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1 FACULDADE CAPIVARI CIÊNCIAS CONTÁBEIS ROBERTA JOHNSON BARRAGANA CONTROLE DE ESTOQUE: um estudo de caso na empresa Índia Cerâmica Artística Capivari de Baixo, 2017.

FACULDADE CAPIVARI CIÊNCIAS CONTÁBEIS · todas as atividades financeiras, como por exemplo, empréstimos, investimentos, entradas e saídas de sócios, declaração de imposto,

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FACULDADE CAPIVARI

CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ROBERTA JOHNSON BARRAGANA

CONTROLE DE ESTOQUE: um estudo de caso na empresa Índia Cerâmica Artística

Capivari de Baixo, 2017.

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ROBERTA JOHNSON BARRAGANA

CONTROLE DE ESTOQUE: um estudo de caso na empresa Índia Cerâmica Artística

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em

Ciências Contábeis da Faculdade Capivari, requisito

parcial à obtenção do título de bacharel em Ciências

Contábeis.

Orientação de: Prof. Esp. Mauricio Dobiez

Capivari de Baixo, 2017.

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Аоs meus pais, irmãos, meu marido Willian,

minha filhota Lívia е a toda minha família e

amigos que, cоm muito carinho е apoio, nãо

mediram esforços para quе еu chegasse аté

esta etapa dе minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por tudo, por ter me concedido saúde e força para não desistir, por

mais difícil e cansativo que foi essa caminhada.

Agradeço imensamente ao meu marido Willian, por ter me apoiado sempre e a minha

filha Lívia pela paciência até a conclusão do curso.

À minha mãe Lira e o meu pai Beto por sempre me incentivarem a estudar.

À minha irmã amada Michelle, constantemente me ajudando e acreditando que eu

conseguiria.

Agradeço à minha querida amiga de faculdade Sandra, que nunca mediu esforços para

me ajudar, sempre dedicada e atenciosa, disponibilizando sua empresa como objeto de estudo.

Ao professor Mauricio Dobiez, meu orientador, pela paciência e confiança na

realização deste trabalho.

Obrigada a todos que participaram de alguma forma para que esta etapa da minha vida

se realizasse, e às pessoas que convivem no meu dia a dia.

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“Que os vossos esforços desafiem as

impossibilidades, lembrai-vos de que as

grandes coisas do homem foram

conquistadas do que parecia impossível”

Charles Chaplin.

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RESUMO

O objetivo deste trabalho foi recomendar a implantação de um sistema de controle de estoque

na empresa Índia Cerâmica Artística. Para atingir o objetivo foi necessário realizar uma

pesquisa exploratória e bibliográfica, retirados de conceitos, exemplos e informações, assim

se tornando possível a realização da coleta de dados do exercício 2017 da empresa em

questão. Consequentemente buscaram-se respostas para o problema levantado: qual o critério

de controle de estoque mais adequado para uma empresa do ramo cerâmico artesanal? Para

tanto, foram desenvolvidos estudos relacionados com teorias, tecnologia, controle de estoque,

método Just in time e empresa familiar. Com o estudo realizado, observou-se que a

implantação de um sistema de controle de estoque é imprescindível, pois apresentará lucro e

crescimento, podendo acarretar melhores resultados, contribuição com as decisões e

melhorando o desenvolvimento da empresa.

Palavras-chave: Controle de estoque. Just in time. Tecnologia.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Tabela de comparação dos métodos.................................................................20

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Foto ilustrativa da frente da empresa Índia Cerâmica Artística.....................24

Figura 2 – Foto ilustrativa do interior da empresa Índia Cerâmica Artística..................24

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 10

2 HISTÓRIA DA CONTABILIDADE .............................................................................. 12

2.1 EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE ....................................................................... 12

2.2 RAMOS DA CONTABILIDADE .............................................................................. 12

2.2.1 Contabilidade financeira ................................................................................... 13

2.2.2 Contabilidade fiscal ........................................................................................... 13

2.2.3 Contabilidade gerencial ..................................................................................... 14

2.2.4 Contabilidade de custos ..................................................................................... 14

2.3 PLANEJAMENTO FINANCEIRO ............................................................................ 15

2.4 ESTOQUE ................................................................................................................. 15

2.4.1 Tipos de estoque ................................................................................................. 16

2.4.2 Inventário ........................................................................................................... 16

2.4.3 Controle de estoque ........................................................................................... 17

2.4.4 Avaliação de saída ............................................................................................. 17

3 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA ................................................................... 21

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ...................................................................... 23

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO .................................................... 23

4.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ...................................................... 25

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 28

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 29

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1 INTRODUÇÃO

Vive-se em um mundo globalizado, onde a sociedade empresarial sofre mudanças

tanto em termos políticos como também econômicos. Em consequência disso, a

competitividade vem se intensificando em todos os setores produtivos nas últimas décadas.

