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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA MM. VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL DE PINHEIROS DE SÃO PAULO – CAPITAL
URGENTE Pedido de Tutela de Urgência
A SEÇÃO SINDICAL DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, denominada
ASSOCIAÇÃO DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – ADUSP Seção
Sindical do ANDES Sindicato Nacional, inscrita no CNPJ sob número 51.688.943/0001
90, com endereço na Rua Professor Almeida Prado, 1366, São Paulo, SP., CEP 05508
070, conforme autorizado pelo art. 4 º, item 5 do Estatuto da entidade (Doc. 01 e 02),
no âmbito dos docentes da Universidade de São Paulo, representada por seu Diretor
Presidente, Rodrigo Ricupero, brasileiro, casado, portador do RG n. 25.077.8579 e
inscrito no CPF/MF sob o n. 136.134.37880, em conformidade com as disposições
estatutárias em anexo (Docs. 03 e 04), na qualidade de substituto processual, vem
respeitosamente, perante Vossa Excelência, por meio de sua procuradora abaixo
assinada (Doc. 05), com fundamento nos art. 5º e 12 da Lei da Ação Civil Pública e art.
81 e 82 do Código de Defesa do Consumidor, propor a presente
AÇÃO CAUTELAR PREPARATÓRIA
COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA
em face de BRADESCO SEGURO SAÚDE, com sede na Rua Barão de Itapagipe nº 225,
Bairro Rio Comprido, CEP 20.261000, Rio de Janeiro, RJ, inscrita no CNPJ sob nº
92.693.118/000160; em face da FUNDAÇÃO DE APOIO À UNIVERSIDADE DE SÃO
PAULO FUSP, pessoa jurídica de direito privado, com sede na Av. Afrânio Peixoto, 14,
São Paulo SP Brasil, CEP 01223010, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 68.314.830/0001
27, e em face de QUALICORP, com sede na Rua Doutor Plínio Barreto, 365, 1º andar
Bela Vista, São Paulo/SP, CEP: 01313020, CNPJ sob n.º 07.755.207/000115, na pessoa
de seus respectivos representantes legais, pelos fatos e fundamentos a seguir
articulados.
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I. DO OBJETO
A presente ação tem por objeto, em síntese, a manutenção no
que tange aos contratos individuais de planos e seguros de saúde celebrados nos moldes
atuais pelos segurados da FUSP e Bradesco Saúde, assim como a suspensão da migração
dos referidos contratos para a Qualicorp, até que se avalie a potencial lesividade da
proposta de mudança dos contratos aos segurados, trazendo as partes todos os
documentos e esclarecimentos necessários.
II. DA LEGITIMIDADE ATIVA
A parte Autora é entidade sindical atuando em substituição
processual dos servidores integrantes de sua base, como lhe faculta o art. 3º da Lei
8.073/901, bem como o que dispõe o artigo 8°, inciso III, da Constituição Federal de
1988, que prediz que “ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou
individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas”.
Ophir Cavalcante Junior, leciona, comentando o art. 8º, inciso III,
da Constituição Federal:
Não se trata de mero princípio programático ou que encerre simples
representação processual onde haveria necessidade de outorga de
poderes é sim, ao revés, o coroamento em nível constitucional do
instituto da substituição processual, porquanto, se confere às
entidades sindicais poderes para promover, em seu próprio nome, a
defesa dos interesses dos empregados em demandas administrativas
e judiciais.2
1 Art. 3º As entidades sindicais poderão atuar como substitutos processuais dos integrantes da
categoria.
2 Rev. LTr. Vol 53, nº 10, outubro de 1989.
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A legitimidade do SindicatoAutor ainda é ancorada nas
disposições contidas nos artigos 1º, inciso IV, 5º, 18 e 21, da Lei nº 7.347/85, combinados
com os artigos 81, parágrafo único, inciso III, e 82, inciso IV, da Lei nº 8.078/90 (CDC), na
medida em que atua na defesa de direitos individuais homogêneos de que os
substituídos são titulares.
Com efeito, há muito a jurisprudência tem se firmado no sentido
de assegurar aos sindicatos o direito de atuação em juízo para preservar interesses
individuais ou coletivos da categoria representada, senão vejamos:
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DEFESA
DE DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS DE SERVIDORES PÚBLICOS.
CABIMENTO. LEGITIMIDADE DO SINDICATO. CONCESSÃO DE
BENEFÍCIO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. IMPOSSIBILIDADE
PORQUE NÃO COMPROVADA TEMPESTIVAMENTE A MISERABILIDADE
DO SINDICATO. ISENÇÃO DE CUSTAS. APLICAÇÃO DO ART. 18 DA LEI N.
7.347/85.
1. Tratase, na origem, de agravo de instrumento contra decisão que
indeferiu o processamento da presente demanda sob o rito da Lei de
Ação Civil Pública e o pedido de assistência judiciária gratuita. O
acórdão manteve este entendimento.
2. Nas razões recursais, sustenta a parte recorrente ter havido violação
aos arts. 5º e 21 da Lei n. 7.347/85 e 81 e 87 da Lei n. 8.078/90
postulando o cabimento de ação civil pública ajuizada por sindicato em
defesa de direitos individuais homogêneos da categoria que
representa e 4º da Lei n. 1.060/58 requerendo a concessão de
benefício de assistência judiciária gratuita. Aponta, ainda, divergência
jurisprudencial a ser sanada.
3. Em primeiro lugar, pacífico o entendimento desta Corte Superior
no sentido de que o art. 21 da Lei n. 7.347/85, com redação dada pela
Lei n. 8.078/90, ampliou o alcance da ação civil pública também para
a defesa de interesses e direitos individuais homogêneos não
relacionados a consumidores. Precedentes.
4. É cabível o ajuizamento de ação civil pública em defesa de direitos
individuais homogêneos não relacionados a consumidores, devendo
ser reconhecida a legitimidade do Sindicato recorrente para propor
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a presente ação em defesa de interesses individuais homogêneos da
categoria que representa. Precedente em caso idêntico.
5. O Superior Tribunal de Justiça entende que mesmo as pessoas
jurídicas sem fins lucrativos devem comprovar situação de
miserabilidade para fins de concessão do benefício de assistência
judiciária gratuita. Precedente da Corte Especial.
6. Com o processamento da presente demanda na forma de ação civil
pública, plenamente incidente o art. 18 da lei n. 7.347/85, com a
isenção de custas, ainda que não a título de assistência judiciária
gratuita.
