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FACULDADES DE ENSINO SUPERIOR DA PARAÍBA – FESP CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO
ANA CAROLINA SOARES DA SILVA
A CONSTITUCIONALIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO EM INVESTIGAR INFRAÇÕES PENAIS
CABEDELO-PB 2017
ANA CAROLINA SOARES DA SILVA
A CONSTITUCIONALIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO EM INVESTIGAR INFRAÇÕES PENAIS
Trabalho de Conclusão de Curso em forma de Artigo científico apresentado à Coordenação do Curso de Bacharelado em Direito, pela Faculdade de Ensino Superior da Paraíba - FESP, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Direito. Área: Direito Constitucional Orientador: Prof. Ms. Roberto Moreira de Almeida.
CABEDELO-PB 2017
S586c Silva, Ana Carolina Soares da. A constitucionalidade do Ministério Público investigar infrações
penais / Débora Carmem de Sena Coutinho. – Cabedelo, 2017.
23f
Orientador: Profº Ms. Roberto Moreira de Almeida. Artigo Científico (Graduação em Direito) Faculdade de Ensino
Superior da Paraiba. 1. Ministério Público. 2. Investigação Criminal. 3.
Constitucionalidade. 4. Parquet. I. Título.
BC/Fesp CDU: 341.5
A reprodução total ou parcial deste documento só será permitida exclusivamente para fins acadêmicos e científicos desde que seja referenciado, autor, titulo instituição, e ano de sua
publicação.
ANA CAROLINA SOARES DA SILVA
A CONSTITUCIONALIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO EM INVESTIGAR INFRAÇÕES PENAIS
Trabalho de Conclusão de Curso em forma de Artigo Científico apresentado à banca examinadora de artigos científicos da Faculdade de Ensino Superior da Paraíba - FESP, como exigência para a obtenção do grau de Bacharel em Direito.
APROVADO EM ___/___/2017.
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________ Prof. Ms. Roberto Moreira de Almeida
ORIENTADOR - FESP
_______________________________________ Prof. Dr. Rafael Pontes Vital
MEMBRO-FESP
_______________________________________ Prof. Ms. Maria do Socorro da Silva Menezes
MEMBRO-FESP
Aos meus pais, por tantos ensinamentos transmitidos e a todos que contribuíram para a realização deste sonho.
Dedico.
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Sirlene Soares da Silva e Joselito da Silva Salustiano, que
me deram todo o suporte pra chagar até aqui e foram essências para a minha
formação profissional e como ser humano.
Ao meu orientador, Professor Roberto Moreira, pela paciência, dedicação e
interesse no bom desempenho deste trabalho.
À professora Socorro Menezes pelas dicas e ajudas quanto a formatação do
texto desse trabalho científico dentro das normas da ABNT.
A esta instituição de ensino, seu corpo docente, direção e administração,
que me fizeram ampliar meus horizontes em busca do aperfeiçoamento dos meus
conhecimentos acadêmicos e de vida, cujo incentivo foi imprescindível para o meu
crescimento profissional.
À Pablo Lira Braga, e a todos que contribuíram e torceram pela efetivação
deste sonho que ora se concretiza com a construção deste TCC.
