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As presentes receitas e sugestões técnicas são baseadas em experiências feitas pelas casa nossas representadas, com o maior rigor possível, porém, dadas as variadas condições de trabalho, de clima, etc., não podemos, nem nós, nem as nossas representadas, assumir qualquer responsabilidade quanto ao resultado obtido pelos nossos clientes.
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FACTORES QUE CONDICIONAM A REPRODUTIBILIDADE NUMA
TINTURARIA A efectividade duma tinturaria em termos de produtividade pode ser medida pela
reprodutibilidade. A reprodutibilidade é indicada pelo número de partidas que “saiem à
primeira”, isto é que não necessitam de correcções posteriores da tonalidade ou da aparência
do material (vincos, pintas, manchas de óleo, etc.)
A REPRODUTIBILIDADE deve ser o objectivo primário de todas as tinturarias sendo um
desiderato dependente da constância do sistema de produção.
Tomemos como regra de ouro:
Quantas menos variáveis existirem no processo de tingimento maior é o índice de
reprodutibilidade.
Passemos a analisar alguns dos factores importantes para o aumento da reprodutibilidade
duma tinturaria procurando incidir naqueles que devem ser transformados de Variável em
Constante.
1. FACTORES RELACIONADOS COM A CADEIA DE PROCESSAMENTO TÊXTIL NA FÁBRICA.
Estes factores são de difícil especificação porquanto estão relacionados com processos e
máquinas a montante e a jusante da tinturaria pelos quais passa o material até chegar ao
processo de tintura ou, depois desta, durante a fase de ultimação. Na realidade, o material a
tingir passa por uma série de operações que incluem todo o processo operativo inerente aos
processos de fiação, tecelagem e acabamento. Falamos de passos intermédios e posteriores
ao Tingimento que afastam do técnico de tinturaria o controlo de variantes que também
contribuem para a maior (ou menor!) produtividade/reprodutibilidade dos tingimentos.
As presentes receitas e sugestões técnicas são baseadas em experiências feitas pelas casa nossas representadas, com o maior rigor possível, porém, dadas as variadas condições de trabalho, de clima, etc., não podemos, nem nós, nem as nossas representadas, assumir qualquer responsabilidade quanto ao resultado obtido pelos nossos clientes.
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Muitas vezes a optimização duma tinturaria é efectuada fora dela. Também aqui se aplica a
regra de ouro: - Quanto mais constante for a cadeia produtiva mais elevada será a
produtividade/reprodutibilidade.
A tinturaria, como membro desta cadeia, está muito dependente da constância global do
processamento. Um exemplo desta dependência pode ser ilustrado com a mudança de óleos
de lubrificação utilizados na fiação. Diferentes “tipos” de óleos são para o Fiandeiro avaliados
apenas em função do rendimento que lhe proporcionam durante a fiação, retorção ou
bobinagem: o número de roturas dos fios mantêm-se baixo, o laboratório de fiação confirma
que a tenacidade está em ordem tal como a regularidade do título e a própria cor do fio em cru.
A mudança de lubrificante não alterou os parâmetros da qualidade e produtividade segundo os
critérios do fiandeiro. O problema da mudança pode, revelar-se apenas mais tarde durante o
tingimento destas partidas lubrificadas com um novo óleo.
Se o lubrificante B não contem um teor de emulsionante que comunique uma adequada
capacidade de solubilidade aquosa (ao contrário do que acontecia com o lubrificante A) são de
esperar repentinos problemas de tinturaria, tais como superfícies intranquilas ou uma flagrante
diminuição da solidez geral mas principalmente da solidez à fricção. Estas anomalias só são,
na maior parte dos casos, resolvidas após um exaustivo processo de avaliação empírica
centrada inicialmente (e como quase sempre!) no desenrolar do processo de tingimento e,
claro, na qualidade dos corantes…
Só após alguma análise colateral se chega à conclusão de que a difícil lavabilidade do
lubrificante B impede a difusão dos corantes no material da fibra. Esta má difusão (“tintura em
anel”) tem como consequência que a concentração do corante no interior da fibra é muito
elevada originando uma diminuição dos níveis de solidez. A responsabilidade desta repentina
vaga de má produtividade (estas partidas têm de ser reprocessadas!) situa-se a montante da
tinturaria, - mais concretamente no lubrificante B cuja baixa solubilidade, em contraste com o
até aí utilizado, não era compatível com uma operação de lavagem estudada em função do
lubrificante A.
