Exportacao Sebrae

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Exportao 2005. Servio de Apoio s Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais SEBRAE/MG Este documento pode ser reproduzido, desde que citada a fonte. CONTATO: Servio de Apoio s Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais - SEBRAE/MG Av. Baro Homem de Melo, n 329 - Nova Sua - Belo Horizonte/MG - CEP: 30.460-090 www.sebraemg.com.br SEBRAE/MG Presidente do Conselho Deliberativo Luiz Carlos Dias de Oliveira Diretor Superintendente Edson Gonalves de Sales Diretor de Desenvolvimento e Administrao Luiz Mrcio Haddad Pereira Santos Diretor de Comercializao e Articulao Regional Matheus Cotta de Carvalho Coordenao Negcios Internacionais Simone de Oliveira Mendes Equipe Tcnica Heverton Augusto Ribeiro Consultoria externaSKY SEA Comrcio Exterior Ltda

E114

Exportao. - 2ed., rev. e atualizada. Belo Horizonte : SEBRAE/MG, 2005. 54 p. il. (Srie Cooperao Internacional)

1. Exportao. 2. Cooperao Internacional.

I. SEBRAE/MG.

CDU 339.5

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Exportao

APRESENTAO

O SEBRAE MINAS, ao longo de seus 30 anos, tem como objetivo criar uma base slida para a internacionalizao sustentada das Micro e Pequenas Empresas, incrementando a participao das mesmas nas exportaes do estado e possibilitando a aproximao da economia de Minas Gerais a mercados externos, em consonncia com suas peculiaridades.

Para dar continuidade ao seu trabalho de assessoria s Micro e Pequenas Empresas, o SEBRAE MINAS apresenta a Srie Cooperao Internacional.

Esta srie de 07 volumes, tem como objetivo principal assessorar as empresas mineiras que esto comeando sua busca pela competitividade global. H informaes que podem auxiliar os empresrios durante os processos de mudana e globalizao de suas empresas.

Grande parte dos assuntos abordados nesta srie foram escritos de forma simples e prtica, fruto da experincia adquirida pelos consultores do SEBRAE MINAS ao longo de anos de trabalho com o mercado internacional, extremamente gil, que exige atualizao peridica e sria, que tentaremos em novas edies.

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SUMRIO Pg. I. INTRODUO........................................................................................... II. RAZES PARA EXPORTAR................................................................... A. Diversificao de Mercados...................................................................... B. Sazonalidade............................................................................................ C. Aprimoramento da Qualidade e Expanso de Negcios.......................... D. Gerao de Novos Empregos................................................................... E. Incentivos Financeiros e Fiscais............................................................... E.1. Drawback........................................................................................... III. ITENS A SEREM ANALISADOS POR QUEM DESEJA EXPORTAR.... A. Para quem exportar?................................................................................ B. O que exportar?........................................................................................ C. Como Embalar o Produto......................................................................... C.1. Cdigo de Barras................................................................................ 5 6 6 6 6 7 7 8 9 9 10 11 12

D. A Marca..................................................................................................... 14 E. Rtulo, Estilo e Design.............................................................................. 14 IV. CANAIS DE DISTRIBUIO.................................................................. V. MODALIDADES DE EXPORTAO...................................................... A. Exportao Direta..................................................................................... A.1. Exporta Fcil....................................................................................... B. Exportao Indireta................................................................................... VI. GRUPOS DE EXPORTAO (CONSRCIOS)..................................... 15 15 15 16 17 18

VII. PASSOS DE UMA EXPORTAO........................................................ 20 VIII. REGISTRO E CREDENCIAMENTO...................................................... 24 IX. MODALIDADES DE VENDA NA EXPORTAO INCOTERMS......... 26 X. NOMENCLATURA E CLASSIFICAO DE MERCADORIAS............... XI. SISCOMEX SISTEMA INTREGRADO DE COMRCIO EXTERIOR... 32 34

XII. FORMAO DE PREO PARA EXPORTAO.................................. 35

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XIII. MODALIDADES DE PAGAMENTO......................................................

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A. Pagamento Antecipado............................................................................. 37 A.1. A Mecnica do Pagamento Antecipado.............................................. B. Cobrana Documentria (Brochura 322 da CIC)...................................... B.1. Formas de se Garantir o Pagamento em uma Cobrana................... 38 39 39

B.2. A Mecnica da Cobrana.................................................................... 40 C. Crdito Documentrio ou Carta de Crdito (Brochura 500 da CIC)......... C.1. Partes Intervenientes.......................................................................... 41 43

C.2. A Mecnica do Crdito........................................................................ 44 XIV. DOCUMENTOS INTERNACIONAIS..................................................... 45 A. Fatura Comercial....................................................................................... 45 B. Conhecimento de Embarque.................................................................... 46

C. Saque........................................................................................................ 46 D. Romaneio de Embarque........................................................................... 47

E. Certificado ou Aplice de Seguro.............................................................. 47 F. Certificado de Origem............................................................................... G. Fatura Consular........................................................................................ 48 48

XV. CMBIO NA EXPORTAO................................................................. 49 A. Adiantamentos sobre Contratos de Cmbio (ACC).................................. 50

B. Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE)...................................... 51 XVI. DESPACHO ADUANEIRO NA EXPORTAO................................... 52

XVII. BIBLIOGRAFIA.................................................................................... 54

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I. INTRODUO

A exportao uma alternativa estratgica de desenvolvimento de uma empresa. Nunca deve ser vista como uma sada temporria para crises de recesso do mercado interno ou como uma opo de venda de excedentes.

importante criar uma cultura exportadora dentro da empresa, edificar bases slidas e conquistar parceiros ativos.

Exportando, a empresa ganha em competitividade e qualidade e, ainda, melhora o seu produto, uma vez que a concorrncia no mercado externo muito acirrada.

Para exportar necessrio tambm uma poltica coerente de Comrcio Exterior por parte do Governo Federal, como a fixao de regras, a reduo da burocracia, a prtica de uma poltica cambial realista e, principalmente, a reduo do Custo Brasil (altas taxas aeroporturias e a exportao de impostos).

Seja qual for o tamanho de sua empresa, o mercado externo deve ser encarado como uma grande oportunidade de negcios, onde sobrevivem apenas a competncia, o profissionalismo, a qualidade, a eficincia e a criatividade.

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II. RAZES PARA EXPORTAR

A. Diversificao de Mercados

O mercado externo garante estabilidade empresa exportadora, reduzindo o risco de uma eventual crise no mercado interno.

muito importante que as empresas no direcione sua produo somente para um mercado (interno ou externo). Elas devem estabelecer a sua participao em cada mercado e trabalhar para manter estes nveis sempre estveis, evitando o comprometimento da produo caso um deles se encontre em crise.

B. Sazonalidade

Direcionar ao mercado externo a capacidade ociosa da produo em perodos de recesso do mercado interno, devido inverso das estaes durante o ano, uma excelente opo de reduo de custos e aumento da rentabilidade.

Um exemplo disso a produo de roupas de banho ou, tambm conhecidas como roupas de praia. Quando estamos no inverno, as empresas esto em plena produo para exportao aos pases que se encontram no vero.

C. Aprimoramento da Qualidade e Expanso de Negcios

A exigncia do mercado externo por um produto de qualidade superior, gera a busca de novas tecnologias e implica na implementao de mudanas na prpria estrutura da empresa, na necessidade de importao de novos equipamentos, na melhoria da capacidade gerencial, no desempenho, melhor treinamento e na motivao de seus funcionrios.

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D. Gerao de Novos Empregos

Com o aumento da produo, a ser destinada ao exterior, criam-se novos empregos promovendo desenvolvimento social e econmico para a regio onde a empresa estiver instalada.

E. Incentivos Financeiros e Fiscais

Os incentivos fiscais tm como objetivo o incremento das exportaes e a gerao de divisas para o Pas. Os incentivos fiscais contemplam, ainda, em seu escopo:

1)

Atender os dispositivos constitucionais que visam impedir a

tributao sobre a exportao de mercadorias nacionais, a chamada exportao de tributos; 2) Eliminar a carga tributria, que incide no mercado interno,

proporcionando melhor competitividade para os produtos nacionais no exterior; 3) Otimizar o ganho dos exportadores, atraindo-os e motivando-os a

ingressar ou permanecer no segmento da exportao; 4) Dinamizar o comrcio exterior do Pas.

