97
FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM ADMINISTRAÇÃO Escolha do sistema de Automação da Força de Vendas na Indústria Farmacêutica: Uma análise comparativa entre os métodos MAUT e ZAPROS-LM JULIANA NOGUEIRA RODRIGUES CARVALHO ORIENTADOR: PROF. DR. LUIZ FLÁVIO AUTRAN MONTEIRO GOMES Rio de Janeiro, 8 de fevereiro de 2010

FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM

ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA

DDIISSSSEERRTTAAÇÇÃÃOO DDEE MMEESSTTRRAADDOO PPRROOFFIISSSSIIOONNAALLIIZZAANNTTEE EEMM AADDMMIINNIISSTTRRAAÇÇÃÃOO

Escolha do sistema de Automação da Força de Vendas na Indústria Farmacêutica: Uma análise

comparativa entre os métodos MAUT e ZAPROS-LM

JJUULLIIAANNAA NNOOGGUUEEIIRRAA RROODDRRIIGGUUEESS CCAARRVVAALLHHOO

ORIENTADOR: PROF. DR. LUIZ FLÁVIO AUTRAN MONTEIRO GOMES

Rio de Janeiro, 8 de fevereiro de 2010

Page 2: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

ESCOLHA DO SISTEMA DE AUTOMAÇÃO DA FORÇA DE VENDAS: UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS MÉTODOS MAUT E ZAPROS- LM

JULIANA NOGUEIRA RODRIGUES CARVALHO

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissional em Administração como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Administração. Área de Concentração: Administração Geral.

ORIENTADOR: PROF. DR. LUIZ FLÁVIO AUTRAN MONTEIRO GOMES

Rio de Janeiro, 8 de fevereiro de 2010

Page 3: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

ESCOLHA DO SISTEMA DE AUTOMAÇÃO DA FORÇA DE VENDAS: UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS MÉTODOS MAUT E ZAPROS- LM

JULIANA NOGUEIRA RODRIGUES CARVALHO

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissional em Administração como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Administração. Área de Concentração: Administração Geral

Avaliação:

BANCA EXAMINADORA:

_____________________________________________________

Professor Dr. LUIZ FLÁVIO AUTRAN MONTEIRO GOMES Instituição: Ibmec/RJ _____________________________________________________

Professor Dr. CARLOS FRANCISCO SIMÕES GOMES

Instituição: Ibmec/RJ _____________________________________________________

Professor Dr. ANTONIO ROBERTO MURY Instituição: Laboratório Nacional de Computação Cientifica - LNCC

Rio de Janeiro, 8 de fevereiro de 2010

Page 4: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

FICHA CATALOGRÁFICA 658.403 C331

Carvalho, Juliana Nogueira Rodrigues. Escolha do sistema de automação da força de vendas na indústria farmacêutica: uma análise comparativa entre os métodos MAUT e ZAPROS-LM / Juliana Nogueira Rodrigues Carvalho - Rio de Janeiro: Faculdades Ibmec, 2009. Dissertação de Mestrado Profissionalizante apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração das Faculdades Ibmec, como requisito parcial necessário para a obtenção do título de Mestre em Administração. Área de concentração: Administração geral. 1. Processo decisório (tomada de decisão). 2. Método ZAPROS-LM. 3. Indústria farmacêutica.

Page 5: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

v

DEDICATÓRIA

Ao meu marido pelo apoio incondicional em todos os momentos da minha vida, permitindo que meus sonhos se realizem.

Page 6: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

vi

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos os colegas de trabalho que me apoiaram e me incentivaram na conclusão

desse desafio.

Aos colegas de turma, que foram muitos, todos destinados a concluir o mestrado e que me

confortavam com o sentimento de não estar sozinha.

Sou grata também a todos os professores do curso de mestrado profissional em Administração

do IBMEC que mostraram como a teoria pode ser colocada em prática, com materiais atuais e

oportunos, ampliando as possibilidades na minha vida profissional.

Agradeço a todos os colaboradores do IBMEC, sempre atenciosos e buscando ao máximo

resolver os problemas e passar informações práticas.

E ao meu orientador, Prof. Dr. Luiz Flavio Autran Monteiro Gomes, que mostrou o caminho

mais apropriado para conclusão desta dissertação e que mesmo quando problemas de saúde e

profissionais não me permitiram estar presente, foi solidário e atencioso, deixando claro que

acima de tudo, somos humanos.

Page 7: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

vii

RESUMO

Essa dissertação tem como objetivos (i) escolher um sistema de automação da força de vendas

para uma indústria farmacêutica, (ii) comparar dois métodos de apoio a tomada de decisão,

um de análise verbal com ZAPROS-LM e outro de análise quantitativa com MAUT e (iii)

identificar qual mais se adapta aos novos projetos dessa indústria e ao perfil dos decisores.

Através da revisão da literatura foi identificado que os métodos têm muitas semelhanças e

diferenças, podendo ser usados separadamente ou de forma complementar. São destinados a

seleção e ordenação de alternativas, sendo mais apropriados a problemas não estruturados, em

cenários de incerteza e com informações imprecisas e subjetivas. Para facilitar a mudança de

cultura na tomada de decisão desta empresa que hoje é puramente empírica, foram usadas

planilhas eletrônicas que permitem aos decisores entenderem a estrutura lógica e armazenar

um histórico dos critérios que levaram a determinada escolha. Assim, acredita-se que para

solução do problema em questão os dois métodos são apropriados, cabendo aos decisores

demonstrar sua preferência.

Palavras Chave: Automação da Força de Vendas, MAUT e ZAPROS-LM .

Page 8: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

viii

ABSTRACT

This work aims at (i) choosing a system of sales force aautomation for a pharmaceutical

company, (ii) comparing two methods to support decision making, one method based on the

verbal analysis via ZAPROS-LM and the other method based on the quantitative analysis via

MAUT and (iii) identifying which method better fits the new projects in this industry and the

profile of the decision-makers. Through a literature review it was identified that the methods

have a lot of similarities as well as differences, and they can be used separately or in a

complementary way. They are intended to select and order alternatives, being more

appropriate for unstructured problems, in scenarios of uncertainty and when dealing with

inaccurate and subjective information. To facilitate the change of the culture of decision-

making in this company which is purely empirical at present, spreadsheets were used to

enable decision-makers to understand the logical structure and to store a record of the criteria

that led to a particular choice. Thus, it is believed that to solve this issue both methods are

appropriate, leaving decision-makers to demonstrate their preference.

Keywords: Sales Force Automation, MAUT and ZAPROS-LM .

Page 9: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

ix

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Mercado Farmacêutico Brasil. .................................................................................... 5 Figura 2- Tempo para desenvolver um medicamento ................................................................ 8 Figura 3- Novos medicamentos em desenvolvimento ................................................................ 8 Figura 4- Esquema de distribuição e demanda na indústria farmacêutica ................................. 9 Figura 5- Percepção dos clientes referente às falhas dos vendedores ...................................... 10 Figura 6- Etapas para processo de tomada de decisão .............................................................. 22 Figura 7- Classificações dos AMDs ......................................................................................... 28 Figura 8- Critérios e sub-critérios ............................................................................................. 53 Figura 9- Construção da JOS – 1ª SR ....................................................................................... 57 Figura 10- Construção da JOS – 2ª SR ..................................................................................... 58 Figura 11- Gráfico critérios MAUT – Análise de Sensibilidade .............................................. 65

Page 10: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

x

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Esquema: Gestão de Sistemas Humanos. ................................................................. 1 Tabela 2 – Mercado Farmacêutico Mundial. .............................................................................. 4 Tabela 3 – Principais produtos de pesquisa. ............................................................................... 7 Tabela 4 – Situações de Preferência ......................................................................................... 26 Tabela 5 – Exemplo de critérios da automação da força de vendas ......................................... 39 Tabela 6 – Exemplo de ranking JOS ........................................................................................ 40 Tabela 7 – Exemplo de matriz de critérios ............................................................................... 40 Tabela 8 – Exemplo de organização das alternativas - JOS ..................................................... 41 Tabela 9 – Comparação entre VDA e MAUT .......................................................................... 45 Tabela 10 – Exemplo de uso da técnica Swing Weighting - MAUT ........................................ 54 Tabela 11 – Ranking e Peso dos sub-critérios MAUT ............................................................. 55 Tabela 12 – Ranking e peso dos critérios MAUT .................................................................... 55 Tabela 13 – Descrição dos critérios – ZAPROS-LM ............................................................... 56 Tabela 14 – Ranking JOS ......................................................................................................... 59 Tabela 15 – Avaliação das alternativas MAUT........................................................................ 61 Tabela 16 – Avaliação das alternativas – ZAPROS-LM .......................................................... 62 Tabela 17 – Avaliação dos Resultados – MAUT ..................................................................... 64 Tabela 18 – Ranking das avaliações ZAPROS-LM ................................................................. 65 Tabela 19 – Comparação entre os métodos MAUT e ZAPROS-LM ....................................... 66 Tabela 20 – Comparação entre o referencial teórico e estudo de caso -VDA .......................... 68 Tabela 21 – Comparação entre o referencial teórico e estudo de caso -MAUT ....................... 69

Page 11: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

xi

LISTA DE ABREVIATURAS AMD Apoio Multicritério à Decisão

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

BI Business Intelligence

CAGR Compound Annual Growth Rate

CRESC. Crescimento

ERP Enterprise Resource Planning

GEN Genérico

GPRS General Packet Radio Service

IND EVOL. Índice de Evolução

JOS Joint Ordinal Scale

MAUT Teoria da Utilidade Multiatributo (Multiatributte Utility Theory).

OTC Over the counter

PDA Personal Digital Assistants

RK Ranking

RX Receituário

VDA Verbal Decision Analysis

Page 12: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

xii

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 1

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA ...................... ...................................................................... 2

1.2 INDÚSTRIA FARMACÊUTICA ............................................................................................................... 4

1.3 AUTOMAÇÃO DA FORÇA DE VENDAS ............................................................................................. 10

2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ............................. ............................................... 13

2.1 OBJETIVOS PRINCIPAIS ...................................................................................................................... 14

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................................................... 16

2.3 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................................................... 17

3 REVISÃO DA LITERATURA ............................. ................................................ 19

3.1 O PROCESSO DECISÓRIO .................................................................................................................... 19 3.1.1 MÉTODO MULTICRITÉRIO DE APOIO A DECISÃO ............................................................ 22 3.1.2 MODELO DE PREFERÊNCIA ..................................................................................................... 26 3.1.3 ESCOLA AMERICANA ................................................................................................................. 28 3.1.4 ESCOLA FRANCESA ..................................................................................................................... 30 3.1.5 MÉTODOS HÍBRIDOS ................................................................................................................... 31 3.1.6 OUTROS MÉTODOS QUANTITATIVOS DE APOIO À DECISÃO ....................................... 33

3.2 VDA VERSUS MAUT ............................................................................................................................... 35 3.2.1 VDA ................................................................................................................................................... 36 3.2.2 ZAPROS-LM .................................................................................................................................... 38 3.2.3 MAUT ................................................................................................................................................ 41 3.2.4 COMPARAÇÃO ENTRE MAUT E ZAPROS-LM ...................................................................... 45

3.3 ESCOLHA DO SISTEMA DE AUTOMAÇÃO ...................................................................................... 45 3.3.1 ESCOLHA DO MÉTODO .............................................................................................................. 46

4 METODOLOGIA ....................................... ......................................................... 51

4.1 ENTREVISTA COM DECISOR .............................................................................................................. 52 4.1.1 CONHECENDO MAUT .................................................................................................................. 53 4.1.2 CONHECENDO ZAPROS-LM ...................................................................................................... 55

Page 13: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

xiii

4.2 ESCOLHA DAS ALTERNATIVAS - MAUT ......................................................................................... 59

4.3 ESCOLHA DAS ALTERNATIVAS – ZAPROS-LM ............................................................................. 61

4.4 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS ........................................................................................................ 63

4.5 DECISÃO FINAL ...................................................................................................................................... 66

5 CONCLUSÃO ......................................... ........................................................... 70

5.1 UTILIZAÇÃO ZAPROS-LM E MAUT ....................... ........................................................................... 70

5.2 OBJETIVOS ATINGIDOS ....................................................................................................................... 71

5.3 LIMITAÇÕES ........................................................................................................................................... 72

5.4 DIFICULDADES ENCONTRADAS ....................................................................................................... 72

5.5 RECOMENDAÇÕES PARA FUTUROS ESTUDOS ............................................................................ 73

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................ .......................................... 75

7 GLOSSÁRIO ......................................... ............................................................. 80

Page 14: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

1

1 INTRODUÇÃO

Humanos não são máquinas designadas a perseguir um propósito singular e um objetivo

único. Pertencem a um complexo mundo de múltiplos critérios que caracterizam sua forma de

fazer escolhas, julgamentos e tomada de decisão. Sempre comparam alternativas, fazem

trocas, ordenam e classificam os objetos de sua experiência de acordo com os múltiplos

critérios de escolha. A interação dos componentes do conhecimento humano, com sistemas de

gerenciamento de informação é o escopo da gestão de sistemas humanos que entre outras

coisas, provê a tomada de decisão (ZELENY, 2005). Esses componentes estão descritos na

tabela abaixo.

HUMANO SISTEMAS GERENCIAMENTO

Conhecimento Informação Ajuste de metas

Inteligência Dados Coordenação

Criatividade Otimização Equipes de trabalho

Inovação Organização Estratégia

Ambiguidade / Incerteza Estrutura Conflito/Troca

Tomada de decisão Comunicação Auto-gerenciamento

Julgamento Reengenharia Técnica

Intuição Alocação de recursos Liderança

Capital humano Tecnologia da informação Motivação

Tabela 1 – Esquema: Gestão de Sistemas Humanos.

Essa interação entre o conhecimento humano através da tomada de decisão e sistemas de

informação através da tecnologia para um gerenciamento mais efetivo dos clientes são os

tópicos desta dissertação que tem como estudo de caso a escolha de um sistema de automação

da força de vendas na indústria farmacêutica.

Page 15: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

2

Neste primeiro capítulo será descrito o contexto da questão problema , evidenciando a relação

cliente–força de vendas, o ambiente da indústria farmacêutica e todas suas particularidades.

Na última seção, destaque para a importância da automação da força de vendas, os benefícios

trazidos às empresas e clientes e os sistemas de automação mais usados no segmento

farmacêutico.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA

Entender bem seus clientes se tornou ponto vital para qualquer empresa que espera ser bem

sucedida em suas operações, mas fazer isso hoje em dia sem ajuda da tecnologia da

informação é uma tarefa bastante árdua. O volume de informações de cada cliente é crescente

e o cruzamento de dados que permitam identificar quais são os perfis e necessidades de cada

um, gera informações valiosas. Em mercados onde os atributos que diferenciam os produtos

são as marcas, o conhecimento amplo da carteira de clientes é fator chave de sucesso.

Apesar do interesse das empresas em conhecer bem seus clientes, muitas não atingem os

objetivos, pois acham que já os conhecem e acabam oferecendo produtos antes de pesquisar o

que eles realmente desejam (ZEITHMAL e BITNER, 2003).

Para captar toda essa gama de informações e conhecer bem seus clientes, as empresas

precisam de tecnologias robustas e de fácil gestão, pois o tempo diante deles, é pequeno. Em

contrapartida, a quantidade e qualidade da informação devem ser satisfatórias para gerar

análises profundas e que permitam cruzamento de informação entre os bancos de dados.

A tecnologia está mudando a forma das empresas operarem seus negócios, afetando

principalmente a criação de novos produtos. Está remodelando e agregando valor as

embalagens, os serviços e a promoção. Se antes a falta de informação era um problema, hoje

Page 16: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

3

controlar o fluxo crescente de dados para gerar análises aos executivos é outro (PORTER e

MILLAR , 1985).

Essa quantidade de informação também está presente nos ambientes comerciais. Os

representantes de vendas estão em contato com uma diversidade de dados vindos dos clientes

e das empresas e precisam ter a informação certa na hora da negociação.

Segundo Clark, Rocco e Bush (2007), a equipe de vendas está em uma posição única na

empresa que é a de estar muito próximo dos clientes e assim ter a capacidade de criar e

manter relacionamento de longo prazo com eles. A automação dos sistemas pode contribuir

positivamente ou negativamente nesse relacionamento. Quando executada corretamente, a

automação da força de vendas pode prover muitos benefícios tais como: acesso às

informações do produto e do cliente, informação de mercado, segmentação dos clientes,

oportunidade de uma venda-cruzada, comunicação com os demais integrantes da equipe, com

a empresa e com os clientes. Mas, apesar da importância, muitas empresas têm falhado.

Bilhões de dólares são investidos em aplicações de automação da força de vendas sem

garantia de sucesso, especialmente se esta não adotar a tecnologia. Isso pode ocorrer devido

ao sentimento de perda de poder e autonomia. A informação que antes era restrita ao uso do

profissional de vendas agora pode ser compartilhada por toda a empresa. Além disso, muitos

não querem dispor de tempo para aprender sobre a nova tecnologia ou não querem usar o

tempo com o cliente para coletar informações.

A importância do papel da força de vendas no projeto de automação não é somente uma tarefa

burocrática, mas uma forma de conhecer melhor os clientes para atingir resultados.

Page 17: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

4

A motivação da equipe de vendas é um componente chave para o sucesso da automação da

força de vendas (DONALDSON e WRIGHT, 2004).

1.2 INDÚSTRIA FARMACÊUTICA

De acordo com dados secundários da empresa Interfarma, Associação da Indústria

Farmacêutica de Pesquisa, o mercado farmacêutico global fatura hoje 773 bilhões de dólares e

cresce anualmente 4,8%. Estima-se que no mundo existam aproximadamente 10 mil

empresas nesse segmento, sendo os Estados Unidos, o maior fabricante e também

consumidor. A tabela abaixo mostra os 12 principais mercados do segmento farmacêutico no

mundo.

