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EXERCÍCIOS
DIREITO PENAL
1 - No que se refere à aplicação da lei penal no
espaço e ao concurso de agentes, assinale a
opção correta.
a) De acordo com o CP, aplica-se a lei
brasileira aos crimes praticados a bordo de
embarcações brasileiras de propriedade privada
que se encontrem em alto-mar. Desse modo,
considerando-se que a CF prevê que aos juízes
federais compete processar e julgar os crimes
cometidos a bordo de navios, a competência para
processar e julgar crime de homicídio praticado
dentro de iate em alto-mar brasileiro é da justiça
federal brasileira, conforme entendimento dos
tribunais superiores.
b) Considerando que uma aeronave privada
brasileira estivesse sobrevoando território
estrangeiro quando uma passageira praticou
crime de aborto no seu interior, nessa situação,
segundo o princípio da representação ou da
bandeira, a competência para processar e julgar o
feito seria da justiça brasileira,
independentemente de o feito ser ou não julgado
no território estrangeiro.
c) De acordo com o STJ, há conflito aparente
de normas (crime de usurpação versus crime
contra o meio ambiente) na conduta do agente
que explora matéria-prima pertencente à União,
sem autorização legal ou em desacordo com as
obrigações impostas pelo título autorizativo, e
esse conflito resolve-se pelo critério da
sucessividade, pelo qual lex posterior derrogat
priori, devendo o agente responder unicamente
pelo crime contra o meio ambiente definido pela
Lei n.º 9.605/1998.
d) Considere a seguinte situação hipotética.
Gildo e Jair foram denunciados pelo MP.
Segundo a inicial acusatória, Gildo teria sido
partícipe do crime, pois teria dirigido veículo em
fuga, enquanto Jair desferia dez disparos de arma
de fogo em direção a Eduardo. Por circunstâncias
alheias à vontade dos agentes, consistente no
erro de pontaria de Jair, Eduardo não faleceu.
Entretanto, Jair foi absolvido pelo júri, tendo os
jurados decidido, por maioria, que ele não
produziu os disparos mencionados na denúncia.
Nessa situação hipotética, é válida a condenação
de Gildo em júri posterior, tendo em vista que o
CP adotou, quanto ao concurso de agentes, a
teoria da acessoriedade limitada.
e) Segundo a teoria monista ou unitária,
adotada pelo CP, todos os co-autores e partícipes
respondem por um único crime, na medida de sua
culpabilidade. Entre as modalidades de
participação, a doutrina reconhece a possibilidade
da participação por omissão, desde que o
partícipe tenha o dever jurídico de impedir o
resultado da conduta.
2 - Julgue os seguintes itens, referentes à
aplicação da lei penal no espaço e ao concurso
de agentes.
Considere a seguinte situação hipotética.
Marcos cometeu crime de furto quando se
encontrava em navio mercante brasileiro que
navegava em águas argentinas. Nessa situação,
o crime poderá ser julgado no primeiro porto
brasileiro em que o navio aportar, aplicando-se o
princípio da representação.
3 - Com base nos preceitos do direito penal,
assinale a opção correta.
a) No que diz respeito à lei penal no tempo e
no espaço, é correto afirmar que a vigência de
norma penal posterior atenderá ao princípio da
imediatidade, não incidindo, em nenhum caso,
sobre fatos praticados na forma da lei penal
anterior. No tocante à lei penal no espaço, o
Código Penal (CP) adota o princípio da
territorialidade como regra geral.
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b) Se um servidor público tiver sido condenado
a cinco anos de reclusão por apropriar-se de
dinheiro e outros bens móveis de que tinha posse
em razão do cargo, e a sentença penal
condenatória tiver transitado em julgado, então,
se for julgado procedente pedido de reabilitação e
o condenado vier a ressarcir integralmente o dano
causado pelo crime, o servidor poderá retornar ao
exercício do cargo público que havia perdido em
razão da sentença condenatória.
c) Não constitui crime a ocupação de
estabelecimento bancário, em momento de greve,
com a finalidade de impedir o desenvolvimento
normal da atividade bancária, ainda que da
ocupação haja danificação do patrimônio com o
escopo de embaraçar a execução dos trabalhos e
impedir o labor dos empregados que não
aderiram à greve. Somente haverá crime caso
haja lesões, físicas e(ou) morais, aos
trabalhadores que permaneceram em atividade, e
o crime terá como sujeito ativo apenas os
empregados da empresa onde ocorreram os
fatos.
d) Considere a seguinte situação hipotética.
Uma empresa de crédito, por intermédio de seus
sócios, tendo obtido empréstimos consignados
mediante fraude, utilizando-se de dados de
terceiros obtidos de forma fraudulenta, levou e
manteve em erro instituição financeira oficial.
Nessa situação hipotética, o procedimento
descrito configura operação financeira e
subsume-se à figura típica descrita na lei dos
crimes contra o sistema financeiro nacional.
e) Em relação ao crime de lavagem de
dinheiro, o entendimento doutrinário e
jurisprudencial firmado é que o mero proveito
econômico do produto do crime antecedente não
configuraria lavagem de dinheiro, exigindo-se a
prática de condutas de ocultar ou dissimular,
entre outras, como práticas autônomas, de modo
a caracterizar a infração penal em tela. Sem
essas, ocorrerá um simples pós-fato impunível.
Não se subordina persecução penal em juízo ao
encerramento do processo administrativo fiscal.
4 - Considerando a aplicação da lei penal no
tempo e no espaço, à luz do Código Penal, julgue
os itens a seguir.
Considere a seguinte situação hipotética. Entrou
em vigor, no dia 1.º/1/2008, lei temporária que
vigoraria até o dia 1.º/2/2008, na qual se
preceituou que o aborto, em qualquer de suas
modalidades, nesse período, não seria crime.
Nessa situação, se Kátia praticou aborto
voluntário no dia 20/1/2008, mas somente veio a
ser denunciada no dia 3/2/2008, não se aplica a
lei temporária, mas sim a lei em vigor ao tempo
da denúncia.
5 - Aplica-se a lei penal brasileira ao crime
praticado a bordo de aeronave estrangeira de
propriedade privada, em vôo no espaço aéreo
brasileiro.
6 - Acerca dos crimes de lavagem de capitais,
assinale a opção incorreta.
a) São objetos materiais do crime de lavagem:
o bem, o direito ou o valor proveniente de crime.
b) A lei exige a demonstração da existência da
materialidade de um crime antecedente.
c) Segundo o STJ, a lei privilegia a separação
obrigatória das ações penais e a autonomia do
feito referente à lavagem de dinheiro, sob o
argumento de que seria providência indispensável
à eficácia da legislação, já que, primeiro, o
procedimento relativo à infração antecedente
pode estar sujeito à jurisdição de outro país e,
segundo, é necessário que se resguarde a
persecução criminal, ante a gravidade e a
reiteração de delitos que desafiam o Estado.
d) A pena do crime de lavagem de dinheiro é
aumentada se esse crime é cometido por
intermédio de organização criminosa.
e) O delito de lavagem de dinheiro não é
punível se isento de pena o autor do crime
antecedente.
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7 - Em relação aos institutos de direito penal,
assinale a opção correta.
a) Tentativa imperfeita ocorre quando o agente
pratica todos os atos de execução, mas não
chega a atingir a vítima.
b) A desistência voluntária e o arrependimento
eficaz provocam a exclusão da adequação típica
indireta, respondendo o autor pelos atos até
então praticados e, não, pela tentativa.
c) Ocorrendo erro de tipo essencial escusável
que recaia sobre elementar do crime, exclui-se o
dolo do agente, que responde, no entanto, pelo
delito na modalidade culposa, se previsto em lei.
d) Pela teoria da acessoriedade limitada, o
partícipe somente responde pelo crime se o fato
principal for típico e ilícito, e o autor, culpável.
e) Ainda que favoráveis as circunstâncias
judiciais, é inadmissível a adoção do regime
prisional semiaberto aos reincidentes condenados
à pena privativa de liberdade igual ou inferior a
quatro anos.
8 - A respeito da aplicação da lei penal, assinale a
opção correta.
a) Quanto ao momento em que o crime é
considerado praticado, a lei penal brasileira
adotou expressamente a teoria da ubiquidade,
desprezando a teoria da atividade.
b) Com relação ao lugar em que o crime é
considerado praticado, a lei penal brasileira
adotou expressamente a teoria da atividade,
desprezando a teoria da ubiquidade.
c) Aplica-se a lei penal brasileira a crimes
praticados contra a vida ou a liberdade do
presidente da República, mesmo que o crime
tenha ocorrido em outro país.
d) Os agentes diplomáticos são imunes à lei
civil do Brasil, mas não à lei penal.
e) Os parlamentares não podem ser
processados civilmente pelas opiniões que
emitem no exercício de seus mandatos, mas
estão sujeitos à sanção penal no caso de
incorrerem em crime contra a honra.
9 - Fernando falsificou, na França, selos
brasileiros com intenção de usá-los no Brasil e,
assim, obter lucro.
A respeito dessa situação hipotética, assinale a
opção correta.
a) Nesse caso, aplica-se o princípio da
extraterritorialidade condicionada, de forma que
Fernando só poderá ser processado e julgado
conforme as leis brasileiras, quando e se entrar
no território nacional.
b) Fernando somente poderá ser processado
e julgado no Brasil se o fato for punível também
na França.
c) Fernando poderá ser punido no Brasil
somente se a extradição estiver prevista na lei
brasileira para o crime por ele cometido.
d) Se Fernando tiver sido absolvido, na
França, pela prática delitiva, não poderá ser
processado e julgado no Brasil.
e) Embora praticado no estrangeiro, o crime
praticado por Fernando fica sujeito à lei penal
brasileira, ainda que ele seja absolvido ou
condenado na França.
10 - Acerca de aplicação da lei penal e da
competência, assinale a opção correta.
a) Em relação aos crimes de tortura, não há
disposição específica relativa à competência;
vigora, assim, a regra geral de territorialidade
prevista no CPP, não sendo competente a justiça
brasileira se o crime for praticado fora do território
nacional, ainda que a vítima seja brasileira.
b) Compete à justiça federal o processo e
julgamento de quaisquer crimes em que indígena
figure como autor ou como vítima.
c) Compete à justiça estadual o processo por
contravenção penal, salvo se praticada em
detrimento de bens, serviços ou interesse da
União ou de suas entidades, fato que atrai a
competência da justiça federal.
d) Compete à justiça federal o processo e
julgamento dos crimes conexos de competência
federal e estadual, não se aplicando a regra do
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CPP de preponderância do lugar da infração à
qual for cominada pena mais grave.
e) Compete à justiça federal processar e julgar
as causas relativas a crimes praticados em
detrimento de sociedade de economia mista.
11 - Quanto à aplicação de pena, assinale a
opção correta.
a) Havendo concurso de crimes, as penas de
multa não serão aplicadas de forma autônoma e
integral, mas seguindo a regra da pena privativa
de liberdade.
b) Em caso de crime continuado, o aumento
efetuado pelo juiz em face da continuidade não
poderá exceder o resultado que ocorreria em
caso de concurso material de delitos.
c) No concurso de causas de aumento ou de
diminuição previstas na parte especial, não pode
o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só
diminuição, devendo proceder a todos os
aumentos ou diminuições legalmente previstos.
d) A condenação anterior à pena de multa não
impede a suspensão da pena, se presentes os
demais requisitos.
e) É incabível o livramento condicional para o
condenado por crime doloso cometido com
violência ou grave ameaça à pessoa, mesmo se
as condições pessoais não fizerem presumir que
o condenado não voltará a delinquir.
12 - Julgue os itens que se seguem, relativos aos
crimes contra a segurança nacional, a ordem
política e social e seu processo e julgamento.
Quando o fato estiver também previsto como
crime no Código Penal, levar-se-ão em conta,
para a aplicação da lei específica, a motivação e
os objetivos do agente e a lesão real ou potencial
aos bens jurídicos definidos em lei para se
determinar a lei aplicável ao caso concreto.
13 - De acordo com a lei penal brasileira, o
território nacional estende-se a
a) embarcações e aeronaves brasileiras de
natureza pública ou a serviço do governo
brasileiro, onde quer que se encontrem.
b) embarcações e aeronaves brasileiras de
natureza pública, desde que se encontrem no
espaço aéreo brasileiro ou em alto-mar.
c) aeronaves e embarcações brasileiras,
mercantes ou de propriedade privada, onde quer
que se encontrem.
d) embarcações e aeronaves brasileiras de
natureza pública, desde que se encontrem a
serviço do governo brasileiro.
e) aeronaves e embarcações brasileiras,
mercantes ou de propriedade privada, desde que
estejam a serviço do governo do Brasil e se
encontrem no espaço aéreo brasileiro ou em alto-
mar.
14 - Em cada um dos itens a seguir, é
apresentada uma situação hipotética, seguida de
uma assertiva a ser julgada.
Roberval foi definitivamente condenado pela
prática de crime punido com reclusão de um a
três anos. Após o cumprimento de metade da
pena a ele aplicada, adveio nova lei, que passou
a punir o crime por ele praticado com detenção de
dois a quatro anos. Nessa situação, a lei nova
não se aplicará a Roberval, tendo em vista que
sua condenação já havia transitado em julgado.
15 - Um cidadão sueco tentou matar o presidente
do Brasil, que se encontrava em visita oficial à
Suécia. Nessa hipótese, o crime praticado não
ficará sujeito à lei brasileira.
16 - Com relação à parte geral do direito penal,
julgue os seguintes itens.
O sujeito ativo que pratica crime em face de
embriaguez voluntária ou culposa responde pelo
crime praticado. Adota-se, no caso, a teoria da
conditio sine qua non para se imputar ao sujeito
ativo a responsabilidade penal.
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17 - De acordo com o sistema adotado pelo
Código Penal, é possível impor aos partícipes da
mesma atividade delituosa penas de intensidades
desiguais.
18 - Em cada um dos itens seguintes, é
apresentada uma situação hipotética, seguida de
uma assertiva a ser julgada.
No dia 1.º/3/1984, Jorge foi preso em flagrante
por ter vendido lança-perfume (cloreto de etila),
substância considerada entorpecente por portaria
do Ministério da Saúde de 27/1/1983. Todavia, no
dia 4/4/1984, houve publicação de nova portaria
daquele Ministério excluindo o cloreto de etila do
rol de substâncias entorpecentes. Posteriormente,
em 13/3/1985, foi publicada outra portaria do
Ministério da Saúde, incluindo novamente a
referida substância naquela lista. Nessa situação,
de acordo com o entendimento do STF, ocorreu a
chamada abolitio criminis, e Jorge, em 4/4/1984,
deveria ter sido posto em liberdade, não havendo
retroação da portaria de 13/3/1985, em face do
princípio da irretroatividade da lei penal mais
severa.
19 - Laura, funcionária pública a serviço do Brasil
na Inglaterra, cometeu, naquele país, crime de
peculato. Nessa situação, o crime praticado por
Laura ficará sujeito à lei brasileira, em face do
princípio da extraterritorialidade.
20 - Em cada um dos itens a seguir, é
apresentada uma situação hipotética, seguida de
uma assertiva a ser julgada.
Bartolomeu, pessoa com baixo grau de instrução,
foi preso em flagrante pela prática de ato definido
como crime contra a fauna. Nessa situação, o
baixo grau de instrução de Bartolomeu não exclui
a sua culpabilidade, mas constitui circunstância
que atenuaria a sua pena no caso de eventual
condenação penal.
21 - Em cada um dos itens seguintes, é
apresentada uma situação hipotética, seguida de
uma assertiva a ser julgada.
Célio praticou crime punido com pena de reclusão
de 2 a 8 anos, sendo condenado a 6 anos e 5
meses de reclusão em regime inicialmente semi-
aberto. Apelou da sentença penal condenatória,
para ver sua pena diminuída. Pendente o recurso,
entrou em vigor lei que reduziu a pena do crime
praticado por Célio para reclusão de 1 a 4 anos.
Nessa situação, Célio não será beneficiado com a
redução da pena, em face do princípio da
irretroatividade da lei penal previsto
constitucionalmente.
22 - Acerca da parte geral do direito penal, julgue
os itens seguintes.
Segundo a teoria da causalidade adequada,
adotada pelo Código Penal, o resultado, de que
depende a existência do crime, somente é
imputável a quem lhe deu causa. Considera-se
causa a ação ou omissão sem a qual o resultado
não teria ocorrido.
23 - Em caso de abolitio criminis, a reincidência
subsiste, como efeito secundário da infração
penal.
24 - Com base na parte geral do direito penal,
julgue os itens abaixo.
Considere a seguinte situação hipotética. Durante
processo movido contra Vitor por tentativa de
homicídio, o MP requereu a instauração de
incidente de insanidade mental, pedido que foi
deferido pelo juiz. No laudo final, foi atestada a
sanidade mental de Vitor à época dos fatos.
