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Exmo(a). Senhor(a) Doutor(a) Juiz de
Direito do Tribunal Judicial de Viana do
Castelo
1º Juízo Cível Processo nº 3257/11.8TBVCT Insolvência de “Aurélio Martins Sobreiro & Filhos, S.A.”
Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na
Quinta do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão,
contribuinte nº 206 013 876, Administrador da Insolvência nomeado no processo à
margem identificado, vem requerer a V. Exa., nos termos do artigo 209º do Código da
Insolvência e da Recuperação de Empresas, que ordene a convocação da assembleia de
credores para discussão e votação do plano de insolvência.
Mais requer a V. Exa. a junção aos autos da minha proposta de Plano de
Insolvência.
Esclarece ainda que o plano de insolvência não está acompanhado dos mapas
referidos na alínea c) do nº 2 do artigo 195º, por quanto os termos daquele não o
permitem.
P.E.D. O Administrador da Insolvência
(Nuno Oliveira da Silva)
Castelões, 16 de Abril de 2012
Insolvênciade“AURÉLIOMARTINSSOBREIRO&FILHOS,S.A.”PlanodeInsolvência(artigo192ºdoC.I.R.E.)
Processonº3257/11.8TBVCTdo1ºJuízoCíveldoTribunalJudicialdeVianadoCastelo
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Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Administrador da Insolvência de
“Aurélio Martins Sobreiro & Filhos, S.A.”, vem nos termos do nº 2 do artigo
193º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas (C.I.R.E.), apresentar a
sua proposta de plano de insolvência, conforme deliberação tomada na Assembleia de
Apreciação do Relatório de 16 de Fevereiro de 2012.
I – Considerações iniciais
1. A situação actual da sociedade insolvente
No relatório elaborado nos termos do artigo 155º do CIRE, foram enumeradas
situações que, em minha opinião, contribuíram, de forma relevante para a situação de
insolvência da sociedade “Aurélio Martins Sobreiro & Filhos, S.A.”, tendo destacado as
relações entre esta e as suas participadas em Angola e Moçambique, bem como as
dificuldades decorrentes da sua actividade em território nacional.
Quanto a estas, foram tomadas medidas tendentes não só a reduzir a sua
estrutura e a adequá‐la às actuais condições do mercado, mas também a haver uma
escolha racional quanto às empreitadas a serem executadas:
a) Reduziu‐se o número de colaboradores para pouco mais de 100, número
que se espera que seja nesta altura o adequado para o nível esperado de
actividade;
b) Reorganizou‐se toda a equipa responsável pela área de produção da
sociedade;
c) Extinguiram‐se serviços que a sociedade tinha um duplicado (na sua sede e
no estaleiro principal), centralizando‐se os serviços administrativos em
Viana do Castelo;
d) Foi feita uma análise cuidada das empreitadas que a sociedade tinha em
curso, tendo‐se optado por executar apenas aquelas em que havia
capacidade para a sua conclusão sem que tal significasse um avolumar do
passivo.
Insolvênciade“AURÉLIOMARTINSSOBREIRO&FILHOS,S.A.”PlanodeInsolvência(artigo192ºdoC.I.R.E.)
Processonº3257/11.8TBVCTdo1ºJuízoCíveldoTribunalJudicialdeVianadoCastelo
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Nesta data, a sociedade tem em execução, entre outras, as seguintes obras, as
quais ainda representam um rendimento expectável de quase 12 milhões de Euros:
Dono de Obra Empreitada Valor do Contrato
Data do Contrato
Valor porFacturar
Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, IP
Empreitada do Arranjo da Zona Ribeirinha de Vila Praia de Âncora
1.984.485,06 € 05‐07‐2010 1.293.629,99 €
Somague‐Engenharia, S.A.
Litoral Oeste Concessões ‐ Lote 4H ‐ Lanço IC9FO 4.964.720,01 € 01‐06‐2010 13.876,18 €
EP ‐ Estradas de Portugal, S.A.
Conservação Corrente por Contrato ‐ 2010/2013 ‐ Centro Operacional Norte ‐ Distrito de Viana do Castelo ‐ VAR
008/2010 2.724.394,20 € 04‐08‐2010 1.230.541,25 €
Rede Ferroviária Nacional ‐ REFER, EP
Supressão das Passagens de Nível aos Kms 43+433 e 45+244 e Reconversão a Tráfego Pedonal da Passagem de Nível ao Km 43+806, na Linha do Minho, no Concelho de
Barcelos ‐ Lote 1 ‐ 5º Categoria ‐ Construção das Passagens Inferiores PIR4 e PIR7 e Respectivos Caminhos
de Acesso e de Ligação
1.399.312,32 € 18‐03‐2011 63.317,86 €
SIMLIS ‐ Saneamento Integrado dos
Municípios do Lis, S.A.
Empreitada para a Construção da Conduta Adutora Elevatória da Praia da Vieira, Troço Entre a Estação
Elevatória e a Ponte das Tercenas 29.403,05 € 18‐04‐2011 4.731,06 €
Infratunel ‐ Construtores do
Túnel do Marão, ACE
Terraplenagem do Sublanço S3 Poente, do PK 10+950 Até Boca Poente do Túnel, da Auto‐Estrada do Marão
4.086.302,40 € 21‐02‐2011 3.859.780,81 €
Município de Paredes de Coura
Alargamentos e Pavimentações de Caminhos Municipais nas Freguesias de Cossourado, Padornelo, Parada,
Romarigães, Rubiães e vascões ‐ 11/11 149.063,47 € 21‐09‐2011 149.063,47 €
Município de Paredes de Coura
Reforço de Pavimento da EM 1066 (de Meca à EN 301), em Insalde ‐ 20/11 AD
126.203,75 € 21‐09‐2011 126.203,75 €
Município de Arcos de Valdevez
Requalificação Urbana e Reorganização Funcional do Miolo do Quarteirão junto à Igreja da Misericórdia
593.486,53 € 29‐06‐2011 392.968,52 €
Município de Caminha
44/11 ‐ Saneamento da Zona Sul de V.P. Âncora, Vile e Riba D'Âncora
1.957.375,89 € 20‐06‐2011 1.660.826,25 €
Município de Viana do Castelo
Construção do Novo Acesso ao Estádio Manuela Machado ‐ 1ª Fase
1.430.395,77 € 1.430.395,77 €
Município de Viana do Castelo
Execução da Reabilitação da Rede Viária Municipal 749.345,10 € 16‐08‐2011 509.174,85 €
Jorge Teixeira & Pereira, Lda.