Princip ais Mercados US$ (106) % do total 1. Estados Unidos da América $ 287,5 41,7

2. Japão $ 60,9 8,8

3. França $ 40,9 5,9

4. Alemanha $ 38,4 5,6

5. Itália $ 23,9 3,5

6. UK $ 23,5 3,4

7. Espanha $ 20,3 2,9

8. Canadá $ 18,5 2,7

9. China $ 15,3 2,2

10. Brasil $ 13,6 1,6

11. Coréia do Sul $ 10,3 1,5

12. Turquia $ 10,0 1,5

12 Maiores $ 560,8 81,3

(Fonte: Interfarma)

Tabela 2 – Mercado Farmacêutico Mundial.

No Brasil há aproximadamente 369 empresas, com capital brasileiro e estrangeiro que faturam

13,6 bilhões de dólares por ano. A figura seguinte, ilustra o desenvolvimento do mercado

farmacêutico brasileiro em 13 anos.

Page 18: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

5

Fonte:Febrafarma

Figura 1- Mercado Farmacêutico Brasil.

A empresa número 1 no ranking é a EMS Pharma, indústria brasileira que fatura 891 milhões

de dólares, seguida da multinacional de origem francesa Sanofi-Aventis, com faturamento de

851 milhões de dólares no ano.

É um segmento de várias particularidades e desafios constantes, muitas vezes impostos pelo

órgão regulamentador ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) como:

• Controle de Preço;

• Divulgação dos produtos na mídia;

• Promoção médica limitada a regras de conduta;

• Normas de exposição dos produtos nas farmácias;

• Dificuldade de obtenção de registros de novos medicamentos.

e US$ (106) (sem impostos)

em unidades (10 6) – Período de 1997 a 2009*

Page 19: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

6

Além dessas ainda há taxas tributárias elevadas e ausência de políticas industriais para

investimentos neste setor.

O mercado farmacêutico é muito competitivo, marcado por fusões e aquisições onde empresas

gigantes compram outras de grande porte como a última, da empresa francesa Sanofi-Aventis

com a empresa de genéricos Medley. A Sanofi investiu R$ 1 bilhão na compra da Medley,o

que pode levar o grupo francês à liderança no mercado no Brasil, já que, sem a Medley, a

Sanofi ocuparia o terceiro lugar no país (FOLHA DE SÃO PAULO ONLINE, 2009).

Outra avalanche que gera oscilação neste mercado são os genéricos. Com o crescimento de

14,9% em volume se comparado o primeiro semestre de 2009 com 2008, os genéricos vêm

ganhando participação de mercado. Segundo matéria vinculada no site Consulta Remédios,

acessada em setembro de 2009, a previsão do CAGR (taxa de crescimento composta anual)

para 2011 é de 27,5%, principalmente pela quebra de algumas patentes importantes que

protegem produtos como Viagra da empresa Pfizer.

Os medicamentos são classificados em genéricos quando não tem marca, são identificados

pela substância principal e geralmente apresentam menores preços. Há também os produtos

similares quando possuem marca, mas não são os medicamentos pioneiros naquele princípio

ativo. Os medicamentos de referência são os mais copiados e os mais novos, normalmente

protegidos por patentes, pois trazem a descoberta de uma nova droga. A seguir principais

produtos de pesquisa e substâncias de acordo com a Interfarma.

Page 20: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

7

Produtos $ (106) % do total

1. Lipitor (atorvastatin) 11,6 2,0

2. Plavix (clopidogrel) 7,9 1,1

3. Nexium (esomeprazole) 7,4 1,1

4. Seretide/Advair (fluticasone/salmeterol)

7,3 1,1

5. Enbrel (etanercept) 5,4 0,8

6. Zyprexa (olanzapine) 5,0 0,7

7. Risperdal (risperidone) 5,0 0,7

8. Seroquel (quetiapine) 4,9 0,7

9. Singulair (montelukast) 4,6 0,7

10. Remicade (infliximab) 4,4 0,6

Total $ 65,5 9,5

(Fonte: Interfarma)

Tabela 3 – Principais produtos de pesquisa.

Dentro desses medicamentos de referência, vem surgindo uma nova classificação que são os

biotecnológicos. Eles se diferenciam por apresentar drogas sofisticadas e com objetivo de

tratar doenças complexas. Os preços desses produtos são mais altos, mas sofrem menos ação

da concorrência devido à patente. O custo da pesquisa é muito elevado e de acordo com a

Interfarma, chega a 897 milhões de dólares por medicamento e sete em cada dez drogas não

cobrem esses custos. A figura 2 mostra o tempo para desenvolvimento de um novo

medicamento em todas as fases até a entrada no mercado.

Page 21: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

8

Figura 2- Tempo para desenvolver um medicamento

Dos produtos em desenvolvimento, a maioria é para o tratamento do câncer, seguido de

medicamentos para problemas neurológicos, infecções e problemas cardiovasculares. O

desenvolvimento de novas drogas parte da análise do tamanho de mercado e por isso não há

interesse dos laboratórios na descoberta de drogas para doenças raras. Na figura 3, quantidade

de medicamentos em estudo de viabilidade por patologia.

Figura 3- Novos medicamentos em desenvolvimento

(Fonte: Interfarma)

(Fonte: Interfarma)

Page 22: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

9

Os medicamentos também são classificados entre tarjados, que precisam de prescrição médica

e não tarjados, como é o caso de alguns analgésicos e xaropes, que estão disponíveis nas

gôndolas das farmácias (são identificados pela sigla em inglês OTC, over the counter) e não

precisam de prescrição médica.

Esses produtos são comercializados em aproximadamente 58.000 pontos de vendas

espalhados por todo o Brasil e para facilitar o abastecimento, as indústrias farmacêuticas

contam com os distribuidores. Já a demanda desses produtos depende em grande parte do

médico que age como influenciador junto ao paciente que vai comprar o medicamento e

finalmente consumi-lo. Assim, o canal de distribuição depende do abastecimento dos pontos

de vendas pelos distribuidores e pela demanda do paciente, que é influenciado pelo médico.

Por isso, a força de vendas dos laboratórios farmacêuticos normalmente é composta pela

equipe de promoção que leva informação sobre o produto, material técnico à classe médica e

a equipe de vendas que vende para distribuidores, principais redes de farmácias e em alguns

casos, hospitais e clínicas públicas e privadas. Abaixo esquema de distribuição e demanda

neste segmento. Os círculos indicam os influenciadores e mediadores do processo.

Figura 4- Esquema de distribuição e demanda na indústria farmacêutica

Page 23: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

10

1.3 AUTOMAÇÃO DA FORÇA DE VENDAS

Segundo Pullig, Maxham e Hair (2002), os sistemas de automação da força de vendas

facilitam o processo de relacionamento com o cliente, como parte da filosofia de marketing.

Esses sistemas permitem que a força de vendas opere de maneira mais eficiente, devido ao

compartilhamento da informação e o aumento da coordenação entre a empresa e as várias

funções na prestação de serviços. Providenciar melhores serviços aos clientes é fundamental

para evitar falhas que possam comprometer todo o processo de vendas e a automação vem

auxiliar com informação. A figura 5 ilustra uma pesquisa realizada com 138 clientes de

diversas empresas norte-americanas, onde foram identificadas as principais reclamações dos

clientes em relação aos vendedores.

Figura 5- Percepção dos clientes referente às falhas dos vendedores

(COTTELER, 2006)

Page 24: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

11

Conforme descrito anteriormente, há dificuldades iniciais por parte dos representantes para

entender a ferramenta, saber utilizá-la e compreender que o compartilhamento da informação

é importante não somente para departamentos administrativos como também para o próprio

trabalho no campo. Através de um sistema integrado, se ganha velocidade para agir em áreas

que precisam retomar crescimento em vendas e também ter o máximo de informação

disponível sobre todos os clientes e históricos de visitação e vendas.

Levando o conceito para a Indústria Farmacêutica, Donaldson e Wright (2004), afirmam que

devido a constantes aquisições, fusões e as indústrias farmacêuticas cada vez mais orientadas

a marketing, os sistemas de automação se tornaram grande aliados. O mais comum entre os

laboratórios farmacêuticos brasileiros são os sistemas que utilizam assistentes digitais

pessoais, doravante descritos aqui pela sigla em inglês PDAs, personal digital assistants ou

smartphones, que são celulares multifuncionais para fazer coleta e consulta de informação das

visitas médicas e vendas. Outros dados que enriquecem esses sistemas são as auditorias

especializadas em coletar informações de demanda dos produtos da empresa e dos

concorrentes e informações sobre o perfil prescritivo do médico. O representante de vendas,

como são chamados os promotores ou visitadores médicos na indústria farmacêutica, sabem o

que o médico está prescrevendo, quais farmácias estão demandando mais ou menos unidades

do produto promovido, dos concorrentes e ainda insere no sistema, um descritivo da entrevista

com o médico, gerando um histórico de visitação. Aliado a isso, há informações pessoais do

médico, como o hobby, faculdade cursada, ano de formatura e outras informações para

conhecer seu perfil. De outro lado, os vendedores conseguem ter mesmo número de

informação dos distribuidores e redes de farmácias e inserem pedidos on-line diretamente no

ERP (Enterprise Resource Planning) da empresa que automaticamente transmite a nota fiscal

eletrônica para o cliente. Tudo integrado.

Page 25: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

12

Esses dados depois de inseridos no PDA são enviados para os bancos de dados através de

conexão remota via GPRS, da sigla em inglês General Packet Radio Service. O mesmo

acontece com as informações transmitidas do servidor de dados para o PDA ou smartphone.

Atualmente há três principais empresas que fazem projetos de automação da força de vendas

específicas do mercado farmacêutico. São elas:

• TARGET SFA: produto da empresa CEGEDIM que tem aproximadamente 35 anos

no mercado, presente em mais de 80 países, que oferece soluções de automação da

força de vendas, gerenciamento e análise de dados e Business Intelligence – BI;

• SALES FORCE NET: produto da empresa CLOSE-UP que tem mais de 70 anos no

mercado e além de soluções de automação da força de vendas, sistemas de BI,

também capta informações de prescrições médicas. Está presente em 20 países;

• CISFARMA: produto da empresa 7COMm, de origem nacional, que está desde 1986

no mercado de tecnologia e informática, nas áreas de comunicação de dados,

internet, desenvolvimento de sistemas e novas tecnologias, consultoria, suporte

técnico e outsourcing de TI.

Todas essas empresas são muito conceituadas no mercado e grande parte dos laboratórios se

divide entre elas. Mas como tem características próprias e diferenciais específicos, se

adéquam melhor a perfis de determinadas empresas. A falta de recursos é um dos limitadores

do processo de automação da força de vendas, mas algumas características como mobilidade

através dos PDAs são necessárias. É importante fazer um equilíbrio entre os desejos e

preferências dos decisores sobre o que é fundamental para a empresa e o custo do projeto.

Page 26: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

13

2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Este capítulo está organizado para descrever o problema de escolha de um sistema de

automação da força de vendas do segmento farmacêutico com seus objetivos principais e

secundários, justificativa, relevância prática e teórica.

Recentemente o laboratório, objeto desse estudo de caso que será identificado pelas letras de

FQ adquiriu outra empresa do mesmo segmento, de iniciais HB, formando o grupo FQHB.

Essa é uma prática cada vez mais comum neste segmento, conforme apresentado

anteriormente. Cada uma dessas empresas tem um sistema de automação próprio com

características muito semelhantes. Surgiu a necessidade de ter um sistema único que vai

diminuir custo e formar a identidade da nova empresa para clientes e colaboradores.

O laboratório FQ tem 70 anos de mercado atua em todo o território nacional e conta com uma

força de visitação médica de 324 representantes e 35 gerentes, além de três gerentes

responsáveis pelas vendas aos distribuidores e grandes redes de farmácia. Os principais

produtos dessa empresa são medicamentos éticos, ou seja, que precisam da prescrição médica

para que os pacientes possam comprá-lo. Tem um faturamento bruto na ordem de 300 milhões

de reais e capital brasileiro e argentino. Utiliza atualmente um sistema de visitação com PDAs

e integrados por uma das empresas de automação destacadas anteriormente.

Page 27: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

14

O laboratório HB foi fundando em 1985, com 100% do capital nacional e têm como portfólio,

produtos fitoterápicos. Possui uma força de vendas de 80 pessoas e uma força de farmácia de

15 vendedores e promotores. Grande parte de seus produtos têm livre comercialização e não

precisa de prescrição médica. Utiliza um sistema de visitação através da web, onde os

representantes inserem os dados de visita uma vez por semana. Os representantes consultam

dados básicos dos clientes como endereço, telefone em fichas de papel.

Com a aquisição do laboratório HB pelo FQ, forma-se o grupo FQHB que possuem sistemas

diferentes de automação da força de vendas, mas que precisam formar uma identidade de

empresa única diante de seus clientes. Para isso será necessário escolher entre os sistemas

disponíveis no mercado, quais se encaixam com o perfil da nova empresa. Há também a

possibilidade de integrar HB ao sistema de automação usado pela empresa que a adquiriu,

fazendo alguns ajustes para adequação das novas necessidades. Hoje, a satisfação da empresa

FQ com o sistema atual é razoável, mas o custo da mudança em uma época de fusão das

empresas deve ser considerado.

2.1 OBJETIVOS PRINCIPAIS

De acordo com Larichev e Brown (2000), uma boa decisão é resultado de um processo

decisório de qualidade, mas os profissionais das diversas áreas em administração recebem

pouco ou nenhum treinamento sobre tomada de decisão que são normalmente realizadas sob

pressão e baseadas em experiências. Há ainda fatores que limitam a racionalidade no processo

de decisão, como a capacidade cognitiva, motivações pessoais, valores que não coincidem

com os da organização e conhecimento parcial do problema.

Para completar, existem muitos modelos de análises de decisão com diferenças entre si que

podem ser mais adequados ao tipo do problema e ao perfil do tomador de decisão. Há duas

Page 28: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

15

abordagens divergentes na sua forma: a análise verbal e quantitativa. A análise verbal retrata a

linguagem natural e não numérica na categorização das alternativas. A análise quantitativa de

decisão, segundo Larichev, Brown e Flanders (1998), essencialmente traduz o julgamento e

conhecimento relevante para avaliar alguma escolha em um modelo quantitativo.

Normalmente é calculado um valor numérico para cada opção e a melhor delas se destaca. O

tomador de decisão deve se sentir confortável em fazer decisões sobre números. Essas

abordagens podem ser complementares ou podem desenhar diferentes aspectos do mesmo

problema.

Entender qual a melhor alternativa entre os sistemas de automação da força de vendas para a

Indústria Farmacêutica e identificar qual o melhor processo de tomada de decisão, através da

análise verbal e/ou quantitativa são as questões levantadas nessa dissertação.

Assim, o objetivo central desse estudo é mostrar que a escolha do sistema de automação da

força de vendas pode ser facilitada pela aplicação dos métodos multicritério de apoio a

decisão e demonstrar através da Análise Verbal de Decisão (VDA) e de um método

multicritério quantitativo como métodos diferentes podem ser aplicados a um mesmo

problema. Entender também, qual é a forma de tomada de decisão preferida pelos decisores,

verbal ou quantitativa, ou os dois métodos de forma complementar.

A pesquisa buscará identificar entre as principais empresas especializadas em sistemas de

automação da força de vendas, a que possui os principais atributos para a construção do

projeto da empresa FQHB do segmento farmacêutico.

Page 29: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

16

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Objetivo é criar uma ferramenta de apoio ao processo de decisão em um programa comum a

todos na empresa, como Excel, com enfoque na análise verbal e quantitativa, que poderá ser

utilizada separadamente, de acordo com o perfil de cada tomador de decisão, de acordo com

os critérios referentes ao problema ou até mesmo em conjunto com o objetivo de

complementação.

Essa ferramenta poderá ser utilizada na escolha de outros projetos, como por exemplo,

escolha de um sistema de BI. No laboratório FQHB já existe um projeto de implantação de

um BI em escopo inicial, onde esse processo de tomada de decisão poderá ser adaptado e

utilizado novamente.

Além de projetos na área de tecnologia, o laboratório FQHB busca aumentar sua grade de

produtos com parceiros nacionais e internacionais, o que pode ajudar também na escolha entre

medicamentos mais promissores para o mercado brasileiro e até mesmo na aquisição de outras

empresas para o grupo.

Dessa forma estabelecendo bem os critérios, essa ferramenta de gestão poderá auxiliar:

• Na tomada de decisão de diversos propósitos, mas dentro de um processo onde o

objetivo é priorizar e selecionar a melhor alternativa;

• No armazenamento de um histórico para entender quais foram os critérios mais

relevantes e determinantes;

• Na construção de uma metodologia para a tomada de decisão;

• No entendimento das formas de tomada de decisão mais usadas pelos decisores,

através do método de análise verbal ou quantitativo, ou os dois métodos de forma

complementar.

Page 30: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

17

2.3 JUSTIFICATIVA

Esta dissertação tem como finalidade apresentar uma solução para um problema que o grupo

farmacêutico FQHB tem atualmente que é escolher, entre as alternativas existentes no

mercado, um sistema de automação da força de vendas através de métodos de apoio

multicritério à decisão (AMD).

A relevância desse estudo está na comparação do método da análise verbal, através do modelo

ZAPROS-LM e do método de análise quantitativa da escola americana com a Teoria de

Utilidade Multiatributo (MAUT), em um caso prático de escolha de um sistema de automação

da força de vendas na Indústria Farmacêutica. Está fundamentado no estudo de Larichev e

Brown (2000) para escolha de uma transportadora de óleo e gás que comparou os dois

modelos.

A abordagem quantitativa se diferencia da análise verbal em vários aspectos podendo ser

complementares, como segue:

• VDA

o O objetivo da VDA é levar em consideração o comportamento humano nos

processos decisórios refletidos nas preferências dos decisores;

o É designada a eleger relacionamentos de preferências;

o É mais orientada a tarefas com grande número de alternativas e pequeno

número de critérios;

o Baseado nos mesmos princípios que MAUT, mas utiliza escolhas de

preferências verbais e alternativas de decisão sem recursos numéricos.

Page 31: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

18

• MAUT

o Método da escola Americana;

o Baseia-se em uma função que define um valor para cada alternativa;

o Alternativa é descrita por uma lista de atributos;

o As escalas de medidas utilizadas devem fornecer meios para mensurar o

desempenho das alternativas em relação a cada critério de acordo com sua

importância.