Anteriormente à juntada do laudo aos autos,
entretanto, a defesa comprovou que Vítor havia
sido interditado, o que acarretou, inclusive, sua
aposentadoria no serviço público. Nessa situação,
Vitor será considerado plenamente imputável,
pois a existência de laudo específico de sanidade
mental sobrepõe-se à interdição.
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25 - Com relação ao tempo do crime, o CP
adotou a teoria da atividade, pela qual se
considera praticado o crime no momento da ação
ou da omissão, exceto se outro for o momento do
resultado.
26 - Considerando a parte geral do Código Penal,
julgue os seguintes itens.
Considere a seguinte situação hipotética. Peter,
de nacionalidade norte-americana, desferiu cinco
tiros em direção a John, também norte-
americano, matando-o. O crime aconteceu no
interior de uma embarcação estrangeira de
propriedade privada em mar territorial do Brasil.
Nessa situação, não se aplica a lei brasileira ao
crime praticado por Peter.
27 - A respeito da aplicação da lei penal, dos
princípios da legalidade e da anterioridade e
acerca da lei penal no tempo e no espaço,
julgue os seguintes itens.
Ocorrendo a hipótese de novatio legis in mellius
em relação a determinado crime praticado por
uma pessoa definitivamente condenada pelo fato,
caberá ao juízo da execução, e não ao juízo da
condenação, a aplicação da lei mais benigna.
28 - O princípio da legalidade, que é desdobrado
nos princípios da reserva legal e da anterioridade,
não se aplica às medidas de segurança, que não
possuem natureza de pena, pois a parte geral do
Código Penal apenas se refere aos crimes e
contravenções penais.
29 - Julgue os próximos itens, relativos a direito
penal.
No sistema penal brasileiro, o arrependimento
posterior, a desistência voluntária e o
arrependimento eficaz são causas obrigatórias de
diminuição de pena, previstas na parte geral do
Código Penal, exigindo-se, para sua incidência,
que o fato delituoso tenha sido cometido sem
violência ou grave ameaça à pessoa.
30 – Considerando a parte geral do Código Penal,
julgue os seguintes itens.
Considere a seguinte situação hipotética. Flávio,
réu primário e com bons antecedentes, furtou o
telefone celular de Gina. Antes da prolação da
sentença, Flávio restituiu a Gina o bem subtraído,
por ato voluntário. Nessa situação, a pena de
Flávio será reduzida de um a dois terços.
31 - O ordenamento jurídico brasileiro
regulamenta os atos praticados pelos particulares
e pelos administradores públicos, no que se
refere a licitude, validação, comprovação e
aplicação. A esse respeito, julgue os itens a
seguir.
Comete ato ilícito o médico que, por negligência,
deixe de atender um paciente e este, em razão
desse fato, tenha de sofrer amputação de
membro.
32 - João atropelou Pedro. O pai de João, que
estava no banco do carona, ao seu lado, no
intuito de eximi-lo da responsabilidade criminal e
civil, alterou a posição da vítima e do carro antes
de a perícia chegar ao local.
Com base nessa situação hipotética, julgue os
itens seguintes.
A conduta de João poderá ser considerada
dolosa, caso fique demonstrado que assumiu o
risco de produzir o resultado, ou culposa, caso
tenha agido com imprudência, negligência ou
imperícia.
33 - Com relação à parte geral do direito penal,
julgue os itens seguintes.
I Setores da doutrina apontam a culpa temerária
como sendo uma modalidade de delito culposo
em que há intensificação da culpa em decorrência
de conduta praticada de modo especialmente
perigoso pelo agente. Todavia, a jurisprudência
do STF não admite a exacerbação da pena-base
com fundamento no grau de culpa do agente,
entendendo que somente é válido falar em culpa
leve, grave e gravíssima na esfera cível.
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II Na coação física irresistível, a conduta do
coagido é desprovida de voluntariedade, de forma
que o único responsável pelo delito é o coator. Já
na coação moral irresistível, o coagido age com
voluntariedade, embora viciada ou forçada, e com
dolo. Por esse motivo, na coação moral
irresistível, o coagido pratica crime, embora
somente o autor da coação seja punível.
III De acordo com o STJ, é possível reconhecer o
erro de proibição em favor de agente que
desconhecia que o cloreto de etila - lança-
perfume - continua sendo considerado substância
entorpecente, tendo em vista que, tratando-se de
norma penal em branco, não se pode aplicar, de
forma absoluta, a máxima de que a ignorância da
lei não escusa.
IV Em crime contra a vida praticado em co-
autoria, se um dos agentes, em vez de atingir a
vítima, em aberractio ictus, atinge o co-autor,
responde como se tivesse praticado o crime
contra a pessoa que pretendia ofender. Se atingir
a pessoa que pretendia ofender e o co-autor, há
concurso formal de crimes.
V O STF entende que, se o decreto que concede
o indulto não faz remissão à comutação da pena,
nem ao seu alcance aos condenados por crimes
hediondos cometidos antes da lei que assim os
define, é possível a comutação da pena ao
condenado pela prática de homicídio qualificado,
desde que o crime tenha sido praticado antes da
Lei dos Crimes Hediondos, por força da aplicação
do princípio da irretroatividade da lei penal mais
severa.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) III e V.
e) IV e V.
34 - Com referência ao dolo e à culpa, assinale a
opção correta.
a) Em relação ao dolo, o Código Penal
brasileiro adotou a teoria da representação,
segundo a qual a conduta dolosa é o
comportamento de quem tem consciência do fato
e de seu significado, e, ao mesmo tempo, a
vontade de realizá-lo.
b) A teoria naturalista ou causal da conduta
adotava a espécie de dolo denominada natural,
que, em vez de constituir elemento da conduta,
era considerado requisito da culpabilidade, com
três elementos: consciência, vontade e
consciência da ilicitude (dolus malus).
c) Considere a seguinte situação hipotética.
Um jovem desferiu, com intenção homicida,
golpes de faca em seu vizinho, que caiu
desacordado. Acreditando ter atingido seu
objetivo, enterrou o que supunha ser o cadáver
no meio da mata. A perícia constatou,
posteriormente, que o homem falecera em razão
de asfixia decorrente da ausência de ar no local
em que foi enterrado.
Nessa situação, ocorreu o que a doutrina
denomina de aberratio causae, devendo o agente
responder pelo delito de homicídio simples
consumado, por ter agido com dolo geral.
d) Considere a seguinte situação hipotética.
Paulo, chefe de família, percebeu que alguém
entrou pelos fundos, à noite, em sua residência,
em local com altos índices de violência.
Pensando tratar-se de assalto, posicionou-se,
com a luz apagada, de forma dissimulada, e
desferiu golpes de faca no suposto meliante, com
intenção de matá-lo, certo de praticar ação
perfeitamente lícita, amparada pela legítima
defesa. Verificou-se, posteriormente, que Paulo
ceifou a vida de seu filho de doze anos de idade.
Nessa situação, Paulo agiu com culpa
inconsciente, devendo responder por homicídio
culposo.
e) No ordenamento jurídico brasileiro, de
acordo com a doutrina majoritária, a ausência de
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previsibilidade subjetiva - a possibilidade de o
agente, dadas suas condições peculiares, prever
o resultado - exclui a culpa, uma vez que é seu
elemento.
35 - Em uma festividade natalina que ocorria em
determinado restaurante, o garçom, ao estourar
um champanhe, afastou-se do dever de cuidado
objetivo a todos imposto e lesionou levemente o
olho de uma cliente, embora não tivesse a
intenção de machucála. Levada ao hospital para
tratar a lesão, a moça sofreu um acidente
automobilístico no trajeto, vindo a falecer em
consequência exclusiva dos ferimentos
provocados pelo infortúnio de trânsito.
Com referência a essa situação hipotética e ao
instituto do nexo causal no ordenamento jurídico
brasileiro, assinale a opção correta.
a) O garçom deverá responder pelo delito de
homicídio culposo.
b) O garçom poderá responder apenas pelo
delito de lesão corporal culposa.
c) O garçom não deverá responder por
nenhum delito.
d) Em regra, o CP adotou a teoria da
causalidade adequada para identificar o nexo
causal entre a conduta e o resultado.
e) Segundo a teoria da imputação objetiva, o
garçom, por ter criado um risco absolutamente
proibido pela sociedade, deveria responder pelo
delito de homicídio doloso.
36 - Com relação a elementos e espécies da
infração penal, julgue os itens subseqüentes.
Se o sujeito ativo do delito, ao praticar o crime,
não quer diretamente o resultado, mas assume o
risco de produzi-lo, o crime será culposo, na
modalidade culpa consciente.
37 - Um jovem religioso, fervoroso e abstêmio,
durante uma comemoração de casamento,
ingeriu aguardente. Transtornado e embriagado,
agrediu sua companheira com golpes de faca,
completamente descontrolado.
A situação acima descreve um exemplo de
embriaguez
a) por força maior.
b) dolosa.
c) preterdolosa.
d) proveniente de caso fortuito.
e) acidental.
38 - Acerca de culpa, culpabilidade e ilicitude,
julgue os seguintes itens.
I Para a teoria diferenciadora alemã, a qual
chegou a ser prevista no CP de 1969, que não
chegou a entrar em vigor, há necessidade de
ponderação entre os bens e deveres em conflito e
somente o bem reputado de menor valor pode ser
licitamente sacrificado para proteção do de maior
valor.
II O CP brasileiro não adotou a teoria
diferenciadora, todavia, em relação ao agente que
tinha o dever legal de enfrentar o perigo, poderá
haver a aplicação do estado de necessidade
justificante, se o bem que sacrificou era de menor
valor do que o protegido.
III O desconhecimento da lei é inescusável. O
erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta
de pena; se evitável, não constitui causa de
diminuição da reprimenda, podendo ser valorado
como circunstância judicial, quando da aplicação
da pena, na primeira fase da dosimetria.
IV Nos crimes culposos, o tipo penal é aberto, o
que decorre da impossibilidade do legislador de
antever todas as formas de realização culposa;
assim, o legislador prevê apenas genericamente
a ocorrência da culpa, sem defini-la, e, no caso
concreto, o aplicador deve comparar o
comportamento do sujeito ativo com o que uma
pessoa de prudência normal teria, na mesma
situação.
Estão certos apenas os itens
a) I e IV.
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b) II e III.
c) II e IV.
d) I, II e III.
e) I, III e IV.
39 - No que se refere aos crimes contra a vida, às
lesões corporais, aos crimes contra a honra e
àqueles contra a liberdade individual, julgue os
seguintes itens.
Em se tratando de homicídio, é incompatível o
domínio de violenta emoção com o dolo eventual.
40 - Com referência ao dolo e à culpa, assinale a
opção correta.
a) Em relação ao dolo, o Código Penal
brasileiro adotou a teoria da representação,
segundo a qual a conduta dolosa é o
comportamento de quem tem consciência do fato
e de seu significado, e, ao mesmo tempo, a
vontade de realizá-lo.
b) A teoria naturalista ou causal da conduta
adotava a espécie de dolo denominada natural,
que, em vez de constituir elemento da conduta,
era considerado requisito da culpabilidade, com
três elementos: consciência, vontade e
consciência da ilicitude (dolus malus).
c) Considere a seguinte situação hipotética.
Um jovem desferiu, com intenção homicida,
golpes de faca em seu vizinho, que caiu
desacordado. Acreditando ter atingido seu
objetivo, enterrou o que supunha ser o cadáver
no meio da mata. A perícia constatou,
posteriormente, que o homem falecera em razão
de asfixia decorrente da ausência de ar no local
em que foi enterrado.
Nessa situação, ocorreu o que a doutrina
denomina de aberratio causae, devendo o agente
responder pelo delito de homicídio simples
consumado, por ter agido com dolo geral.
d) Considere a seguinte situação hipotética.
Paulo, chefe de família, percebeu que alguém
entrou pelos fundos, à noite, em sua residência,
em local com altos índices de violência.
Pensando tratar-se de assalto, posicionou-se,
com a luz apagada, de forma dissimulada, e
desferiu golpes de faca no suposto meliante, com
intenção de matá-lo, certo de praticar ação
perfeitamente lícita, amparada pela legítima
defesa. Verificou-se, posteriormente, que Paulo
ceifou a vida de seu filho de doze anos de idade.
Nessa situação, Paulo agiu com culpa
inconsciente, devendo responder por homicídio
culposo.
e) No ordenamento jurídico brasileiro, de
acordo com a doutrina majoritária, a ausência de
previsibilidade subjetiva - a possibilidade de o
agente, dadas suas condições peculiares, prever
o resultado - exclui a culpa, uma vez que é seu
elemento.
41 - Com relação a elementos e espécies da
infração penal, julgue os itens subseqüentes.
Se o sujeito ativo do delito, ao praticar o crime,
não quer diretamente o resultado, mas assume o
risco de produzi-lo, o crime será culposo, na
modalidade culpa consciente.
42 - Excetuadas as exceções legais, o autor de
fato previsto como crime só poderá ser punido se
o praticar dolosamente.
43 - Em cada um dos itens a seguir, é
apresentada uma situação hipotética, seguida de
uma assertiva a ser julgada.
Uma indústria lançou no mercado nacional um
pequeno lote de pneus automotivos que,
posteriormente, descobriu-se ter sido fabricado
com material de baixa qualidade, que poderia
romper-se caso fosse submetido às temperaturas
que os pneus alcançam quando um automóvel é
conduzido em alta velocidade sobre asfalto muito
quente. Mesmo conscientes do defeito, os
diretores da empresa decidiram manter silêncio
sobre o fato, para evitar danos à imagem da
empresa. Nessa situação, os referidos diretores
cometeram crime punível com pena restritiva de
liberdade, mesmo que nenhum acidente tenha
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resultado diretamente do referido defeito de
fabricação.
44 - Em cada um dos itens a seguir, é
apresentada uma situação hipotética, seguida de
uma assertiva a ser julgada.
Durante um espetáculo de circo, Andrey, que é
atirador de facas, obteve a concordância de
Nádia, que estava na platéia, em participar da sua
apresentação. Na hipótese de Andrey, embora
prevendo que poderia lesionar Nádia, mas
acreditando sinceramente que tal resultado não
viesse a ocorrer, atingir Nádia com uma das
facas, ele terá agido com dolo eventual.
45 - Com relação à parte geral do direito penal,
julgue os itens seguintes.
I Setores da doutrina apontam a culpa temerária
como sendo uma modalidade de delito culposo
em que há intensificação da culpa em decorrência
de conduta praticada de modo especialmente
perigoso pelo agente. Todavia, a jurisprudência
do STF não admite a exacerbação da pena-base
com fundamento no grau de culpa do agente,
entendendo que somente é válido falar em culpa
leve, grave e gravíssima na esfera cível.
II Na coação física irresistível, a conduta do
coagido é desprovida de voluntariedade, de forma
que o único responsável pelo delito é o coator. Já
na coação moral irresistível, o coagido age com
voluntariedade, embora viciada ou forçada, e com
dolo. Por esse motivo, na coação moral
irresistível, o coagido pratica crime, embora
somente o autor da coação seja punível.
III De acordo com o STJ, é possível reconhecer o
erro de proibição em favor de agente que
desconhecia que o cloreto de etila - lança-
perfume - continua sendo considerado substância
entorpecente, tendo em vista que, tratando-se de
norma penal em branco, não se pode aplicar, de
forma absoluta, a máxima de que a ignorância da
lei não escusa.
IV Em crime contra a vida praticado em co-
autoria, se um dos agentes, em vez de atingir a
vítima, em aberractio ictus, atinge o co-autor,
responde como se tivesse praticado o crime
contra a pessoa que pretendia ofender. Se atingir
a pessoa que pretendia ofender e o co-autor, há
concurso formal de crimes.
V O STF entende que, se o decreto que concede
o indulto não faz remissão à comutação da pena,
nem ao seu alcance aos condenados por crimes
hediondos cometidos antes da lei que assim os
define, é possível a comutação da pena ao
condenado pela prática de homicídio qualificado,
desde que o crime tenha sido praticado antes da
Lei dos Crimes Hediondos, por força da aplicação
do princípio da irretroatividade da lei penal mais
severa.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) III e V.
e) IV e V.
46 - Abel pretendia tirar a vida do seu desafeto
Bruno, que se encontrava caminhando em um
parque ao lado da namorada. Mesmo ciente de
que também poderia acertar a garota, Abel
continuou sua empreitada criminosa, efetuou um
único disparo e acertou letalmente Bruno, ferindo
levemente sua namorada.
A partir dessa situação hipotética e em relação ao
instituto do erro, assinale a opção correta.
a) Na situação de delito putativo por erro de
tipo, o agente não sabe que está cometendo um
crime, mas acaba por praticá-lo.
b) O erro de tipo essencial escusável exclui o
dolo, mas permite a punição por crime culposo,
se previsto em lei.
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c) O caso hipotético acima caracteriza o que a
doutrina denomina de aberratio ictus, devendo
Abel responder apenas pelo homicídio.
d) Abel deve responder pelos delitos de
homicídio e lesão corporal leve em concurso
formal imperfeito.
e) Abel deve responder pelos delitos de
homicídio e lesão corporal leve em concurso
ideal.
