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Rua México nº 111, sala 2107, Centro – Rio de Janeiro/RJ – CEP. 20031-145 - Tel/Fax: (21) 2262-0948
Email: [email protected]
EXMO JUÍZO DO CARTÓRIO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE NITERÓI DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO – Pendotiba
BIANCA MENDES ROMANO, brasileira, solteira, sem união
estável, desempregada, portadora do documento de identidade nº 25.798.903-8,
inscrita no CPF/MF sob o nº 139.298.237-56, residente à Estrada Caetano Monteiro,
2.928, Pendotiba, CEP: 24320-270, Niterói/RJ, endereço eletrônico
[email protected], vem, por suas procuradoras infra-assinadas, propor a
presente ação com pedido de tutela de urgência requerida em caráter antecedente
para COBERTURA MÉDICO-HOSPITALAR DE PARTO contra UNIMED-RIO
COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO DO RIO DE JANEIRO LTDA., sociedade inscrita
no CNPJ/MF sob o nº 42.163.881/0001-01, com sede à Avenida Armando Lombardi,
400, lojas 101 a 105, 108 e 109, Barra da Tijuca, CEP 22.640-000, Rio de Janeiro/RJ e
CLINICA SAO GONCALO LTDA. (HOSPITAL ICARAÍ), sociedade inscrita no CNPJ/MF
sob o nº 31.671.480/0003-08, com sede à Rua Marquês de Paraná, 233, Centro, CEP
24030-215, Niterói/RJ.
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I. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
1. A autora conta com 26 anos de idade e, recentemente, já em estado
gravídico, retornou de intercâmbio da Austrália, onde exerceu a profissão de babá.
Tendo em vista a gestação, permanece desempregada desde a volta para o país, em
julho/2016, conforme documentos anexos, fotocópia da CTPS e declaração de
hipossuficiência. Diante de sua atual situação financeira, atesta, nos termos do artigo
4º da Lei n.º 1060/50 e posteriores alterações, não possuir condições financeiras para
arcar com as custas processuais e os honorários advocatícios sem prejuízo de seu
sustento e de sua família.
2. Dessa forma, preenchidos os requisitos para sua concessão, requer se
digne V.Exa. de determinar os benefícios da justiça gratuita.
II. DOS FATOS E DO DIREITO
3. A autora é segurada do plano de saúde da primeira ré denominado
Individual/Familiar Beta, com abrangência nacional e cobertura
ambulatorial/hospitalar com obstetrícia, matriculada sob o nº 0037.0000.003346-
563, desde 01/11/2008, e está em dia com o pagamento das mensalidades, conforme
declaração da primeira ré que se encontra anexa.
4. Na presente data a autora conta com 29 (vinte e nove) semanas de
gestação e, desde que iniciou o acompanhamento pré-natal, não consegue
atendimento médico e não vislumbra a unidade hospitalar na qual poderá se internar
para a realização de parto, tendo em vista o descredenciamento em massa de
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médicos cooperados e hospitais, tanto na cidade do Rio de Janeiro quanto na cidade
de Niterói.
5. Vale destacar que a autora é solteira e engravidou, sem
planejamento, quando se encontrava em intercâmbio na Austrália, e sequer podia ter
noção do estado caótico em que se encontra a UNIMED RIO, que vem provocando
imenso sofrimento e dificuldade para milhares de consumidores que necessitam
utilizar os serviços médicos e hospitalares.
6. Diante da gravidez não planejada a autora imediatamente retornou
para o país, onde se deparou com situação de descredenciamento de dezenas de
médicos cooperados e da rede hospitalar.
7. Conforme documentação anexa, a autora consultou cerca de 5
(cinco) médicos obstetras diferentes, posto que os profissionais deixaram de atender
os associados da Unimed ou permanecem como cooperados, contudo, no
consultório, cobram o pagamento de consulta particular.
8. A autora já passou por uma série de constrangimentos, o que vem
causando imenso aborrecimento e angústia. A primeira consulta que realizou com
cooperado da primeira ré foi com a Dra. Marcela Manhone Zambrotti, que após 2
(dois) atendimentos informou que não aceitaria mais os planos da Unimed, pois não
estava sendo reembolsada.
9. Em seguida a autora se consultou com o Dr. Mario Guilherme
Fernandes (vide ultrassonografia solicita anexa) e, no segundo agendamento, em
pleno consultório médico, a secretária do referido obstetra informou que a gestante
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deveria pagar o montante de R$ 175,00 (cento e setenta e cinco reais) – vide recibo
anexo, pois o plano de saúde da primeira ré não era mais aceito.
