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R. Turiassú, 127, cj. 42 – Perdizes – São Paulo/S.P – CEP 05005001 – tel (11)38682729 – fax (11) 35646653 – email: [email protected] 1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA MM. VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL DE PINHEIROS DE SÃO PAULO – CAPITAL URGENTE Pedido de Tutela de Urgência A SEÇÃO SINDICAL DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, denominada ASSOCIAÇÃO DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – ADUSP Seção Sindical do ANDES Sindicato Nacional, inscrita no CNPJ sob número 51.688.943/0001 90, com endereço na Rua Professor Almeida Prado, 1366, São Paulo, SP., CEP 05508 070, conforme autorizado pelo art. 4 º, item 5 do Estatuto da entidade (Doc. 01 e 02), no âmbito dos docentes da Universidade de São Paulo, representada por seu Diretor Presidente, Rodrigo Ricupero, brasileiro, casado, portador do RG n. 25.077.8579e inscrito no CPF/MF sob o n. 136.134.37880, em conformidade com as disposições estatutárias em anexo (Docs. 03 e 04), na qualidade de substituto processual, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, por meio de sua procuradora abaixo assinada (Doc. 05), com fundamento nos art. 5º e 12 da Lei da Ação Civil Pública e art. 81 e 82 do Código de Defesa do Consumidor, propor a presente AÇÃO CAUTELAR PREPARATÓRIA COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA em face de BRADESCO SEGURO SAÚDE, com sede na Rua Barão de Itapagipe nº 225, Bairro Rio Comprido, CEP 20.261000, Rio de Janeiro, RJ, inscrita no CNPJ sob nº 92.693.118/000160; em face da FUNDAÇÃO DE APOIO À UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FUSP, pessoa jurídica de direito privado, com sede na Av. Afrânio Peixoto, 14, São Paulo SP Brasil, CEP 01223010, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 68.314.830/0001 27, e em face de QUALICORP, com sede na Rua Doutor Plínio Barreto, 365, 1º andar Bela Vista, São Paulo/SP, CEP: 01313020, CNPJ sob n.º 07.755.207/000115, na pessoa de seus respectivos representantes legais, pelos fatos e fundamentos a seguir articulados.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA MM. VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL DE ... · 2020. 3. 12. · estatutárias em anexo (Docs. 03 e 04), na qualidade de substituto processual,

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R.Turiassú,127,cj.42–Perdizes–SãoPaulo/S.P–CEP05005­001–tel(11)3868­2729–fax(11)3564­6653–email:[email protected] 

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA MM. VARA CÍVEL DO FORO REGIONAL DE PINHEIROS DE SÃO PAULO – CAPITAL  

 

URGENTE Pedido de Tutela de Urgência 

 

 

A SEÇÃO SINDICAL DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, denominada 

ASSOCIAÇÃO DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE DE  SÃO  PAULO  – ADUSP  ­  Seção 

Sindical do ANDES ­ Sindicato Nacional, inscrita no CNPJ sob número 51.688.943/0001­

90, com endereço na Rua Professor Almeida Prado, 1366, São Paulo, SP., CEP 05508­

070, conforme autorizado pelo art. 4 º, item 5 do Estatuto da entidade (Doc. 01 e 02), 

no âmbito dos docentes da Universidade de São Paulo, representada por seu Diretor 

Presidente,  Rodrigo  Ricupero,  brasileiro,  casado,  portador  do  RG  n.  25.077.857­9  e 

inscrito  no  CPF/MF  sob  o  n.  136.134.378­80,  em  conformidade  com  as  disposições 

estatutárias  em  anexo  (Docs.  03  e  04),  na  qualidade  de  substituto  processual,  vem 

respeitosamente,  perante  Vossa  Excelência,  por  meio  de  sua  procuradora  abaixo 

assinada (Doc. 05), com fundamento nos art. 5º e 12 da Lei da Ação Civil Pública e art. 

81 e 82 do Código de Defesa do Consumidor, propor a presente 

 AÇÃO CAUTELAR PREPARATÓRIA  

COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA  

em face de BRADESCO SEGURO SAÚDE, com sede na  Rua Barão de Itapagipe nº 225, 

Bairro  Rio  Comprido,  CEP  20.261­000,  Rio  de  Janeiro,  RJ,  inscrita  no    CNPJ  sob  nº 

92.693.118/0001­60;  em  face  da  FUNDAÇÃO  DE  APOIO  À  UNIVERSIDADE  DE  SÃO 

PAULO ­ FUSP, pessoa jurídica de direito privado, com sede na Av. Afrânio Peixoto, 14, 

São Paulo ­ SP ­ Brasil, CEP 01223­010,  inscrita no CNPJ/MF sob o nº 68.314.830/0001­

27, e em face de QUALICORP, com sede na Rua Doutor Plínio Barreto, 365, 1º andar ­ 

Bela Vista, São Paulo/SP, CEP: 01313­020, CNPJ sob n.º 07.755.207/0001­15, na pessoa 

de  seus  respectivos  representantes  legais,  pelos  fatos  e  fundamentos  a  seguir 

articulados.

 

 

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R.Turiassú,127,cj.42–Perdizes–SãoPaulo/S.P–CEP05005­001–tel(11)3868­2729–fax(11)3564­6653–email:[email protected] 

I. DO OBJETO 

 

A presente ação tem por objeto, em síntese, a manutenção no 

que tange aos contratos individuais de planos e seguros de saúde celebrados nos moldes 

atuais pelos segurados da FUSP e Bradesco Saúde, assim como a suspensão da migração 

dos  referidos contratos para a Qualicorp, até que  se avalie a potencial  lesividade da 

proposta  de  mudança  dos  contratos  aos  segurados,  trazendo  as  partes  todos  os 

documentos e esclarecimentos necessários.  

 

II. DA LEGITIMIDADE ATIVA  

A  parte  Autora  é  entidade  sindical  atuando  em  substituição 

processual dos  servidores  integrantes de  sua base, como  lhe  faculta o art. 3º da Lei 

8.073/901, bem como o que dispõe o artigo 8°,  inciso  III, da Constituição Federal de 

1988, que prediz que “ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou 

individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas”. 

 

Ophir Cavalcante Junior, leciona, comentando o art. 8º, inciso III, 

da Constituição Federal: 

Não se trata de mero princípio programático ou que encerre simples 

representação processual  ­ onde haveria necessidade de outorga de 

poderes  ­ é sim, ao revés, o coroamento em nível constitucional do 

instituto  da  substituição  processual,  porquanto,  se  confere  às 

entidades sindicais poderes para promover, em seu próprio nome, a 

defesa dos interesses dos empregados em demandas administrativas 

e judiciais.2 

  

                                                           1 Art. 3º ­ As entidades sindicais poderão atuar como substitutos processuais dos integrantes da 

categoria. 

2 Rev. LTr. Vol 53, nº 10, outubro de 1989. 

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R.Turiassú,127,cj.42–Perdizes–SãoPaulo/S.P–CEP05005­001–tel(11)3868­2729–fax(11)3564­6653–email:[email protected] 

A  legitimidade  do  Sindicato­Autor  ainda  é  ancorada  nas 

disposições contidas nos artigos 1º, inciso IV, 5º, 18 e 21, da Lei nº 7.347/85, combinados 

com os artigos 81, parágrafo único, inciso III, e 82, inciso IV, da Lei nº 8.078/90 (CDC), na 

medida  em  que  atua  na  defesa  de  direitos  individuais  homogêneos  de  que  os 

substituídos são titulares. 

 

Com efeito, há muito a jurisprudência tem se firmado no sentido 

de  assegurar  aos  sindicatos o direito de  atuação  em  juízo para preservar  interesses 

individuais ou coletivos da categoria representada, senão vejamos: 

 

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DEFESA 

DE DIREITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS DE SERVIDORES PÚBLICOS. 

CABIMENTO.  LEGITIMIDADE  DO  SINDICATO.  CONCESSÃO  DE 

BENEFÍCIO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. IMPOSSIBILIDADE 

PORQUE NÃO COMPROVADA TEMPESTIVAMENTE A MISERABILIDADE 

DO SINDICATO. ISENÇÃO DE CUSTAS. APLICAÇÃO DO ART. 18 DA LEI N. 

