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Excelentíssima Senhora Vice-Reitora da Universidade
Eduardo Mondlane;
Senhor Director Geral do Centro de Estudos
Industriais, Saúde e Ambiente – CEISA;
Senhor Inspector Geral do Trabalho;
Senhor Inspector Geral Adjunto;
Senhores membros do Conselho Consultivo da
Ministra;
Senhor Director do Trabalho da Cidade de Maputo;
Senhores Inspectores Chefes Provinciais;
Distintos Participantes e Convidados;
Minhas senhoras e meus senhores!
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É com sentido de responsabilidade acrescida que me
encontro neste pódio para me dirigir a vós nesta
cerimónia de abertura da II Reunião do Conselho
Consultivo da Inspecção Geral do Trabalho.
O Governo de Moçambique pugna pelo respeito dos
direitos fundamentais que constituem a base jurídica
da dignidade do homem no seu posto do trabalho. É
por isso que na Política de Emprego aprovada em
2016, a promoção do trabalho digno é um ditame
fundamental para o sucesso da acção governamental.
Por outro lado, o nosso País subscreveu a Constituição
da Organização Internacional do Trabalho, por isso
que, respeita os Princípios e Direitos Fundamentais no
Trabalho plasmados na Declaração de 18 de Junho de
1998.
3
A nossa Constituição da República tutela nos artigos,
84, 85, 86, 95 e 112, um conjunto de valores e
princípios no trabalho, nomeadamente, a liberdade
contratual e em contraposição a proibição do trabalho
escravo, a igualdade, a segurança física e social no
trabalho, que são também tuteladas na referida
Declaração de 18 de Junho de 1998.
Como sinal do contínuo comprometimento do
Governo, na criação de bases para o trabalho digno,
amanhã, estaremos na Assembleia da República, para
em nome do Governo, apresentarmos os fundamentos
da oportunidade e pertinência da ratificação, de três
instrumentos internacionais importantes para a área
do trabalho, nomeadamente:
O Protocolo de 1995 à Convenção nº 81, de 1947,
sobre a Inspecção do Trabalho;
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O Protocolo de 2014 à Convenção n˚29, de 1930,
sobre o Trabalho Forcado; e,
A Convenção n˚176, de 1995, sobre a Saúde e
Segurança no Trabalho nas Minas.
Estes instrumentos são alicerces jurídico-políticos que
suportam o conjunto estruturado da legislação
ordinária e regulamentar que visam garantir o
trabalho digno, a Saúde e Segurança no trabalho e a
protecção social no trabalho.
Minhas Senhoras e Meus Senhores
Cientes dos desafios decorrentes do rápido
crescimento da economia nacional, estruturamos a
Inspecção Geral do Trabalho, atribuindo-a
personalidade jurídica e autonomia administrativa e
funcional, para melhor exercer o seu papel do controlo
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do cumprimento das normas relativas às condições de
trabalho, à prevenção de riscos profissionais,
segurança social obrigatória, colocação, emprego,
contratação da mão-de-obra estrangeira e demais
normas legalmente atribuídas.
Fizemo-lo, com a plena convicção de que só uma
inspecção do trabalho moderna, robusta, íntegra e
irrepreensível do ponto de vista ético e moral, pode
responder cabalmente às necessidades do
desenvolvimento do nosso País.
A par das reformas organizacionais, demos especial
atenção à melhoria da imagem pública ao nível da
ética e deontologia profissionais do inspector, o que
contribuiu de forma decisiva para a harmonia entre a
inspecção do trabalho e a sociedade.
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Foi neste contexto que produzimos o Código de
conduta do Inspector, que é um instrumento que
estabelece os valores fundamentais da profissão e os
princípios que guiam o comportamento dos
inspectores, individual ou colectivamente, no exercício
da sua actividade inspectiva.
Produzimos o Manual de Procedimentos da Acção
Inspectiva cujo objectivo é focalizar as linhas de
orientação que simplifiquem, facilitem, harmonizem e
sistematizem critérios, práticas e procedimentos
relativos à actividade inspectiva.
Hoje, acabamos de lançar ao público, O Guião
Genérico da Acção Inspectiva, que foi pensado e
concebido para tornar previsível aos empregadores e
trabalhadores os documentos e condições a exigir
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durante a fiscalização da legalidade laboral e as
medidas punitivas que cabem a cada infracção o que
garantirá a imparcialidade, o rigor da actuação do
Inspector do Trabalho e o combate ao principal mal da
actualidade, a corrupção que grassa a nossa sociedade.
Citando Sua Excelência Presidente da República, Filipe
Jacinto Nyusi, na reunião com os quadros de chefia
intermédia da Função Pública:
“A luta contra a corrupção deve ser travada pelos e
para os moçambicanos.
A corrupção é uma realidade global antiga e
penetrante – é uma doença universal.
O seu impacto é adverso.
Ela é sentida e se apresenta de forma
desproporcional, nos países em desenvolvimento,
com suas instituições ainda jovens, democracias
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incipientes, capacidades de acção menores e com a
pobreza generalizada.
Nos países pobres, a corrupção apresenta-se como
um ciclo vicioso. As pessoas são corruptas porque
são pobres e são pobres devido à corrupção ou
devido a más práticas de governação. O ciclo vicioso
deve ser quebrado e isto depende deste corpo de
dirigentes intermédios. Esta massa pensante
moçambicana deve verticalmente mudar de
paradigma.
Esta luta é tão crucial porque os custos da
corrupção são evidentes. Apesar de que ao nível
individual possa parecer que um acto de pedir um
pequeno suborno não prejudique, ou se considere
de pouca monta, porém o seu efeito cumulativo é,
exactamente, o contrário.