7. Recurso especial parcialmente provido.
(STJ, 2ª Turma, REsp nº 1257196/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell
Marques, julgado em 16/10/2012, DJe 24/10/2012) (destacouse)
Nesse sentido, verificase que a Carta Magna reservou às
entidades sindicais legitimidade extraordinária, que abrange tanto os direitos coletivos,
quanto os individuais homogêneos e heterogêneos da categoria substituída pela
entidade sindical.
Inclusive, nessa medida, o Egrégio Supremo Tribunal Federal
manifestouse, confirmando a mens legis do constituinte de 1988, por intermédio da r.
decisão exarada no Mandado de Injunção nº 3575, na sessão plenária de 7/5/93, tendo
como Relator o E. Ministro NÉRI DA SILVEIRA3. À oportunidade, o Plenário da Corte
Constitucional entendeu, à unanimidade, que o inc. III do art. 8º da Constituição Federal
trata do instituto da substituição processual, estabelecendo, ainda, ser tal dispositivo
autoaplicável, reconhecendo expressamente a legitimidade de entidade sindical para
figurar em juízo.
Outro não é o posicionamento adotado pelo Egrégio Superior
Tribunal de Justiça:
3 Acórdão publicado no DJ de 8/4/199.
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Processual civil. Agravo regimental. Recurso Especial. Violação de
dispositivo constitucional. Competência do STF. Ofensa ao art. 535
do CPC. Inocorrência. Sindicato. Imposto de renda. Pessoa física.
Correção da Tabela. Lei nº 9.250/95. Legitimidade ativa. (...) 3. Aos
sindicatos cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou
individuais da categoria que representa, como dispõe o art. 8º, III, da
CF. Tratase de legitimação extraordinária que decorre da titularidade
da ação para a defesa de direito alheio, encerrando a figura da
"substituição processual". 4. A Lei n.° 7.788/89 estabelece em seu art.
8º que as entidades sindicais poderão atuar como substitutas
processuais da categoria que representam. Tratase, portanto, de
autorização legal, revelando desnecessária a autorização expressa do
titular do direito subjetivo, porquanto o mandado de segurança
coletivo não se presta a defender somente os interesses de toda a
categoria, podendo ser manejado, sobretudo, no interesse de
determinados filiados. Precedentes do STJ. 5. Agravo regimental
improvido4.
Ementa: Processual civil e Tributário. Ação Civil Pública. Abstenção da
cobrança de contribuição social previdenciária. Legitimidade ativa de
Sindicato. Direitos individuais homogêneos. Desnecessidade de
autorização expressa dos sindicalizados. Precedentes do Colendo STF
e desta Corte Superior.
1. Nos termos da vasta e pacífica jurisprudência do Superior Tribunal
de Justiça Portanto, tem legitimidade ativa o sindicato para propor
ação civil pública na qual se almeja a abstenção de cobrança de
contribuição social previdenciária, relativo a todos os servidores a ele
associados, independentemente de autorização dos sindicalizados,
por se tratar de direitos individuais homogêneos. “Nos moldes de
farto entendimento jurisprudencial desta Corte, os sindicatos não
dependem de expressa autorização de seus filiados para agir
judicialmente em favor deles, no interesse da categoria por ele
representada.” (REsp nº 410374/RS, 5ª Turma, DJ de 25/08/2003, Rel.
Min. JOSÉ ARNALDO DA FONSECA) “A Lei nº 8.073/90 (art. 3º), em
consonância com as normas constitucionais (art. 5º, incisos XXI e LXX,
CF/88), autorizam os sindicatos a representarem seus filiados em juízo,
quer nas ações ordinárias, quer nas seguranças coletivas, ocorrendo a
chamada substituição processual. Desnecessária, desta forma,
4 Agravo Regimental no Recurso Especial nº 527412 (200300310819/DF), 1ª Turma, J. 16/10/2003, DJ de
3/11/2003, p. 267, Relator Ministro LUIZ FUX.
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autorização expressa (cf. STF, Ag. Reg. RE 225.965/DF, Rel. Ministro
CARLOS VELLOSO, DJU de 05.03.1999)”. (REsp's nºs 444867/MG, DJ de
23/06/2003, 379837/MG, DJ de 11/11/2002, e 415629/RR, DJ de
11/11/2002, 5ª Turma, Rel. Min. JORGE SCARTEZZINI) “Os
precedentes jurisprudenciais desta eg. Corte vêm decidindo pela
legitimidade ativa 'ad causam' dos sindicatos para impetrar mandado
de segurança coletivo, em nome de seus filiados, sendo desnecessária
autorização expressa ou a relação nominal dos substituídos.” (Resp nº
253607/AL, 2ª Turma, DJ de 09/09/2002, Rel. Min. FRANCISCO
PEÇANHA MARTINS) “Tem o sindicato legitimidade para defender os
direitos e interesses de seus filiados, prescindindo de autorização
destes.” (REsp nº 352737/AL, 1ª Turma, DJ de 18/03/2002, Rel. Min.
GARCIA VIEIRA) “Conforme já sedimentado, os Sindicatos possuem
legitimação ativa, como substitutos processuais de seus associados,
para impetrar mandado de segurança em defesa de direitos
vinculados ao interesse da respectiva categoria funcional,
independentemente de autorização expressa de seus filiados.
Interpretação conjugada dos artigos 8º, III e 5º, XVIII, da Constituição
Federal. Precedentes: MS nº 4256 DF, Corte Especial STJ; MS nº
22.132 RJ, Tribunal Pleno STF.” (MS nº 7867/DF, 3ª Seção, DJ de
04/03/2002, Rel. Min. GILSON DIPP) “Não depende o sindicato de
autorização expressa de seus filiados, pela assembleia geral, para a
propositura de mandado de segurança coletivo, destinado à defesa
dos direitos e interesses da categoria que representa, como entendem
a melhor doutrina nacional e precedentes desta Corte e do STF.” (MS
nº 4256/DF, Corte Especial, DJ de 01/12/1997, Rel. Min. SÁLVIO DE
FIGUEIREDO TEIXEIRA).
2. Precedentes das 1ª, 2ª, 5ª e 6ª Turmas, das 1ª e 3ª Seções e da Corte
Especial do STJ. 3. Recurso não provido5.
