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PARABÉNS À "DIOGO DE MACEDO" Todas as Famílias, todas as Comunidades, todos os Estados têm o seu dia, a sua data de referência, seja ela de celebração, comemoração, louvor ou memória. Em Portugal o decreto - lei n.º 387/90, de 10 de Dezembro, definiu as normas aplicáveis à denominação dos estabelecimen- 1911, Academia Portuense de Belas Artes - interior de ateliê. Prova final do curso de Escultura, obra "Pela Pátria", classificação de 18 valores. Diogo de Macedo é o 1º a contar da esquerda. tos de educação ou de ensino públicos não superiores. Com base nessa legislação a Comunidade Educativa que ser- via, e serve, de suporte à nossa escola decidiu que seria vantajo- so a inclusão na denominação do estabelecimento de ensino do nome de um patrono. (cont. pág.2) Novembro 2011 N.º 35 Ano: XVII Preço: Gratuito Edição Especial Comemorativa do Dia da Escola

Face ao Douro nº 35 - Edição Especial Comemorativa do Dia da Escola

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Edição Especial Jornal Face ao Douro Novembro de 2011 N.º 35 Ano:XVII

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Novembro 2011 N.º 35 Ano: XVII P r e ç o :

Gratuito

Edição Especial Comemorativa do Dia da Escola

PARABÉNS À "DIOGO DE MACEDO"

Todas as Famílias, todas as Comunidades, todos os Estados têm o seu dia, a sua data de referência, seja ela de celebração, comemoração, louvor ou memória.

Em Portugal o decreto - lei n.º 387/90, de 10 de Dezembro, definiu as normas aplicáveis à denominação dos estabelecimen-

1911, Academia Portuense de Belas Artes - interior de ateliê. Prova final do curso de Escultura, obra "Pela Pátria", classificação de 18 valores. Diogo de Macedo é o 1º a contar da esquerda.

tos de educação ou de ensino públicos não superiores. Com base nessa legislação a Comunidade Educativa que ser-

via, e serve, de suporte à nossa escola decidiu que seria vantajo-

so a inclusão na denominação do estabelecimento de ensino do

nome de um patrono.

(cont. pág.2)

Novembro 2011 N.º 35 Ano: XVII Preço: Gratuito

Edição Especial Comemorativa do Dia da Escola

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E s c o l a

BIOGRAFIA DE DIOGO DE MACEDO FACE AO DOURO

Propriedade: Escola Secundária/3 Diogo de Macedo Diretora: Olinda Guedes dos Santos Equipa Coordenadora: Manuel Filipe Sousa e Isabel Pereira. Professores: Manuel Filipe Sousa.

Fotografias: Espólio da Casa Museu Teixeira Lopes/Galerias Diogo de Macedo Arranjo gráfico: Isabel Pereira Impressão: Secretaria e Reprografia da ESDM Agradecimentos: Dr. Delfim de Sousa, diretor da CMTL/Galerias Diogo de Macedo

FACE AO DOURO

Assim, e após cumpridos todos pro-cedimentos legais, foi decidido, por una-nimidade, atribuir à Escola Secundária de Olival a designação de "Diogo de Macedo".

Estávamos no ano letivo de 1992/1993 e a Comunidade Escolar decidiu adotar o dia de nascimento de Diogo de Macedo como Dia da Escola.

A partir dessa data, religiosamente ao longo destes anos, a Escola comemorou o seu dia, 22 de Novembro, através da realização de um inúmero reportório de atividades, as mais diversificadas possí-veis e abrangendo a totalidade das várias áreas disciplinares, agregando também instituições e personalidades públicas e particulares.

Neste ano as celebrações distribuem-se por dois dias, galgando o espaço físico da escola e indo ao encontro da comuni-dade envolvente, precisamente naquele que é o coração da sua vivência cultural.

O jornal Face ao Douro associa-se mais uma vez a esta efeméride através da publicação de um número extra que será distribuído gratuitamente a todos os alunos, professores e demais colabora-dores.