Este exemplo serve apenas para demonstrar que muitas vezes as causas dos problemas a
solucionar nas tinturarias se encontram fora delas.
As presentes receitas e sugestões técnicas são baseadas em experiências feitas pelas casa nossas representadas, com o maior rigor possível, porém, dadas as variadas condições de trabalho, de clima, etc., não podemos, nem nós, nem as nossas representadas, assumir qualquer responsabilidade quanto ao resultado obtido pelos nossos clientes.
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Um dos principais problemas de quem tinge é o de tornar visível as falhas ocorridas noutras
fases da cadeia produtiva.
2. FACTORES RELACIONADOS COM O EQUIPAMENTO E CONDIÇÕES DE TRABALHO
2.1. MAQUINARIA
Os aparelhos de tingir podem constituir uma boa parte da responsabilidade pela maior ou
menor reprodutibilidade entre diferentes partidas. Deverão estar em bom estado de
manutenção sem perdas de banho durante o processo de tingimento que originam variações
na relação de banho. Variações da relação de banho são causadoras de esgotamentos
irregulares de algumas classes de corantes. Sabemos que irregularidades de esgotamento
significam sempre variações da tonalidade pretendida, - o mesmo é dizer necessidade de
matisagens ou reprocessamento!
Um outro aspecto importante, principalmente no tingimento de bobinas cruzadas, tops,
meadas (nos aparelhos de mergulho” de grande capacidade) ou tecidos enrolados (nos
aparelhos tipo “foguetão”), - é a capacidade da bomba que impulsiona o banho de tintura.
Bombas que não garantem uma circulação uniforme do banho através do material
ocasionam diferenças de cor entre o interior e o exterior do material (vulgo efeito FMD =
Fora / Meio / Dentro). Como nestes casos o sistema de circulação não é constante também
o resultado final, dentro de cada partida e de partida-a-partida, tão pouco será constante.
Também neste caso se aplica a regra de ouro, já enunciada: quantos menos factores
variáveis existirem numa máquina mais elevada será a reprodutibilidade.
Na realidade, uma instalação de tingimento deve estar em condições tais de funcionamento
que permitam, a quem tinge, a aplicação dum processo de tingimento preciso, exacto e
constante. Tais como
Relações de banho – devemos saber exactamente qual a capacidade da nossa
máquina e qual o peso exacto do material que vamos tingir. A adequação da
quantidade água/peso do material é de primária importância, pois como sabemos, a
diferentes relações de banho correspondem diferentes esgotamentos, iguais a
diferenças de reprodutibilidade.
As presentes receitas e sugestões técnicas são baseadas em experiências feitas pelas casa nossas representadas, com o maior rigor possível, porém, dadas as variadas condições de trabalho, de clima, etc., não podemos, nem nós, nem as nossas representadas, assumir qualquer responsabilidade quanto ao resultado obtido pelos nossos clientes.
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Gradientes de aquecimento, de manutenção da temperatura final, e de arrefecimento
são factores incontornáveis, por decisivos, no desenrolar exacto e constante da
curva de tingimento. Não esquecer que o calor acelera a reacção! e que a elevações
de temperatura muito rápidas correspondem normalmente tinturas não
uniformizadas.
Também os termómetros e sistemas de válvulas que regulam a admissão de vapor
devem responder correctamente ao comando computorizado.
Ciclos de intercâmbio material/banho de tingimento.
No tingimento em corda, e em instalações tipo JET ou de tubeiras, esta relação é
conduzida em função do comprimentos da corda e da velocidade de transporte da
mesma comunicada pela rotação do torniquete condutor.
Em princípio e em função do tipo e estrutura do material, intensidade da cor e classe de
corantes utilizados, a corda não deveria demorar mais que 1,5 a 2 min. a cumprir um ciclo de
circulação.
A título de exemplo, uma corda com 200 mts de comprimento deveria circular a uma velocidade
de 135 mts/min., velocidade ideal, ou em caso de forte condicionalismo técnico à velocidade
mínima de 100 mts/min. (= a 1 ciclo/2 min.)
Esta relação dá-nos o número de minutos em que uma corda dá uma volta completa no Jet.
No caso dos autoclaves para bobinas cruzadas ou materiais enrolados há que conhecer o
caudal de banho debitado pela bomba, expresso em litros de banho/minuto/Kg de material.