47 - Em relação aos institutos de direito penal,
assinale a opção correta.
a) Tentativa imperfeita ocorre quando o agente
pratica todos os atos de execução, mas não
chega a atingir a vítima.
b) A desistência voluntária e o arrependimento
eficaz provocam a exclusão da adequação típica
indireta, respondendo o autor pelos atos até
então praticados e, não, pela tentativa.
c) Ocorrendo erro de tipo essencial escusável
que recaia sobre elementar do crime, exclui-se o
dolo do agente, que responde, no entanto, pelo
delito na modalidade culposa, se previsto em lei.
d) Pela teoria da acessoriedade limitada, o
partícipe somente responde pelo crime se o fato
principal for típico e ilícito, e o autor, culpável.
e) Ainda que favoráveis as circunstâncias
judiciais, é inadmissível a adoção do regime
prisional semiaberto aos reincidentes condenados
à pena privativa de liberdade igual ou inferior a
quatro anos.
48 - A respeito de erro de tipo e erro de proibição,
assinale a opção correta.
a) O erro sobre elemento constitutivo do tipo
legal de crime exclui o dolo e a culpa, podendo o
agente, no entanto, responder civilmente pelos
danos eventualmente ocasionados.
b) Com relação à disciplina das
descriminantes putativas, é isento de pena quem,
por erro plenamente justificado pelas
circunstâncias, supõe situação de fato que, se
existisse, tornaria a ação legítima, mas essa
isenção de pena não ocorre se o erro derivar de
culpa e o fato for punível como crime culposo.
c) O erro quanto à pessoa contra a qual o
crime é praticado não isenta de pena e, nesse
caso, não se consideram, para fins de aplicação
da pena e definição do tipo, as condições ou
qualidades da pessoa contra quem o agente
queria praticar o crime, mas sim as da vítima real.
d) A depender das circunstâncias pessoais do
autor do crime, o desconhecimento da lei pode
ser escusado.
e) O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável,
exclui o dolo; se evitável, constitui causa de
isenção da pena.
49 - Em cada um dos itens seguintes, é
apresentada uma situação hipotética, seguida de
uma assertiva a ser julgada.
O médico Caio, por negligência que consistiu em
não perguntar ou pesquisar sobre eventual
gravidez de paciente nessa condição, receita-lhe
um medicamento que provocou o aborto. Nessa
situação, Caio agiu em erro de tipo vencível, em
que se exclui o dolo, ficando isento de pena, por
não existir aborto culposo.
50 - Em cada um dos itens a seguir, é
apresentada uma situação hipotética, seguida de
uma assertiva a ser julgada.
Bartolomeu, pessoa com baixo grau de instrução,
foi preso em flagrante pela prática de ato definido
como crime contra a fauna. Nessa situação, o
baixo grau de instrução de Bartolomeu não exclui
a sua culpabilidade, mas constitui circunstância
que atenuaria a sua pena no caso de eventual
condenação penal.
51 - Com base na parte geral do direito penal,
julgue os itens abaixo.
Considere a seguinte situação hipotética. Lúcio
manteve relação sexual com Márcia, após
conhecê-la em uma boate, cujo acesso era
proibido para menores de 18 anos, tendo ela
afirmado a Lúcio ter 19 anos de idade,
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plenamente compatível com sua compleição
física. Nessa situação, constatado posteriormente
que Márcia era menor de 14 anos, Lúcio não será
punido por crime de estupro, tendo em vista que a
jurisprudência do STF reconhece, no caso, o erro
de proibição, que afasta a culpabilidade do
agente.
52 - A respeito das teorias da culpabilidade,
julgue os itens que se seguem.
Segundo a teoria psicológica da culpabilidade, o
dolo e a culpa fazem parte da análise da
culpabilidade, e a imputabilidade penal é
pressuposto desta.
53 - A teoria psicológico-normativa da
culpabilidade, ao enfatizar conteúdo normativo, e
não somente o aspecto psicológico (dolo e culpa),
leva em conta o juízo de reprovação social ou de
censura a ser feito em relação ao fato típico e
jurídico quando seu autor for considerado
imputável.
54 - Segundo a teoria normativa pura, a fim de
tipificar uma conduta, ingressa-se na análise do
dolo ou da culpa, que se encontram, pois, na
tipicidade, e não, na culpabilidade. A
culpabilidade, dessa forma, é um juízo de
reprovação social, incidente sobre o fato típico e
antijurídico e sobre seu autor.
55 - Julgue os itens a seguir, acerca do direito
penal brasileiro.
I A culpabilidade, como fundamento da pena,
possui como elementos positivos específicos de
seu conceito dogmático a capacidade de
culpabilidade, a consciência da ilicitude e a
exigibilidade de conduta diversa, sendo a
ausência de qualquer um deles suficiente para
impedir a aplicação da sanção penal.
II Caso alguém, consciente da ausência de risco
pessoal, da situação de perigo e da necessidade
de prestar socorro a outrem, deixe de prestá-lo,
por acreditar não estar obrigado a fazê-lo por não
possuir qualquer vínculo com a vítima e por não
ter concorrido para o perigo, fica caracterizado o
erro mandamental em relação ao crime de
omissão de socorro.
III No que tange às infrações penais previstas no
Estatuto do Estrangeiro, a pena prevista para a
entrada, sem autorização, no território nacional é
de deportação, e a pena prevista para a
introdução de estrangeiro clandestino ou a
ocultação de clandestino ou irregular, para o
estrangeiro autor do crime, é de expulsão.
IV Tratando-se de crime de tortura praticado por
servidor público, a perda do cargo público não é
efeito automático e obrigatório da condenação,
sendo necessária fundamentação específica para
tal finalidade na sentença penal condenatória.
V Tratando-se de crime de resistência, o fato de
esta ser oposta a dois ou mais policiais que
prendam o agente configura concurso formal de
crimes.
A quantidade de itens certos é igual a
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
56 - Quanto a tipicidade, ilicitude, culpabilidade,
punibilidade e causas de exclusão de ilicitude e
culpabilidade, julgue os seguintes itens.
De acordo com parte da doutrina, a evolução da
teoria da culpabilidade fez que, nos dias atuais,
não se exija mais a consciência da ilicitude,
contentando-se o direito com a consciência
profana do injusto, consubstanciada pelo
conhecimento da anti-sociedade, da imoralidade
e da lesividade da conduta, conforme normas
gerais de conduta e de princípios morais e éticos.
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57 - Quanto à culpabilidade e à imputabilidade
penal, julgue os próximos itens.
Para a teoria limitada da culpabilidade, adotada
pelo CP brasileiro, toda espécie de descriminante
putativa, seja sobre os limites autorizadores da
norma, seja incidente sobre situação fática
pressuposto de uma causa de justificação, é
sempre considerada erro de proibição.
58 - Considere a seguinte situação hipotética. Em
uma festividade de calouros de determinada
faculdade, João foi obrigado por vários veteranos,
mediante coação física, a ingerir grande
quantidade de bebida alcoólica, ficando
completamente embriagado, uma vez que não
tinha costume de tomar bebida com álcool. Nesse
estado, João praticou lesões corporais e atentado
violento ao pudor contra uma colega que também
estava na festa. Nessa situação, trata-se de
embriaguez acidental decorrente de força maior,
devendo ser excluída a imputabilidade de João,
que fica isento de pena pelos delitos que praticou.
59 - A respeito de tipicidade, ilicitude e
culpabilidade, assinale a opção correta.
a) A participação, no concurso de pessoas, é
considerada hipótese de tipicidade mediata ou
indireta.
b) Elemento subjetivo especial é aquele que
depende de uma interpretação jurídica, como
ocorria em relação ao conceito de mulher
honesta, atualmente não mais previsto na
legislação penal.
c) No caso de legítima defesa de direito de
terceiro, é necessária a prévia autorização deste
para que a conduta do agente não seja ilícita.
d) O Código Penal (CP) adota a teoria
psicológico-normativa da culpabilidade, para a
qual a culpabilidade não é requisito do crime,
mas, sim, pressuposto de aplicação da pena.
e) Se o bem jurídico tutelado pela norma penal
for disponível, independentemente da capacidade
da vítima, o consentimento do ofendido constitui
causa supralegal de exclusão da ilicitude.
60 - Acerca das excludentes de culpabilidade, da
imputabilidade e do concurso de pessoas,
assinale a opção correta.
a) Exclui a culpabilidade do crime, por
inexigibilidade de conduta diversa, a coação física
irresistível ou vis absoluta.
b) Na prática de crime em obediência
hierárquica, se a ordem não for manifestamente
ilegal, o subordinado e o superior hierárquico não
respondem por crime algum.
c) Dividem-se os crimes em monossubjetivo e
plurissubjetivo, sendo que somente neste último
pode ocorrer concurso de pessoas.
d) A participação de menor importância
configura exceção à teoria monista, adotada pelo
CP quanto ao concurso de pessoas.
e) Ocorrendo coação moral resistível, não se
afasta a culpabilidade, havendo simplesmente
reconhecimento de atenuante genérica.
61 - Um jovem religioso, fervoroso e abstêmio,
durante uma comemoração de casamento,
ingeriu aguardente. Transtornado e embriagado,
agrediu sua companheira com golpes de faca,
completamente descontrolado.
A situação acima descreve um exemplo de
embriaguez
a) por força maior.
b) dolosa.
c) preterdolosa.
d) proveniente de caso fortuito.
e) acidental.
62 - Acerca de culpa, culpabilidade e ilicitude,
julgue os seguintes itens.
I Para a teoria diferenciadora alemã, a qual
chegou a ser prevista no CP de 1969, que não
chegou a entrar em vigor, há necessidade de
ponderação entre os bens e deveres em conflito e
somente o bem reputado de menor valor pode ser
licitamente sacrificado para proteção do de maior
valor.
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II O CP brasileiro não adotou a teoria
diferenciadora, todavia, em relação ao agente que
tinha o dever legal de enfrentar o perigo, poderá
haver a aplicação do estado de necessidade
justificante, se o bem que sacrificou era de menor
valor do que o protegido.
III O desconhecimento da lei é inescusável. O
erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta
de pena; se evitável, não constitui causa de
diminuição da reprimenda, podendo ser valorado
como circunstância judicial, quando da aplicação
da pena, na primeira fase da dosimetria.
IV Nos crimes culposos, o tipo penal é aberto, o
que decorre da impossibilidade do legislador de
antever todas as formas de realização culposa;
assim, o legislador prevê apenas genericamente
a ocorrência da culpa, sem defini-la, e, no caso
concreto, o aplicador deve comparar o
comportamento do sujeito ativo com o que uma
pessoa de prudência normal teria, na mesma
situação.
Estão certos apenas os itens
a) I e IV.
b) II e III.
c) II e IV.
d) I, II e III.
e) I, III e IV.
63 - Com relação à parte geral do direito penal,
julgue os seguintes itens.
O sujeito ativo que pratica crime em face de
embriaguez voluntária ou culposa responde pelo
crime praticado. Adota-se, no caso, a teoria da
conditio sine qua non para se imputar ao sujeito
ativo a responsabilidade penal.
64 - Em cada um dos itens a seguir, é
apresentada uma situação hipotética, seguida de
uma assertiva a ser julgada.
Bartolomeu, pessoa com baixo grau de instrução,
foi preso em flagrante pela prática de ato definido
como crime contra a fauna. Nessa situação, o
baixo grau de instrução de Bartolomeu não exclui
a sua culpabilidade, mas constitui circunstância
que atenuaria a sua pena no caso de eventual
condenação penal.
65 - Julgue os seguintes itens, à luz do direito
penal.
A coação física e a coação moral irresistíveis
afastam a própria ação, não respondendo o
agente pelo crime. Em tais casos, responderá
pelo crime o coator.
66 - Em cada um dos itens a seguir, é
apresentada uma situação hipotética, seguida de
uma assertiva a ser julgada.
Ricardo, obrigado por Sandra, mediante ameaça
de arma de fogo, a ingerir quantidade excessiva
de bebida alcoólica, ficou completamente
embriagado. Nessa hipótese, se Ricardo viesse a
cometer um delito, sua pena poderia ser reduzida
em até 2/3, caso ele fosse, ao tempo da ação,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito
do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
67 - Considerando a legislação penal especial,
julgue os seguintes itens.
Nos crimes de tráfico de substâncias
entorpecentes, é isento de pena o agente que,
em razão da dependência ou sob o efeito,
proveniente de caso fortuito ou força maior, de
droga, era, ao tempo da ação ou da omissão,
qualquer que tenha sido a infração penal
praticada, inteiramente incapaz de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento.
68 - Em relação ao concurso de pessoas e ao
crime continuado, assinale a opção correta.
a) A jurisprudência do STJ e do STF é firme
quanto à impossibilidade de se admitir a
participação do advogado que ilicitamente instrui
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a testemunha no crime de falso testemunho, por
se tratar de delito de mão própria, devendo a
punição do causídico limitar-se à esfera
administrativa junto ao Conselho Seccional da
OAB.
b) Em face do art. 29, caput, segundo o qual,
quem, de qualquer modo, concorre para o crime
incide nas penas a este cominadas, na medida de
sua culpabilidade, é correto afirmar que o CP, em
relação à natureza jurídica do concurso de
pessoas, adotou, em regra, a teoria dualista.
c) Se algum dos agentes quis participar de
crime menos grave, deve ser-lhe aplicada a pena
deste, exceto na hipótese de ter sido previsível o
crime mais grave, situação em que todos os
agentes respondem por este delito.
d) Em relação à unidade de desígnios para o
reconhecimento da figura do crime continuado, o
CP, adotando a teoria subjetiva, exige que o
agente tenha atuado com a intenção de praticar
todos os delitos em continuidade.
e) O crime continuado é uma ficção jurídica,
pois há uma pluralidade de delitos, mas o
legislador presume que eles constituem um só
crime, apenas para efeito de sanção penal.
69 - Em se tratando da chamada
comunicabilidade de circunstâncias, prevista no
Código Penal brasileiro, as condições e
circunstâncias pessoais que formam a elementar
do injusto, tanto básico como qualificado,
comunicam-se dos autores aos partícipes e, de
igual modo, as condições e circunstâncias
pessoais dos partícipes comunicam-se aos
autores.
70 - No que se refere à aplicação da lei penal no
espaço e ao concurso de agentes, assinale a
opção correta.
a) De acordo com o CP, aplica-se a lei
brasileira aos crimes praticados a bordo de
embarcações brasileiras de propriedade privada
que se encontrem em alto-mar. Desse modo,
considerando-se que a CF prevê que aos juízes
federais compete processar e julgar os crimes
cometidos a bordo de navios, a competência para
processar e julgar crime de homicídio praticado
dentro de iate em alto-mar brasileiro é da justiça
federal brasileira, conforme entendimento dos
tribunais superiores.
b) Considerando que uma aeronave privada
brasileira estivesse sobrevoando território
estrangeiro quando uma passageira praticou
crime de aborto no seu interior, nessa situação,
segundo o princípio da representação ou da
bandeira, a competência para processar e julgar o
feito seria da justiça brasileira,
independentemente de o feito ser ou não julgado
no território estrangeiro.
c) De acordo com o STJ, há conflito aparente
de normas (crime de usurpação versus crime
contra o meio ambiente) na conduta do agente
que explora matéria-prima pertencente à União,
sem autorização legal ou em desacordo com as
obrigações impostas pelo título autorizativo, e
esse conflito resolve-se pelo critério da
sucessividade, pelo qual lex posterior derrogat
priori, devendo o agente responder unicamente
pelo crime contra o meio ambiente definido pela
Lei n.º 9.605/1998.
d) Considere a seguinte situação hipotética.
Gildo e Jair foram denunciados pelo MP.
Segundo a inicial acusatória, Gildo teria sido
partícipe do crime, pois teria dirigido veículo em
fuga, enquanto Jair desferia dez disparos de arma
de fogo em direção a Eduardo. Por circunstâncias
alheias à vontade dos agentes, consistente no
erro de pontaria de Jair, Eduardo não faleceu.
Entretanto, Jair foi absolvido pelo júri, tendo os
jurados decidido, por maioria, que ele não
produziu os disparos mencionados na denúncia.
Nessa situação hipotética, é válida a condenação
de Gildo em júri posterior, tendo em vista que o
CP adotou, quanto ao concurso de agentes, a
teoria da acessoriedade limitada.
e) Segundo a teoria monista ou unitária,
adotada pelo CP, todos os co-autores e partícipes
respondem por um único crime, na medida de sua
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culpabilidade. Entre as modalidades de
participação, a doutrina reconhece a possibilidade
da participação por omissão, desde que o
partícipe tenha o dever jurídico de impedir o
resultado da conduta.
71 - Julgue os seguintes itens, referentes à
aplicação da lei penal no
espaço e ao concurso de agentes.
No tocante à participação, o CP adota o critério
da hiperacessoriedade, razão pela qual, para que
o partícipe seja punível, será necessário se
comprovar que ele concorreu para a prática de
fato típico e ilícito.
