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GABARITO EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO PARA RECUPERAÇÃO FINAL ELIS 3ª Série EM PONTUAÇÃO Nome: Memórias de um Sargento de Milícias 1- Resuma o enredo de Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida. Em síntese, o enredo de Memórias de um Sargento de Milícias, tece muitas peripécias e intrigas vividas, sobretudo ao personagem Leonardo (filho) e a outros personagens ligados a ele. A obra é dividida em duas partes: a primeira com vinte e três capítulos e a segunda com vinte e cinco. Leonardo é filho de dois imigrantes portugueses, a esperta Maria da Hortaliça e de (supostamente) Leonardo, “algibebe” em Lisboa e depois meirinho no Rio do tempo do Rei D. João VI. O livro narra o nascimento do “herói”, sua infância de endiabrado, suas desditas de filho abandonado, mas amparado pelos padrinhos (a parteira e um barbeiro), relata também sua juventude de valdevinos, seus amores com a ingênua Luisinha e depois dengosa mulatinha Vidinha, suas malandrices com o truculento Major Vidigal – chefe de polícia, sua prisão pelo major, seu engajamento, por punição, no corpo de tropa do mesmo major. E, finalmente, porque os fados acabaram por lhe ser propícios e não lhe faltou a proteção da madrinha, tudo tem “conclusão feliz”: promoção a sargento de milícias e casamento com Luisinha. 2- Selecione dois dentre os seguintes personagens e comente sua presença na obra Memórias de um Sargento de Milícias de ManuelAntônio de Almeida: 2,0 a) Leonardo-Pataca: depois que conseguiu chegar a meirinho, o que lhe garante uma vida de ócio, Leonardo-Pataca é apresentado como o infeliz que é perseguido sempre pela má sorte na vida pessoal, má sorte que, na verdade, é resultado da pouca inteligência e doexcesso de sentimentalismo amoroso. Mas a velhice o acalma e, afinal, encontra a paz ao lado de Chiquinha. b) A comadre: Como parteira, a comadre faz uso da influência e das informações que obtém no exercício de sua profissão para organizar o mundo segundo interesses. Nem sempre é bem-sucedida, mas a sorte a favorece e consegue ver o afilhado bem casado e na posição de sargento de milícias. c) Vidinha: A 'mulatinha foi a paixão de Leonardo após o casamento de Luisinha com José Manuel. É irmã de Tomás da Sé, companheiro de diabruras de Leonardinho na infância, mas que fica um tempo sem se encontrar. Ela é muitobonita e animada, toca viola e canta modinhas. Cativa Leonardo, que vive em sua casa por algum tempo. d) D. Maria: doida por uma demanda judicial, ganha a guarda de Luisinha, quando ela perde os pais. Arranja um mau marido por ser enganada por este (José Manuel). e) José Manuel:um mau caráter, um caçador de dotes salafrário e calculista, casa-se com Luisinha por dinheiro e morre. 3- a) Quem dá unidade, na obra, a essa sequência de relatos aparentemente soltos? Quem tece a unidade da obra é Leonardo (filho), já que Todos os episódios relacionam-se de alguma forma com ele. b) Um bom exemplo da centralidade de Leonardo é a observação de todos os outros personagens. Todos são apresentados em relação ao anti-herói e entram na história para ajudá-lo ou atrapalhá-lo.

Exercicio de Fixacao PF Lit_3 Serie EM Gabarito

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GABARITO EXERCÍCIO DE FIXAÇÃOPARA RECUPERAÇÃO FINAL

ELIS 3ª Série

EM

PONTUAÇÃO

Nome:

Memórias de um Sargento de Milícias 1- Resuma o enredo de Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida.

Em síntese, o enredo de Memórias de um Sargento de Milícias, tece muitas peripécias e intrigas vividas, sobretudo ao personagem Leonardo (filho) e a outros personagens ligados a ele. A obra é dividida em duas partes: a primeira com vinte e três capítulos e a segunda com vinte e cinco. Leonardo é filho de dois imigrantes portugueses, a esperta Maria da Hortaliça e de (supostamente) Leonardo, “algibebe” em Lisboa e depois meirinho no Rio do tempo do Rei D. João VI. O livro narra o nascimento do “herói”, sua infância de endiabrado, suas desditas de filho abandonado, mas amparado pelos padrinhos (a parteira e um barbeiro), relata também sua juventude de valdevinos, seus amores com a ingênua Luisinha e depois dengosa mulatinha Vidinha, suas malandrices com o truculento Major Vidigal – chefe de polícia, sua prisão pelo major, seu engajamento, por punição, no corpo de tropa do mesmo major. E, finalmente, porque os fados acabaram por lhe ser propícios e não lhe faltou a proteção da madrinha, tudo tem “conclusão feliz”: promoção a sargento de milícias e casamento com Luisinha.

2- Selecione dois dentre os seguintes personagens e comente sua presença na obra Memórias de um Sargento de Milícias de ManuelAntônio de Almeida: 2,0a) Leonardo-Pataca: depois que conseguiu chegar a meirinho, o que lhe garante uma vida de ócio, Leonardo-Pataca é apresentado como o infeliz que é perseguido sempre pela má sorte na vida pessoal, má sorte que, na verdade, é resultado da pouca inteligência e doexcesso de sentimentalismo amoroso. Mas a velhice o acalma e, afinal, encontra a paz ao lado de Chiquinha.b) A comadre: Como parteira, a comadre faz uso da influência e das informações que obtém no exercício de sua profissão para organizar o mundo segundo interesses. Nem sempre é bem-sucedida, mas a sorte a favorece e consegue ver o afilhado bem casado e na posição de sargento de milícias.c) Vidinha: A 'mulatinha foi a paixão de Leonardo após o casamento de Luisinha com José Manuel. É irmã de Tomás da Sé, companheiro de diabruras de Leonardinho na infância, mas que fica um tempo sem se encontrar. Ela é muitobonita e animada, toca viola e canta modinhas. Cativa Leonardo, que vive em sua casa por algum tempo. d) D. Maria: doida por uma demanda judicial, ganha a guarda de Luisinha, quando ela perde os pais. Arranja um mau marido por ser enganada por este (José Manuel).e) José Manuel:um mau caráter, um caçador de dotes salafrário e calculista, casa-se com Luisinha por dinheiro e morre.

3- a) Quem dá unidade, na obra, a essa sequência de relatos aparentemente soltos?Quem tece a unidade da obra é Leonardo (filho), já que Todos os episódios relacionam-se de alguma forma com ele. b) Um bom exemplo da centralidade de Leonardo é a observação de todos os outros personagens. Todos são apresentados em relação ao anti-herói e entram na história para ajudá-lo ou atrapalhá-lo.

4- (c)

5- (e) 

6- (c)

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7- CONTRARIA(M) as características mais significativas do romance “Memórias de um Sargento de Milícias” 01- Romance de costumes, que é retrato fiel da vida da coletividade urbana do Rio de Janeiro, na época de D. João VI.02- Narrativa de malandragem, já que Leonardo, personagem principal, encarna o tipo do malandro amoral que vive o presente, sem qualquer preocupação com o futuro.04- Livro picaresco similar aos romances de aventura, marcado por peripécias, maquinações e boa vontade da maioria dos personagens em relação ao anti-herói que alteraseu caráter ao longo da história.08- Obra considerada ruptura do estilo Romântico.16- Romance histórico que pretende narrar fatos de tonalidade heroica da vida brasileira, como os vividos pelo Major Vidigal, ambientados no tempo do rei.Somatório: 21

8- Indique a(s) que se adequa(m) à obra lida: 01- A personagem referida nesse trecho não é o protagonista do romance.02- O trecho faz referência ao sistema de favor, ao compadrismo, que integrava as relações sociais da época.04- A caracterização física de Leonardo Pataca obedece ao modelo do herói romântico.08- Tal personagem é um aliado incondicional do protagonista.16- Depois de inúmeras desilusões amorosas, Leonardo Pataca ‘acerta-se’ com Vidinha, filha de sua comadre. Somatório: 03

Capitães da Areia1- Os Capitães da Areia é um grupo de meninos de rua. O livro é dividido em três partes. Antes delas, no entanto, via uma sequência de reportagens e depoimentos, explicando que os Capitães da Areia é um grupo de menores abandonados e marginalizados, que aterrorizam Salvador.

Os únicos que se relacionam com eles são Padre José Pedro e uma mãe-de-santo, Don'Aninha. O Reformatório é um antro de crueldades, e a polícia os caça como adultos antes de se tornarem um.

A primeira parte em si, "Sob a lua, num velho trapiche abandonado" conta algumas histórias quase independentes sobre alguns dos principais Capitães da Areia (o grupo chegava a quase cem, morando num trapiche abandonado, mas tinha líderes). Pedro Bala, o líder; Volta Seca; Professor; Gato; Sem- Pernas; João Grande; e Pirulito, que tem grande fervor religioso. O apogeu da primeira parte é dividido em, quando os meninos se envolvem com um carrossel mambembe que chegou na cidade, e exercendo sua meninice; e quando a varíola ataca a cidade, matando um deles, mesmo com Padre José Pedro tentando ajudá-los e se indo contra a lei por isso.

