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CONCEITOS: ÉTICA, MORAL, VALORES E VIRTUDES CONCEITO Ética é "o estudo dos juízos de apreciação que sereferem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente àdeterminada sociedade, seja de modo absoluto". O Que é Ética? "Ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o quesão, mas que não são fáceis de explicar, quando alguémpergunta".(VALLS. Álvaro L.M. O Que é ética. 7" edição Ed. Brasiliense. 1993. p.7). Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda,ÉTICA é"o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto". Alguns diferenciam ética e moral de vários modos: 1. Ética é princípio, moral são aspectos de condutasespecíficas; 2. Ética é permanente, moral é temporal; 3. Ética é universal, moral é cultural; 4. Ética é regra, moral é conduta da regra; 5. Ética é teoria, moral é prática. Etimologicamente falando, ética vem do grego "ethos",e tem seu correlato no latim "morale", com o mesmo significado: conduta, ou relativo aos costumes. Podemos concluir que etimologicamente ética e moral são palavras sinônimas. Vários pensadores em diferentes épocas abordaram especificamente assuntos sobre a ÉTICA: OS présocráticos, Aristóteles, os Estóicos, os pensadores Cristãos (Patristicos, escolásticos e nominalistas), Kant, Espinoza, Nietzsche, Paul Tillich etc. Passamos, então, a considerar a questão da ética a partir de uma visão pessoal através do seguinte

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CONCEITOS: ÉTICA, MORAL, VALORES E VIRTUDES

CONCEITO

Ética é "o estudo dos juízos de apreciação que sereferem à conduta humana susceptível de

qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente àdeterminada sociedade, seja de modo

absoluto".

O Que é Ética?

"Ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o quesão, mas que não são fáceis de explicar, quando

alguémpergunta".(VALLS. Álvaro L.M. O Que é ética. 7" edição Ed. Brasiliense. 1993. p.7).

Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda,ÉTICA é"o estudo dos juízos de apreciação que

se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja

relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto".

Alguns diferenciam ética e moral de vários modos:

1. Ética é princípio, moral são aspectos de condutasespecíficas;

2. Ética é permanente, moral é temporal;

3. Ética é universal, moral é cultural;

4. Ética é regra, moral é conduta da regra;

5. Ética é teoria, moral é prática.

Etimologicamente falando, ética vem do grego "ethos",e tem seu correlato no latim "morale", com o

mesmo significado: conduta, ou relativo aos costumes. Podemos concluir que etimologicamente ética e

moral são palavras sinônimas.

Vários pensadores em diferentes épocas abordaram especificamente assuntos sobre a ÉTICA: OS

présocráticos, Aristóteles, os Estóicos, os pensadores Cristãos (Patristicos, escolásticos e nominalistas),

Kant, Espinoza, Nietzsche, Paul Tillich etc.

Passamos, então, a considerar a questão da ética a partir de uma visão pessoal através do seguinte

quadro comparativo:

Ética Ética Etica

Normativa Teleológica Situacional

Ética Moral Ética Moral Ética Moral

Baseia-se em Baseia-se na ética Baseia-se nas

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Conclusão:

ÉTICA é algo que todos precisam ter.

Alguns dizem que têm.

Poucos levam a sério.

Ninguém cumpre à risca..

.

Então, Ética enquanto forma de vida adquirida ouconquistada pelo homem é norma, ou seja,

aquilo que deve ser.Moral vem do latim mos ou mores, "costume" ou "costumes" no sentido de

conjunto de regras adquiridas por hábito. A moral se refere, ao comportamento adquiridoou modo de

ser, conquistado pelo homem.

Moral- costume, realização da ação.

Assim, portanto, originariamente, ethos e mos "caráter" e "costume", assentam-se num modo

de comportamento que não corresponde a uma disposição natural, mas que é algo adquirido ou

conquistado por hábito. E precisamente esse caráter não natural, mas cultural da maneira de ser do

homem que, na Antiguidade, lhe confere sua dimensão moral.

Existe alguma diferença entre ética e moral? A função da ética é a mesma de toda a

teoria:explicar, esclarecer ou investigar uma determinada realidade, elaborando os conceitos

correspondentes.Ela busca o fundamento das normas morais sendo que elas devem valer para uma

sociedade grega, medieval ou moderna. Portanto são fundamentos para a moral grega ou moderna.

Por exemplo: a grega é orientada para a virtude de polis, a medieval pressupõe uma essência

constante; a moderna como uma moral individual.

A função teórica da ética evita exatamente de torná-la ou reduzi-la a uma disciplina

normativa ou pragmática. O valor da ética como teoria está maquilo que explica, e não no fato de

recomendar ou prescrever com vistas à ação em situações concretas. Exemplos: Ela não diz em que

situação deve fazer o bem, mas o que é o bem e porque é um valor fundamental para a pessoa. Da

mesma forma em relação à justiça, respeito, liberdade, equidade, distribuição, prudência, etc.

A essência da ética é definir os traços essenciais ou a essência do comportamento moral, à

diferença de outras formas de comportamento humano, como a religião, a política, o direito, a

atividade científica, a arte, o trato social, etc.

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O problema da essência do ato moral envia a outro problema importantíssimo: o da

responsabilidade. Esta questão está ligada ao problema da vontade, por isso, é inseparável da

responsabilidade.

Decidir e agir numa situação concreta, é um problema prático-moral; mas investigar o modo

pelo qual a responsabilidade moral se relaciona com a liberdade e com o determinismo ao qual os

nossos atos estão sujeitos é um problema teórico, cujo estudo é competência da ética.

Por que falamos em ética hoje?

Não é por modismo nem por idealismo. Temos que discutir por uma questão de

sobrevivência. Anseiosque estão em jogo. São os anseios da humanidade:

1. Dignidade humana.

2. Vida qualidade; sobrevivência; grito pela dignidade humana. É o tema mais ecumênico que existe.

3. Felicidade; realização humana. Vai além da realização subjetiva: Política, social, cultural,

profissional, em nível de esperança e fé. Começamos a gritar no fundo do poço: Grito por dignidade.

Bioética: A saúde autêntica a infraestrutura da felicidade.

A realidade moral varia historicamente e, comela, variam os princípios e a suas normas. A

pretensão de formular princípios e normas universais, deixando de lado a experiência moralhistórica,

afastaria da teoria precisamente a realidade que deveria explicar.

Ética e ideologia: muitas doutrinas éticas do passado são não uma investigação ou

esclarecimento da moral como comportamento efetivo, humano, mas justificação ideológica de

determinada moral, correspondente a necessidades sociais, e, para isso, eleva seus princípios e as

suas normas categoria de princípios e normas universais, válidos para qualquer moral.

As relações internacionais não são éticas, sãoideológicas.

Ética e moral

A palavra "ética" relaciona-se com "ethos", que emgrego significa hábito ou costume. A

palavra é usada em vários sentidos relacionados, que é necessário distinguir para evitar confusões.

1. Em ética normativa, é a investigação racional, ou uma teoria, sobre os padrões do carreto e

incorreto, do bom e do mau, com respeito ao caráter e à conduta, que uma classe de

indivíduos tem o dever de aceitar. Esta classe pode ser a humanidade em geral, mas podemos

também considerar que a ética médica, a ética empresarial, etc., são corpos de padrões que os

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profissionais em questão devem aceitar e observar. Este tipo de investigação, e a teoria que

dai resulta (a ética kantiana e a utilitarista são exemplos amplamente conhecidos) não

descrevem o modo como as pessoas pensam ou se comportam; antes prescrevem o modo

como as pessoas devem pensar e comportar-se. Por isso se chama ética normativa: o seu

objetivo principal é formular normas válidas de conduta e de avaliação do caráter. O estudo

sobre que normas e padrões gerais são de aplicar em situações-problema efetivas chama-se

também ética aplicada. Recentemente, a expressão "teoria ética" é muitas vezes usada neste

sentido. Muito do que se chama filosofia moral é ética normativa ou aplicada.

2. A ética social ou religiosa é umcorpo de doutrina que diz respeito o que é correto e incorreta,

boa e má, relativamente ao caráter e à conduta. Neste sentido, há, por exemplo, uma ética

confucionista, cristã, etc. É semelhante à ética normativa filosófica ao afirmar a sua validade

geral, mas difere dela porque não pretendeser estabelecida unicamente com base na

investigação racional.