72 - Na conivência ou na participação negativa,
não há a possibilidade de punição do agente, ao
contrário do que ocorre na participação por
omissão, em que o agente poderá ser punido se
não agir para evitar o resultado.
73 - Ocorre a co-autoria sucessiva quando, após
iniciada a conduta típica por um único agente,
houver a adesão de um segundo agente à
empreitada criminosa, sendo que as condutas
praticadas por cada um, dentro de um critério de
divisão de tarefas e união de desígnios, devem
ser capazes de interferir na consumação da
infração penal.
74 - A respeito do concurso de agentes em
eventos delituosos, assinale a opção correta.
a) Considere que um guarda-vidas e um
banhista, ambos podendo agir sem perigo
pessoal, tenham presenciado o afogamento de
uma pessoa na piscina do clube onde o guarda-
vidas trabalha e não tenham prestado socorro a
ela. Nesse caso, na hipótese de morte da vítima,
os dois agentes devem responder pelo delito de
omissão de socorro.
b) Com relação à autoria delitiva, a teoria
extensiva considera que todos os participantes do
evento delituoso são autores, não admitindo a
existência de causas de diminuição de pena nem
de diferentes graus de autoria, compatibilizando-
se, apenas, com a figura do cúmplice (autor
menos relevante), que deve receber pena idêntica
à dos demais agentes.
c) Segundo o critério objetivo-formal da teoria
restritiva, somente é considerado autor aquele
que pratica o núcleo do tipo; partícipe é aquele
que, sem realizar a conduta principal, concorre
para o resultado, auxiliando, induzindo ou
instigando o autor.
d) No ordenamento jurídico brasileiro, apenas
o homem pode ser autor do delito de estupro; a
mulher pode apenas ser partícipe de tal crime,
uma vez que, biologicamente, não pode ter
conjunção carnal com outra mulher.
e) Em relação à natureza jurídica do concurso
de agentes, o CP adotou a teoria unitária ou
monista, segundo a qual cada um dos agentes
(autor e partícipe) responde por um delito próprio,
havendo pluralidade de fatos típicos, de modo
que cada agente deve responder por um crime
diferente.
75 - Considerando a parte geral do direito penal,
julgue os seguintes itens.
I Nos crimes de tendência intensificada, o tipo
penal requer o ânimo de realizar a própria
conduta típica legalmente prevista, sem
necessidade de transcender tal conduta, como
ocorre nos delitos de intenção. Em outras
palavras, não se exige que o autor do crime
deseje um resultado ulterior ao previsto no tipo
penal, mas, apenas, que confira à ação típica um
sentido subjetivo não previsto expressamente no
tipo, mas deduzível da natureza do delito. Citase,
como exemplo, o propósito de ofender, nos
crimes contra a honra.
II Subdividem-se os crimes de perigo em crimes
de perigo concreto e crimes de perigo abstrato,
diferenciando-se um do outro porque naqueles há
a necessidade da demonstração da situação de
risco sofrida pelo bem jurídico penal protegido, o
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que somente pode ser reconhecível por uma
valoração subjetiva da probabilidade de
superveniência de um dano. Por outro lado, no
crime de perigo abstrato, há uma presunção legal
do perigo, que, por isso, não precisa ser provado.
III No CP, adota-se, em relação ao concurso de
agentes, a teoria monística ou unitária, segundo a
qual, aquele que, de qualquer modo, concorre
para o crime incide nas penas a este cominadas
na medida de sua culpabilidade; no referido
código, adota-se, ainda, o conceito restritivo de
autor, entendido como aquele que realiza a
conduta típica descrita na lei, praticando o núcleo
do tipo.
IV Franz Von Liszt estabeleceu distinção entre
ilicitude formal e material, asseverando que é
formalmente antijurídico todo comportamento
humano que viola a norma penal, ao passo que é
substancialmente antijurídico o comportamento
humano que fere o interesse social tutelado pela
própria norma.
V A superveniência de causa relativamente
independente exclui a imputação quando, por si
só, tenha produzido o resultado; os fatos
anteriores, entretanto, imputam-se a quem os
tenha praticado.
A quantidade de itens certos é igual a
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5
76 - Julgue os itens a seguir, acerca do concurso
de pessoas e dos crimes contra a administração
pública.
A participação ínfima ou de somenos é tratada
pelo CP da mesma maneira que a menor
participação, tendo ambas como conseqüência a
incidência de minorante da pena em um sexto a
um terço.
77 - A respeito de tipicidade, ilicitude e
culpabilidade, assinale a opção correta.
a) A participação, no concurso de pessoas, é
considerada hipótese de tipicidade mediata ou
indireta.
b) Elemento subjetivo especial é aquele que
depende de uma interpretação jurídica, como
ocorria em relação ao conceito de mulher
honesta, atualmente não mais previsto na
legislação penal.
c) No caso de legítima defesa de direito de
terceiro, é necessária a prévia autorização deste
para que a conduta do agente não seja ilícita.
d) O Código Penal (CP) adota a teoria
psicológico-normativa da culpabilidade, para a
qual a culpabilidade não é requisito do crime,
mas, sim, pressuposto de aplicação da pena.
e) Se o bem jurídico tutelado pela norma penal
for disponível, independentemente da capacidade
da vítima, o consentimento do ofendido constitui
causa supralegal de exclusão da ilicitude.
78 - Acerca das excludentes de culpabilidade, da
imputabilidade e do concurso de pessoas,
assinale a opção correta.
a) Exclui a culpabilidade do crime, por
inexigibilidade de conduta diversa, a coação física
irresistível ou vis absoluta.
b) Na prática de crime em obediência
hierárquica, se a ordem não for manifestamente
ilegal, o subordinado e o superior hierárquico não
respondem por crime algum.
c) Dividem-se os crimes em monossubjetivo e
plurissubjetivo, sendo que somente neste último
pode ocorrer concurso de pessoas.
d) A participação de menor importância
configura exceção à teoria monista, adotada pelo
CP quanto ao concurso de pessoas.
e) Ocorrendo coação moral resistível, não se
afasta a culpabilidade, havendo simplesmente
reconhecimento de atenuante genérica.
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79 - Com relação ao concurso de pessoas,
assinale a opção correta.
a) As circunstâncias objetivas se comunicam,
desde que o partícipe tenha conhecimento delas.
b) As circunstâncias objetivas se comunicam,
mesmo quando o partícipe não tiver
conhecimento delas.
c) As circunstâncias subjetivas nunca se
comunicam.
d) As elementares objetivas sempre se
comunicam, ainda que o partícipe não tenha
conhecimento delas.
e) As elementares subjetivas nunca se
comunicam.
80 - Com relação a concurso de pessoas,
assinale a opção correta.
a) Ser coautor de um crime significa ter sido
um agente de menor participação na empreitada
criminosa.
b) O partícipe, para ser considerado como tal,
não pode realizar diretamente ato do
procedimento típico, tampouco ter o domínio final
da conduta.
c) A participação maior ou menor do agente
no crime não influencia na pena.
d) Não existe a possibilidade de coautoria em
crime culposo.
e) O autor intelectual é assim chamado por ter
sido quem planejou o crime, não é
necessariamente aquele que tem controle sobre a
consumação do crime.
81 - Marcelo, Rubens e Flávia planejaram praticar
um crime de roubo. Marcelo forneceu a arma e
Rubens ficou responsável por transportar em seu
veículo os corréus ao local do crime e dar-lhes
fuga. A Flávia coube a tarefa de atrair e conduzir
a vítima ao local ermo onde foi praticado o crime.
Nessa situação hipotética, conforme
entendimento do STJ, Rubens
a) foi partícipe e não coautor do crime de
roubo, considerando que não executou o núcleo
do tipo.
b) foi coautor do crime, mas sua atuação foi de
somenos importância, donde fazer jus às
benesses legais respectivas.
c) não responderá pelo crime de roubo, mas
somente por favorecimento pessoal.
d) foi partícipe do crime, pois não possuía o
controle da conduta, conforme a teoria do
domínio do fato, adotada pelo CP.
e) foi coautor funcional ou parcial do crime,
não sendo a sua participação de somenos
importância.
82 - Com relação à parte geral do direito penal,
julgue os seguintes itens.
De acordo com o sistema adotado pelo Código
Penal, é possível impor aos partícipes da mesma
atividade delituosa penas de intensidades
desiguais.
83 - Com base na parte geral do direito penal,
julgue os itens abaixo.
Em caso de concurso de pessoas para a prática
de crime, se algum dos concorrentes participar
apenas do crime menos grave, será aplicada a
ele a pena relativa a esse crime, mesmo que seja
previsível o resultado mais grave.
84 - No que se refere à parte geral do Código
Penal, julgue os itens subsequentes.
Ao crime plurissubjetivo aplica-se a norma de
extensão do art. 29 do Código Penal, que dispõe
sobre o concurso de pessoas, sendo esta
exemplo de norma de adequação típica mediata.
85 - Com relação a direito penal, julgue os
seguintes itens.
A teoria do domínio do fato, que rege o concurso
de pessoas, não se aplica aos delitos omissivos,
sejam estes próprios ou impróprios, e deve ser
substituída pelo critério da infringência do dever
de agir.
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86 - O CP adotou o conceito restritivo de autor,
assim considerado aquele que realiza o núcleo do
tipo. O referido código ainda previu circunstância
agravante da pena, no concurso de pessoas, em
relação ao agente que executa o crime, ou dele
participa, mediante paga ou promessa de
recompensa.
87 - Julgue o item abaixo, acerca do concurso de
pessoa e sujeito ativo e passivo da infração
penal.
Com relação à responsabilidade penal da pessoa
jurídica, tem-se adotado a teoria da dupla
imputação, segundo a qual se responsabiliza não
somente a pessoa jurídica, mas também a
pessoa física que agiu em nome do ente coletivo,
ou seja, há a possibilidade de se responsabilizar
simultaneamente a pessoa física e a jurídica.
88 - Assinale a opção correta em relação às
causas de exclusão de culpabilidade, ao concurso
de pessoas, às finalidades das penas e às
medidas de segurança.
a) Em relação à embriaguez não acidental, o
CP adotou a teoria da actio libera in causa,
devendo ser considerado o momento da prática
delituosa e não o da ingestão da substância, para
aferir a culpabilidade do agente.
b) No erro de proibição indireto, o agente tem
perfeita noção da realidade, mas avalia de forma
equivocada os limites da norma autorizadora. Tal
erro, se escusável, isenta-o de pena; se
inescusável, concede-lhe o direito a redução da
pena de um sexto a um terço.
c) No ordenamento jurídico brasileiro, a
natureza jurídica do concurso de pessoas é
justificada pela adoção da teoria monista, na qual
inexistem desvios subjetivos de conduta.
d) Segundo a teoria finalista, a pena tem a
dupla função de punir o criminoso e prevenir a
prática do crime pela reeducação e pela
intimidação coletiva.
e) A medida de segurança possui finalidade
preventiva e visa ao tratamento dos inimputáveis
que demonstrarem, pela prática delitiva,
potencialidade para novas ações danosas, razão
pela qual não se aplicam os princípios da
irretroatividade da lei penal mais grave e da
anterioridade a essa espécie de sanção penal.
89 - Cada um dos itens subseqüentes apresenta
uma situação hipotética, seguida de uma
assertiva a ser julgada com base no Código
Penal.
Valdir e Júlio combinaram praticar um crime de
furto, assim ficando definida a divisão de tarefas
entre ambos: Valdir entraria na residência de seu
ex-patrão Cláudio, pois este estava viajando de
férias e, portanto, a casa estaria vazia; Júlio
aguardaria dentro do carro, dando cobertura à
empreitada delitiva. No dia e local combinados,
Valdir entrou desarmado na casa e Júlio ficou no
carro. Entretanto, sem que eles tivessem
conhecimento, dentro da residência estava um
agente de segurança contratado por Cláudio. Ao
se deparar com o segurança, Valdir constatou
que ele estava cochilando em uma cadeira, com
uma arma de fogo em seu colo. Valdir então
pegou a arma de fogo, anunciou o assalto e, em
face da resistência do segurança, findou por atirar
em sua direção, lesionando-o gravemente.
Depois disso, subtraiu todos os bens que
guarneciam a residência.
Nessa situação, deve-se aplicar a Júlio a pena do
crime de furto, uma vez que o resultado mais
grave não foi previsível.
90 - A veiculação de injúria e(ou) difamação por
meio de boletim de associação profissional
configura crime contra a honra, tipificado no
Código Penal. Nesse caso, não se trata de crime
de imprensa, qualquer que tenha sido a data da
prática do crime.
91 - No que concerne aos crimes contra a honra,
assinale a opção correta.
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a) A calúnia consiste em imputar falsamente a
alguém fato definido como crime ou contravenção
penal.
b) Segundo o Código Penal, a chamada
exceção da verdade é admitida apenas nas
hipóteses de calúnia.
c) Aquele que difama a memória dos mortos
responde pelo crime de difamação, previsto no
Código Penal.
d) O objeto jurídico da injúria é a honra
objetiva da vítima, sendo certo que o delito se
consuma ainda que o agente tenha agido com
simples animus jocandi.
e) As penas cominadas aos delitos contra a
honra aplicam-se em dobro, caso o crime tenha
sido cometido mediante promessa de
recompensa.
92 - O chefe de uma equipe de vendedores de
uma grande rede de supermercados exigiu a
presença, em sua sala, de um subordinado que
não havia cumprido a meta de vendas do mês e,
com a intenção de ofender-lhe o decoro, chamou-
o de burro e incompetente. Durante a ofensa,
apenas os dois encontravam-se no recinto.
Nessa situação, o chefe
a) poderá responder pelo delito de calúnia.
b) poderá responder pelo delito de difamação.
c) poderá responder pelo delito de injúria.
d) não deverá responder por nenhum delito,
uma vez que os crimes contra a honra só se
consumam quando terceiros tomam
conhecimento do fato.
e) não deverá responder por nenhum delito,
uma vez que a responsabilidade criminal, no
caso, é apenas da pessoa jurídica (rede de
supermercados).
93 - Em cada um dos itens a seguir, é
apresentada uma situação hipotética, seguida de
uma assertiva a ser julgada.
Pedro pediu em casamento Carolina, que tem 16
anos de idade, e ela aceitou. O pai de Carolina,
porém, negou-se a autorizar o casamento da
filha, pelo fato de o noivo ser negro. Todavia, para
não ofender Pedro, solicitou a Carolina que lhe
dissesse que o motivo da sua recusa era o fato
de ele ser ateu. Nessa situação, o pai de Carolina
cometeu infração penal.
94 - Quanto aos crimes contra a honra e contra o
patrimônio, julgue os itens seguintes.
Considere a seguinte situação hipotética. Durante
o julgamento de um homicídio consumado, o
assistente de acusação Paulo afirmou para os
jurados que o promotor fora subornado pela
família do réu para pedir sua absolvição. Nessa
situação, Paulo não deve responder por crime
contra a honra, pois a ofensa irrogada em juízo,
na discussão da causa, pelas partes e pelos
procuradores, não constitui crime contra a honra
punível.
95 - É possível o concurso material entre roubo
circunstanciado pelo emprego de arma e
quadrilha armada, não se devendo falar em bis in
idem, pois os bens jurídicos tutelados são
diversos. Enquanto a punição do roubo protege o
patrimônio, a da quadrilha ou bando protege a
paz pública.
96 - Na doutrina, distinguem-se as figuras
sequestro e cárcere privado, afirmando-se que o
primeiro é o gênero do qual o segundo é espécie.
A figura cárcere privado caracteriza-se pela
manutenção de alguém em recinto fechado, sem
amplitude de locomoção, definição esta mais
restrita que a de sequestro.
97 - No que se refere aos crimes contra a vida, às
lesões corporais, aos crimes contra a honra e
àqueles contra a liberdade individual, julgue os
seguintes itens.
Em se tratando de homicídio, é incompatível o
domínio de violenta emoção com o dolo eventual.
98 - Paulo, com 23 anos de idade, após ingerir
grande quantidade de bebida alcoólica durante
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um jogo de futebol que assistia pela televisão,
aborreceu-se com Flávio, de 60 anos de idade,
porque este torcia pelo time adversário,
desferindo quatro facadas em regiões diversas do
corpo de Flávio, com animus necandi,
ocasionando-lhe, assim, a morte. Em seguida,
Paulo fugiu do local do crime, sem prestar socorro
à vítima, para evitar enfrentar as conseqüências
legais de seu ato.
Considerando a situação hipotética acima,
assinale a opção correta acerca dos crimes
contra a vida.
a) Paulo responderá por homicídio simples,
com pena aumentada de um terço, já que o crime
foi praticado contra pessoa maior de 60 anos de
idade.
b) Paulo responderá por homicídio simples,
com pena aumentada de um terço, por ter
deixado de prestar imediato socorro à vítima e por
ter fugido para evitar a prisão em flagrante.
c) A multiplicidade de atos executórios, isto é,
a reiteração de facadas, por si só, configura a
qualificadora do meio cruel, devendo Paulo, pois,
responder por homicídio qualificado.
d) Paulo responderá por homicídio
privilegiado, pois praticou o crime sob o domínio
de violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima. O privilégio, no caso,
afasta a existência de qualificadoras, pois o STF
entende que não há possibilidade de ocorrência
de homicídio privilegiado-qualificado.
e) Se ficar comprovado que a embriaguez de
Paulo reduziu-lhe a capacidade de entender o
caráter ilícito de sua conduta, a pena do agente,
que no caso responderia por homicídio simples,
será reduzida de um a dois terços.