Assim, para permanecer atuante e quem sabe conquistar outros nichos de mercado, as

empresas precisam estar bem estruturadas e terem planejamentos eficazes. Então cabe essa

função à Ciência Contábil, que proporciona aos gestores um arcabouço de informações sobre

a real situação patrimonial, econômica e financeira da empresa. Num propósito de aperfeiçoar

os resultados esperados, a contabilidade pode fornecer informações fiscais, financeiras e de

custos, sendo que as informações consideradas essenciais para a gestão são as gerenciais, que

são ferramentas fundamentais para a administração.

Neste contexto, destaca-se a importância do controle de estoque para gestão

empresarial, pois as informações fornecidas interferem diretamente no custo do produto e,

consequentemente, no preço de venda do bem e/ou serviço. Todavia, para que a

movimentação de estoque seja bem sucedida é necessário um sistema adequado.

Segundo Dubois, Kulpa e Souza (2006), os estoques correspondem a um dos

elementos mais importantes do ativo circulante por sua colaboração fundamental à aquisição

dos lucros.

De acordo com Oliveira (1999), o estoque representa o custo das mercadorias

possuídas por uma empresa numa data especifica. Ou seja, é uma conta que registra os bens

adquiridos para serem revendidos ou transformados.

Equilíbrio entre compra e venda e os direcionamentos adequados dos estoques são

fatores fundamentais para o planejamento e sucesso de qualquer empresa.

No entanto, existem algumas dificuldades para implantar um sistema de controle

eficaz. O fato é que muitos empresários não percebem a importância de ter um controle

eficiente dos estoques e também não querem efetuar desembolsos.

A empresa Índia Cerâmica Artística, objeto de estudo, atualmente não possui qualquer

método para controlar o seu estoque. Por ser uma empresa familiar, o administrador não

considera viável à implantação de um sistema para obter esses controles, mas a questão é que

a empresa vem crescendo constantemente e já é imprescindível a inserção de um sistema para

controle.

Nesse sentido, a pergunta e o objetivo geral dessa pesquisa é identificar qual o critério

de controle de estoque mais adequado para a empresa Índia Cerâmica Artística.

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Para atingir o objetivo geral têm-se como objetivos específicos: a) identificar as

formas existentes de controle de estoques perante a literatura, b) verificar por meio de estudo

de caso, como acontece o controle de estoque da empresa Índia cerâmica artesanal e, c)

apresentar uma proposta de controle de estoque adequada para a empresa objeto de estudo.

Sendo assim, será possível demonstrar a importância deste processo para a empresa

concedente do estudo de caso.

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2 HISTÓRIA DA CONTABILIDADE

Nesta seção forma-se o referencial teórico da pesquisa, para trazer conhecimento e

visando mais clareza e entendimento para a elaboração do estudo de caso.

2.1 EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE

Segundo Ribeiro (2005), a origem dos procedimentos contábeis como dispositivo de

controle das operações econômicas relativas às compras, às vendas e aos investimentos

realizados pelo homem se perde no tempo. A contabilidade se fixou como ciência com a

chegada do método das partidas dobradas, no final do século XV.

Franco (2006) ainda afirma que a função da contabilidade é registrar, classificar,

demonstrar, auditar e analisar todos os fenômenos que ocorrem no patrimônio das entidades,

tencionando fornecer informações, interpretações e orientação sobre a composição e as

variações desse patrimônio, para a tomada de decisões de seus administradores.

Segundo Gonçalves e Baptista (2007), a contabilidade tem por fim registrar os fatos

ocorridos na empresa e fornecer informações que facilitem ao administrador do patrimônio o

planejamento e o controle de sua ação perante a empresa.

O objeto é o patrimônio de qualquer pessoa, seja física ou jurídica, e, é no patrimônio

das empresas que a contabilidade exerce suas funções, com objetivo de atingir suas

finalidades (GONÇALVEZ; BAPTISTA, 2007).

Portanto, a contabilidade é conceituada uma das profissões mais antigas e importantes

para a economia e evolução das empresas. E com a contabilização escrita e com números é

possível demonstrar as necessidades e informações sobre o patrimônio.

2.2 RAMOS DA CONTABILIDADE

A contabilidade por si só, como qualquer outra ciência, conta com vários ramos, mas

com o mesmo objetivo, orientar e controlar o patrimônio de uma entidade através de registros

contábeis. Dentre estes ramos, aborda-se a seguir: contabilidade financeira, contabilidade

fiscal, contabilidade gerencial, contabilidade de custos e o controle de estoque.

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2.2.1 Contabilidade Financeira

Segundo Marion (2008), a contabilidade financeira é a principal contabilidade

necessária a todas as empresas, por fornecer informações básicas a seus usuários, e sendo

obrigatória para fins fiscais. Conforme a área ou atividade pode-se receber algumas

denominações, como contabilidade agrícola, contabilidade comercial, contabilidade industrial,

dentre outras.