Os bancos que operam em cmbio disponibilizam antes ou depois do embarque, aps anlise cadastral do exportador, um adiantamento a uma taxa de juros bem menor do que a praticada no mercado interno.

Alm disso, as empresas tambm so beneficiadas com incentivos fiscais, pois sobre as exportaes no incidir IPI, ICMS, PIS e COFINS, quando forem optantes pelo sistema Dbito/Crdito. No caso de empresas optantes pelo sistema Simples, no haver a incidncia do ICMS sobre suas exportaes, mas o imposto do Simples dever ser pago normalmente.7

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E.1. Drawback

Uma operao Drawback consiste em suspender, isentar ou restituir os tributos incidentes na importao de insumos ou matrias primas destinadas fabricao, complementao, beneficiamento e/ou acondicionamento de produtos

direcionados exportao, aumentando a qualidade e reduzindo os custos do produto ao exportador.

Compreendem, alm da imunidade nos campos do Imposto de Importao e do IPI, a dispensa do recolhimento de ICMS, bem como do Adicional de Frete para a Renovao da Marinha Mercante/AFRMM (no caso de embarque martimo).

Existem 03 (trs) modalidades de operaes Drawback:

Consiste na importao de partes, peas, componentes, Suspenso matrias-primas, que sero necessrias para produzir o que ser exportado.

Quando Iseno

j

se

exportou,

utilizando

partes,

peas,

componentes, matrias-primas na produo do bem exportado, poder ser requerida a recomposio do estoque do material utilizado.

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Quando forem utilizadas partes, peas, componentes ou matrias-primas importadas, na produo de determinada Restituio mercadoria que j foi exportada, mas no se pretende mais continuar a exportar, poder ser requerido o crdito do valor recolhido em forma de imposto de importao e imposto sobre produtos industrializados.

III. ITENS A SEREM ANALISADOS POR QUEM DESEJA EXPORTAR

A. Para quem exportar?

Antes da definio do mercado a ser explorado, imprescindvel ter respostas para as seguintes questes:

o o o o o o o o o

Este produto j conhecido no exterior? Quais so os canais de distribuio utilizados? Qual o mtodo de venda que ser adotado? Quais so os meios de publicidade para se mostrar o produto? Qual a fatia de mercado dos concorrentes? Qual o valor do produto? Qual a aceitao do produto no exterior? Qual o custo do transporte para envio da mercadoria? Existem barreiras comerciais e restries legais para o produto no

mercado alvo? o O mercado alvo oferece instabilidade poltica ou econmica?

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o

O Brasil tem algum acordo comercial com o mercado alvo, que

possibilitar uma reduo nas tarifas de importao?

Atravs destas respostas possvel identificar qual ou quais os mercados apresentam perspectivas mais favorveis colocao do produto.

B. O que exportar?

A questo acerca do que exportar um ponto crucial para a deciso da empresa de buscar o mercado externo. A definio do que vender no exterior pode pressupor a necessidade de adaptao de produtos, na medida em que se direcionam a consumidores cujos hbitos culturais diferem dos nossos.

Por esta razo, devemos nos atentar sobre certos aspectos, tais como:

O produto proibido no mercado no qual se deseja introduzi-lo? O produto atende s especificaes tcnicas requeridas por este mercado? O preo do produto ser competitivo mesmo depois da incluso taxas como: frete, seguro, impostos para nacionalizao do produto e despesas alfandegrias? Os produtos concorrentes so taxados da mesma forma? O produto compatvel com o clima, hbitos e religio do mercado alvo? A embalagem atual do produto atende s necessidades do mercado consumidor?

Enfim, estas e outras dvidas devem ser esclarecidas para que no tenhamos expectativas irreais do mercado para o qual o nosso produto se destina.

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Tambm muito importante que o exportador verifique o tratamento administrativo para exportao deste produto. Alguns produtos esto temporariamente suspensos para exportao e outros totalmente proibidos.

C. Como Embalar o Produto

Em um mercado globalizado, onde a concorrncia acirrada, a promoo do produto, via embalagem, torna-se um elemento vital na estratgia de marketing. Por desconhecimento, comum o exportador no dar a devida ateno a este ponto, no atendendo s caractersticas exigidas no mercado comprador.

Existem dois tipos de embalagem, a saber:

Embalagem externa para Transporte da Carga

Este tipo de embalagem adaptado ao meio de transporte escolhido, sendo considerado o tempo de transporte, a forma de manuseio da mercadoria, protees necessrias contra umidade, calor, empilhamento e condies de armazenagem.

Embalagem Mercadolgica

Com exceo das mercadorias vendidas a granel, representa uma das grandes preocupaes do exportador.

necessrio que a empresa saiba como o produto ser estocado, se o contedo ser totalmente retirado ou se o pacote ser fechado novamente, como a mercadoria ser retirada da embalagem e as exigncias em relao ao seu manuseio. Tambm dever ser informado, na lngua do importador, seu prazo de validade, sua composio, modo de uso, cdigo de barras e etc.11

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Lembre-se que o consumidor no exterior no conhece seu produto e, por isso, decidir sobre a compra tambm pelo impulso provocado pelo impacto visual.

Tambm muito importante se fazer um estudo sobre o regulamento existente no pas importador com relao defesa da sade pblica.

Procure questionar se a embalagem deve seguir a linha tradicional, semelhante dos concorrentes ou se deveria ser radicalmente diferente, buscando um contraste e um diferencial.

C.1. Cdigo de Barras

Com o objetivo de se padronizar a linguagem no mercado internacional, desenvolveu-se o Cdigo de Barras, que nada mais que um padro de identificao de produtos, servios e processos.

Representa uma numerao que viabiliza a captura automtica dos dados por meio de leitura ptica nas operaes automatizadas. composto por um conjunto de barras verticais, claras e escuras, estreitas e largas, de formato retangular, que contm dados sobre o pas de origem, a empresa fabricante e o produto. Deve estar localizado nas embalagens e nas unidades de despacho, em posio de fcil leitura e identificao.

O Sistema EAN.UCC reconhece trs simbologias de cdigo de barras para representar as estruturas de numerao padronizada: EAN/UPC; ITF-14 e UCC/EAN-128, conforme segue:

Padro EAN/UPC - Cdigo de barras linear numrico, representa os 13 dgitos do GTIN EAN/UCC-13; os 12 dgitos do GTIN UCC-12 e os 812

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dgitos do GTIN EAN/UCC-8. Pode ser interpretado por toda cadeia de suprimentos sendo a simbologia mais utilizada para captura de dados na frente de lojas do varejo. adotado por 60 pases, inclusive o Brasil. Esse padro controlado e administrado no Brasil pela ABAC, junto Ean Internacional.

Padro ITF-14 - Cdigo de barras linear numrico, representa os 14 dgitos do GTIN EAN/UCC-14. Pode ser interpretado por toda cadeia de suprimentos com exceo da maioria da frente de lojas do varejo.

Padro UCC/EAN-128 - Cdigo de barras linear alfanumrico, representa em cada "bloco de barras" at 48 caracteres desde que no ultrapasse 165mm de largura. Sua estrutura de dados baseada nos Identificadores de Aplicao EAN.UCC, que anunciam o contedo do dado e seu formato. Esta simbologia pode ser interpretada por toda cadeia de suprimentos com exceo, da frente de loja do varejo. Uma das principais funes do UCC/EAN-128 representar dados referentes a rastreabilidade de itens comerciais.

A identificao atravs do Cdigo de Barras est se tornando uma exigncia comercial, e todas as empresas interessadas em exportar seus produtos devem obter a concesso de uso dos dgitos de pas e fabricante.

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Nem todo scanner capaz de ler qualquer tipo de cdigo de barras; os leitores pticos devem estar habilitados para leitura a fim de poderem interpretar um cdigo de barras.

D. A marca

Marca qualquer sigla ou smbolo que faa a distino entre empresas, instituies, produtos, servios e etc.