99 - Acerca dos delitos previstos na parte
especial do CP, assinale a opção correta.
a) Considere a seguinte situação hipotética.
Abel, com intenção apenas de lesionar, desferiu
golpes de foice contra Bruno, decepando-lhe o
braço esquerdo.
Nessa situação, Abel cometeu o delito de lesão
corporal gravíssima qualificada pela perda de
membro.
b) A figura do homicídio privilegiado
compatibiliza-se com as qualificadoras de cunho
objetivo, ocasião em que deve ser considerada
crime hediondo.
c) No homicídio, a incidência da qualificadora
pelo fato de o delito ter sido praticado mediante
paga ou promessa de recompensa é
circunstância de caráter objetivo e, portanto,
comunicável aos partícipes.
d) No delito de homicídio, a discussão anterior
entre autor e vítima, por si só, não implica o
afastamento da qualificadora referente ao motivo
fútil, notadamente quando não restar
incontroverso o verdadeiro motivo da
animosidade.
e) O agente que praticar aborto ilícito
consentido em mulher grávida de gêmeos
responderá pelo delito de aborto em concurso
formal homogêneo, ainda que desconheça que se
trate de gravidez gemelar.
100 - A respeito dos institutos de direito penal,
assinale a opção correta.
a) Conforme jurisprudência unânime do STF,
para a caracterização da majorante no delito de
roubo exercido com o emprego de arma, exige-se
a apreensão da arma para que seja periciada, a
fim de se constatar a sua potencialidade lesiva.
b) Os critérios de progressão de regime
estabelecidos em lei nova, ainda que mais
gravosos, aplicam-se às penas com execução em
curso na data de sua publicação, pois se trata de
norma de caráter processual, logo de aplicação
imediata.
c) O indivíduo que, de uma só vez, introduzir
no Brasil unidades de CDs musicais, pirateados
de artistas brasileiros, e CDs virgens, sem o
recolhimento dos tributos devidos, pelo princípio
da consunção, deverá responder apenas pelo
crime de descaminho.
d) No tipo de homicídio qualificado pelo fato
de o delito ter sido praticado mediante paga ou
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promessa de recompensa, ou por outro motivo
torpe, há espaço para a interpretação analógica.
e) No delito de furto, são incompatíveis a
qualificadora do concurso de pessoas e o
privilégio relativo à primariedade do agente e ao
pequeno valor da coisa furtada.
101 - Julgue os itens que se seguem com relação
aos crimes contra a vida, contra o patrimônio e
contra a administração pública.
A premeditação, apesar de não ser considerada
qualificadora do delito de homicídio, pode ser
levada em consideração para agravar a pena,
funcionando como circunstância judicial.
102 - Fabiana estava atrasada para o trabalho.
Ao retirar o seu veículo da garagem, percebeu
que havia passado em cima de algo que supunha
ser um objeto. Ao descer para verificar do que se
tratava, notou que havia passado por cima do seu
filho de 6 meses, que brincava atrás do
automóvel. Desesperada, Fabiana chamou pelo
marido, que imediatamente levou a criança ao
hospital. No entanto, o esforço foi vão, pois o filho
de Fabiana faleceu em consequência dos
ferimentos sofridos.
A partir dessa situação hipotética, assinale a
opção correta em relação ao crime de homicídio.
a) Fabiana não cometeu fato criminoso.
b) Fabiana cometeu o crime de homicídio
culposo, sendo certo que o juiz poderá deixar de
aplicar a pena se as consequências da infração a
atingirem de forma tão grave que a sanção penal
se torne desnecessária.
c) O homicídio culposo é punido com a mesma
pena do homicídio doloso, diminuída de um a dois
terços.
d) Não pratica crime de homicídio doloso
simples o agente que age sob o domínio de
violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima.
e) A utilização de arma de fogo qualifica o
crime de homicídio.
103 - Agentes de um distrito policial montaram
barreira policial rotineira, com o objetivo de
encontrar drogas ilícitas. Um motociclista, ao
passar pela barreira, não atendeu ao sinal de
parada determinado por um agente, pois estava
sem capacete e não possuía licença para
conduzir aquele veículo. Ato contínuo, três
policiais efetuaram disparos de pistola contra o
motociclista, que faleceu em consequência das
lesões provocadas pelos disparos.
Com referência a essa situação hipotética,
assinale a opção correta.
a) Por agirem no estrito cumprimento do dever
legal, os agentes não devem responder pela
morte do motociclista.
b) Os policiais devem responder pelo crime de
homicídio consumado.
c) Os policiais só iriam se beneficiar da
excludente do estrito cumprimento do dever legal
se a barreira tivesse sido montada em local com
altos índices de violência.
d) Por serem policiais, os agentes devem
responder por tentativa de homicídio.
e) Por terem agido em legítima defesa, os
agentes não devem responder pela morte do
motociclista.
104 - Assinale a opção correta com relação ao
crime de homicídio.
a) No homicídio qualificado pela paga ou
promessa de recompensa, o STJ entende
atualmente que a qualificadora não se comunica
ao mandante do crime.
b) Com relação ao motivo torpe, a vingança
pode ou não configurar a qualificadora, a
depender da causa que a originou.
c) A ausência de motivo configura motivo fútil,
apto a qualificar o crime de homicídio.
d) Para a configuração da qualificadora
relativa ao emprego de veneno, é indiferente o
fato de a vítima ingerir a substância à força ou
sem saber que o está ingerindo.
e) A qualificadora relativa ao emprego de
tortura foi tacitamente revogada pela lei
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específica que previu o crime de tortura com
resultado morte.
105 - Assinale a opção correta acerca do
homicídio privilegiado.
a) A natureza jurídica do instituto é de
circunstância atenuante especial.
b) Estando o agente em uma das situações
que ensejem o reconhecimento do homicídio
privilegiado, o juiz é obrigado a reduzir a pena,
mas a lei não determina o patamar de redução.
c) O relevante valor social não enseja o
reconhecimento do homicídio privilegiado.
d) A presença de qualificadoras impede o
reconhecimento do homicídio privilegiado.
e) A violenta emoção, para ensejar o privilégio,
deve ser dominante da conduta do agente e
ocorrer logo após injusta provocação da vítima.
106 - Getúlio, a fim de auferir o seguro de vida do
qual era beneficiário, induziu Maria a cometer
suicídio, e, ainda, emprestou- lhe um revólver
para que consumasse o crime. Maria efetuou um
disparo, com a arma de fogo emprestada, na
região abdominal, mas não faleceu, tendo sofrido
lesão corporal de natureza grave.
Em relação a essa situação hipotética, assinale a
opção correta.
a) Como o suicídio não se consumou, a
conduta praticada por Getúlio é considerada
atípica.
b) Apesar de a conduta praticada por Getúlio
ser típica, pois configura induzimento, instigação
ou auxílio ao suicídio, ele é isento de pena,
porque Maria não faleceu.
c) Getúlio deve responder por crime de
induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio, por
uma única vez, com pena duplicada pela prática
do crime por motivo egoístico.
d) Getúlio deve responder por crime de lesão
corporal grave.
e) Por ter induzido e auxiliado Maria a praticar
suicídio, Getúlio deve responder por crime de
induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio, por
duas vezes em continuidade delitiva, com pena
duplicada pela prática do crime por motivo
egoístico.
107 - Em cada um dos itens seguintes, é
apresentada uma situação hipotética, seguida de
uma assertiva a ser julgada.
O médico Caio, por negligência que consistiu em
não perguntar ou pesquisar sobre eventual
gravidez de paciente nessa condição, receita-lhe
um medicamento que provocou o aborto. Nessa
situação, Caio agiu em erro de tipo vencível, em
que se exclui o dolo, ficando isento de pena, por
não existir aborto culposo.
108 - Em cada um dos itens a seguir, é
apresentada uma situação hipotética, seguida de
uma assertiva a ser julgada.
Para castigar seu filho por suas travessuras, uma
mãe espancou-o e queimou-o repetidas vezes
com uma ponta de cigarro. Nessa situação, a
mãe cometeu crime de tortura.
109 - A droga, ou conjunto de drogas, usada no
golpe conhecido como boa-noite, Cinderela, se
colocada em bebidas e ingerida, pode deixar a
pessoa semi ou completamente inconsciente,
funcionando, normalmente, como um potente
sonífero.
Considerando, por hipótese, que Carlos tenha
posto essa substância entorpecente na bebida de
Maria e esta tenha entrado em sono profundo,
julgue os itens a seguir.
Carlos praticará o crime de roubo se, valendo-se
do sono de Maria, intencionalmente subtrair-lhe,
em seguida, seus pertences.
110 - Em relação aos crimes contra o patrimônio,
assinale a opção correta.
a) Segundo a teoria da contrectatio, o
momento consumativo do delito de furto ocorre
quando o agente consegue levar o objeto ao lugar
a que era destinado.
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b) Segundo o STJ, não incide a majorante do
repouso noturno quando o furto é praticado em
estabelecimentos comerciais.
c) A majorante do repouso noturno incide
sobre delito de furto praticado em sua forma
qualificada.
d) Caracteriza bis in idem a condenação dos
mesmos agentes pelo crime de quadrilha armada
e roubo qualificado pelo uso de armas e concurso
de pessoas.
e) O crime de defraudação de penhor
configura-se com a obtenção de vantagem
indevida, oriunda da alienação, de qualquer
modo, de bem dado em penhor, seja ele fungível
ou infungível.
111 - Considere a seguinte situação hipotética.
João A., com 57 anos de idade, trabalhador rural,
analfabeto, incapacitado permanente para o
trabalho, em razão de acidente, residente em
zona urbana há mais de cinco anos, foi
convencido por Jofre R. e Saulo F. a solicitar
benefício previdenciário. Após análise da
solicitação, cientificou-se a João que não haviam
sido atendidos os requisitos para a obtenção de
benefício. Jofre e Saulo prometeram resolver a
situação, contanto que João assinasse e
apresentasse diversos documentos, entre os
quais, procurações, carteira de trabalho e
declarações. Ajustaram que os valores relativos
aos seis primeiros meses de pagamento do
benefício previdenciário e eventuais valores
retroativos a serem recebidos por João seriam
dados em pagamento a Jofre e Saulo, que os
repartiriam em iguais partes. Meses depois, João
passou a perceber aposentadoria por tempo de
contribuição e levantou a quantia de R$ 5.286,00,
referente aos valores retroativos. Entregou-a a
Jofre e Saulo, conforme ajustado. Após dois anos
de recebimento desse benefício por João, no
valor máximo legal, o INSS constatou fraude e,
prontamente, suspendeu o pagamento do
benefício. Nessa situação, João A., por sua
condição pessoal e circunstâncias apresentadas,
deve responder pelo crime de estelionato
qualificado, na forma culposa, sendo o crime de
estelionato contra a previdência social
instantâneo de efeitos permanentes e
consumando-se no recebimento indevido da
primeira prestação do benefício, contando-se daí
o prazo da prescrição da pretensão punitiva.
112 - Julgue os itens subseqüentes, relativos a
crimes contra o patrimônio.
I Segundo entendimento mais recente do STJ,
para caracterizar a causa de aumento de pena
prevista no CP no que concerne ao emprego de
arma no crime de roubo, não há a necessidade
de se apreender e realizar perícia na arma para
constatar sua potencialidade lesiva, podendo o
seu emprego ser demonstrado pela prova
testemunhal.
II Responde por furto mediante fraude, e não por
estelionato, o agente que transfere valores da
conta-corrente da vítima para a sua, por
intermédio da Internet, após ter conseguido
acessar ilicitamente dados da conta.
III Conforme previsão legal, somente se admitirá
a delação premiada no crime de extorsão
mediante seqüestro se o crime for cometido em
concurso e o delator facilitar a libertação do
seqüestrado. Nesse caso, o delator terá sua pena
reduzida de um a dois terços.
IV A jurisprudência do STF quanto à consumação
do furto é mais rígida que a do STJ, pois exige a
saída da coisa da chamada esfera de vigilância
da vítima.
V Se cheques pré-datados emitidos como
garantia de dívida forem devolvidos por falta de
fundos ao serem apresentados antes da data
combinada, o emitente responde por crime de
estelionato, na modalidade prevista no CP como
emissão de cheque sem suficiente provisão de
fundos.
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Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) III e IV.
e) IV e V.
113 - Em cada um dos itens é apresentada uma
situação hipotética, seguida de uma assertiva a
ser julgada, relativa a contravenções penais,
crimes contra o patrimônio, fé pública,
administração pública e tortura.
Luiz, advogado, foi contratado para mover ação
judicial pleiteando indenização por danos morais
e materiais experimentados por sua cliente em
razão de problemas de saúde decorrentes de
mau atendimento em hospital particular. Foi
celebrado acordo em juízo, tendo a administração
do hospital promovido o depósito da quantia
ajustada em conta judicial. Luiz sacou os valores
depositados, mas deixou de repassá-los a sua
cliente. Nessa situação, Luiz praticou o crime de
apropriação indébita, incidindo causa especial de
aumento de pena.
114 - No que concerne aos crimes contra o
patrimônio, assinale a opção correta.
a) Segundo a jurisprudência majoritária dos
tribunais superiores, no delito de roubo, o
reconhecimento da habitualidade criminosa nas
situações concretas não afasta a figura do crime
continuado.
b) No caso de furto, para efeito de aplicação
do princípio da insignificância, é imprescindível a
distinção entre valor ínfimo, que implica,
eventualmente, furto privilegiado, e pequeno
valor, que implica a atipia conglobante,
considerando a mínima gravidade.
c) Não pode ser considerado sujeito ativo do
delito de furto de coisa comum o promitente
comprador da unidade autônoma, na medida em
que, juridicamente, ainda não é considerado
condômino.
d) Para o reconhecimento da causa de
aumento de pena por utilização de arma de fogo,
dispensam-se a apreensão da arma e a
realização de exame pericial para atestar a
potencialidade lesiva da arma, sendo
desnecessário ainda que tenha havido o seu
efetivo emprego na prática delitiva.
e) O saque fraudulento em conta-corrente por
meio da Internet configura o delito de estelionato.
115 - Assinale a opção correta a respeito dos
crimes contra o patrimônio.
a) No furto, a causa especial de aumento de
pena decorrente do fato de o crime ter sido
praticado durante o repouso noturno incide sobre
as formas qualificadas.
b) Conforme iterativa jurisprudência do STJ, o
fato de se tratar de furto qualificado constitui
motivação suficiente para impedir a aplicação do
princípio da insignificância.
c) No roubo, caso o agente seja primário e
tenha sido de pequeno valor a coisa subtraída, o
juiz poderá substituir a pena de reclusão pela de
detenção, diminuí-la de um a dois terços ou
aplicar somente a pena de multa.
d) Consoante a jurisprudência do STJ, é
possível o reconhecimento de continuidade
delitiva entre os crimes de latrocínio e roubo,
porque são da mesma espécie, dado que
previstos no mesmo tipo incriminador.
e) No estelionato, a reparação espontânea do
dano após o recebimento da denúncia e antes do
julgamento de primeiro grau não extingue a
punibilidade, mas constitui circunstância
atenuante genérica.
116 - A respeito dos institutos de direito penal,
assinale a opção correta.
a) Conforme jurisprudência unânime do STF,
para a caracterização da majorante no delito de
roubo exercido com o emprego de arma, exige-se
a apreensão da arma para que seja periciada, a
fim de se constatar a sua potencialidade lesiva.
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b) Os critérios de progressão de regime
estabelecidos em lei nova, ainda que mais
gravosos, aplicam-se às penas com execução em
curso na data de sua publicação, pois se trata de
norma de caráter processual, logo de aplicação
imediata.
c) O indivíduo que, de uma só vez, introduzir
no Brasil unidades de CDs musicais, pirateados
de artistas brasileiros, e CDs virgens, sem o
recolhimento dos tributos devidos, pelo princípio
da consunção, deverá responder apenas pelo
crime de descaminho.
d) No tipo de homicídio qualificado pelo fato
de o delito ter sido praticado mediante paga ou
promessa de recompensa, ou por outro motivo
torpe, há espaço para a interpretação analógica.
e) No delito de furto, são incompatíveis a
qualificadora do concurso de pessoas e o
privilégio relativo à primariedade do agente e ao
pequeno valor da coisa furtada.
117 - Julgue os itens que se seguem com relação
aos crimes contra a vida, contra o patrimônio e
contra a administração pública.
Considere a seguinte situação hipotética. Ana
subtraiu maliciosamente determinada peça de
roupa de alto valor de uma amiga, com a intenção
tão só de utilizá-la em uma festa de casamento.