Na prática, espera-se definir uma metodologia de mensuração e avaliação sistemática que seja

adequada à realidade dos decisores do laboratório FQHB e que permita ganho de tempo e

maior segurança na tomada de decisões nesse segmento que é muito dinâmico e incerto.

Page 32: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

19

3 REVISÃO DA LITERATURA

A revisão da literatura compreenderá tópicos mais relevantes do processo de tomada de

decisão enfatizando principalmente os métodos de VDA através do ZAPROS-LM e

quantitativo com MAUT.

3.1 O PROCESSO DECISÓRIO

A decisão faz parte do cotidiano humano sempre em que houver mais de um caminho para

solucionar determinado problema. Filósofos como Aristóteles e Platão já discutiam a

capacidade humana de decidir. Nas organizações, normalmente é comum basear as tomadas

de decisão na intuição, já que o tempo é um fator cada vez mais escasso (FIGUEIRA,

GRECO e EHRGOTT, 2005).

Segundo Zeleny (1982), a tomada de decisão tem como função, resolver ou dissolver o

“conflito de tradeoffs”, ou seja, taxas de substituição e compensação entre critérios e

alternativas. Está intrinsecamente relacionada com a diversidade de pontos de vistas e que

traduzem uma observação natural. A decisão ocorre mesmo quando o decisor escolhe não

decidir.

Page 33: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

20

Segundo Gomes (2007), decisão é o processo que leva direta ou indiretamente a escolha de ao

menos uma dentre diferentes alternativas todas estas candidatas a resolver determinado

problema.

Tomada de decisão, de acordo com Figueira, Greco e Ehrgott (2005), pode ser definida como

atividade das pessoas que através do uso explícito, mas não necessariamente formalizado em

modelos, ajuda a obter respostas a questões colocadas pelos stakeholders em um processo de

tomada de decisão. Os métodos de apoio à decisão contribuem para:

• Analisar o contexto de tomadas de decisão de acordo com o perfil dos atores,

levantando as várias possibilidades de ação e suas consequências;

• Organizar e estruturar como o processo de tomada de decisão se fundamenta para

aumentar a coerência entre os objetivos e a decisão tomada;

• Ajudar os atores a cooperar com proposições chaves para um melhor entendimento

do problema e criar um modelo favorável ao debate;

• Elaborar recomendações usando resultados dos modelos e processos computacionais

para criar um escopo de hipóteses de trabalho;

• Participar na legitimação final da decisão.

Os elementos da decisão são: decisor, objetivo, procedimentos para a tomada de decisão,

situação dos aspectos ambientais e metodologia.

Os participantes no processo de decisão, segundo Gomes, Gomes e Almeida (2009) são:

• Decisor: responsável pela decisão, sendo quem define qual alternativa ou caminho

será adotado. Pode ser um indivíduo, ou um conjunto destes.

Page 34: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

21

• Facilitador: indivíduo ou grupo que atua no processo de análise da decisão,

realizando atividades, direta ou indiretamente, de cálculos; elaboração de

estimativas; ordenação de preferências e juízo de valor;

• Analista: especialista que detém conhecimento sobre fundamentos e métodos de

apoio à decisão, responsável por: estruturar e modelar o problema; interagir com os

demais atores; produzir a resolução do problema e recomendar as ações ao decisor.

Uma questão levantada em AMD é com relação a sua objetividade. Algumas vezes devido a

interesses, os tomadores de decisão são mais advogados de suas causas do que pesquisadores

de melhores soluções. Mesmo olhando apenas sob o prisma da objetividade há situações de

limitações, tais como :

• Detectar a fronteira entre o que é viável e incerto na contexto da tomada de decisão;

• Ambiguidades e preferências que são escolhidas como modelo pelo decisor;

• Muitos dados são imprecisos, incertos ou mal definidos. Há um risco real de fazê-los

dizer mais do que realmente significam;

• Em geral é impossível dizer que uma decisão é boa ou ruim baseado somente em um

modelo matemático. Aspectos da cultura, organização, orientação educacional

podem contribuir para a qualidade e sucesso da decisão.

De acordo com Clemen e Reilly (2001), as razões óbvias para o estudo da análise de decisão é

aplicar técnicas para a obtenção das melhores decisões, ou seja, aquelas que geram os

melhores resultados. Para isso, há alguns passos que ajudam a identificar a situação da

decisão de acordo com os objetivos.

Page 35: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

22

(GOMES, 2007)

Figura 6- Etapas para processo de tomada de decisão

O ambiente ou o contexto em que os problemas estão envolvidos podem variar entre

condições de certeza, incerteza e risco.

• Decisão sob certeza: decisor conhece os resultados futuros da decisão;

• Decisão sob incerteza: o decisor não consegue prever o cenário futuro e avaliar o

risco da decisão tomada;

• Decisão sob risco: o decisor conhece os cenários que estão por vir e pode avaliar o

risco.

3.1.1 MÉTODO MULTICRITÉRIO DE APOIO A DECISÃO

Segundo Roy (2004), quando um tomador de decisão precisa resolver a questão de um

problema é difícil ter em mente um critério único, de forma clara e que seja aceito por todos

Page 36: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

23

os agentes do processo decisório. Normalmente o processo não é racional e cada agente vai

considerar seus próprios objetivos e sistemas de valores. Deve-se levar em consideração

vários pontos de vistas para fazer um levantamento completo de tudo o que envolve o

problema. Cada um desses critérios é usado para avaliar o potencial da ação em escala

quantitativa ou qualitativa. Assim, quando a decisão encontrada está baseada em um conjunto

de critérios é chamada de decisão multicritério e quando se apoia em um único ela é

denominada monocritério. Essa abordagem não considera alguns aspectos da realidade e

negligencia variáveis. Já a abordagem multicritério contribui para:

• Delimitar um amplo espectro de pontos de vistas com a opinião de todos os

envolvidos no processo;

• Construir uma família de critérios que preservam para cada um deles, sem qualquer

conversão fictícia, o significado concreto das avaliações correspondentes;

• Facilitar o debate dos respectivos papéis que cada critério deve ter para ajudar no

processo de apoio a decisão (peso, veto, níveis aspiracionais e de rejeição).

No AMD constantemente se faz referência às palavras alternativa e critério e merece aqui

elucidação. Como alternativa compreende-se os elementos de escolha, opções de decisão. O

conceito de alternativa corresponde ao conjunto de ações potenciais consideradas, ou seja, o

objeto de decisão, em um processo onde podem ser finitas ou infinitas.

Critério é uma ferramenta construída para avaliar e comparar alternativas de acordo com

ponto de vista que deve ser bem definido. Assim ao analisar um critério de uma determinada

alternativa, descrevemos a performance da alternativa A de acordo como o critério C. Os

critérios devem ser inteligíveis a todos, servir de instrumento de comparação entre as

alternativas, satisfazer exigências lógicas de coesão, sem redundância e que abranja todos os

aspectos. Os elementos que pertencem a um determinado critério são chamadas avaliações, ou

Page 37: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

24

níveis de uma escala. Cada nível pode ser caracterizado por um número, uma sentença verbal

ou um pictograma. Segundo Cooper e Shindler (2003) há vários tipos de escala de critérios,

como segue:

• Escala verbal: quando nada nos permite afirmar que pares de consecutivos níveis

refletem diferenças de preferências iguais dentro de uma escala. Baseia-se em uma

comparação binária: os elementos podem ser iguais ou diferentes;

• Escala intervalar: atribui números que representam a distância entre as opções de um

critério e/ou preferências de alternativas. Reflete numericamente a graduação que um

objeto está do outro;

• Escala cardinal: permite conhecer a quantidade de posições possíveis de uma escala;

• Escala ordinal: está associada a uma posição em ordem predefinida de importância.

Pode-se definir que um critério é mais importante que o outro e atribuir pesos;

• Escala quociente: tem como exemplo as escalas métricas e usa a razão (divisão) para

fazer o comparativo entre os elementos, como exemplo: um elemento é o dobro do

outro.

A escala escolhida mostrará como o decisor está atribuindo valores às alternativas.

Os problemas estão divididos de acordo com sua estruturação, por isso há problemas

estruturados, semi-estruturados e não estruturados.

• Problemas estruturados: usam processos lógicos e muito bem definidos. Os

problemas são rotineiros e repetitivos e podem ser programados em computadores. A

decisão gera resultados já esperados;

• Problemas semi-estruturados: usam alguns modelos matemáticos nas partes

estruturadas, mas as decisões finais são tomadas sobre critérios subjetivos;

Page 38: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

25

• Problemas não-estruturados: são problemas que não existem processos lógicos e bem

definidos para resolução. Não tem caráter quantificável, está sujeito a probabilidades

desconhecidas ou possibilidades subjetivas. Não é possível obter todas as

informações necessárias.

Conforme Gomes, Araya e Carignano (2004) em AMD, a problemática de decisão está

estruturada em:

• Problemática de escolha (Pα): o objetivo é orientar a escolha de uma alternativa

dentro de um conjunto de alternativas possíveis. É a seleção de uma, entre um

pequeno número de alternativas. Deve-se avaliar no contexto da tomada de decisão

aspectos de imprecisão, incerteza e mal entendimento de características ou fatores

como quantidade e qualidade;

• Problemática de classificação (Pβ): o objetivo é classificar um conjunto de

alternativas em subconjuntos. Deve-se entender o contexto e a sequência de eventos

e possível descrição de um cenário futuro;

• Problemática de ordenação (Pγ): o objetivo é a ordenação das alternativas segundo

algum critério, ou seja, estabelecer uma ordem de prioridade para os elementos de

um conjunto de alternativas. Deve-se considerar fatores nebulosos e incompletos;

• Problemática de descrição (P�): o objetivo é identificar alternativas, critérios,

avaliações e fazer um levantamento de informações, sem que haja uma prescrição de

solução.

O objetivo final do AMD é ajudar aos gestores a tomar a melhor decisão. Mas isso depende

em parte do processo em que a decisão é realizada e implementada. Portanto, os métodos

devem ser vistos como chaves capazes de ajudar a abrir portas. Para atingir esse objetivo duas

Page 39: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

26

visões são propostas. A primeira é a visão prescritiva do AMD, ou seja, é a visão do mundo

atual que pode ser traduzida em fórmulas matemáticas, racionais e independente dos atores de

decisão (BOUYSSOU , 2002). Os modelos são elaborados e o decisor apenas aceita ou não.

Já a visão construtivista se constrói os modelos junto com os valores e objetivos do decisor e

por isso, permite o envolvimento dos atores desde o início permitindo um aprendizado mútuo

sobre o problema (LARICHEV e OLSON, 2001).

3.1.2 MODELO DE PREFERÊNCIA

O modelo de preferência é utilizado para melhor entender e representar uma situação, na

comparação de dois objetos. Se o objeto A está antes do objeto B, há uma relação de ordem,

ou indução de uma medição associada a uma escala (se A vem antes de B, então é maior,

melhor ou mais rentável). Neste caso há uma relação de preferência, mas há casos em que um

objeto está próximo a outro e pode ser considerado indiferente. O objeto A e B são

praticamente iguais para determinado propósito. Neste caso há uma relação de indiferença.

Dessa forma podem ocorrer quatro situações :

Situação Definição Relação Binária

Indiferença Existem razões claras e positivas que justificam a equivalência entre as duas ações

I : Simétrica

Reflexiva

Preferência estrita Existem razões claras e positivas que justificam uma preferência significativa em favor de uma (bem definida) das duas ações.

P : Assimétrica (irreflexiva)

Preferência fraca Existem razões claras e positivas que não implicam uma preferência estrita em favor de uma (bem definida) das duas situações, mas essas razões são insuficientes para que seja assumida uma preferência estrita em favor da outra, ou a indiferença entre as ações

Q: Assimétrica (irreflexiva)

Incomparabilidade Inexistem razões claras e positivas que justificam uma das três ações precedentes

R: Simétrica (irreflexiva)

Gomes, Gomes e Almeida (2009)

Tabela 4 – Situações de Preferência

Page 40: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

27

Incomparabilidade significa que o decisor não teve informações suficientes para definir

valores das alternativas. A incomparabilidade é diferente da preferência fraca, pois o decisor

tem convicção que uma alternativa não é preferível à outra.

Um conceito importante na relação binária é o conceito de transitividade. Assim se aPb (a

preferível a b) e bPc (b preferível a c) então aPc (a é preferível a c).

Um modelo de preferência representa a escolha do decisor e suas preferências. Se a

estruturação do problema não for bem realizada, um método inapropriado pode ser escolhido

e prover uma recomendação de decisão que não poderá ser justificada.

Os métodos podem estar combinados ou não. Como os AMDs são utilizados para ordenar,

classificar, selecionar ou descrever, um método pode ser escolhido para classificar as

alternativas e depois outro para escolher, com tanto que tenham a mesma base axiomática.

Abaixo esquema de alguns métodos e suas classificações quanto à teoria principal.

Page 41: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

28

Gomes, Gomes e Almeida (2009)

Figura 7- Classificações dos AMDs

3.1.3 ESCOLA AMERICANA

A teoria da escola americana permite a definição de uma função que busca agregar os valores

de cada alternativa (ai) classificada em cada critério (c). A importância relativa de cada

critério vem do tradeoff, ou seja, o decisor vai comparar um critério ao outro e identificar uma

compensação. Essa abordagem não considera a incomparabilidade. Assim o valor cardinal da

alternativa ai recebe um conjunto de valores (v1i, v2i,..., vni) em cada um dos n critérios. O

critério menos importante receberá um peso menor que os outros. Essa teoria tem como regras

a comparabilidade, transitividade nas relações de preferência e indiferença. Abaixo, principais

métodos:

• MAUT – Teoria de Utilidade Multiatributo é uma extensão da Teoria de Utilidade,

no qual cada alternativa é descrita por uma lista de atributos. O fato de ser também

uma teoria torna MAUT um método de sólida fundamentação, sendo considerado o

AMD menos heurístico. A noção de utilidade foi desenvolvida por Daniel Bernoulli

Page 42: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

29

em 1738 como uma unidade de medida de preferência, mas o marco foi a publicação

do trabalho Theory of Games and Economic Behaviour, por John von Neumann e

Oskar Morgenstern, criador da teoria em 1944. Logo depois em 1976, Keeney e

Raiffa , descreveram o conceito de medir a utilidade de cada uma das alternativas

candidatas a resolução de um problema, na presença de múltiplos atributos através de

uma função matemática que se chama função de utilidade (ou de valor) multiatributo,

com diferentes formas matemáticas, mas a aditiva é a mais comum. O cálculo da

função de utilidade aditiva é a soma da pontuação de cada critério, que são

ponderados de acordo com sua importância, formando uma média ponderada, de

acordo com cada um de seus atributos. Dessa forma se atribui uma medida de valor a

cada alternativa, estabelecendo uma ordem de preferências entre as alternativas de

acordo com os juízos de valores dos atores do processo de decisão. Para cada par de

alternativas, uma é estritamente preferível a outra ou são indiferentes. Nesse caso da

função de utilidade aditiva é fundamental que um atributo seja independente ao outro

para que se possa fazer os tradeoffs entre quaisquer critérios. Após os resultados é

necessário fazer uma análise de sensibilidade para certificar que uma pequena

mudança em um peso, por exemplo, possa mudar a ordem de preferência.

• AHP – Analytic Hierarchy Process: foi um dos primeiros AMD quantitativos e

qualitativos, criado por Thomas Saaty. A aplicação ao método começa com

organização de uma hierarquia de objetivos ou de critérios de diferentes pontos de

vista envolvidos na resolução. No nível mais baixo estão as alternativas. Depois

seguem as comparações por pares entre os vários elementos da hierarquia dessas

alternativas, com relação aos objetivos ou critérios situados em nível acima delas até

esses elementos situados no penúltimo nível da hierarquia. A atribuição de pesos aos

critérios no método AHP é baseado na comparação paritária dos critérios

Page 43: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

30

considerados e feito por meio das perguntas qual desses critérios é o mais

importante, quanto este critério é mais importante que o outro. O decisor responderá

a essa última pergunta com um número que retrata uma expressão verbal em uma

escala de 1 a 9.

• MACBETH : O método MACBETH (Measuring Attractiveness by a Categorical

Based Evaluation Technique), desenvolvido por Bana e Costa, De Corte e Vansnick,

tem como foco principal a interação entre os agentes e o analista de decisão. Como

as pessoas têm dificuldades de avaliar preferências em escalas numéricas, a escala de

MACBETH é nominal, que durante o processo se transforma em escala numérica.

Permite agregar os diversos critérios de avaliação em um critério único de síntese por

meio da atribuição de pesos aos vários critérios, respeitando as opiniões dos

decisores, ou seja, busca a integração entre os agentes e o analista de decisão. Este

método é particularmente aplicável a problemas de seleção e ordenação. Permite

representar numericamente os julgamentos dos decisores sobre a atratividade global

das ações, unindo a representação numérica da informação, com os critérios, dentro

de um modelo de avaliação global. É uma abordagem interativa que auxilia a

construção de medidas cardinais de julgamentos sobre o grau de atratividade para o

qual os elementos de um grupo de ações potenciais finito possuem em relação aos

critérios.

3.1.4 ESCOLA FRANCESA

Nos métodos da escola francesa, não existem uma função de valor ou utilidade. Não há

transitividade de preferências e/ou indiferenças. A utilização desses métodos não pressupõe

uma definição de preferências por parte do decisor ao iniciar o processo de decisão. Os

métodos são mais flexíveis, pois não fazem uma comparação entre alternativas e não impõem

Page 44: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

31

ao analista de decisão uma estruturação hierárquica dos critérios. (GOMES, ARAYA,

CARIGNANO, 2004).

• ELECTRE (Elimination Et Choix Traduisant La Realité) – ELECTRE I foi o

primeiro método, proposto por Roy em 1968, seguido do ELECTRE II, proposto por

Roy e Bertier em 1973. Baseiam-se em princípios em que as alternativas não

necessariamente precisam ser comparáveis e, portanto, dispensam a propriedade de

transitividade na comparação entre elas. A comparabilidade é parcial que define a

relação entre duas alternativas com uma das quatro relações de preferência

(indiferença, preferência forte, preferência fraca e incomparabilidade).