SUMÁRIO
RESUMO..............................................................................................................08
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................08
2 POLÍCIA JUDICIÁRIA.........................................................................................09
2.1 DA POLÍCIA FEDERAL........................................................................................10
2.2 DA POLÍCIA CIVIL ESTADUAL...........................................................................11
2.3 DO INQUÉRITO POLICIAL..................................................................................12
3 MINISTÉRIO PÚBLICO.......................................................................................14
3.1 DAS ATRIBUIÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO ...............................................15
4 O PODER DE INVESTIGAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO.............................17
4.1 A TEORIA DOS PODERES IMPLÍCITOS............................................................19
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................21
ABSTRACT..........................................................................................................21
REFERÊNCIAS....................................................................................................22
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A CONSTITUCIONALIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO EM INVESTIGAR INFRAÇÕES PENAIS
ANA CAROLINA SOARES DA SILVA
ROBERTO MOREIRA DE ALMEIDA
RESUMO
O presente trabalho trata da questão da constitucionalidade do Ministério Público investigar infrações penais, ponto este que trouxe bastante discussão. O objetivo deste é analisar a possibilidade do Parquet dispor deste dispositivo de acordo com nosso ordenamento jurídico. Para tanto, realizou-se uma abordagem geral acerca da investigação criminal, explanando sobre a polícia judiciária e suas atribuições, assim como apresentando os pontos mais relevantes do Ministério Público em relação ao seu poder de investigação e por fim uma explanação sobre a teoria dos poderes implícitos e as principais divergências em relação ao tema. Conclui-se, portanto, que existe uma discussão presente nos tribunais sendo de extrema importância para o cenário jurídico atual, em vista disso confere-se que a investigação criminal é função inerente ao Ministério Público. Por conseguinte, encerrando as discussões presente nos tribunais, foi concebida ao Ministério Público através de um recurso ordinário de repercussão geral, a legalidade do Parquet, sendo ele o titular da ação penal Pública, conduzir investigações criminais. Toda via sem ultrapassar os limites pragmáticos pertinentes a esta função.
PALAVRAS-CHAVE: Ministério Público. Investigação Criminal. Constitucionalidade. Parquet.
1 INTRODUÇÃO
O presente estudo explora como temática a constitucionalidade do ministério
público em investigar infrações penais. Esclarecemos as questões relacionadas à
competência, as funções atribuídas ao Ministério Público, e aos policiais civis, vez
que é dever da polícia judiciária investigar infrações penais comuns, como disciplina
a Constituição Federal de 1988, lei soberana dentro do ordenamento jurídico
brasileiro.
Não apenas juridicamente, mas socialmente o tema é atual e significativo,
pois está relacionado diretamente com aspectos conservadores ainda presentes na
sociedade. A partir de então, surgiram alguns questionamentos a serem discutidos e
estudados nesta pesquisa, como a possibilidade do Parquet investigar de maneira
Concluinte do Curso de Bacharelado em Direito da Faculdade de Ensino Superior da Paraíba (Fesp). Semestre 2017.2. e-mail: [email protected] Professor da Fesp Faculdades, Procurador Regional da República, Mestre e Doutor em Ciências jurídicas, atuou como orientador desse TCC.
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autônoma crimes e contravenções penais que assombra a sociedade como um todo,
pois como se sabe a criminalidade no Brasil vem numa crescente sem precedente.
A base estrutural deste estudo é a Constituição Federal, o código de
processo penal e os entendimentos jurisprudenciais acerca da problemática, onde
posicionam sobre a constitucionalidade da investigação ministerial ou da sua
impossibilidade.
Vale salientar que o Ministério Público detém argumentos fortes no que diz
respeito ao seu poder de investigar dentre eles o fato de não pertencer a nenhum
dos três poderes, quais sejam o executivo, legislativo e judiciário, sendo, portanto,
totalmente imparcial, o que no cenário atual é fundamental, uma vez que o país
atravessa uma onda de corrupção jamais vista envolvendo principalmente o poder
legislativo e executivo, a polícia sendo parte deste último.
De modo que não devemos deixar de identificar a instituição do Ministério
Público e sua importância em um estado democrático de direito sendo essencial a
sua prestação jurisdicional em nosso sistema político democrático de direito. Sem
esquecer-se de abordar a investigação criminal, o inquérito policial, conceituando,
informando sua finalidade, característica e competência.
2 POLÍCIA JUDICÍARIA
Sabemos que é de extrema importância o papel que a polícia exerce em
nossa sociedade, pois tem como papel garantir a ordem social, conservar os direitos
fundamentais como também a repressão de ilícitos penais. A polícia judiciária faz
parte do procedimento que antecede o processo penal auxiliando o poder judiciário,
coletando provas e esclarecendo autorias e materialidade do crime, ou seja, tem
como objetivo principal a busca da verdade, exercida no âmbito estadual pela Polícia
Civil e no âmbito federal pela Polícia Federal.