Nesta esteira, também o Tribunal Superior do Trabalho:
Presente a legitimidade do sindicato para, em nome próprio, pleitear
direito fundamental dos substituídos, a proteção à saúde, higiene e
segurança no meio ambiente de trabalho, não procede a pretensão
5 Recurso Especial nº 530201/RS (2003/00712187), DJ de 20/10/2003, p. 229, Relator Min. JOSÉ
DELGADO, J. 9/9/2003, 1ª Turma (íntegra do Acórdão em anexo).
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da recorrente de ver extinto o processo sem resolução do mérito por
carência de ação.6
Cumpre destacar que, consoante as decisões dos Tribunais
Superiores, em se tratando de substituição processual, a autorização específica dos
interessados é dispensável, pois não é da essência da substituição a exigência de tal
formalidade. Do contrário, estarseia diante de uma representação via mandato, o que
não é o caso dos autos. Como substituto, então, pode o sindicato defender os interesses
vinculados ao presente pleito, eis que abrangentes da coletividade nesse sintetizada.
Assim, de forma específica, uma vez que a presente demanda é
ajuizada para fins de defesa de direitos individuais homogêneos porquanto a pretensão
dos substituídos decorre de uma origem comum, qual seja, a rescisão contratual do
plano de saúde e a imposição de outro, mediante contrato de adesão pela Qualicorp
evidenciase a legitimidade da parte autora para postular a presente tutela.
III. DOS FATOS
A FUSP Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo,
entidade de direito privado criada com o principal objetivo de dar execução à atividades
da Universidade de São Paulo, apoiando e dando suporte às Unidades, Núcleos de
Apoio, Institutos, firmou, há mais de 20 anos, por meio de empresa de corretagem
(Bolsa de Seguros), contratos individuais de planos de Saúde junto à Bradesco Saúde,
tendo administrado esse plano de seguros desde então.
Ocorre que no dia 16 de maio p.p, os segurados do contrato
vigente com FUSP e Bradesco Saúde, constituídos de uma boa parcela da categoria dos
docentes da USP, ativos e aposentados, foram surpreendidos com uma correspondência
6 TRT 4ª Região, 3ª T., Rel. JOÃO GHISLENI FILHO, RO 009420070.2009.5.04.0026 – grifo nosso
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informando que o benefício do plano de saúde existente passaria por mudanças, para a
modalidade coletiva por adesão.
Para tanto, a Qualicorp passaria a ser a nova administradora dos
benefícios, cuja adesão deveria se dar, necessariamente, por meio de uma de suas
entidades conveniadas, a Sociedade Assistencialista dos Servidores Públicos do Brasil
(SASPB), situação que, consoante o informe, se daria sem custo ou responsabilidade
adicional. Especificamente, eis a mensagem enviada pela FUSP aos segurados:
Mensagem encaminhada ia 16 de maio
De: FUSP Fundação de Apoio à USP <[email protected]>
Data: qui, 16 de mai de 2019 às 13:14
Assunto: Migração de Apólice Bradesco Saúde
Para: <[email protected]>
Prezado Segurado Bradesco Saúde,
A FUSP vem adotando medidas necessárias e preventivas para garantir que você e sua família possam
continuar utilizando plenamente o benefício do plano de saúde no médio e longo prazo. Para isso,
informamos que, em breve este benefício passará por uma adequação necessária, migrando para a
modalidade Coletivo por Adesão, conforme resolução da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
As características do benefício serão mantidas, ou seja, a seguradora permanecerá sendo a Bradesco
Saúde, não haverá alterações em relação à carência, cobertura ou rede credenciada e o reajuste também
permanecerá anual, sempre no mês de junho, e ainda com uma alteração favorável: a coparticipação terá
o percentual de aplicação reduzido de 30% para 20%.
Ainda que tenha sido considerado o plano atual de cada família para a migração, será oferecida mais uma
alternativa de contratação a quem desejar, pois teremos a inclusão de um plano com acomodação
enfermaria.
Para gerir os contratos e dar suporte aos beneficiários haverá uma administradora de Benefícios, a
Qualicorp, que entre outras responsabilidades será a guardiã do vínculo associativo por meio de uma de
suas entidades conveniadas, a Sociedade Assistencialista dos Servidores Públicos do Brasil (SASPB). Estas
medidas visam atender exigências da ANS e não acarretarão qualquer custo ou responsabilidade adicional
para os beneficiários.
Quanto à FUSP, permaneceremos fiscalizando e representando o melhor interesse do servidor USP, como
temos feito ao longo destes mais de 20 anos em que oferecemos o plano de saúde, em condições
favoráveis em relação à oferta do mercado.
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A migração para a modalidade Coletivo por Adesão está prevista para o dia 01/07/2019, quando a atual
apólice será extinta e a nova será imediatamente iniciada. A única ação requerida antes desta data será
a anuência e efetiva manifestação de adesão de cada beneficiário titular. Nos próximos dias, você receberá
uma carta da própria Qualicorp com todas as informações necessárias para a migração do seu plano.
É importante ressaltar que nenhum beneficiário ficará desassistido de sua cobertura um dia sequer,
inclusive quanto aos tratamentos em andamento. Haverá tempo suficiente para a formalização da adesão
à nova apólice. Apenas fique atento, pois a migração é um ato manifesto e de livre escolha de cada titular.
Se alguém, por qualquer motivo, não desejar aderir à nova apólice, terá sua cobertura garantida até
30/06/2019.
A Qualicorp ficará disponível para tirar dúvidas pelos canais de atendimento:
(11)35505150 ou (11)35505151.
Atenciosamente,
Antonio Figueira
Executivo da FUSP
No dia 20 de maio, a própria Qualicorp encaminhou email aos
segurados noticiando a descontinuidade do plano anterior, bem como informando que
haveria a necessidade de migração para um novo plano. No entanto, as informações a
respeito não eram claras, sendo que cada atendente da Qualicorp informava uma data
limite para a migração, sob pena de caducidade, descobertura e desproteção do
contrato anterior. A única informação uniforme era que o segurado seguiria protegido
tãosomente até a data de 30/06/2019, devendo, por isso, às pressas, migrar para o
novo contrato!!!!
A migração às pressas já configura a lesividade ao segurado. Isso
porque a maior parte deles possuem contratos antigos, anteriores à mudança da Lei
9.656/98. Muito embora a Qualicorp afirme que haveria manutenção de prazos de
carência e cobertura do plano, efetivamente se trata de um contrato novo, sem a
continuidade e as garantias dos contratos antigos, portanto.