Após o evento, Ana, tendo atingido seu objetivo,
devolveu a vestimenta. Nessa situação, Ana não
responderá pelo delito de furto, uma vez que o
CP não tipifica a figura do furto de uso.
118 - A respeito dos crimes contra o patrimônio,
assinale a opção correta.
a) No crime de furto em residência, para
efeitos de aplicação da pena, é irrelevante o
horário em que o agente pratica a ação criminosa,
se durante o dia ou à noite, pois a pena em
qualquer situação será a mesma.
b) O emprego de arma de fogo para a prática
do crime de roubo não implica a majoração da
pena cominada.
c) Ainda que o agente não realize a pretendida
subtração de bens da vítima, haverá crime de
latrocínio quando o homicídio se consumar.
d) A fraude eletrônica para transferir valores
de conta bancária por meio do Internet banking
constitui crime de estelionato.
e) Para a consumação do crime de extorsão, é
indispensável a obtenção da vantagem indevida.
119 - Dois irmãos pretendiam assaltar uma
agência do Banco do Brasil. Para tanto, alugaram
um imóvel ao lado da instituição financeira,
adquiriram cordas, sacos plásticos e um aparelho
de telefone celular, tendo, ainda, alugado um
veículo para ser utilizado na fuga. No entanto,
antes de iniciarem qualquer ato contra o
patrimônio do banco, a trama foi descoberta por
agentes da polícia civil que monitoravam as linhas
telefônicas dos irmãos mediante interceptação
legalmente autorizada. Os dois foram presos em
flagrante sem conseguirem subtrair qualquer valor
alheio.
Nessa situação hipotética, os irmãos
a) não praticaram crime.
b) devem responder por tentativa de roubo.
c) devem responder por tentativa de furto.
d) devem responder por tentativa de
estelionato.
e) devem responder por tentativa de extorsão.
120 - Quem subtrai para si coisa alheia móvel de
valor significativo, mediante grave ameaça
praticada com a utilização de arma de brinquedo,
deve responder pelo crime de
a) roubo simples.
b) roubo com causa especial de aumento de
pena.
c) furto simples.
d) furto qualificado.
e) apropriação indébita.
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121 - Ao retirar seu veículo da garagem de casa,
Suzana foi surpreendida com a ação de dois
indivíduos que, mediante grave ameaça,
obrigaram-na a passar para o banco de trás. Um
dos indivíduos saiu dirigindo o automóvel,
enquanto o outro manteve a vítima dominada,
impedindo-a de manter contato com a família ou
com autoridades policiais. Após 15 horas, Suzana
foi solta em local de pouco movimento com a sua
integridade física preservada, e os indivíduos
fugiram, levando o carro da vítima para outra
cidade. Dois dias depois, as autoridades policiais
recuperaram o bem, que, porém, antes, foi
utilizado em um assalto à agência do Banco do
Brasil no interior do estado.
Nessa situação hipotética, de acordo com o CP,
Suzana foi vítima de
a) extorsão.
b) extorsão mediante sequestro.
c) sequestro relâmpago.
d) roubo com causa especial de aumento de
pena.
e) roubo simples.
122 - Quanto aos crimes contra a pessoa e contra
o patrimônio, assinale a opção correta.
a) O crime de constrangimento ilegal é
caracterizado pela ausência de violência ou grave
ameaça por parte de quem o comete.
b) Bens imóveis podem ser objetos de crime
de apropriação indébita.
c) O indivíduo que introduz animais em
propriedade alheia, sem consentimento de quem
de direito e fora das situações que excluem a
ilicitude, não comete fato criminoso, ainda que
resulte prejuízo econômico significativo para o
dono do imóvel.
d) Aquele que acha coisa alheia perdida e
dela se apropria, deixando de restituí-la ao dono
ou de entregá-la à autoridade competente no
prazo de 15 dias não comete infração penal, mas,
tão-somente, ilícito civil.
e) O delito de ameaça pode ser praticado de
forma verbal, escrita ou gestual.
123 - Júnior, advogado, teve o seu relógio
furtado. Dias depois, ao visitar uma feira popular,
percebeu que o referido bem estava à venda por
R$ 30,00. Como pagou R$ 2.000,00 pelo relógio
e não queria se dar ao trabalho de acionar as
autoridades policiais, Júnior desembolsou a
quantia pedida pelo suposto comerciante e
recuperou o objeto.
Nessa situação hipotética, Júnior
a) agiu em exercício regular de direito e não
deve responder por nenhum delito.
b) não praticou delito, pois o bem adquirido já
era de sua propriedade.
c) praticou o delito de receptação.
d) praticou o delito de estelionato.
e) praticou o delito de exercício arbitrário das
próprias razões.
124 - Roberto, com 23 anos de idade, subtraiu
para si um aparelho celular avaliado
economicamente em R$ 900,00, pertencente ao
seu pai, Alberto, de 63 anos de idade, e em
seguida, vendeu-o por R$ 200,00 para Felipe, o
qual sabia que o aparelho não custava tão barato.
Considerando a situação hipotética acima
descrita, assinale a opção correta no referente
aos crimes contra o patrimônio.
a) Roberto é isento de pena, por ter praticado
o crime contra ascendente, ocorrendo, assim,
uma escusa absolutória legalmente prevista.
b) Felipe praticou crime de receptação
culposa, mas será isento de pena em face da
extensão da escusa absolutória aplicável a
Roberto.
c) Roberto praticou, em tese, crime de furto, e
Felipe, receptação culposa, porque, pela
desproporção entre o valor e o preço do aparelho
celular, deveria presumir ter sido obtido por meio
criminoso.
d) Se Felipe revender o aparelho celular para
Frederico, este não responderá por crime algum,
pois não se pune a receptação de coisa já
receptada.
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e) Roberto não responderá por crime algum,
em face da aplicação do princípio da
insignificância, já consolidado na jurisprudência
dos tribunais superiores como aplicável aos bens
avaliados em até R$ 1.000,00.
125 - Considera-se famulato o furto
a) praticado em estado de extrema
miserabilidade, para evitar perigo maior
decorrente da ausência de alimentação, situação
em que há estado de necessidade, não se
incluindo no conceito, entretanto, o furto de bens
supérfluos.
b) de gados pertencentes a terceira pessoa,
espalhados por currais, com ânimo de
assenhoramento definitivo pelo autor do crime.
c) praticado pelo empregado, aproveitando-se
de tal situação, de bens pertencentes ao
empregador.
d) de energia elétrica.
e) de bens de uso comum do povo, que
possam ter algum valor econômico.
126 - Assinale a opção correta com referência
aos crimes contra o patrimônio.
a) No crime de roubo, se a arma não é
apreendida e, consequentemente, não pode ser
submetida a perícia, o autor do crime responde
por roubo simples, pois, tratando-se de crime não
transeunte, a prova testemunhal não supre a
ausência da perícia, mesmo que tenha havido
disparo da arma de fogo.
b) A jurisprudência tem aplicado
analogicamente o entendimento já consolidado
quanto ao crime de furto, para fins de afastar a
tipicidade do roubo de uso.
c) Inexiste concurso material entre os delitos
de quadrilha armada e o roubo qualificado pelo
emprego de arma, devendo o porte ou a posse da
arma de fogo ser considerado uma única vez, sob
pena de bis in idem.
d) Ocorre crime de latrocínio se, logo após a
subtração da coisa pretendida, por aberractio
ictus, o agente atinge seu comparsa, querendo
matar a vítima.
e) Se o agente, após subtrair os pertences da
vítima com grave ameaça, obriga-a a entregar o
cartão do banco e a fornecer a respectiva senha,
há concurso formal entre os crimes de extorsão e
roubo, pois são crimes da mesma espécie, isto é,
contra o patrimônio.
127 - Acerca dos crimes contra a pessoa, o
patrimônio, a administração pública e a ordem
tributária, assinale a opção correta.
a) O homicídio praticado mediante paga ou
promessa de recompensa classifica-se
doutrinariamente como crime bilateral.
b) O direito não autoriza a apropriação de
objetos pertencentes a outrem, de forma que são
objeto de furto a res nullius, a res derelicta e a res
commune omnium.
c) No peculato praticado mediante erro de
outrem, não se pune o funcionário público autor
do peculato, mas somente aquele que o
determinou, ou seja, o autor mediato do crime.
d) Ocorre a concussão quando o agente,
funcionário público, exige, em razão da função,
para si ou para outrem, direta ou indiretamente,
vantagem indevida, não havendo crime se o
agente pratica o fato antes de assumir a função
pública.
e) Os crimes contra a ordem tributária são
crimes praticados por particular contra a
administração, não havendo previsão em
legislação específica desses crimes, casos em
que se aplicam, portanto, as normas do Código
Penal.
128 - Em cada um dos itens a seguir, é
apresentada uma situação hipotética, seguida de
uma assertiva a ser julgada.
Túlio constrangeu Wagner, mediante emprego de
arma de fogo, a assinar e lhe entregar dois
cheques seus, um no valor de R$ 1.000,00 e
outro no valor de R$ 2.500,00. Nessa situação,
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Túlio praticou crime de roubo qualificado pelo
emprego de arma de fogo.
129 - Em cada um dos itens a seguir, é
apresentada uma situação hipotética acerca da
parte especial do direito penal, seguida de uma
assertiva a ser julgada.
Com a utilização de uma arma de brinquedo,
João subtraiu de uma pessoa o relógio e a
carteira contendo documentos pessoais, cartões
de crédito e R$ 300,00 em espécie. Nessa
situação, de acordo com o entendimento do
Superior Tribunal de Justiça (STJ), João
responderá por crime de roubo qualificado pelo
emprego de arma.
130 - Em cada um dos itens seguintes, é
apresentada uma situação hipotética, seguida de
uma assertiva a ser julgada.
Rômulo seqüestrou Lúcio, exigindo de sua família
o pagamento de R$ 100.000,00 como resgate.
Nessa situação, o crime de extorsão mediante
seqüestro praticado por Rômulo é considerado
crime habitual.
131 - Em cada um dos itens a seguir, é
apresentada uma situação hipotética, seguida de
uma assertiva a ser julgada.
Adriano é chefe de uma quadrilha que seqüestrou
um famoso artista e libertou-o vivo e sem
qualquer ferimento, após o pagamento do
resgate. Na situação descrita, Adriano praticou
crime hediondo, pois extorsão mediante
seqüestro é crime hediondo mesmo quando não
qualificada por lesão corporal ou morte do
seqüestrado.
132 - A droga, ou conjunto de drogas, usada no
golpe conhecido como boa-noite, Cinderela, se
colocada em bebidas e ingerida, pode deixar a
pessoa semi ou completamente inconsciente,
funcionando, normalmente, como um potente
sonífero.
Considerando, por hipótese, que Carlos tenha
posto essa substância entorpecente na bebida de
Maria e esta tenha entrado em sono profundo,
julgue os itens a seguir.
Carlos praticará o crime de roubo se, valendo-se
do sono de Maria, intencionalmente subtrair-lhe,
em seguida, seus pertences.
133 - Se Maria vier a falecer em razão da
ingestão da citada substância entorpecente,
Carlos responderá pelos crimes de roubo e
homicídio, na forma qualificada.
134 - A respeito dos crimes contra o patrimônio,
assinale a opção correta.
a) Considere a seguinte situação hipotética.
Roberto tinha a intenção de praticar a subtração
patrimonial não-violenta do automóvel de
Geraldo. No entanto, durante a execução do
crime, estando Roberto já dentro do veículo,
Geraldo apareceu e foi correndo em direção ao
veículo. Roberto, para assegurar a detenção do
automóvel, ameaçou Geraldo gravemente,
conseguindo, assim, cessar a ação da vítima e se
evadir do local. Nessa situação, Roberto
responderá pelos crimes de ameaça e furto, em
concurso material.
b) Considere a seguinte situação hipotética.
Fernando, pretendendo roubar, com emprego de
arma de fogo municiada, R$ 20.000,00 que
Alexandre acabara de sacar em banco, abordou-o
no caminho para casa. Alexandre, no entanto,
reagiu, e Fernando o matou mediante o disparo
de seis tiros, empreendendo fuga em seguida,
sem consumar a subtração patrimonial. Nessa
situação, Fernando responderá por crime de
latrocínio tentado.
c) Considere a seguinte situação hipotética.
Renato, valendo-se de fraude eletrônica,
conseguiu subtrair mais de R$ 3.000,00 da conta
bancária de Ernane por meio do sistema de
Internet banking da Caixa Econômica Federal.
Nessa situação, Renato responderá por crime de
estelionato.
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d) Uma das distinções entre o crime de
concussão e o de extorsão é que, no primeiro tipo
penal, o funcionário público deve exigir a indevida
vantagem sem o uso de violência ou de grave
ameaça, que são elementos do segundo tipo
penal referido.
e) No crime de extorsão mediante seqüestro,
faz jus à delação premiada o co-autor que delatou
os comparsas e indicou o local do cativeiro, ainda
que reste comprovado que a vítima tenha sido
liberada após configurada a expectativa de êxito
da prática delituosa, isto é, após o recebimento
do dinheiro exigido como preço do resgate.
135 - Acerca do direito penal e processual penal,
considerando a legislação pertinente, a doutrina e
a jurisprudência do STF e do STJ, julgue os itens
que se seguem.
De acordo com a teoria da apprehensio, também
denominada de amotio, é suficiente que o bem
subtraído passe para o poder do agente para a
consumação do crime de roubo, sendo
prescindível que o objeto do crime saia da esfera
de vigilância da vítima
136 - Em relação aos institutos de direito penal,
julgue os itens a seguir.
É juridicamente irrelevante a apreensão do garfo
empregado por agente para subtrair, mediante
uso de violência, a carteira de um transeunte,
para que, por meio de perícia, se comprove o
potencial desse instrumento para causar lesão,
segundo o STJ.
137 - Acerca das ações penais pública e privada
e da extinção da punibilidade, julgue os itens a
seguir.
Considere a seguinte situação hipotética. Carlos
comprou um notebook de Délcio, ciente de que o
bem tinha sido objeto de furto praticado por
Délcio. Nessa situação, se ocorrer a prescrição
da pretensão punitiva do crime de furto, Carlos
não poderá ser acusado de receptação, ainda
que não prescrito este crime.
138 - Quanto aos crimes contra a honra e contra
o patrimônio, julgue os itens seguintes.
Considere a seguinte situação hipotética. Durante
o julgamento de um homicídio consumado, o
assistente de acusação Paulo afirmou para os
jurados que o promotor fora subornado pela
família do réu para pedir sua absolvição. Nessa
situação, Paulo não deve responder por crime
contra a honra, pois a ofensa irrogada em juízo,
na discussão da causa, pelas partes e pelos
procuradores, não constitui crime contra a honra
punível.
139 - É possível o concurso material entre roubo
circunstanciado pelo emprego de arma e
quadrilha armada, não se devendo falar em bis in
idem, pois os bens jurídicos tutelados são
diversos. Enquanto a punição do roubo protege o
patrimônio, a da quadrilha ou bando protege a
paz pública.
140 - Julgue os seguintes itens, relativos a crimes
contra a pessoa e contra o patrimônio.
Diferenciam-se os crimes de extorsão e
estelionato, entre outros aspectos, porque no
estelionato a vítima quer entregar o objeto, pois
foi induzida ou mantida em erro pelo agente
mediante o emprego de fraude; enquanto na
extorsão a vítima despoja-se de seu patrimônio
contra a sua vontade, fazendo-o por ter sofrido
violência ou grave ameaça.
141 - A respeito dos crimes contra o patrimônio e
contra a administração pública, julgue os
seguintes itens.
A causa de aumento de pena relativa à prática do
crime de furto durante o repouso noturno somente
se aplica ao furto simples e não às modalidades
de furto qualificado e prevalece o entendimento
de que o aumento de pena só é cabível quando a
subtração ocorre em casa ou em alguns de seus
compartimentos e em local habitado.
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142 - Considere a seguinte situação hipotética.
Tancredo recebeu, para si, R$ 2.000,00
entregues por Fernando, em razão da sua função
pública de agente da Polícia Federal, para
praticar ato legal, que lhe competia, como forma
de agrado. Nessa situação, Tancredo não
responderá pelo crime de corrupção passiva, o
qual, para se consumar, tem como elementar do
tipo a ilegalidade do ato praticado pelo funcionário
público.
143 - Quanto aos crimes contra a ordem
econômica e o patrimônio, bem como quanto ao
Estatuto do Desarmamento, assinale a opção
correta.
a) A pendência de procedimento
administrativo é óbice para o ajuizamento de ação
penal por crime contra a ordem econômica.
b) O agente que armazene botijões de GLP de
forma irregular não pratica crime contra a ordem
econômica.
c) O STJ firmou o entendimento de que a
abolitio criminis temporária, prevista no novo
Estatuto do Desarmamento, deve retroagir para
beneficiar o réu que cometeu o crime de porte
ilegal de arma na vigência da lei anterior.
d) A jurisprudência do STF e do STJ pacificou-
se no sentido de que o porte de arma de fogo
sem munição não constitui conduta típica, ante a
ausência de lesividade.
e) A jurisprudência do STF e do STJ
consolidou-se no sentido de que o estelionato
contra a previdência social é crime instantâneo de
efeitos permanentes.