O surgimento da Polícia Judiciária foi através da lei nº 261 de 1841, onde
posteriormente em 1871 houve a separação da Justiça e da Polícia com a Reforma
do Judiciário (BRASIL, 1841). De maneira que passou a ter uma organização
semelhante as dos dias atuais. Acerca da segurança pública, vejamos:
Art.144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
10
Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal, polícias civis, polícias militares e corpo de bombeiros militares. I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias militares e corpos de bombeiros militares (BRASIL,1988).
Como podemos constatar a segurança pública é dever do governo, de modo
que a primeira atividade repressiva exercida pelo estado, parte das polícias
judiciárias, que no artigo citado acima pronuncia os órgãos do qual fazem parte,
delimitando o território onde cada uma delas irá exercer suas respectivas tarefas.
Segundo Nucci ( 2014, p.98):
Cabe aos órgãos constituídos das polícias federal e civil, conduzir as investigações necessárias, colhendo provas pré-constituídas e formar o inquérito, que servirá de base de sustentação a uma futura ação penal. O nome polícia judiciária tem sentido na medida em que não se cuida de uma atividade policial ostensiva, mas investigatória, cuja função se volta a colher provas para o órgão acusatório e, na essência, para que o judiciário avalie no futuro.
A investigação criminal exercida pela polícia judiciária tem por objetivo final
obter indícios para acusação, ou seja, apurar o fato real, de modo que a verdade
sempre prevaleça, aonde posteriormente venha ser a base de uma sustentação de
uma futura ação penal, baseado no entendimento de Nucci (2014).
2.1 DA POLÍCIA FEDERAL
A Constituição Federal define que a polícia federal é um dos órgãos
responsáveis por exercer as seguintes funções:
Art. 144 [...] § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, estruturado em carreira, destina-se a: I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência; III - exercer as funções de polícia marítima, aérea e de fronteiras; IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União (BRASIL, 1988).
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No inciso primeiro do artigo supracitado explana que toda às vezes que
houver algum ilícito contra a União, empresa pública ou autarquias, a Polícia Federal
será responsável pela investigação, ou quando houver qualquer infração que tenha
ocorrido em mais de um Estado ou país. Já no segundo inciso atribui a Policia
Federal as investigações quando tiver tráficos de entorpecente, contrabando ou
descaminho, e no terceiro inciso destina a Polícia Federal o controle das fronteiras
(BRASIL, 1988).
No quarto e último ponto destina com exclusividade a Polícia Federal a
função de polícia judiciária da união, porém a polícia civil também exerce essa
mesma função, pois atua logo após os crimes, auxiliando o Judiciário. Entretanto a
Polícia Federal apesar de não deter de exclusividade na função de policia judiciaria
exerce função distintas pois investiga apenas crimes que são julgados pelo
Judiciário Federal e tem atribuições tanto de polícia ostensiva quanto de judiciária
,um exemplo claro está no inciso terceiro, quando estão responsáveis pelas
fronteiras.
2.2 DA POLÍCIA CIVIL ESTADUAL
No que tange a polícia civil, as funções a estes delegadas, estão inseridas
na Carta Magna, no § 4º do artigo 144 da CF, como também no inciso IV que delega
aos policiais civis serem órgãos da segurança pública, vejamos: “Às polícias civis,
dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência
da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto
as militares” (BRASIL, 1988).
Para uma compreensão minuciosa do parágrafo necessário se faz saber o
que é um delegado de polícia e qual é a função deste. O delegado de polícia é a
autoridade policial responsável por presidir o Inquérito Policial, este por sua vez
responsável por investigar a materialidade dos crimes, infrações e atos infracionais,
bem como a autoria destes (CAPEZ, 2012).
Não sendo, pois, esta a única função atribuída ao delegado, no entanto o
artigo 4º do Código de Processo Penal delimita os locais de competência para
atuação da polícia judiciária, in verbis: “polícia judiciária será exercida pelas
autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a
apuração das infrações penais e da sua autoria” (BRASIL, 1941). Conforme exposto
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no artigo supracitado, caberá a polícia judiciária exercer suas atividades apenas nos
locais a qual lhe compete.