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Os danos e a honra do país que criamos são
incomensuráveis. Fim de Citação
As palavras de Sua Excelência, o Presidente da
República, Filipe Jacinto Nyusi, que acabamos de citar,
não deixam dúvidas de que a Inspecção Geral do
trabalho só deve estar constituída por funcionários
que defendem acerrimamente o Estado e que
representam a nata, os mais íntegros, honestos,
transparentes e com um exímio domínio das matérias
sobre as quais são chamados a decidir.
Continuaremos atentos contra aqueles inspectores de
trabalho que pervertem a lei para tirar vantagens
para si, em prejuízo do trabalhador.
Minhas Senhoras
Meus senhores
10
Os desafios que se colocam, hoje, à Inspecção-geral do
trabalho, decorrentes da globalização, do uso de novas
tecnologias, das novas formas de organização do
trabalho, do trabalho não declarado, dos novos riscos
profissionais emergentes, da imigração ilegal para o
trabalho, das piores formas do trabalho infantil, e da
crescente precariedade das relações de trabalho,
impõem uma mudança de paradigma.
A Inspecção do Trabalho que estamos a construir,
hoje, deve estar permanentemente focada na
prevenção, quer através de intervenções de natureza
pedagógica, quer de natureza inspectivo, visando a
promoção do cumprimento voluntário da Lei.
O nosso compromisso é demonstrado pelas
realizações da Inspecção Geral do Trabalho, que
indicam que durante o período de 2015 até
Setembro do corrente ano, foram realizadas 24.030
missões inspectivas e detectadas 35.609 infracções,
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tendo sido advertidas 27.542 infracções,
correspondentes a 77,3% e autuadas 8.067 infracções
correspondente a 22.6%.
Ainda, no mesmo âmbito da prevenção, foi realizada
em Abril a Conferencia Nacional de Educação
Pública sobre a Segurança e Saúde no Trabalho na
qual participaram mais de 1.300 pessoas e
posteriormente, foram realizadas réplicas dessas
conferências nas Províncias, através de seminários
provinciais, cujo impacto contribuiu para a melhoria
da implementação de medidas de segurança, higiene e
saúde no trabalho e a redução da sinistralidade laboral
em o todo Pais.
Foram realizadas ainda, desde o ano de 2015, cinco
mil, duzentas e nove (5.209) palestras em igual
número de empresas, cobrindo 152.024
trabalhadores, o que reafirma o nosso compromisso
de elevar cada vez mais a consciência pública sobre a
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necessidade de tornar o trabalho cada vez mais
seguro, sadio e digno para a pessoa humana.
Minhas senhoras, meus senhores
Testemunhamos hoje, à assinatura com a
Universidade Eduardo Mondlane, do memorando que
formaliza os entendimentos alcançados entre a
Inspecção Geral do Trabalho e o Centro de Estudos
Industriais, Segurança e Ambiente para a assistência
técnica e capacitação institucional à Inspecção Geral
do Trabalho, no domínio da Higiene, Saúde e
Segurança no Trabalho.
A assinatura deste memorando, reafirma o papel de
liderança da Universidade Eduardo Mondlane no nível
superior e vai complementar os esforços em curso no
Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social
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de busca, junto dos parceiros de apoio visando a
formação de inspectores de trabalho em saúde e
segurança no trabalho.
Constitui ainda, um marco importante para a nossa
Inspecção Geral do Trabalho, na medida em que irá
dinamizar, o desenvolvimento profissional dos seus
recursos humanos e vai contribuir para a melhoria da
avaliação das condições de segurança e saúde no
trabalho e do diagnóstico dos riscos profissionais,
actividades que passarão a ser realizados com base em
pressupostos científicos melhorando assim a
credibilidade da Inspecção Geral do Trabalho.
Ilustres presentes
Continuamos a notar com tristeza, que ainda há
empresas que submetem seus trabalhadores à
condições de trabalho degradantes, a longas jornadas
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de trabalho, a discriminação salarial na base da raça,
ao assedio sexual protagonizado pelos empregadores,
a falta de pagamento de contribuições à segurança
social cujo montante em dívida atingiu este ano, Mil
duzentos e trinta e quatro milhões, novecentos
setenta e sete mil, quatrocentos e sessenta e um
meticais e quarenta e um centavos
(1.234.977.461,41MT), referentes a 24.268
empresas, ao emprego de menores e ao desrespeito
das condições de segurança e Saúde no Trabalho e à
recusa de acolher estagiários.
Por falar das precárias condições de trabalho,
assistimos recentemente a um cenário muito triste que
circula nas redes sociais que mostra um cidadão
estrangeiro da Empresa Ferragem Mariote,
espancando seus trabalhadores alegando que se
apresentaram atrasados no local de trabalho.
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Queremos pois, repudiar actos do género e aconselhar
uma convivência sã e dentro do quadro legal vigente,
mas ao mesmo tempo, recomendamos uma acção
rigorosa da IGT contra estas práticas que atentam
contra a dignidade humana.
Todos estes males corroem a base de uma nação de
Direito Democrático e Justiça Social que estamos a
construir, pelo que a Inspecção Geral do Trabalho,
deve continuar a privilegiar o seu papel pedagógico e
orientador mas com a necessária equidade, adoptar
medidas enérgicas e dissuasivas contra as empresas
que reiteradamente infringirem as normas laborais.
É com esta visão comum que este Consultivo, deve
debruçar-se sobre as melhores formas de
implementação das políticas do Governo e do plano
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económico-social do próximo ano e definir os
caminhos que devem ser trilhados daqui para frente.
Com estas palavras, declaro aberta a II Reunião do
Conselho Consultivo da Inspecção Geral do Trabalho.
NATENDA,
ZIKOMO KWAMBIRI,
KHANIMAMBO,
MUITO OBRIGADA