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1 500 VAGAS NAS UNIVERSIDADES... Em conseqüência da política educacional do Governo FHC, que busca facilitar o acesso ao ensino superior, novos cursos de comunicação foram abertos este ano em Curitiba. A abertura de cursos coloca em discussão o mercado de trabalho. Ele terá como absorver tantos jornalistas formados anualmente? NEGOCIAÇÃO SALARIAL: DISSÍDIO PODE SER JULGADO ESTE MÊS MEMÓRIA: RUAS HOMENAGEIAM JORNALISTAS Um dos mais conhecidos repórteres internacionais da televisão brasileira, Sílio Boccanera fala de guerras e do que considera ser a principal qualidade para um repórter trabalhar em um conflito: o medo. O peso das câmaras de televisão tem sido o inimigo número 1 à saúde dos repórteres cinematográficos. Páginas 8 e 9. Páginas 20 e 21. Muitos desconhecem, mas Curitiba possui mais de 100 ruas que homenageiam jornalistas paranaenses ou pessoas que criaram e redigiram um jornal, bem antes da profissão ser regulamentada e reconhecida como é nos dias de hoje. HÁ ESPAÇO PARA TANTOS JORNALISTAS? Everson Bressam Jornal do Sindicato dos Jornalistas do Paraná - http://www.sindijorpr.org.br • [email protected] N° 42 - Abril/Maio 99 ENTREVISTA ENTREVISTA SAÚDE SAÚDE Páginas 4, 5 e 6. Páginas 14, 16, 17 e 18. EDIÇÃO COMEMORATIVA AO DIA DOS JORNALISTAS EDIÇÃO COMEMORATIVA AO DIA DOS JORNALISTAS Created by PDF Generator (http://www.alientools.com/), to remove this mark, please buy the software.

Extra Pauta Ed. 42

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Abril - Maio/1999

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500 VAGAS NAS UNIVERSIDADES...

Em conseqüência da políticaeducacional do Governo FHC,que busca facilitar o acesso aoensino superior, novos cursosde comunicação foram abertoseste ano em Curitiba. Aabertura de cursos coloca emdiscussão o mercado detrabalho. Ele terá comoabsorver tantos jornalistasformados anualmente?

N E G O C IA Ç Ã O S A L A R IA L : D I S S ÍD I O P O D E S E R JU L G A D O E S T E M Ê S

MEMÓRIA:RUAS HOMENAGEIAMJORNALISTAS

Um dos mais conhecidos repórteresinternacionais da televisão brasileira, Sílio

Boccanera fala de guerras e do que consideraser a principal qualidade para um repórter

trabalhar em um conflito: o medo.

O peso das câmaras de televisão tem sidoo inimigo número 1 à saúde dos repórteres

cinematográficos.

Páginas 8 e 9.

Páginas 20 e 21.

Muitos desconhecem, masCuritiba possui mais de 100 ruasque homenageiam jornalistasparanaenses ou pessoas quecriaram e redigiram um jornal,bem antes da profissão serregulamentada e reconhecidacomo é nos dias de hoje.

HÁ ESPAÇOPARA TANTOSJORNALISTAS?

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Jornal do Sindicato dos Jornalistas do Paraná - http://www.sindijorpr.org.br • [email protected] N° 42 - Abril/Maio 99

E N T R E V I S T AE N T R E V I S T A

S A Ú D ES A Ú D E

Páginas 4, 5 e 6.

Páginas 14, 16, 17 e 18.

EDIÇÃO COMEMORATIVA AO DIA DOS JORNALISTASEDIÇÃO COMEMORATIVA AO DIA DOS JORNALISTAS

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osúltimosmesescresceuonúmerodedenúnciasveiculadaspela imprensaso-

breadesorganizaçãodaofertaprivadadecursosevagas noensinosuperior. Preocupadocomestaquestão,apresenteinomêspassadorequeri-mentode informaçõesaoMinistério daEduca-ção,a fimdesaberonúmerodenovasvagasenovoscursosoferecidosdepoisdaLDB(LeideDiretrizeseBasesdaEducação-nº9.394/96).Pedi também que tipo de instituições foramresponsáveispelasuaabertura.

Minhapreocupaçãocentralestánaqualida-dedessescursos,especialmentediantedacres-centemercantilizaçãodosetoreducacionalen-sejadopelodescompromissodogovernonoatendimentodademandaporensinosuperior.Umfatoéconcreto,nosúltimosanosademandapeloensino superiorcresceubastante.Anteafaltade investimentospúblicos,pode-sedizerqueseabriuumespaçogigantescoparasuaofertaprivada.

Aavaliaçãodoscursosoferecidos,restritabasicamenteaoProvão,feitoaofinaldocurso,fazcomquehajaumagrandeapreensãodaco-munidadeacadêmica.O raciocínioésimples.Numainstituiçãonova,numcursonovo,oalunosósaberádaqualidadedoensinooferecidoaoseutérmino.Apreocupaçãoéjustificada,jáqueosdadosdaúltimaavaliaçãomostramquedos126.823 formandosdosdezcursossubmetidosaoProvão,emjunhodoanopassado,amaioriarecebeunotatrês -numaescaladezeroadez.Ora,istoéumamostraclaradasituaçãodaimen-

ENSINO SUPERIOR: MUDANÇASE PROBLEMAS

Padre Roque

samaioriadoscursosdegraduaçãooferecidosnopaís.

Alémdisso,aquotadedocentescompós-graduaçãoexigidanasuniversidadesnãoatingeinstituiçõesdeoutrostipos,taiscomoasfaculda-des eos centrosde ensino superior. Como aquotadeve serseguidapela instituição enãonecessariamentepeloscursosemcadacaso,ainstituição pode estar enquadrada na regra,mesmoque amaioria dosseusprofessores ecursosestejam dispensadosdeatender a esserequisito.

Soma-se a tudo isso a questão da au-tonomiauniversitária.Assunto sérioedebatidonaCâmaraaolongodetodaalegislaturapassada,com opiniõesconflitantes.Agora,segundooministrodaEducação (Sr.Paulo Renato), issoseráresolvidoporlei(outalvezmedidaprovisó-ria).Antearesistênciaàsuaprópriaproposta,ogovernoencontraumasaídafacilitada,aprovei-tando-sedeeventuais vantagensregimentaisafimdeemplacá-lacomomínimodedebate.

Emsuma,oconjuntodessasquestõesnosdeixapreocupadosenosfazcrerqueumensinosuperiordequalidade,públicoequerespondaacrescentedemandasocial,aindaestá longedese tornarrealidade,especialmentenumpaíscujogovernopareceestarmaispreocupadocomestatísticasdoquecomaqualidadedeserviços.

Padre Roque é deputado federal (PT-PR) eprofessor licenciado da Universidade

Estadual de Ponta Grossa.

N

Extra Pauta é orgão de divulgação oficialda Gestão Extra Pauta do Sindicato dosJornalistas Profissionais do Paraná. RuaJosé Loureiro, 211 - Curitiba/Paraná - Cep80010-140 - Fone/Fax (041) 224-9296

Jornalista ResponsávelEmerson Castro FirmoReg. Prof. 2230/09/186

RedaçãoÁlvaro Collaço

Colaboraram nesta edição:Ciméa Bevilaqüa, Sidney Machado,Casemiro Linarth, Padre Roque eMônica Fort.

FotografiaEverson Bressan, Chuniti Kawamura,

Julio Covello e Kraw Penas.

IlustraçõesNoviski

Edição GráficaParadigma Design Editorial

Tiragem3.000 exemplares

As matérias neste jornal podem serreproduzidas desde que citada afonte. Não é de responsabilidadedeste jornal os artigos de opinião eas opiniões emitidas em entrevistas,por não representarem, neces-sariamente, a opinião de sua edi-toria.

E X P E D I E N T E

As comemorações no Dia do Jornalista, pro-movidas pelo Sindicato dos Jornalistas, têm umadupla intenção. Primeiro trazer aos profissionais umpouco do que há de melhor em termos de reflexãono país sobre os mais variados temas, do jornalismoem si à economia, da ciência à espiritualidade, dadiscussão sobre as mudanças tecnológicas à previsãosobre o que será a juventude no século 21. Segundo,levar à comunidade a reflexão dos próprios jornalistassobre o homem, sua principal fonte de trabalho quena prática é quem dá origem à notícia e a quem elatambém se destina.

Num país que se diz criativo, espanta a falta dereflexão sobre o que está a nossa frente, concreta-mente acontecendo. A percepção da realidade – leia-se notícia, informação - é subjetiva, passível de dis-cussão, ou pior, manipulação. Entender o que foi oprocesso de privatização ou o resultado de uma pes-quisa eleitoral e transformar isso em material jornalís-tico exige reflexão. Mais: exige o entendimento pro-fissional de que o resultado desse trabalho implica emresponsabilidade para com a sociedade.

Emerson CastroPresidente do SJPP

AS IDÉIAS E OSJORNALISTAS

Emerson Castro

OpiniãoEditorial

OSindicatodos Jornalistas teve aprovado seubalançofinanceiro sobre 98, em assembléia realizada dia 29.Publicadonaedição demarço doExtra Pauta, obalançorevelouqueoSindicato teveanopassado resultadopositivoentre receitas e despesas. Para este ano as previsõesnãosão otimistas e a entidade deve fechar o ano com menosdinheiro em caixa, fruto daqueda na arrecadação, poisaté o momento não cobrou a taxa assistencial - 2% emdezembroe2% emjunho-, devidoaonão fechamentodaConvençãoColetiva com ospatrões.

BALANÇO APROVADO

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TEMPO DE REFLEXÃO, AO INVÉS DE COMEMORAÇÃOde abril é o Dia doJornalista. Uma da-

ta para ser comemoradapor toda a categoria. NoParaná, no entanto, 99mostra-se ideal para osjornalistas refletirem sobrea perda salarial da cate-goria nos últimos 17 me-ses que, por conta da ne-gativa dos patrões em ne-gociar com o Sindicato,chega a 6,6%.

A data-base no Paranáéoutubro.Como ospatrõesaceitaram só comparecera uma reunião de negocia-ção, onde sequer apresen-taram propostas, o Sindi-cato ajuizou o dissídio em1º de outubro. A expec-tativa é de que o julga-mento pelo Tribunal Re-gional do Trabalho se dêainda em abril. Em todocaso, os patrões ainda dis-põem de tempo para vol-tar atrás e repor as perdassalariais dos seus funcio-nários. Isso eliminaria umproblema que as empresascriaram para si mesmas:em razão do acúmulo dosvalores não pagos à cate-goria, o montante devidojá ultrapassa a 20% da fo-lha de pagamento.

Para Cid Cordeiro Sil-va, superintendente téc-nico do Dieese- Departa-mento Intersindical deEstatística e Estudos Sócio

7 Econômicos-, que prestaassessoria a vários sindica-tos, entre os quais o de Jor-nalistas, é hoje convenien-te que os patrões repo-nham a inflação. “O pro-blema é que a inflação es-tá crescendo. O índice quedemorou 12 meses para a-tingir, agora se tem em trêsmeses”.

Cordeiro não vê justi-ficativas coerentes dos pa-trões em não terem rea-justado os salários. No ca-sodos jornais, mesmoapre-sentando problemas coma alta do custo do papel,esta majoração foi de 14%em relação aos preços pra-ticados em 97. Neste mes-moperíodo,o preçodas ca-pas sofreu reajuste de40%.O papel representa emmédia 30% dos custos to-tais dos jornais.

Ante a falta de nego-ciações e a tensão pro-vocada pela proximidadedo dissídio, o Sindicatopede aos jornalistas paraque reflitam sobre o pesoque a manutenção de umpiso salarial desde outubrode 97 impôs às suas finan-ças. Afinal, a previsão éde que a inflação em 99dispare, por conta de umacrise econômica previstadesde maio de98. Isso, po-rém, é outra estória.

A comemoraçãode 7 de abril como Diados Jornalistas no Brasilrelaciona-se com aabdicação de Dom Pe-dro I, nesta mesma da-ta, em 1831, em cujoepisódio a imprensateve importância fun-damental.

Um ano antes dofim de seu governo,

Dom Pedro atacara a im-prensa, na época iden-tificada com os liberais ereprimira passeatas nasruas do Rio de Janeiro.Em 20 de novembro de1830, morreria assassina-do o jornalista Líbero Ba-daró, que se tornaria már-tir da luta dos liberais poruma nova constituição.Após o assassinato, Dom

Pedro perdeu o apoio po-pular. Passeatas foram or-ganizadas, como em 11de março de 1831, co-nhecida na história doBrasil como a ”Noite dasGarrafadas”.

Sem o apoio da im-prensa e de populares,não restava a Dom PedroI outro caminho senão aabdicação. E ela tornou-

Dia do Jornalista

3,16% = R$ 31,60 x 6 meses = R$ 189,60Acrescentando-se a inflação entre outubro/98 e fevereiro/99 temos: 3,16%+ 2,30% = 5,54% ou seja, a partir do salário de fevereiro estamos perdendoR$ 55,40 por mês.Com a inflação de março estimada em 1%, a perda da categoria chega a6,6%.

PERDAS PARA UM SALÁRIO DE R$ 1.000,00

se realidade quando osquartéis aderiram àsmanifestações em 6 deabril.

“O Repúblico”, umdos jornais de esquerda,pregava o “dever sagradoda resistência à tirania”.

Na madrugada de 7de abril, Dom Pedro ab-dicaria e o país entrariaem um novo período mo-

nárquico. Viria a regên-cia, período instauradopara que Dom Pedro IIatingisse a maioridadee a família real brasilei-ra pudesse retomar po-der e prestígio, muitoabalados nos 2 últimosanos, dos 9 em que du-rou o governo de DomPedro I.

7 DE ABRIL LEMBRA PAPEL DA IMPRENSA NA ABDICAÇÃO DE D. PEDRO I

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Mercado de Trabalho

comose ogoverno ti-vesseabertoumapor-

teira.Aodefinir comopolíticaeducacionalo amploacessoàeducaçãode nível superior-democratizandoo vestibular pelaabertura de cur-sos em institui-ções particularesdiversas -, se vêdesde o final doano passado um“boom”decursossuperiores nopaís. A explosãode cursos atendea uma exigênciados tempos deglobalização,on-de a educação torna-se umprodutoem si, desvinculadodomercado de trabalho. Éoprimeiro passo para querecrudesçaa competitividadenasprofissões, quenofuturoterão um volume considera-velmentemaior de oferta doque demanda de traba-lhadores.Se, individualmen-te,aspessoasganhampoden-doparticipardeummercadoantes restritoapoucos,coleti-vamente projeta-se um ce-náriode fragilidademaiornasrelações entre emprego etrabalho.

A Lei deDiretrizese Ba-sesdaEducação,denúmero9.394,de1996, ganhouem

O NEGÓCIO DO MOMENTO

97 decreto , através do qualdistingue universidades decentros universitários, reser-vando àquelas atuação nasáreasdepesquisa eextensão.

Estabelece,ainda, que todasas instituições só funcionem,se credenciadas pelo Con-selhoNacional deEducação,do Ministério da Educação.Aos centros universitários -como são o Centro Univer-sitário Campos Andrade (aUniandrade) eo Positivo -, ogovernoofereceuautonomiapara“criar,organizar eextin-guir em sua sede, cursos eprogramas de educação su-perior,assimcomoremanejarou ampliar vagas nos cursosexistentes”. Os centros uni-versitáriossónãopossuemes-ta autonomia em quatrocursos:Medicina,Odontolo-gia e Psicologia, cuja apro-

vação da abertura de cursodeve ser submetida ao Con-selho Nacional de Saúde,além de Direito, só aprova-do com parecer da Ordem

dosAdvogadosdoBrasil. Issoexplicaporquedos18cursosoferecidos pelo CentroUniversitárioPositivoe os47da Uniandrade não figuramMedicina, Odonto, Psico-logia e Direito.

O mesmo decreto de-termina que os cursos auto-rizados deverão iniciar suasatividadesno prazomáximode doze meses, a partir daautorização pelo MinistériodaEducação.Se a instituiçãode ensino não implantá-loneste período, fica impossi-bilitada de oferecer o cursoporumano.Aexistênciades-teprazo,somadaaointeressedas instituições em faturar omais rapidamente possível,as levou a lançar os cursoscomrapidez. AUniandrade,por exemplo, teve sua au-torizaçãoem11defevereiro.Imediatamente lançou umamaciça campanha publi-citária,oferecendo47cursos.O vestibular aconteceu em14 de março e o ano letivoiniciou em 5 de abril.

DESCREDENCIAMENTO

Neste processode aber-turadecursos, o governo re-

serva-se ao papel de super-visorda instituição,compro-metendo-sea realizaravalia-ções periódicaspor técnicosdo MEC e especialistas dasáreas - profissionais destaca-dos na comunidade acadê-mica.Constatadas irregulari-dades,a instituiçãopodeper-derseu credenciamento.

