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Autores: alunos da Turma IV do Curso de Informtica
Programa PREFERE/INC
Ilustraes: Renatha de Jesus Ferreira da Silva e
Fabiana Ferreira do Nascimento
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Instituto Nacional de Cardiologia
Coordenao de Ensino e Pesquisa
Unidade de Projetos Nacionais
Programa de Preveno Febre Reumtica PREFERE
Curso de informtica para pacientes com febre reumtica
Regina Maria de Aquino Xavier: Coordenadora da Unidade de Projetos Nacionais
Regina Elizabeth Mller: Coordenadora Mdica
Maria Jos Lucas Mercs da Silva: Coordenao de Enfermagem
Fabiana Ferreira do Nascimento: Coordenadora Pedaggica
Aline Souto Maior: Assistente Social
Vanessa Beatriz P. Espndola: Psicloga
Fernando Pereira: Professor de Informtica
Maria Lucia Pereira Leite Vilela Teixeira: Secretria
TURMA IV
Bruno Nlio Costa
Carlos Eduardo de Freitas
Davi Nascimento Andrade
Douglas Carvalho da Silva
Emyson Micheu Martins Alexandre
Indiana Freire da Silva
Joyce Barbara Silva de Assis
Jos Barbosa Santos Jnior
Miriam Freitas dos Reis
Philipe Gonalves Ferreira
Renatha de Jesus Ferreira da Silva
Tiago Santos Xavier
Wilson Guimares da Silva
PREFERE/INC
Novo telefone 3037-2175 Tel/Fax. (21) 3826-1108 Contato: prefere@gmail.com
febrereumatica@inc.rj.saude.gov.br
Internet: http://www.inc.rj.saude.gov.br/incl/paginas/febre.asp
Rio de Janeiro - Fev-Jun 2007
Esse livro foi elaborado pelos alunos da IV turma de informtica para pacientes com febre reumtica do
Instituto Nacional de Cardiologia, instituio federal, de nvel tercirio, localizado na cidade do Rio de Janeiro.
As informaes contidas neste livro podem ser reproduzidas desde que citada a fonte.
(DISTRIBUIO INTERNA)
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Este livro dedicado a todos os pacientes,
familiares e profissionais preocupados com a
problemtica da Febre Reumtica no nosso
pas.
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certo que homens e mulheres podem mudar o mundo para
melhor, para faz-lo menos injusto, mas a partir da realidade
concreta a que chegam em sua gerao. E no fundadas ou
fundados em devaneios, falsos sonhos sem razes, puras iluses.
O que no porm possvel sequer pensar em transformar o
mundo sem sonho, sem utopia ou sem projeto. As puras iluses
so os sonhos falsos de quem, no importa que pleno ou plena de
boas intenes, faz a proposta de quimeras que, por isso mesmo,
no podem realizar-se. A transformao do mundo necessita
tanto de sonho quanto a indispensvel autenticidade deste
depende da lealdade de quem sonha s condies histricas,
materiais, aos nveis de desenvolvimento tecnolgico, cientfico
do contexto do sonhador. Os sonhos so projetos pelos quais se
luta.
Paulo Freire
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ndice
Eu sou diferente, igual a todo mundo I..................................................6
Renatha de Jesus Ferreira da Silva
Obras de grandes amores...........................................................................9 Carlos Eduardo de Freitas
As dificuldades e preconceitos que sofre um cardaco.....................10 Emyson Micheu Martins Alexandre e Philipe Gonalves Ferreira
No sei...........................................................................................................12 Bruno Nlio Costa
Eu sou diferente, igual a todo mundo II...............................................13 Wilson Guimares
Sugestes ....................................................................................................14 Letra e Msica: Wilson Guimares
O que febre reumtica?.........................................................................15
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Eu sou diferente, igual a todo mundo I
Renatha de Jesus Ferreira da Silva
Eu sou eu, agora e antes
Agora e sempre mesmo que mude e cresa
Eu sou eu porque tenho recordaes boas e ms
Porque me pareo com os outros
Mas sou diferente
Porque me conheo bem
Quando for mais velha vou fazer muitas coisas,
Mas acima de tudo
Continuarei a ser eu a minha maneira.
Hora de olhar no espelho
Eu detestava essa hora, hora de olhar no espelho e ver a marca que est
estampada no meu peito, mas isso nem sempre adiantava e quando ia chegando
cada vez mais perto do espelho me lembrava:
As pessoas so chamadas de narigudo, magrelo, gordinho, perna-de-pau e
tantas outras coisas...
Essas, muitas vezes, so maneiras no muito legais de se chamar algum... Hoje,
j no ligo mais, mas nem sempre foi assim. Na maior parte do tempo prefiro
pensar que isso inveja e at mesmo falta do que fazer.
