85
FACULDADE TECSOMA Bacharelado em Biomedicina Débora Martins Silva AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DAS ÁGUAS DE BEBEDOUROS DE DUAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO DA CIDADE DE PARACATU – MG, EM RELAÇÃO À PRESENÇA DE COLIFORMES TOTAIS E Escherichia coli. Paracatu 2012

FACULDADE TECSOMA Bacharelado em Biomedicina Débora ...tecsoma.br/biomedicina/tcc's/1-2012/debora.pdf · Aos colegas de turma por dividirem os momentos difíceis e alegres, nos quais

Embed Size (px)

Citation preview

  

FACULDADE TECSOMA Bacharelado em Biomedicina

Débora Martins Silva

AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DAS ÁGUAS DE BEBEDOUROS DE DUAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO DA CIDADE DE PARACATU – MG, EM

RELAÇÃO À PRESENÇA DE COLIFORMES TOTAIS E Escherichia coli.

Paracatu 2012

  

Débora Martins Silva

AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DAS ÁGUAS DE BEBEDOUROS DE DUAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO DA CIDADE DE PARACATU – MG, EM

RELAÇÃO À PRESENÇA DE COLIFORMES TOTAIS E Escherichia coli.

Monografia apresentada ao curso de Biomedicina da Faculdade TECSOMA como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Biomedicina. Orientadora Temática: Cláudia Peres da Silva. Orientador Metodológico: Geraldo B. B. de Oliveira.

Paracatu 2012

  

Silva, Débora Martins S586 Avaliação microbiológica das águas de bebedouros de duas

instituições de ensino da cidade de Paracatu – MG, em relação à presença de coliformes totais e Escherichia Coli. / Débora Martins Silva. Paracatu, 2012.

85f. Orientador: Cláudia Peres Silva Monografia (Graduação) – Faculdade Tecsoma, Curso de

Bacharel em Biomedicina.

1. Saneamento ambiental. 2. Qualidade da água. 3. Microbiologia. 4. Coliformes. I. Silva, Cláudia Peres. II. Faculdade Tecsoma. III. Título.

CDU: 579.2:628

  

Débora Martins Silva

AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DAS ÁGUAS DE BEBEDOUROS DE DUAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO DA CIDADE DE PARACATU – MG, EM

RELAÇÃO À PRESENÇA DE COLIFORMES TOTAIS E Escherichia coli.

Monografia apresentada ao curso de Biomedicina da Faculdade TECSOMA como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Biomedicina.

___________________________________________________ MSc. Cláudia Peres da Silva (Coordenadora do Curso e Orientadora) –

Faculdade TECSOMA

___________________________________________________ Geraldo Benedito B. de Oliveira (Orientador Metodológico) – Faculdade

TECSOMA

___________________________________________________ MSc. Márden Estêvão Mattos Júnior (Professor Convidado) – Faculdade

TECSOMA

Paracatu, 20 de junho de 2012.

  

Dedico este trabalho àqueles que são carentes de

educação, saúde e cidadania.

Reconheço que sozinha nada sou e nada faço,

e não chegaria até aqui sem o meu maior exemplo de vida,

sem o carinho e os ensinamentos

dos meus pais José Pedro e Divina;

sem o amor e o apoio do meu namorado,

meu anjo, Mauricio Keller.

Amo muito vocês!!

Espero que este trabalho sirva como um primeiro incentivo

aos que se interessam por essa questão

e queiram mudar a qualidade de vida de

muitos dos nossos irmãos de pátria.

  

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela minha vida e por todas as oportunidades que me

proporcionou.

Aos meus pais pelo amor, apoio incondicional e compreensão pelos

momentos de ausência.

Aos meus familiares por sempre me apoiarem.

Aos meus amigos por terem estado presente em grandes momentos da

minha vida e por entenderem os momentos que não pude estar ao lado.

Ao meu namorado Mauricio pela disponibilidade, compreensão, amor,

dedicação. Obrigada por tudo!

Aos colegas de turma por dividirem os momentos difíceis e alegres, nos

quais crescemos juntos. Aprendi muito com todos vocês! Sou muito feliz por

vocês fazerem parte da minha vida!

À colega e amiga, Débora Andrade, a antipática mais empática que já

conheci... Obrigada pela mão, ou melhor, pelo dedinho amigo (risos), pela

cumplicidade, amizade e descontração.

À professora Rita Medeiros, obrigada pelo carinho e amizade. Aprendi

muito com você. És muito especial! Um exemplo!

À professora Cláudia pela orientação, ensinamento, carinho,

competência e seriedade.

Aos professores que passaram por minha vida pelos valiosos

ensinamentos partilhados. Obrigada por tudo!

Á todos que participaram direta ou indiretamente deste trabalho e/ou da

minha vida, nestes 4 anos ou que em algum momento me desejaram

felicidades e sucesso.

  

“Nem tudo o que escrevo resulta numa realização, resulta mais numa tentativa. O que também é um prazer. Pois nem tudo eu quero pegar. Às vezes, quero apenas tocar. Depois, o que toco às vezes floresce e os outros podem pegar com as duas mãos.” (LISPECTOR, 2010).

  

RESUMO

A água é um nutriente necessário a vida, porém pode ser uma potencial via de

transmissão de doenças, devido sua capacidade de veiculação de

contaminantes. As crianças compõem um grupo de risco para doenças

transmitidas por veiculação hídrica. Nesse contexto, destaca-se a importância

do conhecimento da qualidade destinada ao consumo de escolares, pois a

escola é o local onde as crianças passam parte do dia e fazem a ingestão de

uma grande quantidade de água. O objetivo deste estudo foi avaliar a

qualidade da água consumida pela comunidade escolar da cidade de Paracatu-

MG, através da análise microbiológica para determinação de coliformes totais e

termotolerantes, tendo como parâmetro a Portaria MS 2914/2011. Foram

coletadas 10 amostras de água, em dois pontos distintos, torneira da ponta de

rede e bebedouros. Para a análise utilizou-se a técnica de membrana filtrante.

Os resultados revelaram que todas as amostras apresentaram-se dentro do

padrão legal em vigor, não sendo detectada a presença de coliformes em

nenhuma delas. No entanto, alguns dados obtidos durante a pesquisa revelam

a necessidade de uma maior atenção à limpeza e manutenção dos

reservatórios, bebedouros e filtros das escolas de Paracatu.

Palavras-chave: Qualidade da água. Coliformes. Saneamento ambiental e

saúde.

  

ABSTRACT

Water is a nutrient necessary for life, but can be a potential route of disease

transmission due to its capacity for carrying contaminants. Children make up a

group at risk for diseases transmitted by waterborne. In this context, we

highlight the importance of knowing the quality intended for the consumption of

school because school is where children spend most of the day and are eating

a lot of water. The aim of this study was to evaluate the quality of water

consumed by the school community in the city of Paracatu-MG, using

microbiological analysis for determination of total and fecal coliforms, with the

parameter to the MS 2914/2011. We collected 10 water samples at two different

points, tap the edge network and drinkers. For the analysis used the membrane

filtration technique. The results revealed that all samples were within the current

legal standard was not detected the presence of coliform bacteria in any of

them. However, some data obtained during the research show the need for

greater attention to cleanliness and maintenance of reservoirs, water fountains

and filters Paracatu schools.

Keywords: Water quality. Coliform. Environmental sanitation and health.

  

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Molécula da Água....................................................................

21

FIGURA 2 – Pontes de Hidrogênio entre Moléculas de Água.....................

22

FIGURA 3 – Membrana Filtrante................................................................. 47

  

LISTA DE FOTOGRAFIAS

FOTOGRAFIA 1 – Bebedouro em Escola Pública Municipal de Paracatu –

MG..................................................................................................................

43

FOTOGRAFIA 2 – Torneira da Ponta da Rede em Escola Pública

Municipal de Paracatu – MG..........................................................................

44

FOTOGRAFIA 3 – Bebedouro em Escola Particular de Paracatu – MG.......

44

FOTOGRAFIA 4 - Torneira da Ponta da Rede em Escola Particular de

Paracatu – MG............................................................................................... 45

  

LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 – Doenças Transmitidas pela Água.........................................

30

QUADRO 2 - Padrão Microbiológico para Água Potável............................. 36

  

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Resultado do Teste de Presença/Ausência para Coliformes

Totais..............................................................................................................

50

TABELA 2 – Resultado do Teste de Presença/Ausência para Coliformes

Termotolerantes.............................................................................................. 51

  

LISTA DE SIGLAS APHA – American Public Health Association (Associação Americana de Saúde

Pública)

AWWA – American Water Works Association (Associação Americana de

Trabalhos sobre Água)

COPASA – Companhia de Saneamento de Minas Gerais.

EPM – Escola Pública Municipal

EP – Escola Particular

Funasa – Fundação Nacional de Saúde

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ISO – International Stardartization Organization (Organização Internacional

para Padronização)

MS – Ministério da Saúde

OMS – Organização Mundial da Saúde

ONU – Organização das Nações Unidas

Sinvas – Sistema Nacional de Vigilância Ambiental em Saúde

Unicef – Fundo das Nações Unidas para a Infância

USEPA – United States Environmental Protection Agency (Agência de

Proteção Ambiental Norte Americana)

  

Vigiágua – Vigilância Ambiental Relacionada à Qualidade da Água para

Consumo Humano

WEF – Water Environment Federation (Federação Ambiental da Água)

  

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 16 1.1 Justificativa.......................................................................................... 19 1.2 Objetivos.............................................................................................. 20 1.2.1 Geral.................................................................................................. 20 1.2.2 Específicos........................................................................................ 20 2 REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................... 21 2.1 Água...................................................................................................... 21 2.1.1 Disponibilidade................................................................................. 23 2.2 Saneamento Ambiental e Saúde........................................................ 25 2.3 Condições Ambientais e seus Impactos na Infância....................... 32 2.4 Padrões de Qualidade da Água para Consumo Humano................ 35 2.5 Microrganismos Indicadores de Contaminação da Água............... 37 2.5.1 Coliformes Totais e Termotolerantes............................................. 39 3 METODOLOGIA...................................................................................... 41 3.1 Delineamento do Estudo.................................................................... 41 3.2 Procedimentos Metodológicos.......................................................... 41 3.2.1 Cenário do Estudo............................................................................ 41 3.2.2 Local da Pesquisa............................................................................ 42 3.2.3 Delimitação do Público Alvo........................................................... 43 3.2.4 Coleta de Dados............................................................................... 43 3.2.5 Preparação do Campo..................................................................... 45 3.2.6 Coleta das Amostras........................................................................ 46 3.2.7 Implicações Éticas........................................................................... 46 3.2.8 Método de Análise da Água - Colimetria Total e Escherichia coli – Teste de Presença/Ausência pela Técnica de Membrana Filtrante...................................................................................................... 47 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................... 49 4.1 Dados Observacionais........................................................................ 49 4.2 Dados Analíticos................................................................................. 50 5 CONCLUSÕES........................................................................................ 54 5.1 Sujestões de Estudo........................................................................... 54 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................... 56 REFERÊNCIAS........................................................................................... 57 APÊNDICE.................................................................................................. 61 ANEXOS..................................................................................................... 64

16  

1 INTRODUÇÃO

A água é um nutriente fundamental para a existência da vida, uma vez

que, é o componente de maior abundância das células, ocupando cerca de

65% de todo o volume celular, sendo portanto, participante de todas as reações

químicas do corpo humano. Fora desse contexto, a água também é

considerada recurso essencial à vida por propiciar as condições de existência

no planeta, representando dois terços da composição física do mesmo.