• PROMÉTHÉE (Preference Ranking Organization Method for Enrichment

Evaluations)- Principal criador foi Jean-Pierre Brans. O objetivo é resolver

problemas de ordenação. No método se obtém uma pré-ordem, parcial das

alternativas. Aplica-se para tal uma matriz de decisão com m alternativas e n

critérios. Há pesos relativos para cada critério e há seis tipos diferentes de pseudo-

critérios. A família Prométhée compreende Prométhée I, II e V.

3.1.5 MÉTODOS HÍBRIDOS

• O método Multicritério TODIM (Tomada de Decisão Interativa Multicritério) foi

elaborado por Gomes e Lima em 1992 e tem como natureza a resolução de

problemas do tipo de ordenação, principalmente em decisões de risco e para isso usa

a Teoria dos Prospectos, Kahneman e Tversky de 1979, como base do método. Tem

fundamentação psicológica que considera explicitamente o comportamento de cada

agente de decisão em relação ao risco. Obtém uma pré-ordem completa, em função

da qual será elaborada uma recomendação. Os critérios são quantitativos (ou

Page 45: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

32

quantificáveis) e qualitativos e trata a interdependência entre critérios e alternativas

potenciais.

• Os métodos de VDA se dividem em:

o ZAPROS – Seus idealizadores são Larichev, Moshkovich e Olson. Foi

desenvolvido para ordenar alternativas na presença de múltiplos critérios. O

método Zapros-LM é usado em ambientes em que se pode facilmente

compreender a descrição do problema, com base em critérios de decisão

verbais e quando existem muitas alternativas.

o ZAPROS III - Evolução do ZAPROS-LM e tem objetivo de garantir alto nível

de compatibilidade com aplicações reais. Também se destina à obtenção de

uma ordenação parcial de alternativas multiatributo, porém demanda por um

número muito maior de interações com o decisor para comparações entre

critérios e explicitação de preferências.

o STEP-ZAPROS é outra evolução do ZAPROS-LM. Pode demandar, ou não,

um número maior de entrevistas com o decisor do que o método original,

porém dentro de um processo interativo específico em três etapas. Realiza-se

novas entrevistas com o decisor somente quando necessárias, o que provoca

um melhor desempenho do método.

o PACOM - Baseado na comparação par a par das alternativas. As alternativas

são comparadas para encontrar vantagens e desvantagens relativas. Supõe-se

que o decisor possui conhecimento necessário sobre o problema em questão e

as maneiras possíveis de resolvê-los. Os principais objetivos são: Organizar as

ideias do decisor, desenvolver outras formas de solução e auxiliar na seleção da

Page 46: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

33

melhor alternativa. Não é recomendado para problemas com muitas

alternativas ou com grande número de critérios.

o ORCLASS – Nesse método há necessidade de criar uma classificação para as

alternativas. É recomendado quando se tem diferentes graus de avaliação para

um problema e há necessidade de organizar as alternativas em categorias.

o SNOD – Scale of Normalized and Ordered Differences, esse método usa

procedimentos simples, baseados em pontos de vistas psicológicos do decisor

na escolha da melhor alternativa. Podem ser usadas estimações quantitivas e

verbais e permite a comparação entre grande número de alternativas com um

mínimo de questões levantadas ao decisor. O método checa a consistência da

informação e mostra quais repostas levaram ao resultado final. Faz a

comparação de todas as alternativas analisando similaridades e diferenças.

3.1.6 OUTROS MÉTODOS QUANTITATIVOS DE APOIO À DECISÃO

Há outros métodos de origem quantitativa e outros que tratam do não determinismo

(imprecisão e ambiguidade) que se unem as acima descritas no apoio à decisão, segundo

Gomes, Gomes e Almeida (2009):

• Métodos de Programação Matemática: São métodos que envolvem o conceito de

otimização, ou seja, há a necessidade de maximizar ou minimizar uma determinada

grandeza. A quantidade que se espera otimizar é chamada de função objetivo. Entre

os métodos que utilizam programação matemática, destaca-se:

o Programação Linear (PL): é aplicada a solução de problemas que tem como

objetivo a otimização do objeto estudado, ou seja, a maximização de

parâmetros (exemplo: vendas, lucros) ou a minimização (exemplo: custo,

Page 47: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

34

recursos), respeitando um sistema de igualdades ou desigualdades que são as

restrições do modelo. Essas restrições são limitações dos recursos disponíveis

ou condições que devem ser cumpridas e formam o conjunto das soluções

viáveis. A melhor delas é a solução ótima, ou a alternativa que se considera

mais favorável. Há a PL mono objetivo e a multiobjetivo (PLMO), que

considera vários aspectos de um problema e pondera objetivos conflitantes,

procurando uma solução de compromisso satisfatória, isto é, apresenta um

conjunto de soluções eficientes , pois nenhuma melhoria pode ser alcançada em

um componente da função vetorial sem que haja piora em pelo menos um dos

outros componentes.A PMLO pode ser classificada de acordo com o grau de

interferência do agente de decisão. Assim, se o agente indicar suas preferências

para transformar o problema inicial em um problema monocritério é a opção

normativa. Quando não há agregação de preferência e todas as soluções do

problema são colocadas a disposição do decisor é o método gerador de

soluções eficientes. Se o método evolui para solução preferida a partir de

decisões parciais sobre hipóteses que são mostradas, reduzindo a zona de

pesquisa, minimizando o esforço computacional e do agente de decisão é

chamado de método interativo.

o Simulação: A simulação é usada quando não há disponibilidade de métodos

analíticos para o problema estudado. Pode ser definida como experimentações

numéricas usando modelos lógicos e ou matemáticos que tem o objetivo de

descrever o comportamento de um sistema representado por um modelo e obter

estimações de parâmetros que se deseja analisar.

• PO SOFT: é composta por um conjunto de métodos que tratam a complexidade,

conflitos e incertezas de situações reais e tem como função principal a estruturação

Page 48: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

35

dos problemas. Esses problemas são difíceis de serem modelados matematicamente e

precisam de outras ferramentas e metodologias que não as tradicionais da pesquisa

operacional que normalmente adotam a teoria das probabilidades. O método SOFT

usa o conceito de possibilidades, usando eventos ou resultados que os decisores

apontam como relevantes, sem que seja associado um número. Usam técnicas

predominantemente qualitativas, racionais, interpretativas e estruturadas para

explorar, definir e interpretar as várias perspectivas do problema em estudo.

• Método dos conjuntos aproximativos teve início nos anos 80 pelo pesquisador

polonês Zadislaw Pawlak. É uma ferramenta que transforma um conjunto de dados

em conhecimento e trata a granulosidade, tipo de imprecisão em um sistema de

informação. A teoria dos conjuntos aproximativos é caracterizada por um conjunto

de elementos que não pode ser precisamente definido em seus atributos.É a primeira

metodologia não estatística para análise de dados e não necessita de um banco de

dados preliminar.

• Teoria dos conjuntos nebulosos foi introduzida por Lofti Asker Zadeh em 1965, é

uma extensão da lógica booleana para reduzir o conceito de verdade não absoluta e

funciona como ferramenta para tratar imprecisões na linguagem natural. A

matemática nebulosa é uma tentativa de aproximar a precisão da matemática à

imprecisão do mundo real. Está associada à abstração e a generalização e possibilita

a representação de conceitos vagos e imprecisos com a precisão da matemática no

tratamento.

3.2 VDA versus MAUT

De acordo com Larichev, Brown e Flanders (1998), o sucesso da aplicação de um AMD

depende não somente da técnica usada, mas também das habilidades dos praticantes, pois

Page 49: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

36

análise de decisão não tem como único objetivo achar a melhor decisão, mas ajudar as

pessoas a entender e resolver os problemas. Nem todas as pessoas se sentem confortáveis para

fazer decisões sobre parâmetros quantitativos. VDA usa uma linguagem natural e com

categorização não numérica. Já a análise quantitativa de decisão, como MAUT, representa a

incerteza e os valores em forma de números e combinados em um modelo quantitativo

derivado da teoria da decisão.

3.2.1 VDA

De acordo com Larichev e Olson (2001), VDA é uma abordagem baseada na psicologia

cognitiva, em matemática aplicada e em informática. Problemas de extração correta das

estimações quantitativas pelos tomadores de decisões podem ser superados usando a

informação preferencial de forma ordinal (Ex: “mais preferível”, “menos preferível” etc). O

tipo de julgamento é conhecido para ser o mais estável e consistente. Modos de obtenção e

uso dos julgamentos ordinais para alternativas de múltiplos critérios são discutidos e

avaliados nos métodos de decisão descritos anteriormente (seção 3.1.5): ZAPROS-LM,

ZAPROS III, STEP-ZAPROS, SNOD, ORCLASS e PACOM.

A medição da performance da estimativa é um processo subjetivo, assim como a construção

da regra. As possibilidades e limitações das informações humanas devem ser consideradas no

sistema. Pessoas cometem erros e por isso procedimentos para detectar falhas e contradições

devem existir. Para isso, alguns passos devem ser tomados:

• Incorporar meios de verificação da consistência da informação do decisor ;

• O método requer que pelo menos dois critérios sejam independentes e que a regra da

transitividade seja respeitada para as preferências;

• Transparência para o decisor;

CACBBA fff ⇒→

Page 50: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

37

• Demonstrar ao decisor que os resultados da análise estão conectados a estruturação

do problema e às informações obtidas. O decisor deve perceber que a informação

fornecida por ele conduz ao resultado obtido.

A maioria das pessoas tem limitações em fazer estimativas e comparar objetos com valores

numéricos. As descrições verbais sobre níveis de critérios são mais confiáveis nas avaliações,

assim como tornam as informações mais estáveis. Julgamentos qualitativos são preferíveis na

maioria das operações, entretanto VDA usa julgamentos ordinais como intervalo de dados.

De acordo com Moshkovich, Mechitov e Olson (2005), comparações ordinais são sempre o

primeiro passo na escolha dos processos de preferência em uma análise multicritério. Há

formas de analisar a melhor decisão com base em julgamentos ordinais. Possíveis tipos de

informação de preferência ordinal podem ser agrupados como segue:

• Ordenar níveis separados de cada escala de critério - uma alternativa é mais

preferível a outra se tiver níveis de critérios que não são menos preferíveis em todos

os atributos e é mais preferível em pelo menos um.

• Ordenar os critérios por importância - Primeiro seleciona alternativas com o melhor

nível possível sobre o critério mais importante. Do subconjunto resultante seleciona

as alternativas com o melhor nível possível do próximo critério e assim

sucessivamente.

• Comparação par a par das alternativas - resultado deste procedimento de comparação

de todos os pares de alternativas resulta num ordenamento das alternativas.

• Tradeoffs ordinais: comparação par a par de alternativas hipotéticas diferenciando-as

de somente dois critérios. Pedir ao decisor que considere dois critérios e escolher

qual prefere sacrificar. Depois ordenar os critérios dos melhores para os piores.

Dessa forma o decisor está atribuindo “peso” aos critérios e não necessariamente

Page 51: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

38

atribuindo valores quantitativos a eles. Exemplo : O que você prefere; ter o melhor

nível do critério i e o pior nível do critério j ou o melhor nível do critério j e o pior

nível do critério i, mantendo-se todos os outros critérios?

Com a VDA podemos trabalhar com problemas não estruturados onde existe um grande

número de alternativas a partir de características qualitativas a serem avaliadas pelo decisor.

As alternativas são avaliadas contra um conjunto de critérios com formulações verbais ou

graus de qualidade dentro das escalas. Existem vários métodos na VDA, mas o método

ZAPROS-LM é o foco desse estudo.

3.2.2 ZAPROS-LM

ZAPROS é uma abreviação de palavras russas que significam procedimentos fechados

próximo a situações de referência. É o mais utilizado para ordenar alternativas conforme seus

múltiplos critérios. De acordo com Gomes (2007), deve-se escolher esse método em situações

onde se possa compreender a descrição do problema e quando existem muitas alternativas a

considerar. O objetivo do método ZAPROS é elaborar uma regra de decisão subjetiva capaz

de estabelecer pelo menos uma ordem parcial para um conjunto de alternativas. As

alternativas são avaliadas a partir de um conjunto de critérios de formulação verbal de níveis

de qualidade. Esse método é baseado na implementação da escala ordinal verbal e tradeoffs

nas escalas de pares de critérios próximo de duas situações de referências, que determinam o

melhor e o pior cenário possível na avaliação das alternativas. Formulação do problema:

• Há um conjunto de n critérios para avaliação das alternativas;

• X i é um conjunto finito de possíveis valores verbais na escala de critério i=1,...,n,

onde |Xi| =ni

• X=∏ Xi é um conjunto de todos os vetores possíveis no espaço de n critérios n

i=1

Page 52: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

39

• A= {a1,...,ai,...,am} ⊆ X é um subconjunto de vetores de X descrevendo as

alternativas reais.

CRITÉRIOS AVALIAÇÕES

EXPRESSÃO NO SEGMENTO

Tem expressão no segmento farmacêutico a1

Iniciante no segmento farmacêutico a2

Sem expressão no segmento farmacêutico a3

CUSTO

Abaixo do orçamento b1

Dentro do orçamento b2

Acima do orçamento b3

USABILIDADE

Fácil de Usar c1

Apresenta alguma complexidade c2

Complexo de usar c3

Tabela 5 – Exemplo de critérios da automação da força de vendas

Depois de estruturado o problema, deve-se ordenar as alternativas de acordo com a

preferência do decisor. Há alguns símbolos de relacionamento entre as alternativas:

• ≽i é uma relação de preferência fraca com relação ao critério i: a,b ∈ A, a ≽i b,

significa que a é pelo menos tão bom quanto b neste critério;

• ≻i é uma relação de preferência estrita do critério i: a,b∈A,a ≻i b, se a ≻i b e não b≻ia

• ~i é a relação de indiferença do critério i: a,b ∈A, a ~i b, se a≻i b e b≻i a

Após a ordenação das alternativas, o próximo passo é construir uma escala ordinal de junção

de todos os critérios, chamada pela sigla JOS - Joint Ordinal Scale. Essa escala é um ranking

completo ordenado de vetores de Y, onde Y é um subconjunto de vetores de X com todos os

melhores valores mais um. O ranking ordenado significa que para cada x,y ⊆ Y x≻y ou y≻ x

ou x~y.

Page 53: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

40

Criterios de RNK Exemplos Vetores

mesmos valores JOS Correspondentes

a1,b1,c1 1 a1,b1,c1

a2 2 a2, b1,c1

a3 3 a3, b1,c1

b2,c2 4 a1,b2,c1/a1,b1,c2

b3,c3 5 a1,b3,c1/a1,b1,c3

Tabela 6 – Exemplo de ranking JOS

Para evitar perda de comparação e identificar melhor as inconsistências, se constrói uma

matriz quadrática. O resultado de cada célula é a comparação par a par das alternativas.

CRITÉRIOS AVALIAÇÕES

a2

a3

b2

b3

c2

c3

d2

d3

EXPRESSÃO NO SEGMENTO

Iniciante no segmento farmacêutico a2 b2 a2 a2 a2 d2 a2

Sem expressão no segmento farmacêutico

a3 b2 a3 a3 a3 d2 a3

CUSTO Dentro do orçamento b2 b2 b2 d2 b2

Acima do orçamento b3 c2 b3 d2 b3

USABILIDADE Apresenta alguma complexidade c2 d2 c2

Complexo de usar c3 d2 c3

PERFORMANCE Módulos com desempenho razoável d2

Módulos com desempenho lento d3

Tabela 7 – Exemplo de matriz de critérios

Alternativa a não é menos preferível que a alternativa b, se para cada valor de critério de a,

puder ser encontrado um único valor de critério da alternativa b não mais preferível. Uma

forma mais simples de implementar essa regra é substituindo o valor de critério em cada

alternativa pelo ranking correspondente na JOS e organizar em ordem crescente, assim pode-

se comparar duas alternativas. JOS1(a) ≤ JOS2(a) ≤… ≤ JOSn(a).

Page 54: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

41

Critérios de RNK Exemplos Vetores JOS

JOS

mesmos valores JOS Correspondentes ordenado

a1,b1,c1,d1 1 a1,b1,c1, ,d1 1,1,1,1 1,1,1,1

a2 2 a2, b1,c1,d1 2,1,1,1 1,1,1,2

a3 3 a3, b1,c1, ,d1 3,1,1,1 1,1,1,3

b2,c2,d2 4 a1,b2,c1,d1/a1,b1,c2,d1 1,4,1,1 1,1,1,4

b3,c3,d3 5 a1,b3,c1,d1/a1,b1,c3,d1 1,5,1,1 1,1,1,5

Tabela 8 – Exemplo de organização das alternativas - JOS

Alternativa a não é menos preferível que a alternativa b se para cada i=1,…n JOSi(a)≤JOSi(b).

Há casos em que podem ocorrer incomparabilidade entre as alternativas, como no exemplo

citado acima, o vetor a1,b2, c1, d1, e a1, b1 e c2, d1.

Para garantir que as respostas do decisor foram robustas o suficiente para não modificar a

ordem de preferência das alternativas, cada comparação entre as alternativas deve ser

realizada pelo menos duas vezes. Nesse momento também se realiza os ajustes das

inconsistências.

A primeira rodada para construção da JOS deve ser realizada, tomando como referencia a 1ª

situação de referência, ou seja, a melhor hipótese. Já a segunda rodada deve ser realizada

partindo da 2ª situação de referência. Caso haja divergência, a ordenação dos critérios na

escala JOS pode apresentar inconsistência e o impasse deve ser administrado com o decisor.

3.2.3 MAUT

Conforme Dyer (2005), a Teoria de Utilidade Multiatributo - MAUT derivou da teoria de

utilidade e tem em sua abordagem várias alternativas que são descritas por uma lista de

atributos. Dentro de todos os AMDs é o único recebe o nome da teoria e nisso fundamenta seu

método analítico. A noção de utilidade foi descrita por Daniel Bernoulli em 1738, mas o

Page 55: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

42

marco da teoria foi a publicação do trabalho por John von Neumann e Oskar Morgenstern, em

1944. Keeney e Raiffa em 1976 introduziram o conceito de medir a utilidade de cada uma

das alternativas selecionadas para a solução do problema com vários atributos, dentro de uma

função matemática.