Para que tenha efeito legal, a marca deve ser registrada nos rgos oficiais existentes em cada mercado onde os produtos venham a ser promovidos. Este registro conferir o uso exclusivo ao seu titular.

A marca pode ser representada por nomes fantasia, logotipos, figuras, estampas, disposio de cores e outros.

E. Rtulo, Estilo e Design

O rtulo o veculo de informaes do produto. Ao ser elaborado, deve-se levar em considerao alguns itens, como:

o o o o

Marca e logotipo da empresa; Cores e material de impresso; Informaes tcnicas exigidas pela legislao do pas importador; e Estilo das letras e imagens.

O rtulo, juntamente com o estilo e o design da embalagem, um elemento fundamental para agregar valor e criar uma identidade visual para os produtos, servios e empresas.

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Um produto com rtulo, estilo e design bem trabalhados ter melhor penetrao no mercado e impulsionar as vendas de outros produtos oferecidos pela empresa exportadora.

IV. CANAIS DE DISTRIBUIO

Na definio do canal de distribuio, a melhor escolha sempre um estudo sobre os mtodos j utilizados por outros exportadores e produtores internos, de forma a identificar as vantagens, as falhas e os custos de cada um deles.

Cada empresa deve definir a melhor forma de introduzir seu produto no mercado de seu interesse. Um estudo sobre os canais de distribuio dos produtos concorrentes no mercado alvo tambm uma forma bastante interessante para se definir o canal a ser utilizado.

Muitas vezes o canal de distribuio de um determinado produto limita-se a uma modalidade, enquanto para outros no existe qualquer tipo de padronizao.

V. MODALIDADES DE EXPORTAO

A. Exportao Direta

A exportao feita diretamente pela empresa produtora ou fabricante. Ela controlar toda a operao, da comercializao entrega, inclusive a cobrana do pagamento. Apesar de exigir mais da empresa exportadora, uma das melhores formas para se conseguir maiores lucros e crescimento slido no mercado internacional.

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A.1. Exporta Fcil

Pequenas empresas podem efetuar exportaes diretas, utilizando-se dos correios. Trata-se de operao simplificada que no requer do exportador registro ou credenciamento. O servio oferecido pelos correios, conhecido como Exporta Fcil, tem limite de valor e peso por remessa, e para maiores informaes, sugerese consultar o site www.correios.com.br.

Note-se que dever haver obrigatoriamente o pagamento em moeda conversvel divisas por parte do importador. A contratao do cmbio dar-se- de forma simplificada por meio do boleto de cmbio e ser realizada junto a instituies financeiras (bancos), autorizadas a operar em cmbio pelo Banco Central do Brasil.

O formulrio do Exporta Fcil pode ser retirado sem nus, em qualquer agncia dos correios habilitada a realizar este servio, devendo ser preenchido sem rasuras e apresentado juntamente com a mercadoria a ser despachada em invlucro aberto que permita a verificao pela fiscalizao da Secretaria da Receita Federal.

Mediante pagamento da taxa de servio, que j inclui o custo do transporte at o destino final, a mercadoria ser despachada para o exterior sob a

responsabilidade dos correios.

Vale ressaltar que a exigncia de documentao a nvel internacional aplicada da mesma maneira para o processo via Exporta Fcil.

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B. Exportao Indireta

A exportao indireta aquela processada por meio de intermedirios legais, reconhecidos como tal pela legislao brasileira, por meio de venda realizada no mercado interno com o fim especfico de exportao.

Na exportao indireta, surgem necessariamente dois participantes:

a)

O produtor-vendedor, para quem a operao ser uma exportao

indireta;

b)

O intermedirio legal, que adquire o produto no mercado interno com

o fim especfico de exportao e a quem caber tomar as providncias de registro e credenciamento, emisso da nota fiscal de exportao, contratao do cmbio e etc. Para o intermedirio, portanto, a sua operao de venda ser uma exportao direta.

So intermedirios legais, numa exportao indireta: o o o o o Trading company; Comercial exportadora; Empresa industrial atuando na condio de comerciante exportador; Cooperativa; e Comerciante habilitado como exportador.

As

operaes

efetuadas por:

por

exportadores consolidada de

indiretos produtos

caracterizam-se, de diferentes

principalmente,

exportao

fornecedores; necessidade de menor capital de giro, devido s operaes casadas; melhor atendimento aos clientes, por oferecer variada gama de produtos; reduo dos custos operacionais; estoques que permitam regularidade de fornecimento; e atuao em diversos mercados.17

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VI. GRUPOS DE EXPORTAO (CONSRCIOS)

Apesar de bem-sucedidos em vrios pases, os consrcios de exportao encontram-se em fase crescente de desenvolvimento no Brasil. Trata-se de associaes de empresas, que conjugam esforos e/ou estabelecem uma diviso interna de trabalho, com vistas reduo de custos, aumento da oferta de produtos destinados ao mercado externo e ampliao das exportaes. Os consrcios podem ser formados por empresas que ofeream produtos complementares ou mesmo concorrentes. Tipos de Consrcios de Exportao:

Consrcio de Promoo de Exportaes - esta forma de consrcio mais recomendvel para empresas que j possuem experincia em comrcio exterior. As vendas no mercado externo so realizadas diretamente pelas empresas que integram o consrcio. Sua finalidade desenvolver atividades de promoo de negcios, capacitao e treinamento, bem como melhoria dos produtos a serem exportados;

Consrcio de Vendas - a formao deste tipo de consrcio recomendada quando as empresas que dele pretendem participar no possuem experincia em comrcio exterior. As exportaes so realizadas pelo consrcio, por intermdio de uma empresa comercial exportadora;

Consrcio de rea ou Pas - rene empresas que pretendem concentrar suas vendas em um nico pas ou em uma regio determinada. O consrcio pode ser de promoo de exportaes ou de vendas. Pode ainda ser monossetorial ou multissetorial: - Consrcio Monossetorial agrega empresas do mesmo setor;

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- Consrcio Multissetorial os produtos fabricados pelas empresas podem ser complementares (produtos de diferentes segmentos da mesma cadeia produtiva) ou heterogneos (produtos de diferentes setores), assim como destinados ou no a um mesmo cliente.

Uma vez constitudo um consrcio de exportao, os seus integrantes podero adotar uma das seguintes alternativas para realizar as exportaes:

a) b) c) d)

Cada integrante realiza suas prprias exportaes; Um dos integrantes realiza a exportao em nome dos demais; Contratar uma empresa exportadora ou uma trading company; Constituir uma empresa comercial exportadora prpria, cujos scios

sero os consorciados, escolhendo-se dentre eles os administradores dessa empresa.

Benefcios do Consrcio de Exportao:

-

Maior competitividade; Maior poder de aquisio de matria-prima; Maior facilidade na obteno de financiamentos; Menores custos na participao de feiras internacionais; Criao de marca prpria no exterior sem perda da identidade no mbito nacional; e

-

Maior facilidade de se investir em novas tecnologias.

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VII. PASSOS DE UMA EXPORTAO

A exportao altera o andamento e o comportamento da empresa e de todos que a compem, levando-a a tomar atitudes diferenciadas em relao ao mercado e aos seus concorrentes.

1 Passo Identificar Mercados de Destino O primeiro passo para o futuro exportador fazer uma anlise competitiva da insero de seus produtos no mercado internacional. Em seguida, necessrio selecionar os mercados (pases) que tenham carncia do produto a ser exportado ou para os quais seu produto apresente um diferencial competitivo em funo de aspectos tributrios, econmicos, polticos, culturais, logsticos, entre outros.

2 Passo Verificar se o produto no tem restries para Exportao O segundo passo verificar se o produto a ser exportado no tem nenhum tipo de restrio para comercializao internacional, ou seja, checar se a legislao brasileira e a legislao vigente no pas de destino permitem a comercializao do produto em questo. 3 - Analisar o Mercado para avaliar a viabilidade da exportao Uma vez identificado o mercado e no havendo restries legais, a empresa deve efetuar uma anlise com relao a preos praticados no pas, diferenas cambiais, nvel de demanda, sazonalidade, embalagens, exigncias tcnicas e sanitrias, custo de transporte, entre outras. Ou seja, aprofundar a anlise realizada no 1 passo, focando cada um dos pases pr-selecionados, visando a captao de importadores.