7.347/85. 

1. Trata­se, na origem, de agravo de instrumento contra decisão que 

indeferiu o processamento da presente demanda sob o rito da Lei de 

Ação  Civil  Pública  e  o  pedido  de  assistência  judiciária  gratuita.  O 

acórdão manteve este entendimento. 

2. Nas razões recursais, sustenta a parte recorrente ter havido violação 

aos arts. 5º e 21 da  Lei n. 7.347/85 e 81 e 87 da  Lei n. 8.078/90  ­ 

postulando o cabimento de ação civil pública ajuizada por sindicato em 

defesa  de  direitos  individuais  homogêneos  da  categoria  que 

representa  ­  e  4º  da  Lei  n.  1.060/58  ­  requerendo  a  concessão  de 

benefício de assistência judiciária gratuita. Aponta, ainda, divergência 

jurisprudencial a ser sanada. 

3. Em primeiro lugar, pacífico o entendimento desta Corte Superior 

no sentido de que o art. 21 da Lei n. 7.347/85, com redação dada pela 

Lei n. 8.078/90, ampliou o alcance da ação civil pública também para 

a  defesa  de  interesses  e  direitos  individuais  homogêneos  não 

relacionados a consumidores. Precedentes. 

4. É cabível o ajuizamento de ação civil pública em defesa de direitos 

individuais homogêneos não relacionados a consumidores, devendo 

ser reconhecida a legitimidade do Sindicato recorrente para propor 

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a presente ação em defesa de interesses individuais homogêneos da 

categoria que representa. Precedente em caso idêntico. 

5.  O  Superior  Tribunal  de  Justiça  entende  que mesmo  as  pessoas 

jurídicas  sem  fins  lucrativos  devem  comprovar  situação  de 

miserabilidade  para  fins  de  concessão  do  benefício  de  assistência 

judiciária gratuita. Precedente da Corte Especial. 

6. Com o processamento da presente demanda na forma de ação civil 

pública,  plenamente  incidente  o  art.  18  da  lei  n.  7.347/85,  com  a 

isenção  de  custas,  ainda  que  não  a  título  de  assistência  judiciária 

gratuita. 

7. Recurso especial parcialmente provido. 

(STJ, 2ª Turma, REsp nº 1257196/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell 

Marques, julgado em 16/10/2012, DJe 24/10/2012) (destacou­se) 

 

Nesse  sentido,  verifica­se  que  a  Carta  Magna  reservou  às 

entidades sindicais legitimidade extraordinária, que abrange tanto os direitos coletivos, 

quanto  os  individuais  homogêneos  e  heterogêneos  da  categoria  substituída  pela 

entidade sindical.  

 

Inclusive,  nessa medida,  o  Egrégio  Supremo  Tribunal  Federal 

manifestou­se, confirmando a mens legis do constituinte de 1988, por intermédio da r. 

decisão exarada no Mandado de Injunção nº 357­5, na sessão plenária de 7/5/93, tendo 

como Relator o E. Ministro NÉRI DA SILVEIRA3. À oportunidade, o Plenário da Corte 

Constitucional entendeu, à unanimidade, que o inc. III do art. 8º da Constituição Federal 

trata do  instituto da substituição processual, estabelecendo, ainda, ser tal dispositivo 

autoaplicável, reconhecendo expressamente a  legitimidade de entidade sindical para 

figurar em juízo. 

 

Outro não é o posicionamento adotado pelo Egrégio  Superior 

Tribunal de Justiça: 

  

                                                           3  Acórdão publicado no DJ de 8/4/199. 

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Processual  civil. Agravo  regimental. Recurso  Especial. Violação  de 

dispositivo constitucional. Competência do STF. Ofensa ao art. 535 

do  CPC.  Inocorrência.  Sindicato.  Imposto  de  renda.  Pessoa  física. 

Correção da Tabela. Lei nº 9.250/95. Legitimidade ativa. (...) 3. Aos 

sindicatos  cabe  a  defesa  dos  direitos  e  interesses  coletivos  ou 

individuais da categoria que representa, como dispõe o art. 8º, III, da 

CF. Trata­se de legitimação extraordinária que decorre da titularidade 

da  ação  para  a  defesa  de  direito  alheio,  encerrando  a  figura  da 

"substituição processual". 4. A Lei n.° 7.788/89 estabelece em seu art. 

8º  que  as  entidades  sindicais  poderão  atuar  como  substitutas 

processuais  da  categoria  que  representam.  Trata­se,  portanto,  de 

autorização legal, revelando desnecessária a autorização expressa do 

titular  do  direito  subjetivo,  porquanto  o mandado  de  segurança 

coletivo não se presta a defender somente os  interesses de toda a 

categoria,  podendo  ser  manejado,  sobretudo,  no  interesse  de 

determinados  filiados.  Precedentes  do  STJ.  5.  Agravo  regimental 

improvido4. 

 

Ementa: Processual civil e Tributário. Ação Civil Pública. Abstenção da 

cobrança de contribuição social previdenciária. Legitimidade ativa de 

Sindicato.  Direitos  individuais  homogêneos.  Desnecessidade  de 

autorização expressa dos sindicalizados. Precedentes do Colendo STF 

e desta Corte Superior. 

1. Nos termos da vasta e pacífica jurisprudência do Superior Tribunal 

de  Justiça Portanto,  tem  legitimidade ativa o sindicato para propor 

ação  civil  pública  na  qual  se  almeja  a  abstenção  de  cobrança  de 

contribuição social previdenciária, relativo a todos os servidores a ele 

associados,  independentemente  de  autorização  dos  sindicalizados, 

por  se  tratar de direitos  individuais homogêneos.  ­ “Nos moldes de 

farto  entendimento  jurisprudencial  desta  Corte,  os  sindicatos  não 

dependem  de  expressa  autorização  de  seus  filiados  para  agir 

judicialmente  em  favor  deles,  no  interesse  da  categoria  por  ele 

representada.” (REsp nº 410374/RS, 5ª Turma, DJ de 25/08/2003, Rel. 

Min. JOSÉ ARNALDO DA FONSECA)  ­ “A Lei nº 8.073/90 (art. 3º), em 

consonância com as normas constitucionais (art. 5º, incisos XXI e LXX, 

CF/88), autorizam os sindicatos a representarem seus filiados em juízo, 

quer nas ações ordinárias, quer nas seguranças coletivas, ocorrendo a 

chamada  substituição  processual.  Desnecessária,  desta  forma, 

                                                           4 Agravo Regimental no Recurso Especial nº 527412 (200300310819/DF), 1ª Turma, J. 16/10/2003, DJ de 

3/11/2003, p. 267, Relator Ministro LUIZ FUX. 

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R.Turiassú,127,cj.42–Perdizes–SãoPaulo/S.P–CEP05005­001–tel(11)3868­2729–fax(11)3564­6653–email:[email protected] 

autorização expressa  (cf. STF, Ag. Reg. RE 225.965/DF, Rel. Ministro 

CARLOS VELLOSO, DJU de 05.03.1999)”. (REsp's nºs 444867/MG, DJ de 

23/06/2003,  379837/MG,  DJ  de  11/11/2002,  e  415629/RR,  DJ  de 

11/11/2002,  5ª  Turma,  Rel.  Min.  JORGE  SCARTEZZINI)  ­  “Os 

precedentes  jurisprudenciais  desta  eg.  Corte  vêm  decidindo  pela 

legitimidade ativa 'ad causam' dos sindicatos para impetrar mandado 

de segurança coletivo, em nome de seus filiados, sendo desnecessária 

autorização expressa ou a relação nominal dos substituídos.” (Resp nº 

253607/AL,  2ª  Turma,  DJ  de  09/09/2002,  Rel.  Min.  FRANCISCO 

PEÇANHA MARTINS) ­ “Tem o sindicato legitimidade para defender os 

direitos  e  interesses  de  seus  filiados,  prescindindo  de  autorização 

destes.” (REsp nº 352737/AL, 1ª Turma, DJ de 18/03/2002, Rel. Min.

