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FACULDADE MARIA MILZA
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
ANTÔNIO CARLOS ALMEIDA DE JESUS
A RELAÇÃO FAMÍLIA-ESCOLA: A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA EM UMA
ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS DO MUNICÍPIO DE
MARAGOGIPE - BA
GOVERNADOR MANGABEIRA- BA
2019
ANTÔNIO CARLOS ALMEIDA DE JESUS
A RELAÇÃO FAMÍLIA-ESCOLA: A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA EM UMA
ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS DO MUNICÍPIO DE
MARAGOGIPE - BA
Monografia apresentada ao Curso de
Licenciatura em Pedagogia da Faculdade
Maria Milza, como requisito parcial para
obtenção do titulo de graduando.
Orientadora: Ma. Silvia Karla Almeida dos Santos
GOVERNADOR MANGABEIRA - BA
2019
Jesus, Antônio Carlos Almeida de
J58r A relação família-escola: a participação da família em uma escola de ensino
fundamental anos finais do município de Maragogipe - Ba / Antônio Carlos Almeida de Jesus. - Governador Mangabeira - BA , 2019.
47 f.
Orientadora: Silvia Karla Almeida dos Santos.
Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Pedagogia) - Faculdade
Maria Milza, 2019 .
1. Relação família-escola. 2. Educação. 3. Participação da família na escola. I. Santos, Silvia Karla Almeida dos, II. Título.
CCD 371.103
Ficha catalográfica elaborada pela Faculdade Maria Milza, com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
Bibliotecárias responsáveis pela estrutura de catalogação na publicação: Marise Nascimento Flores Moreira - CRB-5/1289 / Priscila dos Santos Dias - CRB-5/1824
ANTÔNIO CARLOS ALMEIDA DE JESUS
A RELAÇÃO FAMÍLIA-ESCOLA: A PARTICIPAÇÃO DA FAMILIA EM UMA
ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL DO MINUCÍCPIO DE MARAGOGIPE - BA
FOLHA DE APROVAÇÃO
Aprovada em: ___/___/___
___________________________________________________
Profª Ma. Silvia Karla Almeida dos Santos
Orientadora
Faculdade Maria Milza
_______________________________________
Membro avaliador
_______________________________________
Membro avaliador
_______________________________________
Prof ª. Drª. Josemare Pereira dos Santos Pinheiro
Professora de TCC
Faculdade Maria Milza
GOVERNADOR MANGABEIRA-BA
2019
Dedico a construção deste trabalho a minha filha Lara Sofhia, minha pequenina menina, que
és minha base de tudo, meu maior orgulho e inspiração de vida, a Débora minha esposa por
todo o apoio me concedido durante esses três anos e meio de muita paciência e carinho e por
ter me entendido nas horas difíceis na construção deste trabalho, as crianças as quais fizeram
parte desta construção do trabalho durante este caminho percorrido e a todos que direta ou
indireta fizeram parte, obrigado a todos pelo o apoio dado até aqui.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus pelo o dom da vida, e por ter me dado saúde e força para
superar as dificuldades.
Aos meus Pais Mª de Lourdes e Antônio por acreditarem sempre em mim.
Aos meus Padrinho Ailton ( In Memorian) e a Shirley minha segunda família.
A minha pequenina e grande inspiração minha filha Lara Sofhia por todo o amor e
carinho, a minha esposa Débora pela paciência e obstáculos enfrentado durante a minha
graduação.
Aos meus irmãos de Sangue (Evandro, Eliene, Elane, Sérgio e Patrícia) e as minhas
duas irmãs do coração (Tânia e Elza).
A todos os meus amigos que de forma positiva me ajudaram a trilhar este caminho de
muitos desafios, enfim a todos que juntos me fizeram chegar até aqui, meu muito obrigado.
Por mais que a vida tenha modernizado, não
podemos esquecer que o amor é artesanal, e a
família não é produção em série, é amor todo dia.
Padre Fábio de Melo
RESUMO
A escola e a família são espaços de socialização em que o indivíduo permanece por um tempo
longo, configurando-se assim, como um ambiente em que cotidianamente constitui o sujeito,
diante disso, é indispensável que se estabeleça uma relação dialógica entre família e escola,
tendo em vista a construção de um ambiente colaborativo que possibilite uma formação crítica
e libertadora para os alunos. O presente trabalho tem como objetivo conhecer os desafios
encontrados para a inserção da família em uma Escola do Ensino Fundamental anos finais do
município de Maragogipe – Ba, e como objetivos específicos pretendeu-se: identificar quais
os principais motivos para ausência da família na escola; verificar a existência de ações que
incentive a participação da família na escola, discutir a relação entre a gestão escolar e a
participação da família na escola. Quanto a questão metodologia trata-se de uma pesquisa
descritiva, de abordagem qualitativa, realizada em campo. Como instrumento de coleta de
dados utilizou-se um questionário direcionado a gestora escolar, coordenadora pedagógica,
quatro professores, uma merendeira escolar e uma auxiliar escolar contendo nove questões.
Os dados evidenciaram que a escola pesquisada tem uma participação baixa da família, apesar
de existir a tentativa por parte da gestão de trazer essas famílias para dialogarem com a escola.
Foi possível concluir que escola e a família precisam estar conectadas, cada uma com a sua
função e com suas responsabilidades em pró de um só objetivo que é o aprendizado da criança
e o seu desenvolvimento afetivo e cognitivo, pois cada uma precisa entender o seu papel, a
escola de desenvolver nos alunos uma educação formal e sistematizada, que possa privilegiar
o conhecimento cientifico e a família na formação de valores que serão essências para o
indivíduo então cidadão na sociedade, pois é dentro do ambiente familiar que o indivíduo tem
seus primeiros contatos.
Palavras-chave: Relação família-escola. Educação. Participação da família na escola.
ABSTRACT
The school and the family are spaces of socialization in which the individual remains for a
long time, thus configuring himself as an environment in which he is the subject of everyday
life. On the face of it, it is indispensable to establish a dialogical relationship between family
and school, with a view to the construction of a collaborative environment that enables a
critical and liberating formation for the students. The present study aims to know the
challenges encountered for the insertion of the family in a final year School of the
municipality of Maragogipe - Ba, and specific objectives were: to identify the main reasons
for absence of the family in the school; to verify the existence of actions that encourage the
participation of the family in the school, to discuss the relation between the school
management and the participation of the family in the school. As for the methodology
question, this is a descriptive research, with a qualitative approach, carried out in the field. As
a data collection instrument, a questionnaire was sent to the school manager, pedagogical
coordinator, four teachers, a school lunch box and a school assistant with nine questions. The
data showed that the school studied has a low participation of the family, although there is an
attempt by the management to bring these families to dialogue with the school. It was possible
to conclude that the school and the family need to be connected, each one with its function
and with its responsibilities towards a single objective that is the learning of the child and its
affective and cognitive development, since each one needs to understand its role , the school
to develop in students a formal and systematized education that can privilege scientific
knowledge and the family in the formation of values that will be essences for the individual
then citizen in society, since it is within the family environment that the individual has his
first contacts .
Key words: Family-school relationship. Education. Family participation in school.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Perfil socioprofissional dos participantes da pesquisa..........................................25
Quadro 2 – A percepção da escola à participação das famílias...............................................26
Quadro 3 – A comunicação da escola com a família .............................................................28
Quadro 4 – A escola e suas estratégias para a participação da família na escola...................28
Quadro 5 – A ausência familiar..............................................................................................29
Quadro 6 – O que a escola traz de importante para reuniões de pais e mestres ....................33
Quadro 7 – Os desafios encontrados pela família para vim a escola .....................................35
Quadro 8 –Formas de registros da participação das famílias nas reuniões de pais e mestres 37
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 11
2 A INSERÇÃO DA FAMÍLIA NA EDUCAÇÃO ESCOLAR: DESAFIOS E
POSSIBILIDADES ................................................................................................................. 14
2.1 FAMÍLIA ........................................................................................................................................ 15
2.1A FAMÍLIA NO CONTEXTO DA ESCOLA ................................................................................. 17
2.3 A AUSÊNCIA FAMILIAR NA EDUCAÇÃO ESCOLAR DOS FILHOS ................................... 20
3 FAMÍLIA E ESCOLA RELAÇÕES EDUCATIVAS COMPARTILHADAS .............. 24
3.1 RELAÇÕES FAMÍLIA E ESCOLA UMA EDUCAÇÃO COMPARTILHADA .......................... 24
3.2 O PAPEL DA GESTÃO ESCOLAR PARA A EFETIVAÇÃO À PARTICIPAÇÃO DA
FAMILIA NA ESCOLA ....................................................................................................................... 26
3.3 AUSÊNCIAS DA FAMÍLIA NA ESCOLA: PRINCIPAIS ASPECTOS E MOTIVAÇÕES ....... 32
3.4 A GESTÃO ESCOLAR E A FAMÍLIA: UMA PARCEIRA FUNDAMENTAL NO PROCESSO
DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA CRIANÇA ............................................................................ 35
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 39
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 41
APÊNDICE ............................................................................................................................. 44
11
1 INTRODUÇÃO
A família enquanto ambiente social acompanha o indivíduo ao longo da vida,
cada um com sua história e seus objetivos são influenciados enquanto seres humanos
capazes de lidar com o mundo em que vivem. Para além da família, em outros
ambientes de sociabilidade como escola, trabalho, a igreja entre outros, o indivíduo
incorpora ao seu comportamento os códigos necessários para a convivência coletiva. A
escola, assim como a família, é um ambiente em que o indivíduo permanece por um
longo tempo, tornando-se assim, um espaço em que no seu dia a dia, precisa estabelecer
uma relação dialógica com a família, em vista a construir um ambiente colaborativo que
possa proporcionar uma formação crítica e libertadora para os alunos.
Para que a família se aproxime da escola, é fundamental que a escola desenvolva
práticas que visem o fortalecimento dessa relação. Nesse sentido, uma gestão
democrática na escola é indispensável, uma vez que, gestão democrática deve implicar
necessariamente na participação da comunidade.