Para Wernke (2008), administração financeira é um conjunto de procedimentos e

técnicas utilizados para gerenciar os recursos financeiros da entidade, com o objetivo em

fornecer retorno do capital investido pelos acionistas. Só depende do gestor a utilização de seu

conhecimento técnico e as ferramentas gerenciais disponíveis para aumentar a rentabilidade

da empresa e, fornecer aumento nos lucros dos investidores.

A contabilidade financeira está relacionada em fornecer informações benéficas aos

agentes que estão fora da empresa, ou seja, os acionistas, credores, fornecedores, e etc.

2.2.2 Contabilidade Fiscal

Para Andrade, Lins e Borges (2015), cada tributo tem legislação própria que descreve

exaustivamente as situações e eventos que caracterizam seus fatos geradores. Assim o fato

gerador é a situação definida em lei como necessária e suficiente à ocorrência da obrigação

tributária sejam a principal ou acessória. Portanto, a obrigação tributária é de pessoa jurídica

que envolve o direito público interno, sujeito ativo: União, Distrito Federal, Estados ou

Municípios e o sujeito passivo: que pratica o fato gerador.

Os tributos podem ser classificados como diretos e indiretos. Os tributos diretos são

lançamentos tributários sobre o veículo ou renda do contribuinte inscrito individualmente,

como exemplos: o IR (imposto de renda), IPVA (imposto sobre propriedade de veículos) e

outros. Os indiretos são lançados sobre o consumo ou despesa, repassado para o consumidor

final, ou seja, Imposto sobre Circulação da mercadoria (ANDRADE; LINS; BORGES, 2015).

Nos últimos anos, a contabilidade fiscal vem se tornando muito importante pelo grande

aumento dos custos tributários que cada vez mais geram impactos nos preços dos produtos e,

com a influência da contabilidade, consegue trazer benefícios para organização.

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2.2.3 Contabilidade Gerencial

Iudícibus (1998) relata que a contabilidade gerencial está norteada à administração da

empresa, caracterizando um foco especial, verificando as técnicas e procedimentos contábeis

já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na análise

financeira e de balanços, etc. Com o intuito de apresentar e identificar maneiras diferentes

para auxiliar o gerente da entidade, fornece informações que sejam úteis para o administrador

da empresa nas tomadas de decisões.

Segundo Marion (2008), a contabilidade gerencial é direcionada para fins internos,

pois procura suprir os gerentes de um índice maior de informações, principalmente para a

tomada de decisões. O profissional que opta por esta função muitas vezes e conhecido como

controller.

Hoje, o responsável pela contabilidade gerencial é o profissional que não está voltado

diretamente aos cálculos de impostos. A dedicação deste profissional é controlar diretamente

todas as atividades financeiras, como por exemplo, empréstimos, investimentos, entradas e

saídas de sócios, declaração de imposto, etc. Deste modo, consegue disponibilizar

informações que geram melhorias a gestão da empresa.

2.2.4 Contabilidade de Custos

Segundo Crepaldi (2010) a contabilidade de custos faz parte da contabilidade

gerencial ou administrativa e desfruta de técnicas que são aplicadas não somente às empresas

industriais, mas também para várias outras atividades, entre elas as empresas públicas e

entidades sem fins lucrativos, e não precisa estabelecer requisitos legais ou fiscais.

Para Martins (2003), a consequência do crescimento das empresas é o resultado do

aumento da distância entre administrador e as pessoas administrativas. Por conta deste fator, a

contabilidade de custos começou a ser encarada como uma eficiente ferramenta de auxílio no

desempenho da função gerencial. Em vista disso, pode-se dizer que a contabilidade de custos

é o ramo da contabilidade que coleta informações para vários níveis gerenciais de uma

empresa, auxiliando nas funções de cada desempenho, planejamento o controle das operações

e na tomada de decisão.

De acordo com Wernke (2005), as principais classificações de custos são em

categorias específicas. Entre as várias classificações de custos existentes na literatura, as mais

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utilizadas são, os custos diretos e indiretos, que é de fácil identificação no produto, e os custos

variáveis e fixos, que é de volume produzido no produto.

2.3 PLANEJAMENTO FINANCEIRO

Segundo Hoji (2014), o planejamento financeiro consiste em adequar o volume de

recursos exigidos para executar as atividades operacionais e de investimentos da empresa,

avaliando os possíveis pontos de recursos, na qual será analisada a estrutura de seu capital,

para identificar sua capacidade de obtenção de financiamento. Portanto, as despesas podem

sofrer impacto sobre o lucro da empresa.

Sendo assim, as empresas precisam planejar suas operações financeiras, as despesas e

as receitas, que serão utilizadas como fonte de avaliação.