3. A moralidade positiva é um corpo de doutrinas, a que um conjunto de indivíduos adere

geralmente, que dizem respeito ao que é carreto e incorreto, bom e mau, com respeito ao

caráter e àconduta. Os indivíduos podem ser os membros de uma comunidade (por exemplo,

a ética dos índios Hopi), de uma profissão (certos códigos de honra) ou qualquer outro tipo de

grupo social. Pode-se contrastar a moralidade positiva com a moralidade critica ou ideal. A

moralidade positiva de uma sociedade pode tolerar a escravatura, mas a escravatura pode ser

considerada intolerável à luz de uma teoria que supostamente terá a autoridade da razão (ética

normativa) ou à luz de uma doutrina que tem o apoio da tradição ou da religião (ética social

ou religiosa).

4. Ao estudo a partir do exterior, por assim dizerde um sistema de crenças e práticas de um

grupo social também se chama ética, mais especificamente ética descritiva, dado que um dos

seus objetivos principais é descrever a ética do grupo. Também se lhe chama por vezes

étnoéticae é parte das ciências sociais.

5. Metaética ou ética analítica são nomes dados a um tipo de investigação ou teoria filosófica

que se distingue da ética normativa. A metaética tem como objeto de investigação filosófica

os conceitosproposições e sistemas de crenças éticos. Analisa os conceitos de carreto e

incorreto, bom e mau, com respeito ao caráter e à conduta, assim como conceitos

relacionados com estes como, por exemplo, a responsabilidade moral, a virtude, os direitos.

Inclui também a epistemologia moral: o modo como a verdade ética pode ser conhecida (se é

que o pode ), e aontologia moral: a questão de saber se há realidade moral que corresponde

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às nossas crenças e outras atitudes morais. As questões c: saber se a moral é subjetiva ou

objetiva, relativa ou absoluta, e em que sentido o é, pertence à metaética.

A palavra "moral" e as suas cognatas referem-se a: que é bom ou mau, carreto ou incorreto,

no caráter: conduta humana. Mas o bem moral (ou a correção)= o único tipo de bem; assim, a

questão é saber distinguir entre o moral e o não moral. Algumas respostas são em termos de

Conteúdo. Uma opinião é que as preocupações moraissão unicamente as que se relacionam com

osexo. Mais plausível é a sugestão de que as questões morais são unicamente as que afetam outras

pessoas. Outras respostas fornecem um critério formal: por exemplo, que as exigências morais são as

que têm origem em Deus, ou que as exigências morais são as que derrotam quaisquer outros tipos de

exigências ou, ainda, que os juízos morais são universalizáveis.

A palavra latina "moralis", que é a raiz da palavra portuguesa, foi criada por Cícero a partir

de "mos" (plural "mores"), que significa costumes, para corresponder ao termo grego "ethos"

(costumes). É por isso que em muitos conceitos os termos "moral/ético", "moralidade/ética",

"filosofia moral/ética" são sinônimos. Mas as duas palavras têm também sido usadas para fazer

várias distinções:

1. Hegel contrasta a Moralitãt (moralidade) com a Sittlichkeit ("eticalidade" ou vida ética).

Segundo Hegel, a moral idade tem origem em Sócrates e foi reforçada com o nascimento do

cristianismo, a reforma e Kant, e é o que é do interesse do indivíduo autônomo. Apesar de a

moralidade envolver um cuidado com o bem-estar não apenas de si, mas também dos outros,

deixa muito a desejar por causa da sua incompatibilidade potencial com valores sociais

estabelecidos e comuns, assim como com os costumes e instituições que dão corpo e

permitem a manutenção desses valores. Viver numa harmonia não forçada com estes valores

e instituições é a Sittlichkeit, na qual a autonomia do indivíduo, os direitos da consciência

individual, são reconhecidos, mas devidamente restringidos;

2. De modo análogo, alguns autores mais recentes usam a palavra "moralidade" para designar

um tipo especial de ética. Bernard Williams (EthicsandtheLimitsofPhilosophy, 1985), por

exemplo, argumenta que "a instituição da moralidade" encara os padrões e normas éticas

como se fossem semelhantes a regras legais, tornando-se por isso a obediência ao dever á

única virtude genuína. Esta é uma perspectivaque, na sua opinião, deve ser abandonada a

favor de uma abordagem da vida ética menos moralista e mais humana e sem restrições;

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3. Habermas, por outro lado, faz uma distinção que está também implícita na Teoria da Justiça

de Rawls entre ética, que tem a ver com a vida boa (que não é o mesmo para todas as

pessoas), e a moralidade, que tem a ver com a dimensão social da vida humana e, portanto

com princípios de conduta que podem ter aplicação universal. A ética ocupa-se da vida boa, a

moralidade da conduta carreta.

ÉTICA- PRINCÍPIOS E VALORES- O que está incluído no "padrão ético?".

Tomado em geral, um "padrão ético" a partir do qualse avalia a atuação de um grupo no

sentido apontado compreende, fundamentalmente, valores, princípios, ideais e regras. Fixar o padrão

ético, assim significa explicitar os valores que afirmamos, os princípios que guiam nossos juízos, os

ideais que nos permitem construir nossa identidade como grupo e as regras que definem nossas

obrigações.

Um valor é, genericamente, tudo aquilo que afirmamos merecer ser desejado. Afirmamos, em

primeiro lugar, que determinados fins devem ser desejados ou buscados. Dizemos, por exemplo, que

ter saúde, ter felicidade, ter um grau razoável de conforto material, ter uma boa educação, etc. são

coisas que merecem ser buscadas ou desejadas. Saúde, felicidade, conforto, educação, assim, são

valores para nós. Dizemos, por exemplo, que uma pessoa honesta ou veraz, uma ação corajosa ou

uma pessoa temperante, etc, têm mérito. Honestidade, veracidade, coragem, temperança, etc., são,

para nós, também valores.

Os valores funcionam em geral como orienta dores de nossas escolhas e decisões.

Determinando quais são aquelas coisas que merecem ser desejada, podemos mais facilmente

estabelecer nossas preferências e, em função disso, escolher e decidir. Daí a importância de ter claro

quais são nossos valores.

"Princípio", muitas vezes, é usado como sinônimo para "valores" segundo a definição

proposta acima. É assim, por exemplo, na Constituição Federal, que, no art. 37, estabelece que são

"princípios" da administração pública a legalidade, a impessoalidade, a moralidade, a publicidade e a

eficiência, querendo, com isso, afirmar que essas características ou qualidades devem ser buscadas

ou merecem ser desejada (ou seja, são valores fundamentais, de acordo com a definição proposta

acima). Mas podemos também entender "princípios" de outra forma, útil também para fixarmos

nosso padrão. Um princípio, como o próprio nome já indica, é um começo: é algo que é posto no

início, como base ou fundamento. Há princípios de vários tipos, em vários domínios. Há princípios

matemáticos (os axiomas, por exemplo), há princípios lógicos (o da não-contradição, por exemplo) e

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há princípios morais. Princípios morais poderiam ser descritos, genericamente, como regras de

aplicação muito geral.

Há muitos princípios morais, alguns de origem religiosa, outros de origem filosófica. A

famosa "regra de ouro", por exemplo, encontrável, em várias versões, em inúmeras tradições

religiosas, é um princípio, no sentido definido antes. Na tradição filosófica, dois princípios são

particularmente importantes. Um deles é o "princípio da maior felicidade", proposto pelos filósofos

chamados de "utilitaristas", que diz que devemos agir de tal maneira a promover a maior felicidade

(entendida por eles, em geral, em termos de bem-estar) do maior número possível dos afetados por

nossa ação. Outro é o "imperativo categórico", proposto pelo filósofo alemão I. Kant, que diz que

devemos agir de tal modo que possamos querer que a regra escolhida para nossa ação possa ser uma

lei universal e que nunca devemos tratar as outras pessoas apenas como meios, mas sempre como

fins. Essas são regras gerais, aplicáveis a todos os casos.

Os princípios, entendidos assim, como regras muito gerais, são úteis para guiar nosso

raciocínio sobre questões éticas. Muitas vezes, encontrar um princípio geralque subsuma o caso

particular sobre o qual julgamos justifica nosso juízo particular. Além desse papel de justificação, os

princípios funcionam também como elementos de previsibilidade, servindo como barreiras contra a

arbitrariedade. Quando dizemos de alguém que é uma "pessoa de princípios", estamos querendo

dizer também que é uma pessoa que age de forma regrada e não de forma arbitrária, de tal maneira

que, com ela, pode-se interagir e cooperar. Finalmente, princípios também servem para guiar nossas

escolhas, funcionando como elementos de previsão. Assim, fixar nossos princípios, tal como fixar

nossos valores, é importante para orientar nossas decisões e escolhas, bem como para pôr às claras as

bases éticas de nossa convivência.

