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ÉTICA .............................................................................................................................................. 4
O que é ética? ............................................................................................................................... 4
CONSIDERAÇÕES GERAIS ......................................................................................................... 5
O HOMEM ....................................................................................................................................... 5
A VIDA ............................................................................................................................................ 5
A SAÚDE ......................................................................................................................................... 6
LEGITIMAÇÃO DOS VALORES E REGRAS MORAIS ............................................................. 6
OBJETIVOS DA ÉTICA ................................................................................................................. 7
ÉTICA DAS PROFISSÕES ............................................................................................................. 7
ÉTICA PROFISSIONAL ................................................................................................................. 7
O que é Ética Profissional? .......................................................................................................... 8
A ÉTICA NO CAMPO DA SAÚDE ............................................................................................. 10
A ÉTICA NO ÂMBITO DAS RELAÇÕES SOCIAIS ................................................................. 11
ÉTICA NA ENFERMAGEM ........................................................................................................ 12
NATUREZA DISTINTA ............................................................................................................... 12
TÓPICOS NA ÉTICA NA ENFERMAGEM ................................................................................ 13
Ética Profissional e atividade voluntária: ................................................................................... 13
VIRTUDES PROFISSIONAIS ...................................................................................................... 14
CLASSES PROFISSIONAIS ........................................................................................................ 17
TRABALHO EM EQUIPE ............................................................................................................ 20
E o trabalho de equipe? .............................................................................................................. 20
Mas... Como fazer para que a integração aconteça? .................................................................. 20
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL ........................................................................................ 22
CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM .......................................... 23
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS ................................................................................................. 24
CAPÍTULO I .................................................................................................................................. 25
RESPONSABILIDADES E DEVERES ........................................................................................ 25
ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL ........................................ 38
1- Responsabilidade Profissional: .............................................................................................. 39
2- Distinção Entre a Norma Jurídica da Moral (Direito X Moral): ............................................ 39
3- Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem: .............................................................. 39
4- Responsabilidades Éticas: ...................................................................................................... 40
5- Dos Direitos: .......................................................................................................................... 40
6- Dos Deveres: .......................................................................................................................... 40
7- Responsabilidade Civil e Penal:............................................................................................. 40
8- Responsabilidade Civil: ......................................................................................................... 41
9- Responsabilidade Penal: ........................................................................................................ 41
10- Imprudência: ........................................................................................................................ 41
11- Negligência: ......................................................................................................................... 42
12- Imperícia: ............................................................................................................................. 42
13- Segredo Profissional: ........................................................................................................... 43
14- Princípio da Legalidade: ...................................................................................................... 43
SER RESPONSÁVEL X TER RESPONSABILIDADE .............................................................. 46
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................... 48
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ÉTICA
A humanidade tem assistido a muitas
mudanças em quase todos os sentidos da vida
humana. O desenvolvimento tecnológico está
atingindo termos jamais antes imaginados ou mesmo
concebido pelo ser humano. As mudanças
decorrentes da evolução e dos acontecimentos
históricos são muito significativas e representam um
exemplo do que pode acontecer com os esforços de
criação da mente humana.
Nos campos das descobertas da medicina, da
indústria, da tecnologia, jamais se assistiu tamanho
desenvolvimento. Assistimos a um aumento de velocidade de produção de informações
nunca conhecidos.
Em face das conquistas tecnológicas atuais, a ética está mais do que nunca
presente nos debates a respeito do comportamento humano e o seu estudo é sempre
necessário em decorrência da necessidade das pessoas orientarem seu comportamento
de acordo com a nova realidade na vida social.
Assim, a Ética é o conjunto de normas morais pelo qual o indivíduo deve orientar
seu comportamento na profissão que exerce e é de fundamental importância em todas
as profissões e para todo ser humano, para que possamos viver relativamente bem em
sociedade. Com o crescimento desenfreado do mundo globalizado, muitas vezes
deixamos nos levar pela pressão exercida em busca de produção, pois o mercado de
trabalho está cada vez mais competitivo e exigente, e as vezes não nos deixa tempo para
refletir sobre nossas atitudes.
Temos que ter a consciência de que nossos atos podem influenciar na vida dos
outros e que nossa liberdade acarreta em responsabilidade. De forma ampla a Ética é
definida como a explicitação teórica do fundamento último do agir humano na busca
do bem comum e da realização individual.
O que é ética?
Pode-se dizer que, no cotidiano, a ética aparece por meio de nossas ações e
atitudes, as quais são classificadas como “boas” ou “ruins” pela sociedade. Isto é, nossas
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atitudes são aprovadas ou reprovadas socialmente, uma vez que são reconhecidas como
adequadas ou não aos valores morais que norteiam nossa sociedade.
É preciso observar, no entanto, que há valores morais próprios de outras
sociedades e que, muitas vezes, esses valores são diferentes dos nossos.
A intolerância de um povo em relação aos valores de outros povos,
frequentemente, acaba em luta, briga, ou guerra.
Se olharmos à nossa volta e se conversarmos com familiares, com pessoas de
gerações passadas e de diferentes classes sociais, vamos perceber que os valores e as
regras do bem agir variam de lugar para lugar e se modificam ao longo do tempo.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Entre as criaturas de Deus, apenas os homens são dotados de uma natureza
espiritual. A alma humana possui inteligência e vontade. Pela inteligência nós
percebemos o “ser” das coisas e pela vontade escolhemos uma direção, um fim para
nossas vidas.
O HOMEM
Foi criado por Deus à sua imagem e semelhança. É dotado de inteligência e
vontade, características que o distinguem de todos os outros seres. Portador de
imortalidade, tende sempre para Deus.
Somente o homem pode optar pelo bem ou pelo mal, graças à inteligência e à
liberdade. O homem é uma entidade única no universo, que toma decisões e é
moralmente responsável.
A VIDA
Desde que é anunciada, a vida, em qualquer circunstância, merece um sublime e
incomensurável respeito. Para que exista de fato esta atenção pela vida de outrem, é
necessário que o ser humano ame e reverencie sua própria vida, porque ela é, acima de
tudo, o instrumento do bem utilizado por todos os homens.
O direito a vida é o mais fundamental dos direitos do homem, sendo inalienável.
Por sua vez, o dever é enaltecido com muito entusiasmo.
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A SAÚDE
A saúde é o estado de completo bem estar físico, social e mental e não somente a
ausência de enfermidade (OMS).
A saúde não é puramente negativa, como se consiste na
simples exclusão da doença corporal e das forças físicas, como se a saúde
mental, em particular, não exprimisse mais do que a ausência de toda
alienação ou anomalia. Ela comporta positivamente o bem estar físico,
espiritual e social da humanidade, como uma das condições da paz
universal e da segurança comum. Longe de considerar a saúde objeto da
ordem exclusivamente biológica, sublinhamos a importância das forças
religiosas e morais para mantê-la e sempre a incluímos no número das
condições para a dignidade e o bem estar da humanidade, de seu bem
corporal e espiritual, temporal e eterno (Escola Técnica de Enfermagem -
Catarina Labouré. Psicologia aplicada e Ética Profissional, p. 25).
LEGITIMAÇÃO DOS VALORES E REGRAS MORAIS
Diz-se que uma pessoa possui um valor e legitima as normas decorrentes quando,
sem controle externo, pauta sua conduta por elas. Por exemplo, alguém que não rouba
por medo de ser preso não legitima a norma “não roubar”: apenas a segue por medo do
castigo e, na certeza da impunidade, não a seguirá. Em compensação, diz-se que uma
pessoa legitima a regra em questão ao segui-la independentemente de ser
surpreendida, ou seja, se estiver intimamente convicta de que essa regra representa um
bem moral.
Mas o que leva alguém a pautar suas condutas segundo certas regras? Como
alguns valores tornam-se traduções de um ideal de Bem, gerando deveres?
Seria mentir por omissão não dizer que falta consenso entre os especialistas a
respeito de como um indivíduo chega a legitimar determinadas regras e conduzir-se
coerentemente com elas.
Para uns, trata-se de simples costume: os hábitos de certas condutas validam-nas.
Para outros, a equação deveria ser invertida: determinadas condutas são consideradas
boas, portanto, devem ser praticadas; neste caso, o juízo seria o carro-chefe da
legitimação das regras. Para outros ainda, processos inconscientes (portanto, ignorados
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do próprio sujeito, e, em geral, constituídos durante a infância) seriam os determinantes
da conduta moral. E há outras teorias mais.
OBJETIVOS DA ÉTICA
A Ética é a ciência que ensina o homem a agir corretamente. O homem não quer
apenas viver, mas viver bem. Não se deve entender este bem como uma preocupação
egoísta de conseguir valores materiais, senão como um aperfeiçoamento moral capaz de
integrar a aspiração de cada um aos interesses de todos. O objetivo da Ética é a
aquisição de hábitos bons, que contribuam para a formação do caráter nobre, levando o
indivíduo a ser e agir de maneira íntegra e honrada.
A Ética profissional mantém o homem dentro de um padrão de comportamento,
ditando-lhe aquilo que deve fazer e aquilo que deve evitar a fim de ser um bom
profissional. Assim, temos a ética médica, a ética dos advogados, dos padres, dos
enfermeiros, dos odontólogos, etc.
A observância dos princípios éticos próprios de cada profissão impõe-se a todos
aqueles que abraçam como uma necessidade.
ÉTICA DAS PROFISSÕES
No que diz respeito às profissões liberais, não é honesto distorcer o exercício da
profissão de sua finalidade de serviço ao cliente para a mera oportunidade de ganhar
dinheiro.
A remuneração pela prestação de serviço é um direito justo do profissional, mas o
que não é moralmente lícito é oferecer um serviço profissional quando se sabe que ele
não é efetivamente útil ao cliente, só serve para ganhar dinheiro. Isto equivale a roubo.
Na realização do trabalho profissional é preciso ter sempre presente o serviço ao
cliente, aquilo que ele tem necessidade, realmente. Viver o amor para com ele, ajudar a
encontrar a sua necessidade real e, consequentemente, adequar a própria atividade
profissional.
ÉTICA PROFISSIONAL
Ética ou “Ciência da Moral” é o conjunto de princípios morais que regem os
direitos e deveres de um indivíduo ou de uma organização, dentro de um determinado
setor de trabalho. Neste último caso, temos a “Ética Profissional”.
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O que é Ética Profissional?
É extremamente importante saber diferenciar a Ética da Moral e do Direito. Estas
três áreas de conhecimento se distinguem, porém têm grandes vínculos e até mesmo
sobreposições.
Tanto a Moral como o Direito baseiam-se em regras que visam estabelecer uma certa
previsibilidade para as ações humanas. Ambas, porém, se diferenciam.
A Moral estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma forma de
garantir o seu bem-viver. A Moral independe das fronteiras geográficas e garante uma
identidade entre pessoas que sequer se conhecem, mas utilizam este mesmo referencial
moral comum.
O Direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada pelas
fronteiras do Estado. As leis têm uma base territorial, elas valem apenas para aquela área
geográfica onde uma determinada população ou seus delegados vivem. Alguns autores
afirmam que o Direito é um subconjunto da Moral. Esta perspectiva pode gerar a
conclusão de que toda a lei é moralmente aceitável. Inúmeras situações demonstram a
existência de conflitos entre a Moral e o Direito. A desobediência civil ocorre quando
argumentos morais impedem que uma pessoa acate uma determinada lei. Este é um
exemplo de que a Moral e o Direito, apesar de referirem-se a uma mesma sociedade,
podem ter perspectivas discordantes.
A Ética é o estudo geral do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou
injusto, adequado ou inadequado. Um dos objetivos da Ética é a busca de justificativas
para as regras propostas pela Moral e pelo Direito. Ela é diferente de ambos - Moral e
Direito - pois não estabelece regras. Esta reflexão sobre a ação humana é que caracteriza
a Ética.
A fase da escolha profissional, ainda durante a adolescência muitas vezes, já deve
ser permeada por esta reflexão. A escolha por uma profissão é optativa, mas ao escolhê-
la, o conjunto de deveres profissionais passa a ser obrigatório. Geralmente, quando você
é jovem, escolhe sua carreira sem conhecer o conjunto de deveres que está prestes ao
assumir tornando-se parte daquela categoria que escolheu.
Toda a fase de formação profissional, o aprendizado das competências e
habilidades referentes à prática específica numa determinada área, deve incluir a
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reflexão, desde antes do início dos estágios práticos. Ao completar a formação em nível
superior, a pessoa faz um juramento, que significa sua adesão e comprometimento com
a categoria profissional onde formalmente ingressa. Isto caracteriza o aspecto moral da
chamada Ética Profissional, esta adesão voluntária a um conjunto de regras
estabelecidas como sendo as mais adequadas para o seu exercício.
Mas pode ser que você precise começar a trabalhar antes de estudar ou
paralelamente aos estudos, e inicia uma atividade profissional sem completar os estudos
ou em área que nunca estudou, aprendendo na prática. Isto não exime você da
responsabilidade assumida ao iniciar esta atividade! O fato de uma pessoa trabalhar
numa área que não escolheu livremente, o fato de “pegar o que apareceu” como
emprego por precisar trabalhar, o fato de exercer atividade remunerada onde não
pretende seguir carreira, não isenta da responsabilidade de pertencer, mesmo que
temporariamente, a uma classe, e há deveres a cumprir.
Um jovem que, por exemplo, exerce a atividade de auxiliar de almoxarifado
durante o dia e, à noite, faz curso de programador de computadores, certamente estará
pensando sobre seu futuro em outra profissão, mas deve sempre refletir sobre sua
prática atual.
Tomando-se o exemplo anterior, esta pessoa pode se perguntar sobre os deveres
assumidos ao aceitar o trabalho como auxiliar de almoxarifado, como está cumprindo
suas responsabilidades, o que esperam dela na atividade, o que ela deve fazer, e como
deve fazer, mesmo quando não há outra pessoa olhando ou conferindo.
Pode perguntar a si mesmo: Estou sendo bom profissional? Estou agindo
adequadamente? Realizo corretamente minha atividade?
É fundamental ter sempre em mente que há uma série de atitudes que não estão
descritas nos códigos de todas as profissões, mas que são comuns a todas as atividades
que uma pessoa pode exercer.
Atitudes de generosidade e cooperação no trabalho em equipe, mesmo quando
a atividade é exercida solitariamente em uma sala, ela faz parte de um conjunto maior
de atividades que dependem do bom desempenho desta.
Uma postura proativa, ou seja, não ficar restrito apenas às tarefas que foram dadas a
você, mas contribuir para o engrandecimento do trabalho, mesmo que ele seja
temporário.
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Se sua tarefa é varrer ruas, você pode se contentar em varrer ruas e juntar o lixo,
mas você pode também tirar o lixo que você vê que está prestes a cair na rua, podendo
futuramente entupir uma saída de escoamento e causando uma acumulação de água
quando chover. Você pode atender num balcão de informações respondendo
estritamente o que lhe foi perguntado, de forma fria, e estará cumprindo seu dever, mas
se você mostrar-se mais disponível, talvez sorrir, ser agradável, a maioria das pessoas que
você atende também serão assim com você, e seu dia será muito melhor.
Muitas oportunidades de trabalho surgem onde menos se espera, desde que você
esteja aberto e receptivo, e que você se preocupe em ser um pouco melhor a cada dia,
seja qual for sua atividade profissional. E, se não surgir outro trabalho, certamente sua
vida será mais feliz, gostando do que você faz e sem perder, nunca, a dimensão de que é
preciso sempre continuar melhorando, aprendendo, experimentando novas soluções,
criando novas formas de exercer as atividades, aberto a mudanças, nem que seja mudar,
às vezes, pequenos detalhes, mas que podem fazer uma grande diferença na sua
realização profissional e pessoal. Isto tudo pode acontecer com a reflexão incorporada a
seu viver.
E isto é parte do que se chama empregabilidade: a capacidade que você pode ter
de ser um profissional que qualquer patrão desejaria ter entre seus empregados, um
colaborador. Isto é ser um profissional eticamente bom.
A ÉTICA NO CAMPO DA SAÚDE
A saúde é antes de tudo um estado da harmonia e de equilíbrio, e não apenas
ausência de doenças. Por isso mesmo, o profissional de saúde, seja ele médico,
enfermeiro, assistente social, técnico em saúde, ou sanitarista, tal como educador,
precisa ser um exemplo de harmonia. Ora, a verdadeira harmonia resulta justamente da
coligação dos valores éticos, estéticos e espirituais.
Estes por sua vez resultam de uma boa circulação da energia vital através dos
centros energéticos, permitindo a expressão benéfica das vibrações de amor, alegria e
beleza e a inspiração constante da sabedoria. Por isso, o profissional de saúde é antes de
tudo um educador. Neste nível de compreensão, é difícil separar saúde de educação.
Mas assim mesmo os profissionais da saúde têm questões peculiares de Ética, sobretudo
quando lidam com doenças.
O conflito entre motivações e valores está constantemente presente e desafia o
profissional da saúde, mais particularmente o médico e o enfermeiro. Atender um
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chamado no meio da noite ou a uma emergência no meio de uma refeição ou da
convivência com entes queridos coloca em confronto amor altruísta com necessidades
pessoais.
Tratar e curar exigem dedicação, abnegação, compaixão e amor. Muito mais que
isso, a presença da energia amorosa é altamente benéfica e curativa.
Como cientista, o médico precisa cultivar a verdade, sabendo expressá-la com
amor e discernimento, pois a verdade, através do poder de sugestão, pode reforçar a
cura se for positiva ou pode matar se for uma notícia ruim. O efeito placebo da sugestão
mostra o quanto esse fator é importante.
Convém citar também a modéstia como indispensável não só para reconhecer os
próprios limites e aceitar a colaboração de colegas, como para estimular a cooperação
ativa do paciente.
A ÉTICA NO ÂMBITO DAS RELAÇÕES SOCIAIS
A Ética no âmbito das relações sociais afirma explicitamente que a pessoa
humana é e deve ser o princípio, o sujeito e o fim de todas as instituições sociais.
(Psicologia aplicada e ética profissional, p. 27). A vida social é criação sua, nela se
concretiza e se realiza a liberdade do homem; a ordem social e o progresso devem
ordenar-se incessantemente para o bem das pessoas, pois a organização das coisas deve
subordinar-se à ordem das pessoas e não o contrário.
O varredor de rua que se preocupa em limpar o canal de escoamento de água da
chuva, o auxiliar de almoxarifado que verifica se não há umidade no local destinado
para colocar caixas de alimentos, o médico cirurgião que confere as suturas nos tecidos
internos antes de completar a cirurgia, a atendente do asilo que se preocupa com a
limpeza de uma senhora idosa após ir ao banheiro, o contador que impede uma fraude
ou desfalque, ou que não maquia o balanço de uma empresa, o engenheiro que utiliza
o material mais indicado para a construção de uma ponte, todos estão agindo de forma
eticamente correta em suas profissões, ao fazerem o que não é visto, ao fazerem aquilo
que, alguém descobrindo, não saberá quem fez, mas que estão preocupados, mais do
que com os deveres profissionais, com as PESSOAS.
As leis de cada profissão são elaboradas com o objetivo de proteger os
profissionais, a categoria como um todo e as pessoas que dependem daquele
profissional, mas há muitos aspectos não previstos especificamente e que fazem parte do
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comprometimento do profissional em ser eticamente correto, aquele que, independente
de receber elogios, faz A COISA CERTA.
ÉTICA NA ENFERMAGEM
A ética na enfermagem é o ramo da ética que analisa as atividades da
enfermagem. Esta divide vários princípios com a ética médica, tais como beneficência,
não maleficência e respeito à autonomia. Pode ser distinguida pela sua ênfase em
relacionamentos, manutenção da dignidade e cuidado colaborativo.
A natureza da enfermagem significa que o ramo da ética de enfermagem tende a
examinar as éticas de cuidado ao invés da ética da cura, explorando o relacionamento
entre o enfermeiro e o paciente. Tentativas iniciais para definir ética na enfermagem
concentraram-se primariamente na ética da virtude que faria um enfermeiro bom, ao
invés de analisar quais as condutas necessárias para respeitar os direitos humanos da
pessoa no cuidado do enfermeiro. Porém, na era moderna, a ética da enfermagem tem
analisado mais as obrigações dos enfermeiros para respeitar estes direitos, isto sendo
refletido em códigos de ética profissionais de enfermagem. Por exemplo, a importância
de respeitar os direitos humanos na enfermagem está escrito explicitamente no
Conselho Internacional de Enfermeiros.
NATUREZA DISTINTA
Embora muito da ética de enfermagem apareça similar à ética médica, existem
fatores que diferenciam a primeira da segunda. O foco da ética da enfermagem é o
desenvolvimento de uma relação enfermeiro-paciente, isto produzindo algumas
diferenças. Por exemplo, um princípio bem estabelecido da ética médica tradicional é
beneficência. Enquanto que a ética médica tradicional permitiria que este conceito fosse
expressado via paternalismo, o último não é compatível com a ética da enfermagem. Isto
porque a teoria da enfermagem busca uma relação colaborativa do enfermeiro com o
paciente. Tópicos que dão ênfase ao respeito para autonomia e a manutenção da
dignidade do paciente através da advocacia da possibilidade de escolhas por parte do
paciente é comum na ética da enfermagem. Isto é em contraste com a prática
paternalística onde o profissional da saúde toma decisões baseado no que ele ou ela
acredita ser a melhor decisão para o paciente.
A distinção pode ser examinada em um ângulo diferente. Apesar do aumento da
ênfase em tópicos deontológicos por alguns, interesse na ética da virtua ainda existe,
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bem como suporte por uma ética de cuidado. Isto é considerado pelos proponentes da
ética da enfermagem como colocando maior ênfase em relações do que princípios, e,
portanto, refletindo o relacionamento enfermeiro-paciente na enfermagem mais
precisamente do que outras visões éticas.