GARCIA VIEIRA)  ­ “Conforme  já sedimentado, os Sindicatos possuem 

legitimação ativa,  como  substitutos processuais de  seus associados, 

para  impetrar  mandado  de  segurança  em  defesa  de  direitos 

vinculados  ao  interesse  da  respectiva  categoria  funcional, 

independentemente  de  autorização  expressa  de  seus  filiados. 

Interpretação conjugada dos artigos 8º, III e  5º, XVIII, da Constituição 

Federal. Precedentes: MS nº 4256  ­ DF, Corte Especial  ­ STJ; MS nº 

22.132  ­ RJ, Tribunal Pleno  ­ STF.”  (MS nº 7867/DF, 3ª Seção, DJ de 

04/03/2002, Rel. Min. GILSON DIPP)  ­ “Não depende o  sindicato de 

autorização expressa de  seus  filiados, pela assembleia geral, para a 

propositura de mandado de  segurança coletivo, destinado à defesa 

dos direitos e interesses da categoria que representa, como entendem 

a melhor doutrina nacional e precedentes desta Corte e do STF.” (MS 

nº 4256/DF, Corte Especial, DJ de 01/12/1997, Rel. Min. SÁLVIO DE 

FIGUEIREDO TEIXEIRA). 

2. Precedentes das 1ª, 2ª, 5ª e 6ª Turmas, das 1ª e 3ª Seções e da Corte 

Especial do STJ. 3. Recurso não provido5. 

  

Nesta esteira, também o Tribunal Superior do Trabalho: 

Presente a legitimidade do sindicato para, em nome próprio, pleitear 

direito fundamental dos substituídos, a proteção à saúde, higiene e 

segurança no meio ambiente de trabalho, não procede a pretensão 

                                                           5  Recurso Especial nº 530201/RS (2003/0071218­7), DJ de 20/10/2003, p. 229, Relator Min. JOSÉ 

DELGADO, J. 9/9/2003, 1ª Turma (íntegra do Acórdão em anexo). 

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R.Turiassú,127,cj.42–Perdizes–SãoPaulo/S.P–CEP05005­001–tel(11)3868­2729–fax(11)3564­6653–email:[email protected] 

da recorrente de ver extinto o processo sem resolução do mérito por 

carência de ação.6 

 

Cumpre  destacar  que,  consoante  as  decisões  dos  Tribunais 

Superiores,  em  se  tratando de  substituição  processual,  a  autorização  específica  dos 

interessados é dispensável, pois não é da essência da substituição a exigência de  tal 

formalidade. Do contrário, estar­se­ia diante de uma representação via mandato, o que 

não é o caso dos autos. Como substituto, então, pode o sindicato defender os interesses 

vinculados ao presente pleito, eis que abrangentes da coletividade nesse sintetizada. 

 

Assim, de forma específica, uma vez que a presente demanda é 

ajuizada para fins de defesa de direitos individuais homogêneos ­ porquanto a pretensão 

dos  substituídos decorre de uma origem  comum, qual  seja, a  rescisão contratual do 

plano de saúde e a imposição de outro, mediante contrato de adesão pela Qualicorp ­ 

evidencia­se a legitimidade da parte autora para postular a presente tutela. 

 

III. DOS FATOS  

 

A  FUSP  ­  Fundação  de  Apoio  à  Universidade  de  São  Paulo, 

entidade de direito privado criada com o principal objetivo de dar execução à  atividades 

da Universidade  de  São  Paulo,  apoiando  e  dando  suporte  às Unidades, Núcleos  de 

Apoio,  Institutos,  firmou, há mais de  20  anos, por meio de empresa de  corretagem 

(Bolsa de Seguros), contratos  individuais de planos de Saúde  junto à Bradesco Saúde, 

tendo administrado esse plano de seguros desde então. 

      Ocorre que no dia  16 de maio p.p, os  segurados do  contrato 

vigente com FUSP e Bradesco Saúde, constituídos de uma boa parcela da categoria dos 

docentes da USP, ativos e aposentados, foram surpreendidos com uma correspondência 

                                                           6  TRT ­ 4ª Região, 3ª T., Rel. JOÃO GHISLENI FILHO, RO 0094200­70.2009.5.04.0026 – grifo nosso 

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R.Turiassú,127,cj.42–Perdizes–SãoPaulo/S.P–CEP05005­001–tel(11)3868­2729–fax(11)3564­6653–email:[email protected] 

informando que o benefício do plano de saúde existente passaria por mudanças, para a 

modalidade coletiva por adesão. 

 

Para tanto, a Qualicorp passaria a ser a nova administradora dos 

benefícios,  cuja  adesão deveria  se  dar,  necessariamente,  por meio de  uma  de  suas 

entidades conveniadas, a Sociedade Assistencialista dos Servidores Públicos do Brasil 

(SASPB),  situação que, consoante o  informe,  se daria  sem custo ou  responsabilidade 

adicional. Especificamente, eis a mensagem enviada pela FUSP aos segurados:  

 

­­­­­­­­­ Mensagem encaminhada ­­­­­­ia 16 de maio­­­ 

De: FUSP ­ Fundação de Apoio à USP <[email protected]

Data: qui, 16 de mai de 2019 às 13:14 

Assunto: Migração de Apólice Bradesco Saúde 

Para: <[email protected]

Prezado Segurado Bradesco Saúde,  

 

A FUSP vem adotando medidas necessárias e preventivas para garantir que você e sua família possam 

continuar  utilizando  plenamente  o  benefício  do  plano  de  saúde  no médio  e  longo  prazo.  Para  isso, 

informamos  que,  em  breve  este  benefício  passará  por  uma  adequação  necessária, migrando  para  a 

modalidade Coletivo por Adesão, conforme resolução da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).  

As  características do benefício  serão mantidas, ou  seja, a  seguradora permanecerá  sendo a Bradesco 

Saúde, não haverá alterações em relação à carência, cobertura ou rede credenciada e o reajuste também 

permanecerá anual, sempre no mês de junho, e ainda com uma alteração favorável: a coparticipação terá 

o percentual de aplicação reduzido de 30% para 20%.  

Ainda que tenha sido considerado o plano atual de cada família para a migração, será oferecida mais uma 

alternativa  de  contratação  a  quem  desejar,  pois  teremos  a  inclusão  de  um  plano  com  acomodação 

enfermaria.  

Para  gerir  os  contratos  e  dar  suporte  aos  beneficiários  haverá  uma  administradora  de  Benefícios,  a 

Qualicorp, que entre outras responsabilidades será a guardiã do vínculo associativo por meio de uma de 

suas entidades conveniadas, a Sociedade Assistencialista dos Servidores Públicos do Brasil (SASPB). Estas 

medidas visam atender exigências da ANS e não acarretarão qualquer custo ou responsabilidade adicional 

para os beneficiários.  

Quanto à FUSP, permaneceremos fiscalizando e representando o melhor interesse do servidor USP, como 

temos  feito  ao  longo  destes mais  de  20  anos  em  que  oferecemos  o  plano  de  saúde,  em  condições 

favoráveis em relação à oferta do mercado.  

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R.Turiassú,127,cj.42–Perdizes–SãoPaulo/S.P–CEP05005­001–tel(11)3868­2729–fax(11)3564­6653–email:[email protected] 

A migração para a modalidade Coletivo por Adesão está prevista para o dia 01/07/2019, quando a atual 

apólice será extinta e a nova será imediatamente iniciada. A única ação requerida antes desta data será 

a anuência e efetiva manifestação de adesão de cada beneficiário titular. Nos próximos dias, você receberá 

uma carta da própria Qualicorp com todas as informações necessárias para a migração do seu plano.  

É  importante  ressaltar  que  nenhum  beneficiário  ficará  desassistido  de  sua  cobertura  um  dia  sequer, 

inclusive quanto aos tratamentos em andamento. Haverá tempo suficiente para a formalização da adesão 

à nova apólice. Apenas fique atento, pois a migração é um ato manifesto e de livre escolha de cada titular. 

Se alguém, por qualquer motivo, não desejar aderir à nova apólice,  terá  sua cobertura garantida até 

30/06/2019.  

A Qualicorp ficará disponível para tirar dúvidas pelos canais de atendimento:  

(11)­3550­5150 ou (11)­3550­5151.  