Arranjos Exteriores 244‐IS João de Deus ‐ Gelfa 257.174,76 € 10‐09‐2011 10.000,00 €
Armindo Afonso, Lda Pavimentação das Ruas do Paraíso e da Barrosa, em Vila
Praia de Âncora 26.012,40 € 13‐09‐2011 7.531,32 €
Município de Viana do Castelo
Arranjos Exteriores do Adro da Capela de Nossa Senhora da Agonia
184.533,25 € 179.143,84 €
Município de Viana do Castelo
Arranjos Exteriores do Centro Cultural de Viana do Castelo ‐ Coliseu
998.643,56 € 998.643,56 €
Benigno Martins Borlido
Pavimentação em Riba de Âncora 9.349,59 € 9.349,59 €
21.670.201,11 € 11.939.178,07 €
Insolvênciade“AURÉLIOMARTINSSOBREIRO&FILHOS,S.A.”PlanodeInsolvência(artigo192ºdoC.I.R.E.)
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Além destas obras em curso, a sociedade concorreu ainda às seguintes, estando
a aguardar os respectivos resultados:
Organismo Empreitada Data de Entrega
Valor da Proposta
EP‐ Estradas de Portugal, S.A.
EN 256 ‐ Variante à Ponte do Albardão, incluindo Ponte sobre o Rio Degébe
18‐11‐2010 2.668.984,24 €
Município de Viana do Castelo
EMPREITADA DE "CONSTRUÇÃO DO NOVO ACESSO AO ESTÁDIO MANUELA MACHADO ‐ 1ª FASE
15‐05‐2011 1.430.395,77 €
Município de Viana do Castelo
Frente Ribeirinha de Viana do Castelo ‐ Requalificação de Espaços Degradados e Valorização do Acesso à Envolvente Santiago da
Barra 20‐05‐2011 783.820,91 €
ÁGUAS DO NOROESTE
AA 2137 ‐ EMPREITADA DE EXECUÇÃO DA CONDUTA ADUTORA DE RIBA DE ÂNCORA ‐ 1.ª FASE
04‐04‐2012 228.977,86 €
Construções Refoiense, Lda.
Execução de PI em Vila Nova de Cerveira 212.000,00 €
5.324.178,78 €
(relativamente às duas primeiras empreitadas, a sociedade ficou graduada em 1º lugar)
Dentro das expectativas que a sociedade tem de manter‐se em actividade, está
já a preparar os seguintes concursos:
Organismo Empreitada
Município de Caminha Arranjos exteriores de biblioteca de Caminha
Município de Cerveira Arranjos exteriores de edifício em Cerveira
Armando Cunha Fornecimento de Mistutras Betuminosas ‐ A3
Varios Aluguer de central em Castelo Branco
FABRICA DA IGREJA PAROQUIAL DE SENHORA DE FÁTIMA Arranjos exteriores da Igreja
MSP Esposende via Marginal
Edifer / Const. SanJosé Universidade do Porto ‐ Arranjos exteriores
Do trabalho desenvolvido no âmbito do processo de insolvência resultou uma
sociedade com uma dimensão e uma área de actuação menor mas, como se espera,
uma sociedade mais eficiente e geradora de riqueza.
Deste trabalho também resultou uma maior credibilidade da sociedade junto
dos seus clientes e dos seus fornecedores, já que os clientes continuam a procurar os
seus serviços/trabalhos, continuam a adjudicar‐lhe novas obras e os fornecedores
continuam a fornecer.
A sociedade possui um “know‐how” que é reconhecido por muitos dos seus
clientes, e esta é uma mais‐valia que importa preservar e utilizar em benefício dos
credores.
Insolvênciade“AURÉLIOMARTINSSOBREIRO&FILHOS,S.A.”PlanodeInsolvência(artigo192ºdoC.I.R.E.)
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Nem tudo é um “mar de rosas”, pois foi possível perceber que a sociedade,
através do seu actual órgão de administração, teve comportamentos pouco
condizentes com o seu historial, tendo inclusivamente criado dificuldades
desnecessárias a alguns dos seus clientes institucionais. É também notório que a
situação de incumprimento da sociedade conduziu muitos “pequenos” credores a
situações de extrema dificuldade e, em alguns casos, mesmo a uma situação de
insolvência.
Tendo sido já a segunda maior empresa empregadora do concelho de Viana do
Castelo, a redução dos seus colaboradores veio criar uma onde de choque,
aumentando ainda mais o já elevado número de desempregados desta região.
2. As sociedades participadas
As relações entre a sociedade insolvente e algumas das suas participadas
continuam a constituir uma fonte de preocupações, pois a existência de sócios das
participadas que são, em simultâneo, membros dos órgãos sociais da sociedade
insolvente e gerentes dessas mesmas sociedades, gera um conflito de interesses, que
se tem mostrado difícil de ultrapassar.
Começando pela “AS – Aurélio Sobreiro (Angola), Lda”:
a) Confirma‐se o desconhecimento quanto à real situação económica e
financeira da participada, já que há evidência de que as contas que
no passado recente foram remetidas para Portugal divergem das
que foram apresentadas às autoridades fiscais em Angola;
b) Relativamente ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2010, a
contabilidade da sociedade insolvente reflecte os seguintes valores,
em relação à participada:
a. Capital próprio: Euros 2.191.384,41
b. Resultado Líquido: Euros 63.037,44 (lucro)
c) A participada declarou às competentes autoridades fiscais, para o
mesmo período, os seguintes valores:
Insolvênciade“AURÉLIOMARTINSSOBREIRO&FILHOS,S.A.”PlanodeInsolvência(artigo192ºdoC.I.R.E.)
Processonº3257/11.8TBVCTdo1ºJuízoCíveldoTribunalJudicialdeVianadoCastelo
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a. Capital próprio: Euros 171.799,001
b. Resultado Líquido: Euros ‐ 69.822,902 (prejuízo)
d) Como se verifica, a diferença ao nível do capital próprio da
participada é de 2 milhões de Euros! Esta situação vem confirmar a
dificuldade de análise quanto ao valor que esta participação possa
ter para a sociedade insolvente.
e) Quanto ao “Protocolo de Acordo e Compromisso” assinado pela
sociedade, ainda não foi feita nesta altura qualquer opção quanto ao
seu cumprimento;
f) Um dos factores que contribuiu para que esta opção não fosse ainda
tomada, foi o de perceber qual o montante que a sociedade já
recebeu, a título de adiantamento, e qual o destino que lhe deu;
g) Também aqui os elementos disponíveis indiciam uma divergência:
a. Há indícios de que a sociedade insolvente recebeu em Outubro
de 2011 a quantia de USD 500.000 da “ESA – Engineering
Services, Angola, Limitada”;
b. A contabilidade da sociedade insolvente evidencia um
recebimento de apenas USD 224.000. A diferença é pois de USD
276.000. Os actuais membros do conselho de administração não
deram até à data qualquer justificação para esta divergência.
h) Desta situação resultam dúvidas quanto ao valor que pode,
eventualmente, ser recebido e utilizado em benefício dos credores.
