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X Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação - SEPesq
Centro Universitário Ritter dos Reis
Experimento para aproveitamento de resíduos oriundos do
processo de usinagem.
Resumo
O artigo apresentado trata do desenvolvimento de corpos de estudo
para aproveitamento de resíduos, tanto na confecção de novos
objetos ou para análise e criação de texturas para alimentar o
Processo Criativo dos cursos de Design, produto, Gráfico e Moda.
Estes serão gerados com resíduo de uma Prototipadora (Frasadora
CNC), de várias categorias de matériais, no caso em questão o
material escolhido para esse experimento foram os resíduos de
madeira itaúba, com o intuito de reaproveitamento que seria
descartado. Nesse resíduo foi acrescentado um material agregante,
resina acrílica. Uma das propostas, aproveitando o formato cilíndrico
dos corpos de prova, será o processo prático do desenvolvimento das
amostras e análises de microscopia, que serão fracionado em finas
fatias, técnica que será utilizada para a visualização e captação das
referidas imagens de texturas, utilizando uma lupa digital, uma
segunda proposta seria a confecção de cabos de ferramentas,
similares aos formatos utilizados como corpos de prova, (fotos
anexo), como será demonstrado durante o desenvolvimento,
utilizaremos borracha de silicone para a confecção dos moldes, tanto
para os corpos de prova bem como nos formatos desejados para
outros fins. Esse projeto deixa margem para continuação de outras
pesquisas que deixaremos para uma próxima etapa.
X Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-graduação - SEPesq
Centro Universitário Ritter dos Reis
Palavras Chave: Resíduos; Aproveitamento; Texturas e Fresadora.
1. Introdução
O objetivo do projeto é desenvolver novos compósitos, a fim de
originar alternativas diversificadas na geração de superfícies e
texturas para projetos de design. Em segundo plano, mas não menos
importante, tratamos de questões ecológicas ao reaproveitar
resíduos de uma fresadora que seriam descartados. Além testar os
corpos de prova em relação a sua resistência física em comparação
com outros materiais.
Design de superfície (RUBIM, 2013), pensando em uma forma de
inovação dos métodos de geração de alternativas criaremos amostras
que poderão ser observadas no microscópio, e estas observações
servirão como inspiração para o desenvolvimento de desenhos
gráficos para superfícies.
A importância desta pesquisa se confirma através da necessidade de
constante inovação, esta inovação deve ser gerada através da
criatividade (BAXTER, 1998), e para isso deve ser alimentada através
de insights para estimular a criatividade.
As observações serão feitas por microscopia, e digitalizadas, a fim de
capturar as formas presentes nas estruturas. Como o objeto de
análise servirá para inspiração a geração de texturas e superfícies, é
importante que sejam desenvolvidos com a mesma metodologia para
que a única variante seja a combinação dos materiais.
Eles serão moldados na mesma matriz, ou seja, possuirão as mesmas
dimensões e peso. Estes padrões servirão para obter o mínimo de
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interferência na observação das diferenças entre as percentagens
dos materiais utilizados na composição.
Para isso o projeto terá etapas diversificadas, já que a construção
dos moldes e a separação do resíduo está incluso no processo.
2. Desenvolvimento
O presente item apresenta a metodologia adotada no
desenvolvimento do trabalho, bem como o referencial teórico
composto por temas como Design, Ergonomia, Pedagogia e
Psicologia Infantil. O presente item também apresenta registros dos
processos de desenvolvimento para a obtenção dos corpos de prova,
através do aproveitamento de resíduos da fresadora.
2.1 Metodologia
A abordagem metodológica desta pesquisa será qualitativa, com a
utilização de pesquisa bibliográfica e estudo de caso, como
procedimentos metodológicos. A pesquisa caracteriza-se como
experimental e exploratória.
A etapa experimental inicia com a separação do resíduo da fresadora,
este material foi coletado por um aspirador de pó no momento de
processamento de trabalhos acadêmicos, no Laboratório de
Prototipagem Rápida do Centro Universitário UniRitter. Foi separado
o resíduo em três tipos, que iremos nomear como (i) cavaco fino, (ii)
cavaco médio e (iii) cavaco grosso. Esta separação foi executada com
dois tipos de peneiras a fim de selecionar o material pela sua
granulometria.
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Para obtenção dos três tipos de resíduos passamos pela peneira
grossa a primeira parte, assim separamos em um resíduo mais fino e
outro mais grosso, este que ficou na peneira é denominado cavaco
grosso, o que passou, foi submetido à peneira fina, assim, o que não
foi peneirado foi denominado cavaco médio e o que passou foi
chamado de cavaco fino.
Figura 1 – Retirada do resíduo do saco de contenção do aspirador
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Figura 2 – Primeira separação com a peneira grossa
Figura 3 – Segunda separação com a peneira fina
Logo partimos para definição e separação dos instrumentos e
materiais que serão utilizados, tanto para a construção dos moldes
quanto para a construção dos corpos de prova:
Resina de poliéster (Resapol T-208)
Elastômero de Silicone (Borracha de Silicone)
Catalisador (Peróxido de Metil Etil Cetona)
Caixas de leite usadas
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Tubos plásticos
MDF (Fibra de Média Densidade) Medium-density fiberboard é um
material derivado da madeira e é internacionalmente conhecido por
MDF. Em português a designação correta é placa de fibra de madeira
de média densidade. O MDF é fabricado através da aglutinação de
fibras de madeira com resinas sintéticas e outros aditivos. As placas
de madeira são coladas umas as outras com resina e fixadas através
de pressão.