(RÊGO, 2006; CASTANIA, 2009; PONGELUPPE et al., 2009).

Pessoas adultas ingerem, diariamente, grandes quantidades de água,

em média 2,4 litros. Essa quantidade é necessária para o mantenimento do

equilíbrio hidrossalino, que por sua vez é indispensável para a homeostase

corpórea. No entanto, apesar do seu valor, a água, mesmos em pequenas

quantidades, pode conter microrganismos capazes de provocar danos graves à

saúde do homem. (RÊGO, 2006). Nesse sentido, Castania (2009) explica que,

o contato com água de consumo indevidamente tratada expõe o organismo

humano a diversos microrganismos patogênicos, justificando assim, a

monitoração das condições sanitárias da água como fator indispensável para o

mantenimento de uma boa saúde.

Segundo Araújo, Baraúna e Meneses (2009, p.2), “a água tratada

adequadamente constitui o melhor investimento em benefício à saúde e traz

como resultado uma rápida e sensível melhoria da saúde e das condições de

vida.” Dessa forma, a qualidade da água é fundamental para a prevenção de

doenças e promoção da saúde. (CARDOSO et al., 2007).

A questão qualidade da água para consumo humano data da

antiguidade, porém foi vista como interesse para a saúde pública somente no

final do século XIX, onde até então, somente eram avaliadas características

organolépticas da água, não tendo importância outros aspectos. Assim, a partir

do século XX foram estabelecidos os primeiros padrões e normas de qualidade

para a água de consumo humano. No Brasil, as primeiras normas surgiram na

década de 70, dando responsabilidade quanto a qualidade da água, ao Estado

e a Nação, assegurando dessa forma a adequada gestão dos recursos hídricos

e o seu uso consciente. (BESSA FREITAS; FREITAS, 2005; SILVEIRA, 2011).

Hoje, no país, está em vigor a Portaria MS n.º 2914/2011, que estabelece os

17  

procedimentos e responsabilidades quanto à vigilância da qualidade da água

de consumo e o seu padrão de potabilidade, visando atender as normas

nacionais e internacionais atuais, como Standard Methods for the Examination

of Water and Wastewater, de publicação da American Public Health

Association (APHA), American Water Works Association (AWWA) e Water

Environment Federation (WEF); ao United States Environmental Protection

Agency (USEPA); às normas publicadas pela International Standartization

Organization (ISO); e às metodologias propostas pela Organização Mundial de

Saúde (OMS). (DOMINGUES et al., 2007; BRASIL, 2012).

Um dos importantes parâmetros de avaliação das condições sanitárias

da água, preconizado pela portaria em vigor, é a análise microbiológica. A água

utilizada para abastecimento público e consumo deve atender a determinados

requisitos, visto a grande quantidade de doenças de veiculação hídrica

causadas por diferentes microrganismos. Essas condições sanitárias são

monitoradas através das análises das bactérias do grupo coliforme (totais,

termotolerantes/Escherichia coli) que são os principais indicadores de

contaminação fecal, uma vez que, estão relacionados à rota fecal-oral, e esta

por sua vez é intimamente vinculada aos esgotos domésticos. (SILVEIRA,

2011; GODINHO, 2010). Sob o ponto de vista microbiológico, e de acordo com

a Portaria MS n.º 2914/2011, a água é considerada potável quando da

ausência de coliformes totais e termotolerantes em uma amostra de 100 mL.

(BRASIL, 2012).

Apesar dos avanços no desenvolvimento de políticas públicas de

saneamento básico, as doenças de veiculação hídrica ainda são freqüentes em

países emergentes, como o Brasil, devido às precárias condições de

saneamento básico a que a população está exposta. (SCURACCHIO, 2010;

SILVEIRA, 2011). Castania (2009) afirma que a Organização das Nações

Unidas (ONU) registra todas as semanas, cerca de 40 mil óbitos ocasionados

por doenças relacionadas com a baixa qualidade da água e ausência de

saneamento. Freitas, Brilhante e Almeida (2001) declaram que doenças

diarréicas de veiculação hídrica são responsáveis por surtos epidêmicos, em

países em desenvolvimento, e contribuem para uma alta taxa de mortalidade

infantil. Ainda sob essa óptica, Castania (2009, p. 25) complementa:

18  

As crianças são as que mais sofrem com doenças e desnutrição agravadas por condições inadequadas de saneamento. Estima-se que a falta de saneamento resulte em uma morte infantil a cada 20 segundos, ou 1,6 milhões por ano. O aumento do acesso a esgoto e água potável pode reduzir em um terço as mortes por diarréia em crianças no mundo.

Para Moura e outros [2002?] as crianças, especialmente as com idade

inferior a 3 anos, são mais suscetíveis a essas doenças pela alcalinidade do

sistema gastrointestinal. Já, para Castania (2009) essa suscetibilidade se deve

ao fato de as crianças possuírem um sistema imunológico imaturo. Castania

ainda firma sobre a importância do controle e monitoramento regular da

qualidade da água que abastece escolas e creches, devido o papel desses

ambientes nessa situação.

Moura e outros [2002?] ressaltam que o ambiente escolar, por

representar a segunda casa da criança, visto que a mesma permanece nesse

ambiente durante um terço do seu dia, deve ter um monitoramento periódico da

qualidade da água oferecida, com vista a garantir a melhoria da qualidade de

vida no aspecto saúde pública, através da correção ou prevenção das

situações indesejáveis.

Em suma, a água de boa qualidade, livre de microrganismos

patogênicos, em conjunto com uma melhoria nos serviços de tratamento e

monitoração, implica diretamente na melhoria da saúde populacional. E, falhas

na proteção e tratamento efetivo vulnerabilizam as pessoas às doenças.

(CASTANIA, 2009).

Nesse contexto, é importante ressaltar a necessidade de monitoramento

da água utilizada no abastecimento público, e suas condições sanitárias para

que a mesma não ofereça nenhum tipo de risco à saúde populacional. Além da

verificação das condições de reservatórios e filtros, garantindo que os mesmos

não interfiram na qualidade da água. (SCURACCHIO, 2010).

Atento a tais questões, o presente trabalho, tem por finalidade verificar a

qualidade bacteriológica da água utilizada para consumo, nos bebedouros de

escolas da cidade de Paracatu MG, uma vez que, crianças, compõem um

grupo de risco para doenças de veiculação hídrica. Além disso, espera-se que

com os dados obtidos, esse trabalho se torne uma ferramenta útil para

autoridades sanitárias no auxílio a planejamentos de ações de profilaxia em

19  

escolas e demais locais que utilizam água de bebedouros para consumo, a fim

de se evitar situações que ponham em risco a saúde da população.

1.1 Justificativa

O Projeto Avaliação Microbiológica das Águas de Bebedouros de duas Instituições de Ensino da Cidade de Paracatu-MG, em Relação à Presença de Coliformes Totais e Escherichia coli tem como proposta de

ação o conhecimento da qualidade da água que é consumida por escolares de

duas instituições de ensino, uma de dependência administrativa municipal e

outra de administração privada, através da aferição da presença de coliformes

fecais e termotolerantes, como preconiza a portaria nº 2914/2011 do Ministério

da Saúde.

O projeto objetiva, além do tema proposto, fazer um comparativo entre

os resultados encontrados nessas instituições, correlacionando com a

realidade higiênico-sanitária e administrativa de cada uma.

Busca analisar a importância do monitoramento e controle da água,

segundo os parâmetros microbiológicos, para se evitar riscos à saúde

provenientes do comprometimento da qualidade dessa água, principalmente a

água de abastecimento escolar, sobretudo em escolas que possuem ensino

infantil, pois, as crianças apresentam uma maior predisposição às doenças de

curso hídrico por terem um sistema imunológico ainda em desenvolvimento.

(CASTANIA, 2009).

Abranger questões do cuidado com a água de consumo e os reflexos

desses cuidados para a saúde pública.

Ampliar os conhecimentos e contribuir para ampliação das medidas de

promoção da saúde e prevenção de doenças de veiculação hídrica que,

segundo uma estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), essas

doenças, todos os anos, matam pelo menos 25 milhões de pessoas no mundo.

(ZANCUL, 2006).

20  

1.2 Objetivos

Tendo em vista que a saúde humana depende da boa qualidade da

água de consumo, objetiva-se, por meio deste estudo:

1.2.1 Geral

Avaliar a presença ou ausência de coliformes totais e Escherichia coli na

água consumida por escolares da cidade de Paracatu-MG.

1.2.2 Específicos

Analisar a qualidade da água consumida em bebedouros de duas

escolas, uma da rede pública e uma da rede privada, por meio de indicadores

microbiológicos (coliformes totais e/ou coliformes termotolerantes) nas

amostras, confrontando os achados das duas instituições participantes.

Identificar riscos que possam existir ligados a veiculação hídrica como

transmissora de enteropatógenos a escolares.

Fornecer subsídios que possam ser úteis para o controle e

monitoramento da água consumida por escolares.

21  

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Na atualidade muito se discute sobre a qualidade da água disponível

para consumo no planeta e políticas públicas de saneamento e a suas relações

para a qualidade de vida. Em todo o mundo, a compreensão dessas relações

só aconteceu a partir da metade do século XIX.

2.1 Água

A água é o composto de maior abundância na natureza, sua molécula é

composta por dois átomos de hidrogênio (H) e um de oxigênio (O), H2O (FIG.

1). Apresenta características físicas, químicas e biológicas que podem variar de

acordo com o local e as condições em que a mesma se encontra. (SILVA,

2009).

Figura 1 – Molécula da Água

Fonte: FREITAS, 2012.

Quando comparada ao ambiente atmosférico, a água possui maior

densidade, calor específico muito grande, riqueza em nutrientes orgânicos e

inorgânicos, maior resistência a passagem da luz e uma alta capacidade de

dissolução das substâncias em geral. É o único não-metal, inorgânico, que se

mantém em estado líquido sob a pressão e temperatura normal do planeta.

Todas essas peculiaridades da água são explicadas através da sua estrutura

molecular, pela existência das pontes de hidrogênio (ligações de um átomo de

oxigênio de uma molécula com um átomo de hidrogênio de outra) (FIG. 2).

22  

Figura 2 – Pontes de Hidrogênio entre Moléculas de Água

Fonte: FREITAS, 2012.

As pontes de hidrogênio promovem uma alta coesão de suas moléculas,

o que evita a sua volatização à temperatura ambiente e possibilita uma maior

resistência às mudanças de temperatura, sendo essa alta capacidade térmica o

principal controlador do aquecimento ou arrefecimento do planeta, deixando-o

em condições propícias à vida. O que caracteriza a água como constituinte

fundamental ao mantenimento da vida sobre a Terra, e desse meio que a

condiciona. (GOMES; CLAVICO, 2005).

Como visto, a água é um composto essencial à vida. É também

indispensável ao organismo humano, por ser fundamental ao funcionamento

das atividades celulares e orgânicas. (GREGHI, 2005). Portanto, sua qualidade

está diretamente relacionada às condições de saúde.

Nas atividades humanas, a água é utilizada de forma direta, quando da

sua ingestão, tendo a função de suprir as necessidades fisiológicas, além de

ser utilizada para a higienização corpórea. É também muito utilizada em outras

atividades como, na higienização de utensílios, na agricultura, na indústria,

como meio de transporte, nas atividades de lazer, no abastecimento público, na

produção de energia elétrica, etc., atestando sua importância vital. (CASTANIA,

2009).