10. Extremamente insegura e angustiada a autora entrou em contato
com a primeira ré, que agendou horário com a Dra. Claudia Lourenço Diaz (vide
exame solicitado anexo), no Bairro do Jardim Botânico/RJ, sob a justificativa de que
estavam com “dificuldade de cooperados em Niterói”. Em contato com a Dra.
Claudia, ela informou que só realiza partos mediante o pagamento de
contraprestação “para sua equipe” no montante de R$ 11.000,00 (onze mil reais)!
11. A autora entrou em contato ainda com os Drs. Antonio Paulo
Lafayette Stockler e Dra. Angela Valle, contudo não tinha como prosseguir com o pré-
natal com os referidos profissionais, que afirmam de antemão para as gestantes que
apenas realizam partos mediante cirurgias cesáreas, sendo que o primeiro cobrou
honorários para a realização do parto.
12. A autora, indignada, entrou em contato com a primeira ré e informou
que seus cooperados estavam cobrando pagamento para a realização de consulta e
partos. Diante disto a própria Unimed agendou consulta com o Dr. Luiz Felipe
Bittencourt, em Niterói, para o dia 01/11/2016, contudo, em contato com a
secretária do obstetra, foi noticiado para a autora que ele só realiza partos mediante
cesariana.
13. Verifique-se a seguir que a autora contatou a primeira ré por diversas
vezes para que fosse encontrada uma solução para o seu tormento e necessidade:
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* * * * * * *
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14. Conforme se verifica dos fatos narrados e da documentação acostada
a autora não dispõe de acompanhamento médico conveniado para a realização de
pré-natal, trazendo prejuízo para evolução de uma gravidez tranquila com a devida
prevenção de riscos e um futuro parto tranquilo.
15. A primeira ré, inclusive, autorizou a realização de consultas
particulares, assegurando reembolso, contudo, apesar de fornecido recibo médico do
Dr. Mário Guilherme, o reembolso foi recusado em 16/11/2016, conforme
documento anexo.
16. Com relação à rede hospitalar, a segunda ré, HOSPITAL ICARAÍ,
permanece na lista de conveniados, contudo, só admite o ingresso de pacientes da
Unimed Rio para “partos eletivos” (marcados com antecedência), o que apenas
informa por telefone, o que viola o direito da autora e do bebê à realização de parto
vaginal.
17. Diante da flagrante violação dos seus direitos na qualidade de
consumidora e de gestante, a autora registrou reclamação na Agência Nacional de
Saúde, sob o nº 5013585, em 11/10/2016, porém, sem solução até a presente data.
18. Assim, diante de tamanha incerteza e desamparo no
acompanhamento de sua gravidez e da extrema necessidade de obter atendimento
hospitalar para a realização de parto normal, se faz necessária a concessão da tutela
antecipada que deverá ser confirmada ao final, conforme adiante formulado.
19. É indubitável que a conduta da ré viola o disposto na legislação
consumerista, especialmente o artigo 6º, inciso I, segundo o qual é direito básico do
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consumidor “a proteção à vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por
práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos”.
20. O artigo 51 do Código de Defesa do Consumidor, por sua vez, protege
a parte mais fraca da relação contratual contra as cláusulas abusivas, especialmente
as que autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a
qualidade do contrato após a sua celebração, e ainda as que estejam em desacordo
com o sistema de proteção ao consumidor (incisos XIII e XV), motivo pelo qual
eventual alegação de descredenciamento deverá ser rejeitada de plano.
21. Certamente a angústia diária da autora pode ser compreendida por
este d. Magistrado. Após custear religiosamente o pagamento de todas as
mensalidades do plano de saúde ao longo de 8 anos, a gestante se encontra
integralmente desamparada para a realização de consultas médicas para pré-natal e
escolha do médico obstetra e equipe médica que irá realizar seu parto, vivendo
enorme incerteza também com relação ao estabelecimento hospitalar que poderá
contar no momento do nascimento de seu primeiro filho.
22. Há de se convir que a situação da autora, mãe solteira, é um
verdadeiro atentado à saúde, integridade física e dignidade humana, incluindo do
nascituro, diante dos obstáculos enfrentados para que a gestante possa escolher
livremente entre a realização de um parto vaginal ou cesáreo.
23. Somado a isto, é cristalino o direito da autora ao recebimento de
indenização por danos materiais e morais na hipótese vertente.
24. Vale dizer que o quantum a ser arbitrado a título de indenização por
danos morais, como sedimentado na doutrina e jurisprudência, deve atender a duas
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finalidades básicas: a compensação pelos danos causados e a necessidade de se dar à
condenação um caráter pedagógico/punitivo, como forma de se evitar a prática de
novos ilícitos.