TÓPICOS NA ÉTICA NA ENFERMAGEM
Enfermeiros buscam defender a dignidade dos pacientes. Em termos da teoria
ética, isto pode ser interpretado como respeito por autonomia. O papel dos enfermeiros
é o de permitir que pacientes possam tomar decisões sobre seu próprio tratamento.
Entre outros temas, esta advocacia permite que o paciente tome decisões consentidas
que o enfermeiro, bem como outros profissionais da área da saúde. Embora muito do
debate esteja na discussão de casos onde pacientes não podem realizar decisões sobre
seu próprio tratamento devido à incapacitação, por exemplo, por causa de uma doença
mental. Um jeito de manter autonomia em casos de incapacitação é o uso de uma
declaração antecipada de vontade, e portanto, evitando paternalismo.
Outro tópico é confidencialidade, que é um princípio importante em vários
códigos de enfermagem. Confidencialidade trata de informações do paciente que
devem ser apenas utilizadas para fins do tratamento do paciente, e entre os profissionais
da saúde envolvidos no cuidado do paciente. Uma importante exceção é quando a
informação deve ser divulgada para terceiros, devido à lei (abuso de menores) ou
preservar vida.
Honestidade é um tópico que trata sobre contar a verdade em interações com o
paciente. Existe uma balança entre o fornecimento de informação para o paciente para
que estes tomem decisões bem informadas, e evitar estresse por causa da verdade.
Geralmente, a balança é em favor da verdade, devido ao respeito da autonomia,
embora pacientes por vezes podem pedir para não serem contados a verdade, ou
podem não ter a capacidade de compreender as implicações.
Enfermeiros podem atuar de forma a manter a dignidade do paciente através da
observação dos princípios acima, embora estes tópicos sejam frequentemente
desafiados por outros fatores, tais como regras institucionais ou ambientais.
Ética Profissional e atividade voluntária:
Outro conceito interessante de examinar é o de Profissional, como aquele que é
regularmente remunerado pelo trabalho que executa ou atividade que exerce, em
14
oposição a Amador. Nesta conceituação, se diria que aquele que exerce atividade
voluntária não seria profissional, e esta é uma conceituação polêmica.
Em realidade, Voluntário é aquele que se dispõe, por opção, a exercer a prática
Profissional não remunerada, seja com fins assistenciais, ou prestação de serviços em
beneficência, por um período determinado ou não.
Aqui, é fundamental observar que só é eticamente adequado, o profissional que
age, na atividade voluntária, com todo o comprometimento que teria no mesmo
exercício profissional se este fosse remunerado.
Seja esta atividade voluntária na mesma profissão da atividade remunerada ou
em outra área. Por exemplo: Um engenheiro que faz a atividade voluntária de dar aulas
de matemática. Ele deve agir, ao dar estas aulas, como se esta fosse sua atividade mais
importante. É isto que aquelas crianças cheias de dúvidas em matemática esperam dele!
Se a atividade é voluntária, foi sua opção realizá-la. Então, é eticamente adequado
que você a realize da mesma forma como faz tudo que é importante em sua vida.
É imprescindível estar sempre bem informado, acompanhando não apenas as
mudanças nos conhecimentos técnicos da sua área profissional, mas também nos
aspectos legais e normativos. Vá e busque o conhecimento. Muitos processos ético-
disciplinares nos conselhos profissionais acontecem por desconhecimento, negligência.
Competência técnica, aprimoramento constante, respeito às pessoas,
confidencialidade, privacidade, tolerância, flexibilidade, fidelidade, envolvimento,
afetividade, correção de conduta, boas maneiras, relações genuínas com as pessoas,
responsabilidade, corresponder à confiança que é depositada em você...
Comportamento eticamente adequado e sucesso continuado são indissociáveis!
VIRTUDES PROFISSIONAIS
Não obstante os deveres de um profissional, os quais são obrigatórios, devem ser
levadas em conta as qualidades pessoais que concorrem para o enriquecimento de sua
atuação profissional, facilitando o exercício da profissão.
Muitas destas qualidades poderão ser adquiridas com esforço e boa vontade,
aumentando neste caso o mérito do profissional que, no decorrer de sua atividade,
consegue incorporá-las à sua personalidade, tentando vivenciá-las ao lado dos deveres
profissionais.
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Só pessoas que tenham autoestima e sentimento de poder próprio são capazes
de assumir responsabilidade, pois elas sentem um sentido na vida, alcançando metas
sobre as quais concordam previamente e pelas quais assumiram responsabilidade real,
de maneira consciente.
As virtudes da responsabilidade e da lealdade são completadas por uma terceira,
a iniciativa, capaz de colocá-las em movimento e, assim, tomar a iniciativa de fazer algo
no interesse da organização significa demonstrar lealdade pela organização. Em um
contexto de empregabilidade, tomar iniciativas não quer dizer apenas iniciar um projeto
no interesse da organização ou da equipe, mas também assumir responsabilidade por
sua complementação.
Dentre as qualidades que consideramos mais importantes no exercício de uma
profissão, está a honestidade que se relaciona com a confiança que nos é depositada,
com a responsabilidade perante o bem de terceiros e a manutenção de seus direitos. É
muito fácil encontrar a falta de honestidade quanto existe a fascinação pelos lucros, pelo
enriquecimento ilícito em cargos que outorgam autoridade e que têm a confiança
coletiva de uma coletividade.
Os exemplos de falta de honestidade no exercício de uma profissão são muitos.
Um psicanalista, abusando de sua profissão ao induzir um paciente a cometer adultério,
está sendo desonesto. Um contabilista que, para conseguir aumentos de honorários,
retém os livros de um comerciante, está sendo desonesto. A honestidade é a primeira
virtude no campo profissional. É um princípio que não admite relatividade, tolerância ou
interpretações circunstanciais.
O Sigilo também é uma das qualidades consideradas de maior importância, senão
o maior deles dentro de uma profissão. O respeito aos segredos das pessoas, deve ser
desenvolvido na formação de futuros profissionais, pois se trata de algo muito
importante. Uma informação sigilosa é algo que nos é confiado e cuja preservação de
silêncio é obrigatória. Hábitos pessoais, dentre outros, devem ser mantidos em sigilo e
sua revelação pode representar sérios problemas para a empresa ou para os clientes do
profissional.
Competência, sob o ponto de vista funcional, é o exercício do conhecimento de
forma adequada e persistente a um trabalho ou profissão. Devemos buscá-la sempre,
como afirma Aristóteles, p.24: "a função de um citarista é tocar cítara, e a de um bom
citarista é tocá-la bem".
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É de extrema importância a busca da competência profissional em qualquer área
de atuação. Nem sempre é possível acumular todo conhecimento exigido por
determinada tarefa, mas é necessário que se tenha a postura ética de recusar serviços
quando não se tem a devida capacitação para executá-lo. Pacientes que morrem ou
ficam aleijados por incompetência médica, causas que são perdidas pela incompetência
de advogados, prédios que desabam por erros de cálculo em engenharia, são apenas
alguns exemplos de quanto se deve investir na busca da competência.
A prudência é uma das qualidades que faz com que o profissional analise
situações complexas e difíceis com mais facilidade e de forma mais profunda e
minuciosa, contribui para a maior segurança, principalmente das decisões a serem
tomadas. A prudência é indispensável nos casos de decisões sérias e graves, pois evita os
julgamentos apressados e as lutas ou discussões inúteis.
A coragem é uma das qualidades mais exigidas a todos os profissionais. Todo
profissional precisa ter coragem, pois "o homem que evita e teme a tudo, não enfrenta
coisa alguma, torna-se um covarde" (Aristóteles, p.37). A coragem nos ajuda a reagir às
críticas, quando injustas, e a nos defender dignamente quando estamos cônscios de
nosso dever. Ajuda-nos também a não ter medo de defender a verdade e a justiça,
principalmente quando estas forem de real interesse para outrem ou para o bem
comum.
A perseverança é uma qualidade difícil de ser encontrada, mas necessária, pois
todo trabalho está sujeito a incompreensões, insucessos e fracassos que precisam ser
superados, prosseguindo o profissional em seu trabalho, sem entregar-se a decepções
ou mágoas. É louvável a perseverança dos profissionais que precisam enfrentar os
problemas do subdesenvolvimento.
Compreensão é uma qualidade que ajuda muito um profissional, porque é bem
aceito pelos que dele dependem, em termos de trabalho, facilitando a aproximação e o
diálogo, tão importante no relacionamento profissional. Porém, não podemos confundir
compreensão com fraqueza, para que o profissional não se deixe levar por opiniões ou
atitudes, nem sempre, válidas para eficiência do seu trabalho, para que não se percam
os verdadeiros objetivos a serem alcançados pela profissão.
Vê-se que a compreensão precisa ser condicionada, muitas vezes, pela prudência.
A compreensão que se traduz, principalmente em calor humano pode realizar muito em
benefício de uma atividade profissional, dependendo de ser convenientemente dosada.
17
O profissional precisa ter humildade suficiente para admitir que não é o dono da
verdade e que o bom senso e a inteligência são propriedade de um grande número de
pessoas. A humildade representa a autoanálise que todo profissional deve praticar em
função de sua atividade profissional, para reconhecer melhor suas limitações, buscando
a colaboração de outros profissionais mais capazes, quando tiver esta necessidade,
numa busca constante de aperfeiçoamento. Humildade é qualidade que carece de
melhor interpretação, dada a sua importância, pois muitos a confundem com
subserviência ou dependência e, quase sempre, lhe é atribuído um sentido depreciativo.
Imparcialidade é uma qualidade tão importante que assume as características do
dever, pois se destina a se contrapor aos preconceitos, a reagir contra os mitos, a
defender os verdadeiros valores sociais e éticos, assumindo principalmente uma posição
justa nas situações que terá que enfrentar. Para ser justo é preciso ser imparcial, logo a
justiça depende muito da imparcialidade.
Otimismo em face das perspectivas das sociedades modernas é uma das
qualidades em que o profissional precisa mais estar dedicado, pois é imperativo que o
profissional seja otimista, para acreditar na capacidade de realização da pessoa humana,
no poder do desenvolvimento, enfrentando o futuro com energia e bom humor.
CLASSES PROFISSIONAIS
Uma classe profissional caracteriza-se pela homogeneidade do trabalho
executado, pela natureza do conhecimento exigido para tal execução e pela identidade
de habilitação para o exercício da mesma. A classe profissional é um grupo dentro da
sociedade, específico, definido por sua especialidade de desempenho de tarefa.
A divisão do trabalho é antiga e está ligada à vocação de cada um para
determinadas tarefas e às circunstâncias que obrigam, muitas vezes, a assumir esse ou
aquele trabalho; ficou prático para o homem, em comunidade, transferir tarefas e
executar a sua. A união dos que realizam o mesmo trabalho foi uma evolução natural e
hoje se acha não só regulada por lei, mas consolidada em instituições fortíssimas de
classe, como os códigos de ética.
O termo, Ética refere-se aos padrões de conduta moral, isto é, padrões de
comportamento relativos ao paciente, ao patrão e aos colegas de trabalho. Ter boa
capacidade de discernimento significa saber o que é certo e o que é errado, e como agir
para chegar ao equilíbrio.