Mesmo sendo o fator principal de sustentação da vida e extremamente

importante para o desenvolvimento sócio-econômico e cultural, a água doce e

limpa é um recurso escasso e limitado, e, a ameaça de sua falta já é uma

realidade em algumas regiões do mundo em que não existem reservas de água

doce. De acordo com a ONU, cerca de 250 milhões de pessoas, em 26 países,

23  

têm dificuldades na obtenção de água. (RÊGO, 2006). Em sua totalidade, a

água doce do planeta corresponde a 40x1015 de litros, representando apenas

2,493% de toda água existente no planeta, sendo que somente 0,007% desse

valor estão distribuídos na atmosfera (lagos, rios, terras úmidas, umidade do

ar) e podem ser efetivamente utilizados para suprir o largo espectro das

atividades humanas; o restante da água doce do planeta distribui-se em

geleiras e aquíferos profundos de difícil acesso. (GOMES, CLAVICO, 2005;

MACHADO, 2003; TORQUATO, 2007).

Essa quantidade de água presente na Terra mantém-se quase que na

mesma proporção há milhões de anos, sendo o ciclo hidrológico responsável

pelo seu mantenimento quantitativo através da sua renovação constante.

(TORQUATO, 2007). Porém, “a quantidade de água que evapora a cada dia

não é suficiente para repor o que se consome.” (RÊGO, 2006, p. 7). Tornando

o aumento do consumo da água nas atividades desenvolvidas pelo homem e o

desenvolvimento sócio-econômico e populacional, fatores preocupantes nos

dias atuais, uma vez que geram fortes pressões na qualidade e quantidade dos

recursos hídricos, alterando o ciclo natural e produzindo ciclos antrópicos da

água, que interferem nas suas características, consequentemente na sua

qualidade e quantidade. (TORQUATO, 2007).

Espera-se um crescimento de 75% no consumo de água no mundo para

o ano de 2025, o que representa um volume de 2.879 a 5.187 Km³ por ano.

(TORQUATO, 2007). Com base nesses dados, é perceptível um grave

comprometimento da água potável do planeta. Para Machado (2003), o

consumo humano de água duplica a cada 25 anos e atualmente mais de 1,3

bilhão de pessoas sofrem pela falta de água doce no mundo, segundo esse

mesmo autor, essa escassez progressiva faz com que a água se torne cada

vez mais cara, tornando-a um bem econômico propriamente dito.

2.1.1 Disponibilidade

Em termos globais a quantidade de água doce seria suficiente para

todos, porém, a sua distribuição não se dá de forma equitativa, existindo

grandes variações de disponibilidade nas diferentes regiões do globo terrestre,

acarretando situações díspares, onde essa disponibilidade de água é baixa e a

24  

densidade populacional alta e vice-versa, ou então, a quantidade de água

disponível é alta, porém o consumo também. (TORQUATO, 2007). De toda

essa problemática, a mais preocupante é a do consumo indiscriminado da

água. O uso da água no desenvolvimento das atividades humanas tem a

tornado um recurso escasso e com qualidade comprometida em alguns

territórios. O lançamento de efluentes e detritos industriais, os desmatamentos

e o assoreamento de mananciais superficiais têm parcela significativa para tal

situação. Nos países em desenvolvimento essa situação é ainda pior, o

adensamento populacional nas cidades, o crescimento das áreas periurbanas,

a falta de políticas ambientais e recursos financeiros dificultam o abastecimento

de água em quantidade e qualidade. (BRASIL, 2006). Nesses países, a maioria

das doenças (mais de 80%), e um terço das mortes acontecem devido às más

condições sanitárias da água de consumo. (SILVA, 2009).

No ano de 2000 os relatórios da Organização Mundial da Saúde (OMS)

e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) sobre a “Situação

Global de Suprimento de Água e Saneamento” revelaram que apesar de todas

as medidas tomadas para a melhoria dos serviços de abastecimento de água e

saneamento nos países em desenvolvimento, estas ainda não são suficientes,

pois muitas pessoas não são atingidas pelas mesmas. Ainda de acordo com

esse relatório, 2,4 bilhões de pessoas no mundo vivem em condições

inaceitáveis de saneamento, e 1,1 bilhão não tem sequer saneamento básico.

Existe uma estimativa que até o ano de 2025 2/3 da população mundial

enfrentarão problemas hídricos. (TORQUATO, 2007). As projeções da ONU

também são negativas, de acordo com a organização, até 2050 quase metade

da população do mundo não terá sequer a cota mínima diária de 50 litros de

água por pessoa para seu suprimento básico. (RÊGO, 2006).

No cenário mundial, o Brasil é visto como um país privilegiado uma vez

que é detentor de aproximadamente 12% de toda a água doce superficial

disponível, mas não difere do restante do mundo na questão da distribuição

irregular dos seus recursos hídricos; 70% da água do país estão localizadas na

região Amazônica, onde se encontra apenas 7% da população; os outros 30%

dos recursos hídricos brasileiros estão disponíveis para o atendimento dos

outros 93% da população, sendo que, a região Sudeste é a mais populosa e

25  

conta com apenas 6% dos recursos hídricos, e a região Nordeste, com 28, 91%

da população, dispõe de 3,3% da água. (MACHADO, 2003).

Apesar das razões geológicas da distribuição de água, os potenciais

hidrológicos do Brasil são extremamente favoráveis para diversos usos, no

entanto, a água como recurso natural renovável está sob constante ameaça no

país devido os acelerados processos de urbanização, o desenvolvimento

industrial e tecnológico, que são acompanhados por grande poluição e

degradação ambiental. (MACHADO, 2003; CASTANIA, 2009). Além de tais

fatos, a distribuição de água tratada no Brasil também é contrastante, variando

de acordo com o nível de desenvolvimento de cada região. A região sudeste,

por exemplo, possuim 87,5% de domicílios que são detentores de rede

distribuidora de água; já a região nordeste conta com apenas 58,7% de

atendimento. (RÊGO, 2006).

Em virtude de tal realidade, solidificou-se no país um vasto conceito de

saneamento ambiental, tendo no seu conjunto de ações o abastecimento de

água, a coleta e o tratamento do esgoto sanitário, resíduos sólidos, manejo de

águas pluviais urbanas, controle de vetores, dentre outras. Vinculando dessa

forma o abastecimento de água ao conceito limpeza, envolvendo assim,

política de água à política de saneamento e de meio ambiente, que, ao

contrário de alguns anos atrás, em que o uso da água era tido como prioritário

na geração de energia. (MACHADO, 2003).

2.2 Saneamento Ambiental e Saúde

Segundo definição no dicionário Aurélio, a palavra sanear significa tornar

são, habitável, sanar, remediar, restituir ao estado normal. (FERREIRA, 2001).

Para a OMS, sanear é o mesmo que controlar os fatores existentes no meio

físico que prejudicam ou possam vir a prejudicar o homem em relação ao seu

bem estar físico, mental ou social. Sendo assim, a expressão saneamento

básico constitui um conjunto de ações fundamentais, que visam a melhoria da

qualidade de vida e a saúde; são medidas como o abastecimento de água,

coleta e disposição dos esgotos sanitários, controle da poluição atmosférica e

sonora, além do saneamento dos alimentos, habitações e do local de trabalho.

(CASTANIA , 2009).

26  

As ações de saneamento ambiental inclui como atividade primordial o

fornecimento de água para a população em quantidade suficiente e qualidade

enquadrada nos padrões de potabilidade; coleta do esgoto gerado pela

população e disposição compatível com a assimilação suportada pelo meio

ambiente; manejo de resíduos sólidos até sua disposição final; drenagem

pluvial e controle de vetores. (RAZZOLINI; GÜNTHER, 2008).

Essas ações são importantíssimas na proteção à qualidade de vida,

pois, é através delas que uma nação consegue qualidade em saúde pública,

um meio ambiente salutar, e consequentemente, um completo bem estar

social. (CASTANIA, 2009).

A Organização Mundial da Saúde estabelece que saúde seja o completo

bem estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças; e que

desfrutar de um melhor estado de saúde é um direito fundamental de todos os

seres humanos. E destaca que, qualidade de vida e meio ambiente estão

intrinsecamente relacionados, podendo a saúde ambiental interferir de forma

direta sobre a saúde humana e o bem estar. (SOUZA; BAPTISTA, 2008).

A relação saneamento e saúde remontam às mais antigas culturas. Há

relatos encontrados em documentos escritos em 4000 anos a.C. de métodos

para a melhoria do aspecto estético e sensorial da água. (BESSA FREITAS;

FREITAS, 2005). Hipócrates, nos séculos III e IV a.C., já ressaltava a

importância da seleção de bons mananciais para o abastecimento

populacional, como forma de manter uma boa saúde. (SCURACCHIO, 2010).

No Velho Testamento são descritas diversas práticas sanitárias do povo judeu,

como o cuidado com a integridade da água, bem como da sua importância para

a limpeza e prevenção de doenças. (CASTANIA, 2009).

Na Grécia antiga, os gregos utilizavam de técnicas para a melhoria da

qualidade da água, como a filtração, exposição ao sol e a fervura; e, mesmo

motivados apenas pelo aspecto estético da água, eles já demonstravam de

forma empírica a relação entre a água e o estado de saúde. (BESSA FREITAS;

FREITAS, 2005).

Outras evidências de hábitos higiênicos na antiguidade foram

encontradas em ruínas de uma grande civilização com mais de 4000 anos,

situada ao norte da Índia. Nessas ruínas foi identificada a presença de

27  

banheiros, além de sistemas de coleta de esgoto sanitário nas edificações, e

drenagem nos arruamentos. (CASTANIA, 2009).

Contudo, todos esses conhecimentos ficaram esquecidos, pois nunca

chegaram a todos os povos, uma vez que eram restritos apenas às pessoas

que poderiam buscar por estudos e deter de maiores conhecimentos. (BRASIL,

2004).

Assim, os avanços na compreensão da relação água contaminada e

doenças só aconteceram a partir da metade do século XIX. Um dos grandes

nomes responsáveis por firmar essa relação é o do epidemiologista John

Snow, que em 1855 conseguiu provar que o surto de cólera que ocorria em

Londres naquela época, se deu pela contaminação dos poços de

abastecimento público com esgoto. Já em 1880, Louis Pasteur demonstrou

pela Teoria dos Germes que microrganismos poderiam transmitir doenças

através da água. E, também nessa época, alguns cientistas descobriram que a

água turva não estava relacionada apenas a aspectos estéticos, que o material

particulado poderia estar indicando a presença de organismos patogênicos e

matéria fecal. (BESSA FREITAS; FREITAS, 2005).

Então, a partir dessas descobertas científicas, no final do século XIX e

início do século XX começaram a surgir os primeiros sistemas coletivos de

saneamento, apresentando uma significativa melhoria na qualidade de vida dos

povos beneficiados. (CASTANIA, 2009). Nessa mesma época, os Estados

Unidos começou a empregar a filtração lenta como estratégia para a melhoria

da qualidade da água, e alguns anos mais tarde, a empregar o processo de

cloração. No Brasil, somente a partir da década de 70 surgiram as primeiras

normatizações de saneamento e qualidade da água. (BESSA FREITAS;

FREITAS, 2005).