CCor VCm
TC = tempo necessário (em min.) a um ciclo de circulação CCor = comprimento da corda (em mts)
VCm = velocidade de circulação do material
TC = Sendo que
As presentes receitas e sugestões técnicas são baseadas em experiências feitas pelas casa nossas representadas, com o maior rigor possível, porém, dadas as variadas condições de trabalho, de clima, etc., não podemos, nem nós, nem as nossas representadas, assumir qualquer responsabilidade quanto ao resultado obtido pelos nossos clientes.
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Estes dois factores, velocidade de circulação do material nas instalações do tipo Jet e débito de
bomba nos autoclaves verticais ou horizontais, são muitas vezes fundamentais para a
obtenção de partidas igualadas. Mas para que haja um ajustamento correcto deste binómio
mecânico/substrato é necessário que FUNCIONEM os velocímetros dos torniquetes e os
manómetros indicadores dos diferenciais de pressão.
Existem outros factores inerentes a modelos especiais de aparelhos que podem influenciar a
reprodutibilidade.
Por específicos, não podem ser generalizados e enumerados mas continua a ser importante
manter esses factores constantes e não variáveis.
2.2. COZINHA DE CORES
As modernas cozinhas de cores revestem-se de suma importância pois são através delas
que se pesam as quantidades de corantes e auxiliares necessários ao processamento do
tingimento.
A cozinha de cores tem igualmente que funcionar sem variáveis e incertezas; encaminhando
para os aparelhos soluções de corantes e auxiliares não contaminados em absoluta
conformidade com o prescrito na receita.
Uma cozinha de cores deverá:
Estar sempre limpa. Cozinhas de cores fortemente contaminadas, para além de
constituírem um risco para a saúde do operador, são um elemento perturbador da
reprodutibilidade. Muitos dos pequenos desvios de cor são causados pela contaminação,
na cozinha de cores, dos corantes e auxiliares por outros corantes. Para estas
contaminações contribuem os corantes com deficiente acabamento anti-poeira.
Os corantes e auxiliares devem estar bem identificados.
As balanças devem ser adequadas para a pesagem de produtos químicos e estar
sempre calibradas. É aconselhável utilizar balanças com sistema de impressão
permitindo um controlo posterior em caso de dúvida.
As presentes receitas e sugestões técnicas são baseadas em experiências feitas pelas casa nossas representadas, com o maior rigor possível, porém, dadas as variadas condições de trabalho, de clima, etc., não podemos, nem nós, nem as nossas representadas, assumir qualquer responsabilidade quanto ao resultado obtido pelos nossos clientes.
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A cozinha de cores deve possuir as condições necessárias para garantir a elaboração de
boas soluções: água quente e fria, agitadores/misturadores de velocidade regulável e
sistema apropriado de limpeza da instalação.
Pessoal com formação específica. Os pesadores de corantes devem possuir uma
qualificação adequada e responsável, diferente daquela que é ministrada ao operador de
máquina de tingir. Em verdade, o pesador de corantes funciona como um segundo
elaborador da receita. Do seu rigor de pesagem pode concretizar-se, ou não, a exactidão
da receita.
2.3. ÁGUA
A água como meio de transporte para o corante e auxiliares até ao substrato representa um
dos factores mais importantes numa tinturaria. A qualidade da água e sobretudo a
homogeneidade dessa qualidade influi em muito sobre os resultados duma tinturaria. A
homogeneidade qualitativa é em termos práticos muito importante porquanto mesmo que a
qualidade da água seja má, MAS CONSTANTE, podem ser utilizadas medidas correctivas
que minimizem o problema. Porque pior do que uma água de má qualidade é a qualidade
flutuante dessa mesma água. O pior que pode acontecer a quem tinge é receber água com
fortes variações de pH, dureza e teor de impurezas, - certamente que vai ser mais difícil
manter um bom nível de reprodutibilidade.
Existem três factores principais a caracterizar a qualidade da água:
Valor pH
Este valor é de extrema importância porque na maioria dos processos de tintura o valor
de pH do banho influi decisivamente sobre a igualação, estabilidade dos corantes e
auxiliares e, também, sobre o esgotamento dos banhos. Se considerarmos por ex., o
caso do tingimento das fibras poliamídicas com corantes ácidos verificamos que a
relação igualação/esgotamento é baseada, na maior parte dos casos, no valor pH do
banho de tingimento. Aquele valor pH é ajustado normalmente com ácido acético ao
preparar, em frio, o banho de tingimento. Este pH não permanecerá, todavia constante,
As presentes receitas e sugestões técnicas são baseadas em experiências feitas pelas casa nossas representadas, com o maior rigor possível, porém, dadas as variadas condições de trabalho, de clima, etc., não podemos, nem nós, nem as nossas representadas, assumir qualquer responsabilidade quanto ao resultado obtido pelos nossos clientes.