2.3 DO INQUÉRITO POLICIAL
Para o estudo do inquérito policial, necessário trazer à tona o seu respectivo
conceito, então, Távora (2013. p. 14), estabelece:
O inquérito policial é um procedimento administrativo preliminar, presidido pela autoridade policial, que tem por objetivo a apuração da autoria e da materialidade (existência) da infração, e sua finalidade é contribuir na formação do convencimento (opinião delitiva) do titular da ação penal, que em regra é o Ministério Público, e excepcionalmente, a vítima (querelante).
Compreende-se, pois que existe divergência doutrinária em saber se o
inquérito policial é ou não um procedimento administrativo, pois este não obedece a
uma ordem, ou uma obrigatoriedade de atos, consequentemente destrói o
posicionamento que alega ser um procedimento administrativo (DEZEM, 2017).
Posteriormente, o código de processo penal elenca em seu artigo 5º as hipóteses
em que o inquérito policial será iniciado, que se descreve:
Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: I - de ofício; II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. § 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível: a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer; c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência (BRASIL, 1941).
O inciso “I”, é tão somente a exposição real da possibilidade de atuação do
delegado, independentemente de provocação, quando estiverem em
questionamento as infrações penais de ação pública incondicionada. O ato é
atribuído à própria polícia, conhecido por notitia criminis (notícia crime) direta e
também de cognição imediata (CAPEZ, 2014).
Já o inciso “II” em sua primeira parte trás hipóteses que o delegado é
obrigado a instaurar o procedimento quando se refere a requisição da autoridade
13
judiciária ou do Ministério Público, importante frisar que obviamente se a ordem for
ilegal o delegado poderá se recusar e que inexiste vinculo hierárquico entre os
mencionados (BRASIL, 1941).
Já na segunda parte quando o inciso se refere a requerimento do ofendido
ou do seu representante, referencia-se aos casos em que a ação penal é pública
condicionada a representação do ofendido ou quando se tratar de ação penal
privada e a instauração não ser obrigatória por parte do delegado, cabendo recurso
ao chefe de polícia como dispõe o § 2º do artigo supracitado, analisemos: “Do
despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para
o chefe de Polícia” (BRASIL, 1941).
O referido diploma legal, no artigo 6º elenca as mais variadas ações que a
autoridade policial deverá tomar, examinemos:
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a
autoridade policial deverá: I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; IV - ouvir o ofendido; V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; [...] (BRASIL, 1941).
As diligencias citadas neste artigo não são taxativas, podendo o delegado
realizar outras que achar cabível e também contendo outras no próprio código de
processo penal e outras leis, portanto a tarefa realizada pela autoridade policial, não
se resume a este artigo.
Art. 6o [...] VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a
acareações; VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter. X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável
14
pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa (BRASIL, 1941).
Logo, vê-se que assim como polícia, as funções do Parquet não se resumem
aquelas expressa taxativamente na Constituição Federal. Ponto de importante
relevância para o estudo desta pesquisa, pois a norma jurídica vigente direciona a
investigação criminal, como por exemplo, as atribuições destinadas à autoridade
policial.
Além do inquérito policial, devemos ressaltar que existe também o inquérito
extrapolicial, que consiste no procedimento que é presidido por uma autoridade
administrativa, como o próprio nome já exibe, trata-se de um processo no qual de
imediato não está presente à autoridade policial, iniciando-se, portanto uma
autoridade administrativa que detém esta poder (TOURINHO FILHO, 2013).
A partir destas considerações, compreende-se que assim como à autoridade
administrativa competente, o Ministério Público se assim achar necessário para uma
melhor sustentação para o oferecimento da denúncia, poderá presidir investigações.
Visto que existe o inquérito extrapolicial, certificamos que não é função restrita
apenas a autoridade policial.
3 MINISTÉRIO PÚBLICO
Para apreciarmos com maior exatidão o fenômeno do Ministério Público,
importante examinar a origem deste, então, argumentando a esse respeito, ensina
Cunha Junior (p. 927, 2014):
Ainda hoje não há um consenso no que diz respeito à origem do Ministério Público. Há quem cite o funcionário real do Egito, chamado Magiai, como o antecedente mais remoto da instituição, pois tinha como funções zelar pelos interesses do soberano e proteger os cidadãos pacíficos.