A solução do problema de decisão não se resume apenas a determinação da função de

utilidade, mas também na maximização do valor esperado da função de utilidade. Tal método

pressupõe que não existe incomparabilidade entre as alternativas e que há transitividade nas

relações de preferência e indiferença. Abaixo, relação de preferências básicas:

• A é preferrível a B – a P b

• B é preferível a A – b P a

• A é indiferente a B - a I b

A transitividade está presente nesse método da seguinte forma:

• Se a alternativa “a” é preferível “b”; e a alternativa “b” é preferível a “c”, então “a” é

preferível a “c” (transitividade da preferência).

• Se a alternativa “a” é indiferente a “b”; e a alternativa “b” é indiferente a “c”,

então“a” é indiferente a “c” (transitividade da indiferença).

O pressuposto básico de MAUT é de que existe uma função de utilidade específica de cada

um dos diferentes atributos das alternativas.

De acordo com Dyer (2005), há duas principais teorias distintas que representam a preferência

dos decisores. Preferência em cenários de certeza absoluta e preferências em cenários de

incerteza, ou riscos.

Page 56: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

43

Função de Utilidade: u(x1, x2, ..., xn) = f [u1(x1), u2(x2), ..., un(xn)] u(x) é a função de utilidade referente à todos os critérios da alternativa x.

O modelo de preferência aditiva ordinal concentra a maior parte das aplicações do método.

u(a) = ∑ kj uj (a)

uj (a) representa a função utilidade parcial da alternativa a segundo o j-ésimo atributo; kj (com kj ≥ 0) representa uma constante de escala relativa ao j-ésimo atributo, frequentemente chamada de peso do atributo.

A forma aditiva da função implica que os atributos sejam preferencialmente independentes.

Assim, antes de aplicar a fórmula é necessário testar a independência.

Abaixo alguns itens da independência entre as diferenças:

• A diferença entre as preferências de duas alternativas, nas quais todos os atributos

são iguais, exceto um, a diferença independe dos outros atributos;

• Se os atributos tiverem preferência mutuamente independente também terão

independências mútuas de suas preferências.

Os atributos são estimados em uma escala que varia de 0 para o pior escolha e 100 para o

melhor escolha.

Após os resultados é necessário aplicar uma análise de sensibilidade para verificar se as

conclusões são realmente contundentes ou se há algum ponto sensível o suficiente para mudar

completamente a ordem das alternativas.

n

j≤1

Page 57: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

44

Os principais métodos de ponderação são SMART (Simple Muti-Atribute Rating Technique),

usado quando a escolha da alternativa envolve risco, Swing Weighting, Pricing Out e

Tradeoff.

SMART, segundo esse critério a atribuição de peso é feita em duas etapas. Na primeira os

critérios são ordenados de acordo com sua importância e a segunda, decisor avalia a

importância relativa de cada critério. Nessa etapa o critério menos importante recebe 10

pontos e os demais critérios acima de 10.

A técnica Swing Weighting permite a interação com o decisor para atribuição dos pesos de

todos os critérios e subcritérios. O decisor compara os atributos individuais, imaginando

resultados hipotéticos, iniciando com uma alternativa que tem o pior resultado em todos os

atributos e uma que tenha o melhor resultado em apenas um dos atributos (CLEMEN e

REILLY, 2001). As várias alternativas hipotéticas são então classificadas. A pior alternativa

recebe 0 pontos, o melhor alternativa recebe 100 pontos. Daí se pode calcular os pesos,

dividindo os pontos pelo somatório de todos os pontos.

Já Pricing Out é uma técnica que envolve a determinação do

valor de um objetivo em termos de outro. Por exemplo, pode-se dizer que 5 dias é o tempo

mais rápido de entrega e custa R$ 400. A idéia é encontrar o ponto de indiferença, ou seja, a

determinação da taxa marginal de substituição entre os dois atributos. (BICHLER et al, 2001).

Tradeoff Weighting, o decisor é convidado a considerar duas alternativas hipotéticas que se

diferenciam entre si em apenas dois critérios, permanecendo iguais nos demais critérios. O

decisor varia a pontuação das alternativas dentro dos critérios considerados para obter

Page 58: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

45

inequações que permitam a posterior definição dos pesos dos critérios. (GOMES, GOMES e

ALMEIDA, 2009).

3.2.4 COMPARAÇÃO ENTRE MAUT E ZAPROS-LM

Os dois métodos se assemelham em vários pontos, mas há vantagens e desvantagens que

devem ser consideradas. Abaixo características da análise verbal e numérica

COMPARAÇÃO VDA MAUT

Medição Linguagem verbal. Mais usada e adequada para definir preferências

Números. Maior precisão e autoridade.

Complexidade Reduzida. Foco nas diferenças essenciais de cada alternativa

As alternativas e critérios recebem um valor, o que pode ser exaustivo

Qualidade dos Resultados

Relação binária entre alternativas. Pode gerar alguma incompatibilidade

Resultados mais ricos e que possibilitam melhor análise

Dificuldades Cognitivas

Compensa as ambiguidades Incertezas calculadas com precisão

Organização Nenhuma experiência. Facilita o trabalho e entendimento.

Requer treinamento. Difícil consenso em torno de temas subjetivos.

Tabela 9 – Comparação entre VDA e MAUT

O objetivo da VDA é levar em consideração o comportamento humano nos processos

decisórios refletidos nas preferências dos decisores;

• VDA é designado a eleger relacionamentos de preferências e é mais orientado a

tarefas com grande número de alternativas e pequenos números de critérios;

• Baseado nos mesmos princípios que MAUT, mas utiliza escolhas de preferências

verbais e alternativas de decisão sem recursos numéricos.

3.3 ESCOLHA DO SISTEMA DE AUTOMAÇÃO

Para entender o processo de escolha do sistema de automação que será implementado no ano

de 2010 na empresa FQHB é necessário entender sua estrutura hierárquica e identificar quais

os atores do processo de decisão.

Page 59: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

46

O setor responsável pela atividade de automação da força de vendas é o departamento de

Inteligência de Mercado que além de outras funções, controla o banco de dados de visitação e

cadastro de clientes. Neste setor há três analistas e um coordenador que respondem ao gerente

de marketing. Essa equipe tem formação diversificada incluindo dois administradores, um

estatístico e um analista de sistemas. Os analistas já trabalharam em outras empresas que

usavam outros sistemas de automação presentes na avaliação dessa dissertação. Sendo assim,

os papéis foram traçados conforme segue:

• Decisor: Gerente de Marketing que ajudou na elaboração dos critérios, dos pesos

(MAUT) e na definição do ranking (ZAPROS-LM).

• Facilitador: Coordenador da área de Inteligência de Mercado – autora dessa

dissertação, que auxiliou na aplicação dos métodos e na análise dos resultados.

• Analistas: São os analistas da área de Inteligência de Mercado que como

consumidores das ferramentas e com experiência nos sistemas expostos acima vão

atribuir notas e preferências entre as alternativas.

3.3.1 ESCOLHA DO MÉTODO

A escolha do método começou pelo entendimento da natureza do problema que é encontrar a

melhor alternativa, através de um ranking de opções e compreender que as possibilidades são

subjetivas e que não é possível obter todas as informações necessárias - cenário próprio de

problemas não estruturados. Dessa forma todas as alternativas de métodos de problemas

estruturados e semi-estruturados como programação linear, simulação entre outros próprios

das técnicas da pesquisa operacional foram descartados. Os métodos de classificação também

foram excluídos como ORCLASS e ELECTRE TRI. Mas a natureza qualitativa dos métodos

de análise verbal com sustentação matemática e psicológica e que respeitam as possibilidades

Page 60: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

47

e limitações humanas se contrastavam com os métodos de natureza quantitativa que traziam

pontuação e precisão na análise. Por isso os métodos ZAPROS-LM e MAUT foram

escolhidos para entender qual o melhor método para tomada de decisão na empresa FQHB.

Abaixo principais motivos da escolha desses métodos:

• MAUT

o Permite fazer avaliação e tradeoffs dos critérios conflitantes e com isso análises

mais profundas;

o Associa uma pontuação a cada alternativa estabelecendo uma ordem de

preferência;

o Estabelece uma média ponderada das utilidades individuais. Assim fica notório

que determinados critérios são mais importantes que outros;

o As preferências modeladas pela função matemática são completas, pois cada

par de alternativa é estritamente preferível à outra ou são indiferentes e não

permitem incomparabilidade;

o A análise de sensibilidade permite identificar mudanças nas variáveis do

modelo para evitar que mudanças nos pesos alterem a ordem de preferências;

o A ponderação de critérios e pontuação para cada avaliação já são realizadas

hoje na empresa FQHB na avaliação anual do funcionário, fato que contribuiu

positivamente para a escolha do MAUT, através da técnica Swing Weighting;

o Os atores de decisão envolvidos no estudo de caso têm formação na área de

estatística, informática e administração, portanto supõe-se que não terão

dificuldades de compreensão do método.

Page 61: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

48

• ZAPROS-LM

o Grande parte das decisões na empresa FQHB é tomada sobre critérios

subjetivos e dentro de um cenário de incertezas, principalmente na área de

marketing. Um exemplo clássico é a escolha de campanhas promocionais para

lançamento de produtos, onde o aspecto lúdico que vai envolver o cliente tem

um apelo muito maior que o custo;

o No exemplo exposto acima já se faz intuitivamente uma ordenação da melhor

campanha para a pior campanha, que também é a proposta para esse estudo de

caso, ordenar a melhor ferramenta de automação da força de vendas para

posterior escolha. Por isso, os métodos PACOM e ORCLASS que são

respectivamente de seleção e classificação foram rejeitados.

o O ZAPROS-III e STEP-ZAPROS não foram escolhidos pois demandam um

número maior de entrevistas com o decisor do que o método original. Como

tempo é um dos recursos escassos em um ambiente competitivo como da

indústria farmacêutica, a escolha do método rápido e adequado ao problema é

fator de maior aceitação entre os decisores;

o O método pode ser utilizado com uma grande quantidade de alternativas e

número razoável de critérios. Sendo assim, pode ser utilizado também em

outros projetos que requerem mais alternativas a serem avaliadas, como por

exemplo, em análise de desempenho dos representantes da força de vendas

para uma promoção. Aspectos comportamentais nem sempre podem ser

mensurados quantitativamente;

o Nem todas as avaliações podem ser quantificáveis, como por exemplo, como

medir a complexidade de uso de um software? Por mais que sejam feitas

Page 62: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

49

avaliações sobre o número de acessos, essa informação não é suficiente e

outros dados subjetivos como falta de domínio em informática por parte do

usuário pode ser negligenciado.

Esses dois AMDs já foram objetos de estudo de diversas dissertações com enfoques

diferenciados e em ambientes diversos, sendo que alguns exemplos recentes são abaixo

citados:

• VDA:

o Donô (2009) – aplicou o método ZAPROS-LM no processo de tomada

de decisão na seleção de investimentos sustentáveis para fundos de

pensão brasileiro.

o Magalhães (2008) – aplicou ZAPROS-LM na seleção de projetos de

tecnologia da informação.

o Torres (2007) – aplicou o método ORCLASS no departamento de

Marketing em pequenas empresas.

o Rodrigues (2007) – aplicou ZAPROS-LM na escolha de sistemas de

informações para o varejo.

o Castro (2002) – aplicou ZAPROS-LM na seleção de projetos

comerciais em processos licitatórios.

• MAUT:

o Woitowicz (2009) – aplicou método MAUT na seleção de uma

ferramenta de BI.

o Leal Jr. (2008) – aplicou o método Interval/Smart Weighting para

tratamento de incerteza na escolha de fornecedores.

Page 63: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

50

o Pires (2008) – aplicou o método Interval Smart/Swing Weighting para

escolha de localização na internacionalização de centros de

competências.

o Meirelles (2007) – aplicou MAUT como instrumento de gestão do

conhecimento em uma indústria de refino de petróleo.

o Neiva (2006) – aplicou o método Swing Weighting na escolha de

softwares de e-procurement.

Page 64: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

51

4 METODOLOGIA

Depois de identificado o problema de pesquisa que é a escolha da ferramenta de automação

mais adequada, de acordo com o contexto do problema e atores de decisão, chegou o

momento da aplicação prática.

Primeiramente foi exposto às pessoas envolvidas o objetivo do estudo e a importância do

mesmo, já que o projeto de escolher uma ferramenta de automação da força de vendas já

havia começado e as empresas que participariam do piloto já escolhidas. Essas empresas serão

nomeadas alternativas A, B e C, já que pelo acordo de confidencialidade não permitem que

seus nomes sejam divulgados.

Após essa primeira etapa e aprovado o processo de decisão por todos os envolvidos, foram

traçados os próximos passos:

• Decisor e facilitador:

o Entrevista com o decisor sobre os critérios e subcritérios que seriam avaliados,

o Definição dos pesos para aplicação MAUT através da técnica Swing

Weighting;

o Adaptação dos critérios e avaliações para o método ZAPROS-LM;

o Construção da matriz de comparação da 1ª Situação de Referência;

Page 65: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

52

o Construção da matriz de comparação da 2ª Situação de Referência;

o Avaliação das inconsistências entre as matrizes e transitividade;

o Construção do Ranking JOS.

• Analistas de decisão e facilitador:

o Explicação dos métodos e diferenças entre eles;

o Explicação dos conceitos de cada critério;

o Escolha das alternativas nos dois métodos.

• Todos:

o Análise dos resultados dos métodos;

o Decisão final.

4.1 ENTREVISTA COM DECISOR

De acordo com especificações de Malhotra (2007), foi realizada uma entrevista em

profundidade com o Gerente de Marketing para listar os critérios e subcritérios que seriam

usados nos métodos. Antes de começar a entrevista foi dada uma breve explanação sobre os

AMDs que seriam usados, as diferenças entre eles e o porquê do uso das duas metodologias.

As perguntas eram abertas e depois transcritas. Foram divididas inicialmente em 2 grandes

conjuntos antes da definição dos critérios: o primeiro referente à Força de Vendas e o segundo

à Matriz, que são os departamentos administrativos. Mas os sub-critérios foram tomando

outros caminhos e no final da entrevista, esses dois grupos se desmembraram, formando cinco

grupos de sub-critérios.

Page 66: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

53

Figura 8- Critérios e sub-critérios

4.1.1 CONHECENDO MAUT

Após a definição dos critérios e sub-critérios, foi mostrado primeiramente ao decisor o

método MAUT com a técnica de ponderação Swing Weighting. Começamos as perguntas a

partir de uma situação hipotética, com todos os critérios e sub-critérios comparando com a

pior avaliação possível (benchmark). Por exemplo, no critério empresa, definimos como a

pior hipótese, o fornecedor não ter nenhuma expressão no segmento farmacêutico e ainda o

orçamento mais caro de todos. Sobre essa hipótese, foi perguntado ao decisor, se ele

melhorasse algum dos dois critérios, qual seria. A reposta foi expressão no segmento

farmacêutico, pois há muitas particularidades da indústria farmacêutica, que empresas não

especializadas teriam dificuldades no entendimento completo para construção de um sistema

de automação. Desta forma, foi definido o ranking de subcritérios, dentro do critério

CRITÉRIOS

SUB-CRITÉRIOS

Page 67: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

54

institucional. O número um foi atribuído a expressão no segmento farmacêutico e o número

dois ao custo.

Posteriormente foi perguntado se o critério expressão no segmento farmacêutico tivesse nota

100, qual seria a nota do critério custo? A resposta foi 80. No final, o peso foi obtido pela

divisão de cada nota pela soma de todas as outras do critério institucional. Abaixo tabelas que

demonstram a atribuição das notas e pesos.

INSTITUCIONAL RNK NOTA PESO

Pior Hipótese 3 0 0,00000

Expressão no segmento farmacêutico 1 100 0,55556

Custo 2 80 0,44444

Tabela 10 – Exemplo de uso da técnica Swing Weighting - MAUT

Esse procedimento foi repetido em todos os sub-critérios e critérios.

INSTITUCIONAL RNK NOTA PESO

Pior Hipótese 3 0 0,00000

Expressão no segmento farmacêutico 1 100 0,55556

Custo 2 80 0,44444

FORÇA DE VENDAS RNK NOTA PESO

Pior Hipótese 5 0 0,00000

Usabilidade 1 100 0,31250

Performance 2 90 0,28125

Conectividade 3 70 0,21875

Suporte (Help Desk) 4 60 0,18750

MATRIZ RNK NOTA PESO

Pior Hipótese 4 0 0,00000

Controle das tabelas mestres 1 100 0,41667

Relatórios dinâmicos com acesso a todos os dados

2 80 0,33333

Tempo de customizações de novos módulos

3 60 0,25000

MÓDULOS RNK NOTA PESO

Pior Hipótese 13 0 0,00000

Auditoria de Receituário 1 100 0,13699

Auditoria de DDD 3 80 0,10959

Auditoria de Demanda – PDV 9 40 0,05479

Consultas a estatísticas de visitação 6 70 0,09589

Histórico de Visitação 2 90 0,12329

Relatório de Despesas 7 50 0,06849

Farmacovigilância 12 20 0,02740

Page 68: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

55

Trabalho médico-científico 4 80 0,10959

Controle de entrega de amostras e MP 8 50 0,06849

Gestão do painel médico (médicos potenciais)

10 40 0,05479

Pesquisa de Campo 11 30 0,04110

Pedidos 5 80 0,10959

INTEGRAÇÃO AO BANCO DE DADOS RNK NOTA PESO

Pior Hipótese 3 0 0,00000

Integração dos Pedidos ao ERP 1 100 0,58824

Integração da Base de dados com o BI 2 70 0,41176

Tabela 11 – Ranking e Peso dos sub-critérios MAUT

CRITÉRIOS RNK NOTA PESO

Pior Hipótese 6 0

INSTITUCIONAL 1 90 0,23684

FORÇA DE VENDAS 2 90 0,23684

MATRIZ 4 70 0,18421

MÓDULOS 3 90 0,23684

INTEGRAÇÃO AO BANCO DE DADOS 5 40 0,10526

Tabela 12 – Ranking e peso dos critérios MAUT

De acordo com a visão do decisor o método foi relativamente simples de ser entendido e a

construção dos critérios, sub-critérios e pesos de cada um deles fácil de ser aplicado. Sugeriu

que fosse colocado uma descrição ao lado de cada um dos sub-critérios para facilitar os

analistas no entendimento durante a atribuição da nota às alternativas.