Éoquepesaagora,sobrea Uniandrade, acusada deirregularidades pelo Con-selhoNacional de Educaçãoe a Procuradoria Geral daRepública. O seu vestibularatraiu3.150pessoas,númeroabaixo do esperado pelainstituição,que resolveusus-pender 29 cursos. O pro-blema é que ela não haviaprestado informações clarassobre esse risco aos estu-dantes em material de pro-paganda. Outra irregula-

ANO DE CRIAÇÃO DOS CURSOS DE JORNALISMO

UFPR1969

PUC(*)1986

UEPG1985

TUIUTI1994

POSITIVO1999

UNIANDRADE1999

* antes funcionou na década de 70, até 83.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação permite que determinados cursos universitários sejam criados com totalautonomia pela inciativa privada, colocando em risco o equilíbrio entre oferta e demanda de profissionais formados.

Para abrir um curso, as universidades devem se-guir os pareceres do MEC específicos a cada área eque estabelecem as diretrizes curriculares e as con-dições estruturais necessárias para o ensino, tais comobiblioteca, laboratórios e computadores. O curso sópode iniciar seu processo de regulamentação apósformatura da primeira turma, após o parecer realizadopor uma equipe de especialistas nomeada pelo MEC.

Para Adriana Casali, chefe do Departamento deComunicação Social da UFPR e que recentementeparticipou de uma equipe de especialistas queanalisou as condições de uma faculdade de relaçõespúblicas no sudoeste do Paraná, é fácil uma uni-versidade mostrar que tem condições de funcionarnos dois primeiros anos. “Como a maioria dos cursos,o currículo mínimo de comunicação possui matériasteóricas do tronco comum, basta montar salas deaula. Necessariamente, não precisa ter laboratóriosnem precisa de profissionais da área”, diz.

No terceiro ano, sim, com as matérias técnicas,há necessidade de professores com conhecimentoespecífico em jornalismo e a construção do labo-ratório de fotografia e estúdios de rádio e televisão.Para as universidades a exigência é que elas sóconstruam laboratório e estúdios a partir do terceiroano, utilizando-se inclusive dos recursos obtidos comas mensalidades dos alunos.

DOIS ANOS DE INVESTIMENTO

É

Alunos da Uniandrade.

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ridade seria a cobrançaretroativa das mensalidadesde janeiro e fevereiro,mesesnos quais sequer havia aautorizaçãoda instituiçãoemrealizarovestibular.AUnian-drade exigiu dos estudantesde comunicação o paga-mento imediato de duasmensalidades no ato damatricula - oque totaliza R$798-além dasmensalidadesde março e abril até o finaldemarço.Ante aameaçadesó virem a assistir a primeiraaula após cada um desem-bolsar um R$ 1.500, várioscalouros da universidadeimediatamente acionaram aAssociação de Defesa eOrientação do Cidadão -ADOC. Contra a universi-dade foi, ainda, instauradoprocesso em delegacia depolícia.

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criaçãode doisnovoscursos superiores de

Jornalismoem Curitiba nes-teiníciodeanofezsurgirumapergunta óbvia. Como fi-caráo mercado de trabalhodaqui a quatro anos, quan-doas seis universidadesquepossuem o curso na regiãoSul do Paraná (UFPR, PUC,Tuiuti, Positivo e Uniandra-de, em Curitiba, e a UEPG,em Ponta Grossa) deverãoformar juntas cerca de 450estudantes por ano? Nestecálculo considera-se aspro-váveis desistências de alu-nos e o fato da Uniandradenão ter preenchido as 200vagas que ofertou em seuprimeiro vestibular. Os pro-fessores que dirigem os seiscursos apostam em princí-pios de seleção natural.

“Osmelhoresvencerão”,diz o jornalista e advogadoNoel Samways, reponsávelpelo recrutamento de coor-denadores e professores naUniandrade.Paraele,aquanti-dade deacadêmicos que seformarão anualmente emCuritiba“aviltaráumpoucoomercadode trabalho”.“Mas,isso é uma questão a ser re-solvida pela própria catego-ria, a partir do Sindicato”,destaca. Seguindo este ra-ciocínio, a abertura de va-gas por uma instituição po-de obedecer a um único

VAGAS OFERECIDAS NO VESTIBULAR

UFPR30

PONTA GROSSA40

PUC70

POSITIVO140

TUIUTI180

UNIANDRADE200*

* Vagas abertas no vestibular.

FORMADOS PARA UM MERCADO SATURADOcritério: o interesse dos alu-nosporumcurso,queporve-zes aumenta até em funçãode um personagem de no-vela. Se há procura de alu-nosparaum curso,mais va-gasparaeste curso.AUnian-drade abriu 200 vagas emjornalismo,masacabouten-do de reduzir a oferta pelametade em razão da procu-ra de alunos. Na Tuiuti são180vagas, somandoosvesti-bulares de verão (quandoabre inscriçõesparaosperío-dosdiurno e noturno) e o deinverno (quandoabre inscri-çõesparaoperíodovesperti-no).NoPositivo são140va-gas, oferecendo aulas pelamanhãeà noite.NaUniver-sidade Federal do Paraná,cujo curso é o mais antigoem atividade no estado, onúmero de vagas saltou de22 para 30.

CLIENTES E NÃOALUNOS

“Oquenãopodemoses-queceréquenestenovocon-ceito educacional, o alunoviroucliente”, ressalta o jor-nalista Edgard Melech, che-fedoDepartamentodeComu-nicação Social da Univer-sidade Tuiuti. “Na medidaque tem mais escolas, cria-seconcorrênciae issodácon-dições aos cursos. Aí pesaráa qualidade das universida-des, seuslaboratórios, ospro-fessores”,complementa.Me-lechnãoacredita queomer-cado de trabalho terá pro-blemas com tantos jornalis-tas recém-formados. “Nósestamosdiscutindo issohá

pelo menos vinte anos,quando só havia duasuniversidades dejornalismoem Curi-tiba. Eu me lem-bro que já con-versávamos so-bre as dificul-dades do mer-cado de traba-lho e como osjornais absor-

veriam os recém-forma-dos”.

Outro que é favorávelà abertura dos cursos éo jor-nalista Alexandre Castro,queporoito anoscoordenouo curso na PUC e hoje faz omesmono Positivo.“Omer-cado de trabalho é relativo.Se você pensa em Curitiba,existe uma limitação.Mas oalunonãoéobrigadoa traba-lharemCuritiba.Háoutrasci-dades”. Castro defendeumúnicotipodelimitaçãoaoscur-sos: a de qualidade, possí-vel a partir deuma constan-te fiscalização do MEC.

PESQUISA

A única universidadeno Paraná a possuir umapesquisa sobre a inserçãodos seus alunos no mer-cado de trabalho é a Es-tadual de Ponta Grossa.Ainda assim, a pesquisadisponível é de 1996, quedeve ser novamente reali-zada este ano. “Na primei-ra pesquisa chegamos aum dado positivo. Cercade 70% dos formados es-tão trabalhando na profis-são, em diferentes áreas”,afirma a jornalista IrvanaChemin Branco, coordena-dora do curso. Isso foi pos-sível, pelopróprio perfil dosacadêmicos da UEPG,que em sua maioria vemde outras cidades do in-terior do Paraná e retornapara elas após formada.Outros procuram alterna-tivas em pólos do Estado,como um grupo de quatrorecém-formados que op-tou iniciar a carreira emFoz do Iguaçu.

No caso da PUC, osformandos acabam sendoem sua maioria absorvidospelo mercado de Curitiba,seja nos veículos tradicio-nais, como criando ou tra-balhando em agências decomunicação. “Se formosconsiderar os veículos, sem-pre há lugar para uma pes-

soacomformaçãoboadeba-secultural”,lembra ajornalis-ta Celina Alvetti, chefe docurso de Comunicação daPUC. “Como o mercadoestá mais difícil a cadaano, o diferencial é oin-divíduo.Umapessoa in-teressada em fazer pes-quisa vai ter espaço,ainda que demore umpouco”,explica. Pos-suindo um contatodireto com jor-nais e televi-sões, de quan-do em quandoCelina recebeligações de di-retores de veí-culos sugerin-do que os alu-nos preenchamfichas cadastrais.“Eles têm sido bem apro-veitados. Só que temos deconsiderar quenãohá mui-tasvagas nos veículosdeco-municação em Curitiba”,ponderaAlvetti.

Se as oportunidadesprofissionais não atendema todos, hoje para não maisque 300 formados ao ano,a tendência é piorar. Emquatro anos, além dos for-mados pela PUC, UFPR,Tuiuti e UEPG, haverão osdo Positivo e Uniandrade.Curitiba deve, ainda, termais dois cursos. A Univer-sidade Curitiba está inte-ressada em abrir Jornalis-mo em substituição a Ra-

dialismo, não levado adian-te em razão do mercadode trabalho restrito aos pro-fissionais.AGamaFilho,por

A

Noel Samways: avitória dos melhores.

Melech: o aluno é cliente.

158

É o número dejornalistas

diplomados eregistrados na DRT

em 98. Portantohabilitados para

exercer a profissão.Foto

digi

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ada

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Foto

digi

taliz

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sua vez, como informa Ed-gard Melech, adquiriu ter-reno para construir seu cen-tro politécnico em São Josédos Pinhais.

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UniandradeSEM

COORDENADOR

Embora tenha decidi-do em fevereiro pela cria-ção do seu curso de Jorna-lismo, o Centro Universi-tário Campos de Andradedemorou para contrataro coordenador do curso,professores e definir opro-jeto pedagógico queapli-cará. A duas semanasdo início das aulas, acontra-tação docoordenador es-tavapraticamente assegu-radapelo jornalista NoelSamways, que tem espe-cialização em gestão deinstituições de ensino e éo responsável pelaseleção de coordenadorese profes-sores nainstituição. Con-tudo, em31 de março, nauniversidadenão havia con-firmação donome docoor-denador.

Como muitas matériasdo tronco comum não ne-cessitam de professores jor-nalistas em sala de aula, aUniandrade deverá contarcom os professores oriun-dosdas faculdadesquea for-maram. A Uniandrade nas-ceu da fusão das facul-dades Versalhes, Palotti,Plácido e Silva e AETI- As-sociação de Ensino deTec-nologia e Informática.

TuiutiEMPREENDEDORISMO

Orientar os futurosjornalistas a buscarespaço no mercado detrabalho. Esta é a intençãoda Tuiuti, que fezinovações no cur-rículodo curso e introdu-ziu adisciplina “Empreen-dedorismo - Técnicas deGes-tão paraEmpreendedo-res”, que éministrada no primeiroano.

Além disso, aposta emprojetosalternativos, comoo“Zine”, realizado há doisanos com a Gazeta do Po-vo e hoje em sistema derotatividade com a PUC,que significa a produçãoe edição pelos alunos deuma página do cadernoFun. Outros trabalhosimpor-tantes foram arealização de 15programas semanais doprojeto “Jovem Cida-dão”, que foram ao arpela TV Cidadão, e acoluna Cartaz, publicadano jor-nal Agora Paraná.

PositivoNÃO LINEAR

O Centro Universi-tário Positivo inicia suasatividades acenando comfortes investimentos. Alémde um novo campus noChampagnat, o Positivoconstruirá laboratório defotografia e estúdios de

pri-meiro jornal do cursodeve sair logo neste mês,tendo Alexandregarantido a realização dasoito edi-ções solicitadaspelo MEC ao ano.

Estas matérias fazemparte de um

levantamento sobre aqualidade de ensino das

universidades decomunicação e como

elas tratam questõesimportantes, como o

mercado de trabalho. Napróxima edição, o Extra-

Pauta levantará aquestão curricular.

ANÚNCIO

rádio e TV para este ano,conforme expectativa docoordenador AlexandreCastro. “O estúdio de TVserá feito com material nãolinear, todo digital”, expli-ca. Neste sentido, já estãosendo adquiridas as câ-maras de televisão digital,bastante leves, que seutilizam não de fitas devídeo, mas de mini-discs.

Outro investimento éo jornal laboratório. O

PROBLEMAS E SOLUÇÕES DOS CURSOS

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Sala de aula doPositivo.

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Entrevista

EM UMA GUERRA É ACONSELHÁVEL O MEDOUm dos repórteres internacionais mais emblemáticos da televisão brasileira, Silio Boccanera diz estar cansado do “hard news”,como ele se refere aos jornais diários. Após 20 anos sendo repórter internacional, tendo trabalhado na Globo e SBT e coberto

inúmeras guerras e conflitos, ele hoje prefere a tranqüilidade de um programa semanal. Mestre em Telejornalismo pelaUniversidade da Califórnia, Boccanera apresenta o programa Revista Europa, na GNT-Globosat, e possui coluna em 10 jornaisbrasileiros, entre os quais O Estado do Paraná. É autor dos livros “Revolução na Nicarágua” e “Jogo Duplo”. No Paraná para a

Teleconferência do Sebrae, em 4 de março, concedeu esta entrevista ao Extra Pauta.

Extra Pauta - Um repórterde guerra precisa ter qualqua-lidade?Sílio Boccanera - Medo. Écomodisseumeditor,naho-radecontratar paraaEditoriade Guerra: “Eu só contratocovardes”. É preciso ter me-do, porque o medo dá dife-rencial parasaber aondepo-de ir e aonde não pode.EP - Numa guerra, noperíodode trêsouquatrodiaspode-se assimilar como secompor-tarese movimentarnas regi-ões de conflito.SB - É mais ou menos o e-xemplo dos assassinatos du-rante o carnaval em SãoPaulo.Foi umabarbaridade.Quando se chega numa si-tuação de conflito, devaga-rinho se vai acostumando esofre situações para se anes-tesiar, senãonão se trabalha.O jornalista se anestesiatemporariamente, escapadaquilo e vai embora. Mas,depois tem suas conseqüên-cias, paga-se um preço porisso. Se tem pesadelos. Àsvezes, mesmo lá, se é der-rubado. Não é o combate,a parte dos tiroteiros,bombar-deiros, mas aspequenas coi-sas quederrubam. Até hoje nadachegou a me derrubar aponto de ter que ir embora.Mas tem coisas que te tocammais que outras.EP - O jornalista José Ha-miltonRibeirovoltouao localem que foi ferido no Vietnã.Você chegou a voltar aalgum lugarque lhe marcouno pas-sado ?SB - Mês que vem vou àAmérica Central, voltarei aEl Salvador e a Nicarágua,paí-sesquenão vejohávinteanos, depois da Revolução

Sandinista e da guerrilha deEl Salvador.EP - A América Latina foiex-periência mais difícil quevo-cê teve ?SB -Não.Em cada lugar quese vai, se passa por experi-ências diferentes. Tem algu-mas experiências que mar-cam mais forte, mas daí sevai paraoutra guerra, de ou-trocalibre.AguerrilhanaNi-carágua era uma guerra decalibremaismoderado.Entreas armas havia até faca. NoLíbano eram caças da avia-ção israelense, tanques,mís-seis. Na Bósnia, o massacreétnico. Cada um o impactade formadiferente.EP - Algumas das imagensmarcantesemguerras sãodeassassinatos frios, como re-centementedeum rapazemSerra Leoa. Você já presen-cioualgumacenadeassassi-nato ?SB - Não. Cheguei a ver re-sultados:mortos, destruição,prédio bombardeado e aspessoasdentro, soterradas.Acoisa mais próxima nestalinha que vi foi naNicarágua, quando deramum tiro no jor-nalista (orepórter americano BillStewart, da cadeia detelevisão ABC, executadope-la Guarda Nacional,exército do então ditadorAnastasio Somoza, em 20de junho de 1979). Euconheci essecara, ele estavanão sónomesmohotel,masno mesmo andar que eu.Foi brutal. Era um ca-ra queconhecíamos - esta-vamtodos os jornalistas nomesmo hotel -, ele saiu demanhã e ... Agora oimpacto: quantas pessoasforam mortas desta forma ?

Umas duzentas. Só que elefoi filmado. E foi uma coisabanal. Ele pediu umaautorização para filmar. Osoldado disse: “deite-se nochão”. E “puff”. Isso eles fa-ziam à vontade, com apopu-lação toda, só queaquela morte foi filmada.EP - Para qual lugar vocênão voltaria mais ?SB - Eu volto, mas dependeda hora. Eu voltei ao Líbanodepois da guerra e foi umamaravilha. Tem conflito nosul, na fronteira com Israel,mas Beirute é um lugar pa-cífico.NaBósnia eunãopisodesde 95, mas lá não é pro-priamente um local de atra-ção turística.EP - Sempre se fala que ojornalista possui facilidadede acesso em outros países.Masnão se sentemuito isso.Háquemnãomostraodocu-mento de jornalista por me-do, para não ter de passarporum imensoquestionário.Essa facilidade de acesso aojor-nalistaémesmo irreal?Elenão tem privilégios noutroslugares?SB - Não. Se instaurar umconflito em Israel, você pre-cisa ser registradoe estivertrabalhando. Sevocê estivercobrindoa guerrae não se registrar,não cobre. Temque ter um passe.Seu material écensu-rado e,inclusive, não sepode mos-trar orostodo sol-dado,não se podemostrarum montede coisas. E vocêsó vai aos lugares

com aprovação. Até aguerrilha o credencia. Em ElSalvador,cadaquarteirãoeracontrolado por umaguerrilha e cada uma tinhaumacredencial.EP - A censura é semprecomum aos jornalistas emguerra, mesmo aos estran-geiros ?SB - Sim, mas há áreas deguerracom controleeficientee outras que sãobagunçadas. Todo mundoquer controlar, mas temlugares que são tãobagunçados que não con-seguem controlar. Em Israeleles são muito organizados.Já as guerras daAmérica La-tina...EP -Um jornalistaprecisasersempre organizado duranteuma guerra. É mais difícilfazeracobertura, namedidaemqueaquase todoinstantehá alguma coisa importanteacontecendo?SB - É o dia-a-dia. Vai seresolvendo o que se faz e oque não se faz. A cada mo-mentose fazumjulgamento.Às vezes, acontece umacoisa fora dali e pára tudo.Por exemplo, eu estava em

El Salvadorumavez,nomêsde dezembro, quando ha-veria uma investidada guer-rilha, a chamada “Investidafinal”,naqual iriamderrubaro governo. Eu me lembroque estava tomando meucaféquando recebi a notíciaquemataramoJohnLennon.En-tão, fiz a mala e fuiembora. No dia em quematam al-guém como oJohn Lennon não se temmatéria. Imagine se algumcara vai querer sa-ber daguerrilha de El Sal-vador.EP - Já houvealgumamatériaque você tenha feito e foicensurada naedição ounãofoi ao ar ?SB - Não. O pessoal quetrabalha no exterior é umpouco isento nisso. Mesmona época do regime militar,em que a censura era umacoisa pesada, a área externaera um pouco poupada. Decerta forma, era até um jeitode tapar buraco, porque asnotícias brasileiras eramtotalmente censuradas. Esteé um dos motivos queexplica a presençamaior donoti-ciário internacionalnaquela época do que hoje:

o noti-ciário tapava buraco.EP - Houve mudança noes-tilo dos repórteres da

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Sílio Boccanera: vinte anos de jornalismo noexterior.