O Ministério Público encontra-se inserido na Constituição Federal de 1988,
no capítulo IV, intitulado, das funções essenciais à justiça, assim entende-se que:
“Art. 127 O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função
jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis” (BRASIL, 1988).
Da leitura do mencionado artigo, entende-se que o Parquet não integra
nenhum dos três poderes estatais, tendo em vista que se trata de uma instituição
15
permanente, independente e autônomo como menciona o texto legal do §1 do
respectivo artigo, o qual dispõe sobre a independência funcional junto com a
unidade e a indivisibilidade dos princípios institucionais do Ministério Público.
O princípio da unidade se refere ao fato de o Ministério Público ser um único
órgão sob o comando de apenas um chefe, sendo o Procurador Geral de Justiça no
âmbito estadual e o Procurador Geral da República no âmbito federal. O princípio da
indivisibilidade por sua vez se refere ao fato da possibilidade de substituição de um
membro pelo outro na vertente de que quem atua é a instituição como um todo.
A independência funcional assegura a vitaliciedade dos membros,
inamovibilidade e irredutibilidade destes, tal princípio assegura que os membros do
Parquet são independentes no desempenho das suas funções. As causas
impeditivas de atuação dos representantes do Ministério Público estão contidas no
artigo 258 do código de processo penal, in verbis:
Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em que o juiz ou qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, e a eles se estendem, no que Ihes for aplicável, as prescrições relativas à suspeição e aos impedimentos dos juízes (BRASIL, 1941).
Imperioso ressaltar que o representante ministerial que participar da
investigação criminal não esta sujeito a impedimento ou suspeição para oferecer a
denúncia. A abrangência do Ministério Público está descrita no artigo 128 da CF/88,
contendo a sua tipologia, determinando a competência de cada ente, no qual o que
mais interessa para a presente pesquisa é o papel de titular da ação penal púbica .
3.1 DAS ATRIBUIÇÕES DO MINISTÉRIO PÚBLICO
No tocante as funções institucionais do Parquet, estas estão descritas no
artigo 129 da Constituição Federal, que descreve:
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia; III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
16
IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição; V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas (BRASIL, 1988).
Como exposto, são inúmeras as atribuições do Ministério Público, contudo, a
titularidade da ação penal pública é um forte argumento para os que defendem a
legalidade de investigação de crimes por parte da respeitável instituição.
Art.129[...] VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva; VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada no artigo anterior; VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais; IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas (BRASIL, 1988).
Além da Constituição Federal, o Código de Processo Penal em seu artigo 24
expõe que a ação pública “será promovida por denúncia do Ministério Público
deixando como condição, quando a lei exigir, requisição do ofendido ou seu
representante ou de requisição do Ministro da Justiça” (BRASIL, 1941). Por
conseguinte, a Constituição Federal estabelece a mesma prerrogativa ao Parquet,
em seu dispositivo 129, inciso I (BRASIL, 1988).
Em seguida no inciso II do mesmo diploma legal, estabelece que o Parquet
tem como função “zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de
relevância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as
medidas necessárias a sua garantia”, ou seja, tem como objetivo proteger o cidadão,
assegurando a este os direitos e garantias basilares da constituição (BRASIL,
1988).
Em seu inciso VIII do artigo 129, já apresentado, expressa um ponto de
bastante relevância parar a discussão presente nesta pesquisa. Que é o fato do
Parquet deter a legalidade de requisitar diligências como também a instauração de
inquérito policial deste modo Lima (2014) entende que pelo fato do Ministério Púbico
17
possuir esta prerrogativa, pode o dispensar, podendo assim realizar diretamente
investigações que achar necessária para a formalização da ação penal.
Acerca da legitimidade Rosa (2012, p. 22), explana:
O Ministério Público para atuar com legitimidade, deve fazer cumprir o artigo 1º da Constituição, que fala sobre os fundamentos do nosso Estado Democrático de Direito, e ao mesmo tempo , deve cumprir os objetivos da República que estão no artigo 3º da Constituição.