Assim dizia o email da Qualicorp:
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De: QUALICORP ADMINISTRADORA DE BENEFÍCIOS
Data: seg, 20 de mai de 2019 às 08:30
Assunto: Novidade sobre seu plano de saúde
Para: <[email protected]>
SERVIDOR USP: MIGRE SEU PLANO PARA CONTINUAR
PROTEGIDO.
Com a descontinuidade do seu plano de saúde da FUSP,
chegou a hora de MIGRAR O SEU PLANO PARA A MODALIDADE
COLETIVO POR ADESÃO, que segue a Resolução Normativa 195 da ANS
e oferece ainda maior segurança pra você.
A Qualicorp e a FUSP firmaram uma parceria para
administrar o seu plano. Basta entrar em contato conosco pelos
telefones (11) 35505150 /35505151 ou pelo email
[email protected] e aceitar a migração para
continuar protegido pela Bradesco Saúde, com as mesmas condições
de carências, coberturas e rede credenciada.
O percentual de coparticipação será REDUZIDO de 30%
para 20%. Somos líderes de mercado, com 2,5 milhões de clientes.
Nossa função é esclarecer suas dúvidas sempre e, na hora do reajuste,
negociar o menor aumento possível com a Operadora, sem
comprometer a qualidade do seu plano.
Diante de inúmeros questionamentos, incertezas e inseguranças
que chegaram ao conhecimento da requerente, inclusive sobre a compulsoriedade na
adesão a uma associação então desconhecida para viabilizar o contrato, a mesma oficiou
a FUSP de imediato, em 17 de maio, para esclarecimentos iniciais (Doc. 06), entre eles
solicitando esclarecimentos sobre o novo papel da FUSP no modelo do novo contrato:
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A resposta recebida pela entidade ora requerente foi genérica
(Doc. 07):
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Assim sendo, novo ofício foi expedido pela requerente com
questões mais objetivas, dadas as informações desencontradas, em especial quanto a
adesão dos aposentados (Doc. 08):
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Tal ofício não foi respondido até o momento. Além desse
questionamento, outros muito pertinentes, da parte dos segurados, foram levantados,
consoante emails anexados, a fim de que se esclarecessem as dúvidas necessárias para
a lisura dessa mudança (Doc. 09). Isso porque não restou claro em que sentido o
contrato anterior não se amoldava às exigências da Agência Nacional de Saúde (ANS),
ou se seria imprescindível a migração, consoante argumentavam os requeridos.
Também não restou clara a compulsoriedade à adesão de uma
associação que não parece servir a mais nada para além de interesses da Qualicorp, não
podendo a FUSP permanecer como administradora. Tampouco pareceu verdadeiro que
essa mudança não geraria custos adicionais ao segurado, pois, para além do custo de
adesão à essa associação, as condições do plano de saúde não seriam as mesmas que as
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atuais e, tampouco, o prazo exíguo para migração, praticamente coagindo os segurados
sob pena de desproteção contratual.
Ainda, conquanto a Qualicorp informe que não haverá prejuízo
financeiro, eis que os planos de saúde ofertados estariam em igualdade de condições
com os planos atualmente oferecidos, a mesma empresa aponta como valores
oferecidos em categoria inferior ao dos atuais planos contratados, e não em igualdade
de condições.
Ademais, conforme aponta o gráfico abaixo, os índices de
reajuste do plano de saúde vigente divergem significativamente daqueles oferecido pela
Bradesco Saúde na modalidade coletiva por adesão, o que revela que o modelo de
reajustes aplicados aos novos contratos em absoluto corresponde ao dos atuais planos,
o que por si só revela a discrepância entre os atuais direitos e o que implicará a nova
adesão (Doc. 10).
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Com esses dados, evidenciase que FUSP, Qualicorp e Bradesco
Saúde faltam com a verdade a fim de assegurar um modelo de negócio que prejudica o
substituído, à medida que não se trata de mera migração da apólice, mas de adesão a
um novo contrato com condições não equiparadas.
Vale dizer que o novo contrato obriga o segurado a fornecer
novas informações sobre questões de saúde preexistentes, o que demonstra se tratar
verdadeiramente de um novo contrato e não da sucessão do contrato antigo, deixando
os vulneráveis quanto aos direitos preexistentes, já que sua adesão pode ser recusada
se constatada a doença preexistente, ou alterada suas condições de carência, gerando
muita preocupação e ansiedade a todos, em especial aqueles já em idade avançada,
com dificuldade de serem aceitos em outros planos de saúde.
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Ainda, há informação de restrição de dependentes que,
conforme consta em anúncios não devidamente esclarecidos, não poderão aderir o
novo contrato.
No mínimo, falta transparência aos requeridos, coagindo os
substituídos a uma rápida adesão, em tempo exíguo para uma tomada de decisão tão
importante, sob pena de perda da vital assistência médica, o que somente interessa `s
Rés, em detrimento dos direitos conquistados pelos segurados.
IV. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO
Como já narrado, tratase de situação em que os substituídos
possuem contrato de plano de saúde individual com a Bradesco Saúde, intermediado e
administrado pela FUSP, sendo, neste momento, obrigados a migrar para contrato
coletivo por adesão com a QUALICORP.
Nessa linha, a Lei dos Planos de Saúde (Lei 9.656/98),
estabeleceu o expresso vínculo de subordinação, inclusive normativa, à ANS de qualquer
modalidade de produto, serviço ou contrato vinculado a Plano Privado de Assistência à
Saúde. Significa dizer que o Plano de Saúde em debate subordinase às regras
estabelecidas pela autarquia, devendo obedecer os prazos e formatos regulados por
esta.
Destacase que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)
foi criada pela Medida Provisória 2012/99, posteriormente convertida na Lei 9.961/01.
Constituída como autarquia sob o regime especial, vinculada ao Ministério da Saúde,
para atuar, em todo o território nacional, como órgão de regulação, normatização,
controle e fiscalização das atividades que garantam a assistência suplementar à saúde.
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Nos termos do art. 3º da Lei 9.961/01 a “ANS terá por finalidade
institucional promover a defesa do interesse público na assistência suplementar à saúde,
regulando as operadoras setoriais, inclusive quanto às suas relações com prestadores e
consumidores, contribuindo para o desenvolvimento das ações de saúde no País”.