Atenciosamente,  

Antonio Figueira  

Executivo da FUSP 

No dia 20 de maio, a própria Qualicorp encaminhou e­mail aos 

segurados noticiando a descontinuidade do plano anterior, bem como informando que 

haveria a necessidade de migração para um novo plano. No entanto, as informações a 

respeito não eram claras, sendo que cada atendente da Qualicorp informava uma data 

limite  para  a  migração,  sob  pena  de  caducidade,  descobertura  e  desproteção  do 

contrato anterior. A única informação uniforme era que o segurado seguiria protegido 

tão­somente até a data de 30/06/2019, devendo, por  isso, às pressas, migrar para o 

novo contrato!!!! 

 

A migração às pressas já configura a lesividade ao segurado. Isso 

porque a maior parte deles possuem contratos antigos, anteriores à mudança da Lei 

9.656/98. Muito  embora  a Qualicorp  afirme  que  haveria manutenção  de  prazos  de 

carência  e  cobertura  do  plano,  efetivamente  se  trata  de  um  contrato  novo,  sem  a 

continuidade e as garantias dos contratos antigos, portanto.  

 

Assim dizia o email da Qualicorp: 

 

 

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De:  QUALICORP  ADMINISTRADORA  DE  BENEFÍCIOS 

<[email protected]

Data: seg, 20 de mai de 2019 às 08:30 

Assunto: Novidade sobre seu plano de saúde 

Para: <[email protected]

  

                      SERVIDOR  USP:  MIGRE  SEU  PLANO  PARA  CONTINUAR 

PROTEGIDO. 

  

                        Com a descontinuidade do seu plano de saúde da FUSP, 

chegou  a  hora  de  MIGRAR  O  SEU  PLANO  PARA  A  MODALIDADE 

COLETIVO POR ADESÃO, que segue a Resolução  Normativa 195 da ANS 

e oferece ainda maior segurança pra você. 

  

               A  Qualicorp  e  a  FUSP  firmaram  uma  parceria  para 

administrar  o  seu  plano.  Basta  entrar  em  contato  conosco  pelos 

telefones  (11)  3550­5150  /3550­5151  ou  pelo  e­mail 

[email protected]  e  aceitar  a  migração  para 

continuar protegido pela Bradesco Saúde, com as mesmas condições 

de carências, coberturas e rede credenciada. 

  

                        O percentual de coparticipação será REDUZIDO de 30% 

para 20%.  Somos  líderes de mercado,  com 2,5 milhões de  clientes. 

Nossa função é esclarecer suas dúvidas sempre e, na hora do reajuste, 

negociar  o  menor  aumento  possível  com  a  Operadora,  sem 

comprometer a qualidade do seu plano. 

  

 

Diante de inúmeros questionamentos, incertezas e inseguranças 

que chegaram ao conhecimento da requerente, inclusive sobre a compulsoriedade na 

adesão a uma associação então desconhecida para viabilizar o contrato, a mesma oficiou 

a FUSP de imediato, em 17 de maio, para esclarecimentos iniciais (Doc. 06), entre eles 

solicitando esclarecimentos sobre o novo papel da FUSP no modelo do novo contrato: 

 

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A resposta recebida pela entidade ora requerente  foi genérica 

(Doc. 07): 

  

 

 

 

 

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Assim  sendo,  novo  ofício  foi  expedido  pela  requerente  com 

questões mais objetivas, dadas as informações desencontradas, em especial quanto a 

adesão dos aposentados (Doc. 08): 

 

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Tal  ofício  não  foi  respondido  até  o  momento.  Além  desse 

questionamento, outros muito pertinentes, da parte dos segurados, foram levantados, 

consoante e­mails anexados, a fim de que se esclarecessem as dúvidas necessárias para 

a  lisura  dessa mudança  (Doc.  09).  Isso  porque  não  restou  claro  em  que  sentido  o 

contrato anterior não se amoldava às exigências da Agência Nacional de Saúde (ANS), 

ou se seria imprescindível a migração, consoante argumentavam os requeridos. 

 

Também não restou clara a compulsoriedade à adesão de uma 

associação que não parece servir a mais nada para além de interesses da Qualicorp, não 

podendo a FUSP permanecer como administradora. Tampouco pareceu verdadeiro que 

essa mudança não geraria custos adicionais ao segurado, pois, para além do custo de 

adesão à essa associação, as condições do plano de saúde não seriam as mesmas que as 

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atuais e, tampouco, o prazo exíguo para migração, praticamente coagindo os segurados 

sob pena de desproteção contratual. 

 

Ainda, conquanto a Qualicorp informe que não haverá prejuízo 

financeiro, eis que os planos de saúde ofertados estariam em  igualdade de condições 

com  os  planos  atualmente  oferecidos,  a  mesma  empresa  aponta  como  valores 

oferecidos em categoria inferior ao dos atuais planos contratados, e não em igualdade 

de condições.  

 

Ademais,  conforme  aponta  o  gráfico  abaixo,  os  índices  de 

reajuste do plano de saúde vigente divergem significativamente daqueles oferecido pela 

Bradesco  Saúde na modalidade  coletiva por  adesão, o que  revela que o modelo de 

reajustes aplicados aos novos contratos em absoluto corresponde ao dos atuais planos, 

o que por si só revela a discrepância entre os atuais direitos e o que implicará a nova 

adesão (Doc. 10).  

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Com esses dados, evidencia­se que FUSP, Qualicorp e Bradesco 

Saúde faltam com a verdade a fim de assegurar um modelo de negócio que prejudica o 

substituído, à medida que não se trata de mera migração da apólice, mas de adesão a 

um novo contrato com condições não equiparadas. 

 

Vale dizer que o novo  contrato obriga o  segurado  a  fornecer 

novas informações sobre questões de saúde preexistentes, o que demonstra se tratar 

verdadeiramente de um novo contrato e não da sucessão do contrato antigo, deixando­

os vulneráveis quanto aos direitos preexistentes, já que sua adesão pode ser recusada 

se constatada a doença preexistente, ou alterada suas condições de carência, gerando 

muita preocupação e ansiedade a todos, em especial aqueles    já em  idade avançada, 

com dificuldade de serem aceitos em outros planos de saúde. 

 

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Ainda,  há  informação  de  restrição  de  dependentes  que, 

conforme  consta  em  anúncios não  devidamente  esclarecidos, não poderão  aderir o 

novo contrato.  

 

No  mínimo,  falta  transparência  aos  requeridos,  coagindo  os 

substituídos a uma rápida adesão, em tempo exíguo para uma tomada de decisão tão 

importante, sob pena de perda da vital assistência médica, o que somente interessa `s 

Rés, em detrimento dos direitos conquistados pelos segurados.  

 

IV. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO 

 

Como  já narrado,  trata­se de  situação em que os  substituídos 

possuem contrato de plano de saúde individual com a Bradesco Saúde, intermediado e 

administrado  pela  FUSP,  sendo,  neste momento,  obrigados  a migrar  para  contrato 

coletivo por adesão com a QUALICORP. 

 

Nessa  linha,  a  Lei  dos  Planos  de  Saúde  (Lei  9.656/98), 

estabeleceu o expresso vínculo de subordinação, inclusive normativa, à ANS de qualquer 

modalidade de produto, serviço ou contrato vinculado a Plano Privado de Assistência à 

Saúde.  Significa  dizer  que  o  Plano  de  Saúde  em  debate  subordina­se  às  regras 

estabelecidas pela autarquia, devendo obedecer os prazos e  formatos  regulados por 

esta.  

 

Destaca­se que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) 

foi criada pela Medida Provisória 2012/99, posteriormente convertida na Lei 9.961/01. 

Constituída como autarquia sob o regime especial, vinculada ao Ministério da Saúde, 

para  atuar,  em  todo  o  território  nacional,  como  órgão  de  regulação,  normatização, 

controle e fiscalização das atividades que garantam a assistência suplementar à saúde.

 

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Nos termos do art. 3º da Lei 9.961/01 a “ANS terá por finalidade 

institucional promover a defesa do interesse público na assistência suplementar à saúde, 

regulando as operadoras setoriais, inclusive quanto às suas relações com prestadores e

consumidores, contribuindo para o desenvolvimento das ações de saúde no País”.  