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4 - Efetuar o primeiro contato com o importador Identificado o cliente, imprescindvel que seja enviado a ele o maior nmero de informaes possveis sobre o produto. Para tanto, pode-se utilizar catlogos, lista de preos e amostras. O exportador dever sempre se colocar disposio do cliente (importador) para esclarecimentos tcnicos e comerciais sobre o produto. 5 Passo Efetuar o credenciamento como Exportador Para obter plena habilitao para exportar, o interessado dever efetuar credenciamento no Registro de Exportadores e Importadores (R.E.I.), no Sistema Integrado de Comrcio Exterior (SISCOMEX) e tambm no Registro e Rastreamento da Atuao dos Intervenientes Aduaneiros (RADAR). O REI um cadastro regido pela Secretaria da Receita Federal para identificar os exportadores e importadores brasileiros. O SISCOMEX um instrumento que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle das operaes de comrcio exterior, atravs de um nico fluxo computadorizado de informaes. O sistema administrado pela Secretaria de Comrcio Exterior (SECEX), pela Secretaria da Receita Federal (SRF) e pelo Banco Central (BACEN), rgos gestores no comrcio exterior. O RADAR um sistema que visa agilizar as informaes sobre operaes efetuadas por exportadores e importadores quando exigido por algum fiscal em um posto aduaneiro. 6 Passo Analisar aspectos tributrios, nacionais e internacionais Informaes referentes tributao para exportao sobre qualquer produto podem ser fornecidas pela Secretaria da Receita Federal

(www.receita.fazenda.gov.br). As exportaes brasileiras so beneficiadas por incentivos fiscais e tributrios oferecidos pelo Governo, tais como:

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7 Passo Selecionar Canal de Distribuio O exportador deve definir um canal de distribuio. As exportaes podem ser cursadas: diretamente, indiretamente ou por intermdio de Trading Companies. 8 Passo Definir Vias de Embarque, Condio de Venda (INCOTERMS) e Modalidade de Pagamento Aps a aceitao do produto por parte do cliente (importador), preciso negociar trs pontos fundamentais para concretizar a exportao. A condio de venda (INCOTERMS), a via de embarque e a modalidade de pagamento. 9 Passo Formalizar a Negociao Confirmado o fechamento do negcio, o exportador deve formalizar a negociao enviando uma fatura pr-forma. Esta fatura um pr-contrato, semelhante a um pedido de compra, contendo o logotipo da empresa, informaes sobre o importador e o exportador, descrio da mercadoria, peso lquido e bruto, quantidade, preo unitrio e total, condio de venda, modalidade de pagamento, meio de transporte e tipo de embalagem. A fatura pr-forma garante as informaes necessrias para a emisso da Carta de Crdito e para o fechamento de cmbio no caso de pagamento antecipado. No existe nenhum padro de prforma, cada exportador pode montar o seu, desde que contenha todas as informaes descritas acima. 10 Passo Preparar a mercadoria para embarque Caso no haja mercadoria em estoque, o exportador deve agilizar a produo e informar previso de entrega ao cliente, para que o mesmo possa tomar as providncias necessrias quanto ao pagamento e iniciar os processos aduaneiros cabveis de acordo com a legislao vigente no pas.

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11 Passo Solicitar a autorizao de embarque Concluda a produo da mercadoria, o exportador dever confirmar com o importador se o pagamento ou a abertura da L/C j foi efetuado(a) e solicitar autorizao para proceder com o embarque. Nesse passo recomendvel que o importador receba um pr-alerta (um espelho dos documentos de embarque) para que o mesmo possa verificar se os documentos esto de acordo com as instrues de embarque previamente informadas, evitando assim possveis custos adicionais de armazenagem derivados do tempo utilizado para se corrigir os documentos.

12 Passo Providenciar a documentao para embarque De posse da autorizao de embarque do importador, necessrio iniciar a emisso da documentao que ir amparar a mercadoria 13 Passo Embarque da mercadoria e despacho aduaneiro Aps a emisso da documentao, dever ser efetuado o embarque da mercadoria e desembarao na aduana (alfndega). O despacho de embarques areos ou martimos efetuado por agentes aduaneiros mediante o pagamento da taxa de capatazia. O embarque rodovirio efetuado no prprio estabelecimento do produtor, ou em local pr-estabelecido pelo importador. A liberao da mercadoria para embarque feita mediante a verificao fsica e da documentao realizadas por agentes da Receita Federal nos terminais aduaneiros. Todas as etapas do despacho aduaneiro so feitas atravs do SISCOMEX, pelos despachantes devidamente credenciados.

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14 Passo Preparar a documentao ps-embarque Embarcada a mercadoria para o exterior, inicia-se uma nova fase, que a preparao dos documentos necessrios para o recebimento dos recursos provenientes da exportao junto ao banco.

15 Passo Efetuar a Contratao de Operao de Cmbio Para efetuar a operao de cmbio, necessrio negociar com uma instituio financeira autorizada ou uma corretora de cmbio o pagamento, em reais ou a converso da moeda estrangeira, recebida pela aquisio das mercadorias exportadas. Esta operao formalizada mediante um contrato de cmbio. Aps a confirmao da transferncia para o banco do exportador dever ser feita a liquidao do cmbio conforme as condies descritas no contrato de cmbio. O recebimento dever ser em reais.

VIII. REGISTRO E CREDENCIAMENTO

Em Dezembro de 1999, foi publicada a Portaria Secex no. 12, alterando os procedimentos do REI Registro no Cadastro de Exportadores e Importadores, que existiam anteriormente. A partir da vigncia desta Portaria, os importadores e exportadores estariam inscritos, automaticamente, no REI ao realizarem a sua primeira operao via SISCOMEX, sem o encaminhamento de quaisquer documentos, os quais podero ser solicitados, eventualmente, pelo DECEX Departamento de Comrcio Exterior, para verificao de rotina.

Com a Instruo Normativa IN SRF no. 229, revogada pela IN SRF no. 455 de 05/10/2004, foi criado o sistema RADAR. Isto significa que todo importador e/ou exportador deve apresentar Secretaria da Receita Federal (SRF) uma relao de

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documentos que comprovaro a solidez e perfil importador/exportador da empresa.

So estabelecidas trs modalidades de habilitao:

1)

Ordinria: para pessoas jurdicas que atuem habitualmente no

comrcio exterior ou na internao de mercadorias oriundas da ZFM;

2)

Especial:

para

rgos

da

administrao

pblica,

autarquias,

fundaes e assemelhados;

3)

Simplificado: para pessoas fsicas ou jurdicas que no perodo de um

ano realizem at trs despachos (importao/exportao/internao ZFM).

Para fins de concesso da habilitao, a pessoa jurdica requerente ser submetida anlise fiscal para verificar a consistncia entre as informaes disponveis nas bases dos sistemas da SRF e as constantes do requerimento e seus anexos e comprovar a existncia de patrimnio e de capacidade operacional, econmica e financeira, tanto da pessoa jurdica quanto dos scios, para realizao de seu objeto societrio e das transaes internacionais pretendidas, tendo por base as informaes constantes das declaraes fiscais apresentadas a SRF.

No caso da habilitao ordinria e especial, aps anlise dos documentos e no apresentando irregularidades, a Secretaria da Receita Federal habilitar o responsvel legal da empresa, liberando uma senha para que este possa cadastrar, via internet (www.receita.fazenda.gov.br), dirigentes, representantes e prepostos da empresa, para acesso ao SISCOMEX - Sistema Integrado de Comrcio Exterior. Esta senha dever ser renovada mensalmente, tambm via internet. J, na habilitao simplificada, o representante da pessoa jurdica ser25

Exportao

credenciado pela unidade da SRF que processou a habilitao, e dever ser descredenciado imediatamente aps o desembarao de cada operao de importao, exportao ou internao.

Os prazos para a anlise e liberao do RADAR pela Secretaria da Receita Federal depende da modalidade de habilitao.

