno e a ofensa era direta, olho no olho,

corpo a corpo. A sala de aula era aquele silêncio, porque não se

podia falar, sem permissão, às vezes eu a ouvia dizer que a

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nossa voz a irritava. Ninguém fazia perguntas, falava,

simplesmente ouvia e copiava no quadro negro o “dever”. Era tão

horrível ir para a escola que eu passei a odiar o ato de estudar,

nada entrava em minha mente e eu não conseguia aprender

nada.

Fui então a vitima desse ser que se dizia professora. Lembro

ainda dos empurrões,daquelas mãos brancas e grandes me

sacudindo pelos braços e me dizendo que eu era inútil e não

servia para nada, nem para fazer o dever, comecei então a tentar

entender porque ela não gostava de mim: era eu feia, burra

mesmo. Passei a fazer de tudo que ela gostava , a pintar como

ela queria a desenhar como ela queria a escrever como ela

queria, eu não mais vivia em um mundo lúdico, não mais tinha

sonhos, eu só queria deixar de ir a escola, pois, não me sentia

mais gente, e sim um robô, manipulado todo tempo pelo

professor, mesmo assim não se agradava ela, com isso tudo eu e

a maioria da minha turma não atingimos os objetivos, repetindo o

ano de novo na primeira série, com a mesma professora. Pensava

eu o que fazer: contar para mãe e pedir para sair daquela escola?

Essa sim parecia uma boa solução. Só que foi inútil.O medo e o

trauma não me deixavam mais, cercada por uma escola

tradicionalista, onde seria difícil identificar as atitudes e os

procedimentos do professor, estávamos ali indefesos ao seu

egoísmo, ao seu descompromisso ético.

Iniciei meu tratamento com minha primeira psicóloga, Mariza, do

Menino Jesus. Claro, não só por questão da escola, mas de

problemas familiares também. Consegui ir para a segunda série,

achei que fosse ficar livre desta professora, de suas atitudes, de

suas ameaças, de suas ofensas verbais e corporais, estava eu

enganada. Naquele ano ela conseguiu ir para outra turma e claro,

foi a segunda série. Estava eu na mesma situação, nesse ponto

eu já odiava estudar, não queria ser nada mais, não acreditava

em nada.

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Hoje, fazendo este relato, fecho os olhos e vejo o primeiro dia de

aula. Lembro sua risada falsa , quando passava a mão pelo meu

cabelo na frente de minha mãe e dizia: “Fugiu tanto de mim, agora

continua comigo...” Parece macabro, não é?

Da turma nova , a metade repetiu. Antes do fim do ano letivo

comecei a ver certas preferências entre ela e alguns alunos.

Nesta turma ela não ficava só no trono, andava pela sala, e nesse

espaço eu me perguntava o tempo inteiro o que ela iria fazer, no

principio pensei que ela tinha mudado. Foi quando começou seu

ataque, nos deixava sem recreio, gritava o tempo inteiro e agora

era pior pois não existia o silêncio conseguido através do medo,

característico da turma antiga. Aquelas crianças era tão cheios de

energia, com tanta vida, tão cheios de vontades e de sonhos, que

era difícil manter a quietude. Isso a irritava ainda mais e eu como

já á conhecia, morria de medo e ficava apavorada, queria sair

correndo e agradecia quando a vítima não era eu. Observava

como ela sacudia os alunos, jogava-os na carteira para sentarem-

se, parecia que o choro da criança a acalmava (sei que não é

bem assim!). Às vezes me perguntava se todos os professores

eram assim, acreditava que não pois,já tinha tido uma professora

boa.

Lembro–me como era ir ao recreio naquele pátio imenso, cheios

de brinquedos que alguns membros da associação de moradores

doava ou dava a escola por que sabiam fazer, porém não tinham

utilidade porque nós, crianças, tínhamos que ficar sentados como

estatua, sem nos mexermos nem falarmos alto.

Na cozinha da escola, tinha uma mesa enorme de azulejo azul de

concreto, onde se sentava para merendar, todos éramos

obrigados a ir merendar. Nesse tempo, eu e as outras crianças

devíamos até ter estado com problemas de estomago, de tanto

que ela nos obrigava a comer, dizendo que todos morríamos de

fome e tínhamos que comer. Ela lá, sentada, nos obrigando a

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comer, quando muitas vezes eu ouvia ela própria dizendo que não

queria merendar,

Nós mal sabíamos que ali na cozinha, em um desses dias que

tínhamos que merendar, iria acabar nosso sofrimento. Um dia um

aluno subiu no banco para passar, pois, já tinha acabado, e tanto

a mesa como os assentos eram de concreto com azulejo azul, ela

viu e mandou ele voltar pelo mesmo lugar, e ele subiu de novo, e

ela o puxou pela perna, o menino desequilibrou – se e caiu,

batendo a boca na quina da mesa. Todo mundo da cozinha

começou a correr para parar o sangue, e ela friamente lá sentada.