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mudançano estilo do repór-ter.Hámudançanoassunto.Antes nós cobríamos o fato.Hoje eles tendem a cobrir oparalelo, as coisas em volta.Há uma atração maior emassuntosdecomportamentoe que não são o fatual dodia. Esse só é registradobreve-mente.Recentemente,no JornalNacional, amatériade Londres era sobre a“Quími-cado Amor”...EP - Isso não obedece a cri-térios de audiência?SB - É inescapável que vocêacabe atendendo ao apeloda audiência. E éindiscutível: essas matériasdão audiência. Não adiantaa gente ter ilu-sões. Temosde discutir o as-sunto emoutro nível, a ques-tão dadosagem.Oeditor nãopodeficar só com oque opúblicogosta, ficar coma receita e omacaco namoran-do naárvore.EP - Se nisso tudo se baseiaa audiência. Onde fica ainfor-maçãoreal?

SB - É dosar entre o que opúblico quer e precisa ter.Quem faz esse julgamento,naturalmente subjetivo, sãoos editores.O trabalhodelesé esse, são pagos para isso.Eles têm que julgar: “Issoaqui pesa mais e isso aqui échato, mas preciso dar por-que o público precisa se in-formar”.EP - Como você analisa ascoberturas de governo noex-terior? O jornalistaescaladodoBrasil paraviajarcom a comitiva, não acabase en-cantando um poucocom a importância dospolíticosbrasileiros?SB - Às vezes não é má fé.Em90%dascoisasquevocêvê no ar e acha que é cons-piração, é pura incompe-tência ou falta de informa-ção.Tem gente que está nacomitiva - não é o governoquem paga, sãoos veículos,que é muito crítica, não échapabranca.Àsvezesémáinterpretação, é o cara quepega o jornal escandalizado

que não tenha nenhuma li-nha nos jornais. “Como? Opresidente está visitando opaís e não tem nenhumalinha? ”.EP -Naúltimavisita dopresi-dentedos Estados Unidos aoBrasil,as agências internacio-nais montaram um cenárioemumhotel, tendoaofundoplantas que dariam a idéiade floresta. Este tipo dearmação é comum em setratandode correspondentesestrangeiros?SB - Eu estava em um semi-nário de imprensa ano pas-sado e, por acaso, lá estavaumabrasileiraquetrabalhavapara agência de notíciaWTN, que é uma dasgrandes agências denotíciasinterna-cionais e hoje sechama APTN. O trabalhodelaémontar ainfra-estruturaparaas televisõesestrangeirasque cobrem no Brasil. Eladisse: “Vocês não vãoacreditar.Só foi usadoaquelecenário porque o fio davaaté ali e não podia mudar

de cená-rio”. Às vezes, asexplicações são tãoimbecilmente simples que agente não consegueacreditar.As transmissões aovivo de Israel todas têmrigorosamente o mesmocenário.Éaportadaemissoraque faz a retransmissão, acâmara de lado para ondetem duas palmeirazinhas,porqueo fio só vaiaté ali. Seocaraquiser fazermais longeterá de pagar uma transmis-são de microondas, o que écaro. Se vê na televisão nomundo inteiro, o cara edetrás as duas palmeiras.Antes da Guerra do Golfo,quando estava aquelenegóciodosbrasileiros refénse tal (epi-sódio envolvendofuncio-nários da construtoraMendesJúnior)estávamosemBagdáeos carasdogovernocon-trolavam muito. Não sepo-deria ira lugaralgumsemque os caras controlassem.Então, para se fazer algumacoisa, tinha de dar uma es-capada eo localmais próxi-

mo erao jardim dohotel. Látinha algumas palmeiras.Deserto, palmeiras...estábom.EP -Qual a reportagemmaisdifícil que você fez?SB –Difícil, eu não saberiadizer. São graus de dificul-dade variável. Eu diriaque areportagem de maior im-pacto que teve para mim -pessoalmente, não oimpacto de público - foijustamenteaquedadoMurode Berlim. Porque eu estavaem Berlim quando ele caiuepor tudoque significa, nãoo incidente em si.EP -Você jáchegouachorarem cena?SB - Em cena não. É claroquenão sou imune,masmeseguro e me anestesio umpouco diante dos eventos.Eu acho que há um certoabuso do apelo emocionalemcobertura jornalística,queé uma coisa meio pobre. Area-ção emocional é sua,vocêpodeperder um poucode controle, mas não temexpor isso no ar, senão viratele-novela.

Sem vocês, qualquerfonte seca.

Obrigado por nos fazerjorrar!

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ANÚNCIO

os anos 90 várias es-t r a t é g i a s

administra-tivas egerenciais em emer-gência ganharamrepercussão não somentejunto aos admi-nistradores, mas tomaramconta do imagináriodaqueles que vivem dotrabalho. A ter-ceirizaçãoé característica exemplardesse fenômeno. Porém,a sua assimilação a-críticapelos trabalhadores e autilização pelas empresastem provocado umaverda-deira desordem nomercado de trabalhobrasileiro, além de induzire seduzir grande parte dostrabalhadores.

TERCEIRIZAÇÃO PREDATÓRIANO JORNALISMO

Terceirizar, nal i n g u a - g e madministrativa, nada maisé do que transferir se-toresou unidades da produ-çãoa outras empresas. Atransferência deve se darnas atividades nãoconsideradas fins daempresa, ou seja, a-quelascujas funções não di-retamente ligadas aoproduto principal daempresa.A in-dústriaautomobilística é queprimeiro se valeu dessemo-delo ao transferir oscustos de toda a produçãode aces-sórios a empresasmenores, ficando apenascom a res-ponsabilidadepela monta-gem do

produto final. Mas, paraos trabalhadores, o querepresenta a terceirização?Sem dúvida, esse modelonão foi idealizado paraservir aos interesses dotrabalho. Para o trabalhoa terceiriza-ção deve serentendida como sub-contratação de mão-de-obra.

A vulgarização doster-mos “terceirização”,passan-do a idéia deempresa moder-na, tempermitido uma utili-zação desenfreada domode-lo de formafraudulenta. Para essestudo pode ser tercei-rizado, basta não registraro empregado e solicitar

que preste serviço atravésde uma empresadevidamente cons-tituída.É a isso que chama-mosde falsa terceirização,pura fraude dos direitostra-balhistas, pois apenaspermite que a empresasonegue o FGTS, o13ºsalário, férias horas-extras , pagar indeniza-ções por demissão, semfalar na exclusão doempregado a toda rede deproteção social (pequena,mas que ainda existe) doseguro-desem-prego,contagem do tempo deserviço, seguro por aci-dente de trabalho, pensãopor morte, dentre outrosgaran-tidos pelaPrevidência Social.

No Brasil, apósgenera-lizado naindústria, a falsa ter-ceirização atinge ocomércio e o setor deserviços. No mer-cado de

trabalho de comu-nicação, já começa a sermo-da terceirizarcadernos intei-ros dejornal , programas derádio e televisãod e p a r t a m e n - t o sfotográficos e, em muitoscasos, o próprio serviço deinvestigação de redaçãojor-nalística, comoaconteceu re-centementena TV Curitiba, Canal 2-Bandeirantes.

É possível tal práticapela legislação trabalhistabrasi-leira? Da forma queestão se dando, a respostaé não. Co-mo o produtofim da empresajornalística é ainformação, aterceirização não poderiase dar em relação a essesservi-ços essenciaisindispensáveis à produçãoda notícia.

Os serviços da confec-ção de matériasjornalísticas, embora comoutras peculiari-dades,também não permite asub-contratação, pois otrabalho de redaçãoimplica em subordinaçãojurídica do profissional aochefe-de-re-dação oueditor do jornal outelevisão. Para esse tipo detrabalho, a lei determinaa contratação direta doprofis-sional comoempregado. A únicaexceção conhecida co-moterceirização legítima nosetor é o trabalho do freelance, que representa otra-balho esporádico davenda do materialjornalístico. O chamado“frila fixo” não passa deverdadeiro empre-gadotrabalhando irregular-mente.

Sidnei Machado

N

Assessoria Jurídica

Sidnei Machado é asses sor jurí dico do Sind icat o dos Jo rnal ist as e atende sempre às terças-fei ras pela manhã na sededo Sindicato, ou no seu escr i tór io

(Rua XV de Novembro, 270 - Sala 701- Fone: (041) 223-6906).

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necessidade de foca-lizar o futuro e dispor

de ferramentasparaenfrentarnovas exigências de mer-cado, levou algunsdos maisconceituados repórteres-fotográficosdoParaná avol-tar aos estudos e, enfim, de-pois de muitos anos traba-lhandoemjornal, cursar Jor-

nalismo. Na UniversidadeTuiuti, a turma do segundoano vespertino reúne cincorepórteres: Pedro Serápio eEdson Silva, da Gazeta doPovo e que trabalham tam-bém como repórteres cine-

EM BUSCA DE UM FUTURO MELHORmatográficos na TV Educa-tiva;Chuniti Kawamura,De-nis Ferreira, de O Estado doParaná, e Giovani Santos,do Jornal do Estado.

A entrada deles na uni-versidade está um pouco re-lacionada com as reuniõesda Associação dosRepórteres Fotográficos e

Cinematográ-ficos-ARFOC,que recebeu de alunos areclamação de que erampoucos os profes-sores defotografianasuni-versidades.“ Eu senti um filão que seabria para mim: dar aula no

á 11 anos, o Sofres(Ibope francês) toma

o pulso da ligação tumul-tuosa que os francesesmantêm com sua mídia. E,cada ano, a sondagem pu-blicadanoCroix etTéléramaé uma verdadeira duchafria para a profissão. Oprimeiro raio caiu em1987. Vere-dicto: o mitodo quarto po-der nãopassa, para a opini-ãopública, de uma grandebrincadeira. Só 26% daspessoas ouvidas acreditamque os jornalistas são in-dependentes. O restante

OS FRANCESES DUVIDAM DA INDEPENDÊNCIA DOS JORNALISTASnão têm nenhuma ilusãosobre a honestidade da mí-dia, nem sobre a sua capa-cidade de resistir às pres-sões políticas e econô-micas.

Há a questão da inde-pendência e, tam-bém, dacredi-bilidade: as coi-sasaconteceram realmentecomo a mídia conta? De1987 a 1990 a televisão é,para os france-ses, a mídiamais confiável, longe dorádio e muito longe daimprensa escrita. A imagemainda é uma ga-rantia deexatidão, de vera-cidade.

Depois há o cho-que dofalso ossário de Ti-misoara,na Romênia.

Em janeiro de 1991, LaCroix publicou umbarôme-tro catastrófico: aconfiançados franceses emrelação ao conjunto damídia desaba. A telinha éparticularmente atingida.Pela primeira vez, o rádiodestrona a sua co-irmãaudiovisual em ma-téria decredibilidade. Nova quedaem 1992, após a Guerrado Golfo: a tele-visãoaparece definitiva-mentesuspeita.

Em 1994, o debate sedesloca. A dúvida não émais sobre a exatidão dainformação, mas sobre osegredo da instrução, apresunção de inocência, avida privada dos homenspúblicos. Na-quele ano,53% dos fran-cesesconsideraram que a mídiaatenta contra as liber-dadesfundamentais.

Nas duas últimas son-dagens ( 1997 e 1998) háuma pequena melhora naopinião que os francesestêm sobre a sua mídia, pelomenos em matéria de

exatidão. Uma nota de oti-mismo sombreada de “in-dependência” de que osfranceses duvidam sem-pre. Duas pessoas ouvidasem três consideram osjornalistas muito sensíveisàs pressões do poder e dodinheiro.

Texto traduzido pelojornalista Casemiro EugênioLinarth, da revista francesa

Marianne, nº 68, semana de 10a 16 de agosto de 1998.

H

Internacional

O retorno ao estudotambém vem recuperar aauto-estima profissional,como é o caso de Gio-vani Santos, repórter-fo-tográfico desde 76 e quechegou a parar de foto-grafar em 92, por nãosu-portar mais a rotina dojornal. Saiu de O Estadodo Paraná e montouuma loja de bicicletas.Em 96, fechou a loja evoltou ao mercado detrabalho. En-tão, sentiudificuldades para arranjaremprego. “Com a minhaidade a o-ferta detrabalho é res-trita. Setivesse curso, iria lutarcomo editor, dar au-la,teria mais opções”.Casado com a jornalistaSuzana Branco, pós-gra-duada pela Federal, epai de uma filha quecursa engenharia naFederal e de um filhoque está ter-minando o2º grau, Gio-vani admite

que estava incomodadomesmo em casa. “Só eunaquela ca-sa que nãoestudava e ainda estavaprocurando trabalho”.Hoje, ele se delicia comas matérias de psicologiae sociolo-gia e temtraçado um novo planode para a vi-da: “ficar nojornal por dois, três anose depois dar aula, sejade Foto-grafia ou deTeoria daComunicação”, revela.

Com o diploma, osrepórteres-fotográficossentem que estão rom-pendo preconceitos. Éum doce adeus ao estig-ma da marginalidadeque acompanhou aprofissão e cansou amuitos profis-sionais.Sobre isso, en-fatizaEdson Silva: “Nósqueremos mais respeitoe estamos conquistando,inclusive dos colegas dejornal”.

PREPARANDO NOVOS HORIZONTES

A

No Banco daEscola

Serápio e Giovani: de volta às aulas.

Ever

son

Bres

sam

futuro e crescer profis-sionalmente“,enfatizaEdsonSilva. Se o diploma será opassaporte para um desafio,Edson reconhece que acarga teórica recebida nasaulas tem mudado o seutrabalho no jornal. “Agora,numa en-trevista, não ficomais no re-trato, na

ilustração. Tento pas-sartambém alguma infor-mação”, diz.

Assim como Edson, Pe-dro Serápio se orgulha dadecisão de realizar o curso.“Eu estava sem estudar há

16 anos”, declara Serápio,queadmite estarhoje lendomais, seja livros, revistas oujornais. “Antes, eu pegavaum jornal e só via as

fotografias. Agora, tambémprocuro analisar o texto”.Qual Edson, o dia-a-dia deSerápio é puxado: tra-balhono jornalpela manhã,Tuiutià tarde e trabalho natelevisãoànoite. Tempoparaestudar, só de madrugada.

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Federação Nacionaldos Jornalistas

apresen-tou a pesquisasobre a violência contra osjornalistas e atentados aoexercício profissionalocorri-dos ano passado. Oresultado não foianimador. Em 98, trêsjornalistas perderam a vidaem conseqüência de açõesrealiza-das durante oexercício profis-sional, dezforam ameaçados de

A PESQUISA DA FENAJ EM 98

IMPRENSA NO BRASIL: MORTES, AMEAÇAS, PROCESSOS E DETENÇÕES

ProfissãoPerigo

morte, três processados (umcom base na ditatorial Leide Imprensa), e outros trêsdetidos arbitrariamente.Houve, ainda, o registro dedois casos de cen-sura aveículos de comunica-ção.Desta pesquisa três fatosaconteceram no Pa-raná eforam relata-dos à Fenajpelo Sindicato: o proces-soà jornalista Lara Sfair, peloColégio Medianeira; acensura à TV Cidade e

outros veículos de PontaGrossa, em episódioenvolvendo o prefeitoJocelitoCanto, e a detençãoarbitrária dos repórteresAlexandre San-ches e MárioCésar daCosta, da Folha doParaná, quando cobriam aretirada de famílias sem-terra de uma fazenda.