2.4 ESTOQUE

Um dos elementos importantes do Ativo de uma empresa é o estoque. Esse mérito

resulta não só de sua alta participação percentual no total do Ativo, mas também do fato de

ser a partir dele que se determina o custo das mercadorias ou produtos vendidos.

Baseando-se na contagem dos instrumentos de caça e pesca, o homem aperfeiçoou o

seu controle, estocando o que era produzido. A partir deste momento surge o estoque, como

meio de guardar em maiores quantidades os itens indispensáveis à sobrevivência do homem.

De acordo com Iudícibus (2000), de certa forma, o “homem contador” põe ordem,

classifica, agrega e inventaria o que o “homem produtor” em seu anseio de produzir, vai, às

vezes desordenadamente, amealhando, dando condições a este último para aprimorar cada vez

mais a quantidade e a qualidade dos bens produzidos, por meio da obtenção de maiores

informações sobre o que conseguiu até o momento.

A relação entre a contabilidade e o controle de estoque está explícita através do autor

supracitado, tendo em vista que desde aquela época, o homem contador auxiliava o homem

produtor na organização de seus bens produzidos, obtendo assim, um controle maior na

qualidade e quantidade do produto armazenado. Desde então, com o passar dos anos a

evolução da humanidade fez com que o aprimoramento no armazenamento desses

suprimentos se estendesse também para o setor industrial e comercial na segunda metade do

século XX.

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Segundo Oliveira (2002), os estoques representam o custo das mercadorias tidas por

uma empresa numa data especifica. Ou seja, é uma conta que registra os bens adquiridos para

serem revendidos ou transformados. E, para Dubois, Kulpa e Souza (2006), os estoques são

bens que ficam armazenados na empresa pelo fato de não terem sidos utilizados (no caso de

materiais) ou comercializados (no caso de produtos acabados).

Conforme Chiavenato (2014), estoque é a constituição de materiais (matéria-prima,

materiais em processamento, materiais semiacabados, produtos acabados) que não é utilizada

em determinado momento na empresa, mas que precisa existir em função de futuras

necessidades.

2.4.1 Tipos de estoque

Para Chiavenato (2014), o estoque de produtos acabados contém produtos já prontos,

cujo processamento foi concluído inteiramente, e o estoque de matéria prima, é constituído de

insumos e matérias básicas que ingressam no processo produtivo da empresa.

Conforme Dubois, Kulpa e Souza (2006), estoque de materiais auxiliares são aqueles

que se prestam para a elaboração do produto acabado, mas não fazem parte integrante do

mesmo.

Dubois, Kulpa e Souza (2006) afirmam que estoques de materiais de processamento

são aqueles que já se encontram em fase de produção, mas ainda não foram completamente

transformados, e estoque de peças para manutenção e ferramentas, são elementos necessários

para auxiliar na fabricação.

2.4.2 Inventário

O inventário equivale ao processo de comprovação da existência física dos estoques na

empresa, é contagem física de todos os itens em estoque e seu registro para ser lançado no

balanço ou balancete da empresa. Sejam eles de matéria-prima, em processo, produtos

acabados, materiais indiretos, de consumo, manutenção ou patrimoniais. Portanto trata-se de

uma atividade. O resultado do inventário é incontestavelmente um dos elementos base para a

confecção do balanço de qualquer empresa.

De acordo com Crepaldi (2010) existem dois tipos de inventario:

Inventário periódico: onde a empresa não mantém um controle contínuo dos

estoques por meio de ficha ou controle informatizado de estoque.

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Inventário permanente: no qual é possível manter o controle contínuo dos

estoques por meio de fichas ou controle informatizado de estoque. Assim, o estoque pode ser

calculado a qualquer momento pela Contabilidade.

2.4.3 Controle de estoque

Segundo Dubois, Kulpa e Souza (2006), o controle de estoque é um meio de

acompanhar alguma tarefa a qual se dá pela valorização e acompanhamento do fluxo físico

dos materiais que saem do almoxarifado para a linha de produção.

Para Chiavenato (2014) planejar e controlar o estoque são um desafio, pois o estoque

tende a flutuar e é muito difícil controlá-lo em toda a sua extensão, já que os materiais se

transformam rapidamente pelo processo produtivo e a cada momento podem ser classificados

diretamente.

Chiavenato (2014) ainda relata que os estoques não podem ser muito grandes, pois

implicam desperdício e capital empatado desnecessariamente, nem podem ser muito

pequenos, pois envolvem risco de falta de materiais, e, consequentemente, paralisação da

produção e não atendimento aos clientes.

Assim ele deixa bem claro que a empresa precisa conhecer seus estoques e obter dados

e informações relevantes sobre eles.

2.4.4 Avaliação de saída

Um dos objetivos específicos é identificar as formas existentes de controle de estoques

perante a literatura.