Poliuretano (denominado pela sigla PU) é um polímero que
compreende uma cadeia de unidades orgânicas unidas por ligações
uretânicas. É amplamente usado em espumas rígidas e flexíveis, em
elastômeros duráveis e em adesivos de alto desempenho, em
selantes, em fibras, vedações, gaxetas, preservativos, carpetes, peças
de plástico rígido e tintas. Poliuretanos tem este nome porque são
formados por unidades de uretano, ou carbamato.
Figura 4. Material utilizado para confecção dos corpos de prova.
O segundo passo é a construção das matrizes para a conformação
dos corpos de prova. Os moldes foram construídos com a borracha
de silicone sintetizados por catalisador, utilizando uma caixa de leite
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como forma. Foram construídos três moldes para que seja possível a
conformação de mais unidades do mesmo tipo, e que sejam feitos ao
mesmo tempo e diferentes testes para que se arquivem amostras
reservas.
Após os moldes prontos iniciamos o desenvolvimento dos corpos de
prova, será feito um planejamento para a construção destas
amostras, já que o objetivo é observar a variabilidade, faremos
infusões com porcentagens diversificadas dos materiais. (conforme
tabela de blendagem abaixo).
Figura 1 - Tabela de verificação e identificação das amostras
Resina MDF Descrição
Amostra 1 - 100% Chapa
Amostra 2 - 100% Cavaco Fino
Amostra 3 - 100% Cavado Médio
Amostra 4 - 100% Cavaco Grosso
Amostra 5 100% -
Amostra 6 10% 90% Cavaco Fino
Amostra 7 50% 50% Cavaco Fino
Amostra 8 90% 10% Cavaco Fino
Amostra ‘9 10% 90% Cavado Médio
Amostra 10 50% 50% Cavado Médio
Amostra 11 90% 10% Cavado Médio
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Amostra 12 10% 90% Cavaco Grosso
Amostra 13 50% 50% Cavaco Grosso
Amostra 14 90% 10% Cavaco Grosso
No primeiro grupo de amostras, as amostras 1,2,3 e 4 serão
observadas sem intervenção de mistura, abaixo as fotos das amostras
citadas.
Figura 5 – Foto de Cavaco Fino em um recipiente
Figura 5 – Foto de Cavaco Médio em um recipiente
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Figura 6 – Foto de Cavaco Grosso em um recipiente
Estabelecemos como unidade de medida o tubo utilizado para a
construção do molde, com as medidas de 200g, portanto, 100% de
cada material é o tubo cheio do mesmo, logo conseguimos calcular as
diferentes porcentagens de infusão a partir da pesagem dos 100% do
material no interior do tubo, descontando a tara.
Na amostra 05 conformamos no molde 100% de resina, que é
equivalente à 200g. O catalisador é calculado pela quantidade de
resina, a cada 1 litro de resina se utiliza 20g, sendo assim, utilizamos
2% de catalisador a partir da quantidade de resina de poliéster.
O tempo de cura deste corpo de prova é aproximadamente uma
hora, abaixo fotos do processo e da amostra pronta.
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Na amostra 06 o molde é preenchido de resíduo
Logo após o molde é pesado
“As resinas de poliéster são líquidos xaroposos de cor amarela
clara ou incolor, com vários graus de viscosidade. Pela adição de
um catalisador apropriado, em geral um peróxido, solidificam-se (
polimerização) , não amolecendo quando submetidos ao calor.
Dependendo do catalisador, a polimerização ou cura pode se
realizar em temperatura elevada ou em temperatura ambiente”
Farah,2007
A utilização da resina, pode ser pura, como será apresentado um
corpo de prova com 100% de resina de poliéster e com
combinações com outros materiais a fim de adquirir maior
resistência, no caso deste trabalho diversificar a composição
visual.
A Borracha de silicone , segundo Farah (2007), é um elastômero
que se apresenta sob a forma de um fluido viscoso próprio para
preencher cavidades, que após a adição de catalizador próprio,
produz um molde elástico e resistente, de dureza média, com
grande reprodução de detalhes.
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Resultados
Amostra com 90% de resina e 10% de cavaco
Amostra com 100% de resina
Amostra com 100% de resina
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Amostra com aproximação para visualizar textura
Conclusão
Este trabalho ficou inconclusivo devido a curto espaço de tempo, mas
não deixa de ter cumprido, em parte com seu objetivo, as amostras
foram feitas com rigor e hierarquia. Depois dessa etapa concluída,
deveriam ser fatiadas em serra especial, para posterior análise no
microscópio, etapa que seriam digitalizadas as amostras de texturas.
Uma segunda conclusão, esse material serviria como moldagem de
cabos de ferramentas, por exemplo, bem como cabo de diversos
instrumentos, como, por exemplo, cabo de espetos de churrasco e de
utensílios de jardinagem e uma gama infindável de utilidades.
Constatou-se com esse trabalho de aproveitamento de resíduos, seja
de que tipo for, serviria como matéria prima de vários tipos. No caso
de resíduos de madeira, poderia ser usada como lenha, sem adição
de resina, mas apenas com material agregante e inflamável, como
parafina, por exemplo. Outro teste que foi feito, mas não é o caso de
ilustração nesse trabalho, foram feitos com resíduos de PU, onde as
amostras ficaram com textura e resistência flexível. O que nos cabe
no momento é a recomendação para trabalhos futuros.
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Referências
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desenvolvimento de novos produtos. São Paulo: Edgard Blücher,
1998. 261
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VEIGA, José Eli da – Desenvolvimento Sustentável: desafio do século XXI –
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