A segunda parte, "Noite da Grande Paz, da Grande Paz dos teus olhos", surge uma história de amor quando a menina Dora torna-se a primeira "Capitã da Areia", e mesmo que inicialmente os garotos tentem tomá-la a força, ela se torna como mãe e irmã para todos. (O homossexualismo é comum no grupo, mesmo que em dado momento Pedro Bala tente impedi-lo de continuar, e todos eles costumam "derrubar negrinhas" na orla.) Professor e Pedro bala se apaixonam por ela, e Dora se apaixona por Pedro Bala. Quando Pedro e ela são capturados (ela em pouco tempo passa a roubar como um dos meninos), eles são muito castigados, respectivamente no Reformatório e no Orfanato. Quando escapam, muito enfraquecidos, se amam pela primeira vez na praia e ela morre, marcando o começo do fim para os principais membros do grupo.

"Canção da Bahia, Canção da Liberdade", a terceira parte, vai nos mostrando a desintegração dos líderes. Pedro Bala, cada vez mais fascinado com as histórias de seu pai sindicalista, vai se envolvendo com os doqueiros e finalmente os Capitães da Areia ajudam numa greve. Ele abandona a liderança do grupo, mas antes os transforma numa espécie de grupo de choque. Assim Pedro Bala deixa de ser o líder dos Capitães da Areia e se torna um líder revolucionário comunista.

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2-a)DORA – seus pais morreram, vítimas da varíola, quando tinha apenas 13 anos. É encontrada com seu irmão mais novo, Zé Fuinha, pelo Professor e por João Grande. Ao chegar ao trapiche abandonado, onde os garotos dormem, Dora quase é violentada, mas, tendo sido protegida por João Grande, o grupo a aceita, primeiro como a mãe de que todos careciam, depois como a valente mulher de Pedro Bala. b) PROFESSOR – intelectual do grupo, deu início às leituras depois de um assalto em que roubara alguns livros. Além de entreter os garotos, narrando as aventuras que lê, o Professor ajuda decisivamente Pedro Bala, aconselhando-o no planejamento dos assaltos. Torna-se artista plástico no Rio de Janeiro. c)GATO – é o galã dos Capitães da Areia. Bem-vestido, domina a arte da jogatina, trapaceando, com seu baralho marcado, todos os que se aventuram numa partida contra ele. Além dos furtos e do jogo, Gato consegue dinheiro como cafetão de uma prostituta chamada Dalva. No final, abandona eventualmente sua amante Dalva, e passa por ilhéus.d) SEM-PERNAS – deficiente físico, possui uma perna coxa. Preso e humilhado por policiais bêbados, que o obrigaram a correr em volta de uma mesa na delegacia até cair extenuado, Sem-Pernas conserva as marcas psicológicas desse episódio, que provocou nele um ódio irrefreável contra tudo e todos, incluindo os próprios integrantes do bando. Morre(suicídio, talvez) quando perseguido pela polícia.  e)Padre José Pedro: de origem humilde, só conseguiu entrar para o seminário por ter sido apadrinhado pelo dono do estabelecimento onde era operário. Discriminado por não possuir a cultura nem a erudição dos colegas, demonstra uma crença religiosa sincera. Por isso, assume a missão de levar conforto espiritual às crianças abandonadas da cidade, das quais os Capitães da Areia são o grande expoente.

3- (1,0) Acerca do comportamento do narrador no texto, identifique com V a(s) afirmativa(s) verdadeira(s) e com F, a(s) falsa(s): a) ( V) O inferno, segundo o frade, não estava reservado somente para aqueles que cometeram crimes com violência. [“Sua língua era atrapalhada e dela o inferno saía mais terrível ainda, as labaredas lambendo os corpos que foram lindos na terra e se entregaram ao amor, as mãos que foram ágeis e se entregaram ao furto, ao manejo do punhal e da navalha.”]b) (V) O inferno é visto pelo frade como um lugar onde os sofrimentos eram bem maiores que os vividos na terra.[“E no inferno havia martírios desconhecidos mesmo na polícia, mesmo no reformatório de menores.”] c) (F) O inferno, de acordo com o padre, destinava-se apenas àqueles que não seguiam a religião católica, acreditando em Xangô. [“O padre José Pedro dizia que aquilo (misturar religiões) era superstição, que era coisa errada, mas que a culpa não era deles.”]d) (F) Deus, na perspectiva do frade e do padre, era visto, antes de tudo, como justiceiro, castigador. [na perspectiva do frade, para o padre “Padre José Pedro lhe dissera que toda aquela beleza que caía envolvendo a terra e os homens era um presente de Deus e que era preciso agradecer a Deus.”]e) (F) Deus era um ser que despertava em Pirulito apenas um sentimento de medo.[“ e pede perdão a Deus tão bom”]

4- (1,0) Considerando a descrição do ambiente no fragmento “O sol deixava cair sobre as ruas uma claridade macia, que não queimava, mas cujo calor acariciava como a mão de uma mulher.” (linhas 1-2), identifique com V a(s) afirmativa(s) verdadeira(s) e com F, a(s) falsa(s):

a)(V ) O narrador utiliza elementos descritivos que envolvem sensações visual e táctil. [“claridade”= VISÃO “macia”= TATO]b)(V) A expressão “claridade macia” constitui uma sinestesia(figura de linguagem que mistura canais sensoriais), assinalando o cruzamento de uma sensação visual com uma táctil.

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c)(F) A linguagem é predominantemente denotativa(figurada), acentuando o realismo dos elementos narrativos. [LIRISMO]d)(F) A expressão “calor acariciava”, registrando a amenidade do sol de inverno, constitui uma hipérbole(exagero). [PROSOPOPEIA ou PERSONIFICAÇÃO]e) (V)A expressão “como a mão de uma mulher” é um recurso comparativo, associando o carinho do calor à suavidade feminina.

5- (1,0)No texto, o narrador revela o que se passa no íntimo das personagens. Essa onisciência narrativa é observada em alguns fragmentos. Faça o somatório:

01- “[...] e o menino ia despreocupado, [...] recordando que o padre José Pedro prometera tudo para lhe conseguir um lugar noseminário.” [Para dizer isso tem de conhecer pensamentos e sentimentos.]02-. “Padre José Pedro lhe dissera que toda aquela beleza que caía envolvendo a terra e os homens era um presente de Deus[...]” [Basta observar as ações da personagem.]04- “O padre José Pedro dizia que aquilo era superstição, que era coisa errada, [...]”[Basta observar as ações da personagem.]08- “Depois explicaram a Pirulito que Deus era a suprema bondade, a suprema justiça.” [Basta observar as ações da personagem.]16- “E Pirulito envolveuseuamor a Deus numa capa de temor a Deus e agora vivia entre os dois sentimentos.” [Para dizer isso tem de conhecer pensamentos e sentimentos.]Somatório:17

6- (1,0)Segundo o texto, Pirulito reconhecia a sua condição de pecador, no entanto:a)( ) não acreditava em inferno, pois isso não passava de superstição. [“Estariam todos condenados ao inferno?”]b)(X ) não se sentia realmente culpado, visto que era levado a seguir aquela vida de pecado. c)( ) sentia por Deus um grande amor, e isso era o bastante para salvá-lo. [“pede perdão a Deus tão bom (mas não tão justo também...)”]

d)( ) deveria ser perdoado por não seguir a religião dos negros africanos.[“ Mesmo porque eles não tinham culpa. A culpa era da vida...”]e)( ) desejava ser seminarista, para impedir a propagação de outras religiões. [“Padre José Pedro lhe dissera que toda aquela beleza que caía envolvendo a terra e os homens era um presente de Deus e que era preciso agradecer a Deus.”]

7-(1,0)Considerando o fragmento “ —Tá fazendo um dia lindo.” (linha 08), é correto afirmar:

a) ( ) A fala da personagem apresenta o mesmo nível de linguagem utilizado pelo narrador. {É coloquial/ narrador é formal}b) (X ) A fala da personagem apresenta-se em discurso direto, caracterizado pelo registro da linguagem informal. c) ( ) O uso da forma “Tá” é inadmissível em uma obra literária, que exige, obrigatoriamente, o nível formal dalinguagem. {A obra busca um realismo que também se dá pela forma de falar do povo.}d) ( ) O uso do discurso direto não tem nenhuma funcionalidade em um texto de natureza narrativa. {Na fala das personagens, está um traço de realismo que também se dá pela forma de falar do povo.}e) ( ) O registro da fala de uma personagem secundária compromete a verossimilhança da história narrada. {Dá verossimilhança/ caráter de verdade ao texto.}

‘Amar, verbo intransitivo ‘1- (1,0)Resuma o enredo de ‘Amar, verbo intransitivo ‘de Mário de Andrade. A história é sobre a iniciação sexual do protagonista, Carlos Alberto. Seu pai, Sousa Costa, preocupado em prepará-lo para a vida, contrata uma profissional para isso, Fräulein Elza dado o grande medo de Sousa Costa de que seu filho pudesse ser explorado pelas prostitutas. Oficialmente, ela entra no lar burguês de Higienópolis para ser governanta e ensinar alemão aos quatro filhos do casal Sousa Costa e D. Laura.