Para Crepaldi (2010), o objetivo da avaliação de estoque é exclusivamente separar o

custo dos produtos entre o que foi vendido e o que permaneceu em estoque. Representa uma

parcela extremamente importante no processo de controle de custos.

Segundo Oliveira (1998) para apuração do custo das mercadorias vendidas ou das

matérias-primas consumidas, o contribuinte deverá utilizar-se de registros permanentes de

estoques ou do valor dos estoques existentes, de acordo com o livro inventário, no fim do

exercício social.

As formas de avaliar que os autores dão mais ênfase e os métodos mais comuns

utilizados no Brasil são o custo médio, PEPS e em menos escala o UEPS.

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De acordo com Warren, et at. (2009), quando o método PEPS de avaliação do estoque

é utilizado, os custos estão incluídos no custo das mercadorias vendidas, na ordem em que

foram incorridos.

PEPS significa Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair, onde o funcionamento segue: o que

chega antes ao depósito deve ir embora primeiro, e o que chega por último vai embora por

último. Através disso, você pode fazer o gerenciamento do estoque de maneira segura.

Em razão das características do método, os primeiros produtos a chegarem ao depósito

definirão o valor total do estoque. Uma das vantagens de realizar essa abordagem é que o

cálculo de valores não será baseado em estimativas.

Toda operação realizada em estoques passa a ter custo e lucro real. Além disso, os

itens a serem retirados seguirão uma ordem lógica e sistemática. Essas qualidades do PEPS

garantem que exista sempre uma organização abrangente. Outra vantagem é a diminuição de

prejuízo causado por perdas de itens. O método evita que produtos novos sejam vendidos

antes daqueles que já estão no estoque há muito tempo.

Warren, et at. (2009), justificam a rejeição do CPC 16, em relação à adoção do método

UEPS para a avaliação dos estoques. A legislação tributária brasileira não admite avaliar os

estoques pelo método Último a Entrar, Primeiro a Sair (UEPS), porque na adoção desse

método, em um regime econômico em que há inflação, a tendência é de que todos os estoques

fiquem subavaliados, o que diminui o lucro líquido do exercício social e, por consequência, o

valor dos tributos com o Imposto de Renda e com a contribuição social,mas pode ser utilizado

para controle da empresa.

A UEPS segue uma metodologia inversa ao PEPS: Ultimo Entrar, Primeiro a Sair. O

cálculo do custo do estoque parte então dos últimos itens que chegaram ao depósito, ou seja,

no cálculo, o valor dos primeiros produtos do depósito é enquadrado como se fosse dos

primeiros itens vendidos. Em outras palavras, o valor total do estoque é extraído a partir o

custo do último preço.

Como normalmente esse valor é mais alto, há, no final do processo, um crédito

positivo de material, já que o UEPS causa uma supervalorização do preço do produto. O

problema do método está na redução do valor tributável depois do exercício de cálculo. Por

essa razão, a legislação fiscal brasileira não permite que o sistema seja utilizado pelas

empresas. Em compensação, trata-se de um método com estimativas mais próximas da

realidade.

Além disso, se adéqua melhor aos departamentos onde há processos produtivos, e se

integra melhor às estimativas de lucratividade dos itens. O ajuste dos preços cobrados também

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pode ser mais rápido e eficiente, mas em alguns setores essa técnica não é recomendável,

principalmente os que comercializam produtos perecíveis. A causa disso é evidente: se os

produtos que chegaram saírem antes, os primeiros do estoque poderão estar estragados ou

vencidos.

Embora não seja utilizado no cálculo de imposto no Brasil, esse método é muito

comum nos Estados Unidos, na Alemanha e no México.

Almeida (2010) esclarece que através deste método as quantidades que ficam em

estoque e as que saem são valorizadas pelo custo unitário médio de aquisição ou de

fabricação. O CPC 16 ainda expõe que o custo do estoque deve ser atribuído pelo Método

PEPS ou pelo Custo Médio, onde a última alternativa acaba sendo a mais utilizada pela

administração das empresas brasileiras.

Já o custo médio ponderado, também chamado de preço médio, é obtido através de

uma média de custos de aquisição. Para entender como funciona o método, pense numa

empresa que produz num determinado período de tempo, 100 unidades de um produto com

um custo de 500 reais. Em outro período, foi preciso produzir o dobro, mas a empresa teve

uma despesa de 1.150 reais. Para realizar o cálculo, o administrador do estoque deve somar o

custo total para produzir o produto no período correspondente (ou seja, 500 + 1150) e, em

seguida, dividir o custo pelo número de itens fabricados. O custo médio, então, será de 5,50

por unidade.

Ainda neste aspecto, pois o custo médio tem divisões: ponderado fixo e ponderado

móvel.