Para a Fenaj, o balançoproporciona uma reflexãoso-bre as distorçõesculturais do país, sentida na

forma como a sociedadeencara a comuni-cação e otrabalho da impren-sa. “OBrasil convive com re-giõesonde o trabalho da im-prensa é compreendido eres-peitado, com ou-trasnas quais os jor-nalistas eos veícu-los de comuni-cação são encarados comomeras estruturas a serviçode interesses políticos eeconô-micos, ou então,como organis-mos

perigosos, que devem serreprimidos ou atés i l e n c i a d o sdefinitivamente”, diz orelatório da entidade. Anteeste quadro estarrecedor, aFenaj aponta soluções. Aprincipal delas é aaprovação do substitutivo àatual Lei de Imprensa, cujopro-jeto se encontra naCâmara dos Deputados e,caso aprovado, deveráassegurar a liberdade deimprensa e a transformaçãodos meios de comunicaçãoem veí-culos a serviço dasociedade.

A

RUI ZILNET LIMA BARBOSA•Março•

DiretordoJornalParatyNews,dacidadedeParati,(RJ),foivítimadeofensase ameaçasdemorteporpartedovereadorAntonioPortoFilho.

JEREMIAS MACÁRIO•Abril•

Chefe da sucursal do Jornal “ATarde”,emVitóriadaConquista,(BA). Desde 97 vem sofrendoameaças,que se iniciaramcomapuraçõessobrearbitrariedadesnaDelegaciadePolíciadomuni-cípio.Asucursaldojornalfoiporduasvezesinvadida, tendo seus arquivosvasculhados,semquealgumobjetofosseroubado.

PEDRO ANTONIO RIBEIRO•Maio•

SofreuameaçasdemorteemfacedereportagempublicadanoJornalORioBranco,(AC),ares-peitodaaçãodoesquadrãodamortenaquelacapital.

RONALDO PACHECO EJOSÉ LUIS MEDEIROS

•Setembro•RepórteresdojornalDiáriodeCuiabá(MT).Foramimpedidosde fazermatéria em Peixoto Aze-vedo,município ao Norte do Esta-do.Depois de ser fotografado, umadvogadonãoidentificadosacouumrevólvereameaçouatirarnosdois,senãoentregassemofilme.

VALDIR DE CASTROOLIVEIRA

•Novembro•Sofreuameaçasdemorteporte-lefone,quecomeçaramdepoisqueoseu jornal,“CircuitoNo-tícias”,deBrumadinho(MG),pas-souapublicardenúnciasenvol-vendoa

administraçãodomunicí-pio.FoiinstaladaCPInaCâmaraMunicipaleoprefeitoacabouten-domandatocassadoemjaneiro.

AGRESSÃO ETENTATIVA DE

HOMICÍDIO

JOSÉ ARAÚJO DE SANTANA ESIDNEY LEITE

•Janeiro•Santana,entãodiretordeRedaçãodoJornaldaCidade,deAracaju,(SE),eSidneyLeiteforamagredi-dosporMarcelo Santana ( genro do ex-procuradorGeraldoEsta-do,JoséGomes de Andrade) e por LuizSantanaFilho,quandoregistravamoincêndiodeumalojanocentrodacidade.OcasochegouàJustiçaefoiarquivado.

DÉA JACOBINAEmEstância(SE),a57 quilômetrosdeAracaju,oprefeitoJoséNelson(PSB)agrediumoralefisicamenteajornalista,repórterdosemanárioCinform.

EDSON RODRIGUES•Agosto•

Repórter-fotográfico do jornal AGazeta,deCuiabá,MT.Foiimpe-didoeagredidoverbalefisica-menteporservidorespúblicos,entreelesummédicodopronto-socorromunicipal.

CÉSAR GAMA•Outubro•

Diretor-de-redaçãodo Jornal daManhã (SE). Foi agredido por ban-didos.Ocasoganhourepercus-sãoinicialdeatentadopolítico.

PROCESSADOS

LARA SFAIR•Janeiro•

Vejamatérianapágina20.

MÁRIO QUEVEDO NETO ELUÍS DE CARVALHO

•Março•Oeditor–chefedojornal“AFolhadeVilhena”eopresidentedaAs-sociaçãoVilhenensedeImprensa-AVI,(RO),denunciaramainterdi-çãoeoabandonodacadeiapú-blicada cidade. Apontaram o juiz ecorregedordacidade comores-ponsávelpeloestadoemque seencontra aquelesetorcarcerário.Foramcondenadosaprestarser-viçoscomunitários,depoisdeso-frerematoscoercitivosdajustiça.

IVANA BRAGA•Novembro•

EstásendoprocessadapelaProcu-radoriaGeraldaBahia,apedidodogovernador César Borges, emdecorrênciadematériapublicadanojornalATarde,deSalvador,sobresuspeitadecorrupçãonaPolíciaMilitar.

VEÍCULOSCENSURADOS

TV CIDADE•fevereiro•

AJustiçadePontaGrossa(PR)ex-pediumandatodebuscaeapre-ensão,notificaçãoecitaçãocon-traaTVCidade(acabo),eintimouosdemais veículos da cidade a seabsteremdedivulgarnotíciasobreoprefeitoJoselitoCanto, acusadodeviolênciasexualcon-traasecretáriaSilvanadeLourdesFelipe.AFenajeoSindicatodosJornalistasdoParanásemanifes-tarameconsideraramoatoin-constitucionaleumatentadoàliberdadedeimprensa.

SEMANÁRIO CINFORM•Janeiro•

OSemanário,deAracaju(SE),está

impedidodesdejaneiro/88,pelaJustiça,denoticiarqualquerfatoreferenteàdívidacontraídaenãopaga junto ao Banestado, porempresadoex-governadorJoãoAlves (candidato derrotado naeleiçãodeoutubro/98).AFenajeo Sindicato dos Jornalis-tas deSergipe protestaram contra asituação.OCinformtemche-gadoàsbancascomocarimbo“EstamosCensurados”.

DETENÇÃOARBITRÁRIA

ALEXANDRE SANCHES EMÁRIO CÉSAR DA COSTA

•Novembro•OrepórterSancheseorepórterfotográfico Costa, da Folha doParaná,emLondrina,forampre-sosilegalmentepelaPolíciaMili-tar,quando faziam a cobertura daretirada de famílias sem-terraacampadasnaFazendaCacho-eira,municípiodeSapopema.

VANESSA VASCONCELOS•Novembro•

AjornalistaeoficialdaPMdoParáfoipunidapelacorporaçãocom30diasdeprisão.Adeten-çãopossuiuconotação política, pois elatrabalhoucomoapre-sentadoradosprogramas de TV, no horárioeleitoraldeumdoscandidatosagovernador.

ALEXANDRE OLTRAMARI•Dezembro•

OrepórterdasucursaldeBrasíliadaVejafoipresoarbitrariamente,apedidodoex-tenentedoExér-cito,Marcelo Paixão de Araújo. Omotivofoia matéria“Tortureiunstrinta”,publicadapelarevis-ta,emqueAraújocontavacomotorturoupresospolíticos,nadé-cadade70,emMinasGerais.

JORNALISTASASSASSINADOS

MANOEL LEAL DE OLIVEIRA•Janeiro•

Proprietáriodojornal“ARe-gião”,da cidade de Itabuna (BA). Foiassassinadonaportadacasa,comseistiros.Ojornalvinharealizandodenúnciascontraoatual,prefeitodeItabuna.

JOSÉ CARLOS DE MESQUITA•Março•

Apresentadordoprograma“EspaçoAberto”, da TV Colina Verde,afiliadadaCNTdeOuroPretodoOeste,(RO).Assas-sinadoportrêspistoleiros, quan-do saía daemissora.Hásuspei-tasdecrimepolítico.

MIGUEL PEREIRA DE MELO•Novembro•

RepórterfotográficodoCorreiodeTocantins, assassinado noMunicípiodeMarabá,(PA).Elefaziapartedoroldetestemunhasde acusação das 19 mortes detrabalhadores sem-terra, pelaPolíciaMilitar,emEldoradodosCarajás(abrilde1996).

AMEAÇAS AOEXERCÍCIO

PROFISSIONAL

JOÃO BAPTISTA ALVESPEREIRA•Janeiro•

RadialistadaRádioJacarandádeEunápolis,(BA),sofreuameaçasportelefoneefoiperseguidodeformaintimidadora.J.Baptistaacreditaque tal situação foi gera-daemconseqüência de inúme-rasdenúnciasfeitasnoseupro-grama“TribunaLivre”,sobrepo-líticosepoliciaisenvolvidosemcorrupçãoeatividadesmargi-nais.

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stá na Justiça do Tra-balho a proposta de

a-cordo entre jornalistas efun-cionários da Tribuna deFozeaeditora H2Sol Ltda.,a fim de que sejam pagosos salários devidos pelojornal desde no-vembro. ATribuna de Foz pa-rou decircular em 12 de de-

PROBLEMAS EM FOZ DO IGUAÇU

Além do fechamentoda Tribuna de Foz, outroprocesso envolvendojornalistas tramita na Justiçado Trabalho. Trata-se dademissão dos jornalistasNilton Bobato, EdsonAurélio e Ivan Rubier pelaGazeta de Foz do Iguaçu,em abrilde98.O advogadoPanazzolo entrou comreclamação trabalhista econseguiu em primeira ins-tância reverter a justa causa,ten-do o jornal entrado comrecur-so.

Oficialmente, os trêsjor-nalistas foram demitidospor te-rem liderado umaparalisação de um dia detoda a redação, em protesto

zembro e a editora demitiuem janeiro todos osfuncionários, sem saldar asrescisões traba-lhistas.Agora, em março, a H2 Solvendeu o nome fantasia e aestrutura física do jornal aou-tro grupo econômico,que deve relançar a Tribunade Foz este mês.

O fechamento daTribuna levou aodesemprego 20 pes-soas,quatrodas quais jorna-listas,que ficaram sem receber ossalários de dezembro e ja-neiro - mês que ficaram àdis-posição da H2 Sol -, eas férias coletivasconcedidas em de-zembro.

“A nossa intenção é quepossa vir o acordo na Jus-tiça e a empresa pague atodos, ainda queparceladamente”, informaEuclides Eudes Pa-nazzolo,advogado do Sin-dicato dosJornalistas em Foz. Emboraregistrada em nome deoutras pessoas, a editora H2Sol pertence ao ex-prefeitoDo-brandino Gustavo daSilva, que confirmou serseu dono à im-prensa,tendo-a como veículo desustentação da sua admi-nistração. Segundoreportagem de A Folha deFoz do Iguaçu, osproblemas na Tribuna

teriam começado com asaída de Do-brandino daPrefeitura, em ja-neiro de97. A editora passou aenfrentar problemas finan-ceiros, deixando, conformea reportagem, “ rastros dei r r e s - po n s a b i l i d a deempresarial, tais com osalários atrasados, sone-gação de encargostrabalhistas, apropriaçãoindébita de con-tribuiçõessociais dos emprega-dos(FGTS , INSS), cheques semfundos na praça e em outrascidades,contas de água, luze telefone ‘penduradas’,débitos ‘esquecidos’ empostos de gasolina...”.

GAZETA DO IGUAÇUante a demora do jornal emcontratar um editor-chefe.Suspeita-se, noentanto, querelacione-se com mudan-ças na linha editorial dojornal, que era de oposiçãoà Prefeitura de Foz doIguaçu e, estranha-mente,passou a apoiá-la três diasapós a demissão dos jor-nalistas. A Gazeta teria,ainda, vencido umaconcorrência pú-blica epassado a editar e im-primiro diário oficial do Muni-cípio. Quanto as três vagasabertas pela demissão, elasforam preenchidas emtempo recorde, antesmesmo dos jor-nalistasserem comunicados queestavam demitidos.os três casos de

ataque à liberdadede impren-sa acontecidosno Paraná em 1998 e quefiguram no ba-lanço daviolência realizado pelaFenaj, apenas um não teveainda solução. A jorna-listaLara Sfair, da ImpressioneAssessoriade Comunicação,continua sendo processadape-lo Colégio Medianeira eimpe-dida de falar sobre osproces-sos jurídicos entre afamília Tocafundo e aescola, mesmo quandoentrevistada ou na con-

PROIBIDA DE FALARdição deamiga da família.

A matéria publicadaem 28 de novembro OEstado do Paraná, quenoticiava que o colégioestariamovendoumterceiroprocesso de calúnia contraos Tocafundo, por pouconão gera um, novoprocesso à jornalis-ta. LaraSfair foi citada pelo jornalcomo “amiga da família” erelatou as dificuldades en-frentadaspara custear o tra-tamento clínicodeEmersone o comportamento dos di-retoresdoColégio. Trêsdiasdepoisdepublicadaamaté-

ria, Elói Tambosi, advogadodo Medianeira enviou aojuiz da 21ª Vara Cível umpedido de penalização àjornalista, alegando que amatéria estava distorcendofatos e “causando mal estarna cole-tividade e nainstituição edu-cativa”. Oadvogado não ob-tevevitória. Ojuiz RogérioRibasrecorreuà literatura jurí-dicae encontrou parecer dojuristaDarcyArrudaMirandaque, em seu livro “Comen-táriosàLei de Imprensa”,ad-verte : “a opiniãodesfavorá-vel da crítica, desde que sesi-tue em o plano alto, semdes-cer às raias do insulto,longe de ser um abuso, éum direito”.

Essa vitória da jornalista

nãosignificou, porém,o fimdo processo pelo qual aImpressioneestáarrolada.Em18 de março, Laracompareceu a umaaudiência de conci-liação esua empre-sa continuaacusa-da de calúnia e di-famação, pelo fato de terdivulgado na imprensa acampa-nha de out-doors

Imprensa no Paraná

Abuso Patronal

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criadapelosToca-fundo,emnovem-bro de 97. Na cam-panha, a família lembrava ocaso do atropelamento deEmersonnopá-tio daescola,ocor-ridoemem 1983ecujoprocesso judicial venceu háoitoanos.O casoda jornalis-ta foi tema de debate noNúcleo de Assessores deImprensa do Sindicato dosJornalistas e divulgado por

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R U A S

ABÍLIO HOLZMANNFoi proprietário de jornal emPonta Grossa

ACYR GUIMARÃES(1846-1948). Foi redator da Ga-zeta do Povo, presidente da As-sociaçãoParanaensedeIm-prensa,deputado federale estadual.

ADOLPHO WERNECK(1879-1932)FundouarevistaAzulefoiredator-humoristadeACargae ANotícia, no início doséculo.

ALBINO SILVA(1850-1905). Iniciou no Deze-nove de Dezembro. Criou osjornais Guaíra, em Curitiba, orepublicano A Pátria Livre, emParanaguá, e Ponta Grossa, emPontaGrossa.

ALCEU CHICHORRO(1896-1977) Cartunista, criou ti-pos como Chico Fumaça, Mar-colinaeTotó,quefizeramsucessonoO Dia.Trabalhou tambémnaGazeta do Povo. Foi o primeirojornalista a se aposen-tar peloentão Institutode Apo-sentadoriaePensõesdosComer-ciários, em51.

ALI BARK(1927-1979) Fundou o jornal TrêsdeOutubro, foi diretor deo DiárioPopular e da revista Rumos Para-naenses.

ALCIDEZ MUNHOZ(1873-1930). Escritor e jornalista,fundou a Academia de Letras doParaná. Era correspondente tele-gráfico do Jornal do Comércio, doRio de Janeiro, do Correio Paulis-tanoedaAgência Americana.

ALUÍZIO FINZETTOFoi um dos mais importantes ra-dialistas paranaenses.

ANTONIO CHALBAUD BISCAIATinha registro de jornalista, maspertencia àAssociação ComercialdoParaná.

ANTONIO LUIS VIEIRA(1929-1978) Era chefe da gráficade O Estado do Paraná, criou oconcurso “A mais Bem Bolada”,na Tribuna do Paraná.

APELES DE FERRANTE(1918) Foi jornalista da GazetaEsportiva,doParanáEsportivoedasGazeta do Povo, onde escre-viasobre Turfe. Foi proprietário eredatordarevista Turfe Ilustrado.

ARARY SOUTOTrabalhou na imprensa em Pon-ta Grossa.

ARCÉSIO GUIMARÃES(1888- 1947). Foi um dos sóciosda Gazeta do Povo

ARYON NIEPCE DA SILVA(1908-1949).Colaborouno Diárioda Tarde em 1923, na Gazeta doPovo, no Correio do Sul, de Irati,em 1935, no Correio do Povo, dePortoAlegre, em1946,ena revistadeeducação “Formação”, doRiode Janeiro, em 1945.

ARNAUD FERREIRA VELLOSOTrabalhavanarevistaDivul-gação.

AUREL IANO AZEVEDO DASILVEIRA(1879-1928). Caricaturista, traba-lhou nas publicações “Olho daRua”, “Fanal”, “O Itiberê”(de Pa-ranaguá), e “Almanaque dosMunicípios”.

BRENNO ARRUDA(1889-1955)BrennoSilveiraMartinsde Arruda iniciou em jornalismotrabalhando no jornal O Rebate.No Rio de Janeiro traba-lhou nosjornais Diário de Notí-cias, JornaldoComércio, aNotí-cia,Gazetade

Notícias e A Tribu-na. No Paranádirigiu os jornais O Estado, DiáriodaTardeeODia, alémdaAgênciaNacional do Departamento deImprensaePropaganda.

CAIO MACHADO(1885-1954). Caio Graccho Ma-chado Lima fundou os jornais Fo-lhadaManhã,ANoite eODia,noParaná, eONacional eGazetadaBolsa, no Rio de Janeiro.