Ideais estão intimamente relacionados aos valores. O conjunto de valores (fins ou objetivos,

características e traços de caráter ou "virtudes", etc.) compõe, no conjunto, uma concepção do que,

para nós como grupo ou como membros desse grupo, é considerado bom. Essa concepção do que é

bom é o que estamos chamando aqui de ideal, individual ou coletivo. Um "padrão ético" implica,

assim, um ideal aplicável seja à totalidade do grupo a que se refere (por exemplo, ao serviço público:

o que deve buscar alcançar, como deve fazê-lo, como os valores se incorporam a sua estrutura, etc.),

seja aos indivíduos que o compõem (que qualidades ou virtudes deve possuir um servidor público,

por exemplo). Esses ideais, em geral, aparecem na forma de modelos ou exemplos a serem seguidos

ou imitados. É com referência a esses ideais, ou seja, dessas concepções gerais do que, para nós,

constitui o bem, que um grupo pode definir sua identidade como grupo.

Finalmente, o "padrão ético" vai conter um número de regras ou normas particulares

aplicáveis às várias situações e problemas encontráveis na vida do grupo a que se aplica. Essas regras

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procuram orientar mais de perto a conduta, aplicando e dando maior concretude aos valores

firmados. Frequentemente, essas regras aparecem organizadas na forma de códigos de ética ou de

conduta.

Valor: Genericamente, valor é tudo aquilo que afirmamos merecer ser buscado.

Valores podem ser:

Fins: bem-estar, felicidade, prosperidade...

Características: honestidade, justiça, generosidade,coragem...

Princípios: Princípios morais são regras de aplicação muito geral.

Exemplos:

A Regra de Ouro: "Não faça ao outro o que vocênão quer que seja feito a você"

O Princípio da Utilidade: "Aja de tal maneira a promover a maior felicidade do

maior número de pessoas atingidas por sua ação"

Ideais: O conjunto de valores que afirmamos compõeum Ideal ou uma concepção

do que, para nós, é bom. Ideais são também aqueles comportamentos que, embora valorizados, vão

além do que é estritamente exigido pelas regras (p. ex., a solidariedade).

Regras: Enunciam obrigações ou proibições aplicáveis às várias situações e

problemas encontrados na vida do grupo a que se dirige. Em geral, procuram traduzir os valores e

princípios em orientações concretas para a ação.

Valores, princípios, Ideais e regras funcionam orientando nossas escolhas e

decisões.

ÉTICA APLICADA: NOÇÕES DE ÉTICA PROFISSIONAL;

Ética Profissional

A ética profissional funciona como uma bússolapara um indivíduo, orientando-o a proceder

conforme um juízo de valor pré-adotado por ele mesmo. A sua liberdade de pensamento cria no

íntimo de sua consciência uma espécie de "laboratório privado", onde situações passam por análises

internas que visam moldar sua concepção sobre um determinado assunto. Este molde é o seu ponto

de vista, não necessariamente imutável e definitivo, pois a ética de interpretá-lo vai depender da ótica

que o indivíduo estiver adotando. Em se tratando de limites no campo da ética pessoal, podemos citar

o respeito que devemos ter à ética adotada pelo próximo, o respeito à dignidade humana e aos

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princípios de cada cultura. Temos que estar sempre atentos para não invadirmos a liberdade do

próximo, pois o que pode estar certo para você pode não estar para o outro.

A CONDUTA ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - Paulo Roberto Martinez Lopes

A ética representa uma abordagem sobre as constantes morais, aquele conjunto de valores e

costumes mais ou menos permanentes no tempo e uniforme no espaço. A moral administrativa é

imposta ao agente público para sua conduta interna, segundo as exigências da instituição a que serve,

e a finalidade de sua ação: o bem comum.

A ética na administração e a moralidade administrativa não representam senão uma das faces

da moralidade pública que se sujeita ao controle social, pois a moralidade é encontrada nos

julgamentos que as pessoas fazem sobre a conduta e não na própria conduta. E tratando-se de

moralidade pública, torna-se imperioso reivindicar-se alto grau de generalidade e autoridade,

resultando, então, do julgamento respectivo, em caráter objetivo e público, não um ato individual e

privado.

As leis e normas são de caráter impositivo, tendo o agente público o dever de cumpri-las, e

tendo que responder pelo seu não cumprimento. Já a conduta ética é de caráter pessoal, o agente

público tem a responsabilidade de ser ético. Porém sem jamais deixar de respeitar e cumprir o

princípio constitucional da moralidade administrativa.

E o que é ser ético?

Ser ético é ter a certeza que sua função é pública, e que tem a obrigação de tratar ao público e

aos colegas de serviço com toda dignidade, honra, eficiência, honestidade e muito respeito.

Ser ético é ter o zelo necessário para com o patrimônio público, evitando ao máximo o

desperdício e o descaso.

Ao ser ético o agente público estará automaticamente cumprindo a maioria de nossa

legislação administrativa.

O ser ético é realizar a sua auto-avaliação, procurando corrigir seus vícios, melhorando

seu comportamento e aprimorando suas relações interpessoais. Ser ético é uma constante busca de

aprimoramento da conduta pessoal e profissional.

Ser ético é respeitar as diferenças e exaltar as boas práticas morais e éticas.

E para que serve um código de ética?

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Um código de ética é elaborado e implementado para pessoas éticas, pois ele serve como um

balizador da boa conduta moral um referencial para a conduta ética. Caso contrário, temos o Direito

Administrativo Disciplinar e o Código Penal.

Portanto, tendo-se uma boa conduta ética, teremos sem sombra de dúvida uma boa

governança, um declínio acentuado em casos de corrupção, ilícitos administrativos e o mau uso da

coisa pública.

Ao falarmos de conduta ética na administração pública, não podemos nos omitir em citar o

crescente conflito de interesse hoje existente na Administração. Devido principalmente ao crescente

numero de nomeações para cargos em comissão ou de provimento especial, que na sua grande

maioria são ocupados por pessoas que não pertencem ao quadro efetivo de servidores da

administração pública, podemos observar a crescente confusão entre o público e o privado e em sua

maioria de casos, colaborando e facilitando atos de improbidade administrativa e desvios de conduta

ética. Devemos observar que na expressão interesse público agrega-se o valor de moralidade, ética,

independência, honestidade objetiva e subjetiva da administração em relação a rigorosamente todos

os assuntos que dizem respeito às relações da Administração no âmbito interno e externo.

A Administração Pública está obrigada numa ética de dupla mão de sentido – a ética da

administração e a ética na administração dos negócios públicos. A ética da administração é a garantia

da observância do interesse coletivo. A ética na administração consubstancia-se na proteção do

indivíduo contra a própria administração.

O gestor público jamais poderá deixar de observar que o Poder Judiciário, no julgamento de

ação de qualquer natureza, pode ingressar no exame da moralidade administrativa para salvaguarda

dos interesses individuais e sociais, avaliando o comportamento ético da e na Administração Pública.

Visando dar concretude à ideia de moralidade no serviço público, foram criados o Código de

Ética e o Código de Conduta da Alta Administração Pública. Mas, apesar de ter sido instituído em 22

de junho de 1.994, o Código de Ética do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, somente

passou a ser efetivamente utilizado á partir de 1º de fevereiro de 2007 com a edição do Decreto nº

6.029/2007. Que cria o Sistema de Gestão da Ética Pública do Poder Executivo Federal e

regulamenta as atribuições das comissões de ética na Administração Pública Federal. Com isso o

gestor público passa a ter a responsabilidade da Gestão da Ética e a obrigação de apoiar e instituir

Comissão de Ética em seu órgão ou Entidade.

Porém, a maior atribuição de uma Comissão de Ética está no trabalho de divulgação de

normas éticas e morais visando alcançar a todos os servidores, com a divulgação das boas práticas

éticas e morais. E esse trabalho tem que ser realizado de uma forma constante e ininterrupta, com a

certeza que se trata da realização de uma reeducação e por isso é uma tarefa árdua. A reeducação à

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luz da ética tem o desafio de tratar das mudanças comportamentais e vícios que se encontram

arraigados na Administração Pública.

A Comissão de ética deve ser a porta de entrada para um bom e eficaz controle social, é

através dela que o cidadão poderá realizar consultas, esclarecer duvidas e apresentar reclamações e

denuncias sobre o comportamento ético e moral do servidor público.