O custo médio ponderado móvel é obtido a partir das despesas que podem variar de

acordo com a produção. O preço de custo é o fator primordial para conceber o estoque final e

o custo de mercadorias requisitadas ou vendidas. Por causa dessa metodologia, o valor de

cada item muda de acordo com a compra ou produção de outros itens cujos preços são

diferentes. Se a produção diminuir, esse valor também diminuirá, e se aumentar, o valor

também aumentará.

Esse método é bastante trabalhoso, mas consegue refletir com exatidão os dados sobre

os custos por período e dos estoques remanescentes.

Já o custo médio ponderado fixo é obtido a partir de uma média de custo de materiais

disponíveis para uso ou venda num determinado período de tempo. O cálculo é feito da

seguinte forma: usa-se o custo total dos materiais disponíveis na produção ou consumo e, em

seguida, divide-se esse valor pela quantidade equivalente dos mesmos materiais. Nesse caso,

quanto maior a produção, menor será o custo médio ponderado fixo.

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Quadro 1 - Tabela de comparação dos métodos

PEPS CUSTO MÉDIO UEPS

VENDAS 6.200,00 6.200,00 6.200,00

(-) DEVOLUÇÃO DE VENDAS

(500,00) (500,00) (500,00)

= VENDAS LÍQUIDAS 5.700,00 5.700,00 5.700,00

(-) CMV (3.586,00) (3.650,00) (3.910,00)

= LUCRO BRUTO 2.114,00 2.050,00 1.790,00

ESTOQUE FINAL 724,00 660,00 400,00

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3 MÉTODOS E TÉCNICAS DA PESQUISA

A fase prática da pesquisa iniciou-se com a aplicação do instrumento de coleta de

dados e da técnica selecionada, a fim de se realizar a coleta de dados previstos (OLIVEIRA,

1998). Nesta pesquisa, foi utilizada como instrumento básico para coleta de dados a

entrevista, que Marconi e Lakatos (2006, p. 278) definem como:

uma conversa entre duas pessoas, das quais uma delas é o entrevistador e a outra o

entrevistado (...). Todas elas têm um objetivo, ou seja, a obtenção de informações

importantes e de compreender as perspectivas e experiências das pessoas

entrevistadas.

Para a obtenção dos dados para a pesquisa foi feito um roteiro de entrevista com as

seguintes perguntas: a) A empresa possui algum método de controle de estoque? b)Se possui,

qual método é utilizado? c) De que forma são controlados os pedidos? d) Como é feito a

manutenção do estoque físico? e) Existe a intenção de implantar um método de controle de

estoque? As respostas foram fundamentais para a construção das análises e apontamento da

conclusão. O estudo foi realizado de forma presencial com o administrador da empresa

estudada.

É imprescindível que “o pesquisador antes da entrevista informe ao entrevistado sobre

o interesse, a utilidade, o objetivo, as condições e o compromisso do anonimato. É também

importante que na conversação o pesquisador demonstre motivação e credibilidade”

(MARCONI; LAKATOS, 2006, p. 278).

De acordo com Oliveira (1998), na medida em que ocorre a coleta dos dados, eles

serão elaborados e classificados de forma sistemática.

Foi feita uma análise do conteúdo de forma que permitiu ao pesquisador a obtenção

de informações claras e precisas para tornar mais simples as conclusões dos dados da

pesquisa.

A pesquisa foi realizada no ano de 2017, através de uma aplicação de um roteiro de

entrevista com o administrador da empresa, onde foram coletados dados da caracterização do

proprietário e da empresa, e, em seguida, coletados dados para o questionário e elaboração do

estudo de caso.

Como o objetivo do presente estudo foi identificar o critério de controle de estoque

mais adequado para a empresa Índia Cerâmica Artística, procurou-se seguir uma metodologia

que contribuísse para atingir tal objetivo.

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Desse modo, para análise e interpretação dos dados coletados, realizaram-se as

seguintes etapas: verificar qual o modelo de controle de estoque utilizado pela empresa,

identificar perante a literatura modelos de controles de estoque existentes, e apresentar uma

proposta de controle de estoque adequada para a empresa objeto de estudo.

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4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO

A empresa Índia Cerâmica Artística, tem como atividade a indústria artesanal de

artefatos em cerâmica natural derivados da argila.

Fundada em 1991, por Ivone Nair Amaro a empresa funcionava com uma pequena

estrutura de 40m², onde o objetivo era ser uma empresa de alto padrão de qualidade no ramo

da indústria de fabricação de artefatos decorativos.

Em 2001, a empresa obteve seu registro com sua razão social Ivone Nair Amaro ME,

registrada no Simples Nacional, considerada uma empresa de pequeno porte situada na Rua

São João, Margem Esquerda, N° 1200 - Bairro São João – Tubarão - SC.

A Índia Cerâmica Artística cresceu em área de atendimento, com um espaço mais

amplo de 380m², em um terreno de 1400m², buscando sempre oferecer novos produtos e de

qualidade aos seus clientes.