A autarquia, por meio da Resolução Normativa 195/09, definiu
que: i) o plano de saúde individual ou familiar é aquele que oferece cobertura da
atenção prestada para a livre adesão de beneficiários, pessoas naturais, com ou sem
grupo familiar; ii) o plano coletivo empresarial é delimitado à população vinculada à
pessoa jurídica por relação empregatícia ou estatutária; e iii) o plano coletivo por adesão
é aquele que oferece cobertura à população que mantenha vínculo com pessoas
jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial. Também de acordo com o art. 16,
VII, da Lei 9.656/98, os planos de saúde podem ser contratados por meio de três regimes
diferentes: individual/familiar; coletivo empresarial; ou coletivo por adesão.
Referente à rescisão contratual, nos termos do artigo 13,
parágrafo único, inciso I da Lei 9.656/98 o plano de saúde individual não pode ser
rescindido ou suspenso unilateralmente por parte da contratada. Já no que tange aos
demais planos, são passíveis de rescisão diante de uma notificação, a qual está regulada
pelo artigo 17, parágrafo único, da Resolução ANS 195/2009.
IV.1. RESCISÃO CONTRATUAL UNILATERAL INVIABILIDADE AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO DAS PARTES AUSÊNCIA DE INFORMAÇÕES PRAZO DE SESSENTA DIAS NÃO OBEDECIDO
De acordo com o já referido, no dia 20 de maio, a própria
Qualicorp encaminhou email aos segurados noticiando a descontinuidade do plano
anterior, ou seja, a Bradesco Seguros sequer notificou os usuários da extinção
contratual. Os beneficiários do plano foram informados da obrigatoriedade da migração
em 20.05.2019, com a garantia de permanência no plano até 30 de junho de 2019,
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notificação que se deu pela empresa que, em tese, administrará o novo plano de saúde
dos docentes, qual seja, QUALICORP.
Ocorre que a rescisão unilateral por parte da Bradesco Seguros
é inviável pois tratase de plano de saúde individual. Nesse sentido, a Lei Federal
9.656/98, que dispôs sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde,
estabeleceu, no artigo 13, parágrafo único, inciso II, a vedação da suspensão ou rescisão
unilateral, salvo por nãopagamento da mensalidade por período superior a sessenta
dias:
Art. 13. Os contratos de produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei têm renovação automática a partir do vencimento do prazo inicial de vigência, não cabendo a cobrança de taxas ou qualquer outro valor no ato da renovação. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.17744, de 2001)
Parágrafo único. Os produtos de que trata o caput, contratados
individualmente, terão vigência mínima de um ano, sendo vedadas:
(Redação dada pela Medida Provisória nº 2.17744, de 2001)
I a recontagem de carências; (Redação dada pela Medida Provisória
nº 2.17744, de 2001)
II a suspensão ou a rescisão unilateral do contrato, salvo por fraude
ou nãopagamento da mensalidade por período superior a sessenta
dias, consecutivos ou não, nos últimos doze meses de vigência do
contrato, desde que o consumidor seja comprovadamente notificado
até o qüinquagésimo dia de inadimplência; e (Redação dada pela
Medida Provisória nº 2.17744, de 2001)
III a suspensão ou a rescisão unilateral do contrato, em qualquer
hipótese, durante a ocorrência de internação do titular. (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.17744, de 2001) (grifo nosso)
Nesse ponto de vista, colacionase ementa de decisão do
Superior Tribunal de Justiça:
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RECURSO ESPECIAL. CIVIL. SAÚDE SUPLEMENTAR. NEGATIVA DE
PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. NÃO OCORRÊNCIA. PLANO DE SAÚDE
COLETIVO EMPRESARIAL. CATEGORIA. MENOS DE TRINTA
BENEFICIÁRIOS. RESCISÃO UNILATERAL E IMOTIVADA. CLÁUSULA
CONTRATUAL. MITIGAÇÃO. VULNERABILIDADE. CONFIGURAÇÃO.
CARACTERÍSTICAS HÍBRIDAS. PLANO INDIVIDUAL E COLETIVO. CDC.
INCIDÊNCIA. MOTIVAÇÃO IDÔNEA. NECESSIDADE. REAJUSTES ANUAIS.
MECANISMO DO AGRUPAMENTO DE CONTRATOS. REAJUSTE POR
FAIXA ETÁRIA. IDOSO. PERCENTUAL ABUSIVO. DEMONSTRAÇÃO.
QUANTIAS PAGAS A MAIOR. DEVOLUÇÃO. PRESCRIÇÃO TRIENAL.
OBSERVÂNCIA.
1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do
Código de Processo Civil de 1973 (Enunciados Administrativos nºs 2 e
3/STJ).
2. As questões controvertidas nestes autos são: se é válida a cláusula
contratual que admite a rescisão unilateral e imotivada do plano de
saúde coletivo empresarial que contém menos de 30 (trinta)
beneficiários e se a devolução das quantias de mensalidades pagas a
maior deve se dar a partir de cada desembolso ou do ajuizamento da
demanda.
3. É vedada a suspensão ou a rescisão unilateral nos planos
individuais ou familiares, salvo por motivo de fraude ou de não
pagamento da mensalidade por período superior a 60 (sessenta) dias
(art. 13, parágrafo único, II, da Lei nº 9.656/1998). Incidência do
princípio da conservação dos contratos.
4. Nos contratos de planos privados de assistência à saúde coletivos,
admitese a rescisão unilateral e imotivada após a vigência do período
de 12 (doze) meses e mediante prévia notificação da outra parte com
antecedência mínima de 60 (sessenta) dias, desde que haja cláusula
contratual a respeito (art. 17, caput e parágrafo único, da RN ANS nº
195/2009).
5. Os contratos grupais de assistência à saúde com menos de 30 (trinta)
beneficiários possuem características híbridas, pois ostentam alguns
comportamentos dos contratos individuais ou familiares, apesar de
serem coletivos. De fato, tais avenças com número pequeno de
usuários contêm atuária similar aos planos individuais, já que há
reduzida diluição do risco, além de possuírem a exigência do
cumprimento de carências. Em contrapartida, estão sujeitos à rescisão
unilateral pela operadora e possuem reajustes livremente pactuados,
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o que lhes possibilita a comercialização no mercado por preços mais
baixos e atraentes. 6. Diante da vulnerabilidade dos planos coletivos
com quantidade inferior a 30 (trinta) usuários, cujos estipulantes
possuem pouco poder de negociação em relação à operadora, sendo
maior o ônus de mudança para outra empresa caso as condições
oferecidas não sejam satisfatórias, e para dissipar de forma mais
equilibrada o risco, a ANS editou a RN nº 309/2012, dispondo sobre o
agrupamento desses contratos coletivos pela operadora para fins de
cálculo e aplicação de reajuste anual. 7. Os contratos coletivos de
plano de saúde com menos de 30 (trinta) beneficiários não podem ser
transmudados em plano familiar, que não possui a figura do
estipulante e cuja contratação é individual. A precificação entre eles é
diversa, não podendo o CDC ser usado para desnaturar a contratação.