 

A autarquia, por meio da Resolução Normativa 195/09, definiu 

que:  i)  o  plano  de  saúde  individual  ou  familiar  é  aquele  que  oferece  cobertura  da 

atenção prestada para a  livre adesão de beneficiários, pessoas naturais, com ou sem 

grupo familiar;  ii) o plano coletivo empresarial é delimitado à população vinculada à 

pessoa jurídica por relação empregatícia ou estatutária; e iii) o plano coletivo por adesão 

é  aquele  que  oferece  cobertura  à  população  que  mantenha  vínculo  com  pessoas 

jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial. Também de acordo com o art. 16, 

VII, da Lei 9.656/98, os planos de saúde podem ser contratados por meio de três regimes 

diferentes: individual/familiar; coletivo empresarial; ou coletivo por adesão.  

 

Referente  à  rescisão  contratual,  nos  termos  do  artigo  13, 

parágrafo  único,  inciso  I  da  Lei  9.656/98  o  plano  de  saúde  individual  não  pode  ser 

rescindido ou suspenso unilateralmente por parte da contratada. Já no que tange aos 

demais planos, são passíveis de rescisão diante de uma notificação, a qual está regulada 

pelo artigo 17, parágrafo único, da Resolução ANS 195/2009. 

 

IV.1.  RESCISÃO  CONTRATUAL  UNILATERAL  ­  INVIABILIDADE  ­  AUSÊNCIA  DE NOTIFICAÇÃO DAS PARTES ­ AUSÊNCIA DE INFORMAÇÕES ­ PRAZO DE SESSENTA DIAS NÃO OBEDECIDO 

 

De  acordo  com  o  já  referido,  no  dia  20  de maio,  a  própria 

Qualicorp  encaminhou e­mail  aos  segurados noticiando  a descontinuidade do plano 

anterior,  ou  seja,  a  Bradesco  Seguros  sequer  notificou  os  usuários  da  extinção 

contratual. Os beneficiários do plano foram informados da obrigatoriedade da migração 

em 20.05.2019,  com a garantia de permanência no plano até 30 de  junho de 2019, 

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notificação que se deu pela empresa que, em tese, administrará o novo plano de saúde 

dos docentes, qual seja, QUALICORP.  

 

Ocorre que a rescisão unilateral por parte da Bradesco Seguros 

é  inviável  pois  trata­se  de  plano  de  saúde  individual.  Nesse  sentido,  a  Lei  Federal 

9.656/98,  que  dispôs  sobre  os  planos  e  seguros  privados  de  assistência  à  saúde, 

estabeleceu, no artigo 13, parágrafo único, inciso II, a vedação da suspensão ou rescisão 

unilateral, salvo por não­pagamento da mensalidade por período superior a sessenta 

dias: 

Art. 13.  Os contratos de produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei têm renovação automática a partir do vencimento do prazo inicial de vigência, não cabendo a cobrança de taxas ou qualquer outro  valor  no  ato  da  renovação.  (Redação  dada  pela  Medida Provisória nº 2.177­44, de 2001) 

Parágrafo  único.    Os  produtos  de  que  trata  o  caput,  contratados 

individualmente,  terão vigência mínima de um ano, sendo vedadas: 

(Redação dada pela Medida Provisória nº 2.177­44, de 2001) 

I ­ a recontagem de carências; (Redação dada pela Medida Provisória 

nº 2.177­44, de 2001) 

II ­ a suspensão ou a rescisão unilateral do contrato, salvo por fraude 

ou não­pagamento da mensalidade por período superior a sessenta 

dias,  consecutivos  ou  não,  nos  últimos  doze meses  de  vigência  do 

contrato, desde que o consumidor seja comprovadamente notificado 

até  o  qüinquagésimo  dia  de  inadimplência;  e  (Redação  dada  pela 

Medida Provisória nº 2.177­44, de 2001) 

III  ­ a  suspensão ou a  rescisão unilateral do  contrato, em qualquer 

hipótese, durante a ocorrência de internação do titular. (Incluído pela 

Medida Provisória nº 2.177­44, de 2001) (grifo nosso) 

 

Nesse  ponto  de  vista,  colaciona­se  ementa  de  decisão  do 

Superior Tribunal de Justiça: 

 

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RECURSO  ESPECIAL.  CIVIL.  SAÚDE  SUPLEMENTAR.  NEGATIVA  DE 

PRESTAÇÃO  JURISDICIONAL.  NÃO  OCORRÊNCIA.  PLANO  DE  SAÚDE 

COLETIVO  EMPRESARIAL.  CATEGORIA.  MENOS  DE  TRINTA 

BENEFICIÁRIOS.  RESCISÃO  UNILATERAL  E  IMOTIVADA.  CLÁUSULA 

CONTRATUAL.  MITIGAÇÃO.  VULNERABILIDADE.  CONFIGURAÇÃO. 

CARACTERÍSTICAS  HÍBRIDAS.  PLANO  INDIVIDUAL  E  COLETIVO.  CDC. 

INCIDÊNCIA. MOTIVAÇÃO IDÔNEA. NECESSIDADE. REAJUSTES ANUAIS. 

MECANISMO  DO  AGRUPAMENTO  DE  CONTRATOS.  REAJUSTE  POR 

FAIXA  ETÁRIA.  IDOSO.  PERCENTUAL  ABUSIVO.  DEMONSTRAÇÃO. 

QUANTIAS  PAGAS  A  MAIOR.  DEVOLUÇÃO.  PRESCRIÇÃO  TRIENAL. 

OBSERVÂNCIA. 

1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do 

Código de Processo Civil de 1973 (Enunciados Administrativos nºs 2 e 

3/STJ). 

2. As questões controvertidas nestes autos são: se é válida a cláusula 

contratual que admite a rescisão unilateral e  imotivada do plano de 

saúde  coletivo  empresarial  que  contém  menos  de  30  (trinta) 

beneficiários e se a devolução das quantias de mensalidades pagas a 

maior deve se dar a partir de cada desembolso ou do ajuizamento da 

demanda. 

3.  É  vedada  a  suspensão  ou  a  rescisão  unilateral  nos  planos 

individuais  ou  familiares,  salvo  por motivo  de  fraude  ou  de  não 

pagamento da mensalidade por período superior a 60 (sessenta) dias 

(art.  13,  parágrafo  único,  II,  da  Lei  nº  9.656/1998).  Incidência  do 

princípio da conservação dos contratos. 

4. Nos contratos de planos privados de assistência à saúde coletivos, 

admite­se a rescisão unilateral e imotivada após a vigência do período 

de 12 (doze) meses e mediante prévia notificação da outra parte com 

antecedência mínima de 60  (sessenta) dias, desde que haja cláusula 

contratual a respeito (art. 17, caput e parágrafo único, da RN ANS nº 

195/2009). 

5. Os contratos grupais de assistência à saúde com menos de 30 (trinta) 

beneficiários possuem características híbridas, pois ostentam alguns 

comportamentos  dos  contratos  individuais  ou  familiares,  apesar  de 

serem  coletivos.  De  fato,  tais  avenças  com  número  pequeno  de 

usuários  contêm  atuária  similar  aos  planos  individuais,  já  que  há 

reduzida  diluição  do  risco,  além  de  possuírem  a  exigência  do 

cumprimento de carências. Em contrapartida, estão sujeitos à rescisão 

unilateral pela operadora e possuem reajustes livremente pactuados, 

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o que  lhes possibilita a comercialização no mercado por preços mais 

baixos e atraentes. 6. Diante da vulnerabilidade dos planos coletivos 

com  quantidade  inferior a  30  (trinta)  usuários,  cujos  estipulantes 

possuem pouco poder de negociação em relação à operadora, sendo 

maior  o  ônus  de mudança  para  outra  empresa  caso  as  condições 

oferecidas  não  sejam  satisfatórias,  e  para  dissipar  de  forma mais 

equilibrada o risco, a ANS editou a RN nº 309/2012, dispondo sobre o 

agrupamento desses contratos coletivos pela operadora para fins de 

cálculo  e  aplicação  de  reajuste  anual.  7. Os  contratos  coletivos  de 

plano de saúde com menos de 30 (trinta) beneficiários não podem ser 

transmudados  em  plano  familiar,  que  não  possui  a  figura  do 

estipulante e cuja contratação é individual. A precificação entre eles é 

diversa, não podendo o CDC ser usado para desnaturar a contratação. 