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se a água da oficina tiver tendência a variar de pH em função das suas características
orgânicas e da evolução térmica do banho. Esta inconstância do valor pH pode ser
funesta por originar uma montagem descontrolada dos corantes.
Dureza Total
É-nos indicada através do teor de sais metálicos alcalino-terrosos (como sódio,
magnésio, etc) e outros sais (ferro, cobre, etc). Estes sais influenciam, consoante o teor
da sua presença, o grau de solubilidade dos corantes e dos auxiliares têxteis, a
tonalidade de alguns corantes sensíveis à dureza da água e a sais com acção redutora
ou oxidante; alteram o valor do pH do banho de tingimento (formação de bicarbonato de
sódio a temperaturas mais elevadas) e influenciam negativamente, o toque final do
material tingido atacando simultaneamente as serpentinas e o próprio aço dos
aparelhos.
Uma água apropriada para ser utilizada em tinturaria deveria ter as seguintes
características:
Mas também aqui se aplica a mesma regra de ouro: é preferível ter uma água com uma forte
dureza, mas estável, do que uma água com valores de dureza muito variáveis.
Vidé Folha Anexa: “Água Para Acabamentos Têxteis”.
As presentes receitas e sugestões técnicas são baseadas em experiências feitas pelas casa nossas representadas, com o maior rigor possível, porém, dadas as variadas condições de trabalho, de clima, etc., não podemos, nem nós, nem as nossas representadas, assumir qualquer responsabilidade quanto ao resultado obtido pelos nossos clientes.
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Temperatura
Em alguns processos de tintura a temperatura inicial do banho significa a diferença entre
uma partida igualada ou manchada (no tingimento da PA, principalmente PA6). Noutros
casos, a velocidade de arrefecimento do banho de tingimento, após o período de fervura,
regula o esgotamento dos corantes (corantes directos utilizados sobre fibras celulósicas) ou
o aspecto final do material (vincos, pregas nas fibras sintéticas p.ex.).
Na maior parte das máquinas modernas o arrefecimento é efectuado através de
permutadores de calor com água fria. Um arrefecimento uniforme necessita igualmente de
água a temperatura constante, sobretudo com fibras termoplásticas como sejam as
poliacrilnitrílicas e suas derivadas.
2.4. VAPOR
O vapor como fonte de energia exerce também um papel importante numa tinturaria. Sendo
utilizado como agente de aquecimento dos banhos de tingimento pode ser neles introduzido
directa ou indirectamente (através de serpentinas). É igualmente utilizado como fonte
energética na fixação dos corantes aplicados por processos contínuos. Seja nos processos
contínuos ou nos de esgotamento onde se injecte directamente o vapor a qualidade deste é
sumamente importante. A qualidade do vapor é definida por possuir
Pressão constante
Temperatura constante
Estes dois factores têm uma importância nuclear na garantia duma correcta evolução da
“curva de tingimento”. Existem processos de tingimento onde a igualação é controlada pelo
gradiente de aquecimento.
No tingimento das fibras acrílicas (PAN) onde é normal trabalhar com um gradiente de
0,3ºC/min. é vital dispor de vapor com temperatura e pressão constantes.
As presentes receitas e sugestões técnicas são baseadas em experiências feitas pelas casa nossas representadas, com o maior rigor possível, porém, dadas as variadas condições de trabalho, de clima, etc., não podemos, nem nós, nem as nossas representadas, assumir qualquer responsabilidade quanto ao resultado obtido pelos nossos clientes.
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O tipo de água que alimenta os geradores de vapor deve ser apropriada de modo a que o teor
de dureza não promova a criação de vapor com um pH alcalino que irá destabilizar o pH do
banho de tintura (na injecção directa) ou o do material a tingir por processos contínuos. Vapor
alcalino potencia igualmente a tendência à redução de certos corantes existentes em quase
todas as gamas.
2.5. ENERGIA ELÉCTRICA
A rede deve garantir um abastecimento regular com constância de voltagem e frequência. O
rendimento e a capacidade reprodutiva são naturalmente afectados se à tinturaria não é
disponibilizado um abastecimento regular e contínuo.