Passando para a “Aurélio Sobreiro (Moçambique), Lda” (e para a “Riolitos
Extracção Comercialização Inertes, Lda”, como consequência da participação de 100%
que aquela primeira sociedade tem no capital social):
a) São sócios desta sociedade moçambicana:
1Equivalea21.146.000Kwanzas2Equivalea‐8.594.212Kwanzas
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a. Aurélio Martins Sobreiro & Filhos – quota de 685.440 Meticais
(83,33%)
b. Maurício Pinto Sobreiro: quota de 57.120 Meticais (8,33%)
c. João Mário Salomão: quota de 57.120 Meticais (8,33%)
b) São gerentes da sociedade participada3:
a. Gonçalo Nuno Rodrigues Ribeiro
b. José Carlos Batista Martins
c. Maurício Pinto Sobreiro (que também é sócio)
d. José Cândido Arantes Pinto Sobreiro
c) Esta participação reveste‐se, em minha opinião, de especial
importância para a sociedade insolvente, já que o seu valor é um
activo que tem que ser utilizado em benefício dos credores.
d) Apesar de se ter conseguido estancar o avolumar das dívidas destas
participadas, não se teve no entanto sucesso em cobrar os valores
que estão em dívida.
e) As (poucas) informações contabilísticas que chegam de ambas as
participadas merecem pouca confiança, já que pela sua leitura
encontram‐se discrepâncias (por exemplo, divergência entre os
saldos bancários fornecidos pelas instituições bancárias e os
constantes na contabilidade).
f) Tendo sido solicitadas as contas relativas ao exercício de 2011 de
ambas as sociedades, a resposta dada pelo gerente Gonçalo Nuno
Rodrigues Ribeiro, em 24 de Fevereiro de 2012, foi, e passo a citar:
“Em relação a 2011 não nos foi ainda possível enviar qualquer
dado contabilístico, pois houve uma incorrecção no cálculo das
amortizações, pelo que a contabilidade está a ser corrigida.
Quando estiver pronta enviaremos em formato digital.”
3 Recordo que por inerência da participação social de 100% do capital social, são gerentes da“Riolitos Extração Comercialização Inertes, Lda” os mesmos gerentes do “Aurélio Sobreiro(Moçambique),Lda”.
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g) A distância geográfica a que se encontram estas duas empresas
participadas pela sociedade insolvente (que é facilmente
ultrapassável quando há vontade e querer para tal, como foi possível
constatar nestes últimos meses) não pode servir de justificação para
que não haja um controlo eficiente e rigoroso de ambas;
h) É minha opinião que a gestão destas duas sociedades é feita à
revelia dos interesses da sociedade insolvente, já que é manifesta a
pouca vontade de alguns dos seus gerentes em alterar a actual
situação.
i) Procurou‐se o controlo efectivo da gestão de ambas as participadas,
mas perante a ilegitimidade do Administrador da Insolvência, à luz
do direito moçambicano, de assumir, em representação da
sociedade insolvente, a gerência, tal desiderato ainda não foi
alcançado;
j) Foram já estudadas as várias soluções possíveis, e estão a ser
desencadeados os procedimentos legais, à luz do direito
moçambicano, para se efectuar uma alteração dos pactos sociais e,
dessa forma, assegurar que a sócia maioritária (a sociedade
insolvente) tenha sempre uma palavra nas decisões de gestão e que
estas não se confundam com os interesses pessoais dos seus
gerentes e de sócios minoritários.
Por último, quanto à participada “Fábrica Cerâmica Vianagrés, Lda”, o cenário
também não é, neste momento, dos melhores:
a) São actualmente gerentes desta sociedade:
a. Maurício Pinto Sobreiro
b. José Cândido Arantes Pinto Sobreiro
c. Júlia Rosalina Pinto Machado
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b) Por sentença proferida em 11 de Abril de 2012, no âmbito do
processo nº 892/12.0TBVCT do 1º Juízo Cível do Tribunal Judicial de
Viana do Castelo, foi declarada a insolvência desta participada;
c) Desta situação resultam, no imediato, duas consequências:
a. A responsabilidade da sociedade insolvente por um passivo
exigível de Euros 444.846,23, em resultado o aval que prestou a
favor da sua participada junto do “BANIF – Banco Internacional
do Funchal, S.A.”
b. A redução substancial do valor desta participação social, e o qual
poderia ser utilizado em benefício dos credores.
d) A gerência da sociedade participada teve um comportamento
passivo em relação ao pedido de insolvência, tendo inclusive omitido
aos restantes sócios informação relevante quando ao pedido de
insolvência.
3. As divergências existentes entre os principais accionistas da
sociedade insolvente e o órgão de administração
Actualmente os três maiores accionistas da sociedade insolvente são:
Accionistas Valor das Acções % Nº de Acções Nº de VotosMaurício Pinto Sobreiro 2.047.630,00 € 40,95% 409.526 4.095
Germano Pinto Sobreiro 1.233.150,00 € 24,66% 246.630 2.466
Armando Alberto Pinto Sobreiro 806.620,00 € 16,13% 161.324 1.613
Não é segredo as divergências que opõem o accionista Maurício Pinto Sobreiro
aos seus dois irmãos, e também accionistas, Germano Pinto Sobreiro e Armando
Alberto Pinto Sobreiro e que culminou na “criação” de dois blocos opositores. A
maioria necessária para que os órgãos sociais sejam nomeados tem sido conseguida na
base de um equilíbrio muito precário e onde accionistas com um diminuto peso
societário acabam por fazer toda a diferença nessa eleição.
Insolvênciade“AURÉLIOMARTINSSOBREIRO&FILHOS,S.A.”PlanodeInsolvência(artigo192ºdoC.I.R.E.)
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A sociedade há muito que deixou de ter uma dimensão familiar (ou pelo menos
deveria ter deixado) para que haja justificação (que não há!) para que as divergências
entre os accionistas se reflictam nas decisões de gestão e na escolha dos seus
colaboradores.
Pese embora o facto de o plano de insolvência ter de ser aprovado pelos
credores, a sua homologação está condicionada à prévia adopção pelos actuais órgãos
sociais de várias medidas que visam assegurar que o futuro conselho de administração
terá a tranquilidade necessária para executar o seu trabalho e com ele consolidar a
posição da sociedade e aumentar o seu valor.
Assim, espera‐se que por parte dos accionistas haja sentido de
responsabilidade e que não optem por uma “política de terra queimada”, onde serão
eles mesmos quem mais terão a perder com essa opção.