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Porém Sousa Costa havia descumpri o combinado quando contratara Fräulein: deixar claro para D. Laura qual era a função da professora. A mãe, alheia ao que estava acontecendo, estranhara o apego do filho à mestra e vai conversar com a alemã. Inconformada com a quebra do prometido, Elza força uma reunião entre ela e os pais, na qual tem como intenção deixar todo o acerto claro. O resultado é que tudo se complica. Fräulein decepciona-se com a maneira como os “latinos” tratam aquele assunto e os pais de Carlos não sabem exatamente o que fazer, ( se querem ou se não querem a governanta), torna-se mais apelativa. O contato corporal é mais intenso, o que assusta Carlos. Medo e desejo. Delicadamente Fräulein vence. Inicia, ainda que apenas sensualmente, Carlos. Mas em pouco tempo a iniciação sexual torna-se efetiva. O garoto passa a frequentar de noite a cama de Elza. Os dois acabam compartilhando uma cumplicidade, o que indica o amadurecimento de Carlos, todavia Fräulein acaba se envolvendo. Para complicar sua situação, uma das irmãs de Carlos fica doente. A governanta passa a cuidar dela. Tudo em sua mão funciona perfeitamente. A família Sousa Costa cria uma enorme dependência em relação à alemã. E ela começa a se sentir a mãe de todos. Aliás, um papel que ela assumirá no final da narrativa. Preocupada em não perder controle da situação, Fräulein decide acelerar o término de sua tarefa. Quer que tudo termine de forma dramática, pois acredita que a lição sentida no corpo é mais efetiva. O trauma amadurece. Acerta com Sousa Costa um flagrante.Os amantes são surpreendidos no quarto da governanta. Dentro da armação, o pai dá uma bronca no filho, ensinando-o a tomar cuidado, pois sempre havia o risco de gravidez, casamento forçado e outros problemas. Fräulein, recebidos seus oito contos, parte, mergulhando Carlos num luto monstruoso. Faz parte de seu crescimento. Após isso, a narrativa flagra Fräulein ensinando outro garoto da burguesia de Higienópolis, Luís. Não sente prazer nesse serviço agora, talvez por ter em sua mente Carlos, mas o está seduzindo, abrindo-lhe o caminho para o amor. É sua profissão. Precisa ser prática para juntar dinheiro e voltar para a Alemanha. É Carnaval. Em meio à folia de rua, Elza localiza Carlos. Atira-lhe uma serpentina para chamar a sua atenção. O rapaz a vê e a cumprimenta formalmente. Fräulein tem um misto de emoções. Ao mesmo tempo em que seu lado sonhador sente-se frustrado – o rapaz, depois do tanto que ocorreu, mostrou-se frio –, sente-se realizada aose lembrar de todos os que iniciou, os que ensinou o amar, intransitivamente, ou seja, a amar não importa qual seja o objeto, o alvo.

2- Ao longo da obra, ocorre uma “lição de amor”. Que significado esta lição possui: a) (0,5) Para Carlos: Para Carlos a palavra “lição” deve ser tomada literalmente. É um processo de aprendizagem que visa a torná-lo mais maduro sexual e afetivamente, já que o narrador o descreve como aluado e bruto. Constantemente ao brincar com suas três irmãs mais novas acabava, sem querer, machucando-as. Há aqui toda uma conotação freudiana, mas o que mais importa é entender que o protagonista fere porque não sabe controlar sua força. É um desajeitado. Nesse aspecto sua iniciação será importante, pois servirá para domar seus impulsos, sua energia, sua afetividade. Ao longo da história, vê-se que o que Carlos julgou ser amor era, na verdade, desejo sexual que se apagou com o tempo e a distância.b) (0,5) Para Fräulein: Para Elza a palavra “lição” deve ser tomada conotativamente. Ela não aprendeu algo com Carlos, aprendeu sobre si mesma, sobre controle e sublimação. Ela descobre um desdobramento de sua personalidade, quando acaba se envolvendo. Na verdade, o que acontece é que isso acirra o conflito entre duas alemãs que o narrador afirma que a governanta carrega dentro dela. A primeira é dedicada ao sonho, à fantasia. Isso estava, antes de Carlos, sufocado em Elza. A segunda é prática, planeja, é metódica. Esse lado é que domina sua personalidade. Carlos, no entanto, vem fortalecer o primeiro, comprometendo o segundo. Como alguém que tem pleno domínio sobre o Ego, Elza rompe o relacionamento.

3-(1,0) Personagens redondas são complexas, bem acabadas interiormente, repelem todo o intuito de simplificação. Na obra, Elza é considerada uma personagem redonda ou não linear. Justifique essa classificação.

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Elza se vê transformada. Seu lado pragmático e racional é alterado pelo envolvimento com Carlos em uma nova face de sua personalidade: sensível e romântica. Além disso, na obra, claramente observa-seos meandros de sua consciência, as avaliações que faz sobre o estilo de vida da cultura latina e do papel da mulher na sociedade brasileira. Essa tomada de conhecimento vai alterando as metas e os desejos de Elza, até que se pode observá-la na posição antagônica entre satisfeita (profissionalmente) com Carlos, no momento que este a trata com frieza e magoada (pessoalmente) pela indiferença daquele que um dia a julgou amar e a quem ela ama.

4. (1,0) A “lição de amor” da governanta alemã a Carlos, o adolescente primogênito da família Sousa Costa, põe em relevância um confronto entre a tradição, a cultura, a obediência às normas de decoro e o amadurecimento pessoal que só pode ser pleno quando alcançado também sexualmente, representadas por Fräulein e sua função. Comente essa afirmativa com argumentos coerentes e exemplos da obra. Pode ser observado, a título de sugestão,a contratação de Fräulein para iniciar sexualmente Carlos. Para a família Sousa Costa , portanto para sociedade paulista, ela seria governanta dos filhos de Felisberto e Laura. Tal disfarce é hipócrita. Deve-se notar o comportamento de Sousa Costa. Sua atitude de contratar uma profissional do amor para realizar os serviços debaixo do seu próprio teto revela determinados valores da burguesia da época. Comporta-se como o novo rico que acha que o dinheiro pode tomar posse de tudo, até da iniciação sexual. São ricos que ainda não têm, no entender de Mário de Andrade, estrutura para merecer seu presente status. Além disso, mesmo quando confrontada com a verdaeira função de Elza, Laura prefere se esconder sob a capa da ignorância e finge não entender direito a posição da moça em sua casa. Por outro lado, Fräulein tem plena consciência do objetivo de sua contratação. Interessante é que Fräulein (em alemão essa palavra significa “senhorita”, mas também tem o valor e todo o peso do termo “professora”) realiza seu serviço com dignidade, não enxergando relação com prostituição. Assume estar realizando uma missão. É um elemento que destoa do olhar de Sousa Costa e até do próprio narrador.e revela toda a complexidade em que a sexualidade humana está mergulhada (as teorias freudianas).

O motivo de vergonha para Elza é a forma com que Felisberto manipula a sua esposa com a omissão da verdade e o fato de Laura se deixar manipular por seu marido.

5. (1,0) Por que o autor classifica a obra como idílio?

A palavra ‘idílio’ significa entretenimento amoroso, amor suave e puro. É isso o que deveria significar a relação para Carlos e para Elza. Uma aproximação amorosa leve e relativamente rápida para que Carlos pudesse dela tirar experiências de como conduzir um envolvimento sexual, sem se permitir uma escravidão aos sentimentos e aos instintos. Na concepção de Felisberto, isso seria útil a Carlos para que não caísse nas armadilhas das prostitutas ou mulheres levianas. Para Elza tratava-se, no início do texto, de uma ocupação profissional que não eliminava carinho, cuidado e respeito, entretanto deveria passar disso. Daí o nome ‘Idílio’. Quando termina ao parte ‘Idílio’, vê-se que, para Fräulein, foi amor, embora intransitivo (só da parte dela).

6. (1,0) Como autor utiliza a metalinguagem ao longo da obra? Para responder, pense nas questões referentes à manifestação do narrador e ao projeto modernista para a linguagem. Publicado em 1927, Amar, Verbo Intransitivo, de Mário de Andrade, chama a atenção por inúmeros aspectos. O primeiro é a sua linguagem, provavelmente considerada “errada”

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na época, pois se afasta do português castiço ao imitar (às vezes de forma eficiente, às vezes, não) o padrão coloquial brasileiro. É como se o texto escrito imitasse a maneira de falar do nosso povo sem ser informal ou regional demais. É um livro para se fazer de conta que se está ouvindo e, não, lendo. Um aspecto interessante é o constante emprego das digressões, boa parte delas metalinguísticas, outra parte sociológicas, que fazem lembrar o estilo machadiano. Mais uma vez, a obra apresenta elementos formais que a colocam à frente de seu tempo, caracterizando-a, portanto, como moderna. É o narrador onisciente e onipresente, tradicional, quando ele conta o enredo. Mas há ainda um outro ponto de vista: o autor se coloca dentro do livro para fazer suas numerosas observações marginais. Nesse momento, então, ele se disfarça de narrador de primeira pessoa. Para comentar, criticar, expor ideias, concordar ou discordar... É uma velha mania do romance tradicional. E os comentários são feitos na primeira pessoa. Observe: “Isto não sei se é bem se é mal, mas a culpa é toda de Elza. Isto sei e afirmo...” A narrativa corre sem divisões de capítulos. Mário de Andrade usa as formas conhecidas de discurso. É mais frequente o discurso direto, nos diálogos, mas em algumas vezes, usa também o discurso indireto e o discurso indireto livre.Apesar de certos alongamentos em seus comentários marginais, o autor escreve com rapidez, dinamicamente, em frases e palavras com jeito cinematográfico. Mário de Andrade usa uma linguagem sincopada, cheia de elipses que obrigam o leitor a ligar e completar os pensamentos. Em vez de dizer e de explicar tudo, apenas sugere em frases curtas, mínimas. A pontuação da frase é muito liberal. Conscientemente liberal. O ritmo de leitura depende muito da capacidade de cada leitor. Abandona a pontuação quando as frases se amontoam, acavalando-se umas sobre as outras, polifônicas, simultâneas, fugindo das regrinhas escolares de pontos e vírgulas. É preciso lembrar que Mário de Andrade é sempre um experimentador em busca de soluções novas para a linguagem.