CÂNDIDO LOPES(1803-1879).CriouoDezenovedeDezembro, em 1854, o primei-rojornalparanaense.

CARLOS COELHO(1925-1977). Nasceuem Salvadore chegou a Curitiba para chefiar oÚltima Hora. Também trabalhounoDiáriodoParaná, em 1975.

CARLOS RENÉ EGG, DEPUTADOCHICHORRO JÚNIOR(1866-1926). Joaquim ChichorroJúnior trabalhou nos veículos Ga-zeta do Povo, Federação, GaleriaIlustradaeCenáculo.Colaboroupormuitos anos na revista A Re-pública.CLÓVIS BEVILAQUA SOBRINHO(1905-1957) Foi diretor da revistaParaná Judiciário.

DARIO VELLOZO(1869-1937) Um dos maisimportantes intelectuais do Pa-raná, trabalhou como jornalis-ta no Dezenovede Dezembro efundou os jornais Cenáculo,Esfinge, Ramo de Acácia, Pitá-goras, Brasil Cívico, Pátria e Lare Luz de Krotona, entre ou-tros,Colaborou na revista Azul e nas revistasClube Curiti-bano, aEscola e Jerusalém.

DAVID CARNEIRO(1879-1928). Foi um dos funda-dores da Gazeta do Povo, em1919, e de ODia, em 1923.

DIAS DA ROCHA FILHO(1862-1895). Redigiu o jornalmanuscrito Paz e colaborou noJornal do Comércioe no CorreioPaulistano.

DICÉSAR PLAISANT(1898-1969). Foi escritor. Traba-lhou como redator na Gazeta doPovo.

ELBE POSPISSIL(1893-1943). Trabalhoucomoti-pógrafoe fundouos jornais O

ornalistas nem sem-pre se destacam pe-

rante a comunidade. Otrabalho em geral é anôni-mo. Contudo, no caso deCuritiba, pode-se dizerque ao longo do tempo acidade reconheceu a im-portância de vários jorna-listas na sua história. Em

pesquisa inédita realizadapelo Extra Pauta, sobre asruas que ganharam nomede profissionais da impren-sa, aparecem mais de 100homenageados. Issoatesta de um lado ocarinho com que algunsjornalistas sãoconsiderados por seus lei-

tores, mas também dimen-siona a relação com a polí-tica e outras áreas que amaioria dos profissionaistiveram em vida. Muitosdos homenageadosfunda-ram jornais, ouexerceram cargospúblicos como de-putados e vereadores, ou

ainda no poder judiciário.Menos de 10%, no entan-to, chegou a ter na home-nagem a denominaçãoprofissional, tais como osjornalistas Caio Machado,Ali Bark, Gilberto Mezzo-mo e José Augusto Gumy.

A homenagem com adenominação num logra-

douro público em Curiti-ba, como noutras cidadesbrasileiras, obedece a umcritério simples: é neces-sário que o homenageadotenha falecido e que al-gum vereador encaminheum projeto com a home-nagem para votação naCâmara Municipal. Em al-guns casos, o projeto évo-tado com suadenomina-ção, se ahomenagem se dará emforma de rua, escola,travessa, largo ou praça.A maioria dos pro-jetosaprovados, contudo, sãode logradouro públiconão especificado que,com o tempo, passam aser utilizados pelo muni-cípio.

O fato de Curitiba ho-menagear com certa fre-qüência jornalistas deve-

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JOAQUIM D’ALMEIDA FARIASOBRINHO - PRESIDENTE FARIA

(1847- 1893). Foi advogado,professor e presidente da Pro-

víncia. Redigiu A GazetaParanaense.

M E M Ó R I A

CENÁRIOS DA CIDADEIMORTALIZAM JORNALISTAS

CENÁRIOS DA CIDADEIMORTALIZAM JORNALISTAS

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Proletário,OTrabalho,ATribunaeRevistadoSul.Foisecretário-de-redação do Diário da Tarde edeputadoestadualem1936.

ELIAS KARAM, VEREADOR(1902-1975). Foi comerciante,industrial, advogado, jornalista eescritor. Foivereadorde Curiti-bapor quatro legislaturas e dire-torda ImprensaOficial do Esta-do.

EMILIANO PERNETTA(1866-1921). Poeta e jornalis-ta,trabalhou na Cidade do Rio eem Novidades, jornais do Riode Janeiro.

ERMELINO DE LEÃO(1871-1932). Jornalista e escri-tor. Redigiu A Opinião e A Ver-dade, em São Paulo; O Diárioda Tarde e A Notícia, em Curi-tiba; e o Antoniense, de Anto-nina. Foi presidente da Dele-gação Brasileirade Imprensa.

ESPERANDIO DOMINGOSFOGGIATO(1887-1970)Repórter-fotográfi-co.Trabalhou no jornal O Dia e naGazeta do Povo.Em38,ven-ceuoISalãodeFotografias doParaná.Fez depois, carreira co-moempresáriodecinemaecirco.

ESTEFANO MIKILITAEra deputado e possuia uma re-vista ucraniana..

EUCLIDES BANDEIRA(1876-1947). Fundou e dirigiu di-versos jornais.

EZIO ZANELLOTrabalhou no Diário da Tarde,onde foi editor de esportes

FÁBIO DE SOUZA(1882-1949). Era professor do Co-légio Bom Jesus, em Curitiba. Dir-igiu e colaborou com o jornal Vé-ritas, em 1916.

FERNANDO SIMAS(1851-1916). Médico, foi um dosfundadores dojornalLivre Paraná.

FLÁVIO RIBEIROFoisecretárioderedaçãodeODia.

FRANCISCO RAITANI(1897-1971). Foi redator-chefe deODiaeda revistaMundoEspírita emantevecolunajurídicanaGa-zetadoPovo.FRANCISCO STOBBIAEscrevia sobre artes para o DiáriodaTarde.

GERALDO RUSSI(1933- 1968). Era jornalista de OEstadodoParanáecorresponden-te

das revistas Manchete e Fatos &Fotos.

GILBERTO MEZZOMO(1944-1968). Foi repórter do Diá-rio dos Campos e da sucursal daÚltimaHora,emPontaGrossa. EmCuritiba, trabalhou no jornal OEstadodoParaná,naassessoriadeimprensadaSecretariadeEducaçãoe Cultura enaRádio Guairacá.

HEITOR STOCKLER DE FRANÇA(1888-1975). Foium dos criadoresdoSESI-ServiçoSocialdaIndús-tria,no Paraná. Além de industrial, foitambémpoeta e jornalista.

HEITOR VALENTE(-1959) HeitorGurgel do AmaralValente foi alto funcionário daAssembléia Legislativado Paraná.Como jornalista colabo-rou noEstilário, Diário da Tarde, ANotícia, O Olho da Rua e Cor-reio do Paraná.

HERBERT MUNHOZ VAN ERVENFoi colaboradorde vários jornaisparanaenses.

HILDEBRANDO DE ARAÚJO(1885-1948). Foi proprietário doDiário da Tarde.

HUGO SIMAS

(1860-1930). Foi desembargador,escritor e, como jornalista, traba-lhou nos jornais Diário da Tarde eComérciodoParaná.

JACINTO CUNHATrabalhou em rádio, na BRB-2Rádio Clube Paranaense.

JAYME BALLÃO(1860-1930). Fundou o Diário doComércio e dirigiu o Diário daTarde.

JESUÍNO LOPES(1855-1918) Dirigiu o jornal A Re-pública. Filho de Cândido Lopes,foi diretor do jornal Dezenove deDezembro.ComIldefonso PereiraCorreia fundoua Impressora Para-naense.

JOÃO AMARAL DE ALMEIDATrabalhou nos jornais O Dia e OEstado do Paraná.

JOÃO ANTONIO BARROS JR.(1836-1912).FoipresidentedaCasade Justiça, desembargador. Comojornalista, fundouoprimei-ro jornalrepublicano do Paraná: “OperáriodaLiberdade”.

JOÃO GUALBERTO(1874-1912). João GualbertoGomesdeSáFilho foi engenhei-ro

militar eumfanáticopelo tiro. FoiredatordeODiáriodaTarde, em1910.

JOÃO ITIBERÊ(1870-) João Itiberê da Cunha foiredator de A Imprensa e críticoteatral do Correio da Manhã,jornais do Rio de Janeiro. Cola-borou em O Cenáculo, de Curi-tiba,noLeFigaro,daFrança,enosjornais belgas LeJeuneBélgiqueeL’IndependenceBelge.

JOÃO RIBEIROFoi diretor deesportes deO Dia.

JOAQUIM D’ALMEIDA FARIASOBRINHO - PRESIDENTEFARIA(1847- 1893). Foi advogado,professor e presidente da Pro-víncia. Redigiu A Gazeta Para-naense.

JOAQUIM JOSÉ PEDROSA( 1857-1916). Foi advogado,deputado eprefeito de Curiti-ba.Como jornalista, colabo-

se a ação direta depessoas como o jornalistaAli Bark, que, mesmo nãotendo si-do vereador,conseguiu in-dicar váriosprojetos à ca-sa e, apósseu falecimen-to, tornou-se nome de rua no bairroSanta Cândida.Atualmente, quem maisfez propostas de nomesde logradouros públicos ajor-nalistas é o vereadorMá-rio Celso Cunha, netodo radialista JacintoCunha (também nome derua), responsável diretopela transformação daPraça Porto Alegre emPraça Vivian CalopresoBraga, no Juvevê. Ahomenagem mais recente,

ao jornalista João RégisFassbender Tei-xeira, filhode outro home-nageado,Napoleão Lyrio Teixeira epai da jornalista ReginaKracik Teixeira, quetrabalha na Folha doParaná, também partiu de

passado.

OUTRO TEMPO

A maioria das home-nagens são para pessoasque viveram um tempodistinto na própria organi-zação da categoria noParaná. No século passa-do, bastava alguém de-monstrar qualidades aodebate político, literaturaou mesmo à arte gráficapara trabalhar ou fundarjornal e ser consideradojornalista. Assim foramCândido Lopes, tipógrafo

Sobrinho, o PresidenteFaria, que redigiu na Ga-zeta Paranaense epresidiu a Província doParaná, cargo equivalentehoje a governador. Outraperso-nalidade quetrabalhou por curtotempo na im-prensa foiJoão Gualberto,engenheiro militar e re-dator do Diário da Tardepor um ano apenas, em1910. Mesmo após acriação do Sindicato dosJornalistas em 1946, cujacarta sindical foi obtidapor José Augusto Gumy(nome de rua do bairro doPortão)- eram jornalistasos que trabalhavam emjornais, inclusive patrões.Por muitos anos puderam

obter registro como jorna-lista, radialistas notáveiscomo Rubens Chagas,Aluízio Finzetto, LourivalPortella Natel e JacintoCunha, diretores de jornalcomo Raul Vaz e ArcésioGuimarães, e mesmo co-laboradores, como NeyLeprevost (avô do atualsecretário de Estado doEsporte e Turismo).

Outra reflexão possí-vel com esta pesquisa: oenvolvimento de jornalis-tas com a política, o quefez inevitável as home-nagens. Acyr Guimarães,Carlos René Egg, ElbePospissil, Estefano Miki-lita, Reinaldo Machado eUlisses Viera foram depu-tados; Joaquim José Pe-drosa e Maurício Fruetforam prefeitos de Curi-

EM IL IANOPERNETTA

(1866 -1921).Poeta e jornalis-ta,

trabalhou naCidade do Rio eem Novidades,

jornais do Rio deJaneiro.

Mário Celso. A pequenapraça diante do Tribunalde Contas desde 14 demarço leva o nome deJoão Régis, falecido ano

que criou o Dezenove deDezembro, primeiro jor-nal do Paraná, seu filhoJe-suíno Lopes, ou mesmoJoaquim D’Almeida Faria

JOÃO GUALBERTO(1874-1912).

João GualbertoGomes de Sá

Filho foiengenheiro militar

e um faná-ticopelo tiro. Foiredator de O

Diário da Tarde,em1910.

CÂNDIDO LOPES(1803-1879). Criou

oDezenovedeDezembro,em

1854, oprimeirojornalparanaense.

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rounoDezenovedeDezem-bro.

JOFRE CABRAL E SILVA(1915-1968)Advogado, funda-dordo Santa Mônica Clube deCampo, foi presidente do Atléti-co. Colaborou na Gazeta do Po-vo.

JORGE GOMES ROSATrabalhou no Diário da Tarde.

JORGE LACERDA(1915-1958).Médicoe jornalis-ta.PertenceuàAssociaçãoBra-sileirade Imprensa. Dirigiu Letras eArtes, suplemento do jornalcariocaFolhadaManhã.

JOSÉ AUGUSTO GUMY(-1970). Decano dos jornalistasparanaenses, foi fundador epresidente do Sindicato dos Jor-nalistas epertenceuaAsso-ciaçãoBrasileirade Imprensa.

JOSÉ CADILHE(1881-1942). Também teatrólo-go, foi diretor do Diário do Co-mércio,deParanaguá,eDiáriodosCampos, emPontaGrossa.

JOSÉ ERICHSEN PEREIRA(1909- 1964). Trabalhou comorepórter e redator dos periódicosDiário da Tarde e A Tarde e foi

diretorde O Dia ede OEstado doParaná.

JOSÉ HOFFMANJornalista em Ponta Grossa, foidiretor do Diário dos Campos.

JOSÉ MEHRYTrabalhou noEstado do Paraná.

JOSÉ MUGGIATI SOBRINHOFoi redator-chefe da Gazeta doPovo e do Paraná Esportivo.

JOSÉ PEIXOTO WERNECKFoi redator deOEstadodoParaná.

JULIO CESAR HAUER(1891-1958).Colaborouno Diárioda Tarde, no Olho da Rua, naRevista do Clube Curitibano, naGazeta do Povo, no O Dia e naSonetosParanaenses.

JUSTINIANO DE MELLO E SILVA(1852-1940). Colaborou no jornalDezenovedeDezembro.FundouosjornaisVinte eCincodeMarço-queacabou empastelado por inimigospolíticos -,OPara-naense, o JornaldoComércio eo Sete de Março, “örgãodasRe-formasSociais”equedefendia a instauração daRepública.

LEOCÁDIO CORRÊA(1848- 1886) Era médico. Comojornalista, redigiu O Itiberê e LivreParaná.

LEONOR CASTELLANO(1899-1969). Foisecretária da Pro-curadoria Geral do Estado. Comojornalista, dirigiu a seção LeiturasFemininas, do jornal Correio daManhã, o jornal A Filha de Maria-das Filhas de Maria das DivinaProvidência-, a Revista do Centrode Letras do Paraná e a Revista doInstituto de Pesquisas e Históricase Arqueológicas. Cola-boroucomO Estado do Paraná e Correio doParaná.

LOURIVAL PORTELLA NATEL(1905-1965). Registrou-se comojornalista,mastrabalhavaemrádio.Era locutordaRádioGuai-racá, emCuritiba.

MANOEL MAGALHÃES DEABREUFoi diretor de O Dia.

NACIM BACILLA NETOTrabalhou na Gazeta do Povo.

NAPOLEÃO LOPES(1885-1960). Advogado, escri-tore jornalista, colaborou em jornais

noParaná, RioGrande doSul,Riode Janeiro e São Pau-lo. Fundouem Porto Alegre a revista Bico daChaleira; em São Paulo, a PolíciaPolítica; e em Curitiba, OMomento.

NAPOLEÃO LYRIO TEIXEIRAFoi colaboradorde vários jornais

NESTOR VICTOR(1868-1932). Nestor Victor dosSantos foi secretário da Confede-ração Abolicionista e do ClubeRepublicano do Paraná. Foi chefedo Diário do Paraná e colaboroucom os jornais Cidade do Rio deJaneiro, Jornal do Commércioe OPaís, entreoutros.

NEY LEPREVOSTFoi colaboradorde vários jornais

OCTÁVIO SECUNDINO(1887-1967) Trabalhou em váriosjornais em Antonina, Paranaguá eCuritiba.

OMAR GONÇALVES DA MOTTAFoidiretordeODia esecretáriodaFazendanogovernoManoelRibas.

OSCAR PLÁCIDO E SILVA(1892-1963). Advogado, escritor,professor e jornalista, foi um dosfundadores e proprietários da

GazetadoPovo.

PAULO ILDEFONSOASSUMPÇÃO(1929- 1962). Foi crítico de artesdo Diário da Tardee de A Repú-blica.

PERCIVAL LOYOLA(1900-1962). Foi delegado depolícia e juiz. Atuouem Jornalis-mo colaborando com O Dia, aGazetadoPovo,o Diário da Tar-de,deCuritiba, enoOGlobo,naNoite IlustradaeAManhã,doRiode Janeiro.

RACHEL PRADO(1891-1953). Iniciou no jornalis-mo aos 14 anos de idade, noperiódicoARepública,queeradeseupai, Joaquim AntoniodaSilva.NoRiodeJaneiro, colabo-rounoJornal do Brasil, criou a EditoraRavário e organizou o curso deJornalismo Profissionale o ClubedeMulheres Jorna-listas.

RAUL VAZFoi diretor do jornal O Dia epresidente do Tribunal deContas.