Um dos instrumentos para esta participação têm sido as reuniões de Pais e
Mestres a cada término da unidade, estabelecidos pela própria escola, a partir de sua
realidade concreta e garantindo a natureza essencialmente político-educativo deste
órgão reconhecendo a importância e necessidade da família estar presente na escola,
esta pesquisa traz como problema: Quais os desafios encontrados para a inserção da
família em uma Escola do Ensino Fundamental (anos finais) do município de
Maragogipe – Ba? A fim de responder a este questionamento, estabeleceu-se como
objetivo geral: conhecer os desafios encontrados para a inserção da família em uma
Escola do Ensino Fundamental anos finais do município de Maragogipe – Ba. E como
objetivos específicos pretendeu-se: identificar quais os principais motivos para ausência
da família na escola; verificar a existência de ações que incentive a participação da
família na escola, discutir a relação entre a gestão escolar e a participação da família na
escola.
O interesse por essa temática surgiu decorrente da minha experiência enquanto
professor de uma escola municipal do ensino fundamental anos iniciais do distrito de
Coqueiros, Maragogipe-Ba em que foi perceptível a necessidade de investigar a
ausência da família no ambiente escolar, bem como, criar estratégias para inserção
dessas famílias no âmbito educacional.
12
A escolha do lócus de investigação pela necessidade de conhecer um pouco mais
sobre a realidade de como se dá a participação da família em outra escola e como a
gestão escolar atende a estas famílias. A relevância do tema implica em contribuir para
a gestão escolar do município, no intuito de aprimorar os mecanismos que visem uma
gestão atenta para as necessidades que circundam a escola . Do ponto de vista
acadêmico, a temática é sempre bastante discutido no âmbito do senso comum, mais
pelos arranjos familiares da atualidade a pauta precisa ser dialogada.
Ao que se refere aos procedimentos metodológicos, esta pesquisa utilizou-se de
uma abordagem qualitativa, segundo Gil (1999), nesse tipo de pesquisa há uma relação
dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo
objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. Por isso, a
interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são muito importantes no
processo de pesquisa qualitativa, descartando-se as técnicas estatísticas como principal
coleta de dados; no caso deste tipo de pesquisa, o ambiente natural é a fonte direta para
a coleta de dados e o pesquisador é o instrumento chave, daí a utilização de técnicas de
dados mais abertas, tais como a observação participante, história ou relato de vida,
entrevistas (estruturadas) (COLLIS; HUSSEY, 2005).
Em relação aos objetivos mais gerais, esta pesquisa se classifica como descritiva
de acordo com os autores Gil (1999) e Dencker (2000), este tipo de pesquisa visa
descrever as características de determinadas população ou fenômeno. A forma mais
comum de apresentação é o levantamento, em geral realizado mediante questionário ou
observação sistemática, que oferece uma descrição da situação no momento da
pesquisa.
De acordo aos procedimentos técnicos trata-se de uma pesquisa de campo, que
segundo Lakatos (2003, p.186), é aquela utilizada com o objetivo de conseguir
informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma
resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos
fenômenos ou as relações entre eles. Consiste na observação de fatos e fenômenos tal
como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados a eles referentes e no registro de
variáveis que se presumem relevantes, para analisá-los.
Esta pesquisa foi desenvolvida em uma escola da rede municipal do município
de Maragogipe - Ba, a escola possui um quantitativo de 132 alunos do Ensino
Fundamental (anos finais), com idade entre 11 anos a 17 anos. A equipe desta escola
conta com 10 professores, 01 coordenadora pedagógica, 01 gestora escolar, 2 auxiliares
13
escolar e 01 merendeira. O nome das participantes da pesquisa, bem como, a instituição
pesquisada não foi divulgado, uma vez que, esta é uma das cláusulas do termo de
consentimento livre e esclarecido assinado pelos participantes, o acadêmico pesquisador
e a orientadora, o qual deixa explícito o sigilo quanto ao nome da escola e a não
divulgação das identidades.
O instrumento de coleta foi um roteiro de entrevista estruturada com a gestora
escolar, coordenadora pedagógica, professores, auxiliar escolar e merendeira de acordo
com Gil (1999), a entrevista estruturada é o desenvolvimento de uma relação fixa de
perguntas feitas por você para entrevistar alguém, cuja ordem e redação permanecem
invariáveis para todos os entrevistados (que geralmente são em grande número).
Utilizou-se um roteiro de entrevista contendo 09 questões aplicado a gestora
escolar, coordenador pedagógico, professores, auxiliares escolares e merendeira de
acordo com Gil (1987, p. 124), o questionário como técnica de investigação composta
por um número ou mais ou menos elevado de questões apresentadas por escritos às
pessoas, tendo por objetivo o conhecimentos de opiniões, crenças, sentimentos,,
interesses, expectativas, situações vivenciadas etc. Com os dados coletados, realizou-se
a análise e interpretação desse material. A análise de dados é de suma importância na
pesquisa, pois a partir dela que problematizamos o material levantado a luz da teoria,
nesse sentido Oliveira (1994, p.15), análise de dados significa quantificar nas formas de
coleta informações, assim como também, om o emprego de recursos e técnicas
estatísticas tais como: porcentagem, média, mediana, desvio padrão, e são as
formulações mais simples até a de uso mais complexos tais como: coeficiente de
correlação, analise de regressão e etc.
Este estudo está organizado em introdução, três capítulos e as considerações
finais. No segundo capítulo é apresentado o referencial teórico que discorre acerca da
gestão escolar democrática e o terceiro capítulo apresenta análise das informações
coletadas por meio da pesquisa de campo.
14
2 A INSERÇÃO DA FAMÍLIA NA EDUCAÇÃO ESCOLAR: DESAFIOS E
POSSIBILIDADES
Este capítulo tem como propósito discutir como a família se insere na educação
escolar. Família e escola possuem papéis distintos, porém análogos na vida do
indivíduo, pois ambas fornecem a estes os elementos básicos para conivência em
sociedade, sendo que a família é o primeiro lócus de contato com valores éticos e
morais que determinam as condutas particulares, já a escola prioriza oferecer elementos
que direcionam o indivíduo para a construção da cidadania. Nesse sentido, Oliveira e
Marinho-Araújo (2010, p. 101) afirmam que ,
A divergência entre escola e família está na tarefa de ensinar, sendo que a
primeira tem a função de favorecer a aprendizagem dos conhecimentos
construídos socialmente em determinado momento histórico, de ampliar as
possibilidades de convivência social e, ainda, de legitimar uma ordem social,
enquanto a segunda tem a tarefa de promover a socialização das crianças,
incluindo o aprendizado de padrões comportamentais, atitudes e valores
aceitos pela sociedade.
Contudo, os papeis específicos que cada uma dessas instituições sociais possui
não implica no distanciamento entre elas, ao contrário, quando família e escola
dialogam entre si, a tendência é que haja ganho para ambos os lados.
A família é o ambiente de socialização que deve está a todo tempo em
conectividade com a escola, pois a família é o primeiro ambiente onde a criança tem sua
formação educacional, onde aprende valores que serão refletidos ao longo de sua vida.
Criança por sua vez, aprende a respeitar o próximo e a se comunicar com o mundo lá
fora, proporcionando assim um relacionamento de trocas de valores, cultura e
aprendizado. Segundo Costa (2005):
Na colaboração, ao trabalharem juntos, os membros de um grupo se apoiam,
visando atingir objetivos comuns negociados pelo coletivo, estabelecendo
relações que tendem a não hierarquização, liderança compartilhada,
confiança mútua e co-responsabilidade pela condução das ações (COSTA
2005 apud DAMIANI, 2008, p.215).
A escola tem também seu papel de proporcionar ao aluno uma educação escolar
de qualidade, mas que para isso é preciso do apoio dos pais, que por muitas vezes, as
questões pessoais não tem a facilidade de está presente na vida escolar dos seus filhos.
Szymanki (2003), afirma que:
15
Muitas famílias delegam a escola toda educação de seus filhos, desde o
ensino das disciplinas específicas até a educação de valores, a formação de
caráter, além da carência afetiva que muitas crianças trazem de casa
esperando que o professor supra essa necessidade, por outro lado, alguns pais
sentem-se desautorizados pelo professor que toma para si tarefas que são da
competência da família (SZYMANKI, 2003, p. 74).
A escola em primeiro lugar tem o deve de garantir que as aulas programadas
aconteçam diariamente, respeitando os estudantes, professores e a família, incentivando
a participação efetiva de todos em diferentes atividades, oferecendo uma boa
alimentação escolar e disponibilizando livros didáticos para o seu ensino aprendizado e
incluindo todos com um só propósito que a educação de qualidade para todos.
2.1 FAMÍLIA
A família é o ambiente social que modifica o indivíduo ao longo da vida, cada
um com sua história e seus objetivos, é dentro da família que se formam seres humanos
capazes de lidar com o cotidiano, com diferentes culturas e povos, “A família é o núcleo
constitutivo do sujeito” (PAROLIN, 2007, p.50), é o ambiente fundamental para a
formação do ser enquanto cidadão, onde os seres humanos aprendem os valores sociais
para a vida, é um lugar não somente de convivência, mas também de ensinamentos
propícios para o convívio em comunidade.
De acordo Dias (2005), a família consiste em um espaço de socialização entre
pessoas que vivem no mesmo teto, que estão ligados pelo mesmo sangue formando
assim um lar onde todos devem respeito uns aos outros e cada um com suas obrigações,
os pais de trabalhar e sustentar a casa e os filhos de estudar para ter uma vida digna e
por sua vez também formar suas famílias. Ainda de acordo com este autor,
A família é um grupo aparentado responsável principalmente pela
socialização de suas crianças e pela satisfação de necessidades básicas. Ela
consiste em um aglomerado de pessoas relacionadas entre si pelo sangue,
casamento, aliança ou adoção, vivendo juntas ou não por um período de
tempo indefinido (DIAS, 2005, p.210).
Vygotsky ( 2000, p. 87 ressalta que:
A educação (recebida na família, na escola, e na sociedade de um modo
geral) cumpre um papel primordial na constituição dos sujeitos. (A atitude
dos pais e suas práticas de criação e educação são aspectos que interferem no
16
desenvolvimento individual e, conseqüentemente, influenciam o
comportamento da criança na escola.).
Segundo Moreira (2001), a família é formada por um conjunto de pessoas
convivendo no mesmo ambiente, em um só propósito de formar pessoas dignas através
dos seus exemplos e suas culturas, proporcionando a cada um deles o respeito e a
reciprocidade do cuidado um com o outro, seja filho(a) de sangue ou do afeto e carinho
que um tinha pelo o outro, mas o principal objetivo era viver bem em comunidade
familiar. De acordo com Pratta e Santos (2007, p.247):
A família tem passado por inúmeras transformações nas últimas décadas,
sendo, portanto, passível de vários tipos de arranjos na atualidade. Entretanto,
as funções básicas desempenhadas pela instituição familiar no decorrer do
processo de desenvolvimento psicológico de seus membros permanecem as
mesmas.