Numa época de estrangulamentos financeiros esta atitude dos responsáveis da escola aplaude-se porque pretende dar a conhecer a todos a figura de Diogo Cândido de Macedo, desafiando os alu-nos e seus familiares a descobrirem mais desta personalidade das artes e das letras nacionais.

Face ao Douro

Diogo Cândido de Macedo nasceu no Largo de S. Sebastião, freguesia de Mafamu-de, concelho de Vila Nova de Gaia, a 22 de Novembro de 1889. Era filho de Diogo

Cândido de Macedo, descendente dos Macedos do Peso da Régua, e de Maria Rosa do Sacramento. Foi baptizado na Igreja Paroquial de S. Cristóvão de Ma-famude a 8 de Dezembro desse ano.

O seu avô paterno, de nome Diogo José, viveu numa aparatosa casa em Santo Ovídeo, na qual recebeu a família real aquando da visita de D. Pedro V ao Porto. Foi um amante das artes e um dos responsáveis pela entrada de Antó-nio Soares dos Reis nas Belas Artes.

Diogo foi educado pela mãe e viveu na companhia da avó materna e do irmão Tomás, mais velho 10 anos, que procurava orientar os seus estudos e a sua vida. Com o pai, mestre cigarreiro na Fábrica de Tabacos e tocador de cornetim nos tempos livres, teve pouco contacto. Era o menino da mãe.

A meninice e juventude foram pas-sadas em Gaia, numa casa vizinha das habitações do músico "Macio" e do santeiro Fernandes Caldas, o seu pri-meiro mestre, com quem aprendeu a desenhar, modelar e esculpir. Tocou cornetim como o pai, mas logo desco-briu um interesse maior no violão com o qual se exibia no Grupo Infantil de Mafamude.

Frequentou a Escola das Estafinhas e, depois, a Escola Industrial Infante D. Henrique, no Porto, em horário noc-turno. Por essa altura, Tomás tentou empregá-lo num escritório. Sem suces-so: Diogo fugiu nos primeiros dias de trabalho. Teixeira Lopes, que morava nas proximidades da família Macedo,

Diogo de Macedo 1889-1959

Escultor, museólogo, escritor e crítico de arte

tentou então convencer a mãe a deixá-lo seguir Escultura, como era seu desejo.

Em 1902 ingressou precocemente na Academia Portuense de Belas Artes. Por "desatenção ao estudo", chumbou no primeiro ano, tendo, por isso, regressa-do à Escola Industrial Infante D. Henri-que. Em 1906 renovou a matrícula na Academia Portuense de Belas Artes, dedicando-se, desta vez, seriamente, ao curso de Escultura, o qual concluiu em 1911 com a obra "Pela Pátria" e a classi-ficação de dezoito valores. Nesta escola teve por mestres José Brito e Marques de Oliveira, em Desenho, e António Teixeira Lopes, em Escultura.

Foi um jovem activo e sociável. Na sua roda de amigos e colegas contavam-se outros artistas como Armando de Basto e Joaquim Lopes.

Em Outubro de 1911 viajou para Paris com uma pensão familiar e com uma carta de Oliveira Ramos dirigida a Xavier de Almeida, para que este o gui-asse na cidade. Aí, recebeu lições do escultor americano Bartlet nas Academi-as de Montparnasse, foi aluno de Bourdelle na "Académie de La Grande Chaumière", de Injalbert, na Escola Nacional de Belas-Artes, e foi influenci-ado, entre outros, pelos pintores Ber-nard Naudin e Amadeo Modigliani. No período parisiense produziu L'Adieu ou Le Pardon, um grupo escultórico datado de 1920, de sabor neo-romântico e for-ma moderna.

Em 1912 expôs em Lisboa e no Por-to, cidade onde passou o Verão, regres-sando depois a Paris. No início de 1913 participou no Salon e foi noticiado nos jornais portugueses (Jornal de Notícias e Montanha). Porém, nem tudo corria bem.