O Decreto Federal nº 79.367 de 1977, foi a primeira norma de

potabilidade criada no país, na qual dava competência ao Ministério da Saúde

para determinação dos padrões de potabilidade da água utilizada no consumo

humano, instituída através da portaria nº56 que, de acordo com essa, as

Secretarias de Saúde eram as responsáveis por se fazer cumprir essas normas

de potabilidade. Após sua criação, a portaria nº 56 foi revisionada duas vezes,

e então, em 29 de dezembro de 2000, foi publicada uma nova portaria, MS nº

1469, que além de estabelecer o controle e a vigilância da qualidade da água

28  

para o consumo humano e os padrões de potabilidade, tinha como principal

inovação a classificação dos tipos de sistema de abastecimento de água,

atribuindo precisamente as responsabilidades desses sistemas aos órgãos

vigilantes e às empresas responsáveis pelo abastecimento. Em 2004, essa

portaria foi revogada e então passou a vigorar a portaria nº 518, que reproduzia

a portaria nº 1469 na sua integralidade. (RÊGO, 2006). Tal portaria foi

revogada em 12 de dezembro de 2011, e substituída integralmente pela

portaria nº 2914, que, dentre as mudanças ocorridas, destaca-se a

obrigatoriedade por parte das empresas de abastecimento do encaminhamento

de relatórios das análises dos parâmetros mensais, trimestrais e semestrais

com informações sobre o controle de qualidade da água às autoridades de

saúde pública dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. (BRASIL,

2012).

Nos nossos dias, muito já se sabe sobre a relação saneamento e saúde,

e que muitas das doenças que afligem a humanidade estão relacionadas às

condições inadequadas de saneamento. Sabe-se que a água é um dos

principais vetores na transmissão dessas doenças, uma vez que tem uma

ótima capacidade solvente, sendo capaz de transportar contaminantes

químicos e biológicos. (SCURACCHIO, 2010). Um bom exemplo disso é o alto

índice de incidência de doenças de veiculação hídrica, como as parasitoses

intestinais, hepatite A, febre tifóide, cólera, desinterias bacilares e amebianas,

responsáveis por surtos epidêmicos e elevada taxa de mortalidade infantil.

(CASTANIA, 2009; GREGHI, 2005; TORQUATO, 2007). De acordo com Grassi

(2001), anualmente, no mundo, são registrados mais de 250 milhões de casos

de doenças de transmissão hídrica, resultando em milhões de mortes de

indivíduos com baixa resistência, especialmente as crianças, que são vítimas

em 50% dos casos. Dados do Datasus revelam que, entre 1995 e 1999, houve

3,4 milhões de internações no Brasil por doenças atribuídas às condições

ambientais deficientes. (RAZZOLINI; GÜNTHER, 2008).

No país, são registradas todos os anos, cerca de 20 mil mortes de

crianças com menos de 5 anos de idade, devido à diarréias, vômitos e

desnutrição, provocadas pelo consumo de água contaminada. Esse número tão

alto deve-se principalmente ao fato de que pelo menos 54% das residências do

país não possuírem os serviços de saneamento básico. (GREGHI, 2005). No

29  

ano 2000, aproximadamente 18 milhões de brasileiros que viviam nas áreas

urbanas, não tinham acesso ao abastecimento público de água; 93 milhões

sem coleta de esgoto sanitário e 14 milhões não tinham o serviço de coleta de

resíduos sólidos. Já nas áreas rurais, 13,8 milhões de pessoas não contavam

com serviço de distribuição de água e 16,8 com serviço de esgotamento

sanitário. (RAZZOLINI; GÜNTHER, 2008). Porém, uma pesquisa realiza pelo

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE mostra que em 2005

houve uma queda de quase 32% na taxa de mortalidade infantil em relação ao

ano de 1995, evidenciando uma leve melhoria das condições de habitação e

saneamento básico no país. (TORQUATO, 2007).

No âmbito mundial, estimativas retratam que 24% das doenças e 23%

das mortes prematuras são resultados da exposição a ambientes sem as

mínimas condições sanitárias. A OMS e a Unicef relatam em uma publicação

que 90,5% das mortes por diarréia aguda, em países subdesenvolvidos, são de

pessoas com idade inferior a 15 anos. (RAZZOLINI; GÜNTHER, 2008).

Essas moléstias relacionadas com água, do ponto de vista ambiental e

da saúde pública, são agrupadas em cinco classes: a) disseminadas e b)

transmitidas através da ingestão da água, no qual o agente patogênico é

ingerido junto com a água, acarretando no aparecimento e desenvolvimento da

doença; c) através da passividade de algumas doenças serem transmitidas

durante a higiene pessoal, pelo contato com a água; d) o vetor utiliza a água

presente no ambiente para parte de seu desenvolvimento evolutivo; e) por falta

de higiene pessoal e doméstica, por deficiência no abastecimento ou não ter

acessibilidade. (TORQUATO, 2007; RAZZOLINI; GÜNTHER, 2008). Sendo

que, a maioria dessas enfermidades de veiculação hídrica são causadas pela

ingestão de microrganismos patogênicos, principalmente os de origem entérica,

transmitidos pela rota feco-oral – excretados nas fezes de humanos ou animais

infectados e ingeridos por outros através da água ou alimentos contaminados

com a água. Essas doenças estão entre as que produzem maior efeito sobre a

saúde humana, caracterizadas por estados mórbidos complexos, desidratação

e morte. (CASTANIA, 2009; TORQUATO, 2007).

30  

Quadro 1 – Doenças Transmitidas pela Água

Grupo de Doenças Doença Via de Saída do Corpo Humano

Via de Entrada do Corpo Humano

Transmitidas pela água

Cólera

Febre Tifóide

Leptospirose

Giardíase

Amebíase

Hepatite B

F

F

F

F

F

F

O

O

P.O.

O

O

O

Controladas pela limpeza da água

Escabiose

Bouba

Lepra

Piolhos e tifo

Tracoma

Conjuntivite

Sepsia Dérmica

Desinteria Bacilar

Salmonelose

Diarréias por antivírus

Febre para-tifóide

Ascaridíase

Tricurose

Enterobiose

Ancilostomose

C

C

N(?)

B

C

C

F

F

F

F

F

F

F

F

F

C

C

?

B

C

C

C

O

O

O

O

O

O

O

O.P.

Associadas a água

Esquistossomose

urinária

Esquistossomose

retal

Drancunculose

U

F

C

P

P

O

Vetores de doenças relacionados com água

Febre Amarela

Dengue

Encefalite por

Arbovírus

Filariose Bancroft

Malária

B

B

B

B

B

B mosquito

B mosquito

B mosquito

B mosquito

B mosquito

Doenças associadas ao destino de dejetos

Necatoriose

Clonorquíase

Difilobotríase

F

F

F

P

Peixe

Peixe

F= Fezes; O= Oral; P= Percutâneo; C= Cutâneo; B= Picada; N= Nariz; S= Saliva. Fonte: CASALI, 2008.

31  

Nos países emergentes, as más condições de saneamento e de

qualidade da água acarretam em surtos epidêmicos e um alto número de

mortalidade de crianças. Na América Latina, 80% das doenças registradas

estão associadas com a qualidade da água. (TORQUATO, 2007).

Pode-se firmar assim que a problemática do saneamento está

intimamente ligada ao modelo sócio-econômico praticado. O crescimento

populacional em todo mundo, também é fator determinante, pois exerce

pressão sobre a infra-estrutura de saneamento, uma vez que a mesma não

cresce com o mesmo ritmo para atender as necessidades da população.

Fazendo, deste modo, se justificar a preocupação com as práticas sanitárias

para a promoção da saúde. (TORQUATO, 2007).

A fim de encontrar um caminho para responder às ameaças emergentes

à saúde e suprir essa necessidade de ação para a promoção da saúde da

população mundial, ao longo dos anos foram realizados grandes debates e

conferências internacionais para discussão e apresentação de propostas para

questão da saúde e sua promoção; com destaque para a 1ª Conferência

Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde, promovida pela OMS em

1978, que resultou na confecção da Declaração de Alma-Ata, na qual vários

países se comprometiam em garantir saúde para todos até o ano 2000. Dentre

os muitos importantes eventos, voltados para o campo da promoção da saúde,

que ocorreram ao longo da história moderna, outro evento internacional que

merece destaque ocorreu em 1986 no Canadá, a 1ª Conferência Internacional

sobre a Promoção da Saúde, da qual resultou na Carta de Ottawa, outro

importante documento que ressalta a promoção da saúde para a melhoria da

qualidade de vida. (CASTANIA, 2009).

A realização desses e de vários outros eventos em todo o mundo, com a

abordagem saúde e integração com o meio ambiente e desenvolvimento

sustentável, tem reflexos positivos na atualidade. No Brasil, por exemplo, foram

contribuidores para a maior compreensão da integração das atividades de

saneamento nas ações de saúde pública, resultando numa valorização das

práticas de saneamento e de educação ambiental na proteção da saúde

populacional. (CASTANIA, 2009).

Essa fixação do conceito saneamento nas novas políticas públicas é

fundamental no novo modelo de desenvolvimento urbano, voltado para a

32  

melhoria da qualidade dos serviços prestados a população, para que se possa

alcançar o desafio de proporcionar, de forma equânime, os benefícios do

saneamento a todos os povos, e contribuir para a minimização das

desigualdades sociais e a maximização da cidadania, assegurando assim, as

condições básicas e necessárias para que todos os povos, principalmente as

crianças, sobrevivam e vivam com dignidade. (CASALI, 2008).

2.3 Condições Ambientais e seus Impactos na Infância

A degradação que assola o planeta é a causa morte de milhões de

pessoas, estando as crianças entre as principais vítimas, uma vez que, as

condições de saúde infantil são fortemente influenciadas pelas condições do

meio ambiente, sendo necessárias, medidas especiais de proteção. (FARIAS,

2007; CASTANIA, 2009).

Segundo a OMS, a cada 19 segundos morre uma criança no mundo em

decorrência da falta de água potável e de saneamento básico. A imaturidade

do sistema imune e a maior exposição a contaminantes por peso corporal, se

comparado a uma pessoa adulta, aumenta relativamente a exposição ao risco

tornando-as mais susceptíveis às morbidades. (MONTEIRO; NAZÁRIO, 2000;

CASTANIA, 2009).

Crianças de países em desenvolvimento são as mais atingidas por

doenças diarréicas de veiculação hídrica, devido o mau saneamento e a má

qualidade das águas. Aproximadamente 1,8 milhões de crianças morrem

anualmente por diarréia, e muitas outras ficam a beira da morte. (CASALI,

2008). Para Rêgo (2006), esses números são ainda mais altos e alarmantes,

ele afirma que a OMS registra todos os anos, nos países em desenvolvimento,

1 bilhão de casos de diarréia aguda em crianças, e que, desse número 5

milhões vão a óbito.

As mortes infantis por diarréia registradas no ano de 2004, quando

comparadas à média anual de mortes nos conflitos armados dos anos 90,

superaram em seis vezes a média. (CASALI, 2008).

Na primeira infância as crianças merecem uma atenção especial, é

nessa fase que são desenvolvidos os alicerces da sua saúde futura e também

é quando ocorre o desenvolvimento da maioria do potencial mental que terá

33  

quando adulta. (CASTANIA, 2009). Crianças que são muito aflingidas por

doenças originadas pelo consumo de água imprópria, transferem seus

problemas para o contexto escolar, uma vez que, a fragilidade da saúde

acarreta na diminuição do potencial cognitivo, influenciando de forma indireta, o

desempenho escolar, potencializando um possível abandono prematuro dos

estudos. (CASALI, 2008).

Uma pesquisa realizada por doutorandos da Universidade do Novo

México, nos Estados Unidos, aponta que crianças que não tem acesso às

ações de saneamento básico podem ter essa diminuição no coeficiente de

inteligência, devido o fato de que as mesmas quando afetadas por um agente

infeccioso usam a energia que seria utilizada na atividade cerebral como forma

de compensar o alto custo energético gasto na reposição do dano causado

pelo agente. (CAMARGO, 2011).