2.6. LABORATÓRIO
O laboratório constitui uma peça fundamental para o bom desempenho de uma tinturaria,
sendo geralmente sub-aproveitado por constituir-se, ele mesmo, como uma unidade
autónoma distante do processo produtivo; quer por uma insuficiente capacidade de diálogo
técnico entre quem está no “terreno” (leia-se: procedimento prático) e os executantes
laboratoriais para quem a reprodução da cor é tudo!.. Mas, na realidade, a função do
laboratório é, além daquela, bastante mais vasta.
Em princípio o laboratório tem duas funções básicas. A primeira e principal é a de possibilitar
a efectivação de testes e ensaios com pequenas quantidades de material tendo em vista:
- Reprodução de tons a tingir posteriormente na prática.
- Acerto e confirmação da matizagem a efectuar sobre material em fase de tingimento.
- Estudo do comportamento colorístico dos materiais recebidos para tingimento prático,
MAS NAS CONDIÇÕES OPERATIVAS DA PRÁTICA
= Relação de banho/Água igual à da oficina
= Sistema de preparação prévia
= Sistema de auxiliares
As presentes receitas e sugestões técnicas são baseadas em experiências feitas pelas casa nossas representadas, com o maior rigor possível, porém, dadas as variadas condições de trabalho, de clima, etc., não podemos, nem nós, nem as nossas representadas, assumir qualquer responsabilidade quanto ao resultado obtido pelos nossos clientes.
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= Diagrama de tingimento
Gradiente Aquecimento
Temperatura final
Tempo de permanência
= Processo de acabamento da tintura
Ensaboamento / Arrefecimento
Tratamento posterior para melhoria das solidezes.
Estas condições deverão resultar do diálogo constante entre o Executivo Técnico e o
Responsável pelo laboratório.
A avaliação do nível de rigor dum laboratório não se mede apenas pelo número de ensaios
efectuados. O critério de qualidade do Laboratório deve residir na capacidade fornecida de
reprodução na prática dos resultados propostos pelo ensaio Laboratorial. Este é na realidade
o critério fundamental para avaliar da QUALIDADE DO LABORATÓRIO.
Se o trabalho do Laboratório não permite a sua tradução em resultados práticos rigorosos
pergunta-se:
- Para que serve um laboratório cujo trabalho não é reprodutível na produção?
Se a REPRODUTIBILIDADE Laboratório/Produção não é segura não só estamos a
desaproveitar as potencialidades do laboratório, como também continuamos a contribuir para
uma não diminuição do número de matizagens e retingimentos que diminuem a
PRODUTIVIDADE.
A maior ou menor REPRODUTIBILIDADE resultante da extrapolação do ensaio de
Laboratório para a prática assenta também na regra de ouro: - Quantas menos variáveis
existirem entre o processo laboratorial e o processo prático tanto maior será a
REPRODUTIBILIDADE!
As presentes receitas e sugestões técnicas são baseadas em experiências feitas pelas casa nossas representadas, com o maior rigor possível, porém, dadas as variadas condições de trabalho, de clima, etc., não podemos, nem nós, nem as nossas representadas, assumir qualquer responsabilidade quanto ao resultado obtido pelos nossos clientes.
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2.7. FACTOR HUMANO
Será porventura o factor mais difícil de gerir: a mão-de-obra. Não temos no nosso País, o
hábito da formação técnica escalonada da mão-de-obra de uma tinturaria. As tinturarias
continuam a ser, no contexto da cadeia têxtil produtiva, unidades muito humanizadas quando
comparadas por ex., com os sectores de fiação ou tecelagem. Isto deve-se à especificidade
do próprio trabalho: duro, perigoso, apelativo a espírito de grupo consubstanciado na
constatação muito próxima da eficácia desenvolvida.
O acto de tingir implica hoje maquinaria sofisticada, cozinhas automáticas e computadores
que regulam a automatização dos processos, mas toda esta panóplia não funciona sem a
presença imprescindível do Técnico de tinturaria e do Operador da máquina.
O sonho, perseguido desde há muito pela Indústria da tinturaria completamente automatizada
não passa disso mesmo: dum sonho!... É por isso igualmente essencial cuidar da
componente humana (com todos os seus erros e imperfeições: “errare humanum est.) para
que falhe o menos possível.
Em princípio a gestão destes recursos humanos deveria assentar em dois pilares:
FORMAÇÃO e MOTIVAÇÃO. Operários com boa formação compreendem melhor as tarefas
distribuídas e as consequências advindas dum trabalho conscientemente conduzido.