18
Os pontos de ética enumerados foram compilados por diferentes autores. A lista
pode não ser completa, mas contém os pontos mais importantes e mais tarde, quando
você se familiarizar com o programa de enfermagem poderá acrescentar algo na lista.
Respeite todas as confidencias que seus pacientes lhe fizerem durante o serviço.
Jamais comente em público durante as horas de folga, qualquer incidente
ocorrido no hospital nem de informações sobre seu doente. Qualquer pergunta que lhe
for feita sobre os cuidados que ele recebe, bem como de suas condições atuais e
prognosticas, por seus familiares, deverá ser relatada ao supervisor.
Evite maledicências- jamais critique seu supervisor ou seus colegas de trabalho na
presença de outros funcionários ou dos enfermos.
Respeite sempre a intimidade de seus paciente. Bata de leve á porta antes de
entrar no quarto. Cubra-o antes de executar qualquer posição. Cuide para que haja
sempre lençóis disponíveis para exames e posições terapêuticas.
A ficha do paciente contém informação privada e deve ser guardada. Apenas as
pessoas diretamente envolvidas no seu atendimento podem ter acesso a ela.
Demonstre respeito por seus colegas de trabalho em qualquer ocasião. Seja leal a
seus chefes. Trate-os assim como a seus pacientes, pelo sobrenome, em sinal de respeito.
Nunca recorra a apelidos, doenças ou número de quarto para se referir aos doentes.
Aceite suas responsabilidades de bom grado. Antecipe-se ao chamado do
paciente; procurando adivinhar-lhe as necessidades. É importante que você não exceda
suas responsabilidades nem sua habilidade. Conheça bem seu trabalho.
Tenha cuidado com os objetos ao paciente, para prevenir posteriores
complicações, tanto para você quanto para o hospital. Guarde os objetos pessoais do
doente, isto é, dinheiro, jóias, como se fossem seus. Cuide para que os objetos de valor
sejam guardados no cofre do hospital.
Assuma a responsabilidade de seus erros e falhas de julgamento, levando-se logo
ao conhecimento do supervisor, do contrario, você poderá colocar em risco sua própria
pessoa, o paciente e o hospital.
O bom atendimento ao enfermo não permitir que haja preconceitos de raça,
religião ou cor. Dispense a todos a mesma consideração e o mesmo respeito, e dê-lhes o
melhor de si.
Recorra á igreja da qual faz parte do paciente sempre que necessário. Nunca se
coloque na posição de conselheiro espiritual, mas esteja ciente de sua obrigação, em
19
providenciar este tipo de apoio sempre que necessário. Comunique ao supervisor
quando o paciente exigir um apoio religioso especial.
Não comente sua vida nem seus problemas pessoais ou familiares com seus
doentes a não ser em termos gerais.
Falar alto e fazer muito barulho é um comportamento impróprio que incomoda
ao paciente e a seus familiares. Ande não corra, mesmo em situações de emergência.
Ter boas maneiras é uma obrigação. Os visitantes são convidados dentro do
hospital. Se você os tratar com respeito e cortesia, eles confiarão mais em você e no
hospital.
Gratificações, como dinheiro, presentes e gorjetas por parte dos pacientes, devem
ser recusadas.
Não faça refeições no quarto do enfermo nem no local onde é preparada sua
comida. Não é permitido comer restos deixados pelo doente e nem servir-se da comida
que lhe é destinada.
Use com moderação o material fornecido pelo hospital. Tenha cuidado com os
equipamentos. Levar para casa objetos de propriedades do hospital, como termômetros,
canetas e loção para as mãos é roubo.
Durante a carreira de enfermagem você encontrará certos tipos especiais de
pacientes, como viciados em drogas, alcoólicos, criminosos, suicidas e pervertidos
sexuais. Não deixe que sua simpatia e antipatia pessoal interfiram no atendimento a essa
espécie de doente. Não permita, tampouco, que a condição social ou econômica do
paciente modifique a qualidade do atendimento que você dispensa.
Tirar medicamentos da reserva do hospital ou do paciente é roubo. Não se
aproveite da presença do médico para lhe pedir que prescreva medicação para você ou
seus familiares.
Nunca faça diagnóstico nem medicação para os pacientes, para seus familiares e
amigos, porque isso constitui exercício ilegal da Medicina.
Não deixe que se estabeleçam laços pessoais entre você e seu paciente.
Delicadamente desencoraje-o quando ele fizer tentativas neste sentido.
Você poderá ser despedido (a) se for encontrado (a) sobre efeito de álcool ou de
outras drogas, o fato deverá ser levado imediatamente ao conhecimento do seu
supervisor.
Permaneça no seu setor de trabalho, só saindo quando lhe for permitido, como
nos intervalos para almoço e descanso.
20
Responda logo a qualquer chamado do paciente. Atenda a suas solicitações,
sempre que possível. Quando estiver em dúvida ou não for capaz de fazê-lo, chame o
supervisor.
Normalmente é a enfermeira chefe quem atende as chamadas telefônicas. Caso
você tenha de fazê-lo seja educado (a) e cortês. Encaminhe qualquer chamada
telefônica á autoridade competente. As ordens médicas dadas por telefone só devem ser
recebidas pela enfermeira chefe. O telefone da enfermeira só deve ser usado para
chamadas internas do hospital e nunca para chamadas pessoais.
TRABALHO EM EQUIPE
E o trabalho de equipe?
O trabalho em saúde é, sempre, um trabalho
de equipe e exige, sempre, respeito entre os
membros do grupo.
Cada um dos membros de uma equipe que
trabalha com saúde, reconhece que o trabalho que
cada profissional realiza é importante e contribui
para o conjunto e por isso todos precisam se
encontrar para refletir sobre sua atuação.
No entanto, embora haja consenso sobre essa necessidade, no cotidiano, os
encontros não se verificam. Queremos, no entanto, estimular essa discussão por
entender que a responsabilidade ética de que tanto falamos, passa pela existência de
uma relação com outras pessoas, também profissionais de saúde que, como nós, têm um
compromisso com a defesa da vida.
O trabalho de equipe precisa ser entendido como um trabalho de parcerias.
Numa equipe, todos têm uma função importante que será realizada da melhor forma
possível, na medida em que os profissionais estejam integrados.
Mas... Como fazer para que a integração aconteça?
É evidente que a instituição onde estamos trabalhando, precisa reconhecer a
importância do trabalho do grupo, a fim de que os profissionais tenham espaço para se
reconhecer como tal.
21
Uma equipe de saúde trabalha bem, quando integra os papéis de seus membros.
A integração é sempre muito proveitosa e não pode ser confundida com a sujeição de
um membro da equipe por outro.
Isso não quer dizer que os trabalhos nas equipes dispensem uma hierarquia,
principalmente se são atividades relacionadas à realização de tratamentos ou de
procedimentos curativos.
É importante que cada um reconheça seus limites e os limites da atuação
profissional dos membros de uma equipe, a fim de se aperfeiçoar, cada vez mais, naquilo
que sabe e que foi preparado para realizar.
O nosso enfoque diz respeito, basicamente, às relações interpessoais nos grupos.
Portanto, relaciona-se a todos os seus membros.
Queremos afirmar a necessidade de diálogo e de respeito entre as pessoas que
trabalham juntas. Consideramos que é dever de todos nós contribuirmos para que nosso
ambiente de trabalho seja agradável, para que cada um de nós também se sinta
acolhido em nosso espaço de trabalho, seja ele o hospital, os consultórios e
ambulatórios, ou os espaços onde discutimos as ações que vamos realizar nas casas das
pessoas.
Na verdade, é difícil dedicarmos algum momento da nossa jornada de trabalho,
para pensarmos e conversarmos sobre o quanto esta ou aquela situação mexeu
conosco. Quantas vezes ficamos com um nó na garganta diante de uma situação (e são
muitas!) de morte, ou diante da dor de alguém que recebe a notícia de que vai ficar com
alguma deficiência?
Quantas vezes nos fazem perguntas cujas respostas desconhecemos ou
conhecemos, mas não podemos ou nos falta preparo para fornecer (como quando
sabemos de um diagnóstico ou de um prognóstico ruim)! Situações assim geram em nós
reações que não controlamos, como tremores, suores, frio na barriga, dor de cabeça.
Quantas vezes somos obrigado a estar em contato com situações que nos
causam aborrecimento e vergonha, como é o caso de doentes ou acompanhantes que
fazem insinuações grosseiras apelando para temas que têm a ver com a sexualidade!
Quantos já não presenciaram pacientes se masturbando?
E quando estamos diante de situações que fogem ao controle do paciente, mas
que somos obrigados a vivenciar diante de outros profissionais, como é o caso de estar
cuidando do asseio de um doente no leito, e ocorrer uma ereção do pênis?
22
E quando nos aborrecemos com outros colegas de trabalho? Você não acha que
seria bom poder falar desses sentimentos com outras pessoas que também passam pelas
mesmas situações? Que seria bom que encontrássemos, entre nossos pares, aquele
olhar de compreensão diante de uma impossibilidade nossa? Que pudéssemos contar
com a crítica construtiva das pessoas com as quais trabalhamos? Que não precisássemos
ter medo de demonstrar nossa fragilidade em relação a determinadas situações?
Então, é preciso que nos olhemos mais e nos escutemos mais. Principalmente
porque o que nos une é estar lidando tão de perto com o sofrimento humano. É preciso
parceria, seja para entender melhor do trabalho que vamos realizar, seja para reafirmar
uma cumplicidade solidária, diante das situações de tensão, de tristezas e de alegrias,
experimentadas no dia a dia de nosso trabalho.
A cumplicidade solidária pode nos aliviar, fazer com que percebamos que nossa
experiência guarda semelhanças com a experiência de outros colegas. Permite que
nosso sentimento seja de inclusão num espaço que é coletivo, mas entendendo que
temos necessidades individuais. Cria o conhecimento através da experiência coletiva.
Nós, profissionais de saúde, somos seres humanos que realizam as ações de
saúde, nos nossos espaços de trabalho. Fora desse espaço, temos uma série de outros
afazeres na vida. Divertimo-nos, aborrecemo-nos, estudamos, enganamo-nos,
adoecemos, temos responsabilidade com outras pessoas de quem também cuidamos.
Além disso, somos também usuários dos serviços de saúde.
É preciso reafirmar que a humanização dos serviços de saúde ou a humanização
da assistência à saúde se faz através de pessoas. Faz-se através de nós.
Espera-se que tenha ficado claro que não é possível falar em ética
pessoal/profissional, sem falar em humanização. E que não existe humanização sem
emoção.
Porque os serviços de saúde acontecem por meio das pessoas que ali trabalham.
É através do repensar sobre a nossa prática e a forma como nos relacionamos com os
outros, que vamos poder dar respostas às nossas inquietações ou - quem sabe? -
apaziguar nossas ansiedades.
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL
Sempre, quando se fala em virtudes profissionais, é
preciso mencionar a existência dos códigos de ética
profissional.
23
As relações de valor que existem entre o ideal moral traçado e os diversos campos
da conduta humana podem ser reunidas em um instrumento regulador. Assim, o código
de ética é uma espécie de contrato de classe em que os órgãos de fiscalização do
exercício da profissão passam a controlar a execução de tal peça magna. Tudo deriva,
pois, de critérios de condutas de um indivíduo perante seu grupo e o todo social.