Se tratando de família, não podemos limitar sua constituição ao modelo nuclear,
composta apenas por pai, mãe e seus descendentes, para, além disso, existem diversas
configurações familiares, que podem não contar com a presença dos pais, sendo
formados por avós, tios, padrinhos, ou ainda casais homossexuais.
Com a nova reestruturação de família que vem acontecendo na
contemporaneidade, precisamos entender que a mudanças dos ambientes familiares é
importante para o desenvolvimento afetivo e intelectual da criança, podendo assim gerar
fatores sociais negativos ou positivos para a vida em sociedade. É preciso que os
ambientes de socialização tanto o ambiente familiar quanto o escolar estimule a
construção do saber para um processo significativo de aprendizagem dessas crianças. A
escola sozinha não é responsável pela formação da personalidade, mas tem papel
complementar ao da família. Por mais que a escola infantil propicie um clima familiar à
criança, ainda assim é apenas sua escola (TIBA, 2002, p.181).
As configurações familiares estão se modificando a cada dia, sendo então
entendido como família não apenas laços sanguíneos, mas a formação de um lar entre
pessoas que se responsabilizam pelo o cuidar do outro, formando assim famílias entre
casais homossexuais, avós, tios e tias que tomam para si responsabilidades pertinentes
de um âmbito familiar. Nesse sentido, Oliveira e Marinho-Araújo (2010, p. 100 -101)
sinalizam que
Apesar da crescente discussão acerca das possíveis definições de
família e da busca por um conceito comum, ainda não é possível
17
afirmar que exista uma definição de família que seja aceita e adotada
consensualmente pelos estudiosos da área, pelas instituições
governamentais e pela sociedade. Mesmo não havendo essa
concordância unânime acerca da definição de família, há que se
privilegiar aquelas definições que contemplam as variáveis mínimas,
ou básicas, do que se entende por família, pois é a partir destas
variáveis que se poderão realizar estudos e pesquisas mais amplos e
representativos das relações humanas. Tais variáveis se referem, neste
momento, à existência de uma díade e à intimidade vivenciada por
seus membros nesta relação.
O alargamento no conceito de família atualmente, abre espaço para inclusão de
configurações familiares que estão muito além do modelo nuclear comumente
conhecido, restrito aos laços consanguíneos entre esposa, marido e seus descendente
diretos. Essa nova compreensão permite reconhecer as diversas composições no que
tange à múltiplas de cultura, formações e orientação sexual (OLIVEIRA E MARINHO-
ARAÚJO 2010).
É importante que o âmbito familiar, como local da educação inicial, assuma a
tarefa de oferecer ao sujeito uma educação que assegura a convivência pautada no
comportamento considerado válido para os padrões de convivência coletiva de
determinada realidade.
2.1A FAMÍLIA NO CONTEXTO DA ESCOLA
O Artigo 205 da Constituição Federal do Brasil define a educação como “direito
de todos e dever do Estado e da família” (BRASIL, 2013, Cap., III) É importante que a
família assuma o seu papel como pessoas responsáveis pela formação de seus filhos,
pois a escola é a instituição social que assume o papel de formação humana no processo
de ensino e aprendizagem. Sendo assim, a escola não é só um espaço aonde os alunos
vão para aprender a ler e escrever é também um lugar de convivência familiar, onde se
faz amizade e laços que poderão ser levados por toda a vida.
A escola é um ambiente social e transformador de pessoas que buscam um
conhecimento além do seu já constituído no ambiente familiar, para sua formação
educacional enquanto cidadão, pois a escola não oferece só a aprendizagem de
conteúdos das disciplinas ensinadas nas suas salas de aulas, é também um espaço de
convivência, que busca desenvolver nos seus alunos potencialidades já existentes
construindo assim, uma relação prazerosa e eficaz no seu processo de ensino e
aprendizagem.
18
É preciso que a escola possa ter essa abertura para à participação das famílias,
pois a relação família e escola é de fundamentação importância para o fortalecimento do
ensino aprendizagem dos alunos, com esse vínculo família e escola, todos tem a ganhar
pois é preciso que a escola construa uma relação dialógica, crítica e libertadora,
propondo a participação dos pais no seu âmbito escolar.
A família é o espaço que também tem a responsabilidade da formação do
indivíduo, mas é necessária que a família e a escola possam caminhar juntas em um só
propósito, buscando sempre o melhor para o educando, assim a escola tem a
possibilidade de uma maior comunicação para ter êxito no ensino e aprendizagem dos
seus alunos. Sobre essa parceria, Lopes (2009) enfatiza que:
É indispensável que família e escola sejam parceiras, com os papéis bem
definidos, onde não se pratica a exigência e sim a proposta, o acordo. A
família pode sugerir encontros para a escola, não ficando presos somente às
reuniões formais, pois além de ser um bom momento para consolidar a
confiança, podem discutir juntos acerca dos seus papéis. A escola pode
estimular a participação dos pais, procurando conhecer o que pensam e fazem
e obtendo informações sobre a criança (LOPES, 2009, p.1).
A escola tem um papel muito importante na vida dos seus alunos, além da sua
família, é preciso que escola por sua vez ofereça uma garantia de direitos construindo
uma relação de confiança com os alunos e a sua família, na qual possa promover a
participação de toda a comunidade escolar, respeitando os direitos de cada um
envolvidos no processo de ensino e aprendizagem do aluno, onde quem tem a ganhar
são todos os envolvidos neste processo. Nesse sentido,
A escola é uma instituição potencialmente socializadora. Ela abre um espaço
para que os aprendizes construam novos conhecimentos, dividam seus
universos pessoais e ampliem seus ângulos de visão, assim como aprendem
respeitar outras verdades, outras culturas e outros tipos de autoridade Nessa.
Instituição, o mundo de conhecimento, da informação, ou seja, o mundo
objetivo mistura-se aos dos sentimentos das emoções e da intuição, ao dito
mundo do subjetivo. É emoção e razão que se fundam em busca da sabedoria
(PAROLIN, 2007, p. 61).
Parolin (2007), afirma que a escola é um espaço de socialização e construção
muito importante para a formação do aluno, mais ela nunca pode trabalhar só, é preciso
a inclusão da família na participação das atividades escolares dos seus filhos para que
obtenha uma aprendizagem positiva e significativa, agregando os conhecimentos já
existentes e formulando estratégias para uma boa relação entre a família e a escola.
Assim sendo,
19
Na escola, a aula é a forma predominante de organização do processo de
ensino. Na aula se criam se desenvolvem e se transformam as condições
necessárias para que os alunos assimilem conhecimentos, habilidades,
atitudes e convicções e, assim, desenvolvem suas capacidades cognoscitivas
(LIBÂNEO, 1994, p.177).
A escola é um ambiente transformador de pessoas, na qual ela com o apoio dos
pais e os conselhos que são formados com a participação de toda a comunidade escolar,
tem o papel de aprimorar o conhecimento do aluno, buscando cada vez mais conhecê-lo
através da sua prática pedagógica e da sua ação social necessária para o sujeito. Sendo
assim é papel da escola “promover o desenvolvimento do indivíduo, tornando-o capaz
de enfrentar múltiplas situações” (ASSIS, 1994, p.130).
É preciso que os responsáveis reconheçam que a função principal da escola é
ensinar conteúdos das disciplinas ofertadas por elas, mais hoje a escola faz dois papéis a
de educação escolar e familiar, proporcionando aos alunos uma formação crítica e
participativa na sociedade, mais nem todos aprendem o conhecimento de socialização
cientifico igualmente.
Lopes (2009) enfatiza:
É indispensável que família e escola sejam parceiras, com os papéis bem
definidos, onde não se pratica a exigência e sim a proposta, o acordo. A
família pode sugerir encontros para a escola, não ficando presos somente às
reuniões formais, pois além de ser um bom momento para consolidar a
confiança, podem discutir juntos acerca dos seus papéis. A escola pode
estimular a participação dos pais, procurando conhecer o que pensam e azem
e obtendo informações sobre a criança (LOPES, 2009, p.1).
É necessário uma divisão de responsabilidades entre família e escola, uma vez
que, ambas possuem funções sociais que se distinguem, mas que juntas contribuem para
a formação ética e social da criança. As famílias precisam estar mais presentes com os
estudos dos seus filhos, pois isso ajuda no equilíbrio emocional do educando e fortalece
a relação escola-família, assim como é necessário que se tenha conhecimento que cabe
a escola a transmissão do conhecimento científico, portanto assim como na família no
ambiente escolar também se faz necessário a presença de regras, “a falta de regras claras
por parte da escola favorece o abuso dos alunos em proveito próprio e acaba expondo
pessoalmente o professor” (TIBA, 1998, p.119).
Ainda segundo Tiba (1998), a geração contemporânea esta cada vez mais relapsa
com sua própria formação educacional, tornou-se a geração tanto faz:
20
É a geração do “tanto faz”: tanto faz passar de ano, estar ou não de castigo,
falar ou não com os pais. Nada parece atingir o aluno, que é vitima de erros
educativos, pois seus pais lhe deram tudo de bom e do melhor, mesmo que
nada pedisse, para que ele não sofresse, tivesse tudo, sem arcar com
responsabilidades e compromissos (TIBA, 1998, p.125).
A falta de interesse por parte dos alunos em tirar notas boas, em aprender a ler e
escrever tem aumento, a escola tem se preocupado muito no desempenho dos alunos,
mais sem a participação das famílias ou dos responsáveis não funciona, precisa-se do
suporte familiar na educação escolar. O compromisso da relação escola-família
proporciona envolvimento nos estudos ajudando no equilíbrio emocional dos filhos,
melhorando a aprendizagem e o seu desempenho nas atividades em sala de aula.
2.3 A AUSÊNCIA FAMILIAR NA EDUCAÇÃO ESCOLAR DOS FILHOS
A legislação brasileira enfatiza a importância da participação da família na
escolaridade dos filhos, tanto a Constituição Federal de 1988, quanta a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996), afirmam a importância de uma
participação da família na vida escolar, agindo juntamente com o Estado para promover
a educação.