4.1.2 CONHECENDO ZAPROS-LM

Para que os parâmetros fossem semelhantes, após conclusão da definição de critérios e pesos

de MAUT, foi aplicado o método ZAPROS-LM. Primeiramente os critérios de MAUT foram

adaptados para ZAPROS-LM. Nessa etapa, cada sub-critério se transformou em um critério e

houve a necessidade de criar avaliações qualitativas de cada critério, procurando seguir três

prováveis situações: boa, razoável e ruim. Ao se deparar com o critério módulo, havia na

Page 69: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

56

aplicação de MAUT, 12 sub-critérios que iriam se transformar em ZAPROS-LM em 12

critérios com três avaliações cada. Neste caso, esse critério módulo, se transformou em um

único critério em ZAPROS-LM. O critério custo se dividiu em três avaliações, considerando o

orçamento da empresa.

CRITÉRIOS AVALIAÇÕES

EXPRESSÃO NO SEGMENTO

Tem expressão no segmento farmacêutico a1

Iniciante no segmento farmacêutico a2

Sem expressão no segmento farmacêutico a3

CUSTO

Abaixo do orçamento previsto b1

Dentro do orçamento previsto b2

Acima do orçamento previsto b3

USABILIDADE

Fácil de Usar c1

Apresenta alguma complexidade c2

Complexo de usar c3

PERFORMANCE

Desempenha com velocidade os módulos d1

Módulos com desempenho razoável d2

Módulos com desempenho lento d3

CONECTIVIDADE

Tempo de conexão bom, dentro do esperado e1

Tempo de conexão dentro do esperado e2

Demora na conexão e3

HELP DESK

Atendimento do Help Desk rápido e sempre resolve os problemas f1

Atendimento do Help Desk rápido e nem sempre resolve os problemas f2

Atendimento demorado e resolve os problemas algumas vezes f3

CONTROLE DAS TABELAS MESTRES

Administrador do sistema tem controle total das tabelas mestres g1

Administrador do sistema tem controle parcial das tabelas mestres g2

Administrador sem controle das tabelas mestres g3

RELATÓRIOS

Usuários tem acesso a relatórios dinâmicos para montagem de visões customizadas

h1

Usuário tem acesso a relatórios com filtros h2

Usuários tem acesso a relatórios pré-formatados h3

TEMPO DE ELABORAÇÃO DE MÓDULOS

Menor que 3 meses em média i1

3 meses em media i2

Maior que 3 meses em média i3

MÓDULOS

Possui todos os módulos que a empresa precisa j1

Possui os módulos mais importantes que a empresa precisa j2

Possui apenas alguns módulos que a empresa precisa j3

INTEGRAÇÃO DO BD

Pode integrar o banco de dados aos sistemas gerenciais da empresa k1

Integra o banco de dados aos sistemas gerenciais se fizer customizações k2

Não integra o banco de dados aos sistemas gerenciais da empresa k3

Tabela 13 – Descrição dos critérios – ZAPROS-LM

Page 70: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

57

Após a conclusão dos critérios foi montada a matriz de comparação entre os critérios – JOS1,

de acordo com a 1ª Situação de Referência, que agrupa as melhores avaliações de uma

alternativa hipotética. Foram suprimidas as referências das melhores avaliações possíveis,

pois recebem a mesma ordenação dentro do critério definido pelo decisor.

Figura 9- Construção da JOS – 1ª SR

Depois que todas as comparações foram realizadas, foi verificado se havia alguma violação de

transitividade. Os recursos do Excel de formatação condicional foram usados para evitar que

o decisor ou o facilitador respondesse, por engano, avaliações diferentes das comparadas.

Page 71: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

58

Após essa etapa foi construída a 2ª matriz de comparação, sendo que dessa vez comparando

com a pior situação real. Neste momento também a formatação condicional do Excel ajudou a

destacar quais as avaliações estavam sendo marcadas diferentemente da 1ª matriz de

comparação. Assim todas as alternativas diferentes se destacavam em amarelo.

Figura 10- Construção da JOS – 2ª SR

Da mesma forma que a 1ª matriz, foram resolvidos os problemas de transitividade e avaliadas

quais as alternativas realmente permaneceriam. Após conclusão da matriz final de

comparação entre os critérios, foi formado o ranking JOS:

Page 72: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

59

RNK JOS

Avaliações

1 a1 b1 c1 d1 e1 f1 g1 h1 j1 k1

2 d2

3 e2

4 j2

5 b2

6 f2

7 g2

8 i2

9 a2 h2

10 c2 k2

11 f3 h3 j3

12 a3

13 i3

14 b3 k3

15 g3

16 e3

17 c3 d3

Tabela 14 – Ranking JOS

Esse método foi considerado pelo decisor mais complexo, mais lento e mais trabalhoso. O

momento crítico foi avaliar as 220 comparações par a par, por duas vezes, que gerou confusão

e desânimo. Por isso, o decisor preferiu a construção do método MAUT que ZAPROS-LM na

atribuição dos pesos e preferências.

4.2 ESCOLHA DAS ALTERNATIVAS - MAUT

Da mesma forma como foi realizado com o decisor, foi transmitido aos três analistas de

decisão os conceitos dos dois métodos e suas diferenças. Foram apresentadas as alternativas e

como todos já haviam trabalhado com pelo menos uma das empresas em estudo, cada um

ficou com a que mais conhecia.

Conforme solicitado pelo decisor foi colocada uma breve descrição de cada um dos critérios

para facilitar a atribuição das notas para as alternativas e explicado que os pesos foram

Page 73: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

60

previamente definidos e estes não seriam modificados. O papel deles era colocar uma nota

variando de zero para a pior a 1 para a melhor em cada uma das alternativas, de acordo com

suas experiências.

CONSTRUÇÃO MAUT - ETAPA 3 - AVALIAÇÃO DAS ALTERNATIVAS

DEFINIÇÃO DOS SUB-CRITÉRIOS PESO NOTA

A B C

INSTITUCIONAL 0,2368

Expressão no segmento farmacêutico

REFERÊNCIAS DE EMPRESAS QUE JÁ USAM O SISTEMA

0,5556 0,7 0,4 0,8

Custo DENTRO DO ORÇAMENTO 0,4444 0,5 0,7 0,5

FORÇA DE VENDAS 0,2368

Usabilidade COMO OS REPS VEEM ESSA FERRAMENTA

0,3125 0,7 0,8 0,5

Performance COMO O PROGRAMA SE DESEMPENHA NOS PDAS

0,2813 0,7 0,8 0,5

Conectividade TEMPO DE CONEXÃO 0,2188 0,7 0,7 0,5

Suporte (Help Desk) TEMPO NA FILA, RETORNO DE CHAMADAS, SOLUÇÃO DOS PROBLEMAS

0,1875 0,7 0,85 0,4

MATRIZ 0,1842

Controle das tabelas mestres AUTONOMIA DO USUÁRIO EM ALTERAR, INSERIR E EXCLUIR ITENS DE TABELAS

0,4167 0,7 0,9 0,5

Relatórios dinâmicos com acesso a todos os dados

MONTAGEM DE RELATÓRIOS CUSTOMIZADOS COM FILTROS OU CUBOS

0,3333 0,6 0 0,5

Tempo de customizações de novos módulos

TEMPO DE IMPLEMENTAÇÃO DOS MÓDULOS

0,2500 0,7 0,8 0,3

MÓDULOS 0,2368

Auditoria de Receituário VISUALIZAÇÃO DO PERFIL PRESCRITIVO MÉDICO ATRAVÉS DO PAINEL , COM FILTROS

0,1370 0,8 0,7 0,6

Auditoria de DDD VISUALIZAÇÃO DA DEMANDA PRÓPRIA E DOS CONCORRENTES POR MERCADO, POR BRICK

0,1096 0,8 0,7 0,4

Auditoria de Demanda – PDV VISUALIZAÇÃO DA DEMANDA POR PDV 0,0548 0,8 0,7 0,4

Consultas a estatísticas de visitação

VISUALIZAÇÃO DO TOTAL DE VISITAS REALIZADAS E QUE FALTAM REALIZAR

0,0959 0,9 0,75 0,4

Histórico de Visitação VISUALIZAÇÃO DA FREQUENCIA E SEQUENCIA DAS VISITAS COM COMENTÁRIOS

0,1233 0,7 0,85 0,5

Page 74: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

61

Relatório de Despesas LANÇAMENTO DE DESPESAS MENSAIS E KM

0,0685 0,8 0 0,5

Farmacovigilância REPORTE DE EVENTOS E EFEITOS ADVERSOS PELOS MÉDICOS

0,0274 0,8 0 0,3

Trabalho médico-científico SOLICITAÇÃO DE ESTUDOS CIENTÍFICOS DE ACORDO COM SOLICITAÇÃO DO MÉDICO

0,1096 0,8 0 0,3

Controle de entrega de amostras e MP

INSERÇÃO DO NÚMERO DE AMOSTRAS E MATERIAL PROMOCIONAL PARA CADA MÉDICO

0,0685 0,6 0,9 0,5

Gestão do painel médico (médicos potenciais)

IDENTIFICAÇÃO DOS POTENCIAIS CLIENTES (MÉDICOS E FARMÁCIAS) EM FÁCIL VISUALIZAÇÃO

0,0548 0,8 0,85 0,5

Pesquisa de Campo QUESTIONÁRIOS DESTINADOS AOS MÉDICOS E FARMÁCIAS SOBRE UM TEMA ESPECÍFICO

0,0411 0,8 0,8 0,6

Pedidos INSERÇÃO DE PEDIDO DE VENDAS 0,1096 0,8 0,7 0,7

INTEGRAÇÃO AO BANCO DE

DADOS 0,1053

Integração dos Pedidos ao ERP INTERLIGAR OS PEDIDOS AO SOFTWARE DA MATRIZ (ERP)

0,5882 0,75 0,7 0,4

Integração da Base de dados com o BI

DISPONIBILIZAÇÃO DA BASE DE DADOS NO FORMATO PARA SISTEMA DE BIs

0,4118 0,75 0,85 0,4

Tabela 15 – Avaliação das alternativas MAUT

4.3 ESCOLHA DAS ALTERNATIVAS – ZAPROS-LM

Depois passamos para o método ZAPROS-LM. Neste, o papel deles era marcar com o X a

melhor avaliação que descrevia a alternativa, sem alterar o Ranking JOS.

IDENTIFICAÇÃO DAS ALTERNATIVAS : ZAPROS-LM

CRITÉRIOS AVALIAÇÕES RNK JOS

A B C

EXPRESSÃO NO SEGMENTO

Tem expressão no segmento farmacêutico a1 1 X X

Iniciante no segmento farmacêutico a2 9 X

Sem expressão no segmento farmacêutico a3 12

CUSTO

Abaixo do orçamento b1 1

Dentro do orçamento b2 5 X X

Acima do orçamento b3 14 X

USABILIDADE

Fácil de Usar c1 1 X

Apresenta alguma complexidade c2 10 X X

Complexo de usar c3 17

PERFORMANCE Desempenha com velocidade os módulos d1 1

Page 75: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

62

Módulos com desempenho razoável d2 2 X X X

Módulos com desempenho lento d3 17

CONECTIVIDADE

Tempo de conexão bom, dentro do esperado e1 1

Tempo de conexão dentro do esperado e2 3 X X X

Demora na conexão e3 16

HELP DESK

Atendimento do Help Desk rápido e sempre resolve os problemas

f1 1

Atendimento do Help Desk rápido e nem sempre resolve os problemas

f2 6

X X

Atendimento demorado e resolve os problemas algumas vezes

f3 11

X

CONTROLE DAS TABELAS MESTRES

Administrador do sistema tem controle total das tabelas mestres

g1 1

X

Administrador do sistema tem controle parcial das tabelas mestres

g2 7

X

Administrador sem controle das tabelas mestres

g3 15 X

RELATÓRIOS

Usuários tem acesso a relatórios dinâmicos para montagem de visões customizadas

h1 1

Usuário tem acesso a relatórios com filtros h2 9 X

Usuários tem acesso a relatórios pré-formatados

h3 11 X X

TEMPO DE ELABORAÇÃO DE

MÓDULOS

Menor que 3 meses em média i1 1 X X

3 meses em media i2 8

Maior que 3 meses em média i3 13 X

MÓDULOS

Possui todos os módulos que a empresa precisa

j1 1 X

Possui os módulos mais importantes que a empresa precisa

j2 4

X X

Possui apenas alguns módulos que a empresa precisa

j3 11

INTEGRAÇÃO DO BD

Pode integrar o banco de dados aos sistemas gerenciais da empresa

k1 1

Integra o banco de dados aos sistemas gerenciais se fizer customizações

k2 10

X X X

Não integra o banco de dados aos sistemas gerenciais da empresa

k3 14

Tabela 16 – Avaliação das alternativas – ZAPROS-LM

De acordo com a observação de dois analistas, o método ZAPROS-LM é mais fácil e rápido

de definir as alternativas. Como há apenas três parâmetros qualitativos fica mais simples

Page 76: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

63

encaixar a alternativa. No caso MAUT, ao atribuir uma nota, não há uma referência e há

critérios que são muito subjetivos e quantificá-los se torna difícil. Também foi colocado que é

mais cansativo na escolha das alternativas. Já outro analista afirma que parece ser mais fiel à

realidade, pois em ZAPROS-LM, as avaliações já vêm pré-determinadas e no método

quantitativo, consegue ter um ajuste mais fino.

4.4 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS

Após finalizada a escolha das alternativas com os dois métodos, chegou o momento de

analisar os resultados. Com MAUT, após a ponderação das notas, obtivemos o seguinte

resultado:

CONSTRUÇÃO MAUT - ETAPA 3 - AVALIAÇÃO DAS ALTERNATIVAS

PESO NOTA NOTA PONDERADA

A B C A B C

TOTAL 69,8% 64,2% 51,2%

INSTITUCIONAL 0,2368 0,14474 0,12632 0,15789

Expressão no segmento farmacêutico

0,5556 0,7 0,4 0,8 0,38889 0,22222 0,44444

Custo 0,4444 0,5 0,7 0,5 0,22222 0,31111 0,22222

SUBTOTAL 0,61111 0,53333 0,66667

FORÇA DE VENDAS 0,2368 0,16579 0,18651 0,11398

Usabilidade 0,3125 0,7 0,8 0,5 0,21875 0,25000 0,15625

Performance 0,2813 0,7 0,8 0,5 0,19688 0,22500 0,14063

Conectividade 0,2188 0,7 0,7 0,5 0,15313 0,15313 0,10938

Suporte (Help Desk) 0,1875 0,7 0,85 0,4 0,13125 0,15938 0,07500

SUBTOTAL 0,70000 0,78750 0,48125

MATRIZ 0,1842 0,12281 0,10592 0,08289

Controle das tabelas mestres

0,4167 0,7 0,9 0,5 0,29167 0,37500 0,20833

Relatórios dinâmicos com acesso a todos os dados

0,3333 0,6 0 0,5 0,20000 - 0,16667

Page 77: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

64

Tempo de customizações de novos módulos

0,2500 0,7 0,8 0,3 0,17500 0,20000 0,07500

SUBTOTAL 0,66667 0,57500 0,45000

MÓDULOS 0,2368 0,18558 0,14340 0,11518

Auditoria de Receituário 0,1370 0,8 0,7 0,6 0,10959 0,09589 0,08219

Auditoria de DDD 0,1096 0,8 0,7 0,4 0,08767 0,07671 0,04384

Auditoria de Demanda – PDV

0,0548 0,8 0,7 0,4 0,04384 0,03836 0,02192

Consultas a estatísticas de visitação

0,0959 0,9 0,75 0,4 0,08630 0,07192 0,03836

Histórico de Visitação 0,1233 0,7 0,85 0,5 0,08630 0,10479 0,06164

Relatório de Despesas 0,0685 0,8 0 0,5 0,05479 - 0,03425

Farmacovigilância 0,0274 0,8 0 0,3 0,02192 - 0,00822

Trabalho médico-científico 0,1096 0,8 0 0,3 0,08767 - 0,03288

Controle de entrega de amostras e MP

0,0685 0,6 0,9 0,5 0,04110 0,06164 0,03425

Gestão do painel médico (médicos potenciais)

0,0548 0,8 0,85 0,5 0,04384 0,04658 0,02740

Pesquisa de Campo 0,0411 0,8 0,8 0,6 0,03288 0,03288 0,02466

Pedidos 0,1096 0,8 0,7 0,7 0,08767 0,07671 0,07671

SUBTOTAL 0,78356 0,60548 0,48630

INTEGRAÇÃO AO BANCO

DE DADOS 0,1053 0,07895 0,08019 0,04211

Integração dos Pedidos ao ERP

0,5882 0,75 0,7 0,4 0,44118 0,41176 0,23529

Integração da Base de dados com o BI

0,4118 0,75 0,85 0,4 0,30882 0,35000 0,16471

SUBTOTAL 0,75000 0,76176 0,40000

Tabela 17 – Avaliação dos Resultados – MAUT

A empresa A fica com uma nota muito próxima a nota da empresa B e se destaca em

praticamente todos os critérios. Foram realizadas ainda análises de sensibilidade para checar

Page 78: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

65

se a mudança dos pesos dos critérios influenciaria no resultado final. Assim mudamos o peso

do critério Força de Vendas, no qual a empresa B obteve nota superior ao da A mais ainda

assim, o resultado final não se alterou. Já a empresa C fica aquém em quase todos os critérios,

menos no institucional, devido ao sub-critério expressão no segmento farmacêutico. Essa

empresa é muito conhecida, pois fornece pesquisa mensal do perfil prescritivo médico,

adquirido por diversos laboratórios.

