Faculdade Legale

PÓS GRADUAÇÃO DIREITO

MÉDICO

HOME CARE NEGATIVA DE

TRATAMENTO

AULA/PALESTRA

PROF. DR. JOSE JAIME DO VALLE

HOME CARE – CONCEITO.

SAÚDE NO LAR.

Modalidade de atenção à saúde do tipo Home Care

foi iniciada nos Estados Unidos na década de 80 do

século passado.

INICIOU-SE NO BRASIL DE FORMA TÍMIDA

TOMANDO CORPO NA DÉCADA DE 90.

ÓRGÃO REGULADOR.

ANVISA –

RESOLUÇÃO DA DIREITORIA COLEGIADA RDC 11/2006.

DETERMINA AS NORMAS DE FUNCIONAMENTO DE

SERVIÇOS DE ATENÇÃO DOMICILIAR.

ESTRUTURA DE TRABALHO.

CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL.

O CONTROLE DO SETOR - FISCALIZAÇÃO VIGILANCIA

SANITÁRIA – ESTADUAL, MUNICIPAL E DISTRITO

FEDERAL.

PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL.

ESSE TIPO DE TRATAMENTO OU ESSA

MODALIDADE, VEM DE ENCONTRO AO

PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA,

PREVISTO NO ARTIGO 1º INCISO III DA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

OBJETIVO.

Necessidade de desospitalização;

Necessidade de alta para pacientes de longa permanência

hospitalar (crônicos) com o objetivo de redução dos

episódios de infecção hospitalar;

CAPACIDADE HOTELEIRA.

Entenda que os hospitais privados e os públicos estão

trabalhando com a sua capacidade máxima hoteleira.

Isso requer do Gestor ou Administrador Hospitalar, um

esforço Hérculo, para gerir os leitos hospitalares, de sorte a

otimizar o tempo de internação de um paciente.

Um leito liberado é = Redução de Custos.

Portanto as vezes a desinternação de um paciente e o

tratamento em HOME CARE, traduz-se em uma redução de

até 38,5% dos custos de um Hospital.

SOME-SE A ISSO.

O desejo de pacientes crônicos e de seus familiares

de permanecerem por mais tempo integrados na

convivência familiar.

Estímulo de melhora do paciente que se vê

acolhido entre os seus, em seu território (lar ),

recebendo os mesmos tratamentos “ drogas,

fisioterapias”, que receberia em um NOSOCÔMIO,

com a diferença do acolhimento familiar podendo

ele interagir com a sua prole em seu lar.

BENEFÍCIOS.

A redução de infecções hospitalares em pacientes com patologias crônicas e suas

complicações, tais como diabéticos, pacientes com seqüelas neurológicas de

acidentes vasculares cerebrais, pacientes com patologias neuro-musculares, etc.;

A maior convivência destes pacientes com a família e rede social, visto também

que um ou mais dos familiares podem ser treinados como cuidadores e

participarem da terapia e reabilitação do paciente.

Estes cuidadores podem ser capacitados pela equipe da empresa de atenção

domiciliar em procedimentos simples ou complexos, tais como dar banho no

paciente ou executar exercícios físicos prescritos pela equipe de profissionais de

saúde.

Redução dos custos de deslocamento dos familiares para o hospital, incluindo-se:

Combustível, Estacionamento, Alimentação, tempo.

Menor impacto nas relações trabalhistas – Reduz-se as faltas ou Reduções na

carga horária do trabalho do familiar, que por vezes tem que sair mais cedo do

serviço para visitar o paciente.

Redução do impacto do “ Estresse causado pelo ambiente hospitalar “.

PAD.

Plano de Atenção Domiciliar (PAD), que descreve quais os

cuidados que serão dispensados ao paciente, bem como

os recursos necessários no domicílio e o tempo estimado

de alta. Este plano passa a ser seguido e é reavaliado

periodicamente.

Indica quantos e quais os profissionais que deverão

assistir o paciente.

PRONTUARIO DO PACIENTE.

O PRONTUÁRIO DO PACIENTE VEM PROTEGIDO PELO SIGILO DE SUAS

INFORMAÇÕES, NÃO PODENDO DESTA FEITA, SER PROPAGADO PARA OS

PROFIONAIS DO HOME CARE.

EM RAZÃO DESTA MÁXIMA RECOMENDA-SE QUE SEJA FEITO UM BREVE

RELATO SOBRE A PATOLOGIA DO PACIENTE – MEDICAMENTOS –

PROCEDIMENTOS REALIZADOS EM SEDE HOSPITALAR.

COM ESSE RELATÓRIO RECOMENDA-SE ENTÃO QUE OS PROFISSIONAIS

DO HOME CARE, ELABOREM UM PRONTUÁRIO EM HOME CARE,

EXPLICITANDO AS DETERMINAÇÕES QUE RECEBERAM QUANTO A

MODALIDADE DO TRATAMENTO, DROGAS, SONDAS, BOLSAS DE

COLOSTOMIA, ALIMENTAÇÃO, FISIOTERAPIA ETC.