Operadores de máquinas, bons conhecedores dos processos e dos aparelhos de tingimento,
com os quais trabalham, contribuem decisivamente para a qualidade do trabalho
desenvolvido na tinturaria.
Um trabalhador consciente e seguro da sua actividade, com tarefas bem definidas e sentindo
por parte dos Quadros Técnicos o reconhecimento do seu bom trabalho é também um
elemento MOTIVADO.
A FORMAÇÃO CONTÍNUA deverá ser efectuada, mesmo que informalmente, já durante a
preparação do processo tintorial com a elucidação de pormenores técnicos relativos ao tipo
de fibra, corante, aplicação, etc. Um operário bem informado contribui também para a
PRODUTIVIDADE da tinturaria.
As presentes receitas e sugestões técnicas são baseadas em experiências feitas pelas casa nossas representadas, com o maior rigor possível, porém, dadas as variadas condições de trabalho, de clima, etc., não podemos, nem nós, nem as nossas representadas, assumir qualquer responsabilidade quanto ao resultado obtido pelos nossos clientes.
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3. FACTORES RELACIONADOS COM O SUBSTRATO A TINGIR
3.1. Características físico-químicas das fibras
Este ponto tem a ver geralmente com as fibras sintéticas PES, PA e PAN. A principal
vantagem das fibras sintéticas sob o ponto de vista da tinturaria é que sendo fibras artificiais o
seu comportamento tintorial pode ser controlado desde o processo de produção. Tomemos
como exemplo concreto uma fibra cujas características físico-químicas influenciam muito a
reprodutibilidade das tinturas: as fibras PAN (poliacrilnitrilo).
A fibra PAN tem dois valores que caracterizam o seu comportamento tintorial: o valor SF
(índice de saturação da fibra) e o valor V (velocidade de tintura). O valor SF indica-nos a
quantidade de corante que a fibra pode absorver durante o processo de tingimento sem que
se sature. O valor V indica-nos a velocidade de difusão do corante na fibra.
Conhecidos estes dois valores é possível conjugá-los com as características dos corantes
catiónicos, - também eles possuidores de valores individuais de saturação (f) e velocidade de
montagem (k) – e através de tabelas de cálculo conhecidas estabelecer receitas de
tingimento que garantem tingimentos com excelente reprodutibilidade, igualação e sempre
com os mesmos índices de solidez.
Também neste caso se pede uma coisa muito importante: a constância de qualidade da fibra.
A qualidade da fibra não é o mais importante desde que conhecida. Importante é que a
qualidade, mesmo má, seja constante.
Existem tinturarias que trabalham fibras acrílicas de menor qualidade, em termos de toque, cor
natural e valores SF e V, - mas como são sempre as mesmas, é possível, através do processo
de tingimento, compensar essa má qualidade e obter níveis de reprodutibilidade muito bons. O
problema agrava-se no que respeita a tinturarias para terceiros (à façon) que recebem vários
tipos de fibras de procedência desconhecida ou, dum mesmo cliente, partidas de qualidades
diferentes. Fibras sintéticas com características físico-químicas variáveis constituem uma
autêntica dor de cabeça para quem tinge. Isto significa que é importante manter sob controlo
As presentes receitas e sugestões técnicas são baseadas em experiências feitas pelas casa nossas representadas, com o maior rigor possível, porém, dadas as variadas condições de trabalho, de clima, etc., não podemos, nem nós, nem as nossas representadas, assumir qualquer responsabilidade quanto ao resultado obtido pelos nossos clientes.
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constante, a qualidade dos materiais a tingir. Só com o conhecimento garantido da qualidade
das fibras, é possível obter um bom nível de reprodutibilidade no dia-a-dia da tinturaria.
3.2. Preparação Prévia
Os processos de preparação (desencolagem, desengomagem, fervura prévia, branqueio,
mercerização, lavagem, etc, etc.) influenciam em muito o resultado final do tingimento.
No algodão, por ex., a intensidade da MERCERIZAÇÂO altera o rendimento dos corantes no
tingimento posterior. Quanto mais elevada é a quantidade de álcali aplicado na operação de
mercerização ou caustificação maior é o grau de intumescimento do algodão possibilitando uma
melhor penetração e difusão dos corantes na fibra.