Soares (2010), diz que,
A família somente é lembrada pela escola quando há problemas ocasionados
pelos(as) alunos(as) no ambiente escolar. Neste sentido, muitos pais acabam
se afastando da escola, percebendo esta como um lugar negativo, já que
poucas atividades recreativas e prazerosas são oferecidas a eles na escola. A
escola deveria ser o ponto central de uma comunidade, um local onde todos
pudessem participar e ter acesso (SORAES, 2010, p. 9).
A família é o ambiente social e importante na construção do desenvolvimento
dos seus filhos, é preciso que a escola possa também compartilhar com ela não só o mau
comportamento dos seus alunos, mas também procurar desenvolver atividades que
busque a participação efetiva da família no processo de aprendizagem dos seus filhos,
podendo assim a escolar proporcionar um ambiente acolhedor e significativo para toda a
comunidade ali inserida. Paro (2000), afirma que a presença dos pais é importante,
[...] a direção, a coordenação e vários professores acreditam na necessidade
da participação e buscam atrair os pais para ela. O que se acredita é que a
permanência desse clima e a concretização positiva da experiência com os
21
pais e os servidores da escola criem uma cultura de participação que seja
favorável a um processo escolar de maior qualidade e de proveito para os
objetivos do ensino (PARO 2000, p. 119).
A família por sua vez procura elencar as tarefas de casa, pois os pais acham que
a obrigação de acompanhar a vida escolar dos seus filhos é da mãe, enquanto isso ele
trabalha para o sustento da sua família, mais hoje com o novo modelo de família
contemporânea a obrigação são dos dois quanto dos pais e das mães, pois a formação
escolar dos seu filhos tem grande importância na vida de todos eles.
Segundo Malavazi (2000):
Algumas atribuições são específicas da família que tem o direito de
reivindicá-las para si, enquanto outras cabem a escola que, pela sua natureza,
poderá ocupar-se melhor delas. Essas transformações sociais ocorridas na
família e na escola camuflaram as atribuições específicas de cada uma delas
(p. 258).
Com a nova reestruturação familiar, muitas mães também trabalham para ajudar
no sustento da casa, e com muitas tarefas já postas ela como dona de casa e trabalho
fora, não tem o tempo suficiente para acompanhar os filhos na escola, acarretando assim
um prejuízo inestimável na vida escolar dos filhos, pois os filhos quando não se vê
apoiados pelos os pais, aproveitam a situação e acaba cada dia mais se afastando da
escola, perdendo assim o estímulo do aprender a ler e a escrever. Para Steinberg (2005
apud DUARTE; FEITOSA, 2010), defende que participar efetivamente da vida do filho
exige que os pais dediquem boa parte do seu tempo ao filho.
Para o autor,
A criança pequena se baseia naquilo que inicialmente os pais dizem sobre
ela. Se eles passam informações de que é ruim, sem valor, com uma severa
critica, ela passará a acreditar nisso e se comportar como tal [...] O respeito
pela individualidade da criança e a capacidade de apreciá-la acham-se
intimamente ligados. Um pai ou uma mãe que sabe aceitar seu filho procura
respeitar o seu ritmo de desenvolvimento. [...] Em relação à escola, esses pais
são sensíveis em relação às tarefas dos filhos e procuram incentivar e
descobrir, junto com eles, as causas pelas quais seu rendimento não foi bom.
A partir daí tentam cooperar em busca de soluções, incentivando-os a
conseguir melhores resultados e aspirarem a crescer cada vez mais (SISTO,
2000, p.64).
A presença da família desde início na vida escolar dos filhos na Educação
infantil até os anos finais na escola é de fundamental importância para o seu
desenvolvimento cognitivo e motor, a motivação estabelecida entre família e escola
contribuem para o aprendizagem positivo da criança nos seus primeiros espaços
22
escolares, pois essa participação é de fundamental importância para o crescimento
escolar dos seus filhos. É fato que este elo entre família e escola precisa está sempre
conectado para um melhor aprendizado da criança. Quando a escola e a família falam a
mesma língua e têm valores semelhantes, deixando o papel de educar para a família e o
papel de ensinar conteúdos científicos a escola, a criança aprende sem grandes conflitos
e não quer jogar a escola contra os pais e vice-versa.
As possíveis dificuldades encontradas pelo o aluno no ambiente escolar na
formação enquanto estudantes são diversas, tais dificuldades relacionam-se desde os
conteúdos e atividades formais, até as relações interpessoais com colegas, corpo com
docente e a comunidade escolar no geral. Diante disso, é importante que esse aluno
tenha o apoio da família para conseguir resolver qualquer questão sem que haja prejuízo
para o seu desempenho escolar e social no ambiente escolar.
Lopes (2006), afirma que os pais são atores fundamentais no processo
institucional de avaliação e de acompanhamento das crianças. As primeiras pessoas que
a crianças tem o contato é a família, onde são ensinando os valores essências para a
vida, é onde a criança aprende o amor, o carinho e o respeito, partindo daí o processo de
socialização e a construção de sua própria identidade.
Para a criança administrar sozinha o processo de escolarização, sem esse suporte
da família, é uma tarefa complexa e difícil de alcançar êxito, pois exige desse sujeito lhe
dar com situações que, na grande maioria das vezes, estão para além de suas
capacidades cognitivas e de sociabilidade, podendo com isso gerar, inclusive, distúrbios
de aprendizagem. Acerca disso Sisto (2000) afirma que:
As relações entre os pais e a escola também podem influenciar
significativamente no desempenho escolar e no comportamento dos filhos.
Podem-se encontrar pais que mostram pouco interesse pela vida escolar dos
filhos, desconhecendo suas dificuldades e progressos, e demonstrando
desinteresse pela vida escolar dos mesmos, chegando até a delegar toda a
responsabilidade para a escola. Em outros casos, podem-se encontrar pais
super exigentes em relação aos resultados escolares de seus filhos. A
tendência da cultura ocidental de enfatizar a competição e o sucesso influi
fortemente na experiência escolar da criança. (SISTO, 2000, p.174),
É perceptível que os valores sociais, o respeito pelo o outro, o carinho e a
dignidade, estão sendo dissipado da sociedade, o meio no qual o aluno está inserido, a
educação familiar que recebe, acaba refletindo no contexto escolar dificultando a
integração social do indivíduo com o outro.
23
Segundo Araújo (2005 apud DUARTE; FEITOSA, 2010), destaca que a
ausência familiar na vida escolar da criança gera desânimo e falta de interesse, por parte
dos alunos, pela escola e isso pode ocasionar vários problemas educacionais. A autora
explica que a família precisa demonstrar respeito e consideração pelo ato de aprender
que não se limita e ler e escrever. Mas para isso precisa mostrar com suas atitudes o
devido valor estando presente na vida escolar dos filhos.
24
3 FAMÍLIA E ESCOLA RELAÇÕES EDUCATIVAS COMPARTILHADAS
Este capítulo apresenta os resultados da pesquisa, que foi realizada em uma
instituição de Ensino Fundamental (anos finais) da rede municipal da cidade de
Maragogipe-Ba. Tendo como participantes envolvidos a gestora escolar, coordenadora
pedagógica, (4) quatros professores, uma merendeira escolar e uma auxiliar escolar, a
fim de manter o anonimato dos participantes desse estudo foi estabelecido as seguintes
siglas: Gestora escolar (GE), Coordenadora Pedagógica (CP), Professor1 (P1),
Professor2 (P2), Professor3 (P3), Professor4 (P4), Auxiliar Escolar (AE) e Merendeira
(M). O método utilizado para a coleta de dados foi uma pesquisa de campo, tendo como
instrumento um questionário contendo 9 questões.
3.1 RELAÇÕES FAMÍLIA E ESCOLA UMA EDUCAÇÃO COMPARTILHADA
A escola tem por objetivo a aprendizagem do aluno, pois é nela que as práticas
pedagógicas se realizam de forma a proporcionar a eles uma aprendizagem positiva e
satisfatória, podendo também ser uma aprendizagem negativa isso depende muito da
participação do aluno com as atividades propostas e o apoio das famílias na vida escolar dos
seus filhos. A família é uma grande incentivadora para o sucesso dos seus filhos, podendo
ou não contribuir para a sua aprendizagem. Tanto no contexto familiar como no escolar tem
o dever de desenvolver a sociabilidade, a afetividade e o bem estar físico e mental dos
indivíduos. Por isso é interessante realizar um estudo de como se dá ou não a articulação
entre família/escola, já que para a formação integral do sujeito, para que este possa ter uma
educação de qualidade a família também deve estar presente no ambiente escolar para dá o
suporte necessário que a escola precisa para caminharem em um só objetivo que é a
aprendizagem significativa do aluno.
Para Libâneo (2000),
Conjunto de ações, processos, influências, estruturas que intervêm no
desenvolvimento humano de indivíduos e grupo na relação ativa com o
ambiente natural e social, e social, num determinado contexto de relações
entre grupos e classes sociais (p. 22).
Para o autor, ele destaca que a família tem a atribuição da responsabilidade de
formar cidadãos no seu contexto familiar, ensinando os valores essências, que são
construídos nos ambientes familiares, entre pais, filhos, avós entre outros parentes que
25
convivam no mesmo teto, buscando compartilhar as responsabilidades, e formando
parcerias entre ambientes sociais como a escola que é a segunda casa dos seus filhos.
Para Freddo (2004):
A escola precisa tornar-se sensível as histórias familiares de seus alunos, para
de forma responsável, juntamente com os pais, buscar a resolução para as
dificuldades cotidianas e, assim, propiciar a criança a conquista de sua
autoconfiança, que lhe oportunizará, o sucesso social no futuro (p. 171).
A escola é o espaço social e transformador que busca refletir no processo de
ensino e aprendizagem do aluno, de certa forma exercendo também o papel que é
atribuído a família, a escola por sua vez contribui para a formação cidadã, procurando
ter um bom relacionamento com a família de dialogo e parceria para assim proporcionar
um ensino de qualidade aos seus alunos.
A comunidade escolar com um bom relacionamento com a família dos alunos,
ganha a admiração e o respeito da mesma, adquirindo assim a confiança que é de
fundamental importância para a formação do elo família e escola, transformado o
espaço escolar e social em um espaço de convivências para construir vínculos, na qual a
participação das famílias seja ativa neste ambiente.