Figura 11- Gráfico critérios MAUT – Análise de Sensibilidade

Com o método ZAPROS-LM, o resultado final foi exatamente o mesmo e apresentou a

mesma pequena diferença, sendo a empresa A a 1ª empresa do ranking e a empresa B a 2ª.

RNK DAS ALTERNATIVAS

Alternativas

Reais Valor original das avaliações

Vetor de Avaliação - JOS (X1).....JOS (Xn)

Vetor de Avaliação Reordenado

Somatório Rnk Final

A a1/b2/c2/d2/e2/f2/g2/h2/i1/j1/k2 1/2/2/2/2/2/2/2/1/1/2 1/1/1/2/2/2/2/2/2/2/2 19 1

B a2/b2/c1/d2/e2/f2/g1/h3/i1/j2/k2 2/2/1/2/2/2/1/3/1/2/2 1/1/1/2/2/2/2/2/2/2/3 20 2

C a1/b3/c2/d2/e2/f3/g3/h3/i3/j2/k2 1/3/2/2/2/3/3/3/3/2/2 1/2/2/2/2/2/3/3/3/3/3 26 3

Tabela 18 – Ranking das avaliações ZAPROS-LM

Page 79: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

66

4.5 DECISÃO FINAL

De acordo com o resultado das análises, a decisão estava praticamente tomada com relação ao

sistema de automação da força de vendas. A empresa A vai permanecer como a fornecedora

desse serviço, mas com a aquisição do laboratório farmacêutico HB vai precisar fazer

algumas customizações para incorporar a demanda da nova empresa pertencente ao grupo.

Além disso, através do método MAUT fica evidente quais os critérios A precisa melhorar

para entregar um serviço de qualidade aos clientes. Essas informações serão transmitidas à

empresa e haverá um acompanhamento anual de análise do sistema de automação. Com

relação ao método que poderá ser empregado em outros projetos da empresa há algumas

divergências conforme apontado no quadro abaixo pela visão dos analistas e decisor.

COMPARAÇÃO ZAPROS-LM MAUT

Medição

Não há precisão quanto à forma de medir os critérios, já que as avaliações já são pré-definidas, sem possibilidades de ajustes.

Em processos de decisão muitos critérios são subjetivos, sendo difícil atribuir uma nota.

Complexidade Elaboração do JOS é exaustivo ao decisor, mas a seleção das alternativas é bem simples.

A ponderação através do Swing Weighting é simples, mas atribuir uma nota a critérios subjetivos não.

Qualidade dos Resultados

Resultado fica um pouco sugestionado e preso às avaliações pré-definidas que não podem ser ajustadas.

Quando se atribui uma nota parece que o resultado fica mais próximo da realidade

Dificuldades Cognitivas

Dificuldade de entendimento na construção da matriz JOS

Dificuldades em atribuir nota a critérios subjetivos. Sem parâmetro de comparação.

Organização Etapas do processo bem definidas. Etapas do processo bem definidas.

Tabela 19 – Comparação entre os métodos MAUT e ZAPROS-LM

Como os métodos se equiparam nas facilidades e dificuldades não há eleição de um método

oficial para a empresa. Foi definido que o método empregado vai depender exclusivamente do

tipo de critérios envolvidos. Se a tomada de decisão tiver um número maior de critérios

Page 80: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

67

subjetivos, então o método empregado será ZAPROS-LM. Se os critérios forem mais

quantitativos, será empregado MAUT.

Devido à natureza de outros projetos que estão por vir, o método ZAPROS-LM será mais

utilizado. Como MAUT foi considerado um método mais rápido, sempre que houver pouco

tempo para se chegar a uma solução, será utilizado. Mas, quando a decisão a ser tomada

envolver um grau de incerteza grande, os dois métodos serão empregados para garantir a

melhor decisão.

O que ficou claro para todos os envolvidos nesse processo é que os AMDs são de

fundamental importância para se registrar o histórico que levou àquela determinada decisão e

ajudar no processo de melhoria até mesmo da solução escolhida.

Ao comparar os resultados encontrados neste estudo com o quadro de Larichev e Moshkovich

(1997) com relação à VDA, há alguns pontos de concordâncias e discordâncias.

• Medição : de acordo com os atores envolvidos no estudo de caso, a linguagem

verbal realmente é muito adequada para definir preferências, mas poucas

avaliações, exemplo: bom, razoável, ruim, não medem com exatidão a

preferência do analista que pode querer posicionar o critério como péssimo ou

excelente. Definir muitas avaliações torna o processo demorado e exaustivo;

• Complexidade: o método é simples, embora a construção da JOS é muito

trabalhosa e gera algumas vezes confusão e toma um tempo grande do decisor;

• Qualidade dos resultados : Não há como fazer ajustes nas avaliações, conforme

descrito acima e a comparação entre os critérios pode ser incompatível;

Page 81: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

68

• Dificuldades cognitivas e organização: É fácil de entender, mas gera confusão

na construção da JOS. As fases do processo de decisão são bem definidas e

facilitam o entendimento.

VDA REFERENCIAL TEÓRICO ESTUDO DE CASO

Medição Linguagem verbal. Mais usada e adequada para definir preferências

Não há precisão quanto à forma de medir os critérios, já que as avaliações já são pré-definidas, sem possibilidades de ajustes.

Complexidade Reduzida. Foco nas diferenças essenciais de cada alternativa

Elaboração do JOS é exaustivo ao decisor, mas a seleção das alternativas é bem simples.

Qualidade dos Resultados

Relação binária entre alternativas. Pode gerar alguma incompatibilidade

Resultado fica um pouco sugestionado e preso às avaliações pré-definidas que não podem ser ajustadas.

Dificuldades Cognitivas

Compensa as ambiguidades Dificuldade de entendimento na construção da matriz JOS.

Organização Nenhuma experiência. Facilita o trabalho e entendimento.

Etapas do processo bem definidas.

Tabela 20 – Comparação entre o referencial teórico e estudo de caso -VDA

Fazendo a mesma comparação com o quadro de Larichev e Moshkovich (1997) desta vez em

relação à MAUT, foi observado :

• Medição : Os números conferem uma maior precisão, pois são atribuídas notas

que podem ser ajustadas em décimos, mas alguns momentos quando os

critérios são muito subjetivos é complicado atribuir-lhes um número;

• Complexidade: Não houve problemas quanto à complexidade e o método foi

entendido e aplicado sem muitas dúvidas. Surgiram mais questionamentos

referentes à descrição de cada critério e a atribuição da melhor nota aos

critérios subjetivos;

• Qualidade dos resultados : Os resultados ficam mais próximos à realidade.

Ajuste fino;

Page 82: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

69

• Dificuldades cognitivas e organização: O único problema apresentado foi

como descrito acima, atribuir nota a critérios subjetivos, mas todas as etapas e

o processo de decisão transcorreram sem dúvidas.

MAUT REFERENCIAL TEÓRICO ESTUDO DE CASO

Medição Números. Maior precisão e autoridade.

Em processos de decisão muitos critérios são subjetivos, sendo difícil atribuir uma nota.

Complexidade As alternativas e critérios recebem um valor, o que pode ser exaustivo.

A ponderação através do Swing Weighting é simples, mas atribuir uma nota a critérios subjetivos não.

Qualidade dos Resultados

Resultados mais ricos e que possibilitam melhor análise.

Quando se atribui uma nota parece que o resultado fica mais próximo da realidade

Dificuldades Cognitivas Incertezas calculadas com precisão Dificuldades em atribuir nota a critérios subjetivos. Sem parâmetro de comparação.

Organização Requer treinamento. Difícil consenso em torno de temas subjetivos.

Etapas do processo bem definidas.

Tabela 21 – Comparação entre o referencial teórico e estudo de caso -MAUT

A principal diferença apresentada por Larichev e Moshkovich (1997) entre VDA e MAUT é

que VDA consegue descrever melhor preferências a critérios subjetivos, pois utiliza a

linguagem natural do decisor. Já MAUT confere mais precisão e certeza na análise. Embora,

em alguns itens destacados nas tabelas apresentem inconformidades, o estudo de caso sugere

as mesmas diferenças na comparação entre os dois métodos.

Page 83: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

70

5 CONCLUSÃO

Com a comparação dos dois métodos ZAPROS-LM e MAUT estima-se elaborar uma

metodologia do processo de decisão e evitar que decisões sejam tomadas de forma puramente

empírica. Muitos projetos são escolhidos e realizados, alguns bem sucedidos e outros não,

sem ter um racional claro dos motivos que o levaram a esse resultado. O projeto de automação

da força de vendas dentro desse laboratório farmacêutico já viveu uma fase semelhante

quando foi implementado pela primeira vez em 2003. Não se sabe exatamente o que levou a

escolha da empresa A, nessa época. Talvez um único critério possa ter sido fundamental na

época e vários outros negligenciados e melhorados no decorrer do tempo. Hoje podemos dizer

quais são os reais motivos para a escolha desse sistema e se futuramente for necessário

escolher outro, haverá um histórico para consulta que poderá ser revisto e desenvolvido.

5.1 UTILIZAÇÃO ZAPROS-LM E MAUT

Todos os envolvidos no processo de decisão não mostraram dificuldades no entendimento e

utilização dos métodos. MAUT foi observado como prático, rápido e preciso. ZAPROS-LM

mais orientado a critérios subjetivos. Ambos os métodos tem sua aplicabilidade, dependendo

do problema estudado, mas não há dúvidas de que são fundamentais para tomada de decisão.

Grande parte da facilidade encontrada pode ser atribuída à utilização do Excel, ferramenta

Page 84: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

71

muito usada e que deixa evidente as fórmulas usadas na construção do método. Sempre que

apareciam dúvidas, a leitura da estrutura lógica ajudava nos esclarecimentos. A criação de um

sistema específico, neste primeiro momento, demandaria mais tempo para o treinamento dos

envolvidos o que poderia ser um entrave para a aceitação da mudança de cultura na tomada de

decisão. Hoje como já entendem o funcionamento dos métodos, sugeriram a construção de um

sistema que possa ajudar principalmente nos itens mais trabalhosos como a construção da

JOS, tratamento da transitividade e atribuição de pesos.

5.2 OBJETIVOS ATINGIDOS

No início dessa dissertação foram apontados os objetivos gerais pretendidos com o estudo de

caso da implantação de um sistema de automação da força de vendas na indústria

farmacêutica, que são: (i) escolher a melhor alternativa baseada nos AMDs para um problema

real da empresa FQHB; (ii) comparar os métodos MAUT e ZAPROS-LM de acordo com as

características do problema e perfil do decisor e (iii) implementar um processo de tomada de

decisão para utilização em vários projetos.

O primeiro e principal objetivo foi alcançado pois os dois métodos apontaram a mesma

alternativa . O que complementou essa escolha foi a identificação dos itens que poderiam ser

desenvolvidos para aumentar sua média global. A partir disso, surgiu a idéia de fazer uma

pesquisa semelhante anualmente para gerar uma avaliação do crescimento de performance e

manter um serviço de qualidade.

O segundo e o terceiro objetivo são complementares. Como MAUT foi considerado um

método mais rápido em sua construção, será utilizado sempre que o recurso tempo for

escasso. ZAPROS-LM será utilizado quando a quantidade de critérios for pequena e o número

de critérios subjetivos for alto. Mas como a utilização dos dois métodos respaldou a decisão

final na escolha do sistema de automação da força de vendas, quando projetos semelhantes

Page 85: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

72

envolverem investimentos elevados e forem de grande importância para a empresa, os dois

métodos serão usados. Nesse estudo, a formação dos atores de decisão não foi determinante

para a preferência de um dos métodos, já que os analistas que tem formação em estatística e

tecnologia da informação preferiram o método ZAPROS-LM, devido a melhor adaptação aos

critérios subjetivos e o analista que tem formação em administração e o decisor que tem

formação em marketing preferiram MAUT pela sua precisão e rapidez. Todos entenderam

que o melhor método está diretamente ligado a estruturação do problema e ao cenário que o

envolve.

5.3 LIMITAÇÕES

Nem tudo se conseguirá fazer da mesma forma. Até repetir a mesma pesquisa requer algumas

mudanças, pois neste trabalho foi levado em consideração analistas da empresa FQHB que já

usaram outras ferramentas, mas que atualmente trabalham com a empresa A, o que pode

tornar tendenciosa a escolha. Outra limitação que pode ser apontada é a estruturação dos

critérios, que em determinados momentos causou certas confusões nas comparações. O

número de critérios poderia ter sido menor e neste caso haveria a opção de usar o método

PACOM.

5.4 DIFICULDADES ENCONTRADAS

A primeira dificuldade foi mostrar os benefícios que a mudança de cultura na tomada de

decisão traria ao departamento. Muitas vezes é difícil convencer pessoas no ambiente

profissional que tem diversas formações e até mesmos preconceitos, que práticas

desenvolvidas no meio acadêmico podem ser vantajosas para o meio profissional. A primeira

reação é que não vai dar certo, ou isso só funciona na teoria. Dessa forma, o primeiro contato

das teorias de decisão na empresa FQHB foi como qualquer outro trabalho acadêmico: ajudar

uma colega de trabalho a concluir sua pós-graduação.

Page 86: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

73

Mas contrariando os pensamentos de que teoria e prática não combinam, como estávamos no

meio de um projeto importante que foi a automação da força de vendas e tomar uma decisão

era iminente, as teorias de decisão depois de conhecidas vieram dar respaldo e segurança à

escolha realizada. Foi um trabalho de convencimento que unido a necessidade do momento,

teve impacto positivo.

Logo após, o outro obstáculo era demonstrar que MAUT e ZAPROS-LM não eram difíceis de

aplicar.

Embora os atores de decisão conhecessem bem as necessidades e objetivos do sistema de

automação, a definição dos critérios foi uma dificuldade inicial, pois muitos levantados não

eram relevantes para a tomada de decisão ou eram dependentes de outros critérios.

No final do trabalho, grande parte do grupo envolvido reconheceu o valor das ferramentas

aplicadas e pretendiam estendê-las a outros projetos.

5.5 RECOMENDAÇÕES PARA FUTUROS ESTUDOS

Para o futuro, na empresa FQHB, fica a promessa de repetir e melhorar a pesquisa que foi

realizada nessa dissertação em outros projetos. Muitos já foram listados, como escolher um

projeto de BI, selecionar a melhor agência de marketing para uma campanha promocional,

escolher quais produtos serão mais promissores para um lançamento, ordenar representantes

com melhores performances para promoções, entre outros.

Uma próxima pesquisa de avaliação desse estudo poderia ser realizada com analistas de outras

empresas que trabalham com os fornecedores de sistemas de automação, para se fazer uma

comparação mais justa, além de considerar um número maior de pessoas. Com mais pessoas

envolvidas, pode-se avaliar o perfil das mesmas nas escolhas entre os métodos e identificar o

quanto a formação profissional impacta em suas decisões. Outra sugestão é solicitar que os

próprios fornecedores se auto-avaliem e com isso, identificar seus pontos fracos e fortes e os

da concorrência.

Page 87: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

74

O desenvolvimento de sistemas de tomadas de decisão pode facilitar na estruturação dos

métodos, ajudar os decisores a tomarem decisões em menos tempo e com isso criar a cultura

de usar os métodos. Fica simples armazenar os motivos que levaram à decisão final e ainda

traçar análises dos motivos mais considerados nos projetos da empresa.

Métodos de ordenação, classificação, seleção ou descrição, podem ser escolhidos dependendo

do contexto em que o futuro reserva e do perfil dos decisores. Caso o número de critérios seja

menor , pode-se usar o PACOM, como método de seleção, ou combinar dois métodos como

ORCLASS, de classificação para posterior seleção ou priorização. Combinar também outros

AMDs como TODIM, quando a decisão envolver riscos, AHP, quando a quantidade de

alternativas for pequena, houver necessidade de estruturar o problema de forma hierárquica e

os critérios forem simultaneamente qualitativos e quantitativos, Macbeth, se uma escala

nominal for mais apropriada, entre outros. O fundamental é adaptar o método ao perfil do

decisor e à natureza do problema.

Page 88: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

75

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BICHLER, M.; LEE, J.; KIM, C.H.; LEE, H. S..Design and implementation of an intelligent decision analysis system for e-sourcing. 2001. Disponível em: <http://www.research.ibm.com/iac/papers/ABSoluteAI.pdf>. Data de acesso: 29 de agosto de 2009.

BOUYSSOU D..Aiding Decisions with Multiple Criteria . Boston: Kluwer Academic, 2002. 558p. CASTRO, L.F.S..Seleção de Projetos Comerciais em Processos Licitatórios Utilizando Análise Verbal de Decisões – Método ZAPROS LM. Dissertação de Mestrado em Administração de Empresas. Rio de Janeiro: Faculdades Ibmec, 2002.

CLARK, P.; ROCCO, R. A.; BUSH, A. J.. Sales Force Automation Systems and Sales Force Productivity: Critical Issues and Research Agenda. Journal of Relationship Marketing, 2007. v.6. n.2.

CLEMEN, R. T.; REILLY, T..Making Hard Decisions with Decision Tools. 2ª ed. Pacific Grove: Duxbury, Thomson Learning, 2001.

CONSULTA REMÉDIOS. Mercado de genéricos no Brasil deve crescer 27,5% ao ano até 2011. Disponível em: <http://www.consultaremedios.com.br/noticia.php?id=1154> Data de acesso: 20 de setembro de 2009.

COSTA, C. A. B.; LOURENÇO, J. C.; CHAGAS, M.P.; COSTA, J.C.B.. Development of Reusable Bid Evaluation Models for the Portuguese Electric Transmission Company. Decision Analysis. mar, 2008, v. 5, n. 1, p.22-42.

COOPER, D.R.; SCHINDLER, P. S. Métodos de Pesquisa em Administração. 7ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2003, 640 p.

COTTELEER, M.; INDERRIEDEN,E.; LEE,F.; ATKINSON,T.; RON, K.. Selling the Sales Force on Automation. Harvard Business Review, jul/ago 2006, v.84, n.7/8, p18-22.