(...)  (REsp 1553013/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, 

TERCEIRA TURMA, julgado em 13/03/2018, DJe 20/03/2018) destaque 

nosso. 

E, ainda que se tratasse de rescisão pelas hipóteses autorizadas 

em  Lei, determina  a  Súmula Normativa  nº  28, de  30  de  novembro  de  20157  que  a 

notificação ao consumidor deve se dar de modo específico, senão, vejamos: 

1.       Para fins do cumprimento do disposto no  inciso  II do parágrafo 

único  do  artigo  13  da  lei  nº  9.656,  de  1998,  considera­se  que  a 

notificação  atende  o  seu  escopo  quando  estão  contempladas  as 

seguintes informações: 

1.1       a  identificação da operadora de plano de assistência à saúde, 

contendo nome, endereço e número de inscrição no Cadastro Nacional 

de Pessoas Jurídicas; 

1.2    a identificação do consumidor; 

1.3        a  identificação  do  plano  privado  de  assistência  à  saúde 

contratado; 

1.4    o valor exato e atualizado do débito; 

1.5    o período de atraso com indicação das competências em aberto 

e  do  número  de  dias  de  inadimplemento  absoluto  ou  relativo 

constatados na data de emissão da notificação;  

1.6    a forma e prazo para regularização da situação do consumidor, 

indicando meio de contato para o esclarecimento de dúvidas; e 

                                                           7 

http://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&id=MzEzO

A== 

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1.7    a rescisão ou suspensão unilateral do contrato em caso de não 

regularização da situação do consumidor. 

2.    Outras informações opcionais e complementares – baseadas em 

fatos verídicos; que não se apresentem em número excessivo ou em 

linguagem  técnica  e  complexa  que  confunda  o  consumidor  ou 

desvirtue o escopo da notificação; bem como que não denotem um 

tom  de  constrangimento  ou  ameaçador    –  são  admissíveis  na 

notificação, tais como, as possibilidades de  inscrição do devedor em 

cadastros restritivos de crédito, de cobrança da dívida e de exposição 

do  consumidor  inadimplente  a  novas  contagens  de  carência  e  de 

cobertura parcial temporária. 

3.    No caso de notificação por via postal com aviso de recebimento, 

entregue  no  endereço do  consumidor  contratante,  presume­se,  até 

prova em contrário, que o consumidor contratante foi notificado, não 

sendo necessária sua assinatura no aviso de recebimento. 

3.1.       No caso da notificação ser efetivada pelos meios próprios da 

operadora,  através  de  seus  prepostos,  a  entrega  deverá  se  dar  em 

mãos próprias do consumidor contratante titular, sendo imprescindível 

sua assinatura no comprovante de recebimento. 

4.    Para fins do cumprimento da Lei nº 9656, de 1998, considera­se 

que a notificação por edital, publicada em jornal de grande circulação 

do  local  do  último  domicílio  conhecido,  atende  ao  seu  art.  13, 

parágrafo único,  inciso  II, quando o consumidor não é  localizado no 

endereço conferido à operadora. 

(...) 

 

Ora, é patente que a rescisão contratual debatida está eivada de 

irregularidades, porquanto  ilegal, devendo ser suspensa  imediatamente. Mormente a 

ilegalidade da rescisão, não ocorreu a notificação dos usuários por parte da operadora 

do Plano de Saúde, Bradesco Seguros, somente por parte da nova administradora deste. 

E, ainda que seja considerada esta notificação, deixou de seguir todos os parâmetros 

acima elencados, a  fim de  informar corretamente o consumidor  sobre os  termos da 

rescisão e as diretrizes da nova contratação. 

 

Ademais, ainda que fosse considerada legal a rescisão contratual 

por  parte  da  operadora,  e  ainda  que  fosse  válida  a notificação  realizada,  a Agência 

Nacional  de  Saúde  exige  que  esta  prévia  notificação  aos  beneficiários  ocorra  com 

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antecedência mínima de sessenta dias, com o esclarecimento das condições em que a 

rescisão está se dando. Esta determinação encontra previsão no artigo 17, parágrafo 

único, da Resolução ANS 195/2009: 

Art.  17  As  condições  de  rescisão  do  contrato  ou  de  suspensão  de cobertura, nos planos privados de assistência à  saúde  coletivos por adesão ou empresarial, devem também constar do contrato celebrado entre as partes.  

Parágrafo  único.  Os  contratos  de  planos  privados  de  assistência  à saúde  coletivos  por  adesão  ou  empresarial  somente  poderão  ser rescindidos imotivadamente após a vigência do período de doze meses e  mediante  prévia  notificação  da  outra  parte  com  antecedência mínima de sessenta dias. 

 

Não  se  pode  dispensar  a  prévia  ciência  dos  contratantes  da 

rescisão, e em prazo que mais  lhes aproveita, conforme estabelecido pela autarquia 

reguladora, sob o risco de graves danos aos usuários, deixando­os desassistidos. 

 

No caso, conforme relatado, a Bradesco Seguros sequer realizou 

a notificação da requerente. A comunicação da obrigatoriedade de migração do plano 

se deu em 16.05.2019, pela futura administradora, QUALICORP, sem informar qualquer 

tipo de prazo e condições, ou seja, em total descumprimento às determinações expostas 

na  Lei  Federal  9.656/98,  Súmula  Normativa  nº  28,  de  30  de  novembro  de  2015  e 

Resolução n. 195/2009 da ANS. 

 

Ora,  sem  a  observação  destas  formalidades,  deve  ser 

considerado sem efeito o cancelamento do Plano, porquanto eivado de irregularidades. 

 

No que  tange  ao prazo  estabelecido pelo  artigo  17  da  citada 

Resolução, ainda, cumpre ressaltar que a necessidade de sua observância é pacífica no 

âmbito do Superior Tribunal de Justiça, conforme ementa de decisão: 

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CIVIL. PLANO DE  SAÚDE  COLETIVO.  RESCISÃO UNILATERAL.  POSSIBILIDADE. NOTIFICAÇÃO PRÉVIA. PRAZO. 

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1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do Código de Processo Civil de 2015 (Enunciados Administrativos nºs 2 e 3/STJ). 

2. Os  contratos de planos privados de assistência à  saúde  coletivos podem ser rescindidos imotivadamente após a vigência do período de 12  (doze) meses e mediante prévia notificação da outra parte com antecedência mínima de 60 (sessenta) dias (art. 17, parágrafo único, da RN nº 195/2009 da ANS). A vedação de suspensão e de rescisão unilateral prevista no art. 13, parágrafo único, II, da Lei nº 9.656/1998 aplica­se somente aos contratos individuais ou familiares. 

3. Agravo interno não provido. 

(AgInt  no  REsp  1692039/SP,  Rel.  Ministro  RICARDO  VILLAS  BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 29/10/2018, DJe 08/11/2018) 

 

Deste modo,  considerando­se a vedação à  rescisão  contratual 

unilateral  por  tratar­se  de  plano  de  saúde  individual,  ou,  subsidiariamente, 

considerando que a notificação realizada não cumpriu o determinado pelo artigo 17 da 

Resolução n.  195/2009 da ANS, devem  ser mantidos  os  atuais  contratos  individuais 

entabulados pelos requerentes com a BRADESCO SEGUROS. 

 

IV.2.  DAS  PRÁTICAS  ABUSIVAS  ­  APLICABILIDADE  DO  CÓDIGO  DE  DEFESA  DO CONSUMIDOR ­  PRINCÍPIO DA BOA­FÉ CONTRATUAL 

 

Nos  termos da  Súmula 608 editada pelo  Superior Tribunal de 

Justiça, aplica­se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde, 

salvo os administrados por entidades de autogestão. 