Vale ressaltar que a Comissão de Ética executa a nobre tarefa de orientar, aconselhar e

acompanhar os dirigentes e servidores quanto à ética e a moralidade de seus atos.

De nada adianta o esforço para a disseminação das boas práticas éticas e morais, se os

dirigentes das Entidades e dos Órgãos Públicos não estiverem realmente comprometidos com as

atividades da Comissão de Ética. O comprometimento não vem do apoio ao seu funcionamento, pois

este apoio é obrigatório por força do Decreto nº 6.029/2007, o comprometimento deve se apresentar

na forma do bom exemplo, pois é notório que os subordinados hierárquicos tendem a seguir os

exemplos de seus superiores. Portanto, se fornecermos exemplos negativos de comportamento ético e

moral teremos um ambiente infectado com a conduta aética.

O bom exemplo de nossas ações e atitudes convence mais que nossas argumentações. De que

adianta pregar a ética e a moralidade se nossas ações não seguem o que pregamos?

Louis Bottach definiu com grande ênfase a importância do assunto: “O exemplo é a mais

fecunda semente, tanto das virtudes como dos vícios”.

Já Plutarco, filosofo grego nos leva à reflexão sobre a realidade que nos deparamos

hoje.:“Confie nas ações dos homens e não em seus discursos. Nada é tão abundante como homens

que vivem mal e falam bem”.

A ética e a moralidade administrativa devem ser a mola-mestre de nossa conduta, não só na

Administração Pública como em nossa vida, devemos transformar a boa conduta em um hábito

cotidiano em nossa existência.

E finalmente deixo o pensamento de D.F.Thomson:

“Ética pode ser apenas um instrumento, um meio para atingir um fim, mas

ela é um meio necessário para alcançar um fim. A ética governamental prevê

as precondições para a elaboração e implantação de boas políticas públicas.

Neste sentido, a ética é mais importante do que qualquer política isolada,

porque todas as políticas públicas dependem dela”.

PADRÃO ÉTICO DO SERVIÇO PÚBLICO

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Posto isso, em geral, qual deve ser agora o padrãoético do serviço público? Não nos cabe

aqui ditar qual seja esse padrão (só o conjunto dos servidores públicos deve poder fixar seu padrão

ético), mas podemos, em todo caso, apresentar algumas reflexões preliminares sobre alguns aspectos

desse padrão, em especial sobre os valores associados a ele. O ponto fundamental, que deve ser antes

de mais nada bem compreendido, é que o padrão ético do serviço público decorre de sua própria

natureza. Os valores fundamentais do serviço público decorrem primariamente do seu caráter público

e de sua relação com o público. De um ponto de vista normativo (ou seja, do ponto de vista do

"dever ser"), que é o que nos interessa aqui, podemos imaginar que o Estado (e a estrutura

administrativa que o torna funcional) foi instituído com o propósito de realizar determinados fins

daqueles que o instituíram. Podemos imaginar que existe uma espécie de "pacto" (para usar, mesmo

que um pouco imprecisamente, uma ideia sugerida por alguns filósofos e teóricos políticos) entre

aqueles que governam e administram o Estado e aqueles que, em certo sentido, concederam-lhes a

autoridade suficiente para agir de modo a garantir a realização daqueles fins. Como sugerem alguns,

deveríamos pensar que essa autoridade é concedida como que "em depósito": os governantes e

administradores da coisa pública recebem como um depósito feito em confiança à autoridade de que

dispõem. Nesta maneira de ver, é essa confiança que "autoriza" os governantes: sem ela, a autoridade

desfaz-se ou torna-se arbitrária.

Essa ideia é sumarizada de forma particularmente feliz (e por isso lembramos aqui o

exemplo) nos Padrões de Conduta Ética para Funcionários do Poder Executivo, principal documento

norte-americano relativo à ética no serviço público. O principio fundamental, do qual decorre a

obrigação básica do serviço público, é que esse serviço é um publictrust, isto é, envolve uma espécie

de "depósito de confiança" por parte do público. O padrão ético do serviço público, assim, deve

refletir, em seus valores, princípios, ideais e regras, a necessidade primária de honrar essa confiança.

Da mesma forma, a necessidade do respeito a essa confiança depositada pelo público está implícita

nos "princípios" (ou valores fundamentais) da administração pública afirmados pela Constituição

Federal. Afirmar o valor da legalidade, por exemplo, implica reconhecer na lei uma das mais

importantes condições de possibilidade da vida em comum. Em um Estado cujo ordenamento

jurídico pode ser minimamente caracterizado como correto (ou seja, as normas jurídicas têm origem

em um processo legitimo, estão postas em uma estrutura que as relaciona e lhes dá sentido, respeitam

princípios gerais de justiça, etc.), seguir as leis é garantia da liberdade no sentido político. O

ordenamento jurídico estabelece um sistema público de regras que, definindo direitos e deveres,

torna possível que se afaste a arbitrariedade da vida em comum ao mesmo tempo em que garante a

cada um a possibilidade de realizar seus projetos de vida ao permitir um controle razoável dos

conflitos e ao possibilitar a cooperação. O compromisso do serviço público com a lei é ainda mais

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estreito: é o serviço público, afinal, que é responsável por traduzir uma boa parte desse sistema

público de regras sem ações. Não pode, assim, deixar de orientar-se pelo valor fundamental do

respeito às leis - pelo valor da legalidade - sem negar sua própria razão de ser, sem negar o

compromisso implícito que, de certa forma, presidiu sua instituição.O valor da impessoalidade está

ainda mais diretamente associado ao caráter público do serviço público. "Público" é também aquilo

que é comum: nesse sentido, contrapõe-se a "privado". Os laços que constituem a comunidade no

sentido público são diferentes daqueles que constituem o domínio privado. Afirmar, então, que o

serviço público deve caracterizar-se pela impessoalidade significa dizer que as relações em que está

de algum modo envolvido são de caráter diferente das que caracterizam o domínio privado. Um

ponto importante é que, nesse domínio privado, as relações são frequentemente caracterizadas pela

diferença, pelas preferências: as relações entre pais e filhos, entre irmãos ou entre amigos envolvem

em geral aspectos (afetivos, biográficos, etc.) que as tornam irrepetíveis, únicas.

Parece natural, neste domínio privado, que um pai trate de forma privilegiada seus próprios

filhos ou um amigo dê preferência a outro amigo. Dizer que o serviço público deve ser impessoal

significa dizer que essas preferências, esses privilégios, essas diferenças não cabem mais no domínio

público - justamente porque, nesse domínio, trata-se daquilo que é comum, trata-se daquilo que é

devido a cada um não do ponto de vista. particular de suas peculiaridades, mas do ponto de vista

geral da cidadania. O valor da impessoalidade, assim, vem acompanhado de perto pelos valores da

igualdade e da imparcialidade. Todos são iguais no sentido em que todos têm o mesmo valor como

pessoas morais ou como cidadãos e, assim, merecem, em princípio, o mesmo tratamento. Todos os

casos, mesmo aqueles que, por suas características, são os mais peculiares, devem ser considerados

do ponto de vista imparcial de qualquer um.

O valor da impessoalidade visto assim em conexão com a ideia de imparcialidade, supõe uma

distinção clara entre aquilo que é público e aquilo que é privado. Um dos pontos mais enfatizados

nos programas de promoção da ética pública nos mais variados países é, justamente, o do conflito de

interesses - os conflitos que podem surgir entre o interesse comum, público, e os interesses

particulares dos servidores. Administrar esses conflitos - ou seja, evitar que a perspectiva privada

imponha-se sobre a comum e, assim, perca-se a perspectiva Esse padrão ético mais geral resume a

moralidadevigente em uma sociedade. É, tal como o ordenamentojurídico, um sistema público de

valores, princípios, ideaise regras. E, ainda tal como o ordenamento jurídico, é outra condição de

possibilidade da vida em comum. A falta de respeito a esse padrão implica, portanto, uma violação

direta da confiança depositada pelo público, uma vez queatenta contra aquilo mesmo que

tornapossível sua existência como comunidade imparcial a partir da qual deve ser considerado o

interesse público – éuma necessidade imposta também pela afirmação do valor da impessoalidade.

Page 14: èTica profissional ii

Mais do que todos . O valor da publicidade liga-se ao aspecto público do serviço público. A esse

valor podemos associar, por exemplo, a ideia de transparência e a da necessidade de prestar contas

diante do público.