Soberba - Esc. Margarida Santos

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Debatia-se com dificuldades monetárias e pessoais que, no entanto, não o impe-diram de visitar a Bélgica, para o que recorreu às economias amealhadas e ao patrocínio da mãe. Em Maio, participou na Exposição Anual da Sociedade de Belas-Artes do Porto. Continuou a es-culpir e a pintar e desfrutou da vida boé-mia parisiense.

No Verão desse ano voltou ao Porto. Mais famoso. Expôs na Galeria da Mise-ricórdia e concorreu a um lugar de pro-fessor de segunda cadeira da Escola de Belas Artes do Porto, posição da qual acabou por desistir.

Dirigiu-se, então, a Lisboa, daí par-tindo, mais uma vez, para a capital fran-cesa, onde trocou a morada na Cité Fal-guière pela Rua Bara. Durante esse perí-odo, esculpiu e pintou aguarelas.

Um mês após o começo da I Guerra Mundial voltou ao Porto. Expôs no Ate-neu Comercial e no átrio do Palácio da Bolsa, onde a sua obra "Rajada" foi pre-tendida, embora não adquirida, pela Câ-mara do Porto, acontecimento que levou o seu autor a destruí-la.

Em 1915, e na mesma cidade, produ-ziu três grandes relevos ("A Dor", "O Amor" e o "Ódio") e duas cariátides para o Teatro de S. João, participou no 1º Salão dos Humoristas, no Jardim Pas-sos Manuel, onde apresentou desenhos sob o pseudónimo de Maria Clara, e colaborou no Jornal A Tarde.

Nos anos seguintes (1916-1919) divi-diu-se entre o Porto e Lisboa e continu-ou a expor, individual e colectivamente, no Palácio da Bolsa, na Santa Casa da Misericórdia, no já desaparecido Palácio

No dia 12 de Fevereiro, vinte e três alunos da nossa escola participaram no Corta-mato Distrital. Bem cedo e já todos marcavam presença junto da escola trazendo consigo a esperança, mais ou menos secreta, da obtenção de uma honrosa classificação. A viagem curta até Santo Tirso revelou-se demasiado longa, fruto da ansiedade que aumentava à medida que os quilómetros passavam.

de Cristal, no Porto, e na Liga Naval e na Sociedade de Belas Artes, na capital.

Em 1918 passou uma temporada na Figueira da Foz, no palácio da família Sotto-Mayor, para a qual já havia feito o busto de uma criança. Nesta casa, co-nheceu D. Ana Sotto-Mayor, com quem casou em Março de 1919, à revelia dos seus familiares.

No início de 1920, depois de se re-conciliar com os Sotto-Mayor, partiu para França, na viagem passando por Bayonne, Biaritz e Villa Petite Jeanne. Por fim, fixou-se em Paris, no mês de Março de 1921. Em 1922 visitou a Ale-manha.

Nesta fase, que foi rica em trabalho e vida social, preparou um álbum sobre costumes tradicionais em colaboração com a "Ilustração Portuguesa", expôs em Paris e em Portugal, onde organizou a exposição dos 5 Independentes, em 1923.

Em 1926, fixou-se definitivamente em Lisboa, onde continu-ou a produzir e a exibir a sua (frequentemente) premiada arte, numa época de desafogo económico. Entre as décadas de 20

e de 30 editou as primeiras publicações, colaborou em jornais e revistas, como no Ocidente, onde, desde 1939, publicou Notas de Arte. E viajou pela Europa.

De 1939 a 1940 executou "Tejo" e quatro "Tágides" para a Fonte Monu-mental da Alameda Afonso Henriques.