(...) (REsp 1553013/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA,
TERCEIRA TURMA, julgado em 13/03/2018, DJe 20/03/2018) destaque
nosso.
E, ainda que se tratasse de rescisão pelas hipóteses autorizadas
em Lei, determina a Súmula Normativa nº 28, de 30 de novembro de 20157 que a
notificação ao consumidor deve se dar de modo específico, senão, vejamos:
1. Para fins do cumprimento do disposto no inciso II do parágrafo
único do artigo 13 da lei nº 9.656, de 1998, considerase que a
notificação atende o seu escopo quando estão contempladas as
seguintes informações:
1.1 a identificação da operadora de plano de assistência à saúde,
contendo nome, endereço e número de inscrição no Cadastro Nacional
de Pessoas Jurídicas;
1.2 a identificação do consumidor;
1.3 a identificação do plano privado de assistência à saúde
contratado;
1.4 o valor exato e atualizado do débito;
1.5 o período de atraso com indicação das competências em aberto
e do número de dias de inadimplemento absoluto ou relativo
constatados na data de emissão da notificação;
1.6 a forma e prazo para regularização da situação do consumidor,
indicando meio de contato para o esclarecimento de dúvidas; e
7
http://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&id=MzEzO
A==
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1.7 a rescisão ou suspensão unilateral do contrato em caso de não
regularização da situação do consumidor.
2. Outras informações opcionais e complementares – baseadas em
fatos verídicos; que não se apresentem em número excessivo ou em
linguagem técnica e complexa que confunda o consumidor ou
desvirtue o escopo da notificação; bem como que não denotem um
tom de constrangimento ou ameaçador – são admissíveis na
notificação, tais como, as possibilidades de inscrição do devedor em
cadastros restritivos de crédito, de cobrança da dívida e de exposição
do consumidor inadimplente a novas contagens de carência e de
cobertura parcial temporária.
3. No caso de notificação por via postal com aviso de recebimento,
entregue no endereço do consumidor contratante, presumese, até
prova em contrário, que o consumidor contratante foi notificado, não
sendo necessária sua assinatura no aviso de recebimento.
3.1. No caso da notificação ser efetivada pelos meios próprios da
operadora, através de seus prepostos, a entrega deverá se dar em
mãos próprias do consumidor contratante titular, sendo imprescindível
sua assinatura no comprovante de recebimento.
4. Para fins do cumprimento da Lei nº 9656, de 1998, considerase
que a notificação por edital, publicada em jornal de grande circulação
do local do último domicílio conhecido, atende ao seu art. 13,
parágrafo único, inciso II, quando o consumidor não é localizado no
endereço conferido à operadora.
(...)
Ora, é patente que a rescisão contratual debatida está eivada de
irregularidades, porquanto ilegal, devendo ser suspensa imediatamente. Mormente a
ilegalidade da rescisão, não ocorreu a notificação dos usuários por parte da operadora
do Plano de Saúde, Bradesco Seguros, somente por parte da nova administradora deste.
E, ainda que seja considerada esta notificação, deixou de seguir todos os parâmetros
acima elencados, a fim de informar corretamente o consumidor sobre os termos da
rescisão e as diretrizes da nova contratação.
Ademais, ainda que fosse considerada legal a rescisão contratual
por parte da operadora, e ainda que fosse válida a notificação realizada, a Agência
Nacional de Saúde exige que esta prévia notificação aos beneficiários ocorra com
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antecedência mínima de sessenta dias, com o esclarecimento das condições em que a
rescisão está se dando. Esta determinação encontra previsão no artigo 17, parágrafo
único, da Resolução ANS 195/2009:
Art. 17 As condições de rescisão do contrato ou de suspensão de cobertura, nos planos privados de assistência à saúde coletivos por adesão ou empresarial, devem também constar do contrato celebrado entre as partes.
Parágrafo único. Os contratos de planos privados de assistência à saúde coletivos por adesão ou empresarial somente poderão ser rescindidos imotivadamente após a vigência do período de doze meses e mediante prévia notificação da outra parte com antecedência mínima de sessenta dias.
Não se pode dispensar a prévia ciência dos contratantes da
rescisão, e em prazo que mais lhes aproveita, conforme estabelecido pela autarquia
reguladora, sob o risco de graves danos aos usuários, deixandoos desassistidos.
No caso, conforme relatado, a Bradesco Seguros sequer realizou
a notificação da requerente. A comunicação da obrigatoriedade de migração do plano
se deu em 16.05.2019, pela futura administradora, QUALICORP, sem informar qualquer
tipo de prazo e condições, ou seja, em total descumprimento às determinações expostas
na Lei Federal 9.656/98, Súmula Normativa nº 28, de 30 de novembro de 2015 e
Resolução n. 195/2009 da ANS.
Ora, sem a observação destas formalidades, deve ser
considerado sem efeito o cancelamento do Plano, porquanto eivado de irregularidades.
No que tange ao prazo estabelecido pelo artigo 17 da citada
Resolução, ainda, cumpre ressaltar que a necessidade de sua observância é pacífica no
âmbito do Superior Tribunal de Justiça, conforme ementa de decisão:
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CIVIL. PLANO DE SAÚDE COLETIVO. RESCISÃO UNILATERAL. POSSIBILIDADE. NOTIFICAÇÃO PRÉVIA. PRAZO.
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1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do Código de Processo Civil de 2015 (Enunciados Administrativos nºs 2 e 3/STJ).
2. Os contratos de planos privados de assistência à saúde coletivos podem ser rescindidos imotivadamente após a vigência do período de 12 (doze) meses e mediante prévia notificação da outra parte com antecedência mínima de 60 (sessenta) dias (art. 17, parágrafo único, da RN nº 195/2009 da ANS). A vedação de suspensão e de rescisão unilateral prevista no art. 13, parágrafo único, II, da Lei nº 9.656/1998 aplicase somente aos contratos individuais ou familiares.
