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EXPERIÊNCIAS DE VALORAÇÃO DE DANOS AO PATRIMÔNIO NATURAL E
URBANO Luciano Badini
Promotor de Justiça, Coordenador do CAOMA/MPMGBrasília, Procuradoria-Geral da República, 09 de maio de 2012
Dados Recentes do Sistema de Registro Único do Ministério Público
do Estado de Minas Gerais (SRU)
ORGANIZAÇÃO DO MPMG POR BACIAS HIDROGRÁFICAS
O meio ambiente não se organiza em comarcas ou municípios. Temos, portanto,
que adequar a atuação institucional ao formato imposto pelas bacias hidrográficas
ou ecossistemas, ou seja, a Instituição deve se organizar conforme as
territorialidades ambientais, em estrita observância aos contornos
impostos pela natureza.
ORGANIZAÇÃO POR BACIA HIDROGRÁFICADiferenciais em relação à atuação tradicional:
Órgãos de Execução com atuação exclusiva em defesa da bacia hidrográfica ou ecossistema;
Metas regionais e atuação integrada;
Superação dos limites do “comarquismo”;
Priorização de formas de reparação ambiental in natura, ou seja, capazes de gerar efeitos positivos, de modo direto e imediato, ao bem ou ambiente danificado;
Em situações específicas, considerando-se a necessidade de reparação integral, realiza-se a valoração econômica do bem ou serviço ambiental afetado.
Organização do Ministério Público do Estado de Minas Gerais para a defesa
do meio ambiente:
Prêmio INNOVARE 2010
Categoria “Ministério Público”
CONVÊNIO BANCO MUNDIAL & MPMG: Inovação e Principais
Aspectos
Cooperação MPMG & Banco Mundial
Fevereiro de 2010: Convênio IDF Grant nº. TF095718, tendo como partícipes o Banco Mundial, o Estado de Minas Gerais e o MPMG.
Componente 02: fortalecimento institucional na defesa do meio ambiente.
Fórum Global - termo de adesão assinado em nov/2011: meio ambiente e combate à corrupção.
- Produtos:
(a) Qualificação dos promotores de Justiça em negociação de conflitos ambientais;
(b) Desenvolvimento de termo de referência para identificação de significativos impactos ambientais provocados por empreendimentos minerários;
(c) Análise e validação das metodologias para valoração de danos ao meio ambiente natural e cultural;
VALORAÇÃO DE DANOS AMBIENTAIS: PREMISSAS
JURÍDICAS
Relatório Grupo de Trabalho MPSP (Ato PGJ nº 36/2011): reunião CONCAUMA de 18/4/2012.
Prioridade:
REPARAÇÃO in natura e in situ do ambiente degradado.
Espécies: RESTAURAÇÃO e RECUPERAÇÃO
Relatório Grupo de Trabalho MPSP (Ato PGJ nº 36/2011): reunião CONCAUMA de 18/4/2012.
COMPENSAÇÃO IN NATURA – forma de reparar o dano ambiental através da reconstituição ou melhora de outro bem ou sistema ambiental equivalente ao afetado.
Espécies:
a) Compensação por equivalente;
b) Compensação ecológica alternativa;
Relatório Grupo de Trabalho MPSP (Ato PGJ nº 36/2011): reunião CONCAUMA de 18/4/2012.
• INDENIZAÇÃO EM DINHEIRO ou COMPENSAÇÃO FINANCEIRA – forma indireta de reparar a lesão ao meio ambiente, aplicável somente quando não for possível a reparação in natura e in situ e a compensação ecológica (por equivalente ou alternativa).
CASOS CONCRETOS: COMPENSAÇÃO IN NATURA POR EQUIVALENTE E
ECOLÓGICA
MEIO AMBIENTE NATURAL: CASO “MONUMENTO NATURAL DA SERRA DA MOEDA”
- Criação de UC de proteção integral, pelo Estado
(interveniente), em área da empresa na Serra da Moeda, local da exploração minerária;
- Implantação de estrada-parque na rodovia federal anexa a nova UC;
- Estabelecimento de caução e incorporação da área explorada e recuperada à UC.
MEIO AMBIENTE URBANO: CASO “VETOR SUL”
1) Redução da mobilidade urbana;
2)Compensação ecológica (urbanística) de centro comercial e empreendedores do setor imobiliário;
3) Construção de alças viárias: obras consideradas prioritárias pelas associações de moradores dos bairros do Vetor Sul de Belo Horizonte.
Jornal Estado de Minas, Belo Horizonte. 23 nov. 2011.
CRITÉRIO DE VALORAÇÃO DE DANOS AMBIENTAIS: DIRETRIZES.
Reunião de Coordenadores MPMG – abril 2009
Critério de ponderação de atributos se mostra mais adequado;
Método deve permitir fácil aplicação pelos operadores do Direito: valoração de danos ambientais para fins “legais” (segurança jurídica);
Fixação de valor base, valor mínimo e máximo;
BASE DE CÁLCULO – análise técnica
Adota-se, por exemplo:
Vantagem econômica;
Custo médio de recuperação;
Lucro auferido no período;
SOMATÓRIO DE DANOS AMBIENTAIS – análise técnica
Considera-se, por exemplo, danos a(o):
ÁGUA; AR; FLORA; FAUNA; SOLO; PAISAGEM;
SOMATÓRIO DE DANOS AMBIENTAIS – análise técnica
Adota-se:
Valor 0 – para danos desprezíveis ou ausência de danos constatados;
Valor 1 – para danos pequenos;
Valor 2 – para danos médios;
Valor 3 – para danos expressivos;
EXEMPLO: danos ambientais à flora Caso hipotético:
Favorecimento à erosão – valor mínimo (2,5/dano médio) e valor máximo (3/dano expressivo);
Espécies endêmicas – valor mínimo (0,5/dano desprezível) e valor máximo (1/dano pequeno);
Alteração de nichos ecológicos - valor mínimo (1,5/dano pequeno) e valor máximo (2/dano médio);
FATORES DE ADEQUAÇÃO: aplicação pelo Membro do Ministério Público e considerados na
negociação do conflito ambientalPor exemplo: Nível de cooperação do degradador; Histórico ambiental do degradador; Prazo necessário para a recuperação do dano; Tempo de ocorrência do dano; Amplitude do dano (local/regional); Legalidade da atividade; Eficácia da recuperação proposta; Capacidade da percepção da lesividade da conduta; Capacidade econômica do degradador;
Rua Dias Adorno, 367 - 8º andarSanto Agostinho - Belo Horizonte/MG
http://www.mp.mg.gov.br
[email protected] (31) 3330-8450