A habilitao no RADAR no feita por regio fiscal, ou seja, uma vez habilitado o importador e/ou exportador poder atuar em qualquer alfndega brasileira. No entanto, nada impede que determinada alfndega exija algum tipo de documentao, como por exemplo, uma procurao. Vale ressaltar que, no caso da habilitao simplificada, o pedido s poder ser efetuado na unidade da SRF onde ser feito o respectivo desembarao da mercadoria.

A funo bsica do mencionado cadastro a de selecionar as empresas que operam nessas atividades, objetivando credenciar apenas aquelas que

consideradas idneas para atuar nas atividades do comrcio internacional brasileiro.

IX. MODALIDADES DE VENDA NA EXPORTAO - INCOTERMS

Os termos ou condies de venda (Incoterms) definem, nas transaes internacionais de mercadorias, as condies em que os produtos devem ser exportados. As regras utilizadas para esse fim esto definidas nos International Commercial Terms (Incoterms), segundo a verso de primeiro de janeiro de 2000, editada pela Cmara de Comrcio Internacional (CCI).

Essas frmulas contratuais fixam direitos e obrigaes, tanto do exportador como do importador, estabelecendo com preciso o significado do preo negociado entre ambas as partes. Uma operao de comrcio exterior com base nos26

Exportao

Incoterms reduz a possibilidade de interpretaes controversas e de prejuzos a uma das partes envolvidas. A importncia dos Incoterms reside na determinao precisa do momento da transferncia de obrigaes, ou seja, do momento em que o exportador considerado isento de responsabilidades legais sobre o produto exportado.

Os Incoterms definem regras apenas para exportadores e importadores, no produzindo efeitos com relao s demais partes, como transportadoras, seguradoras, despachantes, etc.

Os INCOTERMS so divididos em quatro grupos com 13 modalidades, a seguir:

o

Grupo E: Representa a obrigao mnima para o vendedor, que se

limita a colocar a mercadoria em seu prprio estabelecimento, disposio do comprador.

o

Grupo F: A caracterstica deste grupo o transporte principal no

pago pelo exportador, que entrega a mercadoria para o transportador indicado pelo importador.

o

Grupo C: O exportador contrata o transporte principal, podendo ou

no assumir custos sobre perdas e danos.

o

Grupo D: O exportador cumpre todas as obrigaes no pas do

importador.

27

Exportao

GRUPO SIGLA

DESCRIO Ex-Works (Local designado) - Representa a obrigao mnima para o vendedor. A mercadoria entregue no

E

EXW

estabelecimento do vendedor, em local designado. O comprador recebe a mercadoria no local de produo (fbrica, plantao, mina, armazm), na data combinada; todas as despesas e riscos cabem ao comprador, desde a retirada no local designado at o destino final. Free-Carrier (Local designado) A obrigao do vendedor

FCA

termina ao entregar a mercadoria, desembaraada para a exportao, custdia do transportador nomeado pelo comprador, no local designado. O desembarao aduaneiro encargo do vendedor.

F

A modalidade FCA s ser empregada, no caso de transporte rodovirio, ferrovirio ou areo. Free Alongside Ship (Porto de embarque designado) - A FAS obrigao do vendedor colocar a mercadoria ao lado do costado do navio no cais do porto de embarque designado. Com o advento do Incoterms 2000 o desembarao da mercadoria passa a ser de responsabilidade do vendedor, ao contrrio da verso anterior quando era de responsabilidade do comprador.

28

Exportao

Free on Board (Porto de embarque designado) - O FOB vendedor, sobre sua conta e risco, deve colocar a mercadoria a bordo do navio indicado pelo comprador, no porto de embarque designado. Compete ao vendedor atender as formalidades de exportao. Esta modalidade a mais usada nas exportaes brasileiras via martima. Cost and Freight (Porto de destino designado) - As despesas decorrentes da colocao da mercadoria a bordo do navio, o frete at o porto de destino designado e as CFR formalidades de exportao correm por conta do vendedor. Os riscos e danos da mercadoria, a partir do momento em que colocada a bordo do navio, no porto de embarque, so de responsabilidade do comprador, que dever contratar e pagar o seguro e os gastos com o desembarque. Esta modalidade pode ser utilizada somente para transporte martimo. Ser utilizado o termo CPT quando o meio de transporte for rodovirio, ferrovirio ou areo.

29

Exportao

Cost, Insurance and Freight (Porto de destino designado) Modalidade em que todas as despesas, inclusive seguro C CIF martimo e frete at a chegada da mercadoria no porto de destino designado, correm por conta do vendedor. Todos os riscos, desde o momento que a mercadoria transpe a murada do navio no porto de embarque, so de responsabilidade do comprador. Este receber a mercadoria no porto de destino e arcar com todas despesas, tais como, desembarque, impostos, taxas, direitos aduaneiros, frete interno e outros. Esta modalidade somente pode ser utilizada para transporte martimo. Dever ser utilizado o termo CIP para os casos de transporte rodovirio, ferrovirio ou areo. Carriage Paid To (Local de destino designado) - O vendedor paga o frete at o local do destino indicado. O comprador CPT assume o nus dos riscos por perdas e danos, a partir do momento em que a transportadora assume a custdia das mercadorias. Este termo pode ser utilizado independentemente da forma de transporte, inclusive multimodal. Carriage and Insurance Paid To (Local de destino designado) - O frete pago pelo vendedor at o destino CIP convencionado. As responsabilidades so as mesmas

indicadas na CPT, acrescidas do pagamento de seguro at o destino. Os riscos e danos passam para a responsabilidade do comprador no momento em que o transportador assume a custdia das mercadorias. Este termo pode ser utilizado independentemente da forma de transporte, inclusive multimodal.

30

Exportao

Delivered At Frontier (Local Designado) - A entrega da DAF mercadoria feita em um ponto antes da fronteira alfandegria com o pas limtrofe, j desembaraada para exportao, porm no desembaraada para importao. A partir desse ponto a responsabilidade por despesas, perdas e danos do comprador. Somente utilizado para embarques rodovirios. D DES Delivered Ex-Ship (Porto de Destino designado) - O vendedor coloca a mercadoria, no desembaraada, a bordo do navio, no porto de destino designado, disposio do comprador. At chegar ao destino, a responsabilidade por perdas e danos do vendedor. Este termo somente pode ser utilizado quando se tratar de transporte martimo. Delivered Ex-Quay (Porto de Destino designado) - O vendedor DEQ entrega , a no mercadoria porto de ao comprador, designado. no A

desembaraada,

destino

responsabilidade, pelas despesas de entrega das mercadorias ao porto de destino e desembarque no cais, do vendedor. Este Incoterm prev que de responsabilidade do comprador o desembarao das mercadorias para importao e o pagamento de todas as formalidades, impostos, taxas e outras despesas relativas importao, ao contrrio dos Incoterms 1990. Delivered Duty Unpaid (Local de Destino designado) Consiste na entrega de mercadorias dentro do pas do DDU comprador, j descarregadas. Os riscos e despesas at a entrega da mercadoria correm por conta do vendedor, exceto as decorrentes do pagamento de direitos, impostos e outros encargos decorrentes da importao.

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Exportao

Delivered Duty Paid (Local de Destino designado) - O vendedor cumpre os termos de negociao ao tornar a DDP mercadoria disponvel no pas do importador no local combinado, desembaraada para importao, porm sem o compromisso de efetuar o desembarque. O vendedor assume os riscos e custos referentes a impostos e outros encargos at a entrega da mercadoria. Este termo representa o mximo de obrigao do vendedor em contraposio ao EXW.

X. NOMENCLATURA E CLASSIFICAO DE MERCADORIAS

Cada produto descrito a partir de suas caractersticas genricas, at os detalhes mais especficos que o individualizam. A essa descrio corresponde um cdigo numrico. O trabalho de se enquadrar determinado produto ao respectivo cdigo numrico, denomina-se classificao de mercadorias.

A NCM/SH (Nomenclatura Comum de Mercadorias/Sistema Harmonizado) composta por 8 dgitos, sendo que os 6 primeiros acompanham a nomenclatura internacional.