Sendo assim, foram aplicados questionários a gestora escolar, coordenadora
pedagógica, quatros professores, uma merendeira escolar e uma auxiliar escolar, a fim
de manter o anonimato dos participantes desse estudo foi estabelecido as seguintes
siglas: Gestora escolar (GE), Coordenadora Pedagógica (CP), Professor1 (P1),
Professor2 (P2), Professor3 (P3), Professor4 (P4), Auxiliar Escolar (AE) e Merendeira
(M). O estudo foi realizado em uma escola dos anos finais do distrito de Coqueiros,
Maragogipe-Ba.
E para apresentar este trabalho precisamos conhecer um pouco sobre os
participantes desta pesquisa, conforme perfil socioprofissional apresentado no Quadro 1
(abaixo).
Quadro 1 – Perfil socioprofissional dos participantes da pesquisa
Participantes Códigos Idade Sexo Formação Tempo de
atuação na
instituição
Gestora escolar GE 38 Feminino Superior
completo
Até dois
anos
26
Coordenadora
Pedagógica
CP 39 Feminino Superior
completo
Acima de
10 anos
Professor 1 P1 45 Feminino Superior
completo
Acima de
10 anos
Professor 2 P2 38 Masculino Superior
completo
Até 05 anos
Professor 3 P3 55 Feminino Superior
completo
Acima de
10 anos
Professor 4 P4 41 Masculino Superior
completo
Até 10 anos
Auxiliar escolar AE 56 Feminino Ensino médio Acima de
10anos
Merendeira M 54 Feminino Ensino médio Acima de
10 anos
Fonte: Pesquisa de campo, 2019.
Com base no indicado pelo quadro acima é possível perceber que a maioria dos
participantes da pesquisa atua na instituição de ensino há mais de 10 anos, é fato que os
participantes que atuam nesta unidade escolar na sua maioria feminina, quase todos com
curso de graduação completo, exceto a merendeira e auxiliar escolar, que possuem
Ensino médio. Em relação à faixa etária os participantes possuem entre 38 e 56 anos.
Com exceção da gestora, que atua na unidade escolar apenas 04 meses, todos os demais
participante atuam a mais de dois anos. Os professores desta pesquisa tem em média 18
anos de experiência na área, como professores concursados do município de
Maragogipe – Ba, a maioria desses profissionais são da própria comunidade e alguns
outros dos municípios vizinhos como São Félix e Cachoeira – Ba.
3.2 O PAPEL DA GESTÃO ESCOLAR PARA A EFETIVAÇÃO À PARTICIPAÇÃO
DA FAMILIA NA ESCOLA
A gestão escolar tem a função essencial para a efetivação da participação das
famílias no ambiente escolar. Na qual o trabalho coletivo traz o sucesso eficaz no ensino
e aprendizagem dos seus alunos, contudo questionados de que modo à escola abre
espaço para a participação da família e como isso acontece, os participantes
responderam:
Quadro 2 - A percepção da escola à participação das famílias.
27
GE CP P3 P1 P2 , P4 e
AE
M
Sim,
através
de
palestras
e
reuniões.
Sim, através de
atividades que
envolvam a
família,
palestras,
reuniões,
apresentações
de atividades
realizadas
pelos alunos
Sim, através
de reuniões
bimestrais, e
algumas
atividades
extraclasse
como
projeto
família na
escola
Sim, a família é
convidada a
participar das
atividades da
escola
(apresentações,
projetos, feira de
conhecimentos
mais
infelizmente
poucas
aparecem)
Sim,
através de
reuniões e
projetos.
Sim, em
reuniões e
atividades
comemorativas.
FONTE: Dados da pesquisa, 2019.
De forma geral os participantes afirmaram que a escola abre o espaço para as
famílias e que essa participação se dá através das atividades desenvolvidas pela escola
como palestras, reuniões, apresentação de atividades realizadas pelos alunos, projetos e
feira de conhecimentos.
Nesse sentido, Parolin (2003),afirma:
[...] tanto a família quanto a escola desejam a mesma coisa: preparar as
crianças para o mundo; no entanto, a família tem suas particularidades que a
diferenciam da escola, e suas necessidades que a aproximam dessa mesma
instituição. A escola tem sua metodologia e filosofia para educar uma
criança, no entanto ela necessita da família para concretizar o seu projeto
educativo (p. 99).
Para o autor a escola e a família buscam juntas proporcionar a criança uma
educação igualitária e de qualidade, transferindo para cada ambiente social e formador
suas responsabilidades, onde na escolar o aluno aprende conteúdos básicos as
disciplinas ensinadas e na família os valores sociais para o seu desenvolvimento
enquanto cidadão de uma sociedade.
Desse modo, foi relatado pelas participantes da pesquisa que a escola
investigada promove várias ações ao decorrer do ano letivo para atrair a família, dentre
essas ações o projeto Família e Escola, que promove a integração de todos, para
mostrar os trabalhos e as atividades desenvolvidas pelos os alunos durante o ano,
proporcionando a estas famílias um dia de lazer e de criatividades nas oficinas
disponibilizadas a eles durante todo o dia.
28
O modo como a escola mantém a comunicação e a interação com a família e
fundamental para que haja um estreitamento dos laços entre as partes, desta forma foi
levantado o seguinte questionamento:
Quadro 3- A comunicação da escola com a família.
PERGUNTA GE CP P3 P1 P2 e P4 AU e M
Qual a forma
mais recorrente
que a escola
utiliza para
chamar esses
pais para
participarem?
Através
de
circular
e um
grupo
de pais e
mestres
Por meio
de avisos,
convites e
circular.
Através da
elaboração
de projeto
na escola
Toda
unidade e se
precisar faz-
se reuniões
extras.
Muitos pais
vêm outros
não
Através de
convites
Manda
convite.
(AU)
Através de
circular.
(M)
FONTE: Dados da pesquisa, 2019.
Na fala os participantes da pesquisa informaram que são enviados convites,
circulares, comunicados e avisos, para chamar as famílias para participar da vida escolar
dos alunos.
É preciso que a escola procure sempre manter contatos com a família, buscando
fortalecer o vinculo família e escola, atraindo-os de forma lúdica e positiva para a
participação de reuniões de pais e mestres, nas quais são discutidos assuntos relevantes
da vida escolar dos seus filhos. Com a participação efetiva dos pais cria possibilidades
para um rendimento mais satisfatório dos alunos, isso oportuniza ganho nas duas
esferas, a escola com seu papel social e transformador de educação escolar e a família o
ambiente social e transformador de valores e conhecimentos essenciais para a vida. “A
escola precisa usar todos os métodos possíveis para a aproximação direta com a família
possibilitando compartilhar informações significativas em relação aos seus objetivos,
recursos, problemas e até questões pedagógicas” (PARO 1992).
A família tem a responsabilidade de oferecer aos seus filhos a oportunidade de
inseri-los na sociedade de forma positiva, participativa e transformadora, enquanto que
a escola tem o dever de desenvolver nos alunos a educação formal e sistematizada.
Dessa forma, procurou saber dos participantes da pesquisa o seguinte questionamento:
Quadro 4- A escola e suas estratégias para a participação da família na escola.
PERGUNT
A
GE CP P1 P2 P3 P4 M AE
29
Com que
frequênc
ia a
escola
realiza
reunião
de pais e
mestres?
Como se
dá essa
participa
ção das
famílias?
A escola
tem uma
estimativ
a de
presença
das
mesmas?
Realiza
mos
reuniões
todos os
finais
das
unidades
Por
unidade,
ou seja,
bimestral
. A
participa
ção é
positiva e
bastante
colaborat
iva. Sim
Toda
a
unida
de e
se
precis
ar
faz-se
reuni
ões
extras
.
Muito
s pais
vem
outros
não.
Bimest
ral.
Sim, na
ata de
reuniõe
s.
Bimestr
ais.
Por
semestr
e, na
maioria
das
vezes
como
ouvinte
s, sendo
com
pouca
frequên
cia.
Por
unida
de,
sim
Nos
finais
das
unidad
es,
sim.
FONTE: Dados da pesquisa, 2019.
Diante das afirmações dos participantes as reuniões acontecem a cada final de
unidade, ou seja, reuniões bimestrais, buscando demonstrar para as famílias a evolução
no boletim de notas e o comportamento dos alunos por série/ ano. A coordenadora
pedagógica também afirmou que a participação é positiva, mas o Professor (P4)
ressaltou que a frequência dos pais nessas reuniões é pouca, pois podemos perceber que
há aí uma divergência entre as falas dos participantes em relação a frequência da
participação dos pais nas reuniões de pais e mestres, as reuniões são registrar em atas
com assinaturas de todos presentes. Também foi questionado aos participantes se havia
uma estimativa da quantidade de pais que participam dessas reuniões, contudo esse
quantitativo não foi apresentado.
De acordo com Fernandes (2001), a família também é responsável pela
aprendizagem da criança, onde a família é a formadora de opiniões e os filhos
certamente seguem os exemplos que são ensinados no ambiente familiar. É importante
que a família esteja sempre presente no acompanhamento do ensino aprendizagem dos
seus filhos, tendo em vista garantir o êxito na trajetória escolar.
O corpo gestor da escola tem o papel de fomentar a reflexão da família sobre a
necessidade dessa participação, é importante que haja a colaboração de toda
comunidade escolar para motivar a essas famílias que estão longe da escola.
Quadro 5- A ausência familiar.
30
PERGUNTA GE CP P1 P2 P3 e P4 M AE
É possível
observar
algum tipo de
diferença no
comportamen
to, postura,
atitudes, ou
rendimento
entre os
alunos que os
pais estão
presentes na
escola e os
que não os
participam?
Sim, os
alunos
se
compor
tam se
interess
a mais e
obtém
um
bom
rendime
nto.
A
participaç
ão dos
pais na
vida
escolar
dos alunos
é de
fundament
al
importânci
a e é
notório
dentro da
unidade a
qualidade
do
desempen
ho entre
os alunos
cujos os
pais são
presentes
e os
alunos
cujos os
pais não
participam
por muitas
vezes são
apáticos.
Sim,
geralmen
te os pais
que
participa
m das
reuniões
são
aqueles
em que
os filhos
não dão
trabalhos
.
Sim os
pais que
participa
m da
vida
escolar
do aluno
as notas
são mais
significa
tivas.
As vezes.
Sim , pois
com a
participaç
ão da
família
obtemos
melhores
resultado
s no
processo.
(P4)
Sim, os
pais que
estão
presentes
os alunos
tem um
bom
rendimen
to, já os
outros
não tem
nenhum
rendimen
to.