Os atuais membros do conselho de administração demonstraram, em minha
opinião, incapacidade para tomarem as decisões mais adequadas aos interesses da
sociedade. Interesses pessoais, desconhecimento, falta de preparação e a
incompetência destes membros, são possíveis justificações, em minha opinião, para as
(más) decisões que foram sendo tomadas (e para as decisões que devendo ser
tomadas, não o foram) e que conduziram a sociedade ao seu estado actual.
Entendo pois ser condição fundamental dotar a sociedade de órgãos sociais
tecnicamente aptos e capazes para o desempenho das suas funções, deixando para os
accionistas apenas o papel de avaliação desse desempenho.
4. Resolução de actos em benefício da massa insolvente
Na pendência do processo de insolvência procedi à resolução, em benefício da
massa insolvente, de dois actos praticados pela sociedade insolvente e que se
enquadram na alínea c) do artigo 121º do CIRE.
Num caso, tratou‐se da constituição, em 28 de Outubro de 2011, de uma
hipoteca voluntária a favor do “Banco Espírito Santo, S.A.” para garantia de todas as
obrigações que advêm ou possam advir para a sociedade insolvente junto desta
Insolvênciade“AURÉLIOMARTINSSOBREIRO&FILHOS,S.A.”PlanodeInsolvência(artigo192ºdoC.I.R.E.)
Processonº3257/11.8TBVCTdo1ºJuízoCíveldoTribunalJudicialdeVianadoCastelo
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instituição bancária, até ao montante de capital e acessórios de Euros 5.376.000,00.
Esta hipoteca incidiu sobre os seguintes imóveis:
Freguesia Artigo CRP
Vila Praia de Âncora U‐2057 284
Darque U‐2667 939
Darque U‐2668 940
Darque U‐2669 941
Darque U‐2670 942
Darque U‐2671 943
Darque U‐2672 944
Darque U‐2673 945
Darque U‐2674 946
Darque U‐2675 947
Darque U‐2676 948
Darque U‐2677 949
Darque U‐2678 950
Darque U‐2679 951
Darque U‐2680 952
Darque U‐2681 953
Darque U‐2682 954
Darque U‐2683 955
Darque U‐2684 956
Darque U‐2690 962
Darque U‐2691 963
Darque U‐2692 964
Freguesia Artigo CRP
Darque U‐2693 965
Darque U‐2694 966
Darque U‐2698 970
Darque U‐2699 971
Darque U‐2700 972
Vila Praia de Âncora R‐2625 1984
Vila Praia de Âncora R‐2832 1846
Vila Praia de Âncora R‐2843 858
Vila Praia de Âncora R‐2844 3247
Vila Praia de Âncora R‐2848 2393
Vila Praia de Âncora R‐2850 3249
Vila Praia de Âncora R‐2870 2823
Vila Praia de Âncora R‐2888 3089
Vila Praia de Âncora R‐2901 3088
Vila Praia de Âncora R‐2904 3088
Vila Praia de Âncora R‐3408 1262
Vila Praia de Âncora R‐3525 110
Vila Praia de Âncora R‐3547 3086
Vila Praia de Âncora R‐3548 3087
Barroselas R‐1113 2802
Vila de Punhe R‐427 1790
No outro caso, tratou‐se da constituição, em 14 de Outubro de 2011, de uma
hipoteca voluntária a favor da “Caixa Geral de Depósitos, S.A.” para garantia de
responsabilidades pela sociedade insolvente junto desta instituição bancária, até ao
montante de capital e acessórios de Euros 7.556.591,00. Esta hipoteca incidiu sobre os
seguintes imóveis:
Freguesia Artigo CRP
Vila Praia de Âncora U‐1927 2870
Vila Praia de Âncora U‐1928 2891
Vila Praia de Âncora U‐2347 2861
Vila Praia de Âncora U‐2349 1904
Vila Praia de Âncora U‐2351 1906
Vila Praia de Âncora U‐2352 2860
Vila Praia de Âncora U‐2353 2859
Vila Praia de Âncora U‐2711 2565
Vila Praia de Âncora R‐2425 859
Vila Praia de Âncora R‐2439 861
Vila Praia de Âncora R‐2443 862
Vila Praia de Âncora R‐2466 1127
Vila Praia de Âncora R‐2480 1109
Freguesia Artigo CRP
Vila Praia de Âncora R‐2516 863
Vila Praia de Âncora R‐2549 1489
Vila Praia de Âncora R‐2550 1461
Vila Praia de Âncora R‐2552 1128
Vila Praia de Âncora R‐2600 1070
Vila Praia de Âncora R‐2602 1126
Vila Praia de Âncora R‐2603 1177
Vila Praia de Âncora R‐2604 1651
Vila Praia de Âncora R‐2615 1715
Vila Praia de Âncora R‐2621 759
Vila Praia de Âncora R‐2631 1177
Vila Praia de Âncora R‐2637 1429
Vila Praia de Âncora R‐2645 2893
Insolvênciade“AURÉLIOMARTINSSOBREIRO&FILHOS,S.A.”PlanodeInsolvência(artigo192ºdoC.I.R.E.)
Processonº3257/11.8TBVCTdo1ºJuízoCíveldoTribunalJudicialdeVianadoCastelo
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Freguesia Artigo CRP
Vila Praia de Âncora R‐2843 858
Vila Praia de Âncora R‐2851 807
Vila Praia de Âncora R‐2853 1129
Vila Praia de Âncora R‐2855 1110
Vila Praia de Âncora R‐2856 860
Vila Praia de Âncora R‐2858 1177
Vila Praia de Âncora R‐2860 1087
Freguesia Artigo CRP
Vila Praia de Âncora R‐2863 1182
Vila Praia de Âncora R‐2864 1176
Vila Praia de Âncora R‐2887 698
Vila Praia de Âncora R‐2899 2869
Vila Praia de Âncora R‐3370 808
Vila Praia de Âncora R‐3497 1913
Considerando a data de recepção das cartas que comunicaram a resolução dos
actos acima referidos (final do mês de Março de 2012), o direito que estes credores
têm para impugnar esta resolução termina em finais de Setembro de 2012 (prazo
previsto no artigo 125º do CIRE).
II – Conteúdo do Plano de Insolvência (artigo 195º do C.I.R.E.):
Como já se referiu, a sociedade insolvente reduziu a sua estrutura, adequando‐
a às actuais condições do mercado, às dificuldades inerentes a um período de crise
económica e de uma menor procura de obras.
É minha convicção que este redimensionamento da sociedade permitirá que a
tenha uma exploração com resultados positivos e, consequentemente aumente o seu
valor.