III. DA TUTELA DE URGÊNCIA E NECESSIDADE DE ANTECIPAÇÃO LIMINAR
25. A autora, conforme se verifica da documentação anexa, está com
gestação avançada, com aproximadamente 29 (vinte e nove) semanas e, até a
presente data, não dispõe de médico cooperado da ré que possa acompanhar seu
pré-natal e realizar parto vaginal.
26. A autora não pode aguardar o julgamento definitivo da demanda,
pois a falta de exames obstétricos podem causar dano irreparável, na medida em que
servem para acompanhar o desenvolvimento do feto e detectar precocemente
problemas que podem ser contornados, como por exemplo, a diabete gestacional e a
pré-eclampsia, que podem levar a óbito.
27. Como demonstrado, a autora permanece em dia com o pagamento
das mensalidades e, portanto, merece atendimento a ser integralmente custeado
pela primeira ré, inclusive pagamento da equipe médica para a realização de parto,
considerando que foi autorizada a realização de consultas mediante reembolso,
embora ainda não tenham creditado os valores para a autora:
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28. Sopesando que a autora conta com 29 (vinte e nove) semanas de
gestação, a tutela de urgência deve ser concedida liminarmente, posto que nenhuma
gestante está livre de parto prematuro, motivo pelo qual a autora deve ser
imediatamente acompanha pelo profissional de sua escolha, DR. PHILIPPE GODEFROY
– CRM 5277440-5, considerando a já explicitada falta de médicos cooperados, e de
estabelecimento hospitalar que possa atender a sua demanda na hipótese de
intercorrências.
29. Neste sentido, anexa a autora orçamento fornecido pelo referido
profissional no qual consta o valor de R$ 300,00 (trezentos reais) para a realização de
cada consulta pré-natal, e o valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais) para a assistência
ao parto da equipe de médicos obstetra, auxiliar, pediatra e anestesista.
30. Estabelece o artigo 84 do Código de Defesa do Consumidor que na
ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer, o juiz concederá a
tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o
resultado prático equivalente ao adimplemento.
31. Segundo o §3º do dispositivo em referência, sendo relevante o
fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento
final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente.
32. Nos termos do artigo 300 do Código de Processo Civil, a tutela de
urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade
do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.
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33. Tais requisitos foram efetivamente preenchidos pela autora nesta
exordial, fato que, por si só, já enseja o deferimento da medida antecipatória ora
pleiteada.
34. Todavia, para que não restem dúvidas quanto ao preenchimento dos
pressupostos necessários ao deferimento da antecipação da tutela pretendida,
evidencia-se, a seguir, especificamente, a comprovação cabal de cada requisito.
35. Quanto aos elementos que evidenciam a probabilidade do direito,
basta uma simples leitura dos documentos anexos para constatar o pagamento
pontual das mensalidades e a árdua busca da autora para atendimento com médico
cooperado, sem sucesso, bem como a dificuldade para planejar o parto em
estabelecimento hospitalar custeado pelo plano de saúde.
36. Já em relação ao perigo de dano, cabe destacar que os temas trazidos
a este d. Juízo são o direito à saúde e a vida da gestante e do nascituro, que devem
ser preservados a todo custo.
37. Outrossim, no caso tela, não há perigo de irreversibilidade dos
efeitos da decisão, uma vez que a ré poderá promover a cobrança dos custos
despendidos na remota hipótese de improcedência da presente lide.
38. Por fim, enfatize-se a necessidade do deferimento da tutela
antecipatória inaudita altera pars, de modo a garantir o efetivo alcance de seus
efeitos, uma vez que a autora é mãe solteira, se encontra desempregada e sem
recursos para arcar com o pagamento particular das despesas médicas, está em fase
avançada da gravidez, não merecendo que permaneça desamparada, sem
acompanhamento médico e planejamento de atendimento hospitalar em caso de
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parto, remotamente prematuro, sendo imprevisíveis as consequências desse retardo
no que concerne à saúde e vida da autora e do bebê.