A esses valores foi acrescentado o da eficiência, que decorre não tanto do aspecto público do

serviço público, mas do fato de que é um serviço prestado. Em todo caso, é uma obrigação do

serviço público, assumida diante daqueles que o mantêm - diante do público, portanto -, ser o mais

eficiente possível na utilização dos meios (públicos) que são postos à sua disposição para a

realização das finalidades que lhe cabem realizar. A confiança do público varia também em função

da eficiência do serviço que Lhes é prestado.

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO PÚBLICO DECRETO N. o 1.171, DE 22

DE JUNHO DE 1994.

Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e

VI, e ainda tendo em vista o disposto no art. 37 da Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 da

Lei n. o 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n. o 8.429. de 2 de junho de

1992,DECRETA:

Art. 10 . Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo

Federal que com este baixa.

Art. 20 . Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta implementarão,

em sessenta dias, as providências necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive

mediante a constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada por três servidores ou

empregados titulares de cargo efetivo ou emprego permanente.

Parágrafo único.

A constituição da Comissão de Ética será comunicada à Secretaria da Administração Federal da

Presidência da República, com a indicação dos respectivos membros titulares e suplentes.

Art. 30 . Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 22 de junho de 1994.

ITAMAR FRANCO / Romildo Canhím

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ANEXO Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal

Capítulo I Seção I

Das Regras Deontológicas

I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados

maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já

que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes

serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.

II- O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá

que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o

oportuno e inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras

contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.

III-Amoralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser

acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a

finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato

administrativo.

IV - A remuneração do servidor público é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por

todos, até por ele próprio, e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se

integre no Direito, como elemento indissociável de sua aplicação e de sua finalidade, erigindo-se,

como consequência em fator de legalidade.

V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como

acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse

trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.

VI- A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida

particular de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua

vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito l1a vida funcional.

VII- Salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e

da Administração Pública, a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso, nos

Page 16: èTica profissional ii

termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia e

moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem

a negar.

VIII- Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que

contrária aos interesses da própria pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado

pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da opressão, ou da mentira,

que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação. IX - A cortesia,

a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela

disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-lhe

dano moral. Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patrimônio público,

deteriorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao equipamento e às

instalações ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu

tempo, suas esperanças e seus esforços para construí-los.

X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solução que compete ao setor em que

exerça suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na

prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas

principalmente grave dano moral aos usuários dos serviços públicos.

XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando

atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente Os repetidos erros, o

descaso e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracterizam atémesmo

imprudência no desempenho da função pública.

XII- Toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do

serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas.

XIII- O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, respeitando seus colegas

e cada concidadão, colabora e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é a

grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da Nação.

Seção II

Dos Principais Deveres do Servidor Público

XIV - São deveres fundamentais do servidor público:

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a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo,função ou emprego público de que seja titular;

b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim ou procurando

prioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer

outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o

fim de evitar dano moral ao usuário;

c) ser correto,leal e justo, demonstrando toda a integridade do seu caráter, escolhendo sempre,

quando estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum;

d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição essencial da gestão dos bens, direitos e

serviços da coletividade a seu cargo;

e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços, aperfeiçoando o processo de comunicação e

contato com o público;

f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios éticos que se materializam na adequada

prestação dos serviços públicos;

g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a capacidade e as limitações

individuais de todos os usuários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou

distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-

se, dessa forma, de causar-lhes dano moral;

h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer

comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;

i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, interessados e outros que

visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações morais,

ilegais ou aéticas e denunciá-las;

j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da

segurança coletiva;

I) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua ausência provoca danos ao trabalho

ordenado,refletindo negativamente em todo o sistema;

m) comunicar imediatamente a seus superiores todoe qualquer ato ou fato contrário ao interesse

público, exigindo as providências cabíveis;

n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados à sua

organização e distribuição;

o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas

funções,tendo por escopo a realização do bem comum;

p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercício da função;

Page 18: èTica profissional ii

q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e as legislações pertinentes ao órgão

onde exerce suas funções;

r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou

função, tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em boa

ordem.

s) facilitar a fiscalização de todos os atos ou serviços por quem de direito;

t) exercer; com estrita moderação, as prerrogativas funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se

de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos

jurisdicionados administrativos;

u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha

ao interesse público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer

violação expressa à lei;

v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existência deste Código de Ética,

estimulando o eu integral .

Seção III

Das Vedações ao Servidor Público

XV - E vedado ao servidor público:

a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências, para obter qualquer

favorecimento, para si ou para outrem;

b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que deles dependam;

c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente com erro ou infração a este Código de

Ética ou ao Código de Ética de sua profissão;

d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa,

causando-lhe dano moral ou material;

e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu alcance ou do seu conhecimento para

atendimento do seu mister;

f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal

interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas

hierarquicamente superiores ou inferiores;

Page 19: èTica profissional ii

g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação,

prêmio, comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa,

para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim;

h) alterar ou deturpar o teor de documentos quedeva encaminhar para providências;

i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em serviços públicos;

j) desviar servidor público para atendimento a interesse particular;

I) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem

pertencente ao patrimônio público;

m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício

próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros;

n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora delehabitualmente;

o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade

da pessoa humana;

p) exercer atividade profissional aética ou ligar oseu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.

CAPITULO /I Das Comissões de Ética

XVI- Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, indireta autárquica e

fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder público,

deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de orientar e aconselhar sobre a ética

profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competindo-lhe

conhecer concretamente de imputação ou deprocedimento susceptivel de censuramento.

XVII- Cada Comissão de Ética, integrada por três servidores públicos e respectivos suplentes, poderá

instaurar, de ofício, processo sobre ato, fato ou conduta que considerar passível de infringência a

princípio ou norma ético-profissional, podendo ainda conhecer de consultas, denúncias ou

representações formuladas contra o servidor público, a repartição ou o setor em que haja ocorrido a

falta, cuja análise e deliberação forem recomendáveis para atender ou resguardar o exercício do

cargo ou função pública, desde que formuladas por autoridade, servidor, jurisdicionados

administrativos, qualquer cidadão que se identifique ou quaisquer entidades associativas

regularmente constituídas.

XVIII- A Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos encarregados da execução do quadro

de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta Ética, para o efeito de instruir e

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fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios da carreira do servidor

público.

XIX - Os procedimentos a serem adotados pela Comissão de Ética, para a apuração de fato ou ato

que, em princípio, se apresente contrário à ética, em conformidade com este Código, terão o rito

sumário, ouvidos apenas o queixoso e o servidor, ou apenas este, se a apuração decorrer de

conhecimento de ofício, cabendo sempre recurso ao respectivo Ministro de Estado.

XX - Dada a eventual gravidade da conduta do servidor ou sua reincidência, poderá a Comissão de

Ética encaminhar a sua decisão e respectivo expediente para a Comissão Permanente de Processo

Disciplinar do respectivo órgão, se houver, e, cumulativamente, se for o caso, à entidade em que, por

exercício profissional, o servidor público esteja inscrito, para as providências disciplinares cabíveis.

O retardamento dos procedimentos aqui prescritos implicará comprometimento ético da própria

Comissão, cabendo à Comissão de Ética do órgão hierarquicamente superior o seu conhecimento e

providências.

XXI-As decisões da Comissão de Ética, na análise de qualquer fato ou ato submetido à sua

apreciação ou por ela levantado, serão resumidas em ementa e, com a omissão dos nomes dos

interessados, divulgadas no próprio órgão, bem como remetidas às demais Comissões de Ética,

criadas com o fito de formação da consciência ética na prestação de serviços públicos. Uma cópia

completa de todo o expediente deverá ser remetida à Secretaria da Administração Federal da

Presidência da República.

XXII- A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Ética é a de censura e sua

fundamentação constará do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência

do faltoso.

XXIII - A Comissão. de Ética não poderá se eximir de fundamentar o julgamento da falta de ética do

servidor público ou do prestador de serviços contratado, alegando a falta de previsão neste Código,

cabendo-lhe recorrer à analogia, aos costumes e aos princípios éticos e morais conhecidos em outras

profissões;

XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo

aquele que,

por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico preste serviços de natureza permanente,

temporária Ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou

indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as

entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor

onde prevaleça o interesse do Estado.

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XXV - Em cada órgão do Poder Executivo Federal em que qualquer cidadão houver de tomar posse

ou ser investido em função pública, deverá ser prestado, perante a respectiva Comissão de Ética, um

compromisso solene de acatamento e observância das regras estabelecidas por este Código de Ética e

de todos os princípios éticos e morais estabelecidos pela tradição e pelos bons costumes.