144 - Julgue os seguintes itens, relativos a crimes
contra a pessoa e contra o patrimônio.
Diferenciam-se os crimes de extorsão e
estelionato, entre outros aspectos, porque no
estelionato a vítima quer entregar o objeto, pois
foi induzida ou mantida em erro pelo agente
mediante o emprego de fraude; enquanto na
extorsão a vítima despoja-se de seu patrimônio
contra a sua vontade, fazendo-o por ter sofrido
violência ou grave ameaça.
145 - A respeito dos crimes contra o patrimônio e
contra a administração pública, julgue os
seguintes itens.
A causa de aumento de pena relativa à prática do
crime de furto durante o repouso noturno somente
se aplica ao furto simples e não às modalidades
de furto qualificado e prevalece o entendimento
de que o aumento de pena só é cabível quando a
subtração ocorre em casa ou em alguns de seus
compartimentos e em local habitado.
146 - Cada um dos itens subseqüentes apresenta
uma situação hipotética, seguida de uma
assertiva a ser julgada com base no Código
Penal.
Feliciano, após ingerir, em uma festa na casa de
amigos, grande quantidade de álcool, subtraiu o
automóvel de propriedade de Euclides, que
estava na garagem externa da residência deste,
efetuando ligação direta. Nessa situação, o crime
só se consuma com a posse mansa e pacífica do
bem, e, se ficar constatado por laudo pericial que
a embriaguez de Feliciano era completa, a
imputabilidade penal deste ficará excluída.
147 - O 25.º Batalhão de Polícia Militar apreendeu
18 veículos com sinais de adulteração. Desses, 4
foram periciados por perito da delegacia estadual
de furtos e roubos de veículos automotores, em
Goiânia, constatando-se serem provenientes de
furto/roubo. Em outro automóvel, foi encontrado
um chassi antigo, que ficou constatado ser
produto de furto/roubo. Os demais 13 veículos
apreendidos possuíam indícios de adulteração,
como motores raspados ou furtados, placas de
identificação das latas raspadas ou possivelmente
falsificadas, numeração do vidro fora do padrão
adotado pelas revendedoras e motores
visivelmente remarcados. Daniel Gomes da Silva
- 2.º Ten QOPM - Chefe da ALI/25.º BPM.
Internet: (com adaptações). Com base nos fatos
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narrados no texto acima, assinale a opção
incorreta.
a) Entre os crimes mencionados no texto,
destaca-se a adulteração ou remarcação do
número de chassi ou de qualquer sinal
identificador de veículo automotor, de seu
componente ou equipamento, conforme previsto
no Código Penal.
b) Ao criminalizar a adulteração de veículos
automotores, a vontade do legislador foi proteger
a confiança que se deposita nos sinais que têm
por finalidade conferir autenticidade aos veículos,
bem como aos seus agregados. Nesse contexto,
o crime de adulteração é considerado crime
contra a fé pública.
c) Caso se constate que a adulteração dos
chassis ocorreu mediante alteração de um único
dígito de cada numeração original, incidirá o
princípio da insignificância e ficará caracterizada
a atipicidade material da conduta da quadrilha.
d) A prática de adulteração é um crime formal,
pois independe de resultado lesivo para sua
configuração, além de ser delito que depende de
complementação normativa (norma penal em
branco), uma vez que a legislação de trânsito
precisará ser utilizada para integrar o conceito de
sinais identificadores de veículos automotores.
148 - O art. 748 do CPP assegura ao reabilitado o
sigilo das condenações criminais anteriores na
folha de antecedentes, salvo consulta restrita
pelos agentes públicos. Desse modo, ao se
aplicar por analogia esse artigo, devem ser
mantidos, nos registros criminais sigilosos, com o
devido cuidado de preservar a intimidade do
cidadão, os dados relativos a inquéritos
arquivados e processos em que haja sentença de
absolvição transitada em julgado. Caso o agente
público permita que essas informações circulem,
ele deve responder pelo crime de
a) prevaricação.
b) violação de sigilo funcional, se o fato não
constituir crime mais grave.
c) desobediência simples.
d) fraude processual.
e) desobediência a decisão judicial sobre
perda ou suspensão de direito.
149 - Acerca dos crimes previstos na Lei de
Licitações e Contratos da Administração Pública
(Lei n.º 8.666/1993) e nas disposições da Lei de
Improbidade Administrativa (Lei nº. 8.429/1992),
julgue os itens subsequentes.
Nos casos de sentença condenatória por prática
de algum dos crimes previstos na Lei n.º
8.666/1993, a pena de multa deverá ser fixada
em percentual, cuja base deverá corresponder ao
valor da vantagem obtida ou potencialmente
auferível pelo agente.
150 - A Lei n.º 8.429/1992 traz expressa
disposição no sentido de admitir o afastamento do
cargo do agente público, quando a medida se
mostrar necessária à instrução do processo.
151 - A autoridade competente que, fora das
hipóteses previstas em lei, determinar dispensa
ou inexigibilidade de licitação incorrerá em crime
previsto na Lei n.º 8.666/1993.
152 - A prolação da sentença em que sejam
aplicadas as sanções de suspensão dos direitos
políticos e perda da função pública por ato de
improbidade administrativa deve surtir efeito
imediatamente.
153 - A representação por ato de improbidade
contra agente público ou terceiro beneficiário,
quando o autor da denúncia o sabe inocente,
constitui crime expressamente previsto na Lei n.º
8.429/1992.
154 - As ações destinadas a levar a efeito as
sanções previstas na Lei n.º 8.429/1992
prescrevem dez anos após a ocorrência dos atos
tidos como lesivos ao erário.
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155 - Em cada um dos itens a seguir, é
apresentada uma situação hipotética acerca de
crimes contra a administração pública, seguida de
uma assertiva a ser julgada.
Um delegado de polícia, por desleixo e mera
indolência, omitiu-se na apuração de diversas
ocorrências policiais sob sua responsabilidade,
não cumprindo, pelos mesmos motivos, o prazo
de conclusão de vários procedimentos policiais
em curso. Nessa situação, a conduta do policial
constitui crime de prevaricação.
156 - Um policial militar em serviço, ao abordar
um cidadão, exigiu dele o pagamento de
determinada soma em dinheiro, utilizando-se de
violência e ameaçando-o de sequestrar o seu
filho. A vítima, ante o temor da ameaça, cedeu às
exigências formuladas e entregou ao policial a
quantia exigida. Nessa situação, não obstante a
prática de crime pelo agente, não há que se falar
em delito de concussão, pois inexiste nexo causal
entre a função pública desempenhada pelo
policial e a ameaça proferida.
157 - Um funcionário que ocupa cargo em
comissão de uma prefeitura foi exonerado, de
ofício, pelo prefeito, tendo sido formalmente
cientificado do ato mediante comunicação oficial
devidamente publicada no diário oficial. A
despeito disso, o servidor continuou a praticar
atos próprios da função pública, sem preencher
condições legais para tanto. Nessa situação,
configurou-se o delito de usurpação de função
pública.
158 - Julgue os itens que se seguem,
relacionados ao crimes contra a administração
pública.
Pratica crime de prevaricação o funcionário
público autorizado que insere dados falsos nos
sistemas informatizados ou banco de dados da
administração pública, com o fim de causar dano
a outrem.
159 - No crime de peculato culposo, se o sujeito
ativo reparar o dano até a data da sentença
irrecorrível, sua punibilidade será extinta.
160 - Julgue os itens que se seguem com relação
aos crimes contra a vida, contra o patrimônio e
contra a administração pública.
Na hipótese de peculato culposo, a reparação do
dano, se precedente à sentença irrecorrível,
extingue a punibilidade.
161 - Paulino, que é servidor público, e seu
vizinho Silvestre, que não tem vínculo funcional
com a administração pública, subtraíram o
computador e a impressora utilizados por Paulino
na sua unidade de lotação, apropriando-se dos
equipamentos. Silvestre tem conhecimento da
profissão de Paulino.
Nessa hipótese, Paulino e Silvestre devem
responder pelo(s) crime(s) de
a) peculato e furto, respectivamente.
b) peculato.
c) furto e peculato, respectivamente.
d) furto.
e) peculato e apropriação indébita,
respectivamente.
162 - Quanto aos crimes contra a fé pública e
contra a administração pública, assinale a opção
correta.
a) No crime de falsificação de documento
público, o fato de ser o agente funcionário público
é um indiferente penal, ainda que esse agente
cometa o crime prevalecendo-se do cargo, tendo
em vista que tal delito é contra a fé e não contra a
administração pública.
b) No crime de falsidade ideológica, o
documento é materialmente verdadeiro, mas seu
conteúdo não reflete a realidade, seja porque o
agente omitiu declaração que dele deveria
constar, seja porque nele inseriu ou fez inserir
declaração falsa ou diversa da que devia ser
escrita.
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c) No crime de prevaricação, a satisfação de
interesse ou sentimento pessoal é mero
exaurimento do crime, não sendo obrigatória a
sua presença para a configuração do delito.
d) Não haverá o crime de condescendência
criminosa quando faltar ao funcionário público
competência para responsabilizar o subordinado
que cometeu a infração no exercício do cargo.
e) A ocorrência de prejuízo público como
resultado do fato não influencia a pena do crime
de abandono de função.
163 - Assinale a opção correta acerca dos crimes
relativos a licitações, contra a administração
pública e a ordem tributária, contra o SFN e de
lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores.
a) Os crimes relativos a licitações são de ação
penal pública incondicionada e, dada a natureza
dos delitos, não se admite ação penal privada
subsidiária da pública, conforme expressa
vedação legal.
b) O funcionário público que patrocine
diretamente interesse privado perante a
administração fazendária, valendo-se da
qualidade de funcionário público, pratica o crime
de advocacia administrativa, previsto no CP.
c) Nos crimes contra o SFN, cometidos em
quadrilha ou coautoria, o coautor ou partícipe
que, por meio de confissão espontânea, revelar à
autoridade policial ou judicial toda a trama
delituosa terá a pena reduzida.
d) Nos crimes de lavagem ou ocultação de
bens, direitos e valores, pune-se a tentativa com
a mesma pena do crime consumado, havendo,
assim, exceção, por expressa disposição legal, à
regra geral prevista no CP.
e) Nos delitos de lavagem ou ocultação de
bens, direitos e valores, configura modalidade
qualificada a prática do crime de forma habitual
ou por intermédio de organização criminosa.
164 - Quanto aos crimes contra a administração
pública, assinale a opção correta.
a) No delito de peculato, é desnecessário o
elemento subjetivo do tipo denominado animus
rem sibi habendi, sendo certo que o mero uso do
bem público para satisfazer interesse particular,
ainda que haja devolução posterior, configura o
crime em tela.
b) Os crimes contra a administração pública,
ainda que considerados de menor potencial
ofensivo, não se sujeitam ao rito dos juizados
especiais.
c) É inadmissível a aplicação do princípio da
insignificância aos delitos praticados contra a
administração pública.
d) A formalidade do compromisso não integra
o crime de falso testemunho, razão pela qual
quem não é obrigado pela lei a testemunhar, mas
que se dispõe a fazê-lo e é advertido pelo juiz,
mesmo sem ter prestado compromisso, pode ficar
sujeito às penas do crime de falso testemunho.
e) A autoridade administrativa que se nega a
cumprir ordem judicial para satisfazer sentimento
pessoal pratica o delito de desobediência.
165 - Julgue os itens que se seguem a respeito
do direito penal.
Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça (STJ), o peculato, na modalidade desvio,
é crime formal, consumando-se
independentemente de prejuízo efetivo para a
administração pública.
166 - Considerando os crimes contra a
administração pública, assinale a opção correta.
a) São incompossíveis os crimes de corrupção
ativa praticados pelo particular e de concussão
cometido pela autoridade pública.
b) Pratica concussão o funcionário que exige,
mediante violência, direta ou indiretamente, para
si ou para outrem, em razão da função pública,
vantagem indevida.
c) A corrupção é crime de concurso
necessário, sendo necessária, para a
consumação, a presença do corruptor ativo e do
corruptor passivo.
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d) Como a qualidade de funcionário público é
circunstância pessoal, não se comunica ao
particular que eventualmente participe da prática
de crime contra a administração pública. Em tais
situações, responde o particular por crime
diverso.
e) Em denúncia de crime de prevaricação, é
suficiente que o Ministério Público (MP) afirme
que o acusado agiu para a satisfação de
interesse pessoal, pois, durante a instrução,
pode-se perquirir no que consistiu o mencionado
interesse.
167 - A respeito dos crimes contra a
administração pública, meio ambiente, ordem
tributária, licitações e abuso de autoridade,
assinale a opção correta.
a) Nos termos da Lei nº 9.605/1998, as
pessoas jurídicas não podem ser
responsabilizadas penalmente por crimes
ambientais.
b) Prestar declaração falsa às autoridades
fazendárias trata-se de ilícito civil e não de crime
contra a ordem tributária.
c) É possível haver coautoria entre funcionário
público e pessoa que não é funcionário público
nos chamados crimes funcionais.
d) A simples tentativa de executar os crimes
previstos na Lei nº 8.666/1993 não sujeita os
servidores públicos autores da tentativa à perda
do cargo, sendo imprescindível que o crime se
consume.
e) O atentado contra o direito de reunião, nos
termos da Lei n.º 4.898/1965, não constitui abuso
de autoridade.
168 - Acerca dos crimes contra a pessoa, o
patrimônio, a administração pública e a ordem
tributária, assinale a opção correta.
a) O homicídio praticado mediante paga ou
promessa de recompensa classifica-se
doutrinariamente como crime bilateral.
b) O direito não autoriza a apropriação de
objetos pertencentes a outrem, de forma que são
objeto de furto a res nullius, a res derelicta e a res
commune omnium.
c) No peculato praticado mediante erro de
outrem, não se pune o funcionário público autor
do peculato, mas somente aquele que o
determinou, ou seja, o autor mediato do crime.
d) Ocorre a concussão quando o agente,
funcionário público, exige, em razão da função,
para si ou para outrem, direta ou indiretamente,
vantagem indevida, não havendo crime se o
agente pratica o fato antes de assumir a função
pública.
e) Os crimes contra a ordem tributária são
crimes praticados por particular contra a
administração, não havendo previsão em
legislação específica desses crimes, casos em
que se aplicam, portanto, as normas do Código
Penal.
169 -
Na situação hipotética acima descrita, trata-se de
a) crime de peculato, independentemente de
Joaquim ter-se apropriado da quantia para
proveito próprio ou não.
b) crime de apropriação indébita,
independentemente de Joaquim ser ou não
servidor público.
c) crime de emprego irregular de verbas
públicas, já que o desvio da quantia ocorreu em
proveito da administração.
d) crime de prevaricação, posto que Joaquim
agiu para satisfazer sentimento pessoal.
170 - Em cada um dos itens a seguir, é
apresentada uma situação hipotética, seguida de
uma assertiva a ser julgada com base na
parte especial do direito penal.
Renato divulgou, sem justa causa, informação
sigilosa, assim definida em lei, contida em
sistema de dados da administração pública.
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Nessa situação, somente haverá crime se da
ação de Renato resultar prejuízo para a
administração pública.
171 - Com relação a crimes praticados por
funcionário público contra a administração em
geral, julgue os próximos itens.
No caso de peculato, doloso ou culposo, a
reparação do dano, se anterior à sentença
irrecorrível, extingue a punibilidade.
172 - Se o crime de inserção de dados falsos em
sistema de informações for praticado pelo
funcionário público em virtude de negligência, a
pena será reduzida de um a dois terços.
173 - Haverá crime de concussão caso o agente,
ainda que antes de assumir a função pública,
tenha exigido, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, em razão da função pública,
vantagem indevida.
174 - Pratica prevaricação o agente que deixa,
indevidamente, de realizar ato de ofício, para
satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
175 - O crime de abandono de função é mais
severamente punido se do fato resultar prejuízo
público.
176 - Para fins penais, considera-se funcionário
público quem exerce cargo, emprego ou função
pública, desde que seja remunerado.
177 - Em cada um dos itens seguintes, é
apresentada uma situação hipotética, seguida de
uma assertiva a ser julgada.
Raul, funcionário público, cumprindo ordem não
manifestamente ilegal de seu superior
hierárquico, acabou por praticar crime contra a
administração pública. Nessa situação, apenas o
superior hierárquico de Raul será punível, ficando
Raul isento de pena.
178 - Quanto aos crimes praticados por
funcionário público contra a
administração em geral, julgue os itens que se
seguem.
A única diferença existente entre os crimes de
concussão e de corrupção passiva é que, no
primeiro, o agente exige, enquanto, no segundo,
o agente solicita ou recebe vantagem indevida,
para si ou para outrem, direta ou indiretamente,
ainda que fora da função ou antes de assumi-la,
mas em razão dela.