E ainda, crianças que são afetadas repetidas vezes por doenças

infecciosas e diarréicas têm maiores probabilidades de desenvolverem

problemas físico, intelectual e econômico. Essas crianças tendem a ser adultos

de estatura baixa, com diminuição cognitiva, e possuírem rendimentos

econômicos mais reduzidos. (CASALI, 2008). Sem contar que, os fatores

socioeconômicos como a educação e o conhecimento de práticas higiênicas

são fundamentais para a proteção ao risco e a diminuição da circulação de

microrganismos patogênicos. (RAZZOLINI; GÜNTHER, 2008). Assim, países

que não investem na melhoria das condições ambientais e de saneamento,

retardam o seu desenvolvimento, pela diminuição da produtividade acarretada

pelo enfraquecimento do capital humano. (CASALI, 2008).

Quando se relaciona as condições ambientais à saúde e as

conseqüências imediatas e tardias, evidencia a importância de se investir de

uma forma diferenciada na saúde da criança, levando em consideração as

suas peculiaridades, para que se possa construir um ambiente e uma

sociedade sustentável. (CASTANIA, 2009).

No entanto, na legislação ambiental brasileira não existe qualquer

diferenciação no tratamento da criança ou do adulto, ambos têm os mesmos

direitos; os padrões de qualidade para o meio ecologicamente equilibrado têm

um caráter geral e não levam em consideração as peculiaridades das crianças.

No Estatuto da Criança e do Adolescente a questão do meio ambiente e do

34  

desenvolvimento infantil também não é tratada de forma expressa. Tais fatos

podem resultar num efeito cada vez mais negativo para o futuro do país, pois o

destino do mesmo depende mais da criança e do adolescente do que dos

adultos, e, é fato que criança alguma pode desenvolver-se plenamente em um

contexto de degradação ambiental. (FARIAS, 2007). De acordo com o relatório “O meio ambiente importa”, apresentado pelo

Banco Mundial em 2005, a América Latina juntamente ao Caribe têm

aproximadamente cem milhões de crianças que vivem em condições

ambientais inaceitáveis, fato que justifica o alto índice de incidência de doenças

e a alta taxa de mortalidade entre os tais. (FARIAS, 2007).

O Brasil, em 2004, registrou uma taxa de morte infantil de 32 crianças

para cada mil nascidas vivas, enquanto nas Américas a taxa foi de 21 para

cada mil. (TORQUATO, 2007). Apesar de alta, se comparada às taxas

brasileiras divulgadas em 1991, que era de 50 mortes para cada mil nativivos,

houve uma queda expressiva. O que, segundo a Unicef, demonstra uma

melhora no saneamento básico e na atenção à saúde da criança, no país.

(CASTANIA, 2009).

O pequeno aumento do acesso ao saneamento básico no Brasil,

registrado entre os anos 1990 e 2004, demonstra um ritmo muito lento da

expansão dos serviços no país, e revela que muito ainda precisa ser feito,

principalmente o investimento em pesquisas direcionadas à saúde da criança,

principalmente aquelas em idade escolar, pois, levando em consideração que a

escola é tida como uma extensão da casa da criança, pois é o local onde passa

grande parte do seu dia, faz alguma de suas refeições diárias e ingere boa

quantidade de água, faz-se necessário um monitoramento da qualidade da

água oferecida a elas, a fim de se identificar possíveis poluentes, evitando

dessa maneira, o consumo de uma água imprópria, contribuindo para a

promoção da saúde de escolares; e, principalmente por existir na literatura

científica do país, pouquíssimos estudos sobre o tema (RÊGO, 2006; CASALI,

2008; CASTANIA, 2009). Além de que, a igualdade de oportunidades só

acontece através da educação, e a qualidade desta, está muito relacionada às

condições sanitárias que a escola oferece, pois tem influência direta sobre a

saúde e o bem estar do aluno.

35  

2.4 Padrões de Qualidade da Água para Consumo Humano

Água de qualidade é aquela que atende aos padrões de potabilidade

dispostos em leis estabelecidas por órgãos responsáveis, que tem como

propósito primário para exigência da qualidade, a proteção à saúde pública.

Toda a água utilizada no abastecimento público deve ser potável, mas não

quimicamente pura, pois é necessário que essa água, antes de chegar ao seu

destino final, passe por processos de purificação numa estação de tratamento,

que garantirão a sua qualidade através da eliminação ou da redução da

concentração mínima de constituintes nela presentes que possam oferecer

riscos à saúde. (CASALI, 2008; RÊGO, 2006).

A qualidade da água pode ser avaliada através de parâmetros físicos,

químico, microbiológicos e organolépticos. Através das características

microbiológicas pode se determinar o grau de contaminação da água, e, por

meio da identificação do microrganismo contaminante, pode-se definir a origem

dessa contaminação, sendo essas características, através da observância do

padrão de coliformes, o mais importante ponto para a medicina preventiva,

configurando em um imperativo elementar ao controle sanitário coletivo.

(RÊGO, 2006; SILVA, 2009). As características físico-químicas e

organolépticas não possuem tanta relevância sanitária, são utilizadas para a

caracterização da água e a escolha específica do tratamento, e, na melhoria

dos aspectos estéticos e sensoriais, respectivamente. (SILVA, 2009).

A portaria MS nº 2914, de 12 de dezembro de 2011 estabelece as

normas de controle e vigilância da qualidade da água para consumo no Brasil,

o padrão de potabilidade, e dá responsabilidades, sendo o controle de

qualidade obrigação das empresas de abastecimento, e a vigilância da

qualidade, dos órgãos sanitários do governo. (BRASIL, 2012).

De acordo com as normas contidas na portaria nº 2914, a água potável

não deve conter agentes patogênicos de origem fecal, devendo atender a

padrões exigidos, através de alguns parâmetros, tais como:

36  

Quadro 2 - Padrão Microbiológico para Água Potável

PARÂMETRO VALOR MÁXIMO PERMITIDO

Água para consumo humano

Escherichia coli ou coliformes termotoleráveis Ausência em 100 mL

Água na saída do tratamento

Coliformes totais Ausência em 100 mL

Escherichia coli Ausência em 100 mL

Água tratada no sistema de distribuição (reservatório e rede)

Coliformes totais

Sistemas que abastecem menos de 20 mil habitantes por mês: Apenas uma amostra poderá apresentar mensalmente resultado positivo em 100 mL

OU

Sistemas que

abastecem a partir de 20 mil habitantes

por mês: Ausência em

100 mL em 95% das amostras

examinadas no mês Fonte: Adaptado de BRASIL, 2012.

A colimetria, do ponto de vista da saúde preventiva, é extremamente

importante, sendo considerada padrão ouro no controle sanitário. Pois, através

da determinação do índice de coliformes presente na água, veta-se a

possibilidade de contaminação fecal, consequentemente, anula-se a

contaminação por possíveis patógenos (vírus, larvas, ovos, etc.), que poderiam

estar presentes nas fezes; ou impossibilita a sobrevivência desses patógenos,

quando os mesmos alcançam a água por outra via de contaminação, pela falta

de matéria orgânica devido a ausência das fezes. (RÊGO, 2006).

37  

Além dos padrões de potabilidade, que definem os valores máximos

permissíveis para agentes nocivos à saúde, os serviços que proporcionam o

acesso a água potável e segura colaboram para a melhoria da qualidade de

vida e minimização da incidência e prevalência de moléstias infecciosas.

(RAZZOLINI; GÜNTHER, 2008). Assim, foi criado pela Fundação Nacional de

Saúde (Funasa) um programa nacional para monitoramento e controle da

qualidade da água de consumo humano, Vigiágua (Vigilância Ambiental

Relacionada à Qualidade da Água para Consumo Humano), através desse

programa são realizadas ações contínuas de monitoramento, com a finalidade

de garantir à população acesso a água de qualidade, e consequentemente,

promover a saúde. (CASTANIA, 2009).

O Brasil ainda possui o Sistema Nacional de Vigilância Ambiental em

Saúde (Sinvas), que, dentre todas as suas metas, tem como prioridade a

vigilância da qualidade da água para consumo humano. (CASTANIA, 2009).

Embora a existência de programas de vigilância da qualidade da água

seja um avanço, muito precisa ser feito ainda. (BESSA FREITAS; FREITAS,

2005). Porém, é perceptível que o controle e monitoramento da qualidade da

água são importantes para o mantenimento de sua qualidade e na promoção

da saúde populacional, uma vez que, a qualidade da água consumida é um dos

mais importantes alicerces para que se possa alcançar uma boa condição e

proteção da saúde humana. (CASTANIA, 2009).

Assim, é necessário fazer compreender a importância desse

monitoramento dentro de locais públicos, para que se possa garantir água de

qualidade até o ponto de consumo. E que essa responsabilidade não é apenas

do governo ou da companhia distribuidora de água, mas sim de todos. (SILVA,

2009).

2.5 Microrganismos Indicadores de Contaminação da Água

Na água existem microrganismos de ocorrência natural, ou seja, são

autóctones desse ambiente, e não oferecem nenhum risco aos animais ou ao

homem imunocompetente. No entanto, em razão das atividades antrópicas

desordenadas, as águas são poluídas e contaminas com microrganismos

exógenos e potencialmente patogênicos. Esses patógenos (vírus, protozoários,

38  

bactérias e helmintos) são associados então, às deficiências das ações de

saneamento básico, sendo muito comuns em países em desenvolvimento.

(TORQUATO, 2007).

Como visto anteriormente, o padrão de potabilidade da água, disposto

pela portaria 2914/2011-MS, estabelece que esta deve estar livre de

patógenos, coliformes termotolerantes e E. coli. Porém, detectar, identificar e

quantificar os microrganismos patogênicos na água demanda habilidade

técnica, tempo e tem custo elevado. Verificando assim, a necessidade da

utilização de organismos indicadores de contaminação. (TORQUATO, 2007;

SILVEIRA, 2011).

De acordo com Greghi (2005), Rêgo (2006) e Torquato (2007), as

bactérias indicadoras, quando presentes na água, precisam fornecer

informações sobre a contaminação e as condições sanitárias, por isso devem

apresentar características como:

a) serem encontradas em água poluída por fezes de animais

homeotérmicos, e ausentes em água limpa;

b) serem detectadas na água juntamente com microrganismos

patogênicos e não ter característica patogênica;

c) fazerem parte da microbiota intestinal, e serem exclusivos do trato

intestinal de humanos e animais de sangue quente;

d) não serem capazes de se reproduzirem fora do trato intestinal;

e) terem relação quantitativa direta ao grau de contaminação;

f) devem apresentar necessidade e velocidade de crescimento

semelhante a dos patógenos, bem como resistência igual ou superior a

deles;

g) serem em maior quantidade nas fezes e esgoto, do que os

microrganismos patogênicos;

h) serem detectadas por técnicas simples, que não demandem muito

tempo e que tenha boa sensibilidade e especificidade.

No entanto, microrganismos que reúnam todas essas características não

existem, somente poucos grupos de bactérias possuem alguns desses

requisitos que enquadram com os das indicadoras fecais, com destaque, para

39  

os coliformes termotolerantes e E. coli, que são utilizadas para averiguação

sanitária em todo o mundo. (TORQUATO, 2007).