A procura por crescimento não parou durante os 24 anos no mercado.

Atende no estado de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, clientes que

compram, pintam e comercializam. Atualmente conta com mais de 8.500 (oito mil e

quinhentas) peças prontas e 4.000(quatro mil) formas modelos.

A empresa possui hoje um quadro de 8 (oito) colaboradores alocados a cada setor,

onde quatro estão na produção, dois no atendimento ao cliente, um colaborador com a função

de gerente geral e financeiro e um diretor administrativo.

Um dos principais projetos para empresa, segundo a gerente administrativa é obter

sucesso em todos os setores, conseguir ter os controles necessários para uma boa

administração.

A empresa trabalha com 4 (quatro) fornecedores de matéria prima, tendo total

credibilidade, onde a responsabilidade é da gerente em fazer as compras tanto de matéria

prima como de materiais em geral.

A empresa Índia Cerâmica Artística é a única indústria de artefatos cerâmicos

decorativos na região, contribuindo para o desenvolvimento comercial.

A empresa não utiliza contabilidade própria, sendo assim, a contabilidade é

terceirizada e os serviços são prestados pela empresa Contabilidade A Larroyd, localizado na

Rua Lauro Miller, Bairro Centro, Tubarão, desde 2002.

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O sistema utilizado pela empresa é o GDOOR Sistemas, somente para a emissão das

notas fiscais eletrônicas.

A empresa dispõe de um elevado processo de produção. Hoje fabrica em média 130

(cento e trinta) peças por dia, em vários tamanhos e modelos e todo o processo de produção

das peças dura em media 15 dias, prazo que abrange desde o pedido até a entrega.

A figura 1 mostra a frente da empresa Índia Cerâmicas Artísticas assim se têm a

noção de como é a empresa.

Figura 1 – Foto ilustrativa da frente da empresa Índia Cerâmica Artística

E a figura 2 mostra o interior da empresa, onde proporciona conhecer como é

armazenado os produtos.

Figura 2 – Foto ilustrativa do interior da empresa Índia Cerâmica Artística

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4.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Apresenta-se como um dos objetivos específicos, verificar o modelo de controle de

estoque utilizado pela empresa. Cabe destacar que o estudo foi realizado em uma empresa

familiar de pequeno porte do setor cerâmico artesanal na região sul do estado de Santa

Catarina.

No primeiro momento, foi constatado por meio dos dados coletados e do

acompanhamento das atividades desenvolvidas em relação ao estoque, que este é realizado

manualmente na empresa Índia Cerâmica Artística.

Por não se tratar somente de uma fábrica, mas também de um comércio, é preciso

manter um mostruário completo para atender os clientes do varejo.

Conforme informações coletadas, a empresa mantém o seu estoque de acordo com os

pedidos de atacado e acompanhando as vendas do dia anterior. O exemplo de como funciona

no atacado é que quando surge um pedido de 5 vasos de um determinado modelo, é preciso

que o responsável pelo setor se desloque até o estoque e verifique se o produto em questão

esta disponível.

Com esse método de controlar estoque que a empresa utiliza direciona todo o processo

ao erro e descuidar do controle de estoque pode ser fatal para uma organização, pois além de

prejudicar a gestão, o negócio fica sujeito a furtos de produtos.

E em relação ao varejo, a loja possui uma rotina de reposição, o bloco de vendas do

dia anterior é revisto e é realizada uma relação das peças e quantidades vendidas, logo após

sendo repassado para o setor de produção.

A falta do controle de estoque é um problema comum que pode ameaçar a

sobrevivência da empresa.

Com um bom gerenciamento de estoque, o empresário vai lucrar mais, atender melhor

o cliente e manter a fidelidade do seu público.

Por estar crescendo e obtendo aumento nas vendas, observou-se que a empresa precisa

se desenvolver tecnologicamente, por essa razão a importância de uma implantação de um

sistema controle de estoque, porém, a empresa atualmente não desenvolve nenhum projeto

para a obtenção.

O ultimo objetivo foi apresentar uma proposta de controle de estoque adequada para a

empresa objeto de estudo.

Em pesquisas, verificou-se que poderíamos aplicar o método Just in time na hora

certa, procedimento que possibilita produzir a quantidade certa no tempo certo, ou seja,

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produzir num dado momento o que será de uso imediato, nem mais nem menos, evitando

desperdícios.

Método este que utiliza a quantidade de matéria prima exata. Just in time surgiu na

década de 70 na reconstrução e recuperação do pós-guerra no Japão para o combate a

concorrência dos Estados Unidos e da Europa. Este método pode ser aplicado em qualquer

organização desde que feitas às adaptações necessárias.