Em 1941, ano em que perdeu a mu-lher e renunciou à Escultura, estreou-se como conferencista. Entre esse ano e 1944 publicou biografias de artistas, es-tudos, separatas, escreveu prefácios de catálogos de exposições e integrou júris e comissões. Nesse último ano foi convi-dado a dirigir o Museu de Arte Contem-

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BIOGRAFIA DE DIOGO DE MACEDO FACE AO DOURO

porânea (actual Museu do Chiado), cargo que aceitou e que manteve até ao fim da vida.

Em 1946, casou, em segundas núpcias, com D. Eva Botelho Arru-da. Passados dois anos, o Ministério das Coló-nias incumbiu-o de escolher as peças a integrar uma exposição

itinerante de Artes, em Angola e Mo-çambique, que dirigiu e acompanhou. No ano seguinte promoveu uma Sema-na Cultural Portuguesa em Santiago de Compostela.

Nos anos 50 fez uma viagem de estudo ao Brasil, na companhia da mu-lher; visitou a ilha de S. Miguel, terra natal da segunda mulher, na sequência de um convite para organizar os proces-sos de classificação dos imóveis de inte-resse público; voltou a escrever (biografias de artistas, crítica literária e ensaios) e apresentou peças em certa-mes artísticos (na Exposição Bienal Internacional de Veneza de 1950, no Pavilhão Português da Exposição Inter-nacional de Bruxelas de 1958 e na Ex-posição Retrospectiva de Mário Eloy, na Escola de Belas Artes do Porto).

Morreu em casa, a 19 de Fevereiro de 1959, no n º 110 da Avenida Antó-nio Augusto de Aguiar, Lisboa.

1913 3º prémio obtido com uma maqueta para um monumento a Ca-mões, realizada e apresentada em Paris

1915 Diploma de Menção Honrosa na secção de Escultura da 12ª Expo-sição da S. N. B. A.

1929 2ª Medalha em Escultura na IV Exposição anual da S. N. B. A.

1938 Eleito, em Junho, vogal da Academia Nacional de Belas-Artes

1944-1959 Nomeado director do antigo Museu de Arte Contemporânea, em Lisboa

1948 Eleito secretário da Academia Nacional de Belas-Artes

PRÉMIOS E DISTINÇÕES

in Univ. do Porto 100 Anos, Antigos estudantes ilustres da U. Porto

“Ao meu Mestre Teixeira Lopes, respeitosa-mente, com muita gratidão e com muita amizade. Diogo de Macedo 1936”

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D i a d a E s c o l a

22 DE NOVEMBRO DE 2011 FACE AO DOURO

19 de Novembro de 2011 - Sábado 21H30 Concerto de Aniversário

Sociedade Filarmónica de Crestuma Cerimónia de entrega dos diplomas

Alunos do Quadro de Honra e do Quadro de Mérito Ano Lectivo 2010/2011 da ESDM Entrega de prémios do Concurso “Pensar Física e Química” Auditório Centro Cultural de Olival

22 de Novembro de 2011 - Terça - Feira

8H45 Hastear das Bandeiras 9H00 Momento Comunitário - Celebração Eucarística 9H45 Abertura da Feira do Livro e da Exposição

“Música e Expressões” 10H00 XVIII Torneio Diogo de Macedo – Futsal Feminino

Abertura da Expo Saúde: rastreios e colheita de sangue pelo IPS Palestra “ Os óleos alimentares usados” Projeto ECO-EGI Torneio de Counter Strike Projeto “Veste a tua camisola”

10H15 Teatro “Auto a Diogo de Macedo”, adaptação a partir do “Auto da Barca do Inferno” de Gil Vicente

11H15 Conferência/ Colóquio “ O Castelo de Crestuma” Arqueólogo Dr. J. A. Gonçalves Guimarães

12H15 Inauguração da Exposição de Pintura e Escultura “Ritmos” de Margarida Santos

13H15 Convívio

PROGRAMA

Diogo de Macedo ao lado do busto da 1ª mulher

“O meu retrato feito em Paris em 1913, por Luiz Bourney”