REINALDO MACHADO(1868-1918). Médico, depu-

t iba; Elias Karam,vere-ador; JoaquimD’Almeida FariaSobrinho, presidente daProvíncia. Outro jorna-lista que teve atuação napolítica foi Roberto Bar-rozo, que por duas vezesfoi suplente de deputadofederal e secretário deestado, e em cujo inícioda rua em sua home-nagem foi construída asede do Jornal do Estado,de propriedade do seufilho.

Com o passar dosanos e o crescimento dacida-de, são raras ashomena-gens de grandesavenidas com nome dejornalistas, como na

Avenida Mau-rício Fruet.Em geral, as homenagensatuais são de praçasrecém-construídas, ruasem bairros novos ou

Leme e localizada noCentro Cívico. Outro casocomum é a mudança dahomenagem de lugarespara pessoas. A tradicio-nal pracinha Porto Alegre,do Juvevê, localizada auma quadra do campo doCoritiba, tornou-se PraçaVivian Calopreso Braga.

DISPUTA

Em Curitiba, no casoda Prefeitura requerer a

dois terços dos moradoresda rua.

Ano passado, em vir-tude de duas ruas Palmei-ras em Curitiba, uma naÁgua Verde e outra noPrado Velho, a Prefeituratentou retirar o nome dalocalizada na Água Verdee substituí-la pelo nomedo repórter fotográficoEsperandio DomingosFoggiato. Por identificar onome Palmeiras com aprópria história da ÁguaVerde, os moradores en-traram com abaixo-assina-do. O impasse foi solucio-nado com o batismo darua na Vila das Torres, noPrado Velho, com onome do jornalista, elaque até então não possuíaum nome oficial.

ALMA DAS RUAS

Curitiba carece de umlevantamento sobre quemforam as personalidadeshomenageadas que em-prestam seus nomes aos

logradouros públicos dacidade. A Biblioteca daCâmara Municipal tem aintenção de realizar estetrabalho, mas isso nãopassa de projeto. De con-creto mesmo, há o impor-tante e solitário trabalhodesenvolvido pela histori-adora Maria Nicolas - quefoi homenageada comuma rua no Sítio Cercado-e os livros recentes do jor-nalista “urbenauta” Eduar-do Fenianos.

Dos anos 60 ao início

ROBERTOBARROSO

(1895 - 1965).Dirigiu em

Paranaguá arevista Cruzada eos jornais Diáriodo Comércio,oEco e O Jornal,

além do Diário daTarde, emCuritiba.

mesmo próximas ao cen-tro, mas que nãopossuíam nome até porterem uma quadra só.Assim é a Rua NacimBacilla Neto,perpendicular à Mateus

mudança de nome de ruaou praça, os moradorestêm como manter o nomeantigo. Faz-se necessárioum abaixo-assinado, comadesão de pelo menos

NE ST OR D ECA ST RO

(1869-1906)Jornalista doDezenove deDezembro, em

1894, redatoriou aFederação, Foi

redatordo jornalcarioca “ Cidade

do Rio”.

M E M Ó R I A

CAIO MACHADO(1885-1954)

CaioGracchoMachadoLimafundou os jornais Folha da

Manhã, A Noite e ODia, noParaná, eONacionaleGazetada

Bolsa, no Rio de Janeiro.

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tado e jornalista, foi redator-chefe doDiário da Tarde.

REINALDINO SCHAFFENBERGDE QUADROS(1878-1929). Colaborou noDiário da Tarde, Olho da Rua,Comércio do Paraná, Álbum doParanáe JornaldosPoetas.

ROBERTO BARROSO(1895- 1965). Foi advogado, po-lítico e tabelião. Como jornalistadirigiu em Paranaguá a revistaCruzada e os jornais Diário doComércio,oEcoeOJornal, alémdoDiário daTarde, em Curitiba.

ROCHA POMBO(1857- 1933). Era historiador eescritor. Comojornalista, redigiupara O Ecodos Campos,Castro,Gazeta Paranaense e Diário doComércio.

RODRIGO DE FREITAS(1888-1945). Dirigiu o Diário daTarde, o Correio do Paraná e ODia. Foi redator do jornal ARepública. Dirigiu A Batalha e aEsquerda, jornais do Rio deJaneiro.

ROMÁRIO MARTINSIniciou como aprendiz de tipó-

jornalista, trabalhou no O Dia,no Diário de Notícias, OGlobo, O Estadode São Paulo eGa-zeta do Povo, ondecolaboravacomacoluna Direitono Tra-balho.

JULIO ALÍPIO BEGHETTO(1960-1992). Foi jornalista doCorreio de Notícias e da Secre-taria deComunicação Social doGoverno, tendoexercidoocargodeporta-vozno governo RobertoRequião.

VIVIAN CALOPRESO BRAGA(1959-1991). Foiapresentadoraerepórter daTVParanaense/Canal12.Trabalhoucomore-pórter noJornal do Estado.

P A R A S A B E R M A I SNesta relação só foram consi-derados os jornalistas que re-sidiram ou trabalharam no Pa-raná. Esta pesquisa não repre-senta a totalidade dos jorna-listas homenageados. Suarealização foi feita através:•Consulta no livro Almas dasRuas (Vol. I, II, III e IV), deMaria Nicolas• Entrevista com João DedeusFreitas Neto• Cruzamento de dados daDRT com a lista telefônica.

Foi diretor do Diário do Paraná

FRANCISCO M . ALBIZUColaborou em vários jornais, naáreaesportiva.

MAURÍCIO FRUET(1939-1998). Foi advogado e ve-reador, deputadoestaduale fe-derale prefeito de Curitiba. Comojornalista, trabalhou no Diário daTarde, antes de ingressar na polí-tica.

LARGOS

FREDERICO FARIA DE OLIVEIRA(1895-1957). Foi diretor de ODia, colaborador da Gazeta doPovo e redator de A Tarde.

TRAVESSAS

FLÁVIO LUZ(1887-1964). Um dos fundadoresda PRB-2, colaborouno Diário daTarde, na Gazeta do Povo, em ODia enaRevistade Espiritualismo,além de A Careta e Diário deNotícias, do Rio de Janeiro.

LEOCÁDIO PEREIRA DA COSTA(1832-1884). Fundou o primeirojornal editado em Paranaguá, o

Comércio do Paraná. Colaborouna revista Itiberê, em 1882.

NESTOR DE CASTRO(1869-1906). Foi considerado “opríncipedospolemistasdoPara-ná”.Jornalista do Dezenove deDezembro, em1894, redatoriouaFederação, órgão federalista. Foiredator do jornal carioca “ Cidadedo Rio”.

SYLVIO VAN ERVEN(1887-1964). O coronel SylvioVan Erven foium dos fundadoresdo Corpo de Bombeiros doParaná. Editou o anuário Sul doBrasil e, por dez anos, a revistaExpansãoEconômica.

PRAÇAS

GENEROSO MARQUES(1844-1928). Generoso Mrquesdos Santos foi advogado, po-líticoe jornalista. Foi presidente doEstado do Paraná. Como jor-nalista redigiu os jornais Paraná eProvíncia do Paraná. Fundou AReforma, em 1881.

JOÃO RÉGIS FASSBENDERTEIXEIRA(1936-1998) Advogado, escritor e

grafo,noDezenovedeDezem-bro.Como jornalista, colaborou noDiário do Comércioe A Tribuna efundou as revistas O Domingo,Cidade de Curitiba, O Meio, APena, AEvolução, Turris Eburnea,Álbum,Caras&Car-rancaseParanáModerno.

RUBENS CHAGASEra radialista

SANITO ROCHA(1881-1935). Luciano Ignácio daRocha Júnior colaborou no Diárioda Tarde, O Dia e no ARepública.

SILVEIRA NETTO(1872-1942). ManoelAzevedoSil-veira Netto foi poeta e , comojornalista, fundouasrevistasALuta,O Guarani, Turris Ebúrnea ePallium. Foi um dos fundadores ecolaboroucomOCenáculo.

ULISSES VIEIRA(1885-1942).Advogado,delega-doe deputado, dirigiu o Diário daTarde.

AVENIDAS

ADERBAL GAERTNER STRESSER

da década de 80,Maria Nicolas editoucinco volu-mes da obra“Almas das Ruas”, ondetrouxe a bio-grafia

resumida das pes-soasque tiveram os nomes im-pressos em pla-cas nacidade. Nos livros sente-se a transforma-ção da vilaem cidade, a partir doabandono do hábito debatizar as ruas pelas suascaracterísticas. Comoexemplo, a Rua daLadeira e do Jogo de Bo-la, foi posterior-mentechamada de Rua da As-sembléia, por nela ter sidoins-talada a primeiraAssem-bléia LegislativaProvin-cial, em 1854, eé hoje a Doutor Muricy,em ho-menagem aomédico bai-ano JoséCândido da Silva Muricy,fundador da Casa deMisericórdia de Curiti-ba.A pesquisa de MariaNicolas mostra ainda que30% das ruas homena-geiam pessoas comuns,gente pacata cujo real –e importante - valor foi aho-nestidade.

O trabalho de Fenia-

nos surgiu de uma aven-tura pelas ruas da cidade.Em 98, ele percorreu todasas 8.124 ruas oficiais deCuritiba, conversou commoradores e fezanotações sobre as ruasque passou. Este material- assim como os livros deMaria Nicolas- serviramde base para a criação deuma coleção de livrossobre os bairros deCuritiba. Fenianos jáeditou 15 exemplares,pela sua editora Univer-cidade (escrita assimmesmo, com c). Conhece-dor das ruas que home-nageiam jornalistas, o “ur-benauta” destaca a Ro-mário Martins como umsímbolo do país. “Ela éuma ruela pequena noJar-dim Social, tem suaspla-cas enferrujadas e estáabandonada. Mostra bemcomo o Brasil valoriza suaprópria história, na medi-da que aNelson Rockefellerestá bem cuidada”, enfa-

tiza.

OUTROS NOMES

Além de ter home-nageado mais de cem jor-nalistas paranaenses, Cu-ritiba não se esqueceu dedar nomes a jornalistas fa-mosos no país e que nun-ca residiram no Paraná,como Saldanha Marinho,Quintino Bo-caiúva, Lin-dolpho Collor- avô do ex-pre-sidente-, e Al-cinoGuanaba-ra, para citarsomente al-guns. Na cida-de há tambémuma rua AssisChateubriand,em homena-gem ao funda-dor dos DiáriosAssociados.C u r i t i b a ,contudo, nãolembrou Chatôcomo jor-nalista, mascomo embai-xador.

PRAÇAVIVIAN CALOPRESO BRAGA

(1959-1991). Foiapresentadoraerepórter daTVParanaense/Canal12. Trabalhoucomorepórter no

Jornal do Estado.

e jornalista, trabalhou no ODia, no Diário de Notícias, O

Globo, O Estado de São Paulo eGazeta doPovo, onde

colaborava coma colunaDireito no Trabalho.

M E M Ó R I A

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PRAÇAJOÃO RÉGIS FASSBENDER

TEIXEIRA(1936-1998) Advogado, escritor

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oda a segunda-feira,o jornalista Aloar

Odin Ribeiro oferece umpresente aos leitores daGazeta do Po-vo: a colunaOntemeHoje, queemcada

EMOÇÕES E ESTÓRIAS DO FUTEBOLT edição traz uma

homenagemde meiapáginaaum ídolodofutebol, árbitrooudirigentedo passado:umlevantamentohistórico inédi-to na imprensa paranaense.A iniciativa só poderia partirde Aloar, que comemorou

em março 40 anos na

editoria deesportes do jornale sempre teve o hábito decolecionar artigos e grava-ções sobre futebol, além defilmes de cinema dopassado.

Seu arquivo contémrari-dades como um vídeocom uma coletânea de golsde Si-cupira, fitas cassete ede ví-deo de Atletibas edecisões de campeonatos.Algunsdis-cosem vinil forampossíveis por que Aloarpagou a Eugê-nio Felix, quepossuia um es-túdio etransformava as fitas emacetato. Há também fil-mesde jogos, cujas imagensforam gravadas por Eugênioeosom acrescidoatravésdecópia em fita cassete datrans-missão de rádio. Todoeste ma-terial, incorporadoao arquivo da própriaGazeta, dão suporte para asmatérias.Sua experiência e

seu sentido de organizaçãofazem, no en-tanto, asdiferenças.“Eu vivia sempreno campo e cobria todos osclubes. Vi grandes jogos ecraques daqui e de fora. Eacho que vivi a grande fasedo futebol, do rádio e docinema”,afirma.

A coluna é uma formadoprofissional resgatar ahis-tória do futebol paranaensee contar um pouco sobre oqueviu e escreveunopassa-do.Nacoluna já foramrelata-das as carreiras de craquescomoAfinho, Jackson,Toca-fundo,Carazzai, AlceuZau-er, Ciseno Brandalise e Ha-roldo Fedato, entre outros.Para Aloar, a entrevista maisemocionante foi mesmo acom oex-zagueirodoCoriti-ba. “O Fedato foi para mimomaior jogador queoCoriti-ba teve em todos os tempos.Eraa emoçãodeleemrelatar

a sua história eoque agenteia sentindo”, lembra Aloar,queé “coxa-branca”confes-so.Outramatéria especial foia realizada com Coutinho,quenoSantos fezduplacomPelé e que depois de publi-cada emocionou o ex-joga-dor. “Eleme mandouatéumcartão,dizendoque foiapri-meira vez que contaram ahistória dele sem deslize”,destaca.

Aodarvozacraquesdopassado, a coluna encantanãoapenasa torcedores sau-dosistas, mas porqueconvida à reflexão sobre ofutebol pra-ticado hoje. “Amaioria fala quemuita coisano futebol de hoje estáerrada”, comen-ta Aloar.“Hoje os jogadores têmpreparo físico, mas quan-toa preparo técnico deixam adesejar. E os esquemas táti-cosprendemdemais a bola.Hoje, quando sai um 3x2 éuma maravilha. Antes os jo-gos tinham mais gols. Era4x3, 4x4: uma diferençabrutal”.

ANÚNCIODIÁRIO POPULAR

Aloar Ribeiro: vivendo e escrevendo a história do futebol.

Própria Iniciativa

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nte ao problemaconstante de saúde

dos repórteres cinemato-gráficos, o Sindicato dosJornalistas e a ARFOC mos-tram-se preocupados. Asolução às empresas – eque se revela mais baratado que pagar no futuro osalário de um funcionárioem licença médica- éinvestir na prevenção delesões, organizando ativi-dades físicas e de relaxa-mento aos repórteres e,sobretudo, optar por umequipamento mais leve.

Como as demais emis-soras da Rede Globo, a

Décio Quequi se surpreende de como nãopegou alguma doença transmissível, nos 20 anosde trabalho como repórter cinematográfico. Elefoi um dos repórteres escalados para cobrir agrande enchente sobre União da Vitória, em 83,quando chegou a atravessar o rio Iguaçu à noite,sem colete salva-vidas. Ele também recorda deenchentes curitibanas, como a de 88. “Eu estavana Praça Osório, diante do Mercadorama , coma água pelo peito e via coisas estranhas flutua-rem”. Tudo por imagem sensacional, uma cober-tura diferenciada na telinha.

TV Paranaense - Canal 12uti-liza câmaras emsistema Betacam, quechegam a pesar 13,5quilos. As câ-maras dasoutras emisso-ras são umpouco mais le-ves,chegam a 10 quilos. NaEducativa, as câmaras emVHS Super que utilizapesam seis quilos. Somen-te na TV Curitiba Canal 2(Bandeirantes) o peso nãoé problema. A emissoraoptou pelo sistema digital,em que as câmeras são me-nores e pesam três quilos.

Os problemas de saú-de são provocados não

apenas pelo peso, maspe-la manutenção doequipa-mento por longosperíodos sobre o ombroe o fato deles terem detrabalhar com o corporígido, para não tremer aimagem, ainda quandonão estão em lugaresplanos. Décio Quequilembra-se de um show noEstação Plaza, em que eleteve de tra-balhar o tempotodo torto, detrás de umacoluna. “Em um dia,pode-se per-der otrabalho de um ano defisioterapia”, esclarece.

SEM TRIPÉS

Entre os tipos de co-bertura mais devastadorasa saúde dos repórteres, es-tá o jogo de futebol. Du-rante as partidas é comumver os repórteres com ascâ-maras suspensas nosom-bros por um longotempo da partida. É aúnica forma de registrarum lance im-portante,com o impacto exigidopela televisão atual. Otripé acaba sendodeixado de lado pelospró-prios profissionais,sob a justificativa de quelimita a capacidade de

Na próxima edição, serão apresentadosproblemas semelhantes com os

repórteres fotográficos.

Um dos maiores ini-migos à saúde dos repór-teres cinematográficos sãoos repórteres perfeccio-nistas e os inseguros, quechegam a repetir uma pas-sagem inúmeras vezes, atéacertar. “O momento dapassagem, conforme orepórter com quem se tra-balhe, é terrível”, afirma orepórter cinematográficoPedro Serápio. “Há repórte-res recém-formados e queestão inseguros, que che-gam a fazer 20 passagens.

trabalho.Para o repórter cine-

matográfico cansado ouque sente muitas dores nocorpo, a utilização do tri-pé pode, contudo, ser umaalternativa para não per-der o trabalho. Décio Qué-qui recorda de alguns co-quetéis em que instalou oequipamento no canto eo repórter ou o assistenteforam atrás das personali-dades para a entrevista.Algo que era muito co-mum na década de 60,quando as câmaras eramainda mais pesadas e nãohaviam os equipamentosportáteis.