3. Agravo interno não provido.
(AgInt no REsp 1692039/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 29/10/2018, DJe 08/11/2018)
Deste modo, considerandose a vedação à rescisão contratual
unilateral por tratarse de plano de saúde individual, ou, subsidiariamente,
considerando que a notificação realizada não cumpriu o determinado pelo artigo 17 da
Resolução n. 195/2009 da ANS, devem ser mantidos os atuais contratos individuais
entabulados pelos requerentes com a BRADESCO SEGUROS.
IV.2. DAS PRÁTICAS ABUSIVAS APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR PRINCÍPIO DA BOAFÉ CONTRATUAL
Nos termos da Súmula 608 editada pelo Superior Tribunal de
Justiça, aplicase o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde,
salvo os administrados por entidades de autogestão.
Destarte, da ótica do diploma consumerista, denotase que são
perfeitamente identificáveis os sujeitos ativos e passivo, obrigatoriamente constantes
dessa relação: consumidores (substituídos) e fornecedor (ré). Os conceitos de
consumidor e fornecedor encontramse redigidos nos artigos 2° e 3° do Código
Consumerista, os quais se traz à colação:
Art. 2º. Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou
utiliza produtos ou serviço como destinatário final. (destacouse)
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Art. 3º. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada
nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que
desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços.
[...]
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,
mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira,
de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter
trabalhista.
Assim sendo, já no art. 4º, inciso I, do Código Consumerista
encontramse óbices às práticas desmedidas da parte ré, senão vejamos:
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo
o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua
dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses
econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a
transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os
seguintes princípios:
I reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de
consumo; (destacamos)
Ao impor ao consumidor a migração de Plano sem lhe informar
condições, comunicando somente uma data limite para a migração, sob pena de
caducidade, descobertura e desproteção do contrato anterior, aproveitase a
administradora da ignorância do beneficiário em proveito próprio. Tal ato oportuniza à
seguradora a imposição de quaisquer cláusulas contratuais, ainda que extremamente
desfavoráveis ao contratante, o que é vedado pelo Código de Defesa do Consumidor,
conforme artigo 39:
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras
práticas abusivas: (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
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I condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao
fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa,
a limites quantitativos;
II recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata
medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade
com os usos e costumes;
III enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer
produto, ou fornecer qualquer serviço;
IV prevalecerse da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo
em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para
impingirlhe seus produtos ou serviços;
V exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;
VI executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e
autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de
práticas anteriores entre as partes;
VII repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo
consumidor no exercício de seus direitos;
VIII colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em
desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes
ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(Conmetro);
IX recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a
quem se disponha a adquirilos mediante pronto pagamento,
ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais;
(Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
X elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços.
(Incluído pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
XI Dispositivo incluído pela MPV nº 1.89067, de 22.10.1999,
transformado em inciso XIII, quando da conversão na Lei nº 9.870, de
23.11.1999
XII deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou
deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério.
(Incluído pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
XIII aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou
contratualmente estabelecido. (Incluído pela Lei nº 9.870, de
23.11.1999)
XIV permitir o ingresso em estabelecimentos comerciais ou de
serviços de um número maior de consumidores que o fixado pela
autoridade administrativa como máximo. (Incluído pela Lei
nº 13.425, de 2017)
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Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou
entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III,
equiparamse às amostras grátis, inexistindo obrigação de
pagamento.
Ademais, diante do disposto no artigo 51 do CDC, é possível
arguir a nulidade da rescisão contratual imposta, pois visivelmente o consumidor
encontrase em desvantagem perante a Bradesco Seguros e a Qualicorp:
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas
contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
I impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do
fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou
impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de
consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a
indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis;
II subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga,
nos casos previstos neste código;
III transfiram responsabilidades a terceiros;
IV estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que
coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam
incompatíveis com a boafé ou a eqüidade;
V (Vetado);
VI estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do
consumidor;
VII determinem a utilização compulsória de arbitragem;
VIII imponham representante para concluir ou realizar outro negócio
jurídico pelo consumidor;
IX deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato,
embora obrigando o consumidor;
X permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do
preço de maneira unilateral;
XI autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem
que igual direito seja conferido ao consumidor;
XII obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua
obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor;
XIII autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo
ou a qualidade do contrato, após sua celebração;
XIV infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;
XV estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;
XVI possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias
necessárias.
§ 1º Presumese exagerada, entre outros casos, a vantagem que:
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I ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que
pertence;
II restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza
do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio
contratual;
III se mostra excessivamente onerosa para o consumidor,
considerandose a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das
partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.
§ 2° A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o
contrato, exceto quando de sua ausência, apesar dos esforços de
integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes.
§ 3° (Vetado).
§ 4° É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente
requerer ao Ministério Público que ajuíze a competente ação para ser
declarada a nulidade de cláusula contratual que contrarie o disposto
neste código ou de qualquer forma não assegure o justo equilíbrio
entre direitos e obrigações das partes.
Por fim, salientase que, além das regras dispostas no diploma
consumerista, é da teoria geral dos contratos o dever mútuo de observância dos
princípios de probidade e boafé na conclusão e na execução do vínculo contratual, nos
termos do disposto no art. 422, do Código Civil. Nas palavra de Arnaldo Rizzardo
(Contratos, Rio de Janeiro: Forense, 2010. pp. 3233):
as partes são obrigadas a dirigir a manifestação da vontade dentro dos interesses que as levaram a se aproximarem, de forma clara e autêntica, sem o uso de subterfúgios ou intenções outras que as não expressas no instrumento formalizado. A segurança das relações jurídicas depende, em grande parte, da probidade e da boa fé, isto é, da lealdade, da confiança recíproca, da justiça, da equivalência das prestações e contraprestações, da coerência e clarividência dos direitos e deveres.
Diante do exposto, a operadora tem o dever de seguir com
transparência e prestar informações claras e objetivas aos usuários do plano de saúde.
Não o fazendo, tornase anulável a rescisão contratual, de modo que deve ser suspensa
a migração dos planos, tornandoa sem efeito, com a garantia da validade dos atuais
contratos individuais, sem prejuízo da prestação de todos os serviços médicos e
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prestação de serviços e fornecimento de eventuais e correlatos materiais garantidos
pelos contratos.
A chamada migração ao novo plano de saúde já induz, de pronto,
em erro o consumidor, pois se trata verdadeiramente de adesão a novo contrato na
modalidade coletiva por adesão, perdendose os direitos do contrato antigo.