Destarte, da ótica do diploma consumerista, denota­se que são 

perfeitamente  identificáveis os sujeitos ativos e passivo, obrigatoriamente constantes 

dessa  relação:  consumidores  (substituídos)  e  fornecedor  (ré).  Os  conceitos  de 

consumidor  e  fornecedor  encontram­se  redigidos  nos  artigos  2°  e  3°  do  Código 

Consumerista, os quais se traz à colação: 

Art. 2º. Consumidor é toda pessoa  física ou  jurídica que adquire ou 

utiliza produtos ou serviço como destinatário final. (destacou­se) 

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Art. 3º. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada 

nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que 

desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, 

transformação,  importação,  exportação,  distribuição  ou 

comercialização de produtos ou prestação de serviços. 

[...] 

§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, 

mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, 

de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter 

trabalhista. 

 

Assim  sendo,  já  no  art.  4º,  inciso  I,  do  Código  Consumerista 

encontram­se óbices às práticas desmedidas da parte ré, senão vejamos: 

Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo 

o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua 

dignidade,  saúde  e  segurança,  a  proteção  de  seus  interesses 

econômicos,  a  melhoria  da  sua  qualidade  de  vida,  bem  como  a 

transparência  e harmonia  das  relações de  consumo, atendidos os 

seguintes princípios: 

I ­ reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de 

consumo; (destacamos) 

 

Ao impor ao consumidor a migração de Plano sem lhe informar 

condições,  comunicando  somente  uma  data  limite  para  a  migração,  sob  pena  de 

caducidade,  descobertura  e  desproteção  do  contrato  anterior,  aproveita­se  a 

administradora da ignorância do beneficiário em proveito próprio. Tal ato oportuniza à 

seguradora a  imposição de quaisquer cláusulas contratuais, ainda que extremamente 

desfavoráveis ao contratante, o que é vedado pelo Código de Defesa do Consumidor, 

conforme artigo 39:  

 

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras 

práticas abusivas: (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994) 

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I  ­  condicionar  o  fornecimento  de  produto  ou  de  serviço  ao 

fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, 

a limites quantitativos; 

II  ­  recusar  atendimento  às  demandas  dos  consumidores,  na  exata 

medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade 

com os usos e costumes; 

III ­ enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer 

produto, ou fornecer qualquer serviço; 

IV  ­ prevalecer­se da fraqueza ou  ignorância do consumidor, tendo 

em vista  sua  idade,  saúde,  conhecimento ou  condição  social, para 

impingir­lhe seus produtos ou serviços; 

V ­ exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva; 

VI  ­  executar  serviços  sem  a  prévia  elaboração  de  orçamento  e 

autorização expressa do  consumidor,  ressalvadas as decorrentes de 

práticas anteriores entre as partes; 

VII ­ repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo 

consumidor no exercício de seus direitos; 

VIII ­ colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em 

desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes 

ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de 

Normas  Técnicas  ou  outra  entidade  credenciada  pelo  Conselho 

Nacional  de  Metrologia,  Normalização  e  Qualidade  Industrial 

(Conmetro); 

IX ­ recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a 

quem  se  disponha  a  adquiri­los  mediante  pronto  pagamento, 

ressalvados  os  casos  de  intermediação  regulados  em  leis  especiais;                  

(Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994) 

X  ­  elevar  sem  justa  causa  o  preço  de  produtos  ou  serviços.                

(Incluído pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994) 

XI  ­    Dispositivo    incluído  pela MPV    nº  1.890­67,  de  22.10.1999, 

transformado em inciso  XIII, quando da conversão na Lei nº 9.870, de 

23.11.1999 

XII ­ deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou 

deixar  a  fixação  de  seu  termo  inicial  a  seu  exclusivo  critério.              

(Incluído pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995) 

XIII  ­  aplicar  fórmula  ou  índice  de  reajuste  diverso  do  legal  ou 

contratualmente estabelecido.                  (Incluído pela Lei nº 9.870, de 

23.11.1999) 

XIV  ­  permitir  o  ingresso  em  estabelecimentos  comerciais  ou  de 

serviços  de  um  número maior  de  consumidores  que  o  fixado  pela 

autoridade administrativa como máximo.                   (Incluído pela Lei 

nº 13.425, de 2017) 

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Parágrafo  único. Os  serviços  prestados  e  os  produtos  remetidos  ou 

entregues  ao  consumidor,  na  hipótese  prevista  no  inciso  III, 

equiparam­se  às  amostras  grátis,  inexistindo  obrigação  de 

pagamento. 

Ademais,  diante  do  disposto  no  artigo  51  do  CDC,  é  possível 

arguir  a  nulidade  da  rescisão  contratual  imposta,  pois  visivelmente  o  consumidor 

encontra­se em desvantagem perante a Bradesco Seguros e a Qualicorp: 

Art.  51.  São  nulas  de  pleno  direito,  entre  outras,  as  cláusulas 

contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: 

I  ­  impossibilitem,  exonerem  ou  atenuem  a  responsabilidade  do 

fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou 

impliquem  renúncia  ou  disposição  de  direitos.  Nas  relações  de 

consumo  entre  o  fornecedor  e  o  consumidor  pessoa  jurídica,  a 

indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis; 

II ­ subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, 

nos casos previstos neste código; 

III ­ transfiram responsabilidades a terceiros; 

IV  ­  estabeleçam  obrigações  consideradas  iníquas,  abusivas,  que 

coloquem  o  consumidor  em  desvantagem  exagerada,  ou  sejam 

incompatíveis com a boa­fé ou a eqüidade; 

V ­ (Vetado); 

VI  ­  estabeleçam  inversão  do  ônus  da  prova  em  prejuízo  do 

consumidor; 

VII ­ determinem a utilização compulsória de arbitragem; 

VIII ­ imponham representante para concluir ou realizar outro negócio 

jurídico pelo consumidor; 

IX  ­ deixem ao  fornecedor a opção de  concluir ou não o  contrato, 

embora obrigando o consumidor; 

X  ­  permitam  ao  fornecedor,  direta  ou  indiretamente,  variação  do 

preço de maneira unilateral; 

XI ­ autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem 

que igual direito seja conferido ao consumidor; 

XII ­ obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua 

obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor; 

XIII ­ autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo 

ou a qualidade do contrato, após sua celebração; 

XIV ­ infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais; 

XV ­ estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor; 

XVI ­ possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias 

necessárias. 

§ 1º Presume­se exagerada, entre outros casos, a vantagem que: 

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I  ­  ofende  os  princípios  fundamentais  do  sistema  jurídico  a  que 

pertence; 

II ­ restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza 

do  contrato,  de  tal  modo  a  ameaçar  seu  objeto  ou  equilíbrio 

contratual; 

III  ­  se  mostra  excessivamente  onerosa  para  o  consumidor, 

considerando­se a natureza e conteúdo do contrato, o  interesse das 

partes e outras circunstâncias peculiares ao caso. 

§  2° A nulidade de uma  cláusula  contratual abusiva não  invalida o 

contrato,  exceto  quando  de  sua  ausência,  apesar  dos  esforços  de 

integração, decorrer ônus excessivo a qualquer das partes. 

§ 3° (Vetado). 

§ 4° É facultado a qualquer consumidor ou entidade que o represente 

requerer ao Ministério Público que ajuíze a competente ação para ser 

declarada a nulidade de cláusula contratual que contrarie o disposto 

neste  código  ou  de  qualquer  forma  não  assegure  o  justo  equilíbrio 

entre direitos e obrigações das partes. 

Por fim, salienta­se que, além das regras dispostas no diploma 

consumerista,  é  da  teoria  geral  dos  contratos  o  dever mútuo  de  observância  dos 

princípios de probidade e boa­fé na conclusão e na execução do vínculo contratual, nos 

termos  do  disposto  no  art.  422,  do  Código  Civil.  Nas  palavra  de  Arnaldo  Rizzardo 

(Contratos, Rio de Janeiro: Forense, 2010. pp. 32­33):  

as partes são obrigadas a dirigir a manifestação da vontade dentro dos interesses  que  as  levaram  a  se  aproximarem,  de  forma  clara  e autêntica, sem o uso de subterfúgios ou intenções outras que as não expressas  no  instrumento  formalizado.  A  segurança  das  relações jurídicas depende, em grande parte, da probidade e da boa fé, isto é, da  lealdade, da  confiança  recíproca, da  justiça, da equivalência das prestações  e  contraprestações,  da  coerência  e  clarividência  dos direitos e deveres.  