Esclarece, portanto que além de ser um fiscal da lei (custos legis), é um
garantidor do regime democrático, dos interesses sociais e individuais indisponíveis,
e um defensor da ordem jurídica. O Parquet é a coluna para o bom funcionamento
de um estado democrático de direito, pois trabalha combatendo todo o excesso ou
abuso que o estado venha a cometer, como também está empenhado a garantir
todos os princípios que a Constituição estabelece, como o respeito a isonomia, e aos
princípios da igualdade, transparência, e moralidade (CUNHA JUNIOR, 2014).
Como já mencionadas às atribuições elencadas e direcionadas a instituição
são bem extensas, o que deixa claro que sua atuação é diversa, portanto em seu
inciso IX do artigo 129 da Constituição Federal aduz: „‟exercer outras funções que
lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe vedada
a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas‟‟ (BRASIL,
1988). Conclui-se que de uma maneira indireta o Ministério Público não apresenta
restrição no tocante da função de investigação penal.
Como um fiscal da lei, o Parquet tem como centro de suas atuações a busca
real da verdade, pois tem como um de seus principais objetivos à aplicação correta
da legislação, como também defender a sociedade, de maneira que possa garantir
uma possibilidade maior no tocante do exercício da cidadania, e soberania, e
princípios fundamentais dispostos no artigo 1º da CF/88 (BRASIL, 1988).
4 O PODER DE INVESTIGAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
O poder de investigação por parte do Ministério Público é um assunto que
gera bastante discussão entre vários doutrinadores, uns defendem total legitimidade
para que este órgão desempenhe tal função, outros, ao contrário, são extremamente
contra e alegam inclusive a inconstitucionalidade da medida, pois defendem que a
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atribuição para investigação de infrações penais cabe à Polícia Judiciária, em regra,
e, de acordo com a lei, as Comissões Parlamentares de Inquérito estabelecidas para
tal fim.
O principal argumento para os que entendem pela duvidosa não capacidade
legal da conduta ora discutida é a atenção que o ordenamento jurídico brasileiro tem
para com a investigação, desempenhada pela Polícia Judiciária, que é citada tanto
nas legislações ordinárias e também na Constituição Federal, como já vimos
anteriormente. Segundo o entendimento de Capez (2012, p.150):
O art.129, I, da CF confere-lhe a tarefa de promover privativamente a ação penal pública, à qual se destina a prova produzida no curso da investigação. Ora, quem pode o mais, que é oferecer a própria acusação formal em juízo, decerto que pode o menos, que é obter os dados indiciários que subsidiem tal propositura.
Assim, entende-se que a maior parte dos doutrinadores defende com
maestria a constitucionalidade de legitimidade do Parquet que utilizam de
argumentos robustez imensurável, e entre os principais podemos citar: “A teoria dos
poderes implícitos”, como veremos detalhadamente adiante, a desvinculação do
Ministério de qualquer dos três poderes, Legislativo, Executivo e Judiciário, e o
desempenho e consequências positivas das investigações em que o Ministério
Público figura como investigador direto ou em parceria com a polícia (ROSA, 2012).
Um ponto importante para esta pesquisa, é que não há norma constitucional
expressa, que expresse de forma objetiva que o Parquet pode conduzir diretamente
investigações criminais, porém não existe uma diretriz a qual determine de maneira
exclusiva tal função a polícia judiciária, como exemplifica o artigo 4º do código de
processo penal, in verbis:
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria. Parágrafo único: A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas , quem por lei seja cometida a mesma função.
Constata-se de maneira expressa que não se trata de uma função de
exclusividade da polícia judiciária, pois no artigo supracitado esclarece tal
questionamento. Por consequência o Ministério Público como também outras
19
autoridades administrativas podem reger uma investigação criminal se assim
desejar.