Contudo, face ao avultado passivo que a mesma acumulou (em resultado da
sua normal actividade ‐ créditos dos fornecedores, das instituições bancárias, … ‐ e o
decorrente da redução da sua estrutura ‐ créditos dos ex‐trabalhadores,
nomeadamente os resultantes das indemnizações/compensações pela cessação dos
respectivos contratos de trabalho), bem como à redução na sua capacidade produtiva
(consequência da redução da sua estrutura), que vai implicar uma redução no seu
volume de negócios, a sociedade certamente não irá libertar meios financeiros que
consiga, de forma satisfatória, colocar ao serviço da dívida.
Daí que os meios de satisfação dos credores terão de ser obtidos através de
duas formas distintas:
Insolvênciade“AURÉLIOMARTINSSOBREIRO&FILHOS,S.A.”PlanodeInsolvência(artigo192ºdoC.I.R.E.)
Processonº3257/11.8TBVCTdo1ºJuízoCíveldoTribunalJudicialdeVianadoCastelo
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1. Liquidação de activos que não estão (ou vão deixar de estar) afectos à
actividade da sociedade insolvente;
2. Conversão de créditos em participações sociais na sociedade insolvente.
A execução do plano de insolvência assenta em três pontos distintos, sendo
que a verificação dos dois primeiros constituem condição necessária para a
homologação:
1. Aumento do capital social da sociedade insolvente a ser subscrito por
qualquer interessado.
2. A aprovação pelos actuais órgãos sociais de várias medidas; a aprovação
destas é condição necessária para a posterior homologação do plano de
insolvência pelo Tribunal.
3. Liquidação de activos e distribuição do respectivo produto pelos credores. A manutenção da actividade da sociedade tem como objectivos principais o
aumento do seu valor, bem como evitar que haja um acréscimo do passivo ao nível dos
créditos que nesta data tem a natureza de créditos sob condição suspensiva, com
especial relevo dos créditos laborais (as indemnizações/compensações devidas aos
trabalhadores caso se verifique o encerramento dos estabelecimentos da sociedade) e
dos créditos decorrentes das garantias bancárias prestadas a título de garantia das da
boa execução das obras. Como já referi, é reconhecido à sociedade um “know‐how”
que lhe tem trazido algumas vantagens competitivas. Este valor intrínseco da
sociedade será perdido caso haja o seu encerramento.
A abertura do capital social da sociedade ao público (caso os actuais accionistas
não pretendam exercer os seus direitos de preferência) confere a possibilidade de
estes poderem beneficiar do esperado aumento de valor da sociedade. Esta fase do
plano de insolvência é justificada por duas razões:
a) A continuidade da actividade da sociedade insolvente;
b) Não estar contemplado no plano de insolvência que a satisfação dos
créditos sobre a insolvência seja feita através dos fundos libertos
anualmente pela actividade operacional.
Insolvênciade“AURÉLIOMARTINSSOBREIRO&FILHOS,S.A.”PlanodeInsolvência(artigo192ºdoC.I.R.E.)
Processonº3257/11.8TBVCTdo1ºJuízoCíveldoTribunalJudicialdeVianadoCastelo
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A liquidação de activos não afectos à exploração da sociedade insolvente
(liquidação da massa insolvente) será o meio privilegiado para obter a satisfação dos
créditos sobre a insolvência. A sociedade possui um vasto activo que pode e deve ser
utilizado em benefício dos credores. Tem‐se verificado que alguns destes activos são,
na realidade, passivos em resultado de uma deficiente administração dos mesmos,
pelo que a sua alienação é também uma forma de os mesmos serem valorizados.
A opção pela manutenção na titularidade da sociedade insolvente da pedreira
localizada na freguesia de Vila Fria, em Viana do Castelo, é justificada pelo facto de a
mesma ser uma fonte de matérias‐primas e de ter um contributo relevante para os
preços que são praticados.
III – Providências com incidência no passivo (artigo 196º do C.I.R.E.):
Os reembolsos dos créditos sobre a insolvência ficarão sujeitos às seguintes condições:
1. Alteração dos créditos quer quanto ao capital quer quanto
aos juros:
1.1. Créditos Garantidos:
1.1.1. Pagamento da totalidade do crédito verificado, até ao limite da
respectiva garantia
1.1.2. Inexigibilidade de juros vincendos
1.1.3. A parte não satisfeita dos créditos garantidos será tratada como crédito
comum
1.2. Créditos Privilegiados:
1.2.1. Pagamento da totalidade do valor do crédito verificado
1.2.2. Inexigibilidade de juros vincendos
1.3. Créditos Comuns:
Insolvênciade“AURÉLIOMARTINSSOBREIRO&FILHOS,S.A.”PlanodeInsolvência(artigo192ºdoC.I.R.E.)
Processonº3257/11.8TBVCTdo1ºJuízoCíveldoTribunalJudicialdeVianadoCastelo
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1.3.1. Pagamento até ao limite do valor do capital verificado, considerando‐se
perdoada a parte do capital que não seja satisfeito nos termos previstos
neste plano de insolvência
1.3.2. Inexigibilidade de juros vencidos e juros vincendos
1.4. Créditos Subordinados:
1.4.1. Perdão da totalidade do crédito verificado
IV – Outras Providências:
1. Medidas a serem executadas pelos órgãos sociais, prévias à
homologação do plano de insolvência (nº 1 do artigo 198º do C.I.R.E.):
1.1. Os estatutos (contrato de sociedade) da sociedade insolvente serão alterados
para contemplarem o seguinte:
1.1.1. Estrutura de Administração: exercida por um conselho de
administração, composto, no mínimo, por 2 membros
1.1.2. Duração dos mandatos: 2 anos
1.1.3. A nomeação de uma comissão com o objectivo de fixar a remuneração
de cada um dos administradores4, que será constituída pelos elementos
que integram a Comissão de Credores
1.2. A indicação das pessoas que irão integrar os novos órgãos sociais para o
mandato que se iniciará com o trânsito em julgado da sentença que
homologar o plano de insolvência, caberá ao Administrador da Insolvência,
mediante parecer favorável da Comissão de Credores;
1.3. A alteração dos estatutos da sociedade insolvente e a eleição dos novos órgãos
sociais será feita em assembleia geral convocada para esse efeito;
1.4. Esta mesma assembleia geral deliberará ainda no sentido de:
1.4.1. Condicionar a destituição dos órgãos de administração para o mandato
que se iniciará com o trânsito em julgado da sentença que homologar o
4Confirmeonº1doartigo399ºdoCódigodasSociedadesComerciais
Insolvênciade“AURÉLIOMARTINSSOBREIRO&FILHOS,S.A.”PlanodeInsolvência(artigo192ºdoC.I.R.E.)