2.5.1 Coliformes Totais e Termotolerantes

O grupo coliforme é composto por vários gêneros de bactérias da família

Enterobacteriaceae (Enterobacter, Citrobacter, Escherichia, Klebsiella). As

bactérias desse grupo são definidas como bastonetes Gram-negativos, não

formadores de esporos, aeróbios ou anaeróbios facultativos, e capazes de

fermentar a lactose com produção de ácido e gás quando incubados a uma

temperatura de 37 ºC em 24-48 hs. (GREGHI, 2005; RÊGO, 2006;

TORQUATO, 2007).

Dos gêneros pertencentes ao grupo, somente a Escherichia coli tem

como habitat exclusivo o trato intestinal do homem e de animais

homeotérmicos, os demais gêneros, além das fezes, são encontrados no solo e

em vegetais, ambientes nos quais são mais resistentes que outras bactérias

patogênicas de origem intestinal como a Shigella e a Salmonella.

Consequentemente, os coliformes totais têm valor sanitário limitado, não

podendo ser utilizados como indicadores obrigatórios de contaminação fecal ou

ocorrência de enteropatógenos, pois os mesmos podem sinalizar uma falha no

tratamento ou contaminação após o mesmo, ou ainda, um excesso de

nutrientes na água. (RÊGO, 2006; TORQUATO, 2007).

O grupo coliforme possui um subgrupo denominando coliformes

termotolerantes, as bactérias desse subgrupo se diferem das outras pela

capacidade de suportar temperaturas mais altas. Tem como principal

representante desse grupo a Escherichia coli, essa bactéria tem a capacidade

de fermentação da lactose e do manitol com produção de ácido e gás a 44 ºC

em 24 horas; produz indol a partir do triptofano, é oxidase negativa, não

hidroliza a uréia e apresenta atividade das enzimas ß galactosidase e ß

glucoronidase. Essas características torna os coliformes termotolerantes os

principais indicadores na avaliação do comprometimento sanitário da água.

(GREGHI, 2005; RÊGO, 2006; TORQUATO, 2007; CASALI, 2008).

Assim, diante do exposto, verifica-se a relevância desse estudo para a

promoção da saúde de escolares, devido o risco apresentado à saúde humana

40  

quando da ingestão de água que apresente comprometimento de sua

qualidade, principalmente pela suscetibilidade dessa faixa etária.

41  

3 METODOLOGIA

O método científico é definido por Marconi e Lakatos (2011) como sendo

um conjunto de atividades sistemáticas e racionais das quais se pode alcançar

um objetivo através do delineamento de um caminho a ser seguido, e que

permite a detecção de erros e auxilia nas tomadas de decisões do pesquisador.

3.1 Delineamento do Estudo

O presente estudo trata-se de uma pesquisa do tipo aplicada, de caráter

descritivo, com características observacionais, embasada em método

quantitativo e qualitativo. (MARCONI; LAKATOS, 2011).

Para Castania (2009), a combinação de métodos quantitativos e

qualitativos em pesquisas, principalmente na área da saúde, são fundamentais

para uma melhor compreensão da realidade social, uma vez que, um método

atua como complemento para o outro, pois enquanto um objetiva o

conhecimento da realidade através de dados, indicadores e tendências

observáveis, o outro auxilia na compreensão através da observação de

funcionamento, representações e hábitos. Dessa forma, a mescla de distintas

abordagens científicas atua como complementaridade na interpretação de

dados para a melhor compreensão do que ocorre no nosso presente.

3.2 Procedimentos Metodológicos

A seguir será descrito todos os meios e medidas utilizadas para que se

pudesse concluir esse estudo.

3.2.1 Cenário do Estudo

O estudo foi desenvolvido na cidade de Paracatu, localizada a Noroeste

da capital do Estado de Minas Gerais, distando desta cerca de 500 km. Ocupa

uma área territorial de 8230 Km², tendo os limites da cidade dados pelos

seguintes municípios: ao norte, Unaí; ao sul, Vazante e Guarda-Mor; ao leste,

42  

João Pinheiro e Lagoa Grande; e, a oeste, Cristalina (GO). (Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística, 2011a)

O município conta com 84.718 habitantes, segundo o censo demográfico

de 2010. (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2011).

Paracatu apresenta uma estrutura econômica sólida e diversificada,

destacando a exploração mineral, através do extrativismo de ouro e zinco, e, a

agropecuária, com a produção de grãos, leite e derivados. (Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística, 2011a).

Em relação ao saneamento, Paracatu conta com 99% da população

abastecida com água de captação superficial e subterrânea, e 79% de

atendimento em coleta de esgoto. Essas atividades são realizadas pela

Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA), em regime contínuo.

(PARACATU, 2008).

Nos últimos anos, o município apresentou altos índices de crescimento e

desenvolvimento, devido principalmente a entrada de grandes empresas

nacionais e transnacionais atraídas pelo dinamismo da economia local.

3.2.2 Local da Pesquisa

De acordo com o cadastro escolar de escolas ativas da Secretaria de

Estado de Educação de Minas Gerais, Paracatu conta com 49

estabelecimentos de ensino público, além de mais 10 escolas autorizadas da

rede privada. (MINAS GERAIS, 2011).

De acordo com o levantamento do número de escolas existentes na

cidade, foram consideradas para o estudo 34 escolas da rede municipal de

ensino e 10 escolas da rede privada, totalizando 44 instituições, das quais,

foram selecionadas uma de cada dependência administrativa.

Para a seleção das instituições, os critérios utilizados foram: estar

localizada na zona urbana, com sede no município, e possuir ensino infantil.

Então, partindo desses critérios de inclusão e utilizando o cadastro da

Secretaria Estadual de Educação, foram escolhidas, de forma aleatória, as

duas instituições participantes do estudo, sendo uma da rede de ensino privada

e outra da rede de ensino pública municipal.

43  

3.2.3 Delimitação do Público Alvo

Esse trabalho científico tem como foco a análise ambiental, porém,

atinge indiretamente a comunidade escolar que faz uso da água de

bebedouros, e a população de um modo geral.

3.2.4 Coleta de Dados

Foi traçada a coleta de amostras de água das 2 instituições

selecionadas para o estudo, de dois pontos distintos: da ponta de rede de

abastecimento público (ligação predial), através da torneira de entrada do local,

uma vez que essa é a “porta de entrada” da água do abastecimento público; e

dos bebedouros localizados em pontos de maior acesso dos alunos. Os pontos

de coleta podem ser visualizados nas Fotografias 1, 2, 3 e 4.

Fotografia 1 – Bebedouro em Escola Pública Municipal de Paracatu – MG.

Fonte: Fotos da autora.

44  

Fotografia 2 – Torneira da Ponta da Rede em Escola Pública Municipal de Paracatu – MG.

Fonte: Fotos da autora.

Fotografia 3 – Bebedouro em Escola Particular de Paracatu – MG.

Fonte: Fotos da autora.

45  

Fotografia 4 – Torneira da Ponta da Rede em Escola Particular de Paracatu – MG.

Fonte: Fotos da autora.

As coletas foram realizadas em uma única fase, no mês de maio de

2012. Justifica-se o fato da programação das coletas durante o período letivo,

pela população em estudo ser composta por escolares. De cada escola foram

coletadas amostras contendo o mínimo de 100 ml de água, sendo uma de cada

bebedouro incluso na pesquisa, e uma da torneira da ponta de rede.

Totalizando 10 amostras, divididas da seguinte forma: 8 amostras coletadas

dos bebedouros, e 2 amostras coletadas diretamente da rede de

abastecimento.

3.2.5 Preparação do Campo

Foi feito contato prévio com a direção das escolas com a finalidade de

explicar o projeto e a sua importância, a fim de se obter a autorização para a

realização do mesmo nas instituições.

Após o esclarecimento acerca do projeto, foi enviado um ofício para os

coordenadores de cada instituição de ensino, para a assinatura do mesmo,

resguardando assim, a permissão para a execução do estudo nas mesmas.

(Apêndice A).

46  

3.2.6 Coleta das Amostras

Diante das autorizações para a realização da pesquisa nessas

instituições, agendou-se as coletas, de modo que as mesmas foram realizadas

em um mesmo dia, durante o período da manhã.

Nos pontos selecionados, as amostras foram coletadas, de acordo com

normas indicadas, em frascos estéreis onde, no momento da coleta, foi

adicionada uma pastilha de tiossulfato de sódio para a inativação do cloro

residual da água.

Inicialmente a torneira era limpa com um algodão embebido em álcool a

70 ºGL, e em seguida era deixada aberta, em pressão máxima, para o

escoamento da água durante 2 minutos, decorrido o tempo, fechava-se a

torneira e abria novamente deixando escoar a água por mais 3 minutos. Após o

tempo de escoamento, foi realizada a coleta da amostra da água, na qual

ocupava todo o volume do frasco de coleta.

Logo em seguida à coleta, o frasco era identificado com o número da

amostra correspondente ao ponto de coleta, hora e data.

As amostras já identificadas foram postas em caixas isotérmicas

contendo gelo e encaminhadas ao laboratório de análise microbiológica, onde

foram mantidas sob refrigeração até o início das análises, não ultrapassando o

período de 24 horas.

As coletas de amostras foram notificadas em uma ficha contento a

identificação da amostra e do local, infra-estrutura, condições higiênico-

sanitárias do ponto da coleta. (Apêndice B).

As análises feitas nessa pesquisa foram realizadas pelo laboratório de

Análise de Água e Efluentes do Centro de Análises Ambiental e Agrícola –

CAMPO, na cidade de Paracatu.

3.2.7 Implicações Éticas

Esse trabalho foi dispensado de submissão ao Comitê de Ética em

Pesquisa por não envolver, de forma direta, seres humanos. Porém, por

questões éticas, foi preservada a identidade das escolas participantes do

projeto.

47  

3.2.8 Método de Análise da Água - Colimetria Total e Escherichia coli – Teste de Presença/Ausência pela Técnica de Membrana Filtrante.

A técnica de membrana filtrante é um método rápido e preciso no

isolamento e identificação de coliformes. Tal técnica baseia-se na filtração da

amostra (de volume conhecido), através de uma membrana filtrante (FIG. 3),

de acetato de celulose ou nitrocelulose, estéril. A membrana possui porosidade

adequada, que permite a passagem da água e retém os microrganismos.

Comumente, a membrana apresenta 0,45 μm de porosidade e 47 mm de

diâmetro. (SÃO PAULO, [2012?]; GREGHI, 2005).

FIGURA 3 – Membrana Filtrante

Fonte: GREGHI, 2005.

Para a filtração, é utilizado um aparelho de consta de um funil de

filtração com tampa, suporte de membrana e frasco coletor. Durante o

processo, os coliformes ficam retidos na superfície da membrana, uma vez que

são maiores que as dimensões dos poros da membrana filtrante. Assim, após a

filtração, a membrana é transferida para a superfície das placas de Petri, com

meio seletivo e diferencial, as quais são incubadas a 35 ± 0,5ºC, durante 24 ± 2

horas, procedendo a quantificação das colônias. Para a diferenciação de

coliformes termotolerantes/Escherichia coli, utiliza-se o meio EC. (SÃO PAULO,

[2012?]; GREGHI, 2005).

48  

Essa metodologia é descrita em publicações de referências

internacionalmente aceitas como o Standard Methods for the Examination of

Water and Wastewater, e preconizada pelos principais órgãos sanitários

brasileiros, como a Fundação Nacional de Saúde e a Agência Nacional de

Vigilância Sanitária.