179 - O servidor que recebe dinheiro de particular
e emprega-o na própria repartição para fins de
melhoria do serviço público pratica conduta
atípica.
180 - Acerca dos crimes relativos a licitação,
crimes contra a fé pública e crimes contra as
relações de consumo, julgue os itens a seguir.
É atípica a conduta do agente que desvia e faz
circular moeda cuja circulação ainda não estava
autorizada, pois constitui elementar do crime de
moeda falsa a colocação em circulação de moeda
com curso legal no país ou no exterior.
181 - Segundo o STJ, o crime de exposição à
venda de mercadoria em condições impróprias ao
consumo é material, não bastando, para a sua
caracterização, a potencialidade lesiva.
182 - Segundo entendimento do STF, o prefeito
municipal, apenas quando for ordenador de
despesas, pode ser processado criminalmente
pelos crimes previstos na Lei das Licitações, se a
acusação o enquadrar como mentor intelectual
dos crimes.
183 - Julgue os itens subsequentes, acerca dos
atos de improbidade e crimes contra a
administração pública.
A contratação de advogado privado, às custas
públicas, para a defesa de prefeito em ação civil
pública, ainda que haja corpo próprio de
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advogados do município, não configura ato de
improbidade, mas mero ilícito civil, segundo
entendimento do STJ.
184 - De acordo com a legislação respectiva, é
cabível a transação penal nas ações destinadas a
apurar atos de improbidade.
185 - Segundo entendimento do STJ em relação
ao crime de peculato, configura bis in idem a
aplicação da circunstância agravante de ter o
crime sido praticado com violação de dever
inerente a cargo.
186 - Acerca dos crimes relativos à licitação,
julgue os itens que se seguem.
Os crimes definidos na lei de licitações sujeitam
os seus autores, quando servidores públicos, à
perda de cargo, emprego, função ou mandato
eletivo, ainda que o crime não tenha sido
consumado.
187 - Não interfere na pena aplicada ao agente o
fato de ser ele ocupante de cargo em comissão
ou de função de confiança em órgão da
administração direta, autarquia, empresa pública,
sociedade de economia mista, fundação pública
ou em outra entidade controlada direta ou
indiretamente pelo poder público.
188 - Quanto aos crimes contra a administração
pública e à ação penal, julgue o item abaixo.
Caso um analista judiciário praticasse crime de
prevaricação na zona eleitoral de Barreiras - BA,
a ação penal seria pública condicionada, pois
dependeria da representação da autoridade
prevaricada para seu prosseguimento.
189 - Acerca dos crimes contra a administração
pública, do abuso de autoridade, do tráfico ilícito
de entorpecentes e da competência, assinale a
opção correta.
a) Compete à justiça estadual processar e
julgar sujeito ativo de crime de uso de documento
falso, praticado mediante a apresentação de
documentação falsa a um PRF.
b) A legislação em vigor acerca do tráfico
ilícito de entorpecente possibilita ao condenado
por tráfico ilícito de entorpecente, desde que seja
réu primário, com bons antecedentes e que não
se dedique às atividades criminosas nem integre
organização criminosa, a redução de um sexto a
dois terços de sua pena, bem como a conversão
desta em penas restritivas de direitos, desde que
cumpridos os mesmos requisitos exigidos para a
redução da pena.
c) Pratica crime contra a honra e não desacato
o sujeito ativo que manda uma carta para a
residência de um PRF, afirmando que este é o
"maior apropriador do dinheiro público".
d) Compete à justiça militar processar e julgar
militar por crime de abuso de autoridade, desde
que este tenha sido praticado em serviço.
e) A corrupção é crime necessariamente
bilateral, de forma que a configuração da
corrupção passiva dependerá da existência do
crime de corrupção ativa.
190 - Acerca do direito penal e processual penal,
considerando a legislação pertinente, a doutrina e
a jurisprudência do STF e do STJ, julgue os itens
que se seguem.
Os empregados da EMBASA não são
equiparados a funcionários públicos para efeitos
penais, e não podem, portanto, ser
responsabilizados pelo crime de peculato
191 - Em relação aos crimes contra a
administração pública, julgue os itens a seguir.
O funcionário público que revelar ou facilitar a
revelação de fato que deva permanecer em
segredo do qual tenha ciência em razão do cargo
que ocupa pratica crime contra a administração
pública, não tendo influência na pena prevista o
fato de a revelação resultar em dano à
administração pública.
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192 - As penas dos crimes praticados por
funcionário público contra a administração em
geral serão aumentadas da terça parte quando os
autores forem ocupantes de cargos em comissão
ou de função de direção ou assessoramento de
órgão da administração direta, sociedade de
economia mista, empresa pública ou fundação
instituída pelo poder público.
193 - Acerca dos crimes previstos na Lei de
Licitações, julgue os itens que se seguem
segundo o entendimento do STJ e a legislação
que rege a matéria
O tipo penal consistente em dispensar ou inexigir
licitação fora das hipóteses previstas em lei é
delito de mera conduta, logo, não exige dolo
específico, apenas o genérico, representado pela
vontade de contratar sem licitação, quando a lei
expressamente prevê a realização do certame,
independentemente, assim, de qualquer resultado
naturalístico, como, por exemplo, prejuízo ao
erário.
194 - Considere a seguinte situação hipotética. A
Secretaria de Justiça do Estado do Rio Grande do
Norte, antes de realizar procedimento licitatório
para a aquisição de diversos itens, solicitou a
manifestação da procuradoria do estado. O
procurador responsável emitiu parecer técnico,
opinando pela necessidade e conveniência de se
contratar determinada empresa para prestar um
serviço sem licitação, tendo sido comprovado que
houve fraude posterior ao procedimento. Nessa
situação, a fraude, ainda que não se tenha
vinculado à dispensa da licitação, impõe
responsabilidade criminal ao parecerista, mesmo
que este não tenha auferido qualquer vantagem
com a contratação da empresa sem o devido
procedimento licitatório.
195 - Aquele que se abstém ou desiste de licitar,
em razão da vantagem oferecida, não comete
delito previsto na Lei de Licitações, e sim crime
contra a administração pública.
196 - Em relação aos crimes contra a
administração pública, julgue os
itens que se seguem.
O agente público que, embora não tendo a posse
do dinheiro, o subtrai em proveito próprio,
valendo-se da facilidade que lhe proporciona a
qualidade de funcionário, comete modalidade de
peculato.
197 - O agente que solicita vantagem a pretexto
de influir em ato funcional praticado por
funcionário público comete o crime de exploração
de prestígio, cujo sujeito ativo deve ser
funcionário público.
198 - No que se refere a crimes contra a fé
pública e contra a administração pública, julgue
os itens que se seguem.
A apresentação de documento falso à autoridade
incompetente, após exigência desta, não
configura o crime de uso de documento falso.
199 - Pratica crime de peculato-desvio o
funcionário público que recebe dinheiro de
particular, destinado ao Estado, e, sem
autorização legal, aplica-o na própria repartição
pública, para melhoria do serviço público.
200 - A respeito dos crimes contra o patrimônio e
contra a administração pública, julgue os
seguintes itens.
Considere a seguinte situação hipotética.
Tancredo recebeu, para si, R$ 2.000,00
entregues por Fernando, em razão da sua função
pública de agente da Polícia Federal, para
praticar ato legal, que lhe competia, como forma
de agrado. Nessa situação, Tancredo não
responderá pelo crime de corrupção passiva, o
qual, para se consumar, tem como elementar do
tipo a ilegalidade do ato praticado pelo funcionário
público.
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201 - Caso um policial federal preste ajuda a um
contrabandista para que este ingresse no país e
concretize um contrabando, consumar-se-á o
crime de facilitação de contrabando, ainda que o
contrabandista não consiga ingressar no país
com a mercadoria.
202 - Em relação aos vários institutos de direito
penal, assinale a opção correta.
a) Considere a seguinte situação hipotética.
Mauro, médico do conveniado ao SUS, foi
denunciado por concussão, e impetrou habeas
corpus alegando atipicidade da conduta em
virtude de a Lei n.º 9.983/2000 ser posterior ao
fato imputado na denúncia, datado de 1995. Essa
lei modificou o art. 327, § 1.º, CP, ampliou o
conceito de funcionário público e acrescentou a
expressão "e quem trabalha para empresa
prestadora de serviço, contratada ou conveniada,
para a execução de atividade típica da
administração pública". Nessa situação, a ordem
deve ser denegada, pois a norma penal não
incriminadora pode retroagir, ainda que
indiretamente haja imputação criminosa.
b) Segundo o CP, os prazos de prescrição são
reduzidos pela metade quando o criminoso é
maior de 70 anos de idade na data da sentença
condenatória. Tal regra não se aplica à
publicação do acórdão proferido no julgamento de
apelação do réu que não era septuagenário na
data da sentença, mas que já atingira aquela
idade quando publicado o acórdão.
c) A jurisprudência unânime do STF é de que
a pena cominada no CP para a receptação
qualificada é inconstitucional, por ofensa aos
princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade, pois é prevista pena mais
severa para o agente que obrigatoriamente deve
saber da origem ilícita do produto, em relação
àquele que, eventualmente, saiba de tal origem.
d) No delito de furto, por serem incompatíveis,
é vedada a aplicação simultânea da qualificadora
do concurso de pessoas com o privilégio
decorrente do fato de o criminoso ser primário e
ser de pequeno valor a coisa furtada.
e) Ainda que seja a nota falsificada de
pequeno valor, descabe, em princípio, aplicar ao
crime de moeda falsa o princípio da
insignificância, pois, tratando-se de delito contra a
fé pública, é inviável a afirmação do desinteresse
estatal na sua repressão.
203 - Considere a seguinte situação hipotética.
Tancredo recebeu, para si, R$ 2.000,00
entregues por Fernando, em razão da sua função
pública de agente da Polícia Federal, para
praticar ato legal, que lhe competia, como forma
de agrado. Nessa situação, Tancredo não
responderá pelo crime de corrupção passiva, o
qual, para se consumar, tem como elementar do
tipo a ilegalidade do ato praticado pelo funcionário
público.
204 - Caso um policial federal preste ajuda a um
contrabandista para que este ingresse no país e
concretize um contrabando, consumar-se-á o
crime de facilitação de contrabando, ainda que o
contrabandista não consiga ingressar no país
com a mercadoria.
205 - A respeito dos crimes contra a
administração pública, julgue os itens seguintes.
Pratica crime de advocacia administrativa quem
patrocina, direta ou indiretamente, interesse
privado perante a administração pública, valendo-
se da qualidade de funcionário, sendo que, se o
interesse for ilegítimo, a pena será mais grave.
Trata-se de crime de mão própria, isto é, que
somente pode ser praticado por advogado ou
bacharel em direito.
206 - Pratica crime de excesso de exação o
funcionário público que pratica violência no
exercício de função ou a pretexto de exercê-la.
207 - Milton, agente de polícia, estava
investigando uma associação de criminosos que
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praticava o roubo de cargas. Encerradas as
investigações, foi apresentada denúncia e, em
seguida, foi decretada a prisão preventiva de
Fabiano, um dos integrantes do grupo, que
estava foragido. O agente de polícia obteve, na
delegacia, informação, por denúncia anônima, do
local onde Fabiano estava escondido. De posse
dessa informação, convidou seu irmão Juarez a
acompanhá-lo até o local onde Fabiano se
ocultava, a fim de exigir dinheiro deste para não
dar cumprimento ao mandado de prisão. No
momento em que o agente e seu irmão exigiam o
dinheiro de Fabiano, foram abordados por uma
equipe de policiais que também recebera
informações sobre o paradeiro de Fabiano e que
se deslocara para o cumprimento do mandado.
Com base nessa situação hipotética, assinale a
opção correta.
a) Pode ser realizada a prisão em flagrante de
Milton e Juarez, mas apenas Milton, o agente de
polícia, será indiciado pelo crime de concussão,
uma vez que seu irmão não é servidor público,
não se comunicando tal circunstância, por ser de
caráter pessoal.
b) Pode ser realizada a prisão em flagrante de
Milton e de Juarez, e ambos serão indiciados por
crime de corrupção passiva, em coautoria.
c) Milton e Juarez poderão ser indiciados pelo
crime de corrupção passiva, na modalidade
tentada, já que não chegou a ocorrer a percepção
da vantagem ilícita.
d) Milton e Juarez poderão ser indiciados pelo
crime de concussão, sendo admissível que
condição de caráter pessoal referente à ocupação
de cargo público se comunique em relação a
Juarez.
208 - Assinale a opção correta a respeito dos
crimes contra a administração pública.
a) Os crimes praticados por servidor contra a
administração pública são circunscritos às
hipóteses previstas no Código Penal.
b) Esse tipo de crime é classificado como
impróprio, pois exige-se do agente uma
determinada qualidade, no caso, ser servidor
público.
c) Os crimes praticados por servidor público
contra a administração pública previstos no
Código Penal são delitos de ação penal pública
incondicionada.
d) O conceito de funcionário público para o
direito penal é o mesmo previsto na esfera do
direito administrativo, tendo em vista a
comunicabilidade das instâncias penal e
administrativa para fins de punição à má atuação
dos servidores.
209 - Em cada um dos itens que se seguem, é
apresentada uma situação hipotética, seguida de
uma assertiva a ser julgada.
Na qualidade de perito criminal federal, Oscar
avaliou a autenticidade da assinatura de um dos
indiciados em inquérito que apurava caso de
lavagem de dinheiro. Apesar de considerar que a
assinatura era autêntica, Oscar estava
convencido de que o indiciado havia sido coagido
a assinar o referido documento, motivo pelo qual,
em seu laudo pericial, atestou a falsidade da
assinatura. Nessa situação, Oscar cometeu crime
de condescendência criminosa.
210 - Lindomar foi recentemente contratado por
uma autarquia federal para exercer função que
envolve exercício de poder de polícia, sendo que
tal contratação se deu mediante contrato por
tempo determinado para atender necessidade
temporária de excepcional interesse público.
Posteriormente, ele praticou conduta penalmente
tipificada como peculato. Nessa situação, apesar
de não ocupar cargo nem emprego públicos,
Lindomar poderá vir a ser penalmente condenado
por crime de peculato.
211 - Um policial militar prendeu em flagrante um
traficante de drogas e prometeu libertá-lo
imediatamente, em troca do pagamento de
cinqüenta mil reais. Nesse caso, o policial é
sujeito ativo do crime de corrupção passiva.
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AL
GABARITOS:
1 - E 2 - C 3 - E 4 - E 5 - C
6 - E 7 - B 8 - C 9 - E 10 - D
11 - D 12 - C 13 - A 14 - E 15 - E
16 - E 17 - C 18 - C 19 - C 20 - C
21 - E 22 - E 23 - E 24 - C 25 - E
26 - E 27 - C 28 - E 29 - E 30 - E
31 - C 32 - C 33 - C 34 - C 35 - B
36 - E 37 - D 38 - A 39 - E 40 - C
41 - E 42 - C 43 - E 44 - E 45 - C
46 - D 47 - B 48 - B 49 - C 50 - C
51 - E 52 - C 53 - C 54 - C 55 - C
56 - C 57 - E 58 - C 59 - A 60 - E
61 - D 62 - A 63 - E 64 - C 65 - E
66 - E 67 - C 68 - E 69 - E 70 - E
71 - E 72 - C 73 - C 74 - C 75 - E
76 - E 77 - A 78 - E 79 - A 80 - B
81 - E 82 - C 83 - E 84 - E 85 - C
86 - C 87 - C 88 - B 89 - C 90 - C
91 - E 92 - C 93 - C 94 - E 95 - C
96 - C 97- E 98 - X 99 - D 100 - D
101 - C 102 - B 103 - B 104- B 105 - E
106 - C 107 - C 108 - E 109 - C 110 - E
111 - E 112 - C 113 - C 114 - X 115 - E
116 - D 117 - C 118 - C 119 - A 120 - A
121 - D 122 - E 123 - C 124 - C 125 - C
126 - D 127 - A 128 - E 129 - E 130 - E
131 - C 132 - C 133 - E 134 - D 135 - C
136 - E 137 - E 138 - E 139 - C 140 - C
141 - E 142 - E 143 - B 144 - C 145 - C
146 - E 147 - C 148 - B 149 - C 150 - C
151 - C 152 - E 153 - C 153 - E 155 - E
156 - C 157 - E 158 - E 159 - C 160- C
161 - B 162 - B 163 - C 164 - D 165 - E
166 - A 167 - C 168 - A 169 - C 170 - E
171 - E 172 - E 173 - C 174 - C 175 - C
176 - E 177 - C 178 - E 179 - E 180 - E
181 - E 182 - E 183 - E 184 - E 185 - C
186 - C 187 - E 188 - E 189- C 190 - E
191 - E 192 - C 193 - C 194 - E 195 - E
196 - C 197 - E 198 - C 199 - C 200 - E
201 - C 202 - E 203 - E 204 - C 205 - E
206 - E 207 – D 208 - C 209 - E 210 - C
211 - C