Processonº3257/11.8TBVCTdo1ºJuízoCíveldoTribunalJudicialdeVianadoCastelo
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plano de insolvência, mesmo com justa causa, ao prévio parecer favorável
do Administrador da Insolvência e da Comissão de Credores;
1.4.2. Destituir os membros que integrem, à data da sua realização, o
conselho de administração da sociedade insolvente;
1.4.3. Autonomizar o estabelecimento a que corresponde o Estaleiro Central e
Pedreira sito no Lugar da Póvoa, em Vila Praia de Âncora, através da sua
transferência para uma sociedade, a constituir para o efeito e contendo,
entre outros, os seguintes elementos no contrato de sociedade:
1.4.3.1. Forma jurídica: sociedade anónima
1.4.3.2. Único accionista: Aurélio Martins Sobreiro & Filhos, S.A.
1.4.3.3. O capital social, subscrito na totalidade pela sociedade
insolvente, será realizado através de entradas em espécie: os imóveis
que compõem o estabelecimento correspondente ao Estaleiro
Central e Pedreira5, bem como equipamentos produtivos associados
à sua exploração da pedreira6;
1.4.3.4. Valor nominal de cada acção: Euros 5,00
1.4.3.5. Estrutura de administração: exercida por um conselho de
administração, composto, no mínimo, por 2 membros
1.4.3.6. Duração dos mandatos: 2 anos
1.4.3.7. As pessoas a serem nomeadas para o conselho de administração
serão, para o primeiro mandato, as mesmas exerçam iguais funções
no conselho de administração da sociedade insolvente.
1.5. A homologação do plano de insolvência fica condicionada, nos termos do nº 1
do artigo 198º do CIRE, à aprovação pela assembleia geral da sociedade
insolvente, das situações referidas em 1.1 e 1.4 e no prazo máximo de 60 dias
após estar concluída a operação de aumento do capital social da sociedade
insolvente e a que se refere o ponto 4 deste capítulo.
5Estáemcursoarealizaçãodeumaavaliaçãoparaseapurarqualojustovalordosimóveis6 Até à data da assembleia de credores de discussão e votação do plano de insolvência serão indicados quais os equipamentos e o seu justo valor
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2. Liquidação dos activos não afectos à exploração:
2.1. A alienação dos activos não afectos à exploração encontra‐se subordinada às
seguintes cláusulas:
2.1.1. Os activos a alienar são:
2.1.1.1. A totalidade dos bens imóveis, com excepção dos seguintes:
2.1.1.1.1. A pedreira localizada em Vila Fria (imóveis descritos na
Conservatória do Registo Predial de Viana do Castelo sob o nº
184 e nº 185, ambos da freguesia de Vila Fria)
2.1.1.1.2. Os imóveis utilizados pela sociedade insolvente na Rua
Manuel Fiúza Júnior, nº 33 e nº 37, em Viana do Castelo
(imóveis descritos na Conservatória do Registo Predial de Viana
do Castelo sob o nº 184 e 185 de Santa Maria Maior)
2.1.1.2. As participações sociais:
Empresa Sede % Capital
Detido
Aurélio Sobreiro (Moçambique), Lda Maputo 83,33%
AS – Aurélio Sobreiro (Angola), Lda Luanda 70,00%
Fábrica de Cerâmica Vianagrês, Lda Viana do Castelo 21,96%
ARTECIL – Fábrica de Artefactos Cimento, Lda Viana do Castelo 30,00%
Euroscut – Sociedade Concessionária da Scut do Algarve, S.A. Lisboa 3,00%
Auto‐Estrada Norte Litoral – Sociedade Concessionária da A.E.N.L., S.A. Lisboa 3,19%
Algarve International, B.V. Amesterdão 3,00%
Vialivre, S.A. Lisboa 3,192%
NORGARANTE ‐ Sociedade de Garantia Mútua, S.A. Porto (a)
Sociedade a constituir nos termos do ponto 1.4.3 do capítulo IV do
Plano de Insolvência Caminha 100,00%
(a) A sociedade é titular de 15.000 acções do capital social (65 milhões de Euros)
2.1.1.2.1. A alienação da participação social que a sociedade insolvente
detém na “Euroscut Açores – Sociedade Concessionária da Scut
dos Açores, S.A.” (2,70% do capital social) só será realizada,
desde que obtido o consentimento dos credores beneficiários
do contrato de penhor financeiro de que tal participação é
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objecto, por força do quadro legal aplicável (nº 2 do artigo 16º
do CIRE e Decreto‐Lei nº 105/2004, de 8 de Maio)
2.1.1.2.2. A alienação da participação social na sociedade a constituir
nos termos do ponto 1.4.3 do capítulo IV do Plano de
Insolvência fica limitada a 49% do capital social.
2.1.1.3. Outros bens móveis não afectos à exploração: estes serão
devidamente identificados e constarão de uma relação, a qual
deverá obter o prévio parecer favorável da comissão de credores.
2.1.2. Os activos a alienar integram a massa insolvente, sendo o Administrador
da Insolvência quem diligenciará pela sua venda, nos termos previstos no
artigo 164º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresa;
2.1.3. É reconhecido e concedido o direito de preferência na alienação dos
activos, nos seguintes termos:
2.1.3.1. Aos accionistas da “Euroscut Açores – Sociedade Concessionária
da Scut dos Açores, S.A.”, caso a alienação de tal participação social
ocorra;
2.1.3.2. Em relação aos restantes activos objecto de venda, dar‐se‐á
cumprimento ao disposto no artigo 165º do CIRE.
3. Pagamento aos credores da insolvência:
3.1. Créditos garantidos:
3.1.1. NORGARANTE ‐ Sociedade de Garantia Mútua, S.A.: o crédito será
pago com o produto obtido com a alienação das 15.000 acções que a
sociedade insolvente é detentora. A parte não satisfeita deste crédito será
incluída nos créditos de natureza comum.
3.1.2. Caixa Geral de Depósitos, S.A.: o crédito será pago no prazo máximo de
dois anos, sem exigibilidade de juros vincendos.
3.2. Créditos privilegiados (Trabalhadores):
3.2.1. O pagamento será feito através de duas modalidades complementares:
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3.2.1.1. Pela conversão dos créditos (ou parte deles) em participações
sociais na sociedade insolvente, nos termos previstos no ponto 4
deste capítulo.
3.2.1.2. O pagamento será suportado pela alienação de quaisquer dos
activos (com excepção das participações na sociedade a constituir
nos termos do ponto 1.4.3 do capítulo IV do Plano de Insolvência, na
NORGARANTE ‐ Sociedade de Garantia Mútua, S.A. e na Euroscut
Açores – Sociedade Concessionária da Scut dos Açores, S.A.);
3.2.2. O pagamento previsto no ponto 3.2.1.2 ocorrerá logo que esteja liberto
o produto da respectiva alienação e será deduzido do valor que
eventualmente tenha sido convertido em participações sociais na
sociedade insolvente.