49  

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com o intuito de avaliar a qualidade da água das escolas selecionadas

para a pesquisa na cidade de Paracatu – MG, as amostras coletadas dos dois

pontos distintos (torneira da ponta de rede e bebedouros) de cada escola foram

submetidas a análises laboratoriais quanto ao parâmetro bacteriológico, além

de ter sido registrado dados observados durante a coleta que, dão

complementaridade aos dados analíticos. Os resultados serão apresentados a

seguir, onde, cada escola é identificada por uma sigla, sendo, a escola da rede

de ensino pública municipal como EPM, e a escola da rede de ensino privada

como EP.

4.1 Dados Observacionais

Concomitante ao período de realização das coletas das amostras foram

observadas as condições de higiene, infra-estrutura e manutenção dos pontos

de coleta.

Em ambas escolas (100%), não foi observada a ocorrência de obras

e/ou reformas durante a coleta de dados. Também não foi registrada a falta de

água em nenhuma das instituições (100%).

Em 100% das escolas havia reservatórios de água, sendo que na EPM

(escola pública municipal) os reservatórios eram do tipo torre de alvenaria, e na

EP (escola particular) instalados sobre a lage.

Segundo informações levantadas, na EPM há mais de 4 anos não é feita

a limpeza dos reservatórios, não é realizada a análise periódica da qualidade

da água, e os filtros dos bebedouros nunca foram trocados, apenas há a

manutenção da parte física (torneiras) quando necessário. Já na EP, também

de acordo com informações fornecidas, é realizada a cada 6 meses, por

empresa terceirizada, a limpeza de todos os reservatórios, e a troca dos filtros

dos bebedouros. Porém, não foram apresentados documentos que

comprovassem essas informações em nenhuma das instituições.

Dos 8 bebedouros utilizados para o estudo, em 100% deles a água era

provinda dos reservatórios e possuíam filtros.

50  

Foi observada a presença de vazamento em 25% dos bebedouros, e

50% das torneiras, sendo todos identificados na EPM. Tal fato evidencia a

necessidade urgente de uma medida corretiva, visto o claro desperdício de

água, fato esse inaceitável devido à importância da mesma à manutenção da

vida e por estar em grande risco de escassez.

As 2 escolas (100%), apresentavam boas condições higiênicas no

momento da coleta, apresentando um ambiente limpo, no entanto, os

aparelhos bebedouros e suas torneiras não aparentavam passar por limpeza

periódica, sendo notado também, que ao utilizar o bebedouro várias crianças

encostavam a boca nas torneiras.

4.2 Dados Analíticos

Os resultados obtidos para análise de presença/ausência de coliformes

totais e termotolerantes para as 8 amostras de água coletadas nos bebedouros

das escolas participantes, indicam que nenhuma das amostras coletadas

apresentou contaminação, assim como nas 2 amostras coletadas das torneiras

que recebem água da rua. Portanto, considerando o padrão legal em vigor para

a qualidade da água para consumo humano, todas as amostras analisadas

estão de acordo com o mesmo.

TABELA 1 – Resultado do Teste de Presença/Ausência para Coliformes Totais

Escolas Amostradas Total de

Amostras Ausência UFC/mL

Escola Pública Municipal 04 04 0

Escola Particular 06 06 0

Total 10 10 0 UFC = Unidade Formadora de Colônia Fonte: Elaborada pela autora.

51  

TABELA 2 – Resultado do Teste de Presença/Ausência para Coliformes Termotolerantes.

Escolas Amostradas Total de

Amostras Ausência UFC/mL

Escola Pública Municipal 04 04 0

Escola Particular 06 06 0

Total 10 10 0 UFC = Unidade Formadora de Colônia Fonte: Elaborada pela autora.

Esses resultados corroboram o de Castania (2009), que também

determinou a ausência de coliformes totais e fecais nas torneiras da cozinha,

bebedouros e torneiras da ponta da rede de 20 escolas públicas.

Silva e Garcia [2011?] também identificaram ausência de coliformes na

água de um bebedouro de uma escola pública. No entanto, ao contrário desses

estudos, os trabalhos encontrados na literatura científica apresentam, em sua

maioria, resultados positivos para esses indicadores, como no estudo de

Araújo, Baraúna, e Meneses (2009), que avaliou as condições sanitárias dos

bebedouros das escolas públicas da cidade de Boa Vista – RO, e, de um total

de 48 amostras de 4 escolas, foi constatado que 16,66% das amostras de água

haviam sido contaminadas por coliformes totais e termotolerantes.

Um estudo realizado na cidade de São Carlos – SP avaliou a qualidade

da água de abastecimento de 31 escolas e creches municipais da cidade,

tendo sido coletadas 186 amostras, sendo 62 amostras da rede, 62 de

reservatórios e 62 de filtros. Na primeira colheita, para coliformes totais, sete

amostras (22,5%) das redes, seis (19,3%) dos reservatórios e seis (19,3%) dos

filtros apresentaram contaminação. Na segunda coleta, apresentaram

contaminação sete (22,5%) amostras das redes, três (9,6%) dos reservatórios

e sete (22,5%) dos filtros. Entre todas as amostras, apenas uma (dos filtros),

apresentou positividade pra coliformes fecais/E. coli. (SCURACCHIO, 2010).

Silveira (2011) verificou a adequação de amostras de água de consumo

humano aos parâmetros microbiológicos de potabilidade, em escolas públicas

do estado do Rio Grande do Sul. Das 124 amostras coletadas, 22,6%

apresentaram contaminação por bactérias do grupo coliforme, sendo a maioria

(85,7%) das torneiras das cozinhas.

52  

Foram avaliados os parâmetros microbiológicos das águas de

bebedouros em 3 escolas da cidade de Pombal – PB, sendo analisados um

total de 15 amostras. Foi detectada a presença de coliformes totais em 100%

das amostras, e coliformes fecais/E. coli. em 26% das amostras. (ARAÚJO et

al, [2011?]).

Um estudo feito em 3 escolas municipais da zona rural do município de

Cruz Alta – RS, objetivou conhecer a qualidade da água consumida nessas

escolas, e revelou que a maioria das amostras coletadas dos bebedouros,

cozinha e saídas dos poços artesianos das 3 escolas, apresentou

contaminação. (BÜCHELE, RIZZARDI, AMARAL, [2008?]).

Uma escola da cidade de Guarulhos teve 3 de seus bebedouros

avaliados quanto a presença de coliformes totais e fecais na água, sendo

utilizadas 5 amostras de cada bebedouro. O estudo revelou que 3 das 5

amostras de um dos bebedouros estavam contaminas com coliformes totais.

(PONGELUPPE et al., 2009).

No estudo realizado por Moura e outros (2002?), no qual objetivou

avaliar a qualidade bacteriológica da água de escolas públicas do Recife.

Foram analisadas 20 amostras (uma de cada escola), das quais sete (35%)

foram classificadas como não potável, sendo que três das sete amostras de

água não potável, ou seja, 42,8% demonstraram contaminação por coliformes

termotolerantes.

Em outro estudo realizado em Salvador – BA, em 83 escolas, sendo 49

municipais e 34 estaduais, atendidas pelo Programa Nacional de Alimentação

Escolar (PNAE), verificou-se que 32% das amostras das escolas estaduais e

22% das amostras das escolas municipais continham bactérias do grupo

coliforme. No conjunto das escolas, 51% não faziam a higienização periódica

dos reservatórios, e 21% não apresentavam revestimento adequado.

(CARDOSO et al, 2007).

Sob o aspecto da saúde pública, os resultados obtidos nessa pesquisa

são positivos e relevantes. No entanto, retratam apenas uma realidade

amostral, e apesar de todas as amostras estarem de acordo com os

parâmetros legais, é necessário que seja realizado o monitoramento da

qualidade da água, e que haja ações educativas e de conscientização das

53  

autoridades para a manutenção regular dos reservatórios e bebedouros

escolares, além do registro dessas atividades.

O fornecimento de forma contínua, de uma água segura, que não

represente risco significativo à saúde, é essencial para a melhoria da saúde

pública. E, definir e manter programas de controle de qualidade é essencial

para tal condição. Essa responsabilidade do fornecimento de água com

qualidade é do estado e do município, e deve ser rigorosamente realizada e

fiscalizada, assegurando o cumprimento das mesmas. (RÊGO, 2006;

CASTANIA, 2009).

54  

5 CONCLUSÕES

A análise bacteriológica demonstrou que a água oferecida aos alunos

através dos bebedouros das instituições participantes da pesquisa pode ser

considerada potável, pois, todas as amostras apresentavam-se de acordo com

a portaria MS 2914/2011, apresentando ausência de coliformes totais e

termotolerantes em 100 mL.

As condições higiênicas do ambiente escolar se mostravam boas, porém

as dos bebedouros, de ambas escolas, não se mostravam adequadas,

demonstrando que os mesmos não são higienizados com regularidade,

favorecendo assim, o contato de sujidades com a água, deixando-a mais

vulnerável a contaminações. Além disso, foram observados vazamentos em

25% dos bebedouros estudados.

Foi observada ausência de laudos de potabilidade e de manutenção dos

reservatórios nas duas instituições.

Assim, fica evidente a necessidade de se estabelecer uma rotina para o

monitoramento e controle da qualidade da água e maior atenção dos

responsáveis com a limpeza, conservação e manutenção do bebedouros, filtros

e reservatórios, para o fornecimento de água em condições adequada aos

escolares.

5.1 Sugestões de Estudos

Através desse estudo, foi possível a observação de situações as quais

possibilitaram chegar a conclusões que podem ser usadas como

fundamentação para posteriores estudos mais aprofundados no assunto, como:

a) estender o período da pesquisa, executando as coletas em mais de

uma fase durante o período letivo, pela possibilidade de variação da

qualidade da água;

b) integrar informações das características físicas, químicas e biológicas

da água, pois cada característica pode sofrer interferência direta de

outra;

55  

c) analisar microbiologicamente as torneiras dos bebedouros, pois as

mesmas estão expostas à sujidade e vulneráveis à contaminação.

56  

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados obtidos nesse estudo demonstram que apesar de não ter

havido a detecção de bactérias do grupo coliforme na água oferecida aos

escolares não significa que não há falhas no sistema de distribuição público ou

nos reservatórios das escolas, e sim que se trata de uma condição daquele

dado momento, e que, portanto, deve-se manter um sistema de monitoramento

da qualidade da água oferecida à comunidade escolar.

Diante das situações observadas, fica claro a necessidade da

incorporação de programas regulares de capacitação sobre o manejo da água

nas escolas, desde a ligação predial até os pontos de consumo, para pessoas

e órgãos responsáveis pela qualidade da água nesses locais, tornando os

mesmos capazes de identificar possíveis acontecimentos que possam

comprometer a qualidade da água e assim, poder evitá-los.

Este estudo, além de contribuir com dados referentes à qualidade

bacteriológica da água em escolas, tem como finalidade nortear as ações que

vão possibilitar a melhoria da qualidade da água para o consumo humano,

especialmente para o consumo de escolares, e estimular, acadêmicos da área

a desenvolver em amplitudes maiores estudos semelhantes a este.