Não,
porque
bem
pouco os
pais vem
na escola
FONTE: Dados da pesquisa, 2019.
É possível perceber nas falas dos participantes que os pais estão participando da
vida escolar dos seus filhos, e que essa participação influencia de maneira positiva para
o ensino aprendizagem dos mesmos.
Todo ser humano precisa de uma base para que possam construir seus objetivos
e umas delas é a família, seu primeiro ambiente formador de opiniões, com tudo, A
certeza de ser amada e respeitada constrói o sentimento de segurança que irá influenciar
a sua criatividade, integridade, estabilidade e, até mesmo, a possibilidade de ser um
líder ou apenas um seguidor (HUMPHREYS apud FREDDO, 2004, p.57).
Os filhos precisam do suporte familiar, pois muitas vezes estão desmotivados, e
quando os filhos sentem que seus pais não estão presentes na vida escolar deles, acaba
promovendo um certo desconforto, pois o apoio dos pais é de fundamental importância
31
para o crescimento dos seus filhos, eles precisam garantir bons resultados no seu
empenho escolar, é preciso que os pais possam motivá-los para que eles alcance um
ensino aprendizagem positiva. Nesse sentido a Constituição Federal (1988), capítulo III,
seção I, artigo 205 a LBD estabelece:
Art. 2º. A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de
liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho.
Procurou-se também saber da (GE) sobre a sua opinião acerca da presença dos
pais na escola dos seus filhos e a (GE) respondeu que: “a presença dos pais na escola é
essencial, pois junto com o corpo diretivo desenvolve um papel somador”, com tudo o
gestor escolar tem o papel fundamental de proporcionar a estas famílias um ambiente
acolhedor, buscando promover formas de convivências entre si, estimulando a interação
e as participações, promovendo valores como o respeito, a cooperação, a empatia e a
solidariedade através do empenho coletivo e participativo, o que requer a adesão de
todos os envolvidos com a responsabilidade que é atribuída a elas. Nesse sentido,
Libâneo (2004, p.53-54), sinaliza que a escola deve buscar cinco objetivos:
1. Promover o desenvolvimento de capacidades cognitivas, operativas e
sociais dos alunos (processos mentais, estratégias de aprendizagem,
competências do pensar, pensamento crítico), por meio dos conteúdos
escolares. 2. Promover as condições para o fortalecimento da subjetividade e
da identidade cultural dos alunos, incluindo o desenvolvimento da
criatividade, da sensibilidade, da imaginação. 3. Preparar para o trabalho e
para a sociedade tecnológica e comunicacional (...) 4. Formar para a
cidadania crítica, isto é, formar um cidadão-trabalhador capaz de interferir
criticamente na realidade para transformá-la e não apenas formar para o
mercado de trabalho. 5. Desenvolver a formação para valores éticos, isto é,
formação de qualidades morais, traços de caráter, atitudes, convicções
humanistas e humanitárias.
A (GE) precisa ser crítica e democrática, é preciso que a gestão escolar trabalhe
em parcerias com a comunidade escolar e com as famílias dos alunos, pois ser um
gestor escolar é ser de certa forma um líder na comunidade que está inserido, um
mobilizador de práticas pedagógicas, uma pessoal disponível para dialogar com a
comunidade, com a qual todos possam confiar afinal o gestor escolar dever ser um
exemplo para os seus alunos.
Paro (2000, p 119) reforça que é preciso atrair os pais à escola
32
[...] a direção, a coordenação e vários professores acreditam na necessidade
da participação e buscam atrair os pais para ela. O que se acredita é que a
permanência desse clima e a concretização positiva da experiência com os
pais e os servidores da escola criem uma cultura de participação que seja
favorável a um processo escolar de maior qualidade e de proveito para os
objetivos do ensino.
É preciso que a gestão conheça cada um dos seus alunos, sua história de vida,
seus anseios, suas dificuldades suas raízes e suas culturas. A vivência na escola e o
diálogo com os alunos proporcionam um conhecimento positivo, onde na perspectiva da
família no ambiente social e formador que é a escola o gestor é um valioso mediador,
buscando sempre agregá-los de modo que se unam para melhorar a qualidade da
educação oferecida no ambiente escolar
3.3 AUSÊNCIAS DA FAMÍLIA NA ESCOLA: PRINCIPAIS ASPECTOS E
MOTIVAÇÕES
Muitos professores dizem que a ausência das famílias na participação escolar
dos seus filhos é um número muito elevado em algumas escolas públicas do município
de Maragogipe-Ba, e essa ausência vem acarretando na aprendizagem desses alunos.
Onde essas ausências da família não são só vista pelos os professores, que percebe a
diferença entre o aluno da família que é presente e do outros alunos que a família é
ausente, pois a forma de aprendizagem desses alunos é diferente.
É notório que a falta de compromisso da família com a vida escolar dos seus
filhos, acaba influenciando para que ele também não tenha responsabilidades com a
escola, com seus deveres, uma vez que os filhos são os produtos do meio de uma
família, são exemplos, tudo que é compartilhado dentro do ambiente familiar, o aluno
irá se tornar pessoas desinteressadas, sem compromissos, causando um desconforto para
si e para todos no ambiente escolar, pois a sua conduta e a sua indisciplina poderá
ocasionar intrigas e brigas com seus colegas e até mesmo com os professores, e que isso
acaba dificultando a sua própria aprendizagem e dos colegas em sala de aula, diante
disso Paro (2000), ressalta a importância da participação dos pais na escola, mas que
fossem estabelecidos os motivos dessa participação,
Uma dimensão importante da participação dos pais na escola, seja integrando
o conselho de escola ou a APM, seja tomando parte de outras atividades,
como o grupo de formação de pais, é da atenção que se deveria ter para com
os motivos dessa participação, procurando saber qual o ponto de vista dos
usuários a respeito (p 120).
33
Sabendo-se da grande potencialidade que tem a família na participação na vida
escolar dos seus filhos, é preciso que a escola delegue a essas famílias da
responsabilidade que as mesmas têm no desempenho escolar dos seus filhos,
promovendo ações ligadas ao ensino e aprendizagem da criança, para o fortalecimento
da relação família e escola, com isso a escola poderia montar um grupo de pais, para
que as responsabilidades também da escola fossem atribuídas a eles em relação a
educação escolar dos seus filhos. Para (MOREIRA, 2006, p. 46), “[...] as práticas
familiares aliadas ao trabalho na escola criam outras possibilidades de comunicação nas
quais todos aprendem, reavaliando valores e vivenciando novas experiências
comunitárias”.
É importante que a escola traga a família não só para discutir assuntos
relacionados ao comportamento dos alunos, a baixa frequência ou notas ruins, pois
muitos deles já sabem o que está acontecendo e tem receio de ir a escola quando são
convidados, além disso para saber se a escola tem algum meio de motivar as famílias,
buscou-se saber,(Quadro6)
Quadro 6- O que a escola aborda nas reuniões de pais e mestres.
PERGU
NTA
GE CP P1 P2 P3 P4 M AE
Quais
os
assuntos
são
tratados
nas
reuniões
de pais
e
mestres
e o que
a escola
faz para
atrair
estes
pais
para as
reuniões
?
Os assuntos
a serem
tratados são
as disciplinas
e
metodologia
s a serem
aplicadas no
ano letivo,
mostrar que
a relação
será
duradoura e
produtiva e
que haverá
momento
para atender
os pais que
precisam
conversar
sobre algum
problema,
pois é muito
A
reunião
trata de
assunto
s
pertine
ntes ao
ensino
e
aprendi
zagem
do
aluno.
Realiza
dinâmic
a e
exposiç
ão de
alguma
s
atividad
es
realizad
O
comporta
mento do
aluno,
rendimen
to
escolar e
o que
atrair os
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muitas
das vezes
é o
program
a do
governo
o Bolsa
Família
São
trata
dos
assu
ntos
sobre
o
dese
mpe
nho
escol
ar e a
gran
de
atraç
ão é
o
Bols
a
Famí
lia.
Bols
a
Fam
ília
Indiscipl
ina,
rendime
nto
escolar e
projetos
desenvol
vidos
pela
mesma.
O
comporta
mento do
aluno,
rendiment
o escolar
e o que
atrair os
pais
muitas
das vezes
é o
programa
do
governo o
Bolsa
Família
O
comporta
mento do
aluno,
rendiment
o escolar
e o que
atrair os
pais
muitas
das vezes
é o
programa
do
governo o
Bolsa
Família
34
importante,
no entanto,
mostrar que
a
aprendizage
m só
acontece se a
escola, o
aluno e
família
trabalharem
juntas.
as pelos
os
alunos.
FONTE: Dados da pesquisa, 2019.
Percebe que os pais na maioria são motivados pelo o programa bolsa família do
Governo Federal, muitas delas o sustento de casa vem através deste programa, e quando
o aluno não participa das aulas o número de faltas acaba cancelado o recebimento do
salário no mês. Percebeu também que a escola fala muito sobre o mal comportamento
dos seus alunos e isso acaba desmotivando os seus pais a irem as reuniões, eles querem
ver algo diferentes na escola e não o que eles já sabem.
Diante disso Reis afirma que,
A escola nunca educará sozinha, de modo que a responsabilidade educacional
da família jamais cessará. Uma vez escolhida a escola, a relação com ela
apenas começa. É preciso o diálogo entre escola, pais e filhos. (REIS, 2007,
p. 6)
É preciso que a escola possa manter com a família um dialogo motivador que
a incentive a participar da vida escolar dos seus filhos, criando assim estratégias que
visem a participação de todos.
Nesse sentido falando sobre a falta de motivação e resistência por partes das famílias a
irem a escolas dos seus filhos, surgiu o seguinte questionamento:
Quadro 7- Os desafios encontrados pela família para vim a escola
PERGUNT
A
GE CP P1 P2 P3 e P4 M AE
Você
acredita que
algumas
famílias,
apesar da
abertura que
a escola
oferece,
possuem
algum tipo
Sim,
diz
ainda
que
por
motiv
os dos
filhos
não
terem
Sim, muitos
pais por
diversos
motivos que
vão além do
sócio
econômico,
ao nível
educacional
muitos não se
Sim por
causa do
mau
comporta
mento do
aluno
Sim,
questõ
es
sociais
o
trabalh
o e os
fazere
s de
casa.
Sim, a
maioria
das
famílias.