A GESTÃO DA ÉTICA NAS EMPRESAS PÚBLI¬CAS E PRIVADAS

Afinal, para que a ética?

Qual o sentido da preocupação cada vez mais generalizada, no Brasil e no mundo, com a ética

na vida pública?

Que razões, afinal, nós temos para promover a ética no serviço público?

Vamos tentar responder a essas questões por duas vias. Primeiramente, se aceitamos, como

um postulado, que os limites impostos pela moralidade são uma condição sinequa non da vida em

sociedade, pode ser útil tentar ver, a partir da própria natureza da moralidade considerada desde esta

perspectiva, qual o sentido de afirmarmos padrões éticos em geral. Em seguida, é preciso ver, no

contexto mais restrito do serviço público, por que se justifica a preocupação com a promoção da

ética.

Vamos chamar aqui de moralidade o sistema de regras, valores, ideais e princípios que

corresponde ao padrão ético geral de uma sociedade. Tal como o ordenamento jurídico, esse sistema

de regras caracteriza-se por ser público, isto é, comum a todos e de conhecimento de todos. Para que

uma comunidade exista com o mínimo de coesão e estabilidade é necessário que exista um tal

sistema, que todos o conheçam e que todos acreditem que pelo menos a maior parte das pessoas, na

maior parte do tempo, está disposta a segui-lo. Parte substancial de ambos os sistemas - o jurídico e o

moral - tem a finalidade de regular o comportamento de cada um na medida em que suas ações

afetam os interesses dos outros. Essa regulação em geral aparece como uma limitação imposta às

possibilidades de agir de cada um.

O ordenamento jurídico e a moralidade têm a função de assinalar, dentre as inúmeras

possibilidades de ação abertas a um agente, quais as que são aceitáveis, tendo em vista a forma como

essas açõesafetam os interesses de outros agentes. Vista assim, a( moralidade é, substancialmente,

um sistema de exigências mútuas que tem a finalidade de garantir o respeito aos .ti vários interesses

dos indivíduos que compõem uma sociedade. O objetivo é, de certa forma, diminuir o mal ou o dano

que poderia ser causado a esses interesses na ausência de tais limites. A fixação e a explicitação do

padrão ético, assim, cumpre uma função geral de justificação: o padrão serve justamente para ajudar-

nos a decidir ou identificar quais são as exigências e limitações justificadas e quais não o são. O que

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vale para o padrão ético geral (a moralidade vigente) de uma determinada sociedade vale para o

padrão ético mais restrito, no sentido em que aparece no contexto das "éticas profissionais".

Também eles visam a possibilitar a escolha de alternativas de ação dentre as várias existentes.

Tambémcumprem uma função de justificação: é sempre em relação a esses padrões que podemos

justificar as exigências que erguemos uns aos outros em nossa convivência -exigências que tornam

mesmo essa convivência possível. Se por "promover a ética" entendermos o esforço de fixar,

explicitar e tornar efetivo, nas ações, o padrão ético, então a promoção da ética é absolutamente

necessária para a coesão e a estabilidade do grupo a que se dirige, para a redução da possibilidade de

dano e para a eliminação da arbitrariedade na imposição necessária de limites, em função das

exigências mútuas que erguemos.

Mas no caso específico do serviço público, outra série de razões reforça a preocupação com a

promoção da ética. Essa série de razões provém agora das relações entre o serviço público e o

público que é servido por ele e está ligada à ideia de confiança, a que já aludimos antes mais acima.

Confiança tem um duplo aspecto. Liga-se, por um lado, à ideia de legitimidade: a crença do público

na integridade do serviço público é um componente fundamentalda crença na legitimidade das

instituições, em geral. Por outro lado, parece haver uma relação direta entre a confiança do público

nas Instituições e a capacidade delas de responder adequadamente às suas necessidades. Esses dois

aspectos da confiança - o aspecto normativo da legitimidade e o aspecto da eficácia - aparecem

sempre nas tentativas mais recentes de justificar a preocupação com a promoção da ética pública.

Essa preocupação, assim, liga-se à necessidade de responder às demandas dos cidadãos - demandas

por integridade e correção, exigidas em contra partida à confiança depositada nas instituições, e

demandas por resultados, por eficiência e eficácia dos serviços prestados.

Outra razão geralmente apresentada para justificar a preocupação crescente com a ética

pública diz respeito às transformações pelas quais vem passando a administração pública. Para

responder mais rápida e eficazmente a um ambiente complexo de mudanças cada vez mais velozes,

muitos países vêm adotando reformas substanciais em suas administrações. Uma ênfase maior nos

resultados vem, em geral, nessas reformas, acompanhada por maior flexibilidade e descentralização

na administração. Essa situação, por sua vez, põe nova pressão sobre o dever dos administradores

públicos de responder e prestar contas, diante do público, por suas ações e resultados.

A fixação de um padrão de conduta para os servidores públicos e sua efetiva promoção, assim,

responde a imperativos de várias ordens. Responde, antes de qualquer coisa, a um imperativo da

própria moralidade: padrões impõem-se na medida em que precisamos justificar nossas ações diante

dos demais. Responde ainda a imperativos ligados às ideias de democracia e de cidadania. Por fim,

responde aos imperativos de eficiência e eficácia : preocupação com a ética, enfim, longe de ser uma

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preocupação acessória ou periférica, justifica-se pela própria natureza e finalidades do serviço

público.

Dentro de- um novo contexto de relacionamento e das relações entre o setor público e o

privado, exigiu-se a criação de uma nova dimensão, a qual veio a ser chamada de terceiro setor. O

terceiro setor permitiria assim uma melhor coexistência dos interesses públicos e os interesses

privados.

No que toca à estrutura de decisões dentre a Administração Pública, o que se viu foi uma

tentativa de se centralizar as decisões politicas estratégicas e descentralizar a sua efetivação. Já se

falava, então, na criação de estruturas que possibilitem controle popular sobre a ação governamental.

Outro ponto relevante das reformas iniciadas àquela época foi à atenção dada às escolas de

governo. Essas escolas foram criadas com o intuito de formar, aperfeiçoar e aumentar a

profissionalização dos agentes públicos na administração, capacitação e sistema de carreiras .

No tocante à ética e governo, Dória registra a preocupação crescente existente nos meios

acadêmicos e nos meios formadores de opinião a respeito da na governabilidade.O caso seria de se

solidificar a autoridade do poder público, sob pena de não se ter capacidade de manutenção das

coisas como estão e resistir às pressões sociais.

Doria lembra o seguinte pensamento CharesSecondat(Barão de Montesquieu): "todo aquele

que detém poder tende a abusar dele e assim procederá enquanto não encontrar limites". E conclui

que é característico do sistema republicano justamente estes mecanismos adequados ao controle

politico. É por parte dos agentes públicos que passaria a responsabilidade de derrotar a indiferença

cotidiana. E indica um caminho:"Isto somente pode ser feito se houver uma mudança radical na

cultura da própria sociedade e, mais especificamente, na cultura pública. E um dos valores

fundamentais para esta "virada" é a ética, não obstante esse referencial tenha permanecido latente nos

últimos anos no Brasil".

Seguindo Max Weber, a reafirmação da ética estaria associada à legitimidade, ou seja, a

Identidade de um grupo e seu líder. A legitimidade posteriormente acabou se transformando na pura

legalidade.

Esta transformação teria se passado pela simples assimilação de que a relação entre lider e

grupo passasse a ser feita por meio de representantes escolhidos ou seja, por meio dos legisladores

escolhidos para criar os documentos escritos com as normas que representassem os anseios

populares. Desta forma, a ética foi afastada como referencial da vida politica e foi substituída pela

simples escusa de que o que era feito, o era em nome de se alcançar resultados específicos, por bem

ou por mal. Exemplo disto é a aceitação de certos políticos mediante o trocadilho: "rouba mas faz".

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Entretanto, o mundo mudou de forma que hoje a pressão pela alteração do Estado para um patamar

mais democrático e eficiente é decisiva. Com isso, se os resultados propostos não forem alcançados,

a cobrança é imediata sob alegação de falta de ética causadora da ingovenabilidade.

CONFLITO DE INTERESSES

Os padrões de qualidade do atendimento são compromissos públicos assumidos pela organização

para com o cidadão, no que se refere aos serviços que ela presta. O conjunto de padrões estabelecido

por uma organização deve ser compreendido como uma carta de obrigações da organização ou uma

carta de direitos do cidadão.

