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Evangelização Hospitaleira
Na hospitalidade há mais que comportamento cristão polido e civilizado. Pode
não ser fora de ordem pensar em evangelização hospitaleira. Eu poderia arriscar que a
hospitalidade foi um efetivo instrumento evangelístico durante a Idade Média,
considerando o papel histórico dos conventos, hotéis e lugares de refúgio para
viajantes, peregrinos ou fugitivos. “Hospital” é uma palavra e uma instituição nascida
precisamente fora da hospitalidade cristã.
Qualquer professor de missões ou de seminários poderia contar-nos sobre o
papel decisivo que a hospitalidade representa em seu ministério. Nesta atmosfera de
um verdadeiro lar onde cristãos podem ser melhor conhecidos e onde ambos, anfitrião
e convidado, podem compartilhar suas necessidades, suas dores, suas esperanças e
sua fé. É surpreendente que hoje, apesar de nossas grandes construções e de nossos
sofisticados meios de comunicação, nós voltamos mais uma vez para a casas-igrejas,
dos grupos familiares e comunidades cristãs de base como instrumentos vitais para a
renovação da Igreja, para evangelização e para o crescimento da Igreja?
Como há lares hospitaleiros também há igrejas hospitaleiras. Nos anos
recentes, cristãos preocupados com as divisões entre confissões na Mesa do Senhor
tem sugerido a necessidade de uma “Hospitalidade Eucarística” – oferecendo uma
abertura da Mesa para cristãos de outras denominações ou confissões. Mas, uma
Igreja hospitaleira é mais que uma eventual abertura da Mesa para outros cristãos – é
uma Igreja aberta, uma Igreja Acolhedora.
Quão hospitaleiras são nossas Igrejas? Isto é o mesmo que perguntar, quão
evangelísticas elas são? Eu não posso esquecer da história de Mahatma Gandhi que
durante sua juventude na África do Sul aproximou-se de uma Igreja Cristã e foi barrado
na porta por causa da sua cor. Esta foi a última oportunidade que uma Igreja Cristã
teve de acolher Mahatma Gandhi.
Algumas Igrejas tem uma hospitalidade seletiva. Algum tempo atrás eu fui
visitar o novo pastor hispânico e congregação de uma Igreja Anglo-Saxã na Califórnia
que começou um culto em espanhol. Eu aproximei do prédio onde uma mulher estava
preparando refrescos. Seu sorriso radiante murchou tão rápido quanto eu perguntei
em meu espanhol com sotaque americano pelo culto de adoração em espanhol.
Apontando como queixo, ela disse em tom de desapontamento: Lá!
Uma pessoa pode se sentir acolhido de modo obvio e sutil, não apenas através
de gestos e saudações formais de um introdutor, mas na atitude de toda a
congregação, no estilo da adoração e no modo da Igreja local descrever o
envolvimento comunitário.
Mortimer Arias (Missão Centrípeta ou Evangelização Hospitaleira em The Study of Evangelism. p.426,427)