A

SURPRESA INEXPERIÊNCIA DE REPÓRTERESCONTRIBUI PARA AGRAVAR PROBLEMAS

Isso começa a produzir es-tresse na equipe”.

Outro problema são osrepórteres que não buscamadequar suas entrevistas aotempo necessário para atelevisão. “Há pessoasque são entrevista-das e falam inin-terruptamen-te por 10,15 minutos.Quando ter-mina a en-trevista, nós,cinegrafistas,

EMPRESAS PRECISAM INVESTIR NA PREVENÇÃO DE LESÕESEMPRESAS PRECISAM INVESTIR NA PREVENÇÃO DE LESÕES

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Pedro Serápio: reclamações.

estamos acabados”, diz.

Cena comum em jogo de futebol: repórteres cinematográficoscom as câmaras empunhadas nos ombros por um longo período

de tempo.

Cena comum em jogo de futebol: repórteres cinematográficoscom as câmaras empunhadas nos ombros por um longo período

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exemplodaGazetaMercantil, o jornal

Lance! está apostando naregionalização das suasedições. A intenção é sefir-mar como o maiordiário esportivo do país,name-didaque desde suacria-ção em novembrode97 possui ediçõesdistintas para São Paulo eRio de Ja-neiro,produzidasnos pró-prios estados. Osegundo passo doempreendimen-to foidado em março, com olançamento do Lance!Paraná, que des-de o dia6 tem disputado apreferência dos leitorescom jornais que priori-zam o esporte comoaTri-buna do Paraná e o Diá-rio Popular, além dos ca-dernos de esporte dos ou-tros jornais. Com a regio-nalização, o Lance! au-mentou sua presença nasbancas em Curitiba. An-

LANCE! TEM EQUIPE NO PARANÁ

tes, chegavamacidademilexemplares.Agorasãodezmil na segunda-feira (diade maior procura por es-portes) e sete mil nos de-mais dias da semana.

A rapidez com que oprojeto foi implantado noParaná surpreendeu atémesmo a Julio TarnowskiJúnior, editor responsávelpelo Lance! no Estado. “Aintenção era primeiroim-plantar o jornal emBelo Horizonte ePorto Ale-gre,lugares com clu-bes

de maior tradi-ção nofutebol”, diz. Curitiba foi,no entanto, a “bola davez”, pela suaproximidade com SãoPaulo, pela ascensão dosclubes no futebol brasilei-ro, demonstrada pelascampanhas do Atlético edo Coritiba, em 96 e 98,pelo título brasileiro doRexona no vôlei feminino

e, sobretudo, o contratocom o Grupo J. Malucelli(dirigido por Joel Malu-celli, ex-presidente do Co-ritiba e um dos proprietá-riosdoMalutrom),queres-ponsabiliza-sepelacomer-cialização e distribuiçãodo veículo. A redação fi-coupor contadeJulio,queestá criando a sua própriaagência: a Sport News,em parceria com o jorna-lista Alexandre Teixei-ra.“Aagência teráoLan-ce! comoprodutoprin-cipal, mas a intençãoé também oferecer

servi-çosaoutrosveículos”,diz.Por ora, Julio con-tacom jornalistas contra-tados em regime “free-lance”,comoorepórter Ed-mundo Inagaki, ex-Folhado Paraná, e os repórte-res fotográficos AlbariRosa, Gilson Abreu e De-nis Ferreira. A redaçãocom-pleta-se ainda com ocolu-nista Altair Santos,Tatiana Ribeiro e ThiagoAlmada, para pesquisa eapoio. Essa equipe fechadiariamentequatropáginascom notíci-as locais,incluindoacapadojornal,que é o principal motecomercial da regiona-lização.NocasodoParaná,as matérias são enviadas àredação do Rio de Janeiropor umsistema decompu-tador inédito no país, pormeio do qual o jornalistapré-diagramaapágina.NoRio de Janeiro ganha opadrão final dediagramação, para então,eletronicamente, serenviadoaSãoPaulo, ondeé impresso.

Regional

Jornal esportivo regionaliza edição em busca da liderança de mercado

A

Rádio Corredor

Parte da equipe do Lance!: Edmundo, Thiago, Tatiana, Julio e Gilson Abreu.

Ocurso de ComunicaçãodoPositivo inicia com seis pro-fessores jornalistas. Além docoordenador Alexandre Cas-tro,estão lá:TomazBarreiros,Zaclis Veiga, Marcelo Lima,Adriane Werner e MárciaLobato.

Hugo Abatti é o novo profes-sor de Reportagem em Tele-jornalismo, na PUC.

“Fanfarra Infante” é o nomedo terceiro livro do jornalistaOtávioDuarte,queestavahádoze anos afastado do mer-cado editorial. Realizado emparceria com o artista gráficoLuiz AntonioGuinski, o livrotrazpoemase fragmentos emprosa de Duarte e teve cadapágina tratada como se fosseuma tela, um quadro. Comoobra de arte que é, “FanfarraInfante” teve sua edição limi-tada a 55 exemplares nume-

rados e assinados, que estãoà venda na galeria Solar doRosário.

Giovanoni Winters deixou aCNT, onde era editor deinter-nacional. Foi para aSecreta-ria de ComunicaçãoSocial do Governo.

A edição especial sobrecrianças do jornal laboratório“Comunicare”, da PUC, estáentre os cinco finalistas doPrêmio Ayrton Senna, nacategoria Estudantes deComunicação. Na categoriaparticiparam 647 trabalhos.A entrega de prêmios acon-tece em 29 de abril.

Kátia Pichelli deixou a Pas-toral da Criança. Ela assumea assessoria da Embrapa,após ter vencido concurso.

A Editora Jornal de Beltrão,que edita o Jornal de Beltrão,

a revistamensalGentedoSule o jornal de humor Trago &Prosa inauguraem30deabrilsede própria em FranciscoBeltrão. O jornal temseis jor-nalistas- três diplomados etrês provisionados- e come-moraem1ºdemaiodezanosdecirculaçãonoSudoestedoParaná.

Marco Assef não é mais oas-sessor doCoritiba FootballClube. Por ora está frilando.

Adriana Mugnaini, AlineEsteves de Castro e DanielaWeber Licht, recém jorna-listas formadas pela PUC,criaram sua própria agênciade notícias: a Básica Comu-nicações Ltda.

IsabellaFrançadeixouaFolhado Paraná para dedicar-seexclusivamente àLiteral Link.A página dois do Ca-dernoDois é assinada agora porRuy Barroso, das segun-das

aos sábados.Aos domin-gos,a Folha publica a coluna deReinaldo Bessa.

Outras contrataçõesdaFolha:Luciana Pombo para a geral,elaqueestava na rádioCBN.Para a editoria de esportes,em substituição a EdmundoInagaki, que foi contratadopara o Lance !, o jornalista emúsico Fernando Tupã. Háseis anos ele residia nos Es-tados Unidos.

Joanita Ramos está a toda.Realiza na Livraria Arcadia ocurso para leigos “Relaçõescom a Imprensa e comuni-caçãocriativa”, queinicia em8 de abril. Em maio, outrocurso: “Jornal deEscola”, nasLivrarias Paulinas, que abor-dará aspectospedagógicos naelaboração de um jornal.

O escritor e jornalista AldirBuiar fez novo lançamentoda sua obra Raça Humana

Falsi-ficada. FoinaBibliotecaPú-blica do Paraná, em 25de março.

Os programas da Central deRadiojornalismodo jornalistaJorge Cury estão disponíveisaos internautas. A Centralconta com endereço ele-trônico (www.b.com.br/~crj), que traz o programasono-rizado, igualzinho aosrece-bidos e retransmitidospor 55 emissoras, em todo oParaná.

A Fundação Ecumênica deProteção ao Excepcionalprestou em 9 de março ho-menagem à colunista JurilCarnasciali, dandoseunomeao novo Complexo Educa-cional da entidade. Loca-lizado no Bacacheri, o Com-plexo deverá atender a 80crianças especiais,nos perío-dos da manhã e tarde.

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Luiz Alfredo Malucelli esteve na lista dos mais vendidos da revista Veja.

m fato raro. Um livrovendido somente em

Curitiba esteve em nono lu-gar na lista dos mais vendi-dosnoBrasil, norankingafe-rido e publicado semanal-mente pela Veja. A proezafoiconquistadapelojornalistaLuiz Alfredo Malucelli, logono seu primeiro livro: “Nemsó de pão vive o homem.His-tórias e receitas daColuna do Malu”, editadopela Le-traViva, do tambémjornalistaCelsoNascimento.Outra sur-presa: Maluobteve o nono lugar noranking da revista quecirculou entre 28 de fe-vereiro e 6 de março, sendoque o livro só foi lançadooficialmenteem9demarço,em noite de autógrafos noClubeCuritibano.

A fórmula do sucessode Malu foi reunir em ummes-mo livro estórias degente doParaná e receitas

JORNALISTA PARANAENSE É FENÔMENO DE VENDASculinárias, quedão otom dacoluna que escreve há doisanos e meio na Gazeta doPovo -sempre publicadaaossábados - e na revistaAlmanaque, do Mer-cadorama. Antes disso, portrêsanos,escreveuparao In-dústria&Comércio,quandodecidiu sempre encerrar aco-luna com uma receitaculi-nária. “As mulheresc o l e c i o - n a mtradicionalmente recei-tas.Mas, agora, tenho notadoissocomoshomens.Existemos que gostam de cozinharpor lazer ou mesmo terapia.Eu,quandocozinho,“viajo”:consigo limpar a cabeça ex-plicaMalu.

Luiz Alfredo Malucellicomeçouc o m ojornalistaem57, naGazeta doPovo. Em

59, transfe-riu-se para aTribuna do Paraná. Tra-balhou em rádio e TV. Em1970, foi para a área co-mercial da TV Paranaensee chegou a ser gerente dosetor por dez anos, de 80 a90. A facilidade comnúmeros e ba-lanços, o fezcorretor autôno-mo noParaná Banco, onde aindatrabalha. Seu talento decontador de estórias vemdes-de os tempos daTribuna, quan-do redigiauma coluna de es-portes.

Estórias de jornalis tas

Nolivro,as estórias apa-recem em capítulos específi-cos para cada profissão, ha-vendo um inteiro sobre es-tórias de jornalistas e radia-listas.“Neste livroháestóriasdoJoãoDedeusFreitasNetto,do Marcos Batista, do LuizGeraldo Mazza, do pessoalda Tribuna, da Gazeta...”,relataMalu. Os textos foramescolhidos por Celso Nasci-mento,que,segundooescri-tor,possuimaterial suficiente

MEU APELIDO É CACHORRÃO

Jorge EduardoMosquera, repórter, e Carlos Sdroiewski, fotógrafo,foram incumbidos de entrevistar o ditador Alfredo Stroessner, em suacasa em Guaratuba, logo depois que ele fora derrubado no Para-guai.Malchegaramperto,umsegurança,dearmaempunho, gritou:

- Nombre eapelido?Jorge respondeu:-Meunomeé Jorge masa turma me chamade Cachorrão...Só para quem não “habla” espanhol: nombre é nome; apelido é

sobrenome.Naquele tempo,JorgetrabalhavanaFolhadeLondrinaeeracostume

entre elesumchamaro outrode “cachorrão”.

FRANGO À MALU

O título não é cabotinismo. Foi dado pelo publicitário João JoséWerzbitszki, quando atendiaa conta daBatavo. OFrangoàMalu fezparte do receituário da Batavo e teve milhões de cópias distribuídaspeloBrasil.

IngredientesUmfrango inteiro, cebolas miúdas, bacon picadinho,200 gramasdemanteiga, trêsdentes dealhomoído,salgrossodechurrascoepimenta-malagueta agosto.

Como PrepararEncha o frango com as cebolas, bacon, alho, metade da manteiga eumacolher de sopade sal grosso. Costure bem. Unte o frango com oresto damanteigae asse o salgrosso. Asse em fogomédio( no forno).Noespeto,horaemeia sem furar.Espetepelas coxas paranãovazaromolho.

História e receita extraídas do livro“Nem Só dePão Viveo Homem-Histórias e Receitas daColuna doMalu”, de LuizAlfredo Malucelli.

TRECHOS DO LIVRO

paraeditar outrosdois livros.“Nem só de pão vive o

homem” teve 218 exem-plares vendidos sóno diadolançamento. A tendência éque a primeira edição, com2 mil exemplares, esteja es-gotada até o final de abril.Estápraticamente asseguradauma segunda edição, quedeveatenderaos pedidosde

livreiros deoutros estados, oqueaconteceuapós onomedo livro ter aparecido naVeja. “Eu nem sonhava queum dia estaria no ranking”,admite Malu. Este repentinosucesso, contudo, injetounele um pou-co de medo.É o receio de ma-goaralguma personagem nofuturo. “Aprocurapelo livroaumentou a responsabilida-de da gente. Eu continuo omesmo, não mudo e nãoque-ro magoar ninguém”.

U

alêncio Xaviervenceu o Prêmio

Jabuti, da Câ-maraBrasileira do Livro, de“Melhor ProduçãoEditorial”, por “Mez daGrippe e outros livros”. Acoletânea foi editada pelaCompanhia das Letras eesteve entre os livros maisven-didos no país anopassado. A obra haviatambém sido indi-cada nacategoria “Melhor Ro-

mance”. Pela vitória,Valêncio embolsou milreais em dinhei-ro, massobretudo teve aumen-tadoseu prestígio como escritor.O livro ainda concorre aoJabuti de “Melhor Livro doAno”, cujo prêmio serádivulgado em abril.

“Alguma coisamediziaque eu ía ganhar. O maisimportante de tudo é que,ao que me consta, essa é apri-meira vez que uma

obra lite-rária recebe esteprêmio. Nesta categoria, ospremiados são geralmentelivros de pintura e defotografia”, explica. Em seulivro, ele acresce à narrativaliterária imagens fac-similares de jornais,fotogramas de ci-nema efotografias: uma cola-gemque traduz as muitas fa-cetas de sua vidaprofissional. Para garantirfidelidade ao pro-duto final,o próprio Valêncioentregou a obrainteiramente diagramada àeditora.

O jornalista acreditaque o Prêmio Jabuti, por ser

um refe-rencial na literaturabrasileira, pode aumentar aprocura pelo livro, que jávendeu mais 1.500exemplares da primeiraedição de 3 mil. Emconseqüência da aceitaçãodo público à forma literáriaadotada por Valêncio e daampla divulgação que teve“Mez da Grippe...” nosprin-cipais cadernosliterários do país, aCompanhia das Letrasprogramou uma nova obrade Valêncio, a ser lançadaano que vem. Trata-se de“Menino Mentido”, cujosoriginais já fo-ramaprovados pela editora.

Literatura

VALÊNCIO CONQUISTA OPRÊMIO JABUTI

V

Valêncio Xavier conquista prêmio e já prepara novo livro.

O último lançamentode Valêncio foi “Meu7° Dia- Uma Novela Rébus”,lançado este mês emCuritiba, pela EdiçõesCiência do Acidente.

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possível comparar asexperiências vividas pe-

lo Ocidenteno fim do primeiromilênio e as ansiedades querondamachegadadoano2000?Foiesteodesafiopro-postopelosjornalistas Michel Faure eFrançois Clauss ao his-toriadorfrancês Georges Duby, um dosmaiores especialistascontemporâneos em históriamedieval. Essa longa entrevista,aliás, é um dos últimos registrosdo pensamento de Duby, fale-cido em dezembro de 1996.

É claro que mil anos sãoumtempomuitolongoparaquese possa falar de continui-dadesdiretas entre os dois con-textos.Ainda assim, as reflexões dohistoriador mostram que ospontos de aproximação sãomaisnumerososdoquese ima-gina.

Os principais medos con-temporâneos-omedodamisé-ria,omedodooutro,da violên-cia, das epidemias - não sãoassim tão diferentes dos querondavam os espíritos às vés-

Biblioteca de Comunicação

perasdoano1000.O quemu-da éa forma de expressá-los.Adiferença pode ser acompa-nhada também nas dezenas dereproduções de obras de artemedievais que integram o livro.

O Apocalipse e a fome

De acordo com Duby, éfalso supor que a aproximaçãodo ano 1000 tenha provocadouma espécie de pânico coleti-vo. Havia uma espera perma-nente e inquieta do fim domundo,masoApocalipse tam-bém despertava no homemmedieval a esperança do fimdas privações cotidianas, essassim temíveis.

No ano 1000, a vida eraatormentada pelo medo dafome. Mas, nesse mundo difí-cil, a fraternidade e a solidarie-dade garantiam a sobrevivên-cia.Apobrezanãocondenava,como hoje, à solidão. ParaDuby, a verdadeira miséria sóaparece no século XII, comoconseqüência da migração doscampos para as cidades. A re-

jeição dos miseráveis se mani-festa ainda mais tarde, no sé-culo XIV.