As fibras naturais (as celulósicas e as proteicas) são as que necessitam de processos mais
rigorosos e abrangentes, dada a diversidade de substâncias a eliminar: gorduras, ceras, óleos
lubrificantes, minerais, pigmentos, etc,
Em relação às fibras naturais as fibras sintéticas não necessitam de pré-tratamentos tão
rigorosos. Normalmente a lavagem das fibras sintéticas tem por finalidade quase única a
remoção dos agentes de lubrificação aplicados durante os processos de fiação, texturização ou
de tecelagem.
Nas fibras sintéticas são mais importantes os processos de fixação prévia (termofixação) com
calor seco no caso do PES e da PA ou o encolhimento por vaporização dos tipos de PAN – HB
(alto volume). No caso das fibras de PES ou da PA a condução da operação de termofixação
influi definitivamente sobre o aspecto do material e o resultado do tingimento.
Também aqui se pode afirmar que a processos de preparação reprodutíveis corresponde uma
melhoria da reprodutibilidade na tinturaria.
Vidé em anexo Gráfico Tempª Fixação / Rendimento do Corante
As presentes receitas e sugestões técnicas são baseadas em experiências feitas pelas casa nossas representadas, com o maior rigor possível, porém, dadas as variadas condições de trabalho, de clima, etc., não podemos, nem nós, nem as nossas representadas, assumir qualquer responsabilidade quanto ao resultado obtido pelos nossos clientes.
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3.3. Apresentação dos Materiais a Tingir
Os artigos a tingir podem variar na sua forma de apresentação: bobines cruzadas, tops,
meadas, tecidos e malhas em corda (estas em aberto ou tubular) fitas, ramas ou peças
confeccionadas. Existem vários factores inerentes à forma de apresentação dos materiais que
influenciam os resultados do tingimento. Aqui, e como sempre, não deve ser esquecida a
regra de ouro: manter os vários factores o mais constante possível.
Factores como:
- densidade das bobinas cruzadas
- aperto e peso dos tops
- peso e comprimento das meadas
- cargas constantes nas máquinas de tingir
- relações de banho constantes.
4. FACTORES RELACIONADOS COM CORANTES E AUXILIARES DE TINGIMENTO
4.1. Os corantes como substâncias químicas que tingem os substratos têxteis desempenham
naturalmente um papel crucial na REPRODUTIBILIDADE duma tinturaria.
O corante tem de apresentar características de qualidade e, mais uma vez, a sua
qualidade dever der constante. Os principais factores que contribuem para a
Reprodutibilidade são:
- concentração constante;
- tonalidade constante no espectro colorimétrico;
- boa e constante solubilidade;
- estabilidade constante quando em solução;
- fraca e constante formação de poeira;
- robustez e homogeneidade de comportamento durante o processo de tintura.
As presentes receitas e sugestões técnicas são baseadas em experiências feitas pelas casa nossas representadas, com o maior rigor possível, porém, dadas as variadas condições de trabalho, de clima, etc., não podemos, nem nós, nem as nossas representadas, assumir qualquer responsabilidade quanto ao resultado obtido pelos nossos clientes.
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Um corante não deveria ser sensível a alterações de pH, a mudanças de tons provocadas por
ligeiras acções redutoras/oxidativas advindas da reacção com sais ou agentes de dureza
existentes no banho de tingimento, etc. Infelizmente nem todos os corantes configuram o
“CORANTE IDEAL” seja pela própria idiossincrasia química, seja por deficiências de
acabamento inerentes aos padrões de cada produtor.
É obrigação dos fornecedores de corantes e auxiliares alertar para os condicionalismos e
características dos produtos fornecidos.
4.2. Auxiliares de tinturaria e produtos químicos básicos
Os auxiliares de tinturaria e os químicos básicos desempenham um papel activo no
processo de tingimento devendo também ser garantia de qualidade constante. Os
auxiliares de tinturaria devem:
Manter constante o teor de substância activa
Manter constante o tipo de substância activa
Conter um mínimo de impurezas
Possuir propriedades físico-químicas constantes: como sejam a solubilidade, a
compatibilidade ácida ou alcalina, a resistência aos agentes de dureza da água e a
caracterização iónica.
No que respeita aos produtos químicos básicos tais como ácidos, álcalis, oxidantes,
redutores, agentes sequestrantes, electrólitos e outros, - os critérios são os mesmos: devem
apresentar uma qualidade constante.