O estabelecimento de padrões de qualidade do atendimento é uma experiência exitosa em diversos

países da Europa, tais como França, Espanha e Inglaterra. Ele deriva da premissa básica de que o

controle social, ou seja, a disponibilização de condições para que os cidadãos possam avaliar os

serviços de atendimento que lhes são oferecidos e cobrar do Estado a melhoria desses serviços,

constitui-se em fator decisivo para a evolução da administração pública.

Padrões Estabelecidos

O Decreto n. o 3.507 de 13/06/2000, define as diretrizes normativas para o estabelecimento

de padrões de qualidade do atendimento prestado pelos órgãos e pelas entidades da Administração

Pública Federal direta, indireta e fundacional que atendem diretamente aos cidadãos.

Os padrões devem ser uma descrição sucinta, objetiva e de fácil entendimento das características do

atendimento que o usuário deverá receber da organização. Esses compromissos assumidos pela

organização precisam ser factíveis e realistas, adequados à situação de cada organização, não

devendo gerar nos usuários expectativas que não possam de fato ser atendidas.

Estímulo à participação do cidadão

A participação do cidadão é uma estratégia essencial na busca da melhoria do atendimento

prestado pelo setor público ao cidadão. É necessário que as organizações públicas federais

estabeleçam canais de comunicação com os usuários, para que estes possam manifestar-se quando os

padrões de qualidade estabelecidos não forem cumpridos, bem como que as organizações definam

procedimentos para o atendimento das reclamações e sugestões feitas por seus usuários. Exemplos

desses canais são as ouvidorias, call-center, caixas de sugestões / reclamações, etc. Avaliação da

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satisfação do cidadão .É necessário, ainda, que as organizações públicas realizem consultas aos

cidadãos a respeito de sua satisfação com o atendimento recebido, por meio de pesquisa, pelo menos

anualmente, e divulguem o resultado dessa consulta à sociedade, conforme determina o Decreto

Presidencial.

Relacionamento com cliente

Atendimento ao público com qualidade enquanto

relacionamento com cliente, para servidores, é o atendimento dirigido com exclusividade para uma

pessoa, ecompreende duas subcategorias a seguir:

- Postura dos servidores

- Satisfação do público (clientes)

Postura dos servidores - Nesta subcategoria, atendimento ao público com qualidade para os

servidores colocam-se como sendo umas atitudes corteses, educadas e atentas em relação ao cliente,

evidenciado nas suas falas.

Observa-se, nestas falas, que os dois grupos pesquisados percebem a postura do

servidor/relacionamento com cliente, enquanto atendimento ao público com qualidade, sob a mesma

ótica, onde a forma de tratar bem o cliente é determinante, possibilitando ao cliente uma imagem

positiva da organização mesmo que não tenha obtido o que deseja.

A contribuição da relação servidor e órgão é tão grande no que concerne ao atendimento com

qualidade que é preciso repensar a relação psicológica entre estes dois grupos, já que ela afeta a

qualidade da relação psicológica entre o empregado e o cliente.

Satisfação do Cliente - Reflete-se, a seguir, sobre o atendimento ao público cem qualidade,

enquanto satisfação do cliente, por parte dos servidores e empresas, como a habilidade de atender às

necessidades explicitas e implícitas do cliente.

Os dois grupos revelam que a satisfação do cliente independe da obtenção do que foi

solicitado.

Formação Profissional

Esta categoria compreende atendimento ao público com qualidade enquanto formação

profissional para servidores como sendo um processo permanente de aprendizado, com treinamento

contínuo para obtenção de profissionais capacitados e qualificados para o cargo, evidenciado nas

falas apenas dos servidores. Observou-se nas falas dos servidores a importânciaatribuída à formação

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profissional. A qualidade no serviço de atendimento ao público está relacionada diretamente com a

qualidade da formação profissional para este grupe.

A respeito disso, em muitos casos, o problema não é com o treinamento, nem com o

funcionário. A questão é que não há consistência entre o discurso feito no treinamento e as ações de

fato praticadas na empresa.

Relação servidor com a empresa. Atendimento ao público com qualidade enquantorelação

com o servidor e com a empresa é apreendido como sendo o crescimento da empresa que dispõe de

uma equipe de funcionários que a defenda e esteja sempre disponível a atender clientes dentro das

normas estabelecidas.

As falas apreendidas nesta categoria refletem que para o pessoal do atendimento,

com maior frequência, atendimento com qualidade é atender as necessidades da empresa.

Organização do serviço

Atendimento ao público com qualidade enquantoorganização do serviço é compreendido

pelos servidores e empresas como sendo a execução do serviço de forma padronizada, diretamente

com o cliente, com eficiência e eficácia.

A padronização do atendimento é condição para que haja eficácia e eficiência, contudo sabe-

se que o que deve haver é o fornecimento de padrões claros de desempenho, como um roteiro de

atendimento que traduza os fundamentos, de suas atribuições, porém preservando a autonomia dos

funcionários para evitar um atendimento mecanizado.

Portanto, sabe-se que o incomum não se encontra em manuais. E no atendimento com

qualidade o servidor precisa estar preparado para o incomum, para então obter a eficácia e eficiência

desejada.

Recepção do problema

O atendimento ao público com qualidade, enquanto recepção de problema, é percebido pelos

servidores e empresas como sendo a habilidade e aptidão de recepcionar e procurar resolver os

problemas dos clientes “é a principal função do setor de atendimento ao público, cabe notar que na

visão destas funcionárias o atendimento e o problema se confundem”. A compreensão de que arotina

diária se esgota em receber problemas édesmotivadora. A percepção que o servidor tem do

atendimento é a que ela Irá transmitir ao cliente. É necessário, portanto que o servidor tenha a visão

de que o atendimento é algo mais do que apenas lidar com problemas.

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Presidência da República

Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

DECRETO Nº 6.932, DE 11 DE AGOSTO DE 2009.

Dispõe sobre a simplificação do atendimento público prestado ao cidadão, ratifica a dispensa do reconhecimento de firma em documentos produzidos no Brasil, institui a “Carta de Serviços ao Cidadão” e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI,

alínea “a”, da Constituição,

DECRETA:

Art. 1o Os órgãos e entidades do Poder Executivo Federal observarão as seguintes diretrizes

nas relações entre si e com o cidadão:

I - presunção de boa-fé;

II - compartilhamento de informações, nos termos da lei;

III - atuação integrada e sistêmica na expedição de atestados, certidões e documentos

comprobatórios de regularidade;

IV - racionalização de métodos e procedimentos de controle;

V - eliminação de formalidades e exigências cujo custo econômico ou social seja superior ao

risco envolvido;

VI - aplicação de soluções tecnológicas que visem a simplificar processos e procedimentos de

atendimento ao cidadão e a propiciar melhores condições para o compartilhamento das informações;

VII - utilização de linguagem simples e compreensível, evitando o uso de siglas, jargões e

estrangeirismos; e

VIII - articulação com Estados, Distrito Federal, Municípios e outros poderes para a

integração, racionalização, disponibilização e simplificação de serviços públicos prestados ao

cidadão.

Art. 2o Os órgãos e entidades do Poder Executivo Federal que necessitarem de documentos

comprobatórios de regularidade de situação do cidadão, atestados, certidões ou outros documentos

comprobatórios que constem em base de dados oficial da administração pública federal deverão

obtê-los diretamente do respectivo órgão ou entidade.

Parágrafo único. Exclui-se da aplicação do disposto no caput:

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I - comprovação de antecedentes criminais;

II - informações sobre pessoa jurídica; e

III - situações expressamente previstas em lei.

Art. 3o Os órgãos e entidades do Poder Executivo Federal não poderão exigir do cidadão a

apresentação de certidões ou outros documentos expedidos por outro órgão ou entidade do Poder

Executivo Federal, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 2o. (Vigência)

§ 1o O órgão ou entidade deverá, quando necessário, juntar aos autos do respectivo processo

administrativo versão impressa da certidão ou documento obtido por meio eletrônico.

§ 2o As certidões ou outros documentos que contenham informações sigilosas do cidadão

somente poderão ser obtidas por meio de sua autorização expressa.

§ 3o Quando não for possível a obtenção de atestados, certidões e documentos comprobatórios

de regularidade de situação diretamente do órgão ou entidade expedidora, os fatos poderão ser

comprovados mediante declaração escrita e assinada pelo cidadão, que, em caso de declaração falsa,

ficará sujeito às sanções administrativas, civis e penais aplicáveis.