Sim por
causa do
mau
comporta
mento do
aluno
Sim por
causa do
mau
comporta
mento do
aluno
35
de
resistência
em vir até a
escola? Em
caso
afirmativo,
quais os
motivos
para isso?
um
bom
compo
rtame
nto na
escola
.
interessa
como
deveriam no
ensino
aprendizage
m da criança.
FONTE: Dados da pesquisa, 2019.
Já que me chamou atenção foi a resposta do Professor (P4), pois ele disse que
muitas vezes os pais não aparecem na escolar por questões sociais, como a falta de
tempo, muitos deles trabalham o dia todo e quando chegam em casa já é a noite e com
isso o tempo é escasso e ainda falou que poderia ser também o baixo nível de
escolaridade, pois as vezes não ter conhecimentos em certas demandas da escola acaba
ficando com vergonha de não poder entender a situação e com isso prefere não ir a
escola. Paro (2000), reforça que é preciso atrair os pais à escola.
[...] a direção, a coordenação e vários professores acreditam na necessidade
da participação e buscam atrair os pais para ela. O que se acredita é que a
permanência desse clima e a concretização positiva da experiência com os
pais e os servidores da escola criem uma cultura de participação que seja
favorável a um processo escolar de maior qualidade e de proveito para os
objetivos do ensino (p. 119).
É preciso que os pais participem ativamente da vida escolar dos seus filhos, a
escola sozinha não consegue fazer tudo, não consegue impor regras sobre o aluno, a
indisciplina e os valores que são aprendidos no ambiente familiar se perdeu, o respeito
pelo o outro já se não tem mais, os alunos estão cheios de direitos impostos pela
sociedade e os deveres estão escassos. A escola pública cada vez mais vem perdendo
sua autonomia sobre o aluno, os professores cada dia desmotivados, sem animo para
trabalhar seus conteúdos que são planejados com carinhos e amor durante toda semana
para serem aplicados em sala de aula. É preciso envolvimento dos pais mais com os
estudos dos seus filhos, é preciso que os pais deleguem responsabilidades aos seus
filhos, precisam falar aos seus filhos que a priorização deles é o estudo, pois isso ajuda
no equilíbrio emocional e fortalece a relação escola-família.
3.4 A GESTÃO ESCOLAR E A FAMÍLIA: UMA PARCEIRA FUNDAMENTAL NO
PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA CRIANÇA
36
A gestão escolar é umas das principais pontes que liga a relação família e escola,
constituindo um elo histórico, a relação entre si é importante para a aprendizagem dos
alunos e para a formação dos conselhos que são formados a partir da participação dessas
famílias. É preciso que a escola caminhe junta com a família, a sua efetivação no
ambiente escolar faz se necessário não só para a aprendizagem do aluno, mas para a que
o aluno sinta-se importante e que ele tem sim valor para seus familiares, pois a
formação cognitiva, afetiva, emocional e de valores sociais precisam deste apoio
familiar. A função da família em dá atenção necessária aos seus filhos promove a
criança o saber, pois a inserção da família pode e deve estar inserida no ambiente
escolar enquanto agentes norteadores, auxiliando a escola nas suas atribuições diárias
compartilhando responsabilidades entre si. Para Moreira (2006, p. 46), “[...] as práticas
familiares aliadas ao trabalho na escola criam outras possibilidades de comunicação nas
quais todos aprendem, reavaliando valores e vivenciando novas experiências
comunitárias”.
As crianças quando tem o apoio familiar nas suas tarefas diárias escolares,
desenvolvem mais suas potencialidades adquirindo novos aprendizados significativos,
para sua formação intelectual e cognitiva, levando para o ambiente escolar os exemplos
aprendidos com seus familiares, suas culturas, suas crenças e seus valores essências para
seu próprio desenvolvimento enquanto cidadão. Diante das práticas pedagógicas
desenvolvidas na escola para atrair as famílias buscou-se saber quais os tipos de
participação são mais efetivos nesse ambiente escolar. Os participantes (GE), (CP),
(P1), (P2), (P3), (AU) e (ME) afirmaram que essa participação era espontânea por partes
das famílias, exceto o professor (P4) que disse que a participação era imposta, ou seja, o
individuo era obrigado a fazer parte de algumas situações. Percebemos que a família
participação das ações desenvolvidas na escola para os bons desempenhos dos alunos e
que essa família buscava a escola sem precisar ser chamados.
(...) A criança, cuja família participa de forma mais direta no cotidiano
escolar, apresenta um desempenho superior em relação àquela onde os pais
estão ausentes do seu processo educacional. Ao conversarem com o filho
sobre o que acontece na escola, cobrarem dele e ajudarem- no afazer o dever
de casa, falarem para não falta á escola, tirar boas notas e ter o hábito de
leitura, os pais estarão contribuindo para ter a obtenção de notas mais altas.
(BRASIL,2004).
A participação dos pais na vida escolar dos seus filhos é de fundamental importância no
processo de ensino- aprendizagem. Por tanto buscou-se saber dos participantes o
seguinte questionamento:
37
Quadro 8- Formas de registro da participação das famílias nas reuniões.
PERGUNTA GE CP P1, P2, P3 3 P4 M AE
A escola
registra a
participação de
alguma forma e
a presença dos
pais que
buscam a
escola? Em
caso
afirmativo, de
que forma?
Sim, com
registros em
atas.
Sim,
através de
atas e
lista de
presença.
No livro de ata. Sim,
através de
lista de
presença e
fotos.
Sim. Através
de lista de
presença e
ata.
FONTE: Dados da pesquisa, 2019.
É visto que escolar registra essa participação nas atas de reuniões de pais e
mestres em atas e lista de presenças e que ainda eram relacionados nestas atas os
conteúdos que eram falados nas reuniões como: horário de chegada do aluno,
fardamento, a merenda escolar, o comportamento dos alunos na escola, os materiais
utilizados por eles, livros didáticos, cadernos entre outros. E ainda para fortalecer mais a
participação da família na escola a mesma buscar junto a comunidade escolar promover
ações que os envolvam no processo de ensino e aprendizagem dos seus filhos como:
1- Bazar solidário;
2- Feira de conhecimentos;
3- Sorteios de cestas básicas;
4- Datas comemorativas;
5- Gincanas envolvendo a participação deles nas atividades desenvolvidas
durante a semana estudantil;
6- Palestras com o apoio do Posto de Saúde da Família ( PSF) da própria
comunidade
Como dentista, médico e enfermeiros.
7- Palestras com os próprios alunos
8- Palestras sobre a prevenção do mosquito da dengue com o apoio do pessoal
da endemia.
A escola também como é um espaço de socialização poderia junto com a sua
comunidade trazer mais ações como:
1- Mostra cultura;
38
2- Mostra de poesia
3- Concursos de redação;
4- Cursos de pequena duração para os pais,
5- Cursos de fotografias, entre outros.
A gestora escolar afirma que as parceiras com os órgãos públicos ajudam a
escola para o fortalecimento do vinculo com a família, essa parceira resulta no processo
de aprendizagem significativo e positivo do aluno, ela ainda afirma que a escola não
pode caminhar sozinha é preciso compartilhar responsabilidades que possam ajudar um
aos outros.
Paro (1997), afirma:
Uma estrutura administrativa da escola adequada à realização de objetivos
educacionais de acordo com os interesses das camadas trabalhadoras, deve
também prever mecanismos que facilitem e estimulem a participação dos pais
e membros da comunidade em geral nas decisões aí tomadas (p. 102).
A escola como um espaço de socialização e interação, precisa propor a sua
equipe um diálogo único, onde todos falem a mesma língua que é os objetivos
educacionais a serem alcançados durante ao ano letivo, envolvendo nesse processo a
participação dos pais na vida escolar dos seus filhos. O sucesso de uma criança depende
diretamente do processo de socialização dos ambientes ao qual eles estão inseridos, é
importante que as instituições familiares e escolares cumpram cada um seu papel de
formar pessoas capazes de caminhar com suas próprias ideias e objetivos. Nesse
sentido,
Independentemente de suas modificações no decorrer da história, a escola foi
a instituição que a humanidade criou para socializar o saber sistematizado.
Isto significa dizer que é o lugar onde, por princípio, é veiculado o
conhecimento que a sociedade julga necessário transmitir às novas gerações.
(BRASIL, Consed, 2009)
A gestão escolar ela é o alicerce fundamental que liga a escola com a família, é
preciso parceria entre esses ambientes, pois os professores são grandes profissionais
importantíssimos na formação dos alunos. A escola junto com sua equipe tem a função
de oportunizar a família o dia-a-dia vivido nas salas de aulas, é preciso que a família
conheça o espaço onde seus filhos estudam e os professores que estão ensinando seus
filhos, pois muitas vezes os pais não sabem nem o nome do professor. Essa participação
é indissociável para gestão escolar que buscar o fortalecimento das ações praticadas na
escola pelos alunos e que favoreça a sua própria aprendizagem com o apoio de sua
família. Para LIBÂNEO (2001, p. 222),
39
Para que a escola tenha uma comunidade de aprendizagem precisa adotar
uma estrutura organizacional e processo de gestão respeite e valorize o
desenvolvimento das competências de todos, pois, essas competências são
meios valiosos para que cada membro aprenda a se expressar, enfrentar
problemas, capacidade de comunicação liderança e acima de tudo perceba a
escola como uma cultura organizacional.[...] de um lado, a organização como
uma construção social envolvendo a experiência subjetiva e cultural das
pessoas; de outro, essa construção não como um processo livre e voluntário,
mas mediatizado pela realidade sociocultural e política mais ampla, incluindo
a influência de forças externas e internas marcadas por interesses de grupos
sociais sempre contraditórios e, às vezes, conflituosos. Tal visão busca
relações solidárias, formas participativas, mas também valoriza os elementos
internos do processo organizacional – o planejamento, a organização, a
gestão, a direção, a avaliação, as responsabilidades individuais dos membros
da equipe e a ação organizacional coordenada e supervisionada [...]