Tem como base as virtudes que devem ser exigíveis e respeitadas no exercício da
profissão, abrangendo o relacionamento com usuários, colegas de profissão, classe e
sociedade. O interesse no cumprimento do referido código deve ser de todos. O
exercício de uma virtude obrigatória torna-se exigível de cada profissional, como se uma
lei fosse, uma vez que toda comunidade possui elementos qualificados e alguns que
transgridem a prática das virtudes; seria utópico admitir uniformidade de conduta.
A disciplina, entretanto, é um contrato de atitudes, de deveres, de estados de
consciência, e que deve formar um código de ética, tem sido a solução, notadamente
nas classes profissionais que são egressas de cursos universitários (contadores, médicos,
advogados, psicólogos, etc.).
Uma ordem deve existir para que se consiga eliminar conflitos e especialmente
evitar que se macule o bom nome e o conceito social de uma categoria.
CÓDIGO DE ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM
(Reformulado: Entrará em vigor a partir de 12/05/2007)
ANEXO
PREÂMBULO
A Enfermagem compreende um componente próprio de conhecimentos
científicos e técnicos, construído e reproduzido por um conjunto de práticas sociais,
éticas e políticas que se processa pelo ensino, pesquisa e assistência. Realiza-se na
prestação de serviços à pessoa, família e coletividade, no seu contexto e circunstâncias
de vida.
O aprimoramento do comportamento ético do profissional passa pelo processo
de construção de uma consciência individual e coletiva, pelo compromisso social e
profissional configurado pela responsabilidade no plano das relações de trabalho com
reflexos no campo científico e político.
24
A Enfermagem Brasileira, face às transformações socioculturais, científicas e legais,
entendeu ter chegado o momento de reformular o Código de Ética dos Profissionais de
Enfermagem (CEPE).
A trajetória da reformulação, coordenada pelo Conselho Federal de Enfermagem
com a participação dos Conselhos Regionais de Enfermagem, inclui discussões com a
categoria de Enfermagem.
O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem está organizado por assunto
e inclui princípios, direitos, responsabilidades, deveres e proibições pertinentes à
conduta ética dos profissionais de Enfermagem.
O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem leva em consideração a
necessidade e o direito de assistência em Enfermagem da população, os interesses do
profissional e de sua organização. Está centrado na pessoa, família e coletividade e
pressupõe que os trabalhadores de Enfermagem estejam aliados aos usuários na luta
por uma assistência sem riscos e danos e acessível a toda população.
O presente Código teve como referência os postulados da Declaração Universal
dos Direitos do Homem, promulgada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (1948) e
adotada pela Convenção de Genebra da Cruz Vermelha (1949), contidos no Código de
Ética do Conselho Internacional de Enfermeiros (1953) e no Código de Ética da
Associação Brasileira de Enfermagem (1975). Teve como referência, ainda, o Código de
Deontologia de Enfermagem do Conselho Federal de Enfermagem (1976), o Código de
Ética dos Profissionais de Enfermagem (1993) e as Normas Internacionais e Nacionais
sobre Pesquisa em Seres Humanos [Declaração Helsinque (1964), revista em Tóquio
(1975) e a Resolução 196 do Conselho Nacional de Saúde, Ministério da Saúde (1996)].
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
A Enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde e qualidade de vida
da pessoa, família e coletividade.
O Profissional de Enfermagem atua na promoção, prevenção, recuperação e
reabilitação da saúde, com autonomia e em consonância com os preceitos éticos e
legais.
O profissional de enfermagem participa, como integrante da equipe de saúde,
das ações que visem satisfazer as necessidades de saúde da população e da defesa dos
princípios das políticas públicas de saúde e ambientais, que garantam a universalidade
de acesso aos serviços de saúde, integralidade da assistência, resolutividade, preservação
25
da autonomia das pessoas, participação da comunidade, hierarquização e
descentralização político-administrativa dos serviços de saúde.
O Profissional de Enfermagem respeita a vida, a dignidade e os direitos humanos,
em todas as suas dimensões.
O Profissional de Enfermagem exerce suas atividades com competência para a
promoção do ser humano na sua integralidade, de acordo com os princípios da ética e
da bioética.
O Profissional de Enfermagem exerce suas atividades com competência para a
promoção da saúde do ser humano na sua integridade, de acordo com os princípios da
ética e da bioética.
CAPÍTULO I
DAS RELAÇÕES PROFISSIONAIS
DIREITOS
Art. 1º - Exercer a Enfermagem com liberdade, autonomia e ser tratado segundo
os pressupostos e princípios legais, éticos e dos direitos humanos.
Art. 2º – Aprimorar seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais que dão
sustentação a sua prática profissional.
Art. 3º - Apoiar as iniciativas que visem ao aprimoramento profissional e à defesa
dos direitos e interesses da categoria e da sociedade.
Art. 4º - Obter desagravo público por ofensa que atinja a profissão, por meio do
Conselho Regional de Enfermagem.
RESPONSABILIDADES E DEVERES
Art. 5º - Exercer a profissão com justiça, compromisso, equidade, resolutividade,
dignidade, competência, responsabilidade, honestidade e lealdade.
Art. 6º – Fundamentar suas relações no direito, na prudência, no respeito, na
solidariedade e na diversidade de opinião e posição ideológica.
Art. 7º Comunicar ao COREN e aos órgãos competentes, fatos que infrinjam
dispositivos legais e que possam prejudicar o exercício profissional.
26
PROIBIÇÕES
Art. 8º - Promover e ser conivente com a injúria calúnia e difamação de membro
da Equipe de Enfermagem, Equipe de Saúde e de trabalhadores de outras áreas, de
organizações da categoria ou instituições.
Art. 9 – Praticar e/ou ser conivente com crime, contravenção penal ou qualquer
outro ato, que infrinja postulados éticos e legais.
SEÇÃO I
DAS RELAÇÕES COM A PESSOA, FAMILIA E COLETIVIDADE.
DIREITOS
Art. 10- Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência
técnica, científica, ética e legal ou que não ofereçam segurança ao profissional, à pessoa,
família e coletividade.
Art. 11 - Ter acesso às informações, relacionadas à pessoa, família e coletividade,
necessárias ao exercício profissional.
RESPONSABILIDADES E DEVERES
Art. 12 - Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência de Enfermagem
livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência.
Art. 13 - Avaliar criteriosamente sua competência técnica, científica, ética e legal e
somente aceitar encargos ou atribuições, quando capaz de desempenho seguro para si
e para outrem.
Art. 14 – Aprimorar os conhecimentos técnicos, científicos, éticos e culturais, em
benefício da pessoa, família e coletividade e do desenvolvimento da profissão.
Art. 15 - Prestar Assistência de Enfermagem sem discriminação de qualquer
natureza.
Art. 16 - Garantir a continuidade da Assistência de Enfermagem em condições
que ofereçam segurança, mesmo em caso de suspensão das atividades profissionais
decorrentes de movimentos reivindicatórios da categoria.
Art. 17 - Prestar adequadas informações à pessoa, família e coletividade a respeito
dos direitos, riscos, benefícios e intercorrências acerca da Assistência de Enfermagem.
Art. 18 - Respeitar, reconhecer e realizar ações que garantam o direito da pessoa
ou de seu representante legal, de tomar decisões sobre sua saúde, tratamento, conforto
e bem estar.
27
Art. 19 - Respeitar o pudor, a privacidade e a intimidade do ser humano, em todo
seu ciclo vital, inclusive nas situações de morte e pós-morte.
Art. 20 - Colaborar com a Equipe de Saúde no esclarecimento da pessoa, família e
coletividade a respeito dos direitos, riscos, benefícios e intercorrências acerca de seu
estado de saúde e tratamento.
Art. 21 - Proteger a pessoa, família e coletividade contra danos decorrentes de
imperícia, negligência ou imprudência por parte de qualquer membro da Equipe de
Saúde.
Art. 22 - Disponibilizar seus serviços profissionais à comunidade em casos de
emergência, epidemia e catástrofe, sem pleitear vantagens pessoais.
Art. 23 - Encaminhar a pessoa, família e coletividade aos serviços de defesa do
cidadão, nos termos da lei.
Art. 24 – Respeitar, no exercício da profissão, as normas relativas à preservação do
meio ambiente e denunciar aos órgãos competentes as formas de poluição e
deteriorização que comprometam a saúde e a vida.
Art. 25 – Registrar no Prontuário do Paciente as informações inerentes e
indispensáveis ao processo de cuidar.
PROIBIÇÕES
Art. 26 - Negar Assistência de Enfermagem em qualquer situação que se
caracterize como urgência ou emergência.
Art. 27 – Executar ou participar da assistência à saúde sem o consentimento da
pessoa ou de seu representante legal, exceto em iminente risco de morte.
Art. 28 - Provocar aborto, ou cooperar em prática destinada a interromper a
gestação.
Parágrafo único - Nos casos previstos em Lei, o profissional deverá decidir, de
acordo com a sua consciência, sobre a sua participação ou não no ato abortivo.
Art. 29 - Promover a eutanásia ou participar em prática destinada a antecipar a
morte do cliente.
Art. 30 - Administrar medicamentos sem conhecer a ação da droga e sem
certificar-se da possibilidade dos riscos.
Art. 31 - Prescrever medicamentos e praticar ato cirúrgico, exceto nos casos
previstos na legislação vigente e em situação de emergência.
Art. 32 - Executar prescrições de qualquer natureza, que comprometam a
segurança da pessoa.
28
Art. 33 - Prestar serviços que por sua natureza competem a outro profissional,
exceto em caso de emergência.
Art. 34 - Provocar, cooperar, ser conivente ou omisso com qualquer forma de
violência.
Art. 35 - Registrar informações parciais e inverídicas sobre a assistência prestada.
SEÇÃO II
DAS RELAÇÕES COM OS TRABALHADORES DE ENFERMAGEM, SAÚDE E
OUTROS.
DIREITOS
Art. 36 - Participar da prática profissional multi e interdisciplinar com
responsabilidade, autonomia e liberdade.
Art. 37 - Recusar-se a executar prescrição medicamentosa e terapêutica, onde não
conste a assinatura e o numero de registro do profissional, exceto em situações de
urgência e emergência.
Parágrafo único – O profissional de enfermagem poderá recusar-se a executar
prescrição medicamentosa e terapêutica em caso de identificação de erro ou
ilegibilidade.
RESPONSABILIDADES E DEVERES
Art. 38 - Responsabilizar-se por falta cometida em suas atividades profissionais,
independente de ter sido praticada individualmente ou em equipe.
Art. 39 - Participar da orientação sobre benefícios, riscos e consequências
decorrentes de exames e de outros procedimentos, na condição de membro da equipe
de saúde.
Art. 40 – posicionar-se contra falta cometida durante o exercício profissional seja
por imperícia, imprudência ou negligência.
Art. 41 - Prestar informações, escritas e verbais, completas e fidedignas necessárias
para assegurar a continuidade da assistência.