3.3. Créditos comuns:
3.3.1. O pagamento será feito através de três modalidades complementares,
podendo os titulares de créditos com natureza comum aderir a todas elas:
3.3.1.1. O pagamento será suportado pela alienação de quaisquer dos
activos (com excepção das participações na sociedade a constituir
nos termos do ponto 1.4.3 do capítulo IV do Plano de Insolvência, na
NORGARANTE ‐ Sociedade de Garantia Mútua, S.A. e na Euroscut
Açores – Sociedade Concessionária da Scut dos Açores, S.A.);
3.3.1.2. Dação em pagamento de participações sociais da sociedade a
constituir nos termos do ponto 1.4.3 do capítulo IV do Plano de
Insolvência;
3.3.1.3. Pela conversão dos créditos (ou parte deles) em participações
sociais na sociedade insolvente.
3.3.2. O pagamento referido em 3.3.1.1 ocorrerá logo que se verifiquem
cumulativamente as seguintes condições:
3.3.2.1. Esteja liberto o produto das respectivas alienações,
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3.3.2.2. Estejam satisfeitos integralmente os créditos de natureza
garantida e privilegiada,
3.3.2.3. Esteja esgotado o prazo concedido para a concretização das
operações referidas em 3.3.1.2 e em 3.3.1.3
3.3.3. O pagamento referido em 3.3.1.1 será feito, se insuficiente para pagar a
totalidade do crédito em dívida, por rateio.
3.3.4. A dação em pagamento referida no ponto 3.3.1.2 será feita nas
seguintes condições:
3.3.4.1. A dação em pagamento tem como limite máximo a 49% do
capital social da sociedade a constituir nos termos do ponto 1.4.3 do
capítulo IV do Plano de Insolvência;
3.3.4.2. Os titulares de créditos de natureza comum, interessados em
aderir a esta modalidade, deverão comunicar, por escrito, ao
Administrador da Insolvência, a sua intenção;
3.3.4.3. Na comunicação devem indicar o número de acções pretendidas
bem como o preço que oferecem por cada acção
3.3.4.4. O valor total oferecido pelo credor não pode exceder o valor de
capital do crédito verificado
3.3.4.5. O prazo limite para a comunicação referida no ponto anterior
são os 90 dias posteriores à data do trânsito em julgado da sentença
de homologação do plano de insolvência
3.3.4.6. No caso de a procura exceder a oferta, a distribuição das acções
será efectuada por ordem decrescente dos valores oferecidos por
cada acção
3.3.5. A conversão de créditos em participações sociais na sociedade
insolvente está regulada no ponto 4 deste capítulo.
3.4. Créditos sob condição suspensiva:
3.4.1. Estes créditos não são objecto de tratamento porque respeitam a:
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3.4.1.1. Garantias de boa execução, cujo accionamento não é expectável
numa perspectiva de continuidade da actividade da sociedade
insolvente e do cumprimento das suas obrigações de pós‐venda
3.4.1.2. Compensação dos trabalhadores por cessação do contrato de
trabalho, em caso de não se verificar a continuidade da actividade da
sociedade
3.4.2. Exceptuam‐se aqui os créditos provenientes do contrato de garantia
prestado a favor da “Euroscut Açores – Sociedade Concessionária da Scut
dos Açores, S.A.” no valor global de Euros 358.000.000,09, cujo produto
obtido com a respectiva participação (caso tal venda venha a ser
autorizada) será dado o tratamento previsto na alínea b) do nº 2 do artigo
181º do CIRE.
3.5. As eventuais entradas em dinheiro obtidas no aumento do capital social da
sociedade insolvente serão utilizadas, na íntegra, para pagamento dos créditos
sobre a insolvência, pela seguinte ordem:
3.5.1. 1º lugar: Créditos privilegiados
3.5.2. 2º lugar: Créditos comuns
4. Aumento do capital social da sociedade insolvente (alínea b) do nº
2 do artigo 198º do C.I.R.E.):
4.1. A sociedade insolvente procederá a um aumento do seu capital social, nas
seguintes condições:
4.1.1. Modalidade: através da realização de novas entradas
4.1.2. Montante máximo do aumento: Euros 10.000.000,00 (dez milhões de
Euros)
4.1.3. Montante nominal das novas participações: 2.000.000 de acções
ordinárias nominativas com o valor nominal de Euros 5,00 (cinco Euros)
cada, pelo preço de emissão igual ao seu valor nominal
4.1.4. Natureza das entradas: em dinheiro ou em espécie
Insolvênciade“AURÉLIOMARTINSSOBREIRO&FILHOS,S.A.”PlanodeInsolvência(artigo192ºdoC.I.R.E.)
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4.1.5. A participação no aumento do capital social é pública
4.1.6. Condições da subscrição:
4.1.6.1. O prazo de subscrição para os accionistas será de 21 dias a
contar da expedição da carta aos accionistas, nos termos do nº 3 do
artigo 459º do Código das Sociedades Comerciais (CSC);
4.1.6.2. O aviso a que alude o nº 1 do artigo 459º do (CSC) é da
competência do Administrador da Insolvência, e deverá ser feito no
prazo de 10 dias após a decisão que considere aprovado o plano de
insolvência;
4.1.6.3. O prazo para a subscrição de outros interessados
(nomeadamente os credores da insolvência que pretendam
converter os seus créditos em capital) tem a duração de 30 dias e
começará a contar depois de esgotado o prazo concedido para a
subscrição pelos accionistas;
4.1.6.4. Não sendo totalmente subscrito o aumento de capital,
considera‐se que o aumento fica limitado às subscrições recolhidas;
4.1.6.5. Os accionistas subscrevem o aumento do capital no exercício do
seu direito de preferência e na proporção das suas acções, com
entradas em dinheiro, e eventual rateio que será sempre feito com
base na posição accionista de cada preferente;
4.1.6.6. Os restantes interessados, credores ou terceiros, têm o direito
de subscrever apenas a parte do aumento que não foi subscrito pelos
accionistas no exercício do direito de preferência, com entradas em
dinheiro ou conversão dos créditos, podendo haver lugar a eventual
rateio.
4.2. A realização integral das entradas em dinheiro e a emissão das declarações de
que se transmitem as entradas em espécie e a verificação destas pelo revisor
oficial de contas acontecerá até 15 dias após esgotado o prazo da subscrição.
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4.3. A única forma de comunicação dos accionistas e interessados no aumento de
capital será através de carta registada com aviso de recepção, a serem
remetidas para a sede social da sociedade insolvente.
V – Outras condições:
1. O incumprimento do plano de insolvência confere aos credores o direito de
reclamarem a dívida sem qualquer redução, mas deduzidos dos valores que
eventualmente tenham já sido pagos no âmbito do plano de insolvência.