O Just in time pode oferecer muitas vantagens, reduzir os prazos de fabricação,

aproveitar o máximo do trabalho em equipe no processo produtivo, produzir somente os

produtos necessários, produzir com qualidade requerida, melhor atendimento ao cliente,

menor perda, maior retorno de investimento e o controle do giro dos produtos. Entretanto,

existem as desvantagens, os quais as organizações trabalham com estoque e fornecedores

reduzidos para o mínimo possível. Qualquer flutuação na demanda torna a organização

fragilizada, onde faltará mão de obra e produtos para atender os clientes.

No caso da empresa em estudo, só seria possível a implantação do método se houvesse

uma mudança geral, pois nem mesmo um sistema para lançar as vendas é utilizado. Precisa-se

realizar uma auditoria em todo o seu estoque e inventariar.

Repensar toda a produção de modo a responder eficazmente aos pedidos dos clientes

seria o próximo passo. A nova “arrumação” e layout da fábrica deverão ser flexíveis,

responder a altos padrões de qualidade, evitar tempos de espera e responder rapidamente a

alterações na produção.

A implantação do método envolve ensinar o pessoal a funcionar segundo novos

moldes, com novos objetivos e novas regras. A motivação é percebida se for efetuado um

trabalho conjunto com todos.

É preciso firmar boas parcerias com fornecedores, pois não será mais somente uma

simples compra e venda. É vantajoso para a empresa explicar o seu processo e os seus

objetivos, para que estes possam colaborar. É também mais fácil tratar com um número

menos extenso de fornecedores.

E o ultimo passo se volta para o cliente. É útil que os clientes possam colaborar com a

empresa. A empresa pode pedir-lhes, por exemplo, ajuda de forma a estabilizar a carga da

produção, combinando um programa de entregas. Além disso, é sempre vantajoso para a

empresa repassar a mensagem aos clientes do aumento de qualidade conseguido.

Por fim, funcionar com o Just in time representa, para a empresa, uma alteração

profunda das suas práticas. Toda a organização da empresa deve assim ser modificada para

responder mais efetivamente. A disposição funcional das atividades deve ser substituída por

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linhas de produtos, todo o trabalho de gestão de estoques de produtos finais ou intermédios

deixa de fazer sentido, podendo a empresa colocar estes funcionários para realizar outras

tarefas.

O Kanban é um sistema usado para sinalizar necessidades de ação. Isto pode ser feito

por meio de um mural com cartões (post its, entre outros) e também por meio de Kanbans

virtuais. A importância deste recurso no modelo proposto é que ele é a maneira de se alcançar

o Just In Time.

A taxa de produção é controlada pelo Kanban, o qual contempla a demanda por

matérias-primas através de um sistema de processos de clientes e fornecedores. Isso garante

que os materiais serão recebidos apenas quando necessário. Com Kanban, é possível

identificar apenas os produtos que são necessários para que o processo do momento seja

completo.

Portanto, não é uma tarefa fácil implantar o Just in time, mas o resultado pode ser:

lucratividade e crescimento.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta seção serão demonstrados os resultados sobre os objetivos alcançados após o

estudo de caso realizado na empresa Índia Cerâmica Artística.

Concluindo a pesquisa, os resultados obtidos foram satisfatórios e permitiram a

conclusão da questão problema. Portanto, foi possível relacionar os objetivos da pesquisa com

a resposta problema.

O estudo teve como objetivo principal propor um controle de estoque para a empresa

pesquisada, e para concluir este estudo foram seguidos os objetivos específicos.

Pesquisas sobre a literatura foram realizadas e se obteve as informações sobre quais

controles estoques existentes, assim finalizando um dos objetivos específicos.

Outro objetivo era obter o conhecimento de que maneira a empresa em questão

controla o seu estoque, foi necessário conhecer a empresa e suas atividades diárias em todos

os setores, a fim de verificar o modo de controle de estoque é utilizado pela empresa estudo

de caso, conforme demonstrado no trabalho. Logo, observou-se que a empresa controlava seu

estoque com lançamentos diários de saídas de mercadorias em um caderno, e com esse modo

de controle a empresa não tinha a visualização clara de suas movimentações .

O último objetivo foi demonstrar a grandeza da necessidade de uma implantação de

controle de estoque e que nos dias de hoje é fundamental para o planejamento e sucesso da

empresa, por mais difícil e complicado que seja o começo.

O sistema sugerido foi o método Just in Time, onde o processo é produzir somente o

necessário. Como a empresa trabalha com um numero considerável de pedidos, seria o melhor

método para ser implantada na empresa Índia Cerâmica Artística.

Enfim, com a finalização do estudo de caso, o propósito é de que quando houver a

implantação do controle de estoque, seja possível o aperfeiçoamento no atendimento, gerar

lucro, conseguir evitar que a empresa obtenha por parte dos funcionários desvios e fazer toda

a diferença no final do mês.

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