HÁ QUE SE CONTER NESSE NOVO PRONTUÁRIO A INDICAÇÃO DOS

PROFISSIONAIS QUE IRÃO PRESTAR O SERVIÇO.

ESSES PROFISSIONAIS DEVERÃO FAZER AS DEVIDAS ANOTAÇÕES DIÁRIAS

SEGUINDO AS ESCALAS DE SUAS INTERVENÇÕES.

MODALIDADES DE ATENÇÃO DOMICILIAR.

Assistência domiciliar, nesse caso o paciente recebe

cuidados semelhantes ao que receberia em um

ambulatório, ( exemplo aplicação de injeções, medicação

oral, fisioterapia ).

Internação domiciliar, nesse caso substitui-se o hospital

pela casa do paciente, onde o mesmo vai receber o

cuidados semelhantes ao que receberia em uma

internação hospitalar.

MAS PROFESSOR PODE SER PARA QUALQUER PATOLOGIA?

As patologias de indicação podem ser as mais diversas dependendo do

tipo de atenção domiciliar. Em casos de assistência domiciliar, as

indicações podem ser por diabetes, hipertensão, crise renal etc.

Em casos de internação domiciliar, as indicações podem ser patologias

neuromusculares, seqüelas de acidentes vasculares cerebrais, pacientes

com tetraplegia, etc.

EXCEÇÃO.

Doença infectocontagiosa.

Paciente que necessita de monitoramento extremo ( respirador artificial ),

Paciente em estagio terminal ( em monitoração plena ).

QUEM INDICA ? QUEM REQUER?

EM GERAL O PRÓPRIO MÉDICO DO PACIENTE, OU A

JUNTA MÉDICA, POR ENTENDEREM QUE AQUELE

PACIENTE, PODERÁ TER SUA SITUAÇÃO AGRAVADA

DENTRO DO HOSPITAL PELOS RISCOS INERENTES A

INFECÇÃO HOSPITALAR.

PODEM ENTENDER TAMBÉM QUE O TRATAMENTO

EM HOME CARE, PODE TRAZER BENEFÍCIOS OU

ESTÍMULOS PARA QUE O PACIENTE EVOLUA

SATISFATORIAMENTE PARA UMA REMISSÃO

PARCIAL, TOTAL OU CURA, EM RAZÃO DE ESTAR EM

SEGURANÇA AO LADO DA SUA PROLE.

A FAMILIA TAMBÉM PODE REQUERER.

ESTAMOS DIANTE DE DUAS SITUAÇÕES DISTINTAS.

PRIMEIRA SITUAÇÃO.

PRIMEIRA SITUAÇÃO EXISTE CLÁUSULA CONTRATUAL PREVENDO ESSA

MODALIDADE DE TRATAMENTO?

SE EXISTIR E O PLANO DE SAÚDE OU CONVENIO MÉDICO NÃO

CONCEDER O TRATAMENTO, DEVERÁ ARCAR COM SUAS OBRIGAÇÕES,

SENDO COMPELIDO A FAZÊ-LO EM UMA AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER,

COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA SEJA DE URGÊNCIA OU

EVIDENCIA.

SE DESTA NEGATIVA RESULTA NA MORTE OU EVOLUÇÃO CRÍTICA DO

PACIENTE CAUSANDO-LHE SUPRESSÃO FÍSICA TEMPORÁRIA OU

PERMANENTE, HAVERÁ A OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO.

SEGUNDA SITUAÇÃO.

NÃO HÁ PREVISÃO CONTRATUAL, MAS, O HOSPITAL

CREDENCIADO DO PLANO DE SAÚDE OU CONVENIO

MÉDIO NÃO TEM CONDIÇÕES TÉCNICAS

ESTRUTURAIS PARA MANTER O PACIENTE, BEM COMO

OS DEMAIS HOSPITAIS DA REDE TAMBÉM NÃO.

NESSE CASO O HOSPITAL É OBRIGADO JUNTAMENTE

COM O PLANO DE SAÚDE A PROVIDENCIAR A

REMOÇÃO DO PACIENTE PARA O HOME CARE, SOB

PENA DE RESPONDEREM CIVIL E CRIMINALMENTE.

A JURISPRUDENCIA PREDOMINANTE É NESSE SENTIDO.