Correram com ele para o hospital não me lembro qual e durante

três dias eu não vi o menino na aula. No quarto dia após o

acidente, a diretora estava na escola pela manhã (ela só estava à

tarde três dias na semana) o menino apareceu com a mãe e o pai,

e ela teve que se explicar, nesse tempo já tinha sido marcada

uma reunião para entregar testes e provas. No dia da reunião nós

ficávamos na sala ou no pátio e se ouvia a mãe do menino

Charles gritar com ela, pois mãe acreditava na versão do filho e

queria denunciar. Nesta altura, a mãe já sabia de tudo o que

acontecia. As outras mães chegaram para levar seus filhos e

perguntavam se realmente acontecia aquilo comentado. Foi um

reboliço só! Não era só a mãe do Charles mas sim todas as mães

querendo “pegar” a professora. É claro que a diretora Virginia não

deixou e tentou acalmar as mães.

No outro dia, a aula foi normal e ficamos sabendo que a

professora foi punida pela diretora. Não sei qual foi a punição pois

ela era concursada e continuou a dar aulas na nossa turma. É

certo que ela mudou um pouco, não tinha mais agressões,

também não éramos mais obrigados a ir para o recreio. No

entanto, também não se tinha quase matéria e ela voltou a ficar

só sentada na cadeira lendo, fazendo unha, vendo revista, e

quando o barulho estava demais ela dava uns gritos...

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Sinceramente, ela “empurrou com a barriga” até o final do ano e

quase toda turma passou de ano.

Não sei se no outro ano ela continuou assim. Na terceira série a

professora Leila era muito legal. Era até um pouco “lerda” e a

turma já estava tão acostumada a ser mandada a fazer tudo que

nós ficávamos lá sem saber o que fazer.

Não sei bem quando aconteceu mas eu voltei a querer ser

alguém. Queria ser professora e agora eu tinha um motivo maior,

estudar e entender, porque de tal comportamento daquela

professora. Naquele tempo, quase 20 anos atrás, eu já ouvia falar

em atraso no pagamento, em dificuldades para ensinar com

pouco material, só que nenhuma destas questões justificaria este

comportamento. Naquele tempo, já se sorria com certo deboche

quando alguém queria ser professor, as pessoas diziam que tinha

que ter muita paciência e muito amor, para ser professor.Talvez o

stress e o lado psicológico, desta professora, tenha se abalado,

só penso o quanto ela deixou de nós ensinar, de transmitir

conhecimentos em minha turma. Muitos perderam o gosto de

estudar, alguns só estudaram até a quarta série. Eu sou

professora e estou concluindo a faculdade, sem contar os que

morreram porque se tornaram bandidos.

Estudei sim, diversos tipos de distúrbios e outros mais, e sei que

ela deveria ter um desses. Eu hoje a perdôo, estou tentando ser a

cidadã que ela quase me impediu de ser. Lembro das vezes em

ela não me deixava falar em aula ou produzir sozinha meus

desenhos e minhas pinturas feias. Estou tentando ser uma

cidadã crítica e pensante, o que a escola deveria fazer com os

alunos.

Desenvolvi o gosto por estudar e não quero parar aqui, gosto este

que desenvolvi através da necessidade de trabalhar e de me

deparar com diversas portas fechadas por não saber produzir

textos e fazer questões dissertativas.

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Acredito que na relação professor – aluno o professor influi muito

no desenvolvimento do aluno e como ele pode ajudar o aluno a

caminhar, a despertar o gosto pela vida, ativar a curiosidade

através da motivação e do compromisso do educador, ajudar a

desenvolver as potencialidades do aluno.

Todo esse depoimento é verdadeiro e aconteceu na Escola

Municipal Casimiro de Abreu, localizada na rua Comendador

Teles, Jardim Sumaré em 1980 ,1981 e 1982.

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Conclusão.