Uma vez que no artigo 129 da Carta Magna, já mencionado, dispõe sobre as
funções destinadas ao Parquet, de maneira que se trata de funções que não são
taxativas, abrindo um leque maior para as atividades realizadas pela instituição que
por sua vez, trata-se de uma instituição permanente, independente e autônoma
(BRASIL, 1988).
O Ministério Público por ser o titular da ação penal, consequentemente, teria
o poder de presidir tais investigações, tendo em vista a teoria dos poderes implícitos,
não podemos esquecer que no artigo acima mencionado, garante o poder de
requisitar informações como também expedir notificações, quando assim, lhe for
conveniente. Portanto, seria controverso o titular da ação penal pública, ser um mero
espectador das atividades da polícia judiciaria (ROSA, 2012).
Quando falamos na possível investigação criminal presidida pelo Ministério
Público, não estamos deixando de lado nenhuma das garantias constitucionais, nem
tampouco os princípios gerais do processo penal, de maneira que não venha a ferir
nenhuma das garantias do processo legal.
Colaciona-se, a título de ilustração, o entendimento jurisprudencial edificado:
O poder de investigar compõe, em sede penal, o complexo de funções institucionais do Ministério Público, que dispõe, na condição de „dominus litis‟ e, também, como expressão de sua competência para exercer o controle externo da atividade policial, da atribuição de fazer instaurar, ainda que em caráter subsidiário, mas por autoridade própria e sob sua direção, procedimentos de investigação penal destinados a viabilizar a obtenção de dados informativos, de subsídios probatórios e de elementos de convicção que lhe permitam formar a „opinio delicti‟, em ordem a propiciar eventual ajuizamento da ação penal de iniciativa pública (BRASIL, 2015).
Posteriormente, reforçar-se de maneira mais robusta a tese de que o
Parquet mesmo não possuindo de forma expressa a sua legitimidade em apurar
investigações criminais, na atualidade existem pareceres que asseguram a sua
constitucionalidade na realização destas atividades.
4.1 A TEORIA DOS PODERES IMPLÍCITOS
Esta teoria exprime que quando atrelada, ou destinada uma competência a
qualquer órgão ou instituição, está de maneira implícita, que para a realização da
20
atividade fim, estando expressamente estabelecida, pode tais instituições se valer de
outros meios para exercer essa competência. Essa teoria veio do modelo americano,
sendo hoje utilizada e tem bastante relevância na hermenêutica constitucional.
Portanto, não é necessário que uma norma esteja expressa e tácita para que
atribua tais competências, contudo não podemos esquecer que mesmo estando de
forma implícita no ordenamento devemos respeitar os princípios basilares do nosso
ordenamento jurídico como todo.
Dessa maneira quando a Constituição Federal outorga ao Parquet a
titularidade da ação penal, e por consequência o poder de requisitar diligências
investigatórias, assim como informações e documentos. De forma indireta concede
competência para preceder a investigação criminal, visto que quem pode o mais,
pode o menos (OLIVEIRA, 2013).
Dessa forma, podemos atinar que segundo esta teoria, a partir do momento
que se estabelece competências a determinadas instituições ou órgãos, junto a ele
está engatado o poder de liberdade de aderir os meios necessário para realizar à
atividade fim, contudo não podemos deixar de lado que não estamos tratando de
atividade exercida de maneira imprecisa, que possa a vir ferir os direitos e garantias
do povo (BRASIL, 1988).
Evidente que a investigação criminal realizada pelo Ministério Público, está
dentro deste contexto, no qual viverá em obediência ao nosso ordenamento jurídico,
de modo que como um garantidor da ordem pública, que tem como seu papel
principal fiscalizar a aplicabilidade das leis, não deixará de lado a primazia de
garantir e respeitar a lei máxima do nosso estado, a Constituição Federal (BRASIL,
1988).
Assim sendo, atrelamos diretamente a teoria dos poderes implícitos, ao
poder de investigação do Ministério Público, de modo que fica subtendido que ao
dispor da função de titular da ação penal pública torna-se inerente o poder de
comandar de maneira autônoma investigações, se lhe for conveniente, a ordem
cronológica das atitudes tomadas pelo Parquet segue, pois o ato de investigar para
colher provas contundentes para da entrada na ação penal, configura uma atividade
meio.