Por volta do ano 1000, omedo do outro é, principal-mente, o medo do estrangeiro,ou melhor, daquele que nãopertence à comunidade cristã:o pagão, o judeu, o muçulma-no. Os loucos têm melhor sor-te.Estavapresentea idéiadequeoloucoéumhomemdeDeus,umserqueparticipa,dealgumaforma, do conheci-mento dascoisas invisíveis.

As epidemias, a violênciae a morte

Outro medo abala a Eu-ropa no ano 1000: o “mal dosardentes”, uma doença des-conhecida que prenuncia asdevastações da peste negra, noséculo XII. Essa epidemia é vivi-da como uma punição do pe-cado. Procuram-se bodes ex-piatórios e encontram-se os ju-deus,acusadosdeenvenenarospoços. As cidades se isolam,proibindo a entrada do estran-geiro suspeito de trazer o mal.

Outra doença é particular-mente temida:a lepra, conside-rada o sinal distintivo do desviosexual. A devastação física pro-vocada pela doença seria oreflexo da podridão da alma.Os leprosos são isolados e en-clausurados, numa rejeição tão

radical - com-para Duby -quanto algu-mas atitudesdos contem-porâneos emrelaçãoàAids.

Além dadoença, a vio-lência tam-bém atormen-ta os espíritos.Seus respon-sáveis são,principalmente,os cavaleiros eos bandos mi-litares, consi-derados peloscamponeses como agentes dodemônio. Além de saques,promovem torneios “espor-tivos”que sãoum simulacro daguerra. Em vez dos duelos cor-teses que o cinema retrata, émais correto imaginar multi-dões vociferantes que se lan-çavam uma contra a outra efaziam centenas de vítimas.

Aliás, talvez a principal di-ferença entre os medos do pas-sado e do presente esteja justa-mentenaatitudediantedamor-te. Naquela época, lembraDuby, ninguém duvidava daexistênciadeum outro mundo.A morte era encarada comouma passagem, celebrada emcerimônia entre parentes e

vizinhos. Mais do que a morte,nossosancestraistemiamoJuízoFinal e os suplícios do inferno.

Por issomesmo,nãohaviaotemordodesaparecimentodaespécie humana, muito menosde espécies animais. Os ho-mens medievais estavam certosde que, num dado momento,não existiriam mais homens naterra. Mas somente porque elesestariamemoutrolugar:nocéu,ou no inferno.De lá para cá, oque morreu foi a espe-rança.

Ano1000,ano2000:napistadenossosmedos.GeorgesDuby.

EditoradaUnesp,1998.

uanto mais se fala em Mercosul,mais evidente se torna a carência de

infor-mações sobre a realidade sócio-econômica e política dos demais paísesda região. Daí a im-portância dessacoletânea, que fornece um panoramageralsobre a gênese, estrutura e funcionamentodas instituições políticas da Argentina,Paraguai, Uruguai e Brasil.

O capítulo final analisa as identidadese diferenças da formação da sociedadenacional, da estrutura do Estado, dogoverno presidencial e dos sistemaseleitoral e partidário nos quatro países.

Os estudos sobre a Argentina,Paraguai e Uruguai foram publicadosem espanhol.

Instituições políticas comparadas dos paísesdo Mercosul. José Antônio Giusti Tavares e Raúl

A LONGA DURAÇÃO DOSNOSSOS MEDOS

Historiador compara os temores às vésperasdo ano 1000 e do ano 2000

É

uais são os cami-nhos para a

realiza-ção de uma boaentrevista? Em vez dedecorar ma-nuais, umgrupo de estu-dantes daPUC-SP dec id iu i rdireto à fonte, isto é,aprender comjornalistas experientesos segredos do diálogoentre entrevistador eentrevistado.

A pesquisa assumiua forma de um exercícioprá- tico, com areal ização deentrevistas com dozepro-fissionais: Armando

Q

POLÍTICA NO MERCOSUL OS CAMINHOS DAENTREVISTA

No-gue ira, GilbertoNasci-mento, AlbertoDines, Sérgio Buarquede Gus-mão, JucaKfouri , Lu ís Nassi f,Ricardo Kotscho, ChicoPinheiro, Boris Ca-soy,Heródoto Barbe iro,Maria Lydia e MiguelDias. O fio condutor éa ét ica norelacionamento com asfontes.

Entrevista e ética: umaintrodução. Marcos Cripa(org.). Editora da PUC-SP,

1998.

Q

Ciméa Bevilaqua

Ciméa Bevilaqua éjornalista.

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Suíça é um dos maisbelos países do

mun-do, onde as coisasfuncio-nam. Os horáriosdos trens por exemplo,salvo rarís-simas exceções,são extre-mamenteprecisos. Existe umaobsessão pelop e r f e i t ofuncionamentodas coisas – nãoé à-toa que cul-tuam o relógio. Étambém um lu-gar verdadeira-mente democrá-tico, onde nossentimos cida-dãos comdireitos e, éclaro, deve-res.As pessoas sãomuito educa-das, mas se res-peita demais aindividualidadedosoutros.Quan-do encontramosoutras pessoasnas ruas, elasnoz dizem:“ B o n j o u rMadame,bonjourMonsieur”. Noentanto, não pas-sa disso. Aquele“calor humano”típico dos brasi-leiros, com abra-ços e beijos, vê-se somenteentre amigos de longadata.

A Suíça é um país deestrangeiros.Há pessoasdetodas as partes do mundopor aqui. Não é raro escu-tar-mos idiomas difíceis deidentificar. Há povos ára-bes, indianos, africa-nos...Além dos vizinhos:alemães, austríacos, fran-ceses, italianos... Encontra-mos também muitos bra-sileiros, portugueses, espa-nhóis, norte-americanos evietnamitas. Então, para secomunicar, fica relativa-

IMPRESSÕES DA SUÍÇAMônica Fort

mente fácil, porque vocêpode começar uma fraseem alemão e terminá-la emchinêsque, provavelmente,se fará compreendido.Também, não é paramenos, essamulticulturalidade é antiga.

A Suíça, com seus 23cantões, possui quatro idio-mas“oficiais”: alemão (maisfalado, idioma de apro-ximadamente 64% do ter-ritório suíço), francês (18%),Italiano (11%) e reto-românico (7%). Nas esco-las, projetos de educaçãobilingüe são desenvolvidose aplicados a todo momen-to, porque em um mesmocantão,comoo deFribourg,pode-se falar francês e ale-mão. Os suíços de Ticino,Suíça italiana, têm comolíngua materna o italiano,mas são obrigados a apren-

der, logo nos primeirosanos escolares, o francês eo ale-mão, porque estão nare-gião menosdesenvolvidas da Suíça,onde pratica-mente não háuniversidades públicas.Então, quando na idade de

ingressarem na faculdade,os jovens pre-cisam sedeslocar a outros cantõespara completarem seusestudos. Os suíços dãomuito valor a isso!

No comércio, todas asembalagenspossuem inscri-ções em Francês, Alemãoe Italiano. Quandoestamosnos trens, algo curioso acon-tece. Se você está na Suíçafrancofônica as mensagenssão passadas em francês.Dali a pouco, você se en-contra em um cantão ger-manofônico e as mensa-gens passam a ser dadas

em Alemão. Nas grandesvia-gens, aquelas de secruzar o país (isso pode serfeito em seis horas),primeiro as mensagens sãopassadas no idioma oficialdo cantão, depois emalemão e/ou francês, e eminglês.

As distâncias na Suíça,para brasileiros, são todascurtas. Mas paisagens sãoindescritíveis. A Suíça pos-

sui os cartões postais maisbonitos e variados que po-dem ser registrados: lagos,montanhas,Alpes, campos...Tudo organizado e orna-mentado com edifícios dearquitetura milenar ouanimais super bemtratados. Uma publicidadedo cho-colate Milka, daNestlé, certa vez mostrouum pasto comparado auma clínica de repouso etratamento. A mensagemda propaganda era de queos chocolates em questãoeram mais sa-borosos, porserem feitos com o leite de

vacas que freqüentavamspasnos Al-pes Suíços. Estáaí uma pu-blicidade fiel aocenário.

No inverno, as pessoassão preparadas para o pior,mas as temperaturas nascidades não são tão cruéiscomo se pode imaginar.Além disso a meteorologiaé “certeira”, se diz que vainevar, pode esperar que aneve vai aparecer. O mes-

mo ocorrequando fala quevai esquentar,chover, gear... Aprecisão suíça nãodeixaria pormenos.

A Suíça nãofaz parte daC o m u n i d a d eE c o n ô - m i c aEuropéia, masestá no centro docontinente e osdebates para aparticipação ativano Mercado Co-mum não cessam.

Osdireitos tra-balhistas sãoavan-çados, mashá pro-blemassociais, co-mo emqualquer outropaís: preocu-pação quanto aouso de drogas e oaumento da vio-lência ou a faltade empregos parajo-vens altamenteca-pacitados. Mas

a qualidade de vida dosuíço é invejá-vel. Todosestão amparados pelas leise também as respeitam.Por-tanto, notícias derepercussão nacio-nal sãorelativa-mentepoucas.Nãoé raro assistir no principaltelejor-nal do dia umareportagem sobre a criaçãode cabras com 10, 15minutos de du-ração, ouacompanharpor váriosdiasnos jornais as re-percussõesde um seqüestroenvolvendo uma ex-miss eo namorado, que aliás aca-baram sendo localizados

A

Artigo

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Serviço

F r e e L a n c e

Salários de IngressoRepórter, redator, revisor, ilustrador,diagramador, repórter fotográfico,repórter cinematográfico 943,43

Editor 1.226,46

Pauteiro 1.226,46

Editor Chefe 1.415,15

Chefe de Setor 1.415,15

Chefe de Reportagem 1.415,145

Valores em Reais (R$) - setembro/98

• Estes valores são os menores que poderão ser pagos nas redações;• Em setembro, o menor salário pago nas redações foi de R$ 943,43;• Os valores da tabela são para jornada de trabalho de 5 horas;• O piso salarial da categoria é definido em Acordo Coletivo de Trabalho,Convenção Coletiva e/ou Dissídio Coletivo

REDAÇÃO

Lauda de 20 linhas (1.4000 caracteres) 50,73Mais de duas fontes: 50% a mais

EDIÇÃO POR PÁGINA

Tablóide 65,64Standard 78,67

REVISÃO

(*) Lauda (1.440 caracteres) 13,24(*) Tablóide 27,64(*) Tablita 20,88(*) Standard 57,70

DIAGRAMAÇÃO POR PÁGINA

Tablóide 32,82Standard 44,75Revista 24,47(*) Tablita / Ofício / A4 16,70ILUSTRAÇÃO(*) Cor 52,19(*) P&B 78,29

REPORTAGEM FOTOGRÁFICA - ARFOC

REPORTAGEM EDITORIALSaída cou ou P&B até 3 horas 119,36Saída cou ou P&B até 5 horas 223,80Saída cou ou P&B até 8 horas 298,41Adicional por foto solicitada 22,52Foto de arquivo para uso editorial 179,05REPORTAGEM COMERCIAL/INSTITUCIONALSaída cou ou P&B até 3 horas 237,42Saída cou ou P&B até 5 horas 422,41Saída cou ou P&B até 8 horas 596,84Adicional por foto 44,79REPORTAGEM CINEMATOGRÁFICA(equipamento e estrutura funcional fornecida pelo contratante)(*) Saída até 3 horas 65,37(*) Saída até 5 horas 104,38(*) Saída até 8 horas 171,58(*) Adicional por hora 26,10FOTO DE ARQUIVO PARA USO EMAnúncio de jornais 387,82Anúncio de revista e TV 417,77Capa de disco e calendário 537,14Outdoor 822,95Cartazes, folhetos, camisetas 268,57Audiovisual até 50 unidades 566,98Audiovisual acima de 50 unidades a combinarDiária em reportagem que inclui viagem 328,27Reportagem aérea internacional a combinar

Piso salarial da categoria - R$ 943,43(*) Hora Técnica 52,19

Entre AmigosGood LifeServiços de Odontologia, Fonoau-diologia, Fisioterapia, Massote-rapia,Medicina e Psicologia. Des-contose tabelas especiais, de acordo coma sua necessidade, emespecializações que raramenteaparecem em planos de saúdesconvencionais.Endereços: R. PadreAgostinho, 2800, fone 335-4362(Odontologia e Fonoaudiolo-gia); Av.Silva Jardim, 266, fone 233-2577(Fisioterapia); Rua Padre An-chieta,1826, 2º andar, conj. 212, fone 335-5954 (Medicina);eRuaPrincesa Isabel,927, fone 233-3192 (Psicologia eMassoterapia).

Serviço OdontológicoA clínica Odontológica Ao SeuAlcance oferece serviços com até 30%de desconto na tabela do Con-selhoRegionaldeOdontologia.R.Voluntáriosda Pátria, 475/Conj. 301A - Ed. Asa.Fone: 232-0166.

Laz erEstação Plaza Show. Entrada gratuitaaos jornalistas. O desconto só nãovale para os cinemas, que cobrarãodo jornalista preço integral de ingresso.

FarmáciaFarmácia Dassete, Av. Sete de Se-tembro, 4655 e4853, ou peloDisqueRemédio fone 244-9911. Descontode 10% no pagamento à vista, ouprazo de 30 dias com cheque pré-datado, sem desconto.

AcademiaMetropolitan Sports, Rua EmilianoPerneta, 297 - Piso L. Desconto de25% nas aulas de natação, hi-droginástica, musculação, step,localizada e dança de salão.

VídeoA rede Blockbuster mantém uma pro-moção aos jornalistas, que pagam umafita locada e levam duas. O desconto éválido para quem se cadastrar na Block-buster. Para tanto, deve o jorna-lista,pessoalmente, mostrar a carteira deidentidade atualizada.

AcademiaAcademia Kine, Rua Mauá, 706B,Alto da Glória. Ginástica, Nutri-ção e Fisioterapia. Desconto de20%. Fone: 253-3841.

NataçãoAquática Escola de Natação. Antô-nioGrade,563, fone335-1310.Váriosplanosparanatação,ginástica,musculaçãoe hidroginástica.

* Para usufruir destes convênios osassociados devem apresentar acarteira de identidade de jornalista.

Convênios

ferecer a jornalistasmomentos de in-

tegração é uma das metasdo Sindicato. Em 13 demarço, a entidade promo-veu uma churrascada nasede social da ASMUC-Associação dos Servidores

Municipais de Curitiba,próximo ao Parque SãoLourenço. Futebol, jogosde baralho e bom papoderam o tom da con-fraternização, que reuniucolegas dos mais diversosveículos de comunicação.

O

Da esquerda para a direita: Hiram, Adélia, Celia, Maigue e Almir.

Da esquerda para a direita: João, Altair, Johnny, Emerson e Faxina.

Cosmo e Carloscorrendoatrás da

“redondinha”.

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Acontece no próximo dia 13 de abril, na sede doSindicato, às 14 horas, Assembléia para discussãoe aprovação dos estatutos da Cooperativa deComunicação- COOPERCOM, que será uminstrumento importante de apoio a jornalistas, paraque eles possam enfrentar o momento adverso nomercado de trabalho. Na Assembléia será exigidoum quorum mínimo de 20 jornalistas, númerodeterminado por lei para que se legalize uma co-operativa.

COOPERATIVA DOSJORNALISTAS

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Imagens

EXPOSIÇÃO MOSTRA APLÁSTICA DOS MATERIAIS

FOTOGRÁFICOS

ual um personagemfelliniano,KrawPenas

não sabia o que expor noCafé Curaçao em março.Havia data para a exposi-ção, algumas das fotosque fez na Folha do Para-ná e um vago sentimentode que nelas faltava algo.“Eram fotos boas, mascom as matérias”, diz. Eis,

então que lhe surge umaidéia: mostrar a sutil ri-queza das formas e luzespresentes nos materiaiscotidianos dos fotógrafos.No estúdio, foi necessárioapenas uma hora e meiapara que fosse criada umasérie sofisticada: “MaterialSensível”, exposta no Caféaté 7 de abril. Diferente

O fotógrafo Kraw Penas exibe o que se esconde no escurinhodos laboratórios de revelação

da primeira exposiçãoindi-vidual, realizada anopas-sado só com as fotosque ilustraram a coluna deIsa-bella França, “MaterialSensível” traz um Kraw ex-perimental, artesão, capazde elaborar signos com oque tem a sua volta e dizao seu olhar.

Q

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Traga uma. Leve quantas quiser.

O Sindicato dos Jornalistas do Paraná estácomemorando o Dia do Jornalista, 07 de abril,

com uma promoção especial: o 1º Ciclo de Idéias 99.Entre os dias 06 e 18 de abril, o Ciclo traz para Curitiba

um encontro com nomes como Pedro Bial, HeródotoBarbeiro, Serginho Groisman e Paulo Caruso, entremuitos outros. Todos eles estarão no Memorial de

Curitiba, trocando idéias sobre algumas dasquestões atuais. Participe. E traga a sua idéia para

um mundo melhor.

ENTRADA FRANCA. Informações: 041 - 224-9296/www.sindijorpr.org.br

SINDICATO DOSJORNALISTASPROFISSIONAISDO PARANÁ

Promoção: Apoio:

1º CICLO DE IDÉIAS

Idealização e Produção: Cida Mondini e Marco Aurélio Pinna

Traga uma. Leve quantas quiser.

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Page 26: Extra Pauta Ed. 42

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