PROIBIÇÕES
Art. 42 - Assinar as ações de Enfermagem que não executou, bem como permitir
que suas ações sejam assinadas por outro profissional.
29
Art. 43 - Colaborar, direta ou indiretamente com outros profissionais de saúde, no
descumprimento da legislação referente aos transplantes de órgãos, tecidos,
esterilização, fecundação artificial e manipulação genética.
SEÇÃO III
DAS RELAÇÕES COM AS ORGANIZAÇÕES DA CATEGORIA
DIREITOS
Art. 44 - Recorrer ao Conselho Regional de Enfermagem, quando impedido de
cumprir o presente Código, a legislação do Exercício Profissional e as Resoluções e
Decisões emanadas pelo Sistema COFEN/COREN.
Art. 45 - Associar-se, exercer cargos e participar de Entidades de Classe e Órgãos
de Fiscalização do Exercício Profissional.
Art. 46 – Requerer em tempo hábil, informações acerca de normas e
convocações.
Art. 47 – Requerer, ao Conselho Regional de Enfermagem, mediadas cabíveis
para obtenção de desagravo público em decorrência de ofensa sofrida no exercício
profissional.
RESPONSABILIDADES E DEVERES
Art. 48 - Cumprir e fazer os preceitos éticos e legais da profissão.
Art. 49 – Comunicar ao Conselho Regional de Enfermagem, fatos que firam
preceitos do presente Código e da legislação do exercício profissional.
Art. 50 – Comunicar formalmente ao Conselho Regional de Enfermagem fatos
que envolvam recusa ou demissão de cargo, função ou emprego, motivado pela
necessidade do profissional em cumprir o presente Código e a legislação do exercício
profissional.
Art. 51 – Cumprir, no prazo estabelecido, as determinações e convocações do
Conselho Federal e Conselho Regional de Enfermagem.
Art. 52 – Colaborar com a fiscalização de exercício profissional.
Art. 53 – Manter seus dados cadastrais atualizados, e regularizadas as suas
obrigações financeiras com o Conselho Regional de Enfermagem.
Art. 54 – Apura o número e categoria de inscrição no Conselho Regional de
Enfermagem em assinatura, quando no exercício profissional.
30
Art.55 – Facilitar e incentivar a participação dos profissionais de enfermagem no
desempenho de atividades nas organizações da categoria.
PROIBIÇÕES
Art. 56 – Executar e determinar a execução de atos contrários ao Código de Ética
e às demais normas que regulam o exercício da Enfermagem.
Art. 57 – Aceitar cargo, função ou emprego vago em decorrência de fatos que
envolvam recusa ou demissão de cargo, função ou emprego motivado pela necessidade
do profissional em cumprir o presente código e a legislação do exercício profissional.
Art. 58 – Realizar ou facilitar ações que causem prejuízo ao patrimônio ou
comprometam a finalidade para a qual foram instituídas as organizações da categoria.
Art. 59 - Negar, omitir informações ou emitir falsas declarações sobre o exercício
profissional quando solicitado pelo Conselho Regional de Enfermagem.
SEÇÃO IV
DAS RELAÇÕES COM AS ORGANIZAÇÕES EMPREGADORAS - DIREITOS
Art. 60 - Participar de movimentos de defesa da dignidade profissional, do seu
aprimoramento técnico-científico, do exercício da cidadania e das reivindicações por
melhores condições de assistência, trabalho e remuneração.
Art. 61 - Suspender suas atividades, individual ou coletivamente, quando a
instituição pública ou privada para a qual trabalhe não oferecer condições dignas para o
exercício profissional ou que desrespeite a legislação do setor saúde, ressalvadas as
situações de urgência e emergência, devendo comunicar imediatamente por escrito sua
decisão ao Conselho Regional de Enfermagem.
Art. 62 - Receber salários ou honorários compatíveis com o nível de formação, a
jornada de trabalho, a complexidade das ações e responsabilidade pelo exercício
profissional.
Art. 63 - Desenvolver suas atividades profissionais em condições de trabalho que
promovam a própria segurança e a da pessoa, família e coletividade sob seus cuidados,
e dispor de material e equipamentos de proteção individual e coletiva, segundo as
normas vigentes.
Art. 64 - Recusar-se a desenvolver atividades profissionais na falta de material ou
equipamentos de proteção individual e coletiva definidos na legislação específica.
31
Art. 65- Formar e participar da comissão de ética da instituição pública ou privada
onde trabalha, bem como de comissões interdisciplinares.
Art. 66 - Exercer cargos de direção, gestão e coordenação na área de seu
exercício profissional e do setor saúde.
Art. 67 - Ser informado sobre as políticas da instituição e do Serviço de
Enfermagem, bem como participar de sua elaboração.
Art. 68 – Registrar no prontuário e em outros documentos próprios da
Enfermagem informações referentes ao processo de cuidar da pessoa.
RESPONSABILIDADES E DEVERES
Art. 69 – Estimular, promover e criar condições para o aperfeiçoamento técnico,
científico e cultural dos profissionais de Enfermagem sob sua orientação e supervisão.
Art. 70 - Estimular, facilitar e promover o desenvolvimento das atividades de
ensino, pesquisa e extensão, devidamente aprovadas nas instâncias deliberativas da
instituição.
Art. 71 - Incentivar e criar condições para registrar as informações inerentes e
indispensáveis ao processo de cuidar.
Art. 72 – Registrar as informações inerentes e indispensáveis ao processo de
cuidar de forma clara, objetiva e completa.
PROIBIÇÕES
Art. 73 – Trabalhar, colaborar ou acumpliciar-se com pessoas ou jurídicas que
desrespeitem princípios e normas que regulam o exercício profissional de Enfermagem.
Art. 74 - Pleitear cargo, função ou emprego ocupado por colega, utilizando-se de
concorrência desleal.
Art. 75 – Permitir que seu nome conste no quadro de pessoal de hospital, casa de
saúde, unidade sanitária, clínica, ambulatório, escola, curso, empresa ou
estabelecimento congênere sem nele exercer as funções de Enfermagem pressupostas.
Art. 76 - Receber vantagens de instituição, empresa, pessoa, família e coletividade,
além do que lhe é devido, como forma de garantir Assistência de Enfermagem
diferenciada ou benefícios de qualquer natureza para si ou para outrem.
Art. 77 - Usar de qualquer mecanismo de pressão ou suborno com pessoas físicas
ou jurídicas para conseguir qualquer tipo de vantagem.
32
Art. 78 – Utilizar, de forma abusiva, o poder que lhe confere a posição ou cargo,
para impor ordens, opiniões, atentar contra o puder, assediar sexual ou moralmente,
inferiorizar pessoas ou dificultar o exercício profissional.
Art. 79 – Apropriar-se de dinheiro, valor, bem móvel ou imóvel, público ou
particular de que tenha posse em razão do cargo, ou desviá-lo em proveito próprio ou
de outrem.
Art. 80 - Delegar suas atividades privativas a outro membro da equipe de
Enfermagem ou de saúde, que não seja Enfermeiro.
CAPÍTULO II
DO SIGILO PROFISSIONAL
DIREITOS
Art. 81 – Abster-se de revelar informações confidenciais de que tenha
conhecimento em razão de seu exercício profissional a pessoas ou entidades que não
estejam obrigadas ao sigilo.
RESPONSABILIDADES E DEVERES
Art. 82 - Manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento em razão
de sua atividade profissional, exceto casos previstos em lei, ordem judicial, ou com o
consentimento escrito da pessoa envolvida ou de seu representante legal.
§ 1º Permanece o dever mesmo quando o fato seja de conhecimento público e
em caso de falecimento da pessoa envolvida.
§ 2º Em atividade multiprofissional, o fato sigiloso poderá ser revelado quando
necessário à prestação da assistência.
§ 3º O profissional de Enfermagem intimado como testemunha deverá
comparecer perante a autoridade e, se for o caso, declarar seu impedimento de revelar o
segredo.
§ 4º - O segredo profissional referente ao menor de idade deverá ser mantido,
mesmo quando a revelação seja solicitada por pais ou responsáveis, desde que o menor
tenha capacidade de discernimento, exceto nos casos em que possa acarretar danos ou
riscos ao mesmo.
Art. 83 – Orientar, na condição de Enfermeiro, a equipe sob sua responsabilidade
sobre o dever do sigilo profissional.
33
PROIBIÇÕES
Art. 84 - Franquear o acesso a informações e documentos a pessoas que não
estão diretamente envolvidas na prestação da assistência, exceto nos casos previstos na
legislação vigente ou por ordem judicial.
Art. 85 - Divulgar ou fazer referência a casos, situações ou fatos de forma que os
envolvidos possam ser identificados.
CAPÍTULO III
DO ENSINO, DA PESQUISA E DA PRODUÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA
DIREITOS
Art. 86 - Realizar e participar de atividades de ensino e pesquisa, respeitadas as
normas ético-legais.
Art. 87 – Ter conhecimento acerca do ensino e da pesquisa a serem
desenvolvidos com as pessoas sob sua responsabilidade profissional ou em seu local de
trabalho.
Art. 88 – Ter reconhecida sua autoria ou participação em produção técnico-
científica.
RESPONSABILIDADES E DEVERES
Art. 89 – Atender as normas vigentes para a pesquisa envolvendo seres humanos,
segundo a especificidade da investigação.
Art. 90 - Interromper a pesquisa na presença de qualquer perigo à vida e à
integridade da pessoa.
Art. 91 - Respeitar os princípios da honestidade e fidedignidade, bem como os
direitos autorais no processo de pesquisa, especialmente na divulgação dos seus
resultados.
Art. 92 - Disponibilizar os resultados de pesquisa à comunidade científica e
sociedade em geral.
Art. 93 - Promover a defesa e o respeito aos princípios éticos e legais da profissão
no ensino, na pesquisa e produções técnico-científicas.
34
PROIBIÇÕES
Art. 94 - Realizar ou participar de atividades de ensino e pesquisa, em que o
direito inalienável da pessoa, família ou coletividade seja desrespeitado ou ofereça
qualquer tipo de risco ou dano aos envolvidos.
Art. 95 - Eximir-se da responsabilidade por atividades executadas por alunos ou
estagiários, na condição de docente, Enfermeiro responsável ou supervisor.
Art. 96 - Sobrepor o interesse da ciência ao interesse e segurança da pessoa,
família ou coletividade.
Art. 97 – Falsificar ou manipular resultados de pesquisa, bem como, usá-los para
fins diferentes dos pré-determinados.
Art. 98 - Publicar trabalho com elementos que identifiquem o sujeito participante
do estudo sem sua autorização.
Art. 99 – Divulgar ou publicar, em seu nome, produção técnico-científica ou
instrumento de organização formal do qual não tenha participado ou omitir nomes de
co-autores e colaboradores.
Art. 100 - Utilizar sem referência ao autor ou sem a sua autorização expressa,
dados, informações, ou opiniões ainda não publicados.
Art. 101 – Apropriar-se ou utilizar produções técnico-científicas, das quais tenha
participado como autor ou não, implantadas em serviços ou instituições sob
concordância ou concessão do autor.