2. O incumprimento do plano de insolvência confere aos credores que converteram
créditos em participações sociais da sociedade insolvente o direito de reclamarem
essa dívida sem qualquer redução.
3. A parte dos créditos sobre a insolvência que não seja satisfeita por nenhuma das
formas previstas no plano de insolvência será considerada como perdoada, uma
vez verificado o cumprimento integral do mesmo.
4. Os direitos decorrentes de garantias reais e de privilégios creditórios não são
afectados pelo plano de insolvência.
5. As providências previstas no plano de insolvência com incidência no passivo da
sociedade insolvente não afectam a existência nem o montante dos direitos dos
credores da insolvência contra os condevedores ou os terceiros garantes da
obrigação, mas estes sujeitos apenas poderão agir contra a sociedade insolvente
em via de regresso nos termos em que o credor da insolvência pudesse exercer
contra ele os seus direitos7.
6. A sociedade a constituir nos termos do ponto 1.4.3 do capítulo IV do Plano de
Insolvência deverá estar efectivamente constituída até 60 dias após a data do
trânsito em julgado da sentença de homologação do plano de insolvência.
7. O plano de insolvência fica subordinado à cláusula de “salvo regresso de melhor
fortuna”.
7Conformenº4doartigo217ºdoCIRE
Insolvênciade“AURÉLIOMARTINSSOBREIRO&FILHOS,S.A.”PlanodeInsolvência(artigo192ºdoC.I.R.E.)
Processonº3257/11.8TBVCTdo1ºJuízoCíveldoTribunalJudicialdeVianadoCastelo
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VI – Impacto expectável da liquidação da sociedade (alínea d) do nº 2 do artigo 195º do C.I.R.E.):
1. A elaboração do plano de insolvência nos termos supra expostos teve o
pressuposto de colocar os credores numa situação melhor do que aquela que
decorreria se não houvesse qualquer plano de insolvência.
2. A manutenção da actividade da sociedade insolvente permite:
2.1. O não accionamento de garantias bancárias, cujo montante ascende, nesta
data, a cerca de 13,5 milhões de Euros, já que a sociedade terá capacidade
para cumprir os compromissos assumidos em cada uma das empreitadas
2.2. A conclusão das empreitadas em curso – das quais falta facturar 11 milhões de
Euros ‐, a realização das empreitadas já negociadas e a conclusão da
negociação de outras
2.3. A continuidade de mais de uma centena de postos de trabalho, numa região
fustigada por elevados índices de desemprego, o que, a não acontecer, poderá
significar um avolumar do passivo (créditos privilegiados) em mais de 3
milhões de Euros.
3. O cenário de liquidação não deixará de trazer, em minha opinião, perdas
substanciais na venda dos bens da sociedade insolvente, estimando‐se essas
perdas em cerca de 40% ou até mesmo 50% do valor em continuidade.
VII – Cronograma do plano de insolvência:
1. Para uma melhor compreensão do plano de insolvência e de alguns dos actos que
terão de ser praticados, apresento o seu cronograma.
2. Após o despacho judicial que considere a aprovação do plano de insolvência, terão
de ser praticados os seguintes actos, prévios à sua homologação:
2.1. Nos 10 dias subsequentes à aprovação do plano: o Administrador da
Insolvência avisa os accionistas nos termos previstos no artigo 459º do CSC
para o exercício do direito de preferência no aumento do capital social
Insolvênciade“AURÉLIOMARTINSSOBREIRO&FILHOS,S.A.”PlanodeInsolvência(artigo192ºdoC.I.R.E.)
Processonº3257/11.8TBVCTdo1ºJuízoCíveldoTribunalJudicialdeVianadoCastelo
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2.2. Nos 21 dias subsequentes à data de envio do aviso referido no ponto
anterior: prazo de subscrição do aumento do capital social da sociedade
insolvente pelos accionistas
2.3. Nos 30 dias subsequentes ao final do prazo do ponto anterior: prazo para a
subscrição pública no aumento do capital social da sociedade insolvente
2.4. Nos 15 dias subsequentes ao final do prazo do ponto anterior: prazo para a
realização do valor do capital social subscrito
2.5. Nos 60 dias subsequentes ao final do prazo do ponto anterior: aprovação
pela assembleia geral da sociedade insolvente da:
2.5.1.1. Alteração dos seus estatutos
2.5.1.2. Eleição dos novos órgãos sociais
2.5.1.3. Eleição da comissão de remunerações
2.5.1.4. Autonomização do estabelecimento a que corresponde o
Estaleiro Central e Pedreira sito no Lugar da Póvoa, em Vila Praia de
Âncora, através da sua transferência para uma sociedade a constituir
2.6. A não aprovação pela assembleia geral da sociedade insolvente de algum dos
pontos referidos em 2.5 é suficiente para que o plano de insolvência não seja
homologado, conforme resulta do nº 1 e nº 2 do artigo 201º do CIRE, e
consequentemente seja determinado o encerramento de todos os
estabelecimentos da sociedade insolvente e levantada a suspensão da sua
liquidação.
2.7. Nos 60 dias subsequentes à data do trânsito em julgado da sentença de
homologação do plano de insolvência: prazo para a constituição da sociedade
referida no ponto 1.4.3 do capítulo IV do Plano de Insolvência
2.8. Nos 90 dias subsequentes à data do trânsito em julgado da sentença de
homologação do plano de insolvência: prazo para os credores comuns
comunicarem o número de acções pretendidas bem como o preço que
oferecem por cada acção, da sociedade constituída nos termos do ponto 1.4.3
do capítulo IV do Plano de Insolvência
Insolvênciade“AURÉLIOMARTINSSOBREIRO&FILHOS,S.A.”PlanodeInsolvência(artigo192ºdoC.I.R.E.)
Processonº3257/11.8TBVCTdo1ºJuízoCíveldoTribunalJudicialdeVianadoCastelo
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VIII – Fiscalização da execução do plano de insolvência (artigo 220º do C.I.R.E.):
1. A execução do plano de insolvência será objecto de fiscalização pelo Administrador
da Insolvência, tendo como limite temporal o previsto no nº 6 do artigo 220º do
CIRE.
2. Cabe ao Administrador da Insolvência a representação do devedor nas eventuais
acções de impugnação da resolução de actos em benefício da massa insolvente
que venham a ser intentadas.
3. Nos termos do nº 5 do artigo 220º do CIRE, propõe‐se que:
3.1. A remuneração mensal do Administrador da Insolvência pela fiscalização seja
fixada em Euros 250,00;
3.2. As despesas a cujo reembolso têm direito os membros da Comissão de
Credores sejam fixadas em Euros 50,00 por cada reunião para que seja
convocada e estejam presentes;
Castelões, 16 de Abril de 2012
O Administrador da Insolvência
______________________________________ (Nuno Oliveira da Silva)