 

Diante  do  exposto,  a  operadora  tem  o  dever  de  seguir  com 

transparência e prestar informações claras e objetivas aos usuários do plano de saúde. 

Não o fazendo, torna­se anulável a rescisão contratual, de modo que deve ser suspensa 

a migração dos planos, tornando­a sem efeito, com a garantia da validade dos atuais 

contratos  individuais,  sem  prejuízo  da  prestação  de  todos  os  serviços  médicos  e 

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prestação de  serviços e  fornecimento de eventuais e correlatos materiais garantidos 

pelos contratos. 

A chamada migração ao novo plano de saúde já induz, de pronto, 

em erro o consumidor, pois se  trata verdadeiramente de adesão a novo contrato na 

modalidade coletiva por adesão, perdendo­se os direitos do contrato antigo.    

 

V. DA TUTELA DE URGÊNCIA 

 

Com  efeito,  a  fumaça  do  bom  direito  se  faz  presente,  à 

saciedade,  nos  inúmeros  dispositivos  legais  ora  invocados,  praticamente  todos  de 

ordem pública, coletiva e de interesse social. Aliás, mais do que a perfeita subsunção do 

fato à norma e do que a natureza dos inúmeros dispositivos legais violados, a fumaça do 

bom direito exsurge aquilatada da própria notoriedade que emerge do sentimento de 

indignação geral que  recai  sobre a migração  compulsória do  seguro de  saúde, e em 

prazo absolutamente exíguo. 

 

Já  o  perigo  na  demora  justifica­se  pelo  conteúdo  das  cartas 

enviadas aos substituídos EM 16 E 20 DE MAIO, de que se não houver migração para o 

plano apontado, o segurado passará a ficar desassistido a partir de 01/JULHO/2019. A 

urgência do  caso  atinge proporções  alarmantes na medida  em que os mesmos não 

optarem ou não puderem promover o pagamento com os reajustes poderão ter seus 

contratos cancelados, ou se tornarão inadimplentes, o que implicará na suspensão do 

atendimento de eventos cobertos pelo seguro contratado. 

 

Diante disso, muitos dos substituídos estão SE SUBMETENDO À 

NOVA MIGRAÇÃO, mesmo desconhecendo as suas opções, e mesmo diante da eventual 

lesividade desses novos contratos frente à situação adquirida anteriormente, sem forma 

de mensurar de imediato o prejuízo futuro.  

 

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Dessa  forma,  patente  o  receio  de  prejuízos  inestimáveis  aos 

substituídos, o que não se pode descartar,  inclusive, que, em casos extremos, dada a 

natureza do direito atinente ao objeto do contrato, o bem maior do ser humano (vida e 

saúde)  pode  vir  a  perecer  na  indesejada  hipótese  de  falta  de  pronto  e  satisfatório 

atendimento. 

 

Nessa quadra, mister que  este  Juízo  conceda medida  liminar, 

para efeito de, para que sejam mantidos os atuais contratos individuais, suspendendo a 

migração do planos de saúde até que todos documentos sejam trazidos aos autos e as 

indefinições  sejam esclarecidas, a  fim de que os direitos dos atuais  segurados  sejam 

resguardados.  

 

No  que  tange  à  providência  cautelar  afeta  à  exibição  de 

documentos, o perigo na demora  reside no  fato de que a ausência de  tais contratos 

inviabilizará o eventual pleito de declaração de nulidade da descontinuidade da apólice 

a ser dirigido ao Judiciário, prejudicando, inclusive, a elaboração da causa de pedir e dos 

pedidos de uma futura ação principal. 

 

Por  esse  motivo,  inexorável  a  necessidade  de  provimento 

liminar, de modo que as Rés sejam compelidas a exibir em juízo, no prazo de até 10 (dez) 

dias, os exemplares de cada um dos tipos de contratos individuais de planos de saúde 

firmados antes do início de vigência da Lei 9.656/98, e posteriormente, à mudança legal, 

assim como a proposta de migração dos atuais planos. 

 

Que  sejam  definitivamente  esclarecidas  e  documentadas  a 

escolha da SASPB, o papel da FUSP no novo contrato, a  inadequação da FUSP  junto a 

ANS, a possibilidade e condições de migração de aposentados e dependentes para o 

novo contrato, nos mesmos atuais moldes, e a manutenção dos  índices de  reajustes 

também nos moldes do atual contrato. 

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 Inegável, portanto, a presença dos requisitos autorizadores para 

a concessão da liminar, notadamente ante a situação vulnerável em que se encontra o 

segurado FUSP/Bradesco, por ter que migrar para outro plano de saúde, em prejuízo da 

continuidade do plano anterior, no que toca muitos dos seus direitos assegurados.  

 

Sem  a  rápida  e  efetiva  intervenção  do  Judiciário,  tal  prática 

lesará financeiramente a toda essa carteira de segurados, e colocará em risco a saúde e 

a vida de muitos. 

 

VI. DOS PEDIDOS 

Por todo o exposto, requer­se seja deferida a liminar, inaudita altera pars, 

determinando­se: 

a) seja  suspensa  a  migração  dos  planos,  tornando­a  sem  efeito,  e 

garantindo  a  validade  dos  atuais  contratos  individuais,  sem  prejuízo  da 

prestação  de  todos  os  serviços  médicos  e  prestação  de  serviços  e 

fornecimento  de  eventuais  e  correlatos  materiais  garantidos  pelos 

contratos;  

b) seja  concedida  a  produção  antecipada  de  prova,  com  o  intuito  de 

promover ação  civil pública ante a potencial  lesividade aos  segurados na 

modalidade coletivo por adesão, trazendo aos autos todos os documentos 

relativos a apólice vigente e da nova proposta; 

c) se  abstenham  as  Rés  de  promover  a  rescisão  dos  contratos  com  os 

consumidores que migraram de apólice ou que se recusarem a migrar;  

d) as Rés informem aos segurados, no prazo de até 5 dias contados da data 

de  intimação da decisão, de maneira clara, adequada e  inconfundível aos 

consumidores, a manutenção dos contratos; 

e) seja  imposto às Rés a multa diária na hipótese de descumprimento de 

cada  uma  das  obrigações  impostas  na  decisão  liminar,  sem  prejuízo  da 

responsabilização  criminal  na  hipótese  de  desobediência  em  face  dos 

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provimentos mandamentais. 

 

Isto  posto,  requer­se  a  procedência  integral  dos  pedidos  ora  deduzidos, 

inclusive para tornar definitivas as medidas deferidas em sede de liminar, e sejam as Rés 

citadas  para,  querendo,  apresentarem  contestação  no  prazo  legal,  sob  pena  de 

reputarem­se verdadeiros os fatos alegados na inicial; 

 

Protesta­se pela produção de  todas as provas admitidas em direito, bem 

como a  inversão do  respectivo ônus, a  teor do art. 6º, VIII, do Código de Defesa do 

Consumidor,  em  razão  da  verossimilhança  das  alegações  e  da  inequívoca 

hipossuficiência dos consumidores frente ao caso concreto 

 

Requer­se, a intimação pessoal do Órgão do Ministério Público de todos os 

atos processuais, e seja oficiada a ANS dos fatos aqui em debate para as providências 

cabíveis.  

 

Requer­se a condenação das Rés ao pagamento das despesas processuais e 

verbas da sucumbência. 

 

Por fim, requer­se que todas as  intimações sejam feitas em nome de Lara 

Lorena Ferreira, com escritório à R. Turiassú, 127, cj. 42/43 – Perdizes ­ São Paulo/S.P, 

[email protected], tel. (11) 3868­2729. 

 

Atribui­se à causa o valor de R$ 67.000,00 (sessenta e sete mil reais) para 

efeitos de alçada. 

 

Termos em que pede deferimento. 

São Paulo, 27 de maio de 2019. 

 

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R.Turiassú,127,cj.42–Perdizes–SãoPaulo/S.P–CEP05005­001–tel(11)3868­2729–fax(11)3564­6653–email:[email protected] 

Lara Lorena Ferreira OAB/SP 138.099 

  

Luísa Stopassola OAB/RS 95.280 

  

Paula Nocchi Martins OAB/SP 415.137