Art. 102 – Aproveitar-se de posição hierárquica para fazer constar seu nome
como autor ou co-autor em obra técnico-científica.
CAPÍTULO IV
DA PUBLICIDADE
DIREITOS
Art. 103 – Utilizar-se de veículo de comunicação para conceder entrevistas ou
divulgar eventos e assuntos de sua competência, com finalidade educativa e de interesse
social.
Art. 104 – Anunciar a prestação de serviços para os quais está habilitado.
RESPONSABILIDADES E DEVERES
Art. 105 – Resguardar os princípios da honestidade, veracidade e fidedignidade
no conteúdo e na forma publicitária.
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RESPONSABILIDADES E DEVERES
Art. 106 – Zelar pelos preceitos éticos e legais da profissão nas diferentes formas
de divulgação.
PROIBIÇÕES
RESPONSABILIDADES E DEVERES
Art. 107 – Divulgar informação inverídica sobre assunto de sua área profissional.
Art. 108- Inserir imagens ou informações que possam identificar pessoas e
instituições sem sua prévia autorização.
Art. 109 – Anunciar título ou qualificação que não possa comprovar.
Art. 110 – Omitir, em proveito próprio, referência a pessoas ou instituições.
Art. 111 – Anunciar a prestação de serviços gratuitos ou propor honorários que
caracterizem concorrência desleal.
CAPÍTULO V
DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES
Art. 112 - A caracterização das infrações éticas e disciplinares e a aplicação das
respectivas penalidades regem-se por este Código, sem prejuízo das sanções previstas
em outros dispositivos legais.
Art. 113- Considera-se Infração Ética a ação, omissão ou conivência que implique
em desobediência e/ou inobservância às disposições do Código de Ética dos
Profissionais de Enfermagem.
Art. 114 - Considera-se infração disciplinar a inobservância das normas dos
Conselhos Federal e Regional de Enfermagem.
Art. 115 - Responde pela infração quem a cometer ou concorrer para a sua
prática, ou dela obtiver benefício, quando cometida por outrem.
Art. 116 - A gravidade da infração é caracterizada por meio da análise dos fatos
do dano e de suas consequências.
Art. 117 - A infração é apurada em processo instaurado e conduzido nos termos
do Código de Processo ético das Autarquias dos Profissionais de Enfermagem.
Art. 118 - As penalidades a serem impostas pelos Conselhos Federal e Regional de
Enfermagem, conforme o que determina o art. 18, da Lei n° 5.905, de 12 de julho de
1973, são as seguintes:
36
I - Advertência verbal;
II - Multa;
III - Censura;
IV - Suspensão do Exercício Profissional;
V - Cassação do direito ao Exercício Profissional.
§ 1º - A advertência verbal consiste na admoestação ao infrator, de forma
reservada, que será registrada no Prontuário do mesmo, na presença de duas
testemunhas.
§ 2º - A multa consiste na obrigatoriedade de pagamento de 01 (um) a 10 (dez)
vezes o valor da anuidade da categoria profissional à qual pertence o infrator, em vigor
no ato do pagamento.
§3º - A censura consiste em repreensão que será divulgada nas publicações
oficiais dos Conselhos Federal e Regional de Enfermagem e em jornais de grande
circulação.
§ 4º - A suspensão consiste na proibição do exercício profissional da Enfermagem
por um período não superior a 29 (vinte e nove) dias e serão divulgados nas publicações
oficiais dos Conselhos Federal e Regional de Enfermagem, jornais de grande circulação e
comunicada aos órgãos empregadores.
§ 5º - A cassação consiste na perda do direito ao exercício da Enfermagem e será
divulgada nas publicações dos Conselhos Federal e Regional de Enfermagem e em
jornais de grande circulação.
Art.119 - As penalidades, referentes à advertência verbal, multa, censura e
suspensão do exercício profissional, são da alçada do Conselho Regional de
Enfermagem, serão registradas no prontuário do profissional de Enfermagem; a pena de
cassação do direito ao exercício profissional é de competência do Conselho Federal de
Enfermagem, conforme o disposto no art. 18, parágrafo primeiro, da Lei n° 5.905/73.
Parágrafo único - Na situação em que o processo tiver origem no Conselho Federal de
Enfermagem, terá como instância superior a Assembléia dos Delegados Regionais.
Art. 120 - Para a graduação da penalidade e respectiva imposição consideram-se:
I - A maior ou menor gravidade da infração;
II - As circunstâncias agravantes e atenuantes da infração;
III - O dano causado e suas consequências;
IV - Os antecedentes do infrator.
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Art.121 - As infrações serão consideradas leves, graves ou gravíssimas, segundo a
natureza do ato e a circunstância de cada caso.
§ 1º - São consideradas infrações leves as que ofendam a integridade física,
mental ou moral de qualquer pessoa, sem causar debilidade ou aquelas que venham a
difamar organizações da categoria ou instituições.
§ 2º - São consideradas infrações graves as que provoquem perigo de vida,
debilidade temporária de membro, sentido ou função em qualquer pessoa ou as que
causem danos patrimoniais ou financeiros.
§ 3º - São consideradas infrações gravíssimas as que provoquem morte,
deformidade permanente, perda ou inutilização de membro, sentido, função ou ainda,
dano moral irremediável em qualquer pessoa.
Art. 122 - São consideradas circunstâncias atenuantes:
I - Ter o infrator procurado, logo após a infração, por sua espontânea vontade e
com eficiência, evitar ou minorar as consequências do seu ato;
II - Ter bons antecedentes profissionais;
III - Realizar atos sob coação e/ou intimidação;
IV - Realizar ato sob emprego real de força física;
V - Ter confessado espontaneamente a autoria da infração.
Art. 123 - São consideradas circunstâncias agravantes:
I - Ser reincidente;
II - Causar danos irreparáveis;
III - Cometer infração dolosamente;
IV - Cometer a infração por motivo fútil ou torpe;
V - Facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a vantagem
de outra infração;
VI - Aproveitar-se da fragilidade da vítima;
VII - Cometer a infração com abuso de autoridade ou violação do dever inerente
ao cargo ou função;
VIII - Ter maus antecedentes profissionais.
CAPÍTULO VI
DA APLICAÇÃO DAS PENALIDAES
Art. 124 - As penalidades previstas neste Código somente poderão ser aplicadas,
cumulativamente, quando houver infração a mais de um artigo.
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Art. 125 - A pena de Advertência verbal é aplicável nos casos de infrações ao que
está estabelecido nos artigos: 5º a 7º; 12 a 14; 16 a 24; 27; 30; 32; 34; 35; 38 a 40; 49 a
55; 57; 69 a71; 74; 78; 82 a 85; 89 a 95; 89; 98 a 102; 105; 106; 108 a 111 Código.
Art. 126 - A pena de Multa é aplicável nos casos de infrações ao que está
estabelecido nos artigos: 5º a 9º; 12; 13; 15; 16; 19; 24; 25; 26; 28 a 35; 38 a 43; 48 a 51;
53; 56 a 59; 72 a 80; 82; 84; 85; 90; 94; 96; 97 a 102; 105; 107; 108; 110; e 111 deste
Código.
Art. 127 - A pena de Censura é aplicável nos casos de infrações ao que está
estabelecido nos artigos: 8º; 12; 13; 15; 16; 25; 30 a 35; 41 a 43; 48; 51; 54; 56 a 59 71 a
80; 82; 84; 85; 90; 91; 94 a 102; 105; 107 a 111 deste Código.
Art. 128- A pena de Suspensão do Exercício Profissional é aplicável nos casos de
infrações ao que está estabelecido nos artigos: 8º; 9º; 12; 15; 16; 25; 26; 28; 29; 31; 33 a
35; 41 a 43; 48; 56; 58; 59; 72; 73; 75 a 80; 82; 84; 85; 90; 94; 96 a 102; 105; 107 e 108
deste Código.
Art.129 - A pena de Cassação do Direito ao Exercício Profissional é aplicável nos
casos de infrações ao que está estabelecido nos artigos: 9º, 12; 26; 28; 29; 78 e 79 deste
Código.
CAPITULO VII
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 130- Os casos omissos serão resolvidos pelo Conselho Federal de
Enfermagem.
Art. 131- Este Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal de Enfermagem,
por iniciativa própria ou mediante proposta de Conselhos Regionais.
Parágrafo único - A alteração referida deve ser precedida de ampla discussão com
a categoria, coordenada pelos Conselhos Regionais.
Art. 132 O presente Código entrará em vigor 90 dias após sua publicação,
revogadas as disposições em contrário.
Rio de Janeiro, 08 de fevereiro de 2007.
ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL
Antigamente os profissionais de enfermagem eram submetidos à medicina, sendo
que hoje somos profissionais liberais em que todos são responsáveis em seus limites.
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Compete ao enfermeiro coordenar, planejar, executar e supervisionar os técnicos
e auxiliares de enfermagem da área.
1- Responsabilidade Profissional:
No sentido geral a responsabilidade tem o significado de obrigação, encargo,
compromisso ou dever de satisfazer ou executar alguma coisa e suportar as sanções
decorrentes dessa obrigação. A responsabilidade trás sempre em seu bojo os aspectos
de dever, de dano ou de prejuízo e também de reparação do dano.
2- Distinção Entre a Norma Jurídica da Moral (Direito X Moral):
o é o princípio de adequação do homem à vida social;
jurídicas e as normas morais;
conferindo direito;
oral tem como característica a unilateralidade das regras por imposição dos
deveres;
conduta obrigatória, tem poder de vigilância e coação visando o bem comum: infringiu
será penalizado;
não se fazer, fundamentadas em conhecimentos racionais e objetivos a respeito do
comportamento moral dos homens;
-se a Deontologia, que representa o conjunto de
deveres exigidos do homem, quando no exercício de determinada profissão.
3- Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem:
Representa o mínimo admissível, quando chega a transgredi-lo o agente,
obrigatoriamente, terá que ser penalizado. Reúne normas e princípios, direitos e deveres
pertinentes à conduta do profissional que deverá ser assumida por todos.
40
4- Responsabilidades Éticas:
omissão ou conivência que implique em desobediência e/ou inobservância às
disposições do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem;
igo de Ética, considera infração disciplinar
a inobservância das normas dos conselhos federal e regionais de enfermagem (COFEN e
COREN), e Artigo 115 que responde pela infração de quem venha a cometer ou
concorrer para a sua prática ou dela obtiver benefício, quando cometido por outrem.
5- Dos Direitos:
(princípios), XXXIII, XXXIV, LV (realizar comentários dos respectivos incisos);
Processual Civil - CPC): Artigo 333 do CPC, que confere o direito de exigir da parte
acusadora o ônus da prova, cabendo ao autor o ônus da prova, ou seja, o prejudicado
deve demonstrar a culpa do profissional;
ca: direitos dos
profissionais de enfermagem quanto aos preceitos éticos deste capítulo.
6- Dos Deveres:
exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelece;
e 2, do Código de Ética,
trata especificamente dos deveres dos profissionais de enfermagem.