IV. DO PEDIDO
39. Presentes os pressupostos de que trata o art. 84 do Código de Defesa
do Consumidor, bem como o artigo 300 c/c 303 do Código de Processo Civil e
demonstradas de um lado, a iminência de exposição a perigo de dano, requer a
autora seja concedida tutela de urgência com antecipação dos efeitos, initio litis e
inaudita altera parte, para o efeito de determinar:
a. seja obrigada a primeira ré a autorizar e custear, imediatamente, o
atendimento da autora no HOSPITAL ICARAÍ (segunda ré), para
internação e realização de parto vaginal ou cesáreo, conforme
indicação do DR. PHILIPPE GODEFROY, sob pena de, não o fazendo,
incorrer no pagamento de multa, sem prejuízo da responsabilização
criminal que possa resultar do descumprimento da ordem judicial,
cuja concessão liminar se requer, e das perdas e danos resultantes de
tal conduta;
b. seja obrigada a segunda ré admitir o ingresso da autora no
estabelecimento hospitalar, como paciente segurada da UNIMED
RIO, tanto para a realização de parto eletivo como parto vaginal,
conforme indicação do DR. PHILIPPE GODEFROY, sob pena de, não o
fazendo, incorrer no pagamento de multa, sem prejuízo da
responsabilização criminal que possa resultar do descumprimento da
ordem judicial, cuja concessão liminar se requer, e das perdas e
danos resultantes de tal conduta;
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c. seja compelida a primeira ré a reembolsar, liminarmente, no prazo
de 7 (sete) dias, mediante apresentação de recibos, o valor orçado
para remuneração da equipe médica do DR. PHILIPPE GODEFROY –
CRM 5277440-5, no montante de R$ 12.000,00 (doze mil reais),
conforme documento anexo, sob pena de multa;
d. seja compelida a primeira ré a reembolsar, liminarmente, no prazo
de 7 (sete) dias, mediante apresentação de recibos, as consultas da
autora com o DR. PHILIPPE GODEFROY – CRM 5277440-5, até o final
da gestação, sob pena de multa.
40. Uma vez antecipada a tutela pleiteada, requer a autora que V. Exa. se
digne de fornecer uma cópia da decisão, que será levada em mão a UNIMED RIO e
para o HOSPITAL ICARAÍ, para que a autora possa ser atendida para realização de
parto vaginal ou cesáreo, no momento ou na data indicada por seu médico.
41. Tendo em vista o pedido de assistência judiciária gratuita, que confia
será acolhido, requer seja dispensada a necessidade de caução, nos termos do § 1º
do art. 300 do CPC.
42. Outrossim, informa que não se valerá do benefício previsto no caput
do art. 303 do CPC, não sendo necessário aditar a petição inicial, considerando que
sua argumentação está completa, com a juntada de toda a documentação de que
dispõe.
43. Após, requer se digne V. Exa. de determinar a citação e intimação das
rés para a audiência de conciliação, na forma do art. 334 do CPC.
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44. Não havendo autocomposição, pede e espera que a decisão final
confirme a tutela deferida para que seja reconhecido o direito da autora em ter
custeado integralmente pela primeira ré as despesas com consultas de atendimento
pré-natal e equipe médica para parto, bem como com internação hospitalar no
estabelecimento da segunda ré – HOSPITAL ICARAÍ, utilizando os materiais
necessários e infraestrutura, bem como de acomodação pós-parto, até termo de alta
do médico-obstetra DR. PHILIPPE GODEFROY.
45. Outrossim, pleiteia a autora seja condenada a primeira ré ao
pagamento de indenização por dano material, consubstanciado no pagamento de
toda e qualquer despesa médica citada na presente ação, bem com as prestações
vindouras, vencidas no curso da demanda, tendo despendido, até a presente data, o
valor de R$ 475,00 (quatrocentos e setenta e cinco reais), conforme recibos anexos,
com correção monetária e juros a contar do desembolso.
46. Por derradeiro, requer seja compensada dos danos morais sofridos,
mediante condenação das rés ao pagamento do montante de R$ 30.000,00 (trinta mil
reais).
47. Nos termos do art. 6°, VIII do Código de Defesa do Consumidor,
requer a inversão do ônus da prova, tendo em vista a verossimilhança das alegações
e a hipossuficiência da parte autora.
48. Com a procedência dos pedidos acima formulados, requer a autora a
condenação das rés ao pagamento das custas judiciais e honorários advocatícios.
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49. Protesta, ainda, pela produção de provas, na amplitude no art. 369 e
seguintes do Código de Processo Civil.
50. Requer, por fim, sob pena de nulidade, que as futuras publicações
sejam veiculadas em nome das advogadas CAROLINA MENEZES FERREIRA, inscrita na
OAB/RJ sob o nº 115.209 e LUCIANA PERES BATISTA ROMANO, inscrita na OAB/RJ
sob o nº 121.892.
51. Dá-se à causa o valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).
Nestes Termos, Pede Deferimento.
Rio de Janeiro, 16 de novembro de 2016.
CAROLINA MENEZES FERREIRA LUCIANA PERES BATISTA ROMANO OAB/RJ nº 115.209 OAB/RJ nº 121.892