DONALDSON, B.; WRIGHT,G.. Salesforce Automation in the UK pharmaceutical industry: Why is the strategic potencial of these systems not being realised in practice? International Journal of Medical Marketing : jul 2004, v.4, n.3, p.251-263.

Page 89: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

76

DONÔ, M. A.. Processo de Tomada de Decisão na Seleção de Investimentos Sustentáveis para os Fundos de Pensão Brasileiros: Aplicação do Método ZAPROS-LM. Dissertação de Mestrado em Administração de Empresas. Rio de Janeiro: Faculdades Ibmec, 2009.

DYER, J.. MAUT- Multiatribute Utility Theory . In: FIGUEIRA,J. et al. Multiple Criteria Decision Analysis: State of the Art Surveys. New York: Springer Science, 2005.

ERFFMEYER, R. C.; JOHNSON, D. A.. An Exploratory Study of Sales Force Automation Practices: Expectations and Realities; Journal of Personal Selling and Sales Management, 2001. v.21, n. 2, p.167-175.

FIGUEIRA, J.; GRECO, S.; EHRGOTT, M. D.. Multiple Criteria Decision Analysis: State of the Art Surveys. New York: Springer Science, 2004, 1.045p.

FOLHA DE SÃO PAULO ONLINE .Cade aprova medida que paralisa união Sanofi-Medley. Disponível em: < http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u585854.shtml>. Data de acesso: 07 de dezembro de 2009. GOMES, L. F. A. M.. Teoria da Decisão. São Paulo: Thomson Learning, 2007, 116 p.

GOMES, L. F. A. M.; ARAYA, M. C. G.; CARIGNANO, C.. Tomada de Decisões em Cenários Complexos. Rio de Janeiro: Pioneira Thomson Learning, 2004, 168 p. GOMES, L. F. A. M.; GOMES, C. F. S.; ALMEIDA, A. T. de.. Tomada de Decisão Gerencial: Enfoque Multicritério . 3ed. São Paulo: Atlas,2009, 324 p.

HAIR Jr, J. F.; ANDERSON, R. E.; TAHAN, R. L., BLACK, W. C.. Análise Multivariada de Dados. 5ª. Edição. Porto Alegre: Bookman, 2005, 593 p.

INTERFARMA. Dados de Mercado Farmacêutico Mundial. Disponível em: <http://www.interfarma.org.br> . Data de acesso: 29 de agosto de 2009. KEENEY, R. L.; RAIFFA, H.. Decisions with multiple objectives: preferences and value tradeoffs. Nova York: Wiley, 1976. LARICHEV,O.. Multicriteria decision making : Advances in MCDM models, algorithms, theory and applications. Boston: Kluwer Academic Publishers, 1999, p 5-24. LARICHEV, O. ;BROWN, R.. Numerical and Verbal Decision Analysis: Comparison on Practical Cases. Journal of Multi-criteria Decision Analysis, 2000, p.264-274. LARICHEV, O.; BROWN, R.; FLANDERS, N.. Numerical and Verbal Decision Analysis Compared in Practice. Part I e II . The Institute of Artic Studies Dartmounth Colleges, 1998. LARICHEV, O.; KOCHIN,D.;USTINOVICIUS,L.. Multicriteria Method for choosing the best alternative for investments. International Journal of Strategic Property Management. 2003, p.33-43.

LARICHEV, O.; OLSON, L.. Multiple Criteria Analysis in Strategic Siting Problems. Boston: Kluwer Academic Publishers, 2001, 217 p.

Page 90: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

77

LARICHEV, O.; MOSHKOVICH, H.. Verbal Decison Analysis for Unstructured Problems. Boston: Kluwer Academic Publishers, 1997.

LEAL Jr., M.R.. Análise Multiatributo com Tratamento da Incerteza : Aplicação do Método Interval/Smart Weighting à Escolha de Fornecedores. Dissertação de Mestrado em Administração de Empresas. Rio de Janeiro: Faculdades Ibmec, 2008. Disponível em: <http://www.ibmecrj.br/sub/RJ/files/ADM_adrianotorres_jul.pdf>. Acesso em: 05/2009. MAGALHÃES, J. C. R.. Seleção e Priorização de Projetos de Tecnologia da Informação: Uma Aplicação da Análise Verbal de Decisões Através do Método ZAPROS-LM. Dissertação de Mestrado em Administração de Empresas. Rio de Janeiro: Faculdades Ibmec, 2008. MALHOTRA, N. K.. Pesquisa de Marketing: Uma orientação aplicada. 4ª Ed. Porto Alegre: Bookman, 2006, p.185-188. MEIRELLES, C. L. de A.. Métodos Multicritério de Apoio a Decisão como Instrumento de Gestão do Conhecimento: Uma Aplicação a Indústria de Refino de Petróleo. Dissertação de Mestrado em Administração de Empresas. Rio de Janeiro: Faculdades Ibmec, 2007. Disponível em: <http://www.ibmecrj.br/sub/RJ/files/ADM_adrianotorres_jul.pdf>. Acesso em: 09/2009. MONTIBELLER,G.; BELTON, V.; ACKERMANN, F.;ENSSLIN, L.. Reasoning maps for decision aid: an integrated approach for problem-structuring and multi-criteria evaluation. Journal of the Operational Research Society, maio, 2008, v.59, n. 5, p.575-589. MOSHKOVICH, H; MECHITOV, A.; OLSON, D.. Verbal Decision Analysis. In: FIGUEIRA, J. et al. Multiple Criteria Decision Analysis: State of the Art Surveys. New York: Springer Science, 2005. NEIVA, S. B.. A escolha de Softwares de E-Procurement: Uma análise multicritério. Dissertação de Mestrado em Administração de Empresas. Rio de Janeiro: Faculdades Ibmec, 2006. OZERNOY, V. M.. Choosing the Best Multiple Criteria Decision-Making Method. INFORJournal: Information System & Operational Research, v. 30, n. 2, maio, 1997. PINHO, S. F. C.. Uma Metodologia de Apoio à Decisão para Priorização de Projetos de Tecnologia da Informação. Rio de Janeiro: UFRJ, 2006. Disponível em: < http://wwwp.coc.ufrj.br/teses/doutorado/inter/2006/Teses/PINHO_SFC_06_t_D_int.pdf>. Data de acesso: 29 de agosto de 2009. PIRES, C. A.. Internacionalização e Centros de Competências: Aplicação do Método Interval Smart / Swing Weighting a uma escolha de localização. Dissertação de Mestrado em Administração de Empresas. Rio de Janeiro: Faculdades Ibmec, 2008. Disponível em: < http://www.ibmecrj.br/sub/RJ/files/dissert_mestrado/ ADM_camilapires_ jun.pdf>. Data de acesso: 29 de agosto de 2009. PORTER, M. E.; MILLAR, V. E.. How Information Gives you Competitive Advantage. Harvard Business Review, ago 1985. v. 63, n. 4, p.149-160.

Page 91: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

78

PULLIG, C.; MAXHAM, J .G.; HAIR JR, J.; JOSEPH, F.. Salesforce automation systems: An exploratory examination of organizational factors associated with effective implementation and salesforce productivity. Journal of Business Research, maio, 2002, v.55 n.5, p.401-415.

RIVERS, L. M.; DART,J.. The Acquisition and Use of Sales Force Automation by Mid-Sized Manufacturers. Journal of Personal Selling and Sales Management. 1999, v.19, n.2, p.59-73.

RODRIGUES, G. L. V.. Como Escolher Sistemas de Informação para o Varejo: Uma Aplicação da Análise Verbal de Decisões. Dissertação de Mestrado em Administração de Empresas. Rio de Janeiro: Faculdades Ibmec, 2007. Disponível em: <http://www.ibmecrj.br/sub/RJ/files/ADM_GERALDORODRIGUES_mai.pdf>. Acesso em: 06/2008.

ROY, B.. Paradigms and Challenges. In: FIGUEIRA, J.; GRECO, S.; EHRGOTT, M. Multiple Criteria Decision Analysis: State of the Art Surveys. New York: Springer Science, 2004. STEWART, T. J.. Simplified Approaches for Multicriteria Decision Making under Uncertainty. Journal of Multi-Criteria Decision Analysis . Dezembro,1995, v.4, n. 4, p 246-258. TORRES, A.. Marketing em Pequenas Empresas: Aplicação da Análise Verbal de Decisões Através do Método ORCLASS. Dissertação de Mestrado em Administração de Empresas. Rio de Janeiro: Faculdades Ibmec, 2007. Disponível em: <http://www.ibmecrj.br/sub/RJ/files/ADM_adrianotorres_jul.pdf>. Acesso em: 06/2008. WALLENIUS, J.; DYER,J. S. ; FISHBURN,P. C. ; STEUER, R. E. ;ZIONTS, S. ; DEB,K.. Multiple Criteria Decision Making, Multiatribute Utility Theory: Recent Accomplishments and What Lies Ahead. Management Science. jul, 2008, v.54, n.7, p.1336-1339. WIKIPÉDIA. BUSINESS INTELLIGENCE . WIKIPÉDIA – The Free Encyclopedia, 2009. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/ERP>. Acesso em: 21 dez. 2009. WIKIPÉDIA. ERP. WIKIPÉDIA – The Free Encyclopedia, 2009. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/ERP>. Acesso em: 21 dez. 2009. WIKIPÉDIA. GPRS. WIKIPÉDIA – The Free Encyclopedia, 2009. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/GPRS>. Acesso em: 21 dez. 2009. WIKIPÉDIA. PDAS. WIKIPÉDIA – The Free Encyclopedia, 2009. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/PDAS>. Acesso em: 21 dez. 2009. WIKIPÉDIA. PROJETO. WIKIPÉDIA – The Free Encyclopedia, 2009. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Projeto>. Acesso em: 21 dez. 2009. WIKIPÉDIA. SMARTPHONE . WIKIPÉDIA – The Free Encyclopedia, 2009. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Smartphone>. Acesso em: 21 dez. 2009.

Page 92: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

79

WIKIPÉDIA. STAKEHOLDERS . WIKIPÉDIA – The Free Encyclopedia, 2009. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Stakeholders>. Acesso em: 21 dez. 2009. WIKIPÉDIA. TRADEOFF . WIKIPÉDIA – The Free Encyclopedia, 2009. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Tradeoff>. Acesso em: 21 dez. 2009.

WOITOWICZ, B. B.C.. Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de Business Intelligence. Dissertação de Mestrado em Administração de Empresas. Rio de Janeiro: Faculdades Ibmec, 2009.

ZEITHAML, V. ;BITNER, M. J.; HAAG, M.A.; SOARES NETTO, C.A.S.. Marketing de Serviços: A empresa com foco no cliente. 2ed., Porto Alegre: Bookman, 2003, p.115.

ZELENY, M.. Multiobjective Optimization, Systems Design and De Novo Programming. Nova York, 1982.

ZELENY, M.. Human systems management: integrating knowledge, management and systems. Hackensack: World Scientific Pub, 2005, 475p.

ZELENY, M.. Multiple Critéria Decision Making . 1 ed. São Paulo, McGraw-Hill,1982.

Page 93: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

80

7 GLOSSÁRIO

AUDITORIAS: São empresas especializadas em fornecer dados de demanda e prescrição de

produtos próprios e concorrentes de todos os laboratórios que são associados.

BUSINESS INTELLIGENCE (BI ): refere-se ao processo de coleta, organização, análise,

compartilhamento e monitoramento de informações que oferecem suporte a gestão de

negócios, geralmente através de um sistema integrado. (WIKIPÉDIA, 2009).

CLASSES FARMACÊUTICAS: É uma classificação geral dos medicamentos. Assim temos

as classes dos expectorantes, antibióticos entre outras. Essas classes também apresentam

subdivisões como expectorantes éticos na forma farmacêutica – xaropes. As classes

terapêuticas ajudam os laboratórios a segmentar os concorrentes.

CRESCIMENTO: Evolução de vendas ou demanda de um período em comparação ao outro.

Page 94: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

81

DEMANDA – São as unidades e valores que as farmácias compram dos distribuidores. Assim

os laboratórios farmacêuticos vendem para os distribuidores e a demanda é tudo que sai dos

distribuidores para outros PDVs.

ENTERPRISE RESOURCE PLANNING (ERP): são sistemas de informação que integram

todos os dados e processos de uma organização em um único sistema. A integração pode ser

vista sob a perspectiva funcional, sistemas de: finanças, contabilidade, recursos humanos,

fabricação, marketing, vendas, compras, etc e sob a perspectiva sistêmica - sistema de

processamento de transações, sistemas de informações gerenciais, sistemas de apoio a

decisão, etc (WIKIPÉDIA, 2009).

ÍNDICE DE EVOLUÇÃO- (IND. EVOL): Índice muito utilizado na indústria farrmacêutica

que tem como objetivo verificar o quanto cada empresa está evoluindo acima ou abaixo do

mercado farmacêuttico total (MFT). Como exemplo, podemos citar um índice de 108. Isso

quer dizer que a empresa está evoluindo acima do mercado. Se o índice fosse 92, a empresa

não estaría acompanhando o crescimento do mercado. É obtido pela divisão do Market Share

de dois períodos. Exemplo: MS atual – 10%, MS anterior – 9%, IND. EVOL de 111.

MARKET SHARE (MS) – Representa o quanto a empresa está “tomado” das fatias de

mercado. É a participação de mercado da empresa. Se obtém o MS pelo cálculo da demanda

da empresa ou produto, dividido pela demanda total do mercado.

MEDICAMENTOS ÉTICOS: Medicamentos que precisam de prescrição médica para serem

comercializados.

Page 95: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

82

OVER THE COUNTER - OTC: São medicamentos livres de prescrição médica e que podem

ser comprados pelo consumidor final livremente nas farmácias.

PERFIL PRESCRITIVO: É o conjunto de medicamentos prescritos por determinado médico,

que lhe confere determinada característica. A indústria farmacêutica tem esses dados através

da auditoria de mercado onde aparecem todas os medicamentos prescritos pelos médicos

auditados e seu potencial.

PERSONAL DIGITAL ASSISTANTS (PDAS OU HANDHELDS), OU ASSISTENTE

PESSOAL DIGITAL: é um computador de dimensões reduzidas (cerca de A6), dotado de

grande capacidade computacional, cumprindo as funções de agenda e outras sistemas, com

possibilidade de interconexão com um computador pessoal e uma rede sem fios - wi-fi - para

acesso a correio eletrônico e internet.Os PDAs de hoje possuem grande quantidade de

memória e diversos softwares para várias áreas de interesse. Os modelos mais sofisticados

possuem modem (para acesso à internet), câmera digital acoplada (para fotos e filmagens),

tela colorida, rede sem fio embutida. (WIKIPÉDIA, 2009).

PRINCÍPIO ATIVO: é o componente principal de um medicamento, ou seja, o ingrediente

que terá ação terapêutica. Os genéricos são chamados pelo princípio ativo. Ex.: Aciclovir

(princípio ativo para medicamentos destinados a herpes).

PROJETO - é um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou

resultado exclusivo. Os projetos e as operações diferem, principalmente, no fato de que os

projetos são temporários e exclusivos, enquanto as operações são contínuas e repetitivas. Os

projetos são normalmente autorizados como resultado de uma ou mais considerações

estratégicas. Estas podem ser uma demanda de mercado, necessidade organizacional,

Page 96: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

83

solicitação de um cliente, avanço tecnológico ou requisito legal. As principais características

dos projetos são que eles são (1) temporários, possuem um início e um fim definidos, (2)

planejados, executado e controlado, (3) entregam produtos, serviços ou resultados exclusivos,

(4) desenvolvidos em etapas e continuam por incremento com uma elaboração progressiva,

(5) realizados por pessoas e (6) com recursos limitados (WIKIPÉDIA, 2009).

RANKING – do termo em inglês que significa posicionamento, ordem em que aparecem em

uma lista.

SERVIÇO DE RÁDIO DE PACOTE GERAL (GPRS) : é uma tecnologia que aumenta as

taxas de transferência de dados nas redes GSM existentes. Esta permite o transporte de dados

por pacotes (Comutação por pacotes). Sendo assim, o GPRS oferece uma taxa de

transferência de dados muito mais elevada que as taxas de transferência das tecnologias

anteriores, que usavam comutação por circuito, que eram em torno de 12kbps. Já o GPRS, em

situações ideais, pode ultrapassar a marca dos 170kbps. No entanto na prática, essa taxa está

em torno dos 40 kbps. Esta técnica permite que vários usuários compartilhem os mesmos

recursos, aumentando assim a capacidade da rede e permitindo uma gerência razoavelmente

eficiente dos recursos. Isto permite às operadoras GPRS disponibilizar acesso à Internet

móvel em alta velocidade e a um custo razoável, pois a cobrança é feita pela quantidade de

pacotes de dados transmitidos e não pelo tempo de conexão à rede. etc (WIKIPÉDIA, 2009).

SMARTPHONE - é um telefone celular com funcionalidades avançadas que podem ser

estendidas por meio de programas executados no seu Sistema Operacional. Os Sistemas

Operacionais de alguns dos Smartphones são "abertos" (não confundir com código-fonte

aberto), o que significa que é possível que qualquer pessoa desenvolva programas que podem

funcionar nesses telefones. Usualmente um smartphone possui características mínimas de

hardware e software, sendo as principais: capacidade de conexão com redes de dados para

Page 97: FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC …s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

84

acesso à internet, capacidade de sincronização dos dados do organizador com um computador

pessoal e agenda de contatos que utiliza toda a memória disponível no celular (WIKIPÉDIA,

2009).

STAKEHOLDER - é um termo usado em administração que refere-se a qualquer pessoa ou

entidade que afeta ou é afetada pelas atividades de uma empresa (WIKIPÉDIA, 2009).

TRADEOFF- é uma expressão que define uma situação em que há conflito de escolha. Ele

se caracteriza em uma ação econômica que visa à resolução de problema mas acarreta outro,

obrigando uma escolha. Ocorre quando se abre mão de algum bem ou serviço distinto para se

obter outro bem ou serviço distinto (WIKIPÉDIA, 2009).