7- (1,0) Amar, verbo intransitivo foi e continua a ser atual e mesmo revolucionário. Classificado pelo autor como "idílio", é, de fato, um romance experimental, modernista e moderno, quase cinematográfico. Nele Mário de Andrade consegue trazer, para o cenário literário, questões psicanalíticas revolucionárias até para a Europa da época. A partir da abordagem da teoria freudiana debatida em sala, disserte sobre um aspecto psicanalítico da obra.

Há varias questões referentes à teoria freudiana as quais se podem observar em “Amar, verbo intransitivo”. Talvez a primeira delas possa ser o impulso sexual como mola propulsora da vida: Carlos se mostra medíocre em seu aprendizado até se tornar sensível àsedução sutil de Elza. Com a convivência brota o interesse do menino pela mestra., assim começa com o interesse que o garoto tem repentinamente por tudo o que se refere à Alemanha, acelerando até o conhecimento da língua. Se antes tinha um desempenho sofrível, agora apreende vocabulário de forma acelerada. Um segundo mote poderia ser o complexo de Édipo. Com a posição de professora relativamente assegurada na família, uma das irmãs de Carlos fica doente. A governanta passa a cuidar dela. Tudo em sua mão funciona perfeitamente. A família Sousa Costa cria uma enorme dependência em relação à alemã. E ela começa a se sentir a mãe de todos. Aliás, um papel que ela assumirá no final da narrativa. É comum , então, brotar no leitor certo constrangimento com a ideia do incesto. Outra questão latente no livro é a associação de personagens a divisão trifásica da personalidade em Freud. Carlos representaria o Id, já que é movido pelo instinto sexual. Felisberto poderia facilmente representar o Superego e sua necessidade de valoração social positiva, mesmo que para isso busque uma máscara hipócrita. Elza seria a representação do Ego, consciente e racionalmente, avalia as questões éticas implícitas em sua relação (para o que foi paga)e os desejos instintivos (o romance e o prazer encontrado com Carlos) e toma decisões coerentes com sua personalidade. Há ainda as questões da força dos impulsos sexuais gerando sublimação (Elza opta por romper com Carlos e ser fiel ao seu contrato, para o bem do próprio garoto) e perversão (Felisberto e Laura encaram a traição sexual como normal desde que seja discreta).

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Alémde a história revelar muito bem as características da sexualidade humana (Freud), a atração mostra-se mergulhada num jogo de avanços e recuos, de desejos e de medos. Os toques de Fräulein tornam-se cada vez mais constantes. A tensão torna-se máxima quando o menino masturba-se inspirado na professora (é um episódio descrito de forma extremamente indireta, tangencial, dificultando em muito sua percepção. É necessário um malabarismo mental para entendê-lo. Talvez a intenção do narrador seja, além de evitar o escândalo de ser claro em aspecto tão delicado (várias vezes diz que não quer produzir obra naturalista), mostrar como a questão está problemática na cabeça de Carlos. Tanto é que pouco após esse episódio, há a menção a anjos lavando com esponja santa o pecado que acabara de ser cometido. Essa noção de prazer e pecado, de o instinto desejar algo, mas a educação e a formação religiosa marcarem isso como condenável, é outro elemento muito analisado por Freud). Toma consciência, portanto, de que a deseja.

8- (1,0) Leia o trecho e faça o somatório sobre as observações pertinentes à obra: “Em tempos de calorão surgiam nos cabelos negros de dona Laura umas ondulações suspeitas. Usava penteadores e vestidos de seda muito largos. Apenas um gesto e aqueles panos e rendas e vidrilhos despencavam pra uma banda afligindo a gente [...]. Nas noites espaçadas em que Sousa Costa se aproximava da mulher, ele tomava sempre o cuidado de não mostrar jeitos e sabenças adquiridos lá em baixo no vale. [...]. Entre ambos se firmara tacitamente e bem cedo uma convenção honesta: nunca jamais ele trouxera do vale um fio louro no paletó nem aromas que já não fossem pessoais [...]. Dona Laura por sua vez fingia ignorar as navegações de Pedro Álvares Cabral. Convenção honesta se quiserem... Não seria talvez a precisão interior de sossego? [...].” (ANDRADE, 1982, p. 55).

01- Na citação acima, podemos observar a interferência da prostituição na relação estabelecida entre o casal burguês, isto é, a tolerância por parte da mulher à relação extraconjugal do marido e a própria entrega da esposa sem que houvesse real interesse.

02- Pelo trecho ‘Dona Laura por sua vez fingia ignorar as navegações de Pedro Álvares Cabral’ o narrador mostra que apesar de rica, Dona Laura era ignorante.

04- O trecho ‘Em tempos de calorão surgiam nos cabelos negros de dona Laura umas ondulações suspeitas’ faz pensar que o casal Sousa Costa tem, como o projeto modernista procura ressaltar, origem mestiça, mas se envergonha dela.

08- Podemos observar a desvalorização da esposa por parte de Sousa Costa, que não se preocupava em esconder completamente da mulher suas relações fora do casamento – ela só se manifestaria se houvesse uma prova contundente dessas relações.

16- A expressão ‘Convenção honesta’ esconde a relação extraconjugal entre Felisberto e Elza.

Somatório13

9- (1,0) Leia o trecho e faça o somatório sobre as observações pertinentes à obra:[...] Laura, Fräulein tem o meu consentimento. Você sabe: hoje esses mocinhos... é tão perigoso! Podem cair nas mãos de alguma exploradora! A cidade... é uma invasão de aventureiras agora! Como nunca teve! COMO NUNCA TEVE, Laura... Depois isso de principiar... é tão perigoso! [...] Você compreende... meu dever é salvar o nosso filho... Por isso! Fräulein prepara o rapaz. E evitamos quem sabe? Até um desastre!... UM DESASTRE! (ANDRADE, 1982, p.77).

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01- O trecho mostra o confronto entre Sousa Costa e a esposa em relação à descoberta de que a moça era amante de Felisberto.

02- O trecho mostra o confronto entre Sousa Costa e a esposa em relação à descoberta do papel profissional que moça assumira dentro da família.

04- Quando exposta a verdade por Fräulein, Dona Laura se mostra irredutível quanto à exigência de ver a moça dispensada.

08- Com esse discurso, Sousa Costa põe fim ao constrangimento de Fräulein em relação ao desconhecimento por parte de Dona Laura sobre sua função na casa.

16- Com esse discurso, Sousa Costa abafa qualquer tentativa que a esposa pudesse fazer no sentido de afastar de Fräulein de casa.

Somatório:18

10- (1,0) Leia o trecho e faça o somatório sobre as observações pertinentes à obra:“Fräulein se sentiu logo perfeitamente bem dentro daquela família imóvel mas feliz. Apenas a saúde de Maria Luísa perturbava um tanto o cansaço de dona Laura e a calma prudencial de Sousa Costa. Servia de assunto possível nos dias em que, depois da janta, Sousa Costa queimava o charuto no hol, como que tradicionalmente revivendo a cerimônia tupi. Depois se escovava, pigarreando circunspecto. Vinha dar o beijo na mulher. ((ANDRADE, 1982, p. 59).”

01- A polidez existente na família, principalmente por parte do patriarca, caracteriza-se pela superficialidade, ironizada pelo narrador na passagem acima.

02- A atitude polida com relação à esposa, especificamente, feita de maneira a manter aparências, denota a perda de importância da relação pessoal afetuosa e a substituição da relação pautada na obtenção de vantagens sociais – de

classe.

04- O Contexto econômico e social é retratado tanto de uma perspectiva caracterizadora dos costumes da elite agrícola brasileira – tão burguesa quanto lhe era possível – quanto do ponto de vista europeu, representado pela governanta alemã Fräulein.

08- A doença de Maria Luísa é o principal motivo da vinda de Fräulein para o Brasil.

16- O trecho denota a pouca importância dada às diferenças sociais existentes entre Fräulein e a família, já que a relação pautava-se afeição e no respeito mútuo.

Somatório: 07

Beijo no asfalto1- Amado Ribeiro, repórter sem ética,assiste a uma cena inusitada na rua: um rapaz

(Arandir) corre até um homem caído junto ao meio-fio e beija-o na boca. Amado vê aí a oportunidade de um artigo sensacionalista para o seu jornal. Dirige-se à delegacia e convence o delegado a interrogar o autor do beijo. Ele pretende transformar o episódio em algo que venda seu jornal. Aliado ao chefe de polícia, forçam o rapaz a um interrogatório e publica foto e noticiário escandaloso sobre ele.