Mas para quem ouve o sofrimento muito grande!
Por outro lado, quem dera (no sentido figurado) que meu problema fosse esse...
Eu tenho febre reumtica... Voc sabe o que isso?!
E no s isso... Tenho, tambm, sopro no corao.
Tomo benzetacil de 14 em 14 dias desde os 7 anos de idade
Fora isso por conseqncia da febre reumtica, fui internada uma vez! Ou ser
duas ou trs vezes? Bom...
Na primeira vez em que fui internada estava com 14 anos. Tive medo e
confesso que fiquei bastante preocupada, mas esqueci completamente de mim.
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Quando olhei para minha me no quarto do hospital e observei que de seu olho
caa uma lgrima que escorregava por sua face pensei que talvez no voltasse a
v-la.
De repente ela foi ficando cada vez mais distante, pequenina e sozinha.
Lembro de ter dormido ao respirar uma fumainha e acordei pensando que
estava no cu, com o teto cheio de estrelinha.
Cheguei a pensar:
Ser que estou morta? Onde est meu corpo? Estou no cu?
As minhas indagaes, porm, foram interrompidas pelo choro de uma criana
que estava ao lado!
Pensei:
Que bom, vou ver minha me! Posso dizer que tive uma recuperao rpida e
fiquei feliz em saber que voltaria para casa!
Tive uma hemorragia, pois esqueceram algo aberto ou alguma coisa no deu
certo, no me lembro muito bem...
Tomei um susto, ou melhor, sei que devo ter dado um grande susto na minha
me que pensava que eu no resistiria e morreria.
Na segunda vez em que fui internada j
no me sentia to preocupada... Minha
me estava com minha tia!
Tudo certo mezinha! - disse o
cirurgio.
As enfermeiras, no entanto,
perceberam que estava sangrando
muito...
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Depois da recuperao, novamente o susto da marca... Fiquei mais dois anos
sem ir praia!
Para comprar roupa tambm era uma dificuldade... Qualquer uma no servia
porque a roupa ideal tinha que ser aquela que cobrisse a cicatriz.
Com o intuito de disfarar a cicatriz tambm costumava usar cordes
pendurados em meu pescoo com pingentes grandes que cobrissem a marca que
estampava em meu peito.
Na opinio das mes todos os filhos so lindos, mas posso afirmar que acredito
que isso no conforta ningum quando se sofre com algo assim como eu!
O que sei que quem representa o papel de grande tirano aquele sujeito
chamado espelho.
Voc lembra daquela estria da Branca de Neve e da Rainha M?!
Para agravar a situao existe a ditadura da beleza e da moda que infelizmente
no deixa os defeitos de ningum em paz!
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Obras de grandes amores
Carlos Eduardo de Freitas
A brisa dos teus olhos no brilha
O toque do teu rosto no toca o mar
A vida de um poeta no o livro
Como o amor da vida?
aquele que vivemos e recebemos de todos
Todos os dias da vida.
A brisa dos teus lbios j murmura mais que antes
Os teus olhos brilham
O toque do teu rosto j toca o mar vido de amor
E voc, voc mesmo
Voc pessoa que vive com a febre reumtica
Viva do seu jeito e seja feliz
Aproveite e ame a vida do seu jeito!
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As dificuldades e preconceitos que sofrem um cardaco
Emyson Micheu Martins Alexandre
Philipe Gonalves Ferreira
Umas das maiores dificuldades dos cardacos, ser aceito no mercado
de trabalho, um dos motivos, talvez, seja porque temos que ir ao hospital todo ms.
Para ns que temos problemas cardacos muito mais difcil sermos
aceito no mercado de trabalho...
Se competirmos com uma pessoa que no tem nenhum problema de
sade bem possvel prevermos que perderemos a vaga. Certamente a maioria
dos empregadores ir preferir contratar uma pessoa sem nenhum problema de
sade.
Ns que somos portadores de febre reumtica no podemos atuar em
qualquer profisso... No so todas as funes que podemos desenvolver.
No meu caso (Emyson), meu maior sonho ser policial, mas no poderei
exercer essa funo devido o meu problema e por causa do esforo fsico que a
profisso exige.
Hoje em dia, todos precisam estudar, mas principalmente aqueles que
so cardacos e querem seguir uma boa profisso, estes devem estudar muito...
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certo que eu, Phelipe, nunca tive dificuldade no mercado de trabalho,
mas quando eu tiro a camisa, por exemplo, todos comeam a olhar e a
perguntar coisas do tipo:
O que isso no seu peito? O que voc operou? Com que idade?
Respondo que operei o corao com 4 anos de idade l em Belo
Horizonte, capital de Minas Gerais...
Eu me sentia diferente por ser o nico que havia operado o