Para encontrar o correto enquadramento tarifrio dentro da TEC Tarifa Externa Comum, adotada pelos pases-membros do MERCOSUL nas suas exportaes e importaes, essencial pautar-se pela seguinte ordem de consulta:

1. 2. 3.

Identificao da Seo; Identificao do Captulo; e Verificao do texto da posio, subposio e item.

32

Exportao

muito importante para o exportador que a classificao da mercadoria seja feita corretamente. Ela dever ser informada no RE Registro de Exportao e tambm na nota fiscal que amparar a exportao.

Veja abaixo alguns exemplos de classificao de mercadorias NA Tarifa Externa Comum (TEC):

NCM 3923

DESCRIO ARTIGOS DE TRANSPORTE OU DE EMBALAGEM, DE PLASTICOS; ROLHAS, TAMPAS, CAPSULAS E OUTROS DISPOSITIVOS PARA FECHAR RECIPIENTES, DE PLSTICOS

3923.10

CAIXAS, CAIXOTES, ENGRADADOS E ARTIGOS SEMELHANTES

3923.10.10 ESTOJOS DE PLSTICO, DOS TIPOS UTILIZADOS PARA ACONDICIONAR DISCOS PARA SISTEMAS DE LEITURA POR RAIO LASER 3923.10.90 OUTROS 3923.2 SACOS DE QUAISQUER DIMENSOES, BOLSAS E CARTUCHOS 3923.21 DE POLIMEROS DE ETILENO

3923.21.10 DE CAPACIDADE INFERIOR OU IGUAL A 1.000CM 3923.21.90 OUTROS 3923.29 DE OUTROS PLASTICOS

3923.29.10 DE CAPACIDADE INFERIOR OU IGUAL A 1.000CM 3923.29.90 OUTROS

33

Exportao

XI. SISCOMEX SISTEMA INTREGRADO DE COMRCIO EXTERIOR

O Sistema Integrado de Comrcio Exterior, criado pelo Decreto n 660, de 25 de setembro de 1992, o sistema informatizado que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle de comrcio exterior, realizadas pela Secretaria de Comrcio Exterior (SECEX) do Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior (MDIC), pela Secretaria da Receita Federal (SRF) e pelo Banco Central do Brasil (Bacen), rgos gestores do sistema.

Para processar suas operaes de exportao, as empresas exportadoras podem ter acesso ao Siscomex diretamente, a partir de seu prprio estabelecimento, desde que disponham dos necessrios equipamentos e condies de acesso. Assim, devem estar conectadas ao Sistema e habilitar-se por intermdio de uma senha fornecida pela Secretaria da Receita Federal. A empresa poder utilizar ainda: a) despachantes aduaneiros; b) rede de computadores colocada disposio dos usurios pela Secretaria da Receita Federal (salas de contribuintes); c) corretoras de cmbio; d) agncias bancrias que realizem operaes de cmbio; e e) outras entidades habilitadas.

Desta forma, as empresas exportadoras tm a possibilidade de encaminhar e receber comunicaes dos rgos intervenientes no comrcio exterior

encarregados de autorizaes e fiscalizao pertinentes ao processo de exportao.

Para as empresas, o Sistema representa, entre outras, as seguintes vantagens: simplificao, agilidade, reduo de custos, desburocratizao, etc.

34

Exportao

O Siscomex permite aos rgos de governo intervenientes no comrcio exterior acompanhar, controlar e tambm interferir no processo de sada (exportaes) e entrada (importaes) de produtos no Pas.

XII. FORMAO DE PREO PARA EXPORTAO

Formao de Preo para o Mercado Interno

CUSTO TOTAL Custos Industriais (Matria-prima, mo-de-obra e custo indireto de fabricao) + despesas financeiras e administrativas + despesas de comercializao + LUCRO + TRIBUTOS ICMS, I.P.I. e Outros = PREO DE VENDA DA MERCADORIA NO MERCADO INTERNO

35

Exportao

Formao de Preo para o Mercado Externo

PREO DE VENDA DA MERCADORIA NO MERCADO INTERNO TRIBUTOS Agregados ao preo do mercado interno: ICMS, I.P.I. e Outros DESPESAS Includas no preo de mercado interno, mas que no incidem na exportao: Comisso de vendas no mercado interno + despesas financeiras para obteno de capital de giro + Embalagem de exportao Despesas consulares Corretagem de Cmbio Comisso de agente Despesas financeiras com obteno de capital de giro para a exportao Transporte e seguro interno at o local de embarque Despesas de embarque, incluindo os honorrios do despachante aduaneiro = PREO DE VENDA DA MERCADORIA NO MERCADO EXTERNO

36

Exportao

Obs.: Converter o valor do clculo final para a moeda da venda (dlar americano, dlar canadense, euro, etc).

As empresas que fizeram a opo pelo sistema Simples Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuies das Microempresas de Pequeno Porte, podem exportar normalmente desde que atendam aos limites de faturamento estabelecidos pela legislao especfica.

XII. MODALIDADES DE PAGAMENTO NO COMRCIO INTERNACIONAL

A. Pagamento Antecipado

Esta condio caracterizada pela remessa, anteriormente ao embarque, do pagamento pelo importador ao exportador.

Para que essa operao oferea garantias ao importador, muito importante que ele conhea as informaes cadastrais relativas ao exportador. O risco alto, pois poder, dependendo da qualidade cadastral do exportador, arcar com o dissabor da demora na remessa do produto anteriormente pago ou mesmo deixar de receb-lo.

37

Exportao

A.1. A Mecnica do Pagamento Antecipado

5

4 EXPORTADOR IMPORTADOR

3

1

2 BANCO DO EXPORTADOR BANCO DO IMPORTADOR

1. Pagamento; 2. Remessa das divisas via bancos - ordem de pagamento; 3. Fechamento do cmbio (Contrato de Cmbio de Exportao - TIPO 01); 4. Aps trmino da produo, embarque da mercadoria; 5. Remessa de documentos de embarque para o importador providenciar o despacho aduaneiro.

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Exportao

B. Cobrana Documentria (Brochura 322 da CIC)

A cobrana documentria, regulamentada pela Brochura 322 da CIC Cmara Internacional do Comrcio, pode ser vista ou a prazo e tem conotao diferente do pagamento antecipado.

Nesta modalidade, o exportador prepara a mercadoria, providencia seu embarque ao exterior e, aps sua chegada ao pas de destino, o importador providencia a remessa do pagamento ao exportador dependendo do prazo.

Quando se fala em cobrana, deve-se ter sem vista que o risco indissocivel da operao. bem verdade que o importador s poder realizar o desembarao aduaneiro da mercadoria importada quando estiver de posse dos documentos originais, que foram enviados pelo banco do exportador ao banco do importador.

Para que haja a liberao destes documentos originais, os passos so os seguintes: se a cobrana for vista, o importador ter que providenciar o pagamento da operao; ou se a cobrana for a prazo, o importador ter que dar o seu aceite nas respectivas cambiais ou saques, se comprometendo a efetuar o pagamento no prazo acordado.

B.1. Formas de se Garantir o Pagamento em uma Cobrana

o

Apresentar os documentos originais ao banco remetente juntamente

com uma carta remessa contendo instrues completas e precisas sobre o envio ao banco cobrador no exterior. Ao banco s permitido agir de acordo com as instrues contidas nesta carta remessa; o Dar instrues de protesto na carta remessa (Obs: Na ausncia

destas instrues, os bancos envolvidos na cobrana no sero obrigados a efetuar o protesto da cambial ou saque por falta de pagamento ou aceite);39

Exportao

o

Consignar o conhecimento de embarque ao banco cobrador no exterior;

o o

Enviar os documentos originais via banco; e Emitir saque juridicamente perfeito.

B.2. A Mecnica da Cobrana

Cobrana Vista

1 EXPORTADOR IMPORTADOR

2

7

4 (*)

5 (*)

6 BANCO DO EXPORTADOR (Remetente) BANCO DO IMPORTADOR (Cobrador)

3

1. 2.

Aps produo, embarque das mercadorias pelo exportador; Apresentao de documentos originais pelo exportador ao banco remetente;

3. 4. 5.