Arandir alegara desde o início que só fizera aquilo porque o moribundo lhe pedira e se sentira na obrigação de atender ao seu último pedido. Porém é humilhado no serviço. Sua mulher, sequestrada pelo delegado, que a interroga e a deixa nua. Os vizinhos se voltam contra ele.

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Apavorado, Arandir foge e esconde-se num hotel. Paralelamente, ocorre a desestruturação da família. Diante das notícias e dos

boatos. Forçado por Selminha, seu pai, Aprígio, procura o repórter e o encontra bêbado. A filha acusa o pai de não gostar do genro.

Arandir revela seu paradeiro à mulher e quer que ela vá ao seu encontro. Esta, envergonhada dele, nega-se a ir. Mas sua irmã, Dália vai até onde está o cunhado e declara seu amor a ele.

Surge o sogro, Aprígio, que expulsa a filha e também se declara apaixonado pelo genro, confessando ter ficado morto de ciúmes por vê-lo beijar outro homem.

Desvairado, Aprígio atira no genro e o mata.

2- a) Arandir — jovem funcionário de repartição, recém-casado, ingênuo e aparentemente bondoso.b) Aprígio — sogro de Arandir e viúvo.c) Amado Ribeiro — jornalista inescrupuloso e oportunista, ávido por manchetes retumbantes, ainda que forjadas.d) Cunha — delegado violento e estúpido, dominado pelo repórter.e) Selminha — mulher de Arandir,ingênua e insegura.f) Dália — irmã mais jovem de Selminha, apaixonada pelo cunhado.

3- Sobre o livro O Beijo no Asfalto, está(ão) correta(s) a(s) afirmação(ões):01) Trata-se de um poema épico com final trágico.02) Pertence ao gênero dramático.04) O conteúdo da obra é moralista, mostrando o homem como essencialmente bom, mas sujeito a tentações.08) Na peça, o autor ataca veementemente a sociedade, apresentada como hipócrita.16) Amado Ribeiro representa a imprensa inescrupulosa e sórdida, forjando situações sensacionalistas com o único intuito de vender.Somatório:26

4- Assinale apenas a(s) afirmação(ões) verdadeira(s) sobre O Beijo no Asfalto e seu autor.01) O gesto mal interpretado de Arandir desencadeia toda a tragédia vivida por ele e seus familiares.02) A paixão do pai (Aprígio) pela filha (Selminha) conduz ao desfecho fatal — o assassinato de Arandir.04)) Através de Aprígio, o autor mostra que a sociedade nem sempre é o que aparenta ser.08) Fiel ao submundo do crime, tema central da peça, o autor emprega abusivamente os palavrões no texto.16) Aruba, o delegado, é um ser sórdido e violento.Somatório:05

5- A leitura da obra O Beijo no Asfalto permite afirmar:01)Arandir era homossexual, só que escondia o fato da mulher.02) Dália esconde grande paixão pelo cunhado.04) Aprígio, pai de Selminha e Dália, mata Arandir por ter abandonado a mulher e, depois, tentar seduzir a cunhada.08)Arandir consegue superar a falta de solidariedade de que é vítima e sai vencedor, como o herói que é.16) O beijo de Arandir no morto tem sentido transcendental e metafísico, pois para ele foi a causa da morte.Somatório:18

6- Sobre O Beijo no Asfalto e seu autor, está(ão) correta(s) a(s) afirmação(ões):01) O autor inovou tecnicamente, quebrando a unidade de espaço, apresentando cenas que passariam simultaneamente em locais diferentes.02) O tema central, motivador e desencadeador da tragédia, pode ser definido como a sexualidade.

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04) A ação e o suspense da obra ficam prejudicados pelos diálogos longos e dissertativos.08) O espaço físico em que ocorrem os fatos é de suma importância para a compreensão da obra.16) O autor vale-se de linguagem erudita, explorando novas formas de expressão.Somatório:03

7- Sobre o livro O Beijo no Asfalto, está(ão) correta(s) a(s) afirmação(ões):01) A temática desenvolvida por Nelson Rodrigues é otimista e com propósito nitidamente didático, o que se pode comprovar pela leitura de O Beijo no Asfalto.02) Existem provas contundentes da culpa de Arandir, tal como o testemunho da empregada no seu local de trabalho e da vizinha, dona Matilde.04) Pode-se deduzir da leitura da obra que os laços familiares são mais frágeis e menos sinceros do que aparentam ser.08) O protagonista é envolvido numa trama de intrigas, porque no fundo é bom e ingênuo, incapaz de reagir à altura a seus oponentes.16)Arandir é morto pelo próprio sogro, que é homossexual não assumido.Somatório:28

8- Sobre O Beijo no Asfalto e seu autor, somente é correto afirmar que:a) acredita no ser humano, cujas virtudes exalta nessa obra, principalmente o amor sincero da esposa.b) a sociedade aceita as informações da mídia sem critérios, sendo facilmente manipulada e enganada.c) havia uma relação homossexual entre sogro e genro, que acaba em tragédia, motivada pelo ciúme.d) a ação da peça é monótona, pelo fato de o autor concentrar-se mais na análise psicológica dos personagens.e) a obra é carregada de palavrões, em virtude, talvez, da temática abordada.

9- Assinale a única afirmação correta sobre o livro O Beijo no Asfalto e seu autor.a) O autor sugere que os representantes da lei são merecedores dos seus cargos e da confiança da população.b) A obra de Nelson Rodrigues destina-se a qualquer público, que a entende integral e facilmente.c) A ação é apresentada de forma não linear, com idas e vindas entre o presente e o passado.d) Por ser o próprio autor um jornalista, talvez, demonstra grande simpatia por repórteres, especialmente os policiais, na obra, representados por Amado Ribeiro.e) Apresenta um conceito bem freudiano do homem e da sociedade, com a sexualidade conduzindo as relações humanas.

Ecos do Porão

1- (2,0) a) Narração: 1ª pessoab) Personagens: Narrador, secretário e assessores*;c) Enredo: A vida do narrador vai perdendo em essência e ganhando em superficialidade e popularidade. O secretário o alerta para o fato de que a aparência é a “chave do estilo”.O interessante é que o narrador sente que está perdendo sua personalidade, na proporção inversa que ganha popularidade.d) Espaço: Indefinido.e) Tempo: Indefinido.

2- (1,0)São várias as temáticas encontradas na obra, como é recorrente na Literatura

Contemporânea. No entanto, as mais empregadas são as reflexões existenciais e filosóficas, a velhice, a sensação de efemeridade do tempo, a loucura, a violência, a volta a infância, a família e o homossexualismo.

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Esses temas são trabalhados nos contos de maneira a evidenciar ‘rupturas’, momentos de perda ou mudança de identidade, como por exemplo, o conto ‘Porcelanas’ que retrata a dor da perda de um bicho de estimação, o ritual da separação, o túmulo. Para o segundo gato, a dor foi menor, mas o ritual também foi praticado, contudo para o terceiro há a nuance do desejo de que o gatinho morra. É a loucura (psicopatia) em avanço.

3-(1,0) Conhecido é o fato de que a classificação entre conto e crônica é bastante

permeável. Geralmente reservamos à crônica um caráter mais cotidiano, mais associável a um acontecimento conhecido e estruturado em uma forma ligada ao humor, à ironia ou a moralidade, enquanto ao conto reservamos um caráter de atemporalidade e de universalidade,. Ou seja, os personagens do conto são humanos que poderiam estar em qualquer lugar e qualquer tempo. Os livros “Canário de assobio (1985)”e“ Contas de Vidro (2002)” foram lançados como crônicas, mas os textos escolhidos para essa antologia podem perfeitamente serem classificados como contos. O próprio autor prefere identifica-los apenas como relatos.

4- (1,0) A gramática tradicional aponta para a classificação desse verbo como Transitivo indireto (quem pensa, pensa em algo), e sua regência é com a preposição ‘em’. Nas ocorrências “o importante não é o que eu penso, se o que penso não atingir o maior número possível de pessoas”, há a ausência dessa preposição, como também na fala cotidiana.

5- (1,0) Marque a(s) assertiva(s) incorreta(s) e faça o somatório.01. Silveira de Souza e sua obra pertencem à escola literária do Modernismo Catarinense.{essa obra pertence à Literatura Contemporânea}02. Nos versos: "Br asil , meu Brasilbrasileiro", extraídos do conto "O olho de Deus", temos a presença de aliterações, ou seja, repetição de um mesmo fonema consonantal.04. Todos os contos possuem a padronização da Literatura tradicional: seguem uma ordem cronológica e possuem começo, meio e fim.{O conto ‘Cinco dias úteis’ é um contraexemplo}08. A obra “Ecos no Porão II”‒ apesar de seu escritor ter-se lançado pelo Grupo Sul, representantes do Modernismo Catarinense ‒ deve ser enquadrada como literatura contemporânea tanto pela temática, como pela época de edição.16. Ecos no Porão é uma coletânea dividida em quatro partes com contos que seguem uma única linha temática.{a temática é bem diversificada}

Somatório: 21

6-(1,0) Assinale a(s) alternativa(s) correta(s) em relação aos contos de ‘Canário de assobio’, da obra “Ecos no Porão II”:01. Em: "Porcelanas", a história trata de uma mulher que cuida de gatos, mas acaba, no fim, desejando a morte desses animais e colocando miniaturas em porcelanas em seus túmulos.02. Em: "Uma insólita amizade", dois velhinhos se encontram em um banco de uma praça de Florianópolis e travam uma amizade. Um dia, um deles não apareceu e o outro deduziu sua morte. 04. Em: "O velhinho das trovas", a temática abordada é a velhice e a poesia. Um velhinho declara suas poesias no hall do Mercado Público de Florianópolis .08. Em: "O homenzinho que corria", um velhinho pede esmolas na rua. Um dia, ele é assaltado e corre atrás do garoto que o rouba. Para sua surpresa, descobre que é seu filho. 16. No conto "Canário de assobio", a empregada deixa o passarinho sair da gaiola, mas depois, para alegria do menino, ela o recupera.