V. DA TUTELA DE URGÊNCIA
Com efeito, a fumaça do bom direito se faz presente, à
saciedade, nos inúmeros dispositivos legais ora invocados, praticamente todos de
ordem pública, coletiva e de interesse social. Aliás, mais do que a perfeita subsunção do
fato à norma e do que a natureza dos inúmeros dispositivos legais violados, a fumaça do
bom direito exsurge aquilatada da própria notoriedade que emerge do sentimento de
indignação geral que recai sobre a migração compulsória do seguro de saúde, e em
prazo absolutamente exíguo.
Já o perigo na demora justificase pelo conteúdo das cartas
enviadas aos substituídos EM 16 E 20 DE MAIO, de que se não houver migração para o
plano apontado, o segurado passará a ficar desassistido a partir de 01/JULHO/2019. A
urgência do caso atinge proporções alarmantes na medida em que os mesmos não
optarem ou não puderem promover o pagamento com os reajustes poderão ter seus
contratos cancelados, ou se tornarão inadimplentes, o que implicará na suspensão do
atendimento de eventos cobertos pelo seguro contratado.
Diante disso, muitos dos substituídos estão SE SUBMETENDO À
NOVA MIGRAÇÃO, mesmo desconhecendo as suas opções, e mesmo diante da eventual
lesividade desses novos contratos frente à situação adquirida anteriormente, sem forma
de mensurar de imediato o prejuízo futuro.
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Dessa forma, patente o receio de prejuízos inestimáveis aos
substituídos, o que não se pode descartar, inclusive, que, em casos extremos, dada a
natureza do direito atinente ao objeto do contrato, o bem maior do ser humano (vida e
saúde) pode vir a perecer na indesejada hipótese de falta de pronto e satisfatório
atendimento.
Nessa quadra, mister que este Juízo conceda medida liminar,
para efeito de, para que sejam mantidos os atuais contratos individuais, suspendendo a
migração do planos de saúde até que todos documentos sejam trazidos aos autos e as
indefinições sejam esclarecidas, a fim de que os direitos dos atuais segurados sejam
resguardados.
No que tange à providência cautelar afeta à exibição de
documentos, o perigo na demora reside no fato de que a ausência de tais contratos
inviabilizará o eventual pleito de declaração de nulidade da descontinuidade da apólice
a ser dirigido ao Judiciário, prejudicando, inclusive, a elaboração da causa de pedir e dos
pedidos de uma futura ação principal.
Por esse motivo, inexorável a necessidade de provimento
liminar, de modo que as Rés sejam compelidas a exibir em juízo, no prazo de até 10 (dez)
dias, os exemplares de cada um dos tipos de contratos individuais de planos de saúde
firmados antes do início de vigência da Lei 9.656/98, e posteriormente, à mudança legal,
assim como a proposta de migração dos atuais planos.
Que sejam definitivamente esclarecidas e documentadas a
escolha da SASPB, o papel da FUSP no novo contrato, a inadequação da FUSP junto a
ANS, a possibilidade e condições de migração de aposentados e dependentes para o
novo contrato, nos mesmos atuais moldes, e a manutenção dos índices de reajustes
também nos moldes do atual contrato.
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Inegável, portanto, a presença dos requisitos autorizadores para
a concessão da liminar, notadamente ante a situação vulnerável em que se encontra o
segurado FUSP/Bradesco, por ter que migrar para outro plano de saúde, em prejuízo da
continuidade do plano anterior, no que toca muitos dos seus direitos assegurados.
Sem a rápida e efetiva intervenção do Judiciário, tal prática
lesará financeiramente a toda essa carteira de segurados, e colocará em risco a saúde e
a vida de muitos.
VI. DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, requerse seja deferida a liminar, inaudita altera pars,
determinandose:
a) seja suspensa a migração dos planos, tornandoa sem efeito, e
garantindo a validade dos atuais contratos individuais, sem prejuízo da
prestação de todos os serviços médicos e prestação de serviços e
fornecimento de eventuais e correlatos materiais garantidos pelos
contratos;
b) seja concedida a produção antecipada de prova, com o intuito de
promover ação civil pública ante a potencial lesividade aos segurados na
modalidade coletivo por adesão, trazendo aos autos todos os documentos
relativos a apólice vigente e da nova proposta;
c) se abstenham as Rés de promover a rescisão dos contratos com os
consumidores que migraram de apólice ou que se recusarem a migrar;
d) as Rés informem aos segurados, no prazo de até 5 dias contados da data
de intimação da decisão, de maneira clara, adequada e inconfundível aos
consumidores, a manutenção dos contratos;
e) seja imposto às Rés a multa diária na hipótese de descumprimento de
cada uma das obrigações impostas na decisão liminar, sem prejuízo da
responsabilização criminal na hipótese de desobediência em face dos
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provimentos mandamentais.
Isto posto, requerse a procedência integral dos pedidos ora deduzidos,
inclusive para tornar definitivas as medidas deferidas em sede de liminar, e sejam as Rés
citadas para, querendo, apresentarem contestação no prazo legal, sob pena de
reputaremse verdadeiros os fatos alegados na inicial;
Protestase pela produção de todas as provas admitidas em direito, bem
como a inversão do respectivo ônus, a teor do art. 6º, VIII, do Código de Defesa do
Consumidor, em razão da verossimilhança das alegações e da inequívoca
hipossuficiência dos consumidores frente ao caso concreto
Requerse, a intimação pessoal do Órgão do Ministério Público de todos os
atos processuais, e seja oficiada a ANS dos fatos aqui em debate para as providências
cabíveis.
Requerse a condenação das Rés ao pagamento das despesas processuais e
verbas da sucumbência.
Por fim, requerse que todas as intimações sejam feitas em nome de Lara
Lorena Ferreira, com escritório à R. Turiassú, 127, cj. 42/43 – Perdizes São Paulo/S.P,
[email protected], tel. (11) 38682729.
Atribuise à causa o valor de R$ 67.000,00 (sessenta e sete mil reais) para
efeitos de alçada.
Termos em que pede deferimento.
São Paulo, 27 de maio de 2019.
R.Turiassú,127,cj.42–Perdizes–SãoPaulo/S.P–CEP05005001–tel(11)38682729–fax(11)35646653–email:[email protected]
Lara Lorena Ferreira OAB/SP 138.099
Luísa Stopassola OAB/RS 95.280
Paula Nocchi Martins OAB/SP 415.137