Remessa dos documentos originais ao Banco do Importador/Cobrador; Recebimento dos documentos originais e liberao para o importador (*); Pagamento (*);40

Exportao

6. 7.

Remessa do pagamento ao banco do exportador; Fechamento do contrato de cmbio (contrato de exportao - tipo 01).

(*) Os itens 4 e 5 so realizados simultaneamente

Cobrana a Prazo

1 EXPORTADOR IMPORTADOR

2

6

4

5 BANCO DO EXPORTADOR (remetente) 3 BANCO DO IMPORTADOR (cobrador)

1. Aps produo, embarque das mercadorias; 2. Apresentao de documentos originais pelo exportador ao banco remetente; 3. Remessa dos documentos originais ao Banco do

Importador/Cobrador; 4. Recebimento dos documentos e liberao dos documentos originais ao importador contra aceite no saque; 5. Remessa do pagamento, no vencimento, do banco do importador ao banco do exportador; 6. Fechamento do contrato de cmbio para crdito do exportador (contrato de exportao - tipo 01) .41

Exportao

C. Crdito Documentrio ou Carta de Crdito (Brochura 500 da CIC)

O crdito documentrio uma obrigao bancria de pagamento. Mais precisamente, trata-se de uma obrigao escrita por um banco (INSTITUIDOR), dada ao vendedor (BENEFICIRIO), a pedido e de acordo com as instrues do comprador (TOMADOR), de efetuar pagamento at uma soma estipulada de dinheiro, dentro de um espao de tempo estabelecido e contra documentos especificados.

Os crditos documentrios oferecem, a ambas as partes que transacionam, um grau de segurana, com a possibilidade de facilitar a liquidao financeira da operao comercial.

muito importante que se solicite ao importador que a carta de crdito seja IRREVOGVEL, ou seja, que ela no possa ser cancelada a qualquer momento pelo importador. O seu cancelamento s poder ser realizado desde que ambas as partes, comprador e vendedor, estejam de acordo.

Regida pela Brochura 500 da CIC, significa uma garantia real de pagamento, uma vez que o banco que a emitiu toma para si os riscos da operao.

42

Exportao

C.1. Partes Intervenientes

Tomador:

a pessoa fsica ou jurdica ou qualquer organizao, que, mediante contrato, instrui o banco para emitir o crdito.

Instituidor:

o banco que, de conformidade com o pedido/contrato do cliente, e tendo recebido depsito em dinheiro ou aceitadas garantias convenientes, emite o crdito, com instrues especficas quanto ao seu cumprimento.

Avisador:

o banco que, a pedido do Instituidor, faz chegar ao conhecimento do beneficirio a existncia e as condies do crdito, transmitindolhe os seus termos, sem nenhuma responsabilidade de sua parte.

Confirmador: o banco que, a pedido do Instituidor, ou atendendo a solicitao do beneficirio, ratifica o crdito, constituindo essa ratificao obrigao firme de sua parte de pagar ao beneficirio o valor do crdito (adicionalmente obrigao do banco instituidor), e sem direito de regresso contra os sacadores. Negociador: o banco que, especialmente nomeado no crdito ou (quando o crdito for livremente negocivel) qualquer banco, acatando a documentao exigida, CUMPRE o crdito, isto , paga o valor ao beneficirio, ou aceita seus saques. Beneficirio: o favorecido do crdito, isto , geralmente a empresa exportadora, a quem ficou assegurado o pagamento de sua exportao, desde que cumpridas as formalidades constantes do crdito.

43

Exportao

C.2. A Mecnica do Crdito

5

1 IMPORTADOR Contrato EXPORTADOR

8

2

4

6

3 BANCO INSTITUIDOR 7 9 BANCO NEGOCIADOR

1.

O Importador e o Exportador decidem todas as condies da

compra/venda, seja atravs de um contrato venda mercantil ou no, e acordam entre si que a modalidade do pagamento ser o crdito documentrio; 2. do O importador contrata junto a seu banco - INSTITUIDOR - a emisso crdito em favor do Exportador (BENEFICIRIO). O banco

INSTITUIDOR exige garantias do importador (depsito em dinheiro, cauo de ttulos, aval etc) pela assuno da responsabilidade irrevogvel de pagar o crdito no seu vencimento; 3. O banco INSTITUIDOR solicita a um banco, seu correspondente no

pas do Exportador, para avisar o crdito, confirmando-o ou no;

44

Exportao

4.

O banco AVISADOR informa ao Exportador da existncia do crdito

(confirmando-o ou no de acordo com instrues do banco instituidor), entregando ao beneficirio, sob protocolo, uma via original do crdito documentrio; 5. O exportador analisa a carta de crdito, de acordo com as condies

acordadas entre ele e o importador, e solicita emendas, caso haja alguma alterao a ser feita. Aps este procedimento, o exportador providenciar o embarque e confeccionar os documentos internacionais de acordo com as instrues da carta de crdito; 6. De posse de todos os documentos internacionais solicitados na carta

de crdito, o exportador, ir providenciar a negociao dos mesmos junto ao Banco NEGOCIADOR; 7. O banco NEGOCIADOR enviar, por sua vez, os documentos ao

exterior de acordo com as instrues contidas no prprio crdito documentrio; 8. O banco INSTITUIDOR receber os documentos enviados pelo

banco NEGOCIADOR, e os apresentar ao IMPORTADOR que efetuar o pagamento, caso seja vista ou dar o aceite na cambial, se comprometendo a efetuar o pagamento no vencimento; 9. Remessa do pagamento no prazo estipulado ( vista ou a prazo) e

fechamento do contrato de cmbio (contrato de exportao - tipo 01).

XIV. DOCUMENTOS INTERNACIONAIS

A. Fatura Comercial

emitida pelo exportador e no obedece o modelo oficial. Sua principal finalidade descrever as caractersticas do negcio; os dados do exportador e importador; aspectos gerais da venda, transporte, seguro e modalidade de pagamento;

45

Exportao

discriminao dos volumes, da mercadoria, preo unitrio e total; modalidade de venda; etc.

Este documento dever ser impresso, preferivelmente, em idioma ingls ou no idioma solicitado pelo importador.

Substitui, no mbito externo, a nota fiscal e fundamental para liberao alfandegria no exterior.

B. Conhecimento de Embarque

Documento que comprova o embarque da mercadoria para o exterior, sendo emitido pela companhia transportadora. Normalmente exigida a expresso Clean on Board que significa limpo a bordo, ou seja, as mercadorias foram recebidas pela empresa transportadora em boa ordem.

A Natureza Jurdica do Conhecimento de Embarque: considerado um ttulo de crdito, representativo das mercadorias nele mencionadas (ttulo imprprio). , portanto, mais que um instrumento de contrato de transporte, passando a representar as prprias mercadorias, pois transfere a propriedade das mercadorias nele mencionadas.

C. Saque

O Saque, Cambial ou Letra de Cmbio uma ordem e deve conter estes requisitos, lanados, por extenso, no contexto:

o

A denominao Letra de Cmbio ou a denominao equivalente na

lngua em que for emitida;

46

Exportao

o

A soma do dinheiro a pagar e a espcie da moeda (dlar americano,

Euro etc); o o O nome da pessoa que deve pag-la; O nome da pessoa a quem deve ser pago. A Letra pode ser ao

portador e tambm pode ser emitida por ordem e conta de terceiro; e o A assinatura do prprio punho do sacador ou beneficirio.

D. Romaneiro de Embarque

O Romaneio de embarque (mais conhecido como packing list) tem por finalidade listar detalhadamente os volumes a serem embarcados ao exterior, bem como a discriminao de seu contedo.

Como no h modelo oficial deste documento, cabe ao exportador a sua elaborao e impresso.

As informaes normalmente lanadas so: quantidade de volumes, tipo de embalagem, quantidade contida em cada volume, peso bruto e lquido, dimenses (comprimento, altura e largura), marcaes, alm de outras informaes que possam identificar as mercadorias embarcadas em suas respectivas embalagens.