Nem sempre damos a importância devida aos químicos básicos que, todavia, podem
acarretar problemas de destabilização do processo de tingimento. Um exemplo típico é-nos
dado, não tão raramente como o possamos admitir, pela utilização de sulfato de sódio com
um elevado teor de Fe II e outras impurezas. Este conteúdo de Ferro II origina mudanças de
tonalidade de alguns corantes contribuindo para a falta de reprodutibilidade dos tingimentos.
Outro exemplo é a variação da concentração de lote para lote dos ácidos e dos álcalis.
As presentes receitas e sugestões técnicas são baseadas em experiências feitas pelas casa nossas representadas, com o maior rigor possível, porém, dadas as variadas condições de trabalho, de clima, etc., não podemos, nem nós, nem as nossas representadas, assumir qualquer responsabilidade quanto ao resultado obtido pelos nossos clientes.
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5. FACTORES RELACIONADOS COM O PROCESSO DE TINTURA
5.1. Curvas de Tintura
As curvas de tintura devem ser estandardizadas para um determinado tipo de artigo. Para tal
há que utilizar correcta e detalhadamente os mecanismos informáticos do aparelho
conducentes a um controlo automatizado do processo de tintura.
Para um mesmo artigo devem ser mantidos constantes factores como o gradiente de
elevação da temperatura, tempo de permanência à temperatura final, escalonamento das
adições, gradiente de arrefecimento etc, - todos eles possuem extrema importância para a
REPRODUTIBILIDADE. Também aqui, é de CONSTÂNCIA que falamos .
5.2. Relação de Banho
A relação de banho influi na migração e no esgotamento dos corantes. Quanto mais curta é a
relação de banho, menor é a migração mas melhor é o esgotamento do corante.
Com algumas classes de corantes, como os REACTIVOS e os DIRECTOS, a variação da
relação de banho ao tingir a mesma cor conduz a uma indesejável e muito pronunciada perda
de REPRODUTIBILIDADE. Sobretudo com os corantes REACTIVOS cuja tendência a
hidrolizar é potenciada pelo aumento da relação de banho. É por isso imperativo considerar a
importância deste factor ajustando a quantidade de água em relação ao peso de material a
tingir.
Não se devem alimentar ilusões: uma mesma receita efectivada numa relação de banho
(R.b.) 1:10 não assegura um mínimo de reprodutibilidade quando repetida, no mesmo
material, mas sob uma R.b. 1:30, por ex.
Em muitas tinturarias, onde se esquece (ou facilita) que o factor REPRODUTIBILIDADE é
igual a PRODUTIVIDADE e esta a MAIS VALIA insiste-se com bastante mais frequência do
que a desejável naquela prática, - argumentando que a carga disponível não condiz com a
capacidade funcional da máquina de tingir. Assim é, muitas vezes, sendo preferível nestes
casos, refazer o ensaio de laboratório processando-o na relação de banho que irá ser
As presentes receitas e sugestões técnicas são baseadas em experiências feitas pelas casa nossas representadas, com o maior rigor possível, porém, dadas as variadas condições de trabalho, de clima, etc., não podemos, nem nós, nem as nossas representadas, assumir qualquer responsabilidade quanto ao resultado obtido pelos nossos clientes.
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utilizada na prática. A reprodutibilidade, a qualidade do material tingido e a Tesouraria (que é
paralela à Reprodutibilidade) agradecem de bom grado!
Mas atenção!; uma vez mais é absolutamente obrigatório que o Laboratório fale a linguagem
da prática utilizando ambos o mesmo idioma ou, se se quiser, a partilha do conhecimento
técnico.
5.3. Parâmetros da Máquina de Tingir
Como parâmetros da máquina de tingir entendem-se todos os factores possíveis de
regulação, tais como:
- Potência das bombas
- Diferenciais de pressão dentro/fora
- Sentido de banho e seus tempos de inversão
- Velocidade dos torniquetes
- Intensidade das tubeiras de injecção do banho
- Harmonização de tensões inerentes à circulação do material (Jet’s/overflows)
Tentamos chamar a atenção para os vários factores que influenciam a reprodutibilidade e a
Consequente Produtividade duma tinturaria. Faltarão certamente outros elementos
impossíveis de listar numa abordagem não exaustiva e onde se necessita de outra fonte de
informação muito mais complexa e enriquecedora: a experiência humana de cada um em
cada tinturaria, - porque cada uma destas é um mundo diferente com outras realidades e
outras CONSTANTES.
01- Factores Cond.Reprod./Março-2011
HG/Fg