Processo

APL 10523196520138260100 SP 1052319-65.2013.8.26.0100

Orgão Julgador

5ª Câmara de Direito Privado

Publicação

26/06/2014

Julgamento

25 de Junho de 2014

Relator

James Siano

Data de publicação: 26/06/2014

Ementa: AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. Plano de Saúde que se negou a custear os serviços

home caré, demandados pela beneficiária, aqui representada por seu espólio, por recomendação

médica. Sentença de procedência para autorizar o reembolso do que foi obrigada a pagar

particularmente. Data da Distribuição: 30/07/2013; Valor da causa: R$ 71.486,26. Apela a ré,

insistindo que a cláusula contratual exclui a internação domiciliar; inexiste abusividade na negativa; a

responsabilidade do segurador é limitada ao risco assumido e pactuado no contrato; pugna pela

redução da verba honorária. Descabimento. A recusa da ré se mostra indevida. O atendimento

emergencial da paciente, com recomendação médica de home caré, deixou de ser providenciado

pela prestadora de serviços. A internação hospitalar não se mostrou adequada ao seu grave quadro

de câncer cerebral, que a levou a óbito. Abusividade na negativa de cobertura de serviço 'home care'.

Inteligência da Súmula 90 desta Corte. Comprovada a omissão da ré na prestação de serviço,

justificável o pedido de ressarcimento. Verba honorária fixada com razoabilidade em R$ 3.000,00.

Recurso improvido.

DIVERGÊNCIA.

INEXISTENCIA DA CLÁUSULA CONTRATUAL QUE

PREVE O ATENDIMENTO DOMICILIAR AFASTA A

RESPONSABILIDADE

DA SEGURADORA.

EMBORA NÃO REINE MAIS EM BERÇO ESPLENDIDO DA FIGURA

ACADÊMICA IMUTABILIDADE DA PACTA SUNT SERVANDA, A

VERDADE É QUE ESTE CONCEITO DESDE O CÓDIGO CIVIL DE

1916 JÁ SE ADMITE FLEXIBILIZAÇÃO, ANTE A TEORIA DA

IMPREVISÃO.

O QUE ERA ONTEM NO MOMENTO DA CONTRATAÇÃO, JÁ NÃO

MAIS O É HOJE NA CONSECUÇÃO DESTE CONTRATO.

MESMO ASSIM ALGUNS JUIZES ENTENDEM QUE SE NÃO HÁ

PREVISÃO LEGAL/CONTRATUAL, A SEGURADORA NÃO ESTA

OBRIGADA A PRESTAR ESSE SERVIÇO.

Processo

APL 05273648120148050001

Orgão Julgador

Terceira Câmara Cível

Publicação

02/03/2016

Relator

Moacyr Montenegro Souto

Data de publicação: 02/03/2016

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL DA RÉ. RECURSO ADESIVO. SEGURO DE SAÚDE. NEGATIVA DE

COBERTURA DO SERVIÇO HOME CARE. ABUSIVIDADE. INDICAÇÃO MÉDICA PARA O

TRATAMENTO DOMICILIAR. HIPÓTESE QUE AUTORIZA A COBERTURA PELA SEGURADORA DE

SAÚDE. DANO MORAL INEXISTENTE. RAZOABILIDADE DA RECUSA. DESCUMPRIMENTO

PAUTADO NA AUSÊNCIA DE PREVISÃO CONTRATUAL. CONTRATO PRIVADO. OBERVÂNCIA AO

PACTA SUNT SERVANDA. REFORMA PARCIAL DA SENTENÇA QUE SE IMPÕE. RECURSOS DA RÉ

CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. RECURSO ADESIVO DA AUTORA NÃO PROVIDO. 1.

Configura-se abusiva a negativa do serviço de Home Care para paciente idoso, fundamentada na

indicação do médico assistente, eis que constitui desdobramento do tratamento hospitalar

contratualmente previsto que não pode ser limitado pela operadora do plano de saúde. Inteligência do

enunciado normativo do art. 47 do CDC. Precedentes do STJ. 2. Diante de previsão contratual expressa

que exclui a cobertura de home care, inexiste descumprimento injustificado por parte da Seguradora a

ensejar a reparação dos danos morais. Negativa de custeio de tratamento médico domiciliar em

obediência ao Princípio do Pacta Sunt Servanda, que predomina nos contratos privados. 3. Sentença

parcialmente reformada. RECURSOS DA SEGURADORA CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.

RECURSO ADESIVO IMPROVIDO. ( Classe: Apelação,Número do Processo: 0527364-

81.2014.8.05.0001, Relator(a): Moacyr Montenegro Souto, Terceira Câmara Cível, Publicado em:

02/03/2016 )

COMO RESOLVER O IMPASSE?

ESGOTANDO-SE OS PRECEITOS DO ARTIGO 840 DO

CÓDIGO CIVIL, NÃO MAIS NOS RESTA SENÃO NOS

SOCORRERMOS DO JUDICIÁRIO.

Art. 840. É lícito aos interessados prevenirem ou terminarem

o litígio mediante concessões mútuas.

Material exclusivo do Prof. Dr. José Jaime do Valle

FACULDADE LEGALE – PÓS GRADUAÇÃO DIREITO

MÉDICO TURMA SÁBADO

Atenção Senhores alunos, autorizo a reprodução,

xerox, re-xerox, zap zap trip-zap.

USE E ABUSE.

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