E. Certificado ou Aplice de Seguro

Nas exportaes realizadas na modalidade CIF ou CIP, este documento exigido, ficando por conta do exportador a obrigatoriedade de contratar o seguro de transporte internacional no pas aonde a mercadoria ser embarcada.

O seguro internacional cobrir os riscos de transportes a que a mercadoria est sujeita e conferir ao segurado o direito de ressarcir-se de perdas e danos ocorridos durante o transporte da mercadoria.47

Exportao

F. Certificado de Origem

A finalidade deste documento atestar oficialmente a origem da mercadoria para que o importador possa ter benefcios fiscais quando da importao do produto.

Estes benefcios so concedidos atravs de acordos internacionais bilaterais ou multilaterais entre os pases. preenchido pelo exportador em formulrio prprio e, geralmente, emitido por um rgo de classe, como FIEMG, FECEMG, Banco do Brasil S/A., etc.

Os principais certificados de origem so: ALADI - Associao Latino-Americana de Integrao; Mercosul; SGP - Sistema Geral de Preferncias (Mecanismo criado para favorecer os pases em desenvolvimento); e Certificado de Origem para Produtos Txteis (Somente emitido para exportaes de produtos txteis para a Comunidade Econmica Europia).

G. Fatura Consular

Para a emisso da Fatura Consular, dever o exportador adquirir o formulrio prprio junto ao consulado do pas com o qual est sendo realizada a operao. Depois de preenchida dever ser apresentada representao diplomtica juntamente com os outros documentos de embarque para que seja emitida a Fatura Consular e todos os documentos sejam visados.

Este documento exigido nas exportaes realizadas com alguns de nossos parceiros comerciais e os demais documentos originais de embarque somente tero validade se devidamente autenticados pela representao diplomtica do pas importador localizada no Brasil.

48

Exportao

Os custos para consularizao destes documentos iro variar de um pas para outro e devero ser pactuados entre o importador e o exportador.

XV. CMBIO NA EXPORTAO

Define-se Contrato de Cmbio como o instrumento especial firmado entre o vendedor e o comprador de moedas estrangeiras, no qual se mencionam as caractersticas das operaes e as condies sobre as quais se realizam. As operaes de cmbio sero registradas obrigatoriamente no SISBACEN - Sistema de Informaes do Banco Central, atravs de telas do sistema. O contrato de cmbio , pois, um contrato na acepo prpria do termo, pois envolve partes comprador, vendedor e mercadoria - moeda estrangeira, mediante clusulas especficas.

As

exportaes

brasileiras

de

mercadorias

e

servios

sujeitam-se

obrigatoriamente contratao do cmbio correspondente, ressalvados os casos especficos previstos na legislao e regulamento de cmbio do Banco Central.

Como forma de incentivo, quando o exportador ainda no recebeu o pagamento e necessita do mesmo para produzir a mercadoria, o contrato de cmbio pode ser celebrado antes ou aps o embarque das mercadorias, denominando-se, respectivamente, Adiantamento sobre Contrato de Cmbio (ACC) ou

Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE), conforme o caso. Ambas operaes podem ser praticadas pelos exportadores, mediante um prvio acerto com o banco autorizado a operar em cmbio pelo Bacen.

49

Exportao

A. Adiantamentos sobre Contratos de Cmbio (ACC)

O Adiantamento sobre Contrato de Cmbio prtica comum e usual entre os exportadores, pois se constitui um instrumento gil e de fcil manejo operacional, em que: O exportador, detentor de contrato de exportao firme, procura um banco autorizado a operar em cmbio e lhe prope o adiantamento em moeda nacional, para embarque e entrega futura da moeda estrangeira; O banco, aps certificar-se da viabilidade do negcio e, avaliadas as garantias oferecidas ou limite de risco do exportador, concede um adiantamento de at 100% do valor da operao; Exportada a mercadoria, os documentos originais do embarque so entregues ao banco para processamento: cobrana e liquidao. A liquidao ocorrer pelo valor da moeda estrangeira, respeitado o valor lanado no SISCOMEX; e No momento da entrega dos documentos, dever ser feita a vinculao definitiva do cmbio ao registro de exportao - RE/SISCOMEX.

O ACC se formaliza atravs do contrato de cmbio, celebrado com banco autorizado a operar em cmbio pelo Banco Central, antes do embarque das mercadorias para o exterior. Para conceder o adiantamento, os bancos podem vir a exigir garantias do exportador, tais como: aval de diretores/scios, garantia real, cauo etc.

50

Exportao

As taxas de desgio (juros) variam em funo do prazo e dos riscos da operao. O custo mdio situa-se entre 8 a 11% ao ano, cobrado sobre o valor em moeda estrangeira, quando do recebimento do pagamento.

B. Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE)

O Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE) ocorre aps o embarque das mercadorias para o exterior. Enquanto o ACC representa um adiantamento sobre entrega futura de moeda, o ACE um atendimento feito pelo banco ao exportador com base nos documentos representativos do embarque das mercadorias para o exterior.

Trata-se de uma operao que ocorre com freqncia nas exportaes a prazo, quer na modalidade de cobrana ou carta de crdito. Na forma de cobrana , o exportador emite, em geral, contra o seu cliente no exterior, um saque ou cambial no valor da operao, o qual ento descontado junto ao banco, mediante contratao de cmbio. Juntamente com o saque, dever o exportador entregar tambm os documentos originais do embarque.

As taxas de desgio e as demais condies seguem as rotinas do ACC.

Aps o embarque das mercadorias, deve o exportador: Entregar ao banco operador em cmbio os documentos originais do embarque no prazo de 15 (quinze) dias corridos, contados da data do embarque;

51

Exportao

Celebrar, no prazo mximo de 180 dias corridos, tambm contados na data do embarque das mercadorias para o exterior, o competente contrato de cmbio do tipo 01; ou Fechar o cmbio at o 20 dia til seguinte data do recebimento da moeda estrangeira pelo banco caso o pagamento pelo cliente venha a ocorrer antes de vencido o prazo regulamentar de 180 dias. O pagamento se materializa pelo crdito da importao na moeda estrangeira na conta do banco brasileiro junto a seu correspondente no exterior.

XVI. DESPACHO ADUANEIRO NA EXPORTAO

Despacho aduaneiro na exportao o procedimento fiscal mediante o qual se processa o desembarao aduaneiro da mercadoria nacional para o exterior, seja a ttulo definitivo ou no.

O despacho aduaneiro compreende as seguintes etapas:

1.

Confeco do Registro de Exportao (RE) no Siscomex constando

todas as caractersticas da referida exportao; 2. Sada da mercadoria da fbrica at o ponto de embarque

(porto/aeroporto). Para este transporte a mercadoria est amparada pela nota fiscal; 3. Chegada da carga no armazm/terminal de exportao do

porto/aeroporto; 4. Confeco da Declarao de Despacho de Exportao (DDE) que

deve ser apresentada por um despachante aduaneiro alfndega da Receita Federal para proceder com o desembarao da mercadoria;

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5.

Aps a concluso do desembarao a mercadoria est pronta para

embarque e, o agente de cargas procede com a emisso do conhecimento de embarque. Nesta etapa dever, tambm, ser efetuado o pagamento de todas a despesas alfandegrias no porto/aeroporto; 6. Aps o embarque, necessrio que ocorra a averbao automtica

que consiste no ato final do desembarao aduaneiro de exportao, pois se trata da confirmao pela fiscalizao aduaneira, do embarque ou transposio de fronteira (no caso de embarque rodovirio) da mercadoria.

Podemos considerar que um processo foi concludo com sucesso aps averbao automtica da declarao de despacho.

Alm da averbao automtica no Siscomex, dever ser observada a regularidade cambial e fiscal do processo para que o mesmo possa ser corretamente encerrado e arquivado. Vale ressaltar que o arquivo de toda a documentao pertinente a um processo de exportao deve ser mantido em perfeita ordem e disposio para fiscalizao durante o perodo de 5 (cinco) anos.

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XVII. BIBLIOGRAFIA:

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LUNARDI, ngelo Luiz. Operaes de Cmbio e Pagamentos Internacionais no Comrcio Exterior. So Paulo: Aduaneiras, 2000

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