Art. 4o No âmbito da administração pública federal, os órgãos e entidades gestores de base de

dados oficial colocarão à disposição dos órgãos e entidades públicos interessados as orientações para

acesso às informações constantes dessas bases de dados, observadas as disposições legais aplicáveis

e as diretrizes, orientações e procedimentos estabelecidos pelo Comitê Executivo do Governo

Eletrônico, criado pelo Decreto de 18 de outubro de 2000.

Art. 5o No atendimento aos requerimentos do cidadão, os órgãos e entidades do Poder

Executivo Federal observarão as seguintes práticas:

I - gratuidade dos atos necessários ao exercício da cidadania, nos termos da Lei no 9.265, de 12

de fevereiro de 1996;

II - padronização de procedimentos referentes à utilização de formulários, guias e outros

documentos; e

III - vedação de recusa de recebimento de requerimentos pelos serviços de protocolo, salvo quando o órgão ou entidade for manifestamente incompetente.

§ 1o Na ocorrência da hipótese referida no inciso III, os serviços de protocolo deverão prover as

informações e orientações necessárias para que o cidadão possa dar andamento ao requerimento.

§ 2o Após a protocolização do requerimento, caso o agente público verifique que o órgão ou

entidade é incompetente para o exame ou decisão da matéria, este deverá providenciar a remessa

imediata do requerimento ao órgão ou entidade competente.

§ 3o Quando a remessa referida no § 2

o não for possível, o interessado deverá ser comunicado

imediatamente do fato para adoção das providências a seu cargo.

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Art. 6o As exigências necessárias para o requerimento serão feitas desde logo e de uma só vez

ao interessado, justificando-se exigência posterior apenas em caso de dúvida superveniente.

Art. 7o Não será exigida prova de fato já comprovado pela apresentação de outro documento

válido.

Art. 8o Para complementar informações ou solicitar esclarecimentos, a comunicação entre o

órgão ou entidade e o interessado poderá ser feita por qualquer meio, inclusive comunicação verbal,

direta ou telefônica, correspondência, telegrama, fax ou correio eletrônico, registrando-se a

circunstância no processo, caso necessário.

Art. 9o Salvo na existência de dúvida fundada quanto à autenticidade e no caso de imposição

legal, fica dispensado o reconhecimento de firma em qualquer documento produzido no Brasil

destinado a fazer prova junto a órgãos e entidades da administração pública federal, quando assinado

perante o servidor público a quem deva ser apresentado.

Art. 10. A juntada de documento, quando decorrente de disposição legal, poderá ser feita por

cópia autenticada, dispensada nova conferência com o documento original.

§ 1o A autenticação poderá ser feita, mediante cotejo da cópia com o original, pelo próprio

servidor a quem o documento deva ser apresentado.

§ 2o Verificada, a qualquer tempo, falsificação de assinatura ou de autenticação de documento

público ou particular, o órgão ou entidade considerará não satisfeita a exigência documental

respectiva e, dentro do prazo máximo de cinco dias, dará conhecimento do fato à autoridade

competente para adoção das providências administrativas, civis e penais cabíveis.

Art. 11. Os órgãos e entidades do Poder Executivo Federal que prestam serviços diretamente

ao cidadão deverão elaborar e divulgar “Carta de Serviços ao Cidadão”, no âmbito de sua esfera de

competência.

§ 1o A Carta de Serviços ao Cidadão tem por objetivo informar o cidadão dos serviços

prestados pelo órgão ou entidade, das formas de acesso a esses serviços e dos respectivos

compromissos e padrões de qualidade de atendimento ao público.

§ 2o A Carta de Serviços ao Cidadão deverá trazer informações claras e precisas em relação a

cada um dos serviços prestados, em especial as relacionadas com:

I - o serviço oferecido;

II - os requisitos, documentos e informações necessários para acessar o serviço;

III - as principais etapas para processamento do serviço;

IV - o prazo máximo para a prestação do serviço;

V - a forma de prestação do serviço;

VI - a forma de comunicação com o solicitante do serviço; e

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VII - os locais e formas de acessar o serviço.

§ 3o Além das informações descritas no § 2

o, a Carta de Serviços ao Cidadão deverá detalhar

os padrões de qualidade do atendimento relativos aos seguintes aspectos:

I - prioridades de atendimento;

II - tempo de espera para atendimento;

III - prazos para a realização dos serviços;

IV - mecanismos de comunicação com os usuários;

V - procedimentos para receber, atender, gerir e responder às sugestões e reclamações;

VI - fornecimento de informações acerca das etapas, presentes e futuras, esperadas para a

realização dos serviços, inclusive estimativas de prazos;

VII - mecanismos de consulta, por parte dos usuários, acerca das etapas, cumpridas e

pendentes, para a realização do serviço solicitado;

VIII - tratamento a ser dispensado aos usuários quando do atendimento;

IX - requisitos básicos para o sistema de sinalização visual das unidades de atendimento;

X - condições mínimas a serem observadas pelas unidades de atendimento, em especial no que

se refere a acessibilidade, limpeza e conforto;

XI - procedimentos alternativos para atendimento quando o sistema informatizado se encontrar

indisponível; e

XII - outras informações julgadas de interesse dos usuários.

§ 4o A Carta de Serviços ao Cidadão será objeto de permanente divulgação por meio de

afixação em local de fácil acesso ao público, nos respectivos locais de atendimento, e mediante

publicação em sítio eletrônico do órgão ou entidade na rede mundial de computadores.

Art. 12. Os órgãos e entidades do Poder Executivo Federal deverão aplicar periodicamente

pesquisa de satisfação junto aos usuários de seus serviços e utilizar os resultados como subsídio

relevante para reorientar e ajustar os serviços prestados, em especial no que se refere ao

cumprimento dos compromissos e dos padrões de qualidade de atendimento divulgados na Carta de

Serviços ao Cidadão.

§ 1o A pesquisa de satisfação objetiva assegurar a efetiva participação do cidadão na avaliação

dos serviços prestados, possibilitar a identificação de lacunas e deficiências na prestação dos serviços

e identificar o nível de satisfação dos usuários com relação aos serviços prestados.

§ 2o Os órgãos e as entidades do Poder Executivo Federal deverão divulgar, anualmente,

preferencialmente na rede mundial de computadores, os resultados da avaliação de seu desempenho

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na prestação de serviços ao cidadão, especialmente em relação aos padrões de qualidade do

atendimento fixados na Carta de Serviços ao Cidadão.

Art. 13. O Programa Nacional da Gestão Pública e Desburocratização - GESPÚBLICA,

instituído pelo Decreto no 5.378, de 23 de fevereiro de 2005, colocará à disposição dos órgãos e

entidades do Poder Executivo Federal interessados, gratuitamente, metodologia para elaboração da Carta

de Serviço ao Cidadão e instrumento padrão de pesquisa de satisfação.

Art. 14. Os órgãos e entidades do Poder Executivo Federal que prestam serviços diretamente

aos cidadãos deverão envidar esforços para manter esses serviços disponíveis às Centrais de

Atendimento ao Cidadão estaduais, municipais e do Distrito Federal.

Art. 15. O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão poderá dispor sobre a

implementação do disposto neste Decreto, inclusive sobre mecanismos de acompanhamento,

avaliação e incentivo.

Art. 16. O servidor civil ou militar que descumprir as normas contidas neste Decreto estará

sujeito às penalidades previstas, respectivamente, na Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e

na Lei no 6.880, de 9 de dezembro de 1980.

Parágrafo único. O cidadão que tiver os direitos garantidos neste Decreto desrespeitados poderá fazer representação junto à Controladoria-Geral da União.

Art. 17. Cabe à Controladoria-Geral da União e aos órgãos integrantes do sistema de controle

interno do Poder Executivo Federal zelar pelo cumprimento do disposto neste Decreto, bem como

adotar as providências para a responsabilização dos dirigentes e dos servidores que praticarem atos

em desacordo com as disposições aqui estabelecidas.

Art. 18. Os órgãos e entidades do Poder Executivo Federal terão prazo de cento e oitenta dias,

após a publicação deste Decreto, para cumprir o disposto no art. 4o.

Art. 19. Este Decreto entra em vigor:

I - trezentos e sessenta dias após a data de sua publicação, em relação ao art. 3o; e

II - na data de sua publicação, em relação aos demais dispositivos.

Art. 20. Ficam revogados os Decretos nos

63.166, de 26 de agosto de 1968, 64.024-A, de 27 de

janeiro de 1969, e 3.507, de 13 de junho de 2000.

Brasília, 11 de agosto de 2009; 188o da Independência e 121

o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Paulo Bernardo Silva

Este texto não substitui o publicado no DOU de 12.8.2009

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