A partir destas considerações, utilizamos da premissa da teoria dos poderes
implícitos, conforme se depreende da decisão do Supremo Tribunal Federal
exemplificada acima, ocorre que foi concedido ao Ministério Público a competência
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de promover, por autoridade própria, e por razoável prazo, investigações criminais,
desde que respeitando os direitos e garantias dos envolvidos, inclusive os
advogados (BRASIL, 2015).
Imperioso ressaltar, que a respeitável decisão acima prolatada, avaliou de
maneira procedente o poder de o Parquet suceder tais investigações, reconhecendo
de fato a base constitucional do Ministério Público em atuar quando lhe for
conveniente, colhendo provas para assim formalizar sua denúncia. Compreende-se
que a teoria dos poderes implícitos é utilizada e reconhecida pelos tribunais, estando
em concordância com a Carta Magna.
Conclui-se, portanto, que há viabilidade na investigação de infrações penais
por parte do Ministério Público, possuindo garantia constitucional no tocante as
realizações das investigações, contudo, ressaltando os limites impostos pelo diploma
legal, como já mencionado, quais sejam respeitar as garantias e direitos
fundamentais da sociedade, sem ultrapassar os limites pragmáticos pertinentes a
esta função.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo objetivou analisar um dos temas dentro do direito
constitucional como sendo o mais polêmico, diante da possibilidade do Ministério
Público investigar infrações penais. Baseado nas diretrizes fornecidas pela
Constituição Federal, imperioso destacar que na atualidade há diversos
entendimentos acerca da competência do Parquet, e suas atribuições.
Através dos questionamentos acerca das atribuições do Parquet, os
magistrados reconheceram a constitucionalidade do Ministério Público em atuar nas
investigações criminais, respeitando os limites determinados pelos diplomas legais,
mesmo que não expresso tacitamente no ordenamento jurídico, não os impede de
atuar nas respectivas investigações, respeitando as garantias e direitos
fundamentais da sociedade, sem ultrapassar os limites pragmáticos pertinentes a
esta função.
Posto isso, a inconstitucionalidade do Ministério Público seria uma
retrocesso na legislação, haja vista não ter vedação nas suas funções. O Parquet, é
uma instituição essencial para a sociedade, pois, tem como objetivo zelar pelos
direito e garantias instituídos pela soberania do povo na Carta Magna, onde propõe-
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se combater e proteger toda sociedade dos atos ilícitos praticados por meliantes,
objetivando a busca da verdade e do cumprimento do nosso ordenamento jurídico.
Findando, o posicionamento que trouxe encerramento as discussões nos
tribunais, foram concebidas ao Ministério Público através de um recurso ordinário de
repercussão geral, onde os ministros reconheceram a possibilidade do Parquet,
sendo ele o titular da ação penal Pública, conduzir investigações, vale salientar que
esta competência, não desdenha do papel da polícia judiciaria.
THE CONSTITUTIONALITY OF THE PUBLIC MINISTRY TO INVESTIGATE CRIMINAL INFRINGEMENTS
ABSTRACT
This paper deals with the question of the constitutionality of the Public Prosecution Service investigating criminal offenses, a point that has brought a lot of discussion. The purpose of this is to analyze the possibility of Parquet dispose of this device according to our legal system. In order to do so, a general approach was carried out on criminal investigation, explaining about the judicial police and its attributions, as well as presenting the most relevant points of the Public Prosecution in relation to its investigative power and finally an explanation on the theory of powers and the main disagreements on the subject. It is concluded, therefore, that there is a discussion present in the courts being of extreme importance for the current legal scenario, in view of this it is granted that criminal investigation is an inherent function of the Public Prosecution Service. Consequently, closing the discussions in the courts, the legality of Parquet was conceived to the Public Prosecutor through an ordinary appeal of general repercussion, being the holder of the Public criminal action, conducting criminal investigations. All the way without going beyond the pragmatic limits pertaining to this function.
KEYWORDS: Public Prosecution Service. Criminal investigation. Constitutionality.
Parquet flooring
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