Conclui – se, a partir deste estudo, que ao mesmo tempo em que a ética é

responsável por moldar o comportamento e a índole humana ela é também o

conjunto de reações apresentadas pelo homem seja em situações positivas

ou negativas. É primordial, para todos nós seres humanos que vivemos em

um grupo social, conhecer os princípios éticos que regem nossa sociedade.

Sabemos que educar não é tarefa fácil. No Brasil o professor enfrenta

diversas dificuldades, como a deficiência salarial, assim como a falta de

recursos e materiais didáticos. O docente que ingressa por meio de

concursos públicos e que vai trabalhar em áreas carentes passa por

situação mais difícil, pois enfrenta além de tudo alta desvalorização

profissional. Frente a esses problemas o educador deve estar convicto de

seu papel, de mediador compromissado não só com seus estudos e

investimentos pessoais mas principalmente com a sociedade e com o aluno.

O compromisso no professor é essencial pois desta maneira o aluno passa

desenvolver suas potencialidades baseado na observação do

comportamento de um exemplo vivo e não meramente de teorias.

A qualidade no ensino deve contribuir para a formação social e cultural do

educando. O professor que exerce sua ética moral diante da sociedade, e

que é comprometido em seu empenho de assegurar as estruturas futuras de

seu educando, mesmo diante de uma realidade difícil em que o aluno vive e

nas dificuldades encontradas para exercer sua pratica educativa, a executa

com responsabilidade é um profissional realmente competente.

A competência e o compromisso são necessários para a educação de hoje.

Entendemos que competência é a habilidade especifica, desenvolvida pelo

professor e que vem diversificar suas potencialidades, resultando em um

trabalho eficaz, levando o aluno a desenvolver-se sem dificuldades de

compreender, e sim que possa se qualificar para a construção do seu

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processo de ensino aprendizado, onde este seja continuo e compensador

para a prática de seu cotidiano.

Entendemos que para isso não é necessário que o professor exerça sua

autoridade (poder), onde se coloque em lugar de superior, do dono da

verdade, do que sabe tudo, de não ouvinte, de ditador, tradicionalista que

impõe o que quer, suas opiniões é que não aceita a sugestão de quem é

inferior no caso o aluno, onde o professor acaba deixando uma sensação de

medo de temor e acaba deixando um ambiente não seguro para a

aprendizagem. Na sala de aula o educador deve exercer seu pratica

educativa de maneira, que o ambiente seja propício para a aprendizagem,

com diálogos abertos, em que o aluno possa expor suas opiniões e suas

idéias, assim ele se sentirá seguro para um aprendizado diversificado, onde

o educador o motive e o estimule, para a construção de novos conceitos de

seu cotidiano, um cotidiano inovador, em que a construção seja continua

dentro de uma progressão que atinja aos alunos de maneira qualitativa e

quantitativa, otimizando e envolvendo não só a sala de aula, mas a escola

em total integração.

Para que haja eficácia na prática educativa da sala de aula, a relação

professor – aluno deve ser explícita, onde o ato de transmitir conhecimento

seja pleno.

Vimos através de livros, tv, revistas, pesquisas, que a relação

professor – aluno influi muito na aprendizagem do aluno, o professor que

tem boa relação com seus alunos os resultados são bem sucedidos e com

objetivos concretos. O educador no qual o papel principal é de

mediador/transmissor, com básica função de ajudar ao aluno a desenvolver

suas habilidades.

O professor é responsável por formar cidadãos críticos,

pensantes, ativos na sociedade (por ele vivida), responsáveis na construção

da identidade e personalidade humana. Quando a aprendizagem é uma

experiência bem sucedida, o aluno é capaz de globalizar – se de maneira

inerente,de forma que quando estimulado, seu resultado é eficiente no

ensino proporcionando o desempenho que demonstre as funções em que o

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aluno seja capaz de praticar, com ambiente seguro e de confiança que

contribui nas interações sociais.

A interação social e o futuro de cada aluno dependem

em grande parte do professor, dele pode depender o gostar ou não pelo

estudo, uma vez que ele mantenha um clima de compromisso e dedicação,

de incentivo o educador despertará para desenvolver no futuro e se preparar

para atuar na sociedade, no trabalho e na família.

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ANEXOS

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE Pós-Graduação “ Latu Sensu” Título: ÉTICA: princípios, meios e fins... Data de Entrega: Auto Avaliação: Como você avaliaria este livro? ________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________ Avaliado por: __________________________________ Grau:_________________ _____________________________________, ________de______________2003