Somatório: 03

7-(1,0) Assinale a(s) alternativa(s) correta(s) em relação aos contos de ‘Relatos escolhidos’, da obra “Ecos no Porão II”:01. Em: "O olho de Deus", o personagem central vai visitar um político para pedir dinheiro.

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02. No conto "Vidraças partidas", o autor utiliza-se da metáfora no próprio título, que significa a desilusão da vida amorosa de um velho homossexual qual paga por uma relação sexual.04. Em: "O álbum de ceninhas", o tema é a recordação da infância aliada a um drama de consciência devido a um delito cometido pelo personagem central.08. O conto "Cinco dias úteis" é dividido em cinco partes, que levam os nomes dos dias da semana, de segunda a sexta-feira, e traz uma temática diversificada, sem relação clara entre as partes.16. Em: "Uma voz abafada", Mariana revela sua vontade própria: era muito mulher e jamais se submeteria aos caprichos de alguém.

Somatório: 14

8-(1,0)Assinale a(s) alternativa(s) correta(s) em relação aos contos de ‘Contas de vidro’, da obra “Ecos no Porão II”.01. No conto "Altamira", a personagem central é uma empregada doméstica que adorava ouvir músicas clássicas para o cinema.02. Em: "Papo da avozinha", a história se da entre um neto e sua avó, extremamente tradicional, que cozinha para o netinho e lê histórias infantis para ele.04. No conto “Ruídos na casa” o personagem se levanta no meio da noite, porque ouvira um ruído e imagina ser um ladrão. Ao final, percebe que o ruído que ouvira vinha de dentro de si próprio, era sua inquietação.08. Em: "O tubo do Sr. Lenard", o personagem central é um estudioso que mostra a três expectadores experiências com um tubo de ensaio. Ele estava falando, na verdade, da lâmpada fluorescente e das imensas possibilidades da área eletrônica.16. No conto "Um, dois, três", uma faxineira conta histórias, em três partes, de casas em que já trabalhara.

Somatório: 13

9-(1,0) Assinale a(s) alternativa(s) correta(s) em relação aos contos de ‘Outros relatos’, da obra “Ecos no Porão II”.01. Em: "Grotesca armação", o narrador e a namorada, Nadir, matam um velho. Os dois jogam o corpo de um precipício. 02. No conto "Inocente útil", a temática gira em torno da ditadura. Um homem está internado em um sanatório, vítima da repressão ocorrida no país.04. Em: "Quase três horas em Candeias", o narrador havia que viajara para Candeias, relata que um fato extraordinário: encontra sua ex-noiva que não via há muitos anos.08. Em: "Associações caóticas", Nataércia e a narradora fazem uma bonequinha de pano e a transformam em um vodu, com todas as feições da proprietária do imóvel, uma velha rabugenta.16. No conto "Ecos no porão", tem como personagem central um homem que mostra ao filho seu grande segredo: leva-o até o porão de sua casa e começa a gritar umas palavras que provocavam um eco diferente do que se falava, transformando o valor da palavra e da experiência.

Somatório: 19

1- Comente o enredo de ‘Geração do Deserto’, de Guido Wilmar Sassi. 2,0 O livro está dividido em quatro grandes partes, que representam os nomes dos lugares para onde os fanáticos rumavam e montavam seus redutos:Primeira parte: Irani - O monge São João Maria faz milagres pelo interior catarinense. Mas, assim como ele aparece, ele some de forma misteriosa. Surge o segundo monge, José Maria, que diz ser irmão de João Maria. José Maria cria um exército, monta seus Doze Pares de França para preparar os jagunços para a guerra. No primeiro combate com os soldados, morrem o líder do Governo João Gualberto e o líder dos jagunços, José Maria.Segunda parte: Taquaruçu — Acreditando na ressurreição dos monges, os jagunços se mudam para a Terra Prometida, que as virgens dizem ser em Taquaruçu. O líder passa a ser Manuel, filho de Euzébio. Elias de Morais aparece rio grupo e impõe respeito. A guerra recomeça; muitos são os mortos e feridos. Maria Rosa diz ter uma visão do monge e leva opovo para Caraguatá, deixando o reduto de Taquaruçu vazio.

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Terceira parte: Caraguatá — Elias de Morais assume o poder sobre o povo; descobre uma nova virgem, Ana, mas um dos Pares a desvirgina e acaba casando com ela. Sabendo que os soldados pretendiam fazer um ataque em massa ao reduto, os jagunços abandonam o local e refugiam-se nos arraiais vizinhos. Muitos deles ficam nas copas das árvores e, sem serem vistos, atacam os soldados. Elias ordena que o povo vá para a serra de Santa Maria, onde estariam mais seguros.Quarta parte: Santa Maria - Adeodato torna—se Ministro da Guerra e, logo em seguida, se transforma no líder dos jagunços. Governa com extrema autoridade, trazendo muitos danos ao reduto e aos próprios jagunços. As tropas do governo invadem o arraial inexpugnável de Santa Maria, trazendo muita morte e deixando muitos feridos. Ao final, há o relato de uma família que consegue fugir, atingido sua liberdade.2- Selecione quatro dentre os seguintes personagens e comente sua presença na obra ‘Geração do Deserto’, de Guido Wilmar Sassi: 2,0a) São José Maria: É o segundo monge. José Maria era baixo e corpulento, pernas e braços curtos, em desproporção com o tronco avantajado. Era feio: barbas Iongas, o nariz grande e chato, os Iábios grossos, os dentes podres e encardidos. Não possuía olhar bondoso e sereno do outro monge, zangava-se facilmente, era colérico e vingativo. Gostava de bebida de álcool, de dinheiro e de mulheres a seu redor. Ao contrário de João Maria, este gostava de estar rodeado de muita gente. "O outro era mais de rezar... um profeta. Este também é de reza, mas veio também para reunir o povo.” Também rezava, fazia curas e dava remédios.b) Ricarte Branco — Par de França: homem corajoso, mas que nunca havia matado ninguém. Um dia, mata acidentalmente o amigo, Coco, mas não fala a ninguém sobre o assunto. Também desvirgina a virgem do reduto, Ana e acaba se casando com ela. A partir daí, começam os conflitos de consciência primeiro pela corrupção da vestal, depois pelo assassinato do amigo.c) Boca Rica - Par de França: um gaúcho bem apessoado, bonito, simpático, valente e que fazia sucesso com a mulherada. Possuía esse nome por ter muitos dentes de ouro. Era casado com Belmira, a mulher mais bonita do reduto.d) Elias de Morais:homem justo, que receitava remédios, dava conselhos e realizava casamentos. Mais tarde seu prestígio aumenta e, após a morte de José Maria, torna-se o chefe do reduto.e) Tibúrcio: leproso abandonado pela família: torna-se o guia do cego Tavinho. Tibúrcio toma o dinheiro de soldos de um soldado morto, esconde nas ombreiras de seu paletó. Quando morre, o cego Tavinho desenterra seu corpo, desenterra o cadáver à procura do dinheiro, encontra, mas se perde do reduto e morre ao tentar voltar. Esses dois personagens possuem referência direta a Bíblia: Jesus curou doentes, tais como cegos e Ieprosos.f) Zeferina: é mãe de Nenê: dois loucos, pobres e ingênuos. Sobrevivem de caridade e história de reis que Zeferina conta para espantar a fome e o frio do filho. Ele morre ao ir caçar o "burro de ferro" (trem) com a intenção de entregar a cabeça à filha do imperador do Sertão, moça por quem ela se apaixonara. A mãe que reclamava ter sido abandonada por todos os outros filhos, enlouquece e morre .

3- Comente a questão messianismo que permeia a obra ‘Geração do Deserto’, de Guido Wilmar Sassi. 1,0

O fato de o povo se sentir completamente abandonado pelas autoridades competentes, responsáveis pelo bem estar da humanidade, obrigou-o a seguir por um caminho em que conseguisse enxergar uma salvação. E nesse contexto, portanto, que surge o fanatismo religioso presente na obra e na história real. O primeiro monge de que se tem notícia é São João Maria de Agostino. Ele prometeu a ressurreição e disse que voltaria para salvar o povo.

Após o desaparecimento de São João Maria, aparece pelo interior São João Maria, que dizia ser irmão daquele primeiro. Mas, esse último tem um dom maior para estratégias de guerra do que para a religiosidade, propriamente dita.

São José Maria se cerca de virgens, e essas virgens se perpetuam por toda a história. Em ‘Geração do deserto’, aparecem as seguintes virgens: Teodora, Maria Rosa e

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Ana. De Teodora não se tem muita notícia, apenas que vivia com José Maria. Maria Rosa levara os jagunços para Caraguará e ficara como autoridade responsável por um reduto menor; morre como um homem, peleando na guerra. Ana deixou de ser virgem porque se apaixonara por Ricarte Branco, o Par de França. No entanto, o peso na consciência por descumprir as ordens vindas do céu é muito grande e não deixa o casal em paz até que tudo seja esclarecido.

