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sergio-ricardo
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Seminário Nossa Senhora da Assunção
Disciplina: Teologia fundamental Curso: Teologia
Exercício de Teologia Fundamental
1ª) O que é revelação?
A palavra revelação vem do latim revelare que significa “retirar o véu que encobre
algo”. a teologia define a revelação como a auto comunicação de Deus. Isto porque a
revelação não é primeiramente um corpo de Doutrina ensinada aos homem, é antes Deus que
dar-se conhecer a si mesmo. Deus é o autor da revelação e, em certo sentido, também objeto e
o homem é o destinatário. O concílio Vaticano II, assim define o ‘objeto’ da revelação: “Quis
Deus, com sua bondade e sabedoria, revelar-se a si mesmo e manifestar o mistério de Sua
vontade”.
A revelação é histórica. Ela aconteceu na história. Foi a partir da experiência de um
povo, e depois plenamente na pessoa de Jesus, que Deus se revela.
2ª) O Homem é capaz de Deus, como compreender a exigência da revelação a
partir da história religiosa humana e de suas estruturas psicológicas?
Desde os albores da humanidade, o ser humano interroga-se sobre a sua existência. Ele
se depara com o mistério, tentando desvendá-lo e encontrar uma resposta satisfatória que lhe
possa explicar. Mas a criatividade do homem não é capaz de apaziguar seus anseios. Ele se vê
impotente para solucionar o enigma angustiante da existência.
A estrutura racional do homem não descarta a possibilidade de uma resposta do
próprio mistério, ou seja, a razão, se não consegue abarcar uma explicação satisfatória, nem
por isso vê como absurda a possibilidade da própria divindade dirigir-lhe uma resposta, que
por si só o homem jamais obteria. Nesse sentido pode-se falar de uma exigência da revelação
por parte do ser homem que necessita de uma explicação de fora, do outro.
A história das religiões atesta que o homem tem uma estrutura psicológica capaz de
acolher a revelação. É um ser em aberto, por assim dizer. Elencaremos a seguir alguns
elementos que corrobora com esta tese:
- o homem sempre elaborou mitos e símbolos;
- em sua prática religiosa, surge a figura do médium, uma espécie de intermediário
entre ele e a divindade;
- Os gregos criam na chamada “experiência dionisíaca”, uma espécie de êxtase
proporcionado pelo deus Dionísio há alguns indivíduos, no qual ele poderia obter
conhecimentos até então secretos;
- é um fenômeno também observado a pretensão dos fundadores das religiões
possuírem uma revelação;
- outro fenômeno se dá no seio do povo de Israel; eles creem ser os portadores de uma
mensagem divina.
3ª) Apresente as etapas da revelação no A.T
A revelação tem um caráter progressivo; Ela vai desenvolvendo-se paulatinamente na
história do povo de Deus até chegar ao ponto cume no evento Cristo. Basicamente, a
revelação em Israel se deu em quatro etapas. A primeira se deu com Abraão e os Patriarcas.
A experiência de Abraão com Deus não se deu ao modo de iluminação, mas como uma série
de acontecimentos e decisões provocadas por Deus, que o pertuba, o chama, o impele sempre
adiante, a um futuro desconhecido.
A Segunda etapa realizou-se com Moíses, com um evento de Salvação que libertou
Israel do Egito e constituiu como povo. Através de Moíses, Deus revelou seu nome e o
sentido do evento, empenhando Israel num diálogo. Israel deveria responder na sua História.
Terceira etapa foi a experiência profética. Nessa etapa, a palavra era dirigida a
alguém, que servia como mediador entre Deus e o Povo. O tempo profético inicia com
Samuel; os profetas eram como que a consciência religiosa do povo; sua pregação era um
chamado à justiça e fidelidade para com o Deus Santo.
A quarta e última etapa, da revelação no A.T , foi o estágio denominado sapiencial. O
mesmo Deus que inspirou os profetas serviu-se da experiência humana para revelar o homem
a si mesmo. À Revelação sapiencial estava ligado o tema da revelação cósmica.
4ª) Como Podemos compreender Israel como mutação em relação ao conceito de
Deus?
Israel mesmo sendo um povo antigo, não faz da sua divindade uma ideia como até
então era corriqueira entre seus vizinhos. A visão que Israel tem de Deus é sublime, está
qualitativamente superior as representações grosseiras da divindade que encontramos nos
povos antigos.
Alguns povos antigos concebiam a divindade de modo panteístico. Tudo era deus;
cultuavam-se os astros. O panteísmo, sob a forma mais geral, isto é, a divinização do mundo
natural e do universo, parece ter sido recorrente nas religiões antigas. Israel não compartilhou
desta crença. Para, Deus é único e transcende o mundo físico. É o chamado monoteísmo.
Grosso modo, para Israel, tudo quanto é mundano é desmitizado, desacralizado,
desdivinizado. Logo, tudo o que é natural deixa de ser objeto de culto.
O absoluto é algo diferente do mundo e do que este contém. É alguém ao qual se deve
ir, e que se dirigi ao homem. O Deus de Israel é pessoal, mas não é antropomorfo.
5ª) Qual o corte epistemológico que Israel apresenta na sua visão de mundo?
Israel ultrapassa a compreensão mítica, fundamentando-se numa visão mais racional.
Ele desinfeta o mundo de quaisquer coloridos animistas e fetichistas. A cosmovisão de Israel
é semelhante, em certo aspecto, à dos racionalistas modernos. Muito embora, Israel não
dispunha das ciências experimentais. Neste particular, Israel atinge, para falar a linguagem de
Augusto Comte, um estádio ou idade “positiva”.
6ª) Qual a visão de homem separa Israel dos povos da antiguidade?
A antropologia Hebraica é original, diferindo de tantas outras antropologias da antiguidade.
Para Israel, o homem é um ser criado por Deus, ele não é um pedaço da divindade, gerada por uma
emanação. O homem por ser criado é mortal. Ele possui duas dimensões: a corporal e espiritual; note-
se que são dimensões diferentes, não partes. Ele é uno, todavia com duas dimensões.
Já para algumas correntes da antiguidade, e até mesmo Rene Descartes defendeu, o homem
possui duas partes. É um ser dividido. É uma alma em um corpo. Mais ou menos como a relação
cavalo-cavaleiro. Israel afirma, pelo contrário, a unidade do ser humano. Para ele a existência material
não é má, como afirma as religiões de corte dualistas.
7ª) “A história de Israel é plasmada por um pensamento” discorra sobre essa afirmação.
Israel sempre possuiu a consciência de ser um povo escolhido. Ele se destaca dentre os demais
povos como sendo o portador de uma revelação divina. “Israel no seu todo pensa conter e trazer uma
palavra repetida, retomada, desenvolvida, que segundo os profetas, vem de Deus mesmo, do Deus
criador do céu e da terra”.
Olhando para Israel, vemos uma realidade experimental que podemos situa-la no tempo e
espaço; todavia, há também um elemento sobrenatural; Israel é informada por um pensamento, uma
presença, por uma ação e por um pensamento sobrenatural. O autor chama Israel de “um povo-
sacramento”.
Ele é um povo germinal, pois nele se encontra embrionariamente aquilo que a humanidade
inteira deverá ser. No transcurso da história, o povo de Israel padeceu diversas vezes, mas mesmo
sendo um povo minúsculo ele persiste em existir. O autor observa que; “Israel, povo portador da
palavra, sobrevive devido a essa palavra que traz em si. Não houvesse a palavra de Deus, Israel
desagregar-se-ia tal um corpo sem alma, sem principio de informação”. Essa informação é o que lhe
garante o ser e a unidade.