7- Responsabilidade Civil e Penal:
A responsabilidade envolve o aspecto do dano ou prejuízo produzido por alguém
que violou o direito de um terceiro. Sempre que ocorrem tais danos ou prejuízos, cabe
reparação, restauração ou indenização do mal causado. O profissional pode ser
envolvido em infrações civis e penais, como autor ou co-autor em pleno exercício da
profissão. Porém não haverá responsabilidade jurídica se a violação de um dever não
produzir dano, seja pessoal, material ou moral.
41
8- Responsabilidade Civil:
ípio de dever de
reparar o dano diz que: “aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano”.
9- Responsabilidade Penal:
Existe uma série de situações, na prática da enfermagem, como administração de
substâncias estranhas, erradas, dosagem errada, por via errada, quedas e outros
procedimentos, que possam envolver o enfermeiro em um ato criminoso por
imprudência, negligência e imperícia.
tipo Doloso:
(dolo) é a vontade livre consciente de praticar uma conduta estabelecida no Código
Penal;
e produzi-lo é do tipo
Culposo: conduta voluntária (ação ou omissão) que produz resultado antijurídico não
desejado, mas previsível, e excepcionalmente previsto, que podia, com a devida atenção
ser evitada;
igência e
imperícia. Coautoria, segundo o Artigo 29 do Código Penal ressalta “que, de qualquer
modo, concorrer para o crime, incide nas penas a este combinadas, na medida de sua
culpabilidade”.
A IMPRUDÊNCIA, NEGLIGÊNCIA e IMPERÍCIA, geralmente, configuram-se em
atos, ou na omissão de providência que deveriam ser tomadas pelo indivíduo no
exercício de qualquer profissão.
10- Imprudência:
e qualquer maneira, não
prestou atenção, não está preocupado. É uma atitude onde o agente atua com
precipitação;
empreendimento;
mplo: esquecer de administrar um medicamento no horário
determinado, antecipar o horário de uma medicação (entretanto se essa conduta
42
ocorrer com freqüência poderá configurar em negligência), fazer um aprazamento
errado.
11- Negligência:
u desleixo, descuido no cumprimento do encargo ou de
obrigação. Deixa de fazer o que devia;
omar as cautelas
exigíveis, mas não faz por displicência;
-se pela inobservância de deveres impostos à execução de qualquer
ato;
te para proteger a
segurança do paciente;
eimadura provocada por
bolsa d água quente, quedas no leito, deixar de administrar um medicamento no
horário, desde que esse fato se torne um hábito e venha trazer algum risco a integridade
(administrar um antibiótico em horários diversos do determinado).
12- Imperícia:
incapacidade, a falta de conhecimento técnico no exercício de arte ou
profissão;
-se pela execução de algum ato em que o
agente não demonstra aptidão teórica ou prática exigível;
-se a competência somente aquele que está habilitado para exercer
uma função, ou seja, habilitação legal.
tração de solução
anestésica em cateter peridural.
**** Em Resumo:
zer o que devia;
OBS: Em qualquer um dos casos, para que se integre a figura do crime, é
necessário que a conduta contrária ao dever conduza a um resultado de DANO ou
43
PERIGO. Não haverá dano, seja pessoal, material ou moral. Portanto o profissional deve
ser prudente, cuidadoso e conhecedor de sua profissão.
13- Segredo Profissional:
ou por um contato
especial deve ser conservado oculto;
-se na confiança, na confidência e na
justiça;
r e à segurança em razão
de sua individualidade e dignidade humana;
tos inalienáveis e a(o) enfermeira(o) tem
obrigação de considerar como confidencial todas as informações que possui sobre seu
cliente;
corredores ou enfermarias pode prejudicar a recuperação do paciente, pode trazer
intranquilidade ou desespera-lo, podendo leva-lo a prática de um suicídio;
revelar? A quem
revelar? Quando revelar?
-se com situações que pode revelar o segredo, outras
que é obrigado a quebrar o segredo, e outras que é impedido de revelar;
al, a observância da
legislação civil e penal e, o interesse de ordem moral e social, são os sustentáculos
norteadores da conduta profissional.
14- Princípio da Legalidade:
inguém será
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei”;
a que “...revelar a alguém, sem justa causa,
segredo, de quem tem ciência em razão de função, ministério, ofício de profissão, e cuja
revelação possa produzir dano a outrem”. Pena: detenção de três meses a um ano, ou
multa.
Parágrafo Único: Somente se procede mediante representação (autorização expressa).
I- Pode revelar o segredo:
44
1º. Quando o dano o permite, entretanto é prudente avaliar as condições
emocionais do paciente e chamar um colega para testemunhar;
2º. Quando o bem comum exige: comércio de tóxico, paciente portador de
doença contagiosa;
3º. Quando o bem da terceira pessoa o exige: nos casos de servícias (maus tratos)
ou castigo a menores (caso ocorrido na emergência);
4º. Quando o bem do depositário o exige (o bem do próprio profissional de
enfermagem): casos que o enfermeiro é ameaçado de chantagem por parte do cliente.
OBS: Mesmo nestas situações exige-se uma série de condições que precisam ser
observadas, tais como:
- Revelar o que for estritamente necessário para a solução do problema;
- Divulgar ao menor número de pessoas ou entidades possíveis apenas àquelas
que poderão de fato, colaborar para a solução do problema;
- A revelação só será admissível, depois de esgotadas todos os recursos para que o
próprio cliente se disponha a revelar o seu segredo;
- Que dano que esteja afetando uma terceira pessoa, a comunidade ou o próprio
profissional, seja um dano grave, injusto ou eminente. Nenhum profissional tem o direito
de revelar um segredo por um dano que só ocorrerá remotamente.
II- É obrigado a revelar o segredo:
No capítulo II do Sigilo Profissional nas Responsabilidades e Deveres no Artigo 82
do Código de Ética: São deveres Art. 82. Manter segredo sobre fato sigiloso de que
tenha conhecimento em razão de sua atividade profissional, exceto casos previstos em
lei, ordem judicial, ou com o consentimento escrito da pessoa envolvida ou de seu
representante legal.
§ 1º Permanece o dever mesmo quando o fato seja de conhecimento público e
em caso de falecimento da pessoa envolvida.
§ 2º Em atividade multiprofissional, o fato sigiloso poderá ser revelado quando
necessário à prestação da assistência.
§ 3º O profissional de· Enfermagem intimado como testemunha deverá
comparecer perante a autoridade e, se for o caso, declarar seu impedimento de revelar o
segredo.
§ 4º O segredo profissional referente ao menor de idade deverá ser mantido,
mesmo quando a revelação seja solicitada por pais ou responsáveis, desde que o menor
45
tenha capacidade de discernimento, exceto nos casos em que possa acarretar danos ou
riscos ao mesmo.
Art. 83. Orientar, na condição de Enfermeiro, a equipe sob sua responsabilidade
sobre o dever do sigilo profissional.
1º Exemplo: Infração de medida sanitária preventiva:
Artigo 268 do Código Penal – “Infringir, determinação do poder público
destinado a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa”. Pena: detenção,
de um mês a um ano.
Parágrafo Único: a pena é aumentada de um terço, se o agente é funcionário da saúde
pública ou exerce a profissão de médico, farmacêutico, dentista ou ENFERMEIRA (O).
Portanto, a (o) enfermeira (o) pode revelar o segredo quando se tratar de agravos
a saúde, relacionado a notificação compulsória.
2º Exemplo: Leis das Contravenções Penais:
Artigo 66 do Código Penal – Deixar de comunicar à autoridade competente.
Inciso II – Crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício da
medicina ou de outro profissional sanitário, desde que a ação penal não dependa de
representação e a comunidade não exponha o cliente a procedimento criminal. Pena:
multa.
III- Não é obrigado a revelar o segredo:
Artigo 144 do Código Civil – Ninguém pode ser obrigado a depor de fatos, cujo
respeito, por estado ou profissional, deve guardar segredo.
Artigo 406 do Código Processual Civil – A testemunha não é obrigada a depor de
fatos;
Inciso II – Cujo respeito, por estado ou profissional, deva guardar sigilo.
Artigo 207 do Código Processual Penal – São proibidas de depor, as pessoas em
razão de função, ministério, ofício ou profissional, devam guardar segredo, salvos de se,
desobrigado pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho.
Em resumo, estes princípios fornecem cobertura a quem for convocado a depor
em juízo sobre fato conhecido no exercício profissional. O profissional comparece à
juízo, mas será obrigado a revelar o que sabe, exceto nos casos em que a revelação é
obrigatória, apenas declara o impedimento.
46
O Código do Conselho Internacional de Profissionais de Enfermagem, posiciona-
se em relação a responsabilidade da(o) enfermeira(o). As responsabilidades
fundamentais da(o) profissional de enfermagem são as seguintes:
- Promover a saúde;
- Prevenir a doença;
- Restaurar a saúde; e
- Aliviar o sofrimento.
A necessidade dos profissionais de enfermagem é universal: respeito à vida,
respeito a dignidade e aos direitos do homem.
SER RESPONSÁVEL X TER RESPONSABILIDADE
Ser responsável: se refere à esfera das funções e deveres associados ao papel dos
enfermeiros. À medida que assumem mais funções, estas se tornam parte da sua
responsabilidade, sendo responsável, a (o) enfermeira (o) se torna segura (o) e digna (o)
de confiança pelos colgas e pacientes.
O profissional responsável é competente em conhecimento e habilidade. A
responsabilidade de uma enfermeira (o) requer uma disposição de atuação apropriada
dentro de diretrizes de conduta da ética profissional.
Ter responsabilidade: significa estar apto a responder por suas ações.
Ter responsabilidade pede uma avaliação da efetividade do profissional em
assumir responsabilidades. O profissional responsável denuncia erros e inicia os
cuidados para prevenir qualquer prejuízo futuro ao paciente.
O profissional de enfermagem tem responsabilidade com ele, com o paciente,
com a profissão, com a instituição empregatícia e com a sociedade. Ele relata qualquer
conduta de outro profissional da mesma área e que não coloque em risco a integridade
do paciente. A prioridade mais alta do profissional de enfermagem é a segurança e o
bem estar do paciente. Quem falha em apresentar esta conduta é considerado
corresponsável.
Ter responsabilidade para com o paciente significa que o profissional fornece
informações precisas a ele sobre o tratamento. Ele tem a responsabilidade de informar o
paciente sobre o procedimento e fornecer informações que o ajudem a tomar decisões.
47
A preocupação ética primária dos profissionais de enfermagem é ajudar cada
paciente à receber assistência de saúde de alta qualidade. Assim como deve-se também
preocupar-se com o seu agir em relação ao colega.
48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM – COFEN. Código de Ética dos Profissionais de
Enfermagem. Rio de Janeiro, 1993.
GLOCK, R.S, GOLDIM J.R. Ética profissional é compromisso social. Porto Alegre; Mundo
Jovem (PUCRS) 2003.
NALINI, José R. Ética geral e profissional. 2ª ed. São Paulo: RT Didáticos, 1999.
MINISTÉRIO DA SAÚDE, Profissionalização de enfermagem, Coleção, Brasília, 2003.
LIMA, IDELMINA, Manual do Técnico e Auxiliar de Enfermagem, Ed. 8ª, AB, Goiânia,
2007.