Por fim, a última autoridade religiosa presente no reduto é Frei Manuel, que acompanha todo o fanatismo dos jagunços, mas não é capaz de intervir pelos injustiçados, mediante o autoritarismo de Adeodato.

4. (1,0) Assinale a(s) alternativa(s) correta(s) em relação à obra ‘Geração do Deserto’.01. Guido Wilmar Sassi, escritor catarinense, retratou na obra o conflito de terras existente entre Santa Catarina e Paraná.02. As quatro partes em que esta dividida a obra representa o lugar para onde os jagunços iam cada vez que havia conflito com os soldados. Para eles, cada terra representava a "terra prometida".04. São João Maria morre na primeira parte da obra, em um ataque feito pelos soldados do capitão Estillac.08. São João Maria e São José Maria ressuscitam ao final da história.16. Nesse romance, o autor descreve a trajetória de um povo crente (0s fanáticos e jagunços) que, conduzidos por guias espirituais (os monges) repetem no Sul do país a história ocorrida anos antes, no sertão da Bahia, em Canudos.Somatório: 195. (1,0) A partir da leitura da primeira parte de Geração do deserto, indique a(s) opção(ões) correta(s).01. O primeiro monge de que se tem notícia é São José Maria. Após a confiança de todos, fez milagres, realizou rezas e prometeu que voltaria um dia, se caso morresse, ressuscitaria.02. A primeira parte, intitulada "Irani" apresenta a forma como estão os caboclos; sem comida, sem terra, doentes, mas com uma força grande extraída da fé que possuem no poder divino da salvação.04. A fama do monge se propaga, alcançando milhares de famílias que viviam oprimidas. Para segui-lo, vinha gente da região de Lajes, Campos Novos, Canoinhas, Porto União, Porto das Palmas, do Rio do Peixe e Curitibanos. 08. Dá-se o primeiro combate, e nele morrem o coronel João Gualberto e o Monge José Maria.16. José Maria tem uma visão: precisava ficar rodeado de meninas virgens. No entanto, o povo, desconfiado, não deixou que o monge dormisse com as virgens. Após a morte do monge, elas ficaram sob o poder do filho de seu Euzébio, Manuel Ferreira.Somatório: 14

6. (1,0) A partir da leitura da segunda e terceira parte de ‘Geração do deserto’, indique a(s)opção(ões) correta(s).01. Manuel Ferreira dos Santos, filho de seu Euzébio é eleito o novo chefe do reduto, mas, como se apaixona por uma moça, perde o poder; ao final, é perdoado pelos jagunços e casa-se com ela.02. Apos a saída de Manuel, quem assume a chefia dos caboclos é Elias de Morais, que elege a nova virgem do reduto, Maria Rosa.04. O fazendeiro Manuel Alves de Assunção é eleito "Imperador do Sertão", pelos soldados.08. Uma nova guerra acontece. Agora o povo ruma a Caraguatá, novo reduto liderado pela virgem Maria Rosa.16. Em Caraguatá, ocorre um novo ataque. Lá, os jagunços são dizimados e grande parte deles é morta pelos soldados. Cansados, os jagunços voltam para Curitibanos e instalam-se em Santa Maria.Somatório: 10

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7. (1,0) Marque a(s) assertiva(s) verdadeira(s) sobre a quarta parte de ‘Geração do deserto’ e faça o somatório.01. Os personagens que conseguem fugir vivos, ao final da historia são: Liveira, Luiza e as crianças, Tadeu e Gracinda.02. Nesta parte, acontece um eclipse, e o povo o associa com as previsões de São João Maria, acreditando que o monge tinha voltado e estava punindo os seguidores da República.04. Em Santa Maria, Adeodato torna-se o novo líder. Ele se mostra um verdadeiro autoritário, mandando matar gente do próprio reduto.08. Doquinha se apaixona pela mulher do Par de França Boca Rica. Ao ser descoberto, Boca Rica lhe aplica uma surra de 50 varadas, autorizado por Adeodato.16. Como os homens estavam "necessitados" sexualmente, Adeodato inventa as viúvas que seus maridos voltariam à noite para satisfazer suas vontades sexuais. Assim, durante a noite, os jagunços invadiam as casas das mulheres, tinham relações sexuais com elas e fingiam serem seus maridos.Somatório: 288. (1,0) A partir da leitura de ‘Geração do deserto’ e do fragmento abaixo, assinale a(s) assertiva(s) verdadeira(s).

Só mesmo São João Maria de Agostinho para dar um jeito nas coisas e endireitar a vida do povo. Somente ele!

Em toda aquela região ficara, profundamente gravada na lembrança dos mais velhos, a imagem do home que percorrera o sertão, anos antes. Esperança ele trouxera para todos, quando pelo mundo peregrinara, auxiliando os oprimidos e consolando os aflitos. Ele se fora, mas os pobres, relembrando seus conselhos e palavras, neles encontravam lenitivo. Envolto em lenda ele surgira, no meio de uma lenda também desaparecera. Escondera-se no morro do Taió, havia anos, mas prometera voltar quando cumprisse a penitência. Esperavam-no. Mentira pura as notícias da sua morte. Quando muito, ele fora ao céu, falar com Deus, mas regressaria para cuidar da sua gente. Aguardavam-no, pois.

‒ Foi ele quem te batizou. Você não se lembra porque era pequeninho assim... mas São João Maria é teu padrinho. (Geração do Deserto, 1964, p.7).01. São João Maria foi o primeiro monge a andar pelas terras contestadas. Diferentemente de José Maria, ele não proibia o dinheiro de papel, comia carne e gostava muito de chimarrão e cachaça — dizia que esta última servia para esquentar as noites frias de inverno na serra.02. Neste fragmento, verificamos a presença de dois tipos de linguagem: a culta (como em "Em toda aquela região ficara, profundamente gravada na lembrança...") e a coloquial (em "Você não se lembra porque era pequeninho assim...").04. De acordo com o povo, São João Maria fazia milagres; ele era capaz de atravessar sobre o rio, sem molhar os pés. 08. No período: "Envolto em lenda ele surgira, no meio de uma lenda também desaparecera.", temos a presença de duas orações. Na primeira oração, o sujeito é do tipo simples, ele; na segunda, o sujeito é indeterminado.16. No período: “Aguardavam-no, pois.” a conjunção sublinhada tem valor explicativo.Somatório: 06

1- Descreva o enredo de ‘Memórias sentimentais de João Miramar’, de Oswald de Andrade. 1,0 João Miramar retrata os principais momentos de sua vida: a infância de muitos estudos, a viagem à Europa e quando retorna ao Brasil sabe que sua mãe havia falecido. O casamento com Célia, os acontecimentos que envolviam sua família durante a Primeira Guerra Mundial, o nascimento de sua filha Celiazinha, o caso romântico com Rolah (amante), que viria, mais tarde, a acabar com o seu casamento. No final ele vai à falência, sua amante o abandona, Célia morre e Miramar recupera a fortuna quando fica com a guarda da filha.

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2- Selecione quatro dentre os seguintes personagens e comente sua presença na obra‘Memórias sentimentais de João Miramar’, de Oswald de Andrade: 1,0.

a. João Miramar — Personagem principal da história. Pertence à burguesia paulistana dos plantadores de café. Casa-se com Célia e possui uma amante. Adorava viajar, ter dinheiro e gostava de circos.

b. Celiazinha — Filha de Miramar e Célia — não tem voz ativa na história, apenas é citada.

c. Madame Rolah — Atriz de cinema. Mulher loira e linda, pela qual Miramar se apaixona e se torna seu amante. Após a falência de Miramar, Rolah o abandona. -Rolah: Só gostava de Miramar, pois ele tinha dinheiro, era do tipo “interesseira”, tanto que quando ele chegou à falência, ela o abandonou.

d. José Chelinini — Amigo de Miramar. Dizendo-se Conde, casa-se com tia Gabriela para aplicar-lhe golpes.

e. Dr. Pôncio Pilatos da Glória — Médico da família. 3- Comente o processo de linguagem demonstrado em ‘Memórias sentimentais de João Miramar’, de Oswald de Andrade: 1,0.A linguagem empregada nesta obra é telegráfica. O autor não narra, mas sugere através de capítulos curtos uma história com começo meio e fim. Contudo, cada capítulo é uma unidade que até pode ser lida independentemente das demais. O sentido de cada parte não se perde fora do contexto geral da obra. Como em outras obras do Modernismo e da mesma fase, a linguagem é fruto de uma experiência e procura por uma distinção da escrita materna ( português de Portugal).No início, a linguagem fragmentada lembra muito a maneira de falar das crianças, é quandoMiramar (o narrador) relata sua infância.Depois a linguagem vai se transformando tal qual fosse aprimorada pelos conhecimentos e sentimentos do narrador que também vai amadurecendo. Há ausência de um quadro lógico de pontuação, o neologismo e a grafia diferente da norma padrão, além da marcante presença de figuras de linguagem (antíteses, metáforas, aliterações, metonímias e muitas outras) torna a linguagem muito original.

4- (1,0) As afirmações a seguir referem-se à obra "Memórias Sentimentais de João Miramar" de Oswald de Andrade:

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a) as afirmações I e III são corretas.b) as afirmações II e III são corretas.c) as afirmações I e II são corretas.d) a afirmação II é correta.e) a afirmação III é correta.

5- (1,0) O professor Fábio R. de Souza Andrade faz a seguinte afirmação sobre o texto "À guisa de prefácio", de "Memórias Sentimentais de João Miramar": "O 'prefácio' de Machado Penumbra é um bom exemplo dessas falsas pistas/instruções de leitura. O estilo em que foi composto é o predominante no ambiente beletrista pré-modernista, contra o qual Oswald se define." A linguagem utilizada no prefácio de "Memórias Sentimentais de João Miramar" é considerada uma falsa pista para a leitura do livro porque:a) o autor do prefácio era um membro da Academia Brasileira de Letras, o que explica a maneira pomposa de se expressar.b) sendo um texto também escrito por Oswald, o prefácio apresenta-se como uma crítica a estilos que antecederam o modernismo.c) a linguagem do prefácio não precisa ser a mesma da obra; o prefácio emite uma opinião, que, nesse caso, é mais conservadora.d) uma das exigências do modernismo da primeira fase era que o prefácio apresentasse um elogio grandioso da obra.

6- (1,0) Faça o somatório das questões verdadeiras acerca da obra Memórias sentimentais de João Miramar.01. Memórias sentimentais de João Miramar é o primeiro grande romance da prosa modernista brasileira. Redigido entre 1916 e 1923 e simultaneamente publicado em folhetim.O2. Composto de 163 episódios numerados,tem por personagem principal João Miramar.04. Em Memórias sentimentais de João Miramar, há uma ênfase muito grande no elemento visual e muitas das descrições adotam uma linha geométrica e sintética, bastante próximas dos princípios cubistas. Tal linha visa a apresentar fragmentos justapostos da realidade, numa tentativa de captá-la na sua totalidade.08. O foco narrativo na obra é predominantemente de 3ª pessoaem que João Miramar relata os principais momentos de sua trajetória, mas, por vezes há troca de narrador.16. A linguagem empregada nessa obra é telegráfica. O autor não narra, mas sugere através de capítulos curtos uma história com começo, meio e fim. Contudo, cada capítulo é uma unidade que até pode ser lida independente das demais. O sentido de cada parte não se perde fora do contexto geral da obra.Somatório:227- (1,0)Marque a(s) assertiva(s) verdadeira(s) e faça o somatório.O1. A obra apresenta uma crítica ao casamento como instituição burguesa (união por interesse). 02. Por intermédio de Miramar, Oswald de Andrade faz uma sátira da sociedade carioca do início do século XX.04. A história não segue uma ordem cronológica — essa característica é marcante entre os escritores da primeira fase do modernismo.08. A linguagem em Memórias sentimentais de João Miramar também reflete uma escolha ideológica. Oswald quebra a forma usual de narrar, rompendo definitivamente com as escolas literárias que o antecederam, e com uma determinada concepção da língua portuguesa (abusa de neologismo, cria verbos, adjetivos, etc.).16. O interesse de Miramar pela filha só ocorre após a morte de Celia.Somatório: 258- (1,0)Faça o somatório das questões verdadeiras que envolvem gramática na obra Memórias sentimentais de João Miramar.01. O período: "Papai estava doente na cama e vinha um carro e um homem e o carro ficava esperando no jardim" É composto por três orações.02. Em: "Napoleão que era um grande guerreiro que Maria da Glória conheceu em Pernambuco disse que o dia mais feliz da vida dele foi o dia em que eu fiz a minha primeira comunhão. " , percebe-se a ausência de pontuação. A frase obedeceria aos padrões cultos da língua se fosse assim pontuada:"Napoleão, que era um grande guerreiro, que Maria

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da Glória conheceu em Pernambuco, disse que o dia mais feliz da vida a dele, foi o dia em que eu fiz a minha primeira comunhão." 04. A oração "Panticonorte-americava.", indica que Pantico estava nos Estados Unidos.08. Na frase: "E a terra natal espiou por um farol na noite enfarada.",temos a presença de prosopopeia.16. O período: "Dez horas da noite, o relógio farto batia dão! dão! dão! dão! dão! dão! dão! dão! dão! dão! " é formado por duas orações e o sujeito da primeira oração é "Dez horas". Somatório: 13

1- Em 1964, os militares tomaram o poder no Brasil, derrubando o governo de João Goulart (o Jango). Goulart tinha sido vice-presidente de Jânio Quadros, eleito democraticamente. Mas quando Jânio Quadros renunciou ao cargo, em 1961, Goulartassumiu a presidência, e colocou no governo ministros declaradamente de esquerda. Para impedir o avanço do socialismo, os militares entraram em campo. O país passou a ser governado a partir de decretos, os Atos Institucionais. O mais pesado de todos,o AI-5, entrou em vigor a partir de 1968, instaurando a censura prévia o a tortura, entre outras coisas. Ele durou até 1979.

2. É importante enfatizar que não foi um movimento poético de características padronizadas, foi um momento de libertação dos termos e expressão livre num momento de repressão política nos fins da década de 60. A poesia foi levada para as ruas, praças e bares como alternativa de publicação, alternativa que estivesse longe do alvo da censura. Tudo era considerado suporte para a expressão e impressão das poesias, fosse um folheto, uma camiseta, cópias mimeografadas, apresentações em calçadas, etc.Outra razão para caracterizar o Poeta Marginal seria sua estética: uma linguagem coloquial preocupada com as questões do cotidiano, com os problemas do ‘aqui agora’. Esta linguagem espontânea pretende aproximar-se da classe trabalhadora e da população de baixa renda. Daí então, a atenção deste poeta para com o povo. O uso de ditos populares, de humor, de jogos de palavras, do espaço como um recurso da poesia (concretismo) é comum a essa geração. O resultado dessa experiência, sua a estética, está estritamente ligada com a questão política e denota grande sensibilidade e consciência. Esses poetas usam uma linguagem que contrapõe as normas cultas e está carregada de palavreados coloquiais. Denota também aguçada inteligência nas formas de driblar ao A-I5.

3-a)A ironia se mostra claramente nesse poema. A voz é de um burguês: o poema que ele faz debocha da situação vigente, nos moldes (em muitos casos) de Oswald de Andrade. O eu-lírico usava essa linguagem para contrastar com a imposição do AI-5. Vê-se que este "humor negro" não se ataca aos ‘negros’ em particular, mas a quase todas as etnias e até religiões. A proposta poética de Francisco Alvim se deu nesses moldes, por razões maiores para a poesia, mesmo não apresentando inovações. Essas pitadas satíricas e "preconceituosas" como se pode perceber, deixam entrever ‘a voz burguesa ignorante e preconceituosa’ e tinha a intenção de desviar a atenção ao ranço e ao medo que dominavam no cenário poético nacional de tal tempo.

b) Aqui a voz é a do contestador, daquele que cria espaço na diversidade e que diz o que precisa ser dito. Com o AI-5, foi preciso que os poetas buscassem estratégias para burlar a censura “labirintos” que desviam o sentido, que mascaram as intenções, mas que deixam claro a quem procura a atitude rebelde “a crítica” ferrenha ao sistema político.

4. 08. Invertendo o sentido de um dito popular, o poeta elege o silêncio como forma de resistência a opressão. 16. É um traço característico da poesia de Francisco Alvim trabalhar com ditados populares e frases feitas.

5. 01. O poema alude à precedência no salvamento dada às mulheres e às crianças em caso de naufrágio, podendo sugerir que elas também precedem os homens na aspiração pela paz ao mencionar a ‘desistência em afundar os navios’. 04. O título "Cartilha da cura" faz ver o desejo de afundar como uma doença ligada à destrutividade e a ganância

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6. 01. No poema "Moda de viola": "Os olhos daquela ingrata às vezes/ me castigam às vezes me consolam./Mas sua boca nunca me beija.",percebemos uma relação entre a literatura e a música. 04. No trecho do poema ‘Grupo escolar’, "Sonhei com um general de ombros largos/ que rangia/ e que no sonho me

7. 02. Ana Cristina César pintava seus poemas com cores um tanto mais escuras, reveladoras de um desespero íntimo, um desentendimento grave com a vida. 04. Os anos 70 ficaram marcados pela truculência da ditadura, mas também pelo chamado ‘desbunde’, versão mais debochada do movimento hippie. 08. Em geral, o tom dos poetas da poesia marginal era coloquial, despretensioso e libertário.

8. (1,0)Observe as poesias abaixo e faça a associação com a figura de linguagem correspondente. a) "ela pensa que eu sou fogo-fátuo" (Chacal — Fogo-fátuo) b) "Por afrontamento do desejo/ insisto na maldade de escrever" (Ana Cristina César — Nada, esta espuma)c) "Se o porco é espinho/caço e asso/ se o corpo é sozinho/ traço e passo" (Cacaso — temporada)d) "quanto mais louco/ lúcido estou" (Chacal — Delírio puro) e) "Na superfície/ foram descobertos/ hoje/ as cinco e meia da tarde/ peixes/capazes de cantar" (Ana Cristina César — sem título) (b)metalinguagem (e) prosopopeia (d) antítese (c) aliteração (a) metáfora