57  

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Magno de Souza; et al. Análise microbiológica de água de bebedouros das escolas da cidade de Pombal – PB. In: I Semana Acadêmica da Engenharia de Alimentos de Pombal, [2011?], Pombal. ARAÚJO, Tharles M.; BARAÚNA, Alexandre C.; MENESES, Cátia A. R. Identificação de Escherichia coli em água de bebedouros e nos aparelhos de quatro escolas públicas de Boa Vista – Roraima- Brasil. In: IV Congresso de Pesquisa e Inovação da Rede Norte e Nordeste de Educação Tecnológica, 2009, Belém. BESSA FREITAS, Marcelo; FREITAS, Carlos Machado de. A vigilância da qualidade da água para consumo humano – desafios e perspectivas para o Sistema Único de Saúde. Ciência e Saúde Coletiva, (nl), v. 10, p. 993-1004, 2005. BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Manual de Saneamento. 3 ed. Brasília, 2004. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2914, de 12 de dezembro de 2011. In: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/portaria_2914_12_12_2011.pdf. Acesso em 30 de maio de 2012. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigilância e controle da qualidade da água para consumo humano. Brasília, 2006. BÜCHELE, Daniele Santos; RIZZARDI, Aline; AMARAL, Carlos Henrique. Avaliação da qualidade da água de escolas do interior do município de Cruz Alta. In: Seminário Interinstitucional de Ensino, Pesquisa e Extensão, (nl), Cruz Alta. [2008?]. CAMARGO, Adilson. Qualidade da água interfere no QI. Sanear, Brasília, ano V, n. 14, p 14, jun. 2011. CARDOSO, R. C. V.; et al. Qualidade da água em escolas atendidas pelo Programa Nacional de Educação Escolar (PNAE), em Salvador – BA. Rev. Inst. Adolfo Lutz, v.66, n.3, p. 287-291, 2007. CASALI, Carlos Alberto. Qualidade da água para consumo humano ofertada em escolas e comunidades rurais da região central do Rio Grande do Sul. 2008. 173f. Dissertação (Mestrado em Ciência do solo) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria. CASTANIA, Janaína. Qualidade da água utilizada para consumo em escolas públicas municipais de ensino infantil de Ribeirão Preto-SP. 2009. 146f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.

58  

DANTAS, A. K. D.; et al. Qualidade Microbiológica da Água de bebedouros destinada ao consumo humano. Revista Biociência, UNITAU, v.16, n.2, p.132-138, 2010. DOMINGUES, Vanessa O.; et al. Contagem de bactérias heterotróficas na água para consumo humano: comparação entre duas metodologias. Saúde, Santa Maria, v. 33, n.1, p. 15-19, 2007. FARIAS, Talden. Por um diálogo entre o direito ambiental e o direito da infância e juventude. Jus Navigandi, Teresina, ano 12, n. 1410, maio. 2007. Disponível em: <http://jus.com.br/revista/texto/9855>. Acesso em: 28 fev. 2012. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio século XXI escolar: o minidicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. 

FREITAS, Eduardo de. A molécula de água. Disponível em: <http://www.mundoeducacao.com.br/biologia/a-molecula-agua.htm>. Acesso em: 02 maio 2012. FREITAS, Marcelo Bessa; BRILHANTE, Ogenis Magno; ALMEIDA, Liz Maria de. Importância da análise de água para a saúde pública em duas regiões do Estado do Rio de Janeiro: enfoque para coliformes fecais, nitrato e alumínio. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 17, n. 3, p. 651-660, 2001. GOMES, Abílio Soares; CLAVICO, Etiene. Propriedades Físico-Químicas da Água. Departamento de Biologia Marinha – Universidade Federal Fluminense. Rio de Janeiro, (nl),(nl), p. 1-15, 2005. GODINHO, Valéria Martins. Investigação de bactérias patogênicas por técnicas moleculares em um sistema de tratamento de esgotos compostos por reator UASB e lagoas de polimentos. 2010. 166f. Tese (Doutorado em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos) – Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. GRASSI, Marco Tadeu. As águas do planeta Terra. Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola, (nl), ed. especial, mai. 2001. GREGHI, Simone de Queiróz. Avaliação da eficiência de métodos rápidos usados para detecção de coliformes totais e coliformes fecais em amostras de água, em comparação com a técnica de fermentação em tubos múltiplos. 2005. 104f. Dissertação (Mestrado em Ciências dos Alimentos) – Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Araraquara. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo 2010. Disponível em: <http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?uf=31&dados=1>. Acesso em: 15 nov. 2011.

59  

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades. Disponível em: < http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=314700# >. Acesso em: 15 nov. 2011a. LISPECTOR, Clarice. De escrita e vida crônicas para jovens. Rio de Janeiro: Rocco, 2010, p. 144. MACHADO, Carlos José Saldanha. Recursos hídricos e cidadania no Brasil: limites, alternativas e desafios. Ambiente e Sociedade, Rio de Janeiro, v. 6, n. 2, jul./dez. 2003. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2011. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais. Cadastro Escolar de Escolas Ativas. 2011. Disponível em: < https://www.educacao.mg.gov.br/escolas/lista-de-escolas>. Acesso em: 12 nov. 2011. MONTEIRO, Carlos Augusto; NAZÁRIO, Clarissa de Lacerda. Evolução de condicionantes ambientais da saúde na infância na cidade de São Paulo (1984 – 1996). Revista Saúde Pública, (nI), v. 34, p. 13- 18, 2000. MOURA, Geraldo J. B. de; et al. Análise Bacteriológica da Água em Escolas Públicas. (nl). Universidade Federal de Pernambuco. [2002?]. PARACATU. Prefeitura Municipal de Paracatu. Plano Municipal de Saneamento. 2008. Disponível em: < http://www.paracatu.mg.gov.br/index.php?m=layout_paginas_1.php&paginas_id=268>. Acesso em: 15 nov. 2011. PONGELUPPE, A. T.; et al. Avaliação de Coliformes Totais, Fecais em Bebedouros Localizados em uma Instituição de Ensino de Guarulhos. Saúde, Guarulhos, v. 3, n. 2, p. 5-9, 2009. RAZZOLINI, Maria Tereza Pepe; GÜNTHER, Wanda Maria Risso. Impactos na Saúde das Deficiências de Acesso a Água. Saúde Soc., São Paulo, v. 17, n. 1, p. 21-32, 2008. RÊGO, Fabrício Mendes. Qualidade Higiênico-Sanitária das Águas Utilizadas em Unidades de Alimentação e Nutrição Hospitalares da Rede Pública do Distrito Federal. 2006. 75f. Dissertação (Mestrado em Nutrição Humana) – Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília, Brasília. SÃO PAULO. Universidade Estadual de Campinas. Determinação de coliformes totais pela técnica de membrana filtrante. Campinas: UNICAMP, [2012?].

60  

SCURACCHIO, Paola Andressa. Qualidade da água utilizada para consumo em escolas no município de São Carlos – SP. 2010. 59f. Dissertação (Mestrado em Alimentos e Nutrição) – Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Araraquara.

SILVA, Luciana Ferreira da; GARCIA, Giovanni de Oliveira. Avaliação da qualidade da água consumida pela comunidade escolar da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Jerônimo Monteiro”. In: XIV Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e X Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba. [2011?].

SILVA, Misael Saldanha da. Avaliação da qualidade microbiológica da água dos bebedouros do bosque Guarani em Foz do Iguaçu/PR. 2009. 41f. Monografia (Trabalho Final de Graduação) – Faculdade Dinâmica das Cataratas, Foz do Iguaçu.

SILVEIRA, Joice Trindade. Avaliação de parâmetros microbiológicos de potabilidade em amostras de água provenientes de escolas públicas do estado do Rio Grande do Sul. 2011. 80f. Dissertação (Mestrado em Microbiologia Agrícola e do Ambiente, na subárea Microbiologia de Alimentos). Instituto de Ciências Básicas de Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. SOUZA, Mayra Silva de; BAPTISTA, Makilim Nunes. Associações entre suporte familiar e saúde mental. Psicologia Argumento, Curitiba, v. 26, n. 54, p. (nI), jul/set. 2008. TORQUATO, Fernanda Patricia Lima. Sensibilidade de Escherichia coli, Salmonella typhimurium, Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa à desinfecção com luz natural e artificial. Avaliação da capacidade de reativação bacteriana. 2007. 120f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil e Ambiental) – Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande.

ZANCUL, Mariana de Senzi. Revista Eletrônica de Ciências. Água e Saúde, São Carlos, n.32, abril. 2006. Disponível em: < http://www.cdcc.usp.br/ciencia/artigos/art_32/atualidades.html>. Acesso: em 25 nov. 2011.

61  

APÊNDICES

62  

APÊNDICE A - AUTORIZAÇÃO PARA COLETA DE DADOS PARA

ELABORAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Paracatu, 25 de Outubro de 2011.

Assunto: Autorização para coleta de dados para elaboração de Trabalho de Conclusão de Curso

Prezado Senhor (a)

Vimos através deste, apresentar a proposta de trabalho de conclusão de curso que

será desenvolvido pela acadêmica Débora Martins Silva, regularmente matriculada no 8º

Período do Curso de Biomedicina nesta Instituição de Ensino Superior, intitulada: “Avaliação

Microbiológica das Águas de Bebedouros de Instituições de Ensino da Cidade de Paracatu-

MG, em Relação à Presença de Coliformes Totais e Escherichia coli”. O Presente estudo tem como objetivo avaliar a presença ou ausência de coliformes fecais na

água consumida por escolares da cidade de Paracatu-MG através do teste de

presença/ausência pela técnica de membrana filtrante.

Para a concretização deste trabalho, a acadêmica necessita coletar amostras de

água nos bebedouros desta instituição.

Este trabalho não tem a intenção de denegrir valores, mas contribuir de forma positiva

na continuidade da assistência dessa clientela, também não visa lucros, nem vai gerar

encargos ao município. Após sua conclusão e aprovação, a acadêmica se compromete a

enviar-lhe uma cópia do mesmo para apreciação.

Solicitamos, portanto, a colaboração e permissão de vossa senhoria para a coleta das

informações necessárias ao estudo.

Sem mais para o momento,

Atenciosamente.

__________________________ _____________________________ Cláudia Peres Débora Martins Silva

Professora Orientadora Temática Acadêmica do Curso de Biomedicina  

Ilustríssima Senhora XXXXXXXXXXXXXXX Coordenadora Geral Paracatu – Minas Gerais

63  

APÊNDICE B – PLANILHA PARA REGISTROS DE DADOS OBTIDOS DURANTE A COLETA

( ) Escola Pública ( ) Escola Particular ___/___/___ Identificação Nome da Instituição: Responsável: Endereço: Telefone: Total de Alunos Atendidos: Total de funcionários: Número de Bebedouros: Observações Verificar se: ● A água dos bebedouros é provinda da rua ou se a instituição possui reservatório de água; ● A manutenção da caixa d’água é feita de forma adequada e periodicamente (a cada 6 meses); ● Os bebedouros possuem filtros e se são trocados periodicamente; ● Há ocorrência de obras ou reformas; ● Há ocorrência de falta de água; ● Há ocorrência de vazamentos; ● É adequada a situação de higiene dos pontos de coleta; ● Outras observações. _______________________________________________________________

64  

ANEXOS

65  

ANEXO A – LAUDO BEBEDOURO 1 EP

66  

67  

ANEXO B – LAUDO BEBEDOURO 2 EP

68  

69  

ANEXO C – LAUDO BEBEDOURO 3 EP

70  

71  

ANEXO D – LAUDO BEBEDOURO 4 EP

72  

73  

ANEXO E – LAUDO BEBEDOURO 5 EP

74  

75  

ANEXO F – LAUDO TORNEIRA EP

76  

77  

ANEXO G – LAUDO BEBEDOURO 1 EPM

78  

79  

ANEXO H – LAUDO BEBEDOURO 2 EPM

80  

81  

ANEXO I – LAUDO BEBEDOURO 3 EPM

82  

83  

ANEXO J – LAUDO TORNEIRA EPM

84