A gestão escolar percebe que os alunos trazem consigo os exemplos vivenciados
no ambiente familiar, que muitas das vezes acaba refletindo no processo de ensino, e
com isso a escola busca nos seus alunos conhecer cada um, o jeito de falar, as atitudes,
os exemplos, a sua maneira de ser, para que possa traçar os objetivos que serão
desenvolvidos durante o tempo de convivência com eles no ambiente escolar. A relação
família e escola devem ser uma parceira continua, na qual as ações pedagógicas sejam
voltadas para a educação excepcional do aluno, em um ambiente afetivo, agradável,
receptivo e formador de pessoas com o propósito de uma educação de qualidade e para
todos.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa teve como foco principal a relação família e escola, abordando a
questão da participação das famílias na escola e como a gestão escolar atendia a essas
famílias. Nesta pesquisa percebeu-se que a escola buscar integrar a família no processo
de ensino e aprendizagem para que os alunos tenham um rendimento escolar eficaz, mas
infelizmente essa participação da família na escola não é satisfatória, além de várias
práticas desenvolvidas pela escola para atraí-la o número de pais presentes na escola é
insuficiente para o número de alunos matriculados nela. Muitos pais alegam que os
fatores sócios educacionais e sociais impedem a ida deles para a unidade escolar, muitos
deles dizem que trabalham o tempo todo e que buscar manter a alimentação diária dos
seus filhos, dificultando assim sua participação na vida escolar dos seus filhos, outros
dizem que não sabem ler e nem escrever e isso acaba também dificultando sua ajuda no
processo de ensino e aprendizagem com seus filhos.
40
A gestão diz que procura sempre entender a situação das famílias em relação ao
ensino e aprendizagem dos seus filhos, pois sem essa participação a escola sozinha não
consegue chegar ao objetivo traçado é preciso sim o apoio dos pais e para isso a escola
proponhe estratégias junto com a equipe escolar que possa motivar a participação dos
pais na vida escolar dos seus filhos, pois não só a escola tem responsabilidade a família
também tem um papel importante e transformador na educação escolar dos seus filhos.
Os professores participantes na pesquisa, a merendeira e a auxiliar escolar enfatizar
ainda que se a participação dos pais na vida escolar dos seus filhos fosse positiva, o
aprendizado seria satisfatório para todos os envolvidos, com tudo quando a família
participa os alunos tem mais responsabilidade em procurar desenvolver suas atividades
diárias, pois eles percebe que os pais estão preocupados com os resultados que eles irão
obter durante o processo de ensino e aprendizado.
Sabemos que a escola não pode caminhar só, ela é um ambiente de socialização
que busca juntamente com a família dividir responsabilidades no que tange no processo
de aprendizado. Quando a escola abre o seu espaço para a família é possível ter uma
parceria positiva, buscando um elo afetivo e cognitivo do sujeito que está sendo
moldado pelos ambientes social e transformador que é a escola e a família. Assim, essa
transformação quando feita por esses ambientes é possível perceber que o objetivo foi
alcançado, contribuindo assim para uma sociedade mais justa e igualitária, é possível
perceber que quando o ambiente molda uma criança de forma positiva, ela certamente
será um adulto com valores éticos e morais, de forma a buscar seus próprios objetivos
na sociedade, fazendo um bom uso de seus conhecimentos adquiridos nos ambientes
formador na qual estava inserido.
Portanto, pode-se concluir que a escola e a família precisam está conectadas,
cada uma com a sua função e com suas responsabilidades em pro de um só objetivo que
é o aprendizado da criança e o seu desenvolvimento afetivo e cognitivo, pois cada uma
precisa entender o seu papel, a escola de desenvolver nos alunos uma educação formal e
sistematizada, que possa privilegiar o conhecimento científico e a família na formação
de valores que serão essências para o individuo então cidadão na sociedade, pois é
dentro do ambiente familiar que o indivíduo tem seus primeiros contatos.
41
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2000.
44
APÊNDICE
APÊNDICE A – Roteiro de entrevista
FACULDADE MARIA MILZA
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
Caro participante o roteiro abaixo tem por objetivo realizar um levantamento de dados
para um trabalho de pesquisa que tem como título:A RELAÇÃO FAMÍLIA –
ESCOLA: A PARTICIPAÇÃO DA FAMÍLIA EM UMA ESCOLA DO ENSINO
FUNDAMENTAL ANOS FINAIS NO MUNICIPIO DE MARAGOGIPE-BA. O
propósito do trabalho é refletir sobre dos desafios encontrados pela gestão escolar para a
inserção da família em uma escola do ensino fundamental II do Município de
Maragogipe-Ba.Agradeço a sua contribuição ao passo que solicito a autorização da
utilização das informações prestadas.
Como formar de manter o sigilo, você não precisa se identificar (NÃO colocar nome),
por isso fique à vontade para ser o mais fiel possível em suas respostas.
I Dados gerais
Idade____________ Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino
II Formação
( ) Ensino Médio/Técnico ( ) Superior completo ( ) Superior incompleto
( ) Superior com pós-graduação
III Tempo de atuação na instituição
( ) Até dois anos ( ) Até cinco anos ( ) Até 10 anos ( ) Acima de 10 anos
IV Função na instituição:_______________________________________________
***
1. A escola abre o espaço para a presença da família? Em caso afirmativo, como isso é
feito?
2. Qual a forma mais recorrente que a escola utiliza para chamar esses pais para
participarem?
3. Com que frequência a escola realiza reunião de pais e mestres? Como se dá essa
participação das famílias? A escola tem uma estimativa de presença das mesmas?
4. Quais os assuntos são tratados nas reuniões de pais e mestres e o que a escola faz para
atrair estes pais para as reuniões?
5. A escola registra a participação de alguma forma e a presença dos pais que buscam a
escola? Em caso afirmativo, de que forma?
45
6. É possível observar algum tipo de diferença no comportamento, postura, atitudes, ou
rendimento entre os alunos que os pais estão presentes na escola e os que não estão?
Quais?
7. Você acredita que algumas famílias, apesar da abertura que a escola oferece, possuem
algum tipo de resistência em vir até a escola? Em caso afirmativo, quais os motivos para
isso?
8. Qual a sua opinião acerca da presença dos pais na escola dos seus filhos?
9. Quais os tipos de participação são mais efetivos nesse ambiente escolar?
( ) Participação espontânea por parte das famílias;
( ) Participação imposta (o indivíduo é obrigado a fazer parte de alguma situação;
(. ) Participação voluntária (os próprios participantes definem sua própria organização
e estabelecem seus objetivos e métodos de trabalho)? Por quê?
46
APÊNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(conforme Resolução CNS no 466/2012)
A senhora está sendo convidada a participar do estudo: Relação Família –
Escola: a participação da família em uma escola de ensino fundamental anos finais
no município de Maragogipe-Ba.
O estudo justifica-se decorrente da minha experiência enquanto professor de
uma escola municipal do fundamental anos finais do Distrito de Coqueiros Maragogipe-
Ba em que foi perceptível a necessidade de investigar a ausência da família no ambiente
escolar, bem como, criar estratégias para inserção dessas famílias no âmbito
educacional.
. É de suma importância um estudo aprofundado sobre como está sendo a
execução do PACTO/PNAIC nas escolas, para que seja possível a desconstrução de
elementos que comprometem uma educação de qualidade que contribuirá de forma
significativa para os indivíduos.
Assim, o objetivo geral da pesquisa é refletir sobre os desafios encontrados pela
gestão escolar para a inserção da família em uma escola do Ensino Fundamental II do
município de Maragogipe – Ba. e tem como objetivos específicos: conhecer quais os
principais motivos identificados pela gestão escolar para ausência da família, verificar a
existência de ações por parte da gestão escolar que incentive a participação da família
na escola, discutir a relação entre a gestão democrática e a participação da família na
escola
Será concedido um prazo adequado, para que a senhora possa refletir ou
consultar familiares, ou ainda terceiros, para ajudar na tomada de decisão quanto a sua
adesão à pesquisa.
Sugiro-lhe que a senhora leia atentamente este termo de consentimento, em toda
sua íntegra, antes de decidir sobre a sua participação voluntária na pesquisa.
A senhora poderá se recusar a participar do estudo, ou retirar seu consentimento
a qualquer momento, sem precisar justificar, e caso desejar sair da pesquisa, tal fato não
terá prejuízos para a senhora.
A sua privacidade será respeitada, ou seja, seu nome ou qualquer outro dado ou
elemento que possa, de qualquer forma, identificá-la, será mantido em sigilo. Caso a
47
senhora se sinta a vontade em participar da pesquisa, informamos que duas vias deste
termo de consentimento livre e esclarecido serão assinadas, na página final, pela
senhora e pela pesquisadora responsável por a pesquisa Silvia Karla Almeida dos
Santos, orientadora, e pela acadêmica pesquisador Antônio Carlos Almeida de Jesus,
contendo rubricas dos mesmos em todas as folhas do referido termo.
A senhora não terá direito a qualquer remuneração por sua participação na
pesquisa; entretanto, quaisquer despesas decorrentes da participação na pesquisa serão
reembolsadas e caso ocorra algum dano decorrente da sua participação no estudo, a
senhora será indenizada, conforme determina a lei.
Os pesquisadores envolvidos com o referido projeto são Silvia Karla Almeida
dos Santos e Antonio Carlos Almeida de Jesus, respectivamente, Professora Orientadora
do projeto e aluno do curso de Licenciatura em Pedagogia, ambos da Faculdade Maria
Milza. A senhora poderá manter contato com eles pelos telefones 075 9 8806-7438 ou
075 99812-0353. Dúvidas também poderão ser esclarecidas junto ao Comitê de Ética
em Pesquisa com Seres Humanos da FAMAM, pelo telefone (75) 3638-2549,
localizado na Rodovia BR 101. Km 215- Zona Rural Sungaia, no município de
Governador Mangabeira – Ba.
A pesquisa não apresenta qualquer tipo de risco, exigirá apenas disponibilidade
de tempo para realização da entrevista.
Como benefícios advindos da participação na pesquisa pode-se citar, a
colaboração na ampliação do debate acerca dos elementos que envolvem o processo de
alfabetização e as políticas educacionais para o ensino fundamental.
Após realização da pesquisa, os instrumentos de coleta de dados com os
registros de informações dos participantes da pesquisa serão arquivados pelos
pesquisadores responsáveis, por 5 anos. Os participantes poderão ter acesso aos
resultados da pesquisa, assim como os resultados da pesquisa estarão disponibilizados
na biblioteca da FAMAM.
___________________, ______ de _________________ de 2019
_________________________________________
Participantes da pesquisa
____________________________ ________________________________
Silvia Karla Almeida dos Santos Antonio Carlos Almeida de Jesus
Pesquisador(